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Expediente

Editorial

Direção Geral Desde a criação desta revista, a


Pei Fang Fon princípio despretensiosa, temos visto
suas audiência e credibilidade
Fotografia aumentarem a cada edição.
Daniel Lima Diante destes fatos, podemos
Isabela Pedrosa dizer que o nosso trabalho está sendo
Pei Fang Fon cumprido.
Yzza Albuquerque Livre de qualquer rejeição de
estilo dentro do Rock and Roll, a Rock
Revisão Meeting teve a honra de ser lançada
Daniel Lima oficialmente em Recife, por
Pei Fang Fon intermédio da nossa parceria com a
Yzza Albuquerque Otherside Produções. Momentos
como esse nos dão forças para
Capa continuar, e nos garantem a certeza de
Lucas Marques que estamos fazendo algo pelo rock
Pei Fang Fon dentro e fora de Alagoas.
A equipe da Rock Meeting se
Diagramação sente extremamente feliz por ter
Isabela Pedrosa estado presente no evento realizado
Lucas Marques pela Otherside. Em virtude de tantas
Pei Fang Fon conquistas, nós agradecemos aos
Yzza Albuquerque nossos leitores pelo apoio que temos
recebido de todos, pois cada um de
Colaboradores nesta edição vocês contribui para a melhoria da
Almir Lopes “Revista dedicada ao Rock Alagoano”.
Contato Muito obrigado!!!
Email: contato@rockmeeting.net
Orkut: Revista Rock Meeting
Twitter: http://twitter.com/rockmeeting
Flickr: www.flickr.com/photos/revistarm

ROCKMEETING.NET (EM BREVE)

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de quem assina e


não reflete, necessariamente, a opinião da revista.
Índice

Espaço Boteko - Review Avoid


Selo Naipe
Femusesc
World Metal
Lançamento Rock Meeting
CAPA: Abismo
EXCLUSIVO: Entrevista com
Dani Nolden (Shadowside)
RM apresenta: Forloxcia
Perfil RM - Léo
(Varial )
Eu estava lá -
Especial Recife
Espaço Boteko
OS DESBRAVADORES DE UMA DIVERSÃO ÚNICA

Almir Lopes - http://boterock.blogspot.com

AVOID - “And Join the Fun”


Ano de lançamento: 1995

C
om um título bem sugestivo, a banda pede
para que nos juntemos a ela para um pouco
de diversão. Esse álbum foi gravado há 15
anos atrás, e, naquela época, nada era fácil como é
hoje. Tudo era, com certeza, menos divertido, em
termos de produção de um CD.
O AVOID soa como os verdadeiros
desbravadores do metal alagoano deveriam, visto
que, se existe relato de algum CD gravado naquela
época (anos de 1990) no contexto underground em
terras alagoanas, ninguém se lembra, ou então não
existe referência alguma.
Composto por Enio, na bateria, Myro, no a guitarra não consegue transpor a massa sonora
baixo, Rafael, guitarra e backing vocal, e Léo, nos que lhe é imposta, sem overdubs o suficiente para
vocais, esse quarteto alagoano fez história quando deixar a festa com o peso sonoro merecido. Nos
lançou esse petardo intitulado “And Join the Fun”, vocais, o esforçado Léo mostra-se competente,
em 1995. entoando cada faixa do CD com destreza e
Dividindo faixas com letras em português e conseguindo, com louvor, soar personificado. Na
inglês, o AVOID tinha, em sua sonoridade, décima faixa, ouve-se até um brasileirinho, em
influências que passavam por Anthrax e chegavam, ritmo de “metal desprovido”.
inevitavelmente, ao Sepultura (banda brasileira Vale destacar, diante de tantas contribuições
que, na época, estava em franca evidência, e já era para a realização de “And Join the Fun”, o apoio
referência para todos os headbangers). Mas se o fotográfico do renomado Ailton Cruz.
ouvinte de “And Join the Fun” se aventurar em Obviamente, Enio, Myro, Léo e Rafael não
ouvir o disco de trás para frente, poderá encontrar eram os únicos a cultuar o metal nos longínquos
até um pouco de Faith No More na sonoridade da primeiros anos da década de 1990. No entanto,
banda, lembrada na décima quarta faixa, “Fucking tiveram atitude e determinação o suficiente para
Dear”. deixar a sua marca registrada no difícil mundo do
Se preferir seguir os padrões convencionais rock alagoano.
de audição, logo na “Chaotic Imaginary”, a
introdução já dá o tom de festa animada, numa
propulsão inimaginável de ritmos e influências. O
álbum tem como destaque a faixa “Avoid”, que,
numa ideia bem sacada, conta com duas versões:
uma elétrica, e outra acústica. Se fosse editado nos
tempos atuais, provavelmente a segunda versão
entraria como faixa bônus.
Já na terceira faixa, a banda segue a
tendência de soar pesado, e é ai que se começa a
perceber a falta de massa sonora no pé do ouvido:
tecnicamente falando, a bateria soa
completamente inócua. O baixo faz sua parte, mas

