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TÍTULO DO FILME: MAUÁ, O IMPERADOR E O REI (Brasil.

1999)
DIREÇÃO: Sérgio Resende
ELENCO: Paulo Betti, Malu Mader, Othon Bastos, Antonio Pitanga, Rodrigo
Penna; 134 min.

Resumo

O filme mostra a infância, o enriquecimento e a falência de Irineu Evangelista


de Souza (1813-1889), o empreendedor gaúcho mais conhecido como barão
de Mauá, considerado o primeiro grande empresário brasileiro, responsável por
uma série de iniciativas modernizadoras para economia nacional, ao longo do
século XlX.

Mauá, um vanguardista em sua época, arrojado em sua luta pela


industrialização do Brasil, tanto era recebido com tapete vermelho, como
chutado pela porta dos fundos por D. Pedro II.

O filme de Sérgio Rezende reconta a história da personagem histórica Barão


de Mauá, da infância à queda, passando pela ascensão vertiginosa como
comerciante. Ao que tudo indicava, Irineu Evangelista de Souza passaria sua
vida inteira em Arroio Grande, uma cidadezinha do sul do Brasil. Porém, o
assassinato de seu pai muda a vida do protagonista radicalmente. Sua mãe
decide mandar para o Rio de Janeiro.
Irineu passa a morar o tio Batista e vai trabalhar no armazém do português
Pereira de Almeida. Lá ele descobre seu talento para negócios, fazendo com
que o rapaz se tornasse um funcionário de confiança e um cobrador, por vezes,
impiedoso. Já adulto Irineu começa a defender o fim da escravidão por razões
econômicas e tem seu trabalho reconhecido por Richard Carruthers, um
escocês que vivia no Brasil. O estrangeiro o emprega em sua firma de
exportação e ensina-lhe as primeiras noções das teorias econômicas. Anos
depois, Carruthers decide voltar para a terra natal e deixa Irineu comandando
os negócios.

Ao mesmo tempo, o jovem homem de negócios se apaixonou pela sobrinha,


May, com quem mais tarde se casou e teve vários filhos. À medida que ia
enriquecendo e prosperando nos negócios, Irineu ganhou um forte inimigo, o
Visconde de Feitosa, que o via como um aventureiro que tentava desviar o
Brasil de sua "vocação agrícola".

A aprovação da Tarifa Alves Branco, que majorou as taxas alfandegárias, e da


Lei Eusébio de Queirós, que em 1850 aboliu o tráfico negreiro, liberando
capitais para outras atividades, estimularam ainda mais uma série de
atividades urbanas no Brasil. Foram fundadas 62 empresas industriais, 14
bancos, 8 estradas de ferro, 3 caixas econômicas, além de companhias de
navegação a vapor, seguros, gás e transporte urbano. Nessa realidade,
destaca-se a figura de Irineu Evangelista de Souza, o Barão e Visconde de
Mauá, símbolo maior do emergente empresariado brasileiro, que atuou nos
mais diversos setores da economia urbana. Suas iniciativas iniciam-se em
1846, com a aquisição de um estabelecimento industrial na Ponta de Areia (Rio
de Janeiro), onde foram desenvolvidas várias atividades, como fundição de
ferro e bronze e construção naval. No campo dos serviços Mauá foi
responsável pela produção de navios a vapor, estradas de ferro comunicações
telegráficas e bancos. Essas iniciativas modernizadoras encontravam seu
revés na manutenção da estrutura colonial agro-exportadora e escravista e na
concorrência com empreendimentos estrangeiros, principalmente britânicos.
Essa concorrência feroz, não mediu esforços e em 1857 um incêndio
nitidamente provocado destruiu a Ponta de Areia. Suas iniciativas
vanguardistas representavam uma ameaça para os setores mais
conservadores do governo e para o próprio imperador, que não lhe deu o
devido apoio. Com ideais liberais, e forte defensores do abolicionismo, foi
contrário a Guerra do Paraguai e também se tornou deputado pela Província do
Rio Grande do Sul em diversas legislaturas. Suas idéias e o agravamento da
instabilidade política da região platina, acabaram tornando o Barão de Mauá,
mártir dos conservadores. Toda essa revolta, acabou falindo o Banco Mauá,
ele acabou sendo obrigado a vender a maior parte das suas empresas e alguns
de seus bens pessoais para saldar as suas dívidas.
Suas estratégias empresarias em pleno século XIX estavam longe das
praticadas pela sociedade escravista e bem mais próximas dos conceitos
atuais, como globalização, tecnologia de ponta. Num país essencialmente rural
e dependente da exportação agrícolas de produtos como café, o açúcar e a
borracha, a ação do maior empreendedor do Brasil contrariava os interesses do
Império, pois Mauá oferecia a seus colaboradores mais próximos a participar
nos lucros e incentivava-os a criação de novos empreendimentos. Com isso
Mauá aproximou-se da eficiência produtiva e da eficácia alocativa onde visava
o crescimento e o progresso de um país chamado Brasil.

Adilton Silva Barbosa, Anderson Lopes, José Ronaldo Almeida. Acadêmico do


curso de administração na Faculdade de Tecnologia e Ciências.

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