02 RM
Selo Naipe é lançado em Maceió

Jonas Sutareli - Lucas Marques


Fotos: Daniel Lima

Jonas Sutareli - Lucas Marques


Fotos: Daniel Lima
No dia 13 de Março, ocorreu o show
de lançamento do Selo Naipe de produções.
O evento foi realizado na casa de shows
KFOFO, no bairro de Jaraguá, e contou com
a presença das bandas Adrenaline, Before I
Die, Pilgrims e Varial. Apesar do local
pequeno, e com um evento gratuito de
g ra n d e p o r t e c o m o o Fe m u s e s c
acontecendo simultaneamente em um local
próximo, o fluxo de pessoas foi
consideravelmente bom. A galera
compareceu, não deixou a desejar e apoiou
veementemente a cena Rock and Roll
alagoana. Com execuções de qualidade,
que sempre davam bons circle pits, os
shows animaram a todo o pessoal no local.
O lançamento do Selo Naipe traz uma
nova perspectiva à cena underground
alagoana. Os organizadores afirmam que
continuarão promovendo mais shows desse
tipo com freqüência, pois, como disse o
vocalista da Varial, Leo Calheiro, “há muitas
bandas boas aqui em Maceió, e a galera
precisa conhecer e apoiar”. Ainda no palco,
ele profere um discurso que nos faz criar
uma grande expectativa a respeitos dos
próximos eventos a serem realizados pelo
selo Naipe: “o selo não tem a intenção de
fazer um show qualquer; a ideia é reunir as
melhores bandas da cena para realizar um
belo espetáculo”. Ou seja, é show de
qualidade na certa!
O Selo Naipe vem trazendo
possibilidades enormes para o crescimento
do rock no estado, contando com um
pessoal comprometido e que ama o que faz.
Esse promete ser um começo de uma longa
e triunfante estrada para o pessoal do selo.
Boa sorte, e long live Rock and Roll!

03 RM
Especial: Femusesc

Rock and Roll no Femusesc?


Na sua 12º edição, o Festival de Música Alagoana do Sesc se rendeu ao som de
Edu Silva e sua canção Freedom

Texto e fotos: Pei Fang Fon

No último dia 12, Maceió foi palco da 12º edição do Festival de Música do Sesc Alagoas, o
Femusesc, que reuniu as quinze melhores músicas, após uma seleção que contou com 217 canções dos
mais variados estilos.
O Femusesc poderia ser o mesmo das outras edições, mas nesta edição, um estilo em particular
chamou atenção: o Rock and Roll. O nosso representante foi Edu Silva, guitarrista, que reuniu alguns
amigos, entre eles o baterista da Abismo, Valter Holanda, e não menos importante, Diego Monteiro
(baixo), Léo Fernandes (teclado) e Kléber Azevedo (guitarra).
Com a sua pegada Hard Rock, Edu abriu o primeiro dia do Femusesc com a instrumental
“Freedom”. Criada por ele e o baixista, eles mostraram que existe Rock and Roll sendo feito em Alagoas, e
que, muitas vezes, não tem a oportunidade de estar num festival como o do Sesc.
Diante deste descrédito, no ato da seleção das quinze músicas que se apresentariam no festival, a
música de Edu foi ouvida, mas os jurados não acreditaram no potencial do Rock. “Se essa banda não for
boa, vamos vetar e por a banda base”, foi o que os jurados disseram. Edu responde, “Eu confio nos meus
amigos que vieram, junto comigo, do underground. É para provar que existem músicos excelentes”,
desabafa.

04 RM
Noite do Femusesc

Quem esteve presente no


estacionamento do Jaraguá pôde perceber que
a canção “Freedom” tem de tudo para estar
entres as oito músicas classificadas: muito
além do que o significado da música –
liberdade.
O Rock and Roll é um ritmo livre, e vai
muito além do que é dito por aqueles que não
apreciam o estilo. O rock pediu liberdade, e foi
isso que Edu Silva mostrou de maneira alegre,
contagiante e envolvente para os jurados e o
público. “Eu estava ali para me divertir e cativar
o público com o som da guitarra”, argumenta.

Cena em Alagoas

Perguntado sobre a cena underground


em Alagoas, Edu foi bem enfático ao dizer que a
mentalidade de muitos músicos está restrita ao
seu espaço: “as bandas deveriam ajudar mais,
esquecer que há divisões entre os ritmos, e
lembrar que todos procuram por um mesmo
objetivo: mostrar que Alagoas tem ótimas
bandas, independente do estilo”. Completa,
ainda: “Eu não me considero um músico de
qualidade, mas quero aprender e conhecer
coisas novas”.
Em todo o momento, Edu sempre se
refere aos seus amigos e suas influências por
ter alcançado o que é hoje. “Quero agradecer
aos meus amigos. Essa música já não é mais
minha, é deles agora.” Silva finaliza: “obrigado
à Revista pelo ótimo trabalho e pela diferença
que tem feito.”
World Metal
Notícias e Curiosidades
UFO: dois shows S t o n e Te m p l e
confirmados no Pilots lança música
Brasil em rádio

O U F O A estação de
a c a b a d e rádio norte-
confirmar, em seu americana KISW
site oficial, uma apresentação em São 99.9 FM disponibilizou, em seu site, o
Paulo, no dia 26 de maio, e outra dia 27, em single inédito do Stone Temple Pilots,
Goiânia. "Between the Lines".
A banda ainda conta com os dias 28, "Between the Lines" é também o
29 e 30 do mês livres para o agendamento nome do novo trabalho da banda, que deve
de shows no Brasil. chegar às lojas dos EUA dia 25 de maio.

Rush: seis músicas novas prontas pequena turnê para apresentá-las, voltando
ao estúdio logo depois para compor
novamente? Seria uma maneira
Em entrevista ao jornal The Canadian
interessante de agitarmos nosso modo
Press, Neil Peart, considerado um dos
habitual de fazer as coisas. (...) Ainda não há
melhores bateristas do mundo, revelou
nada que eu possa confirmar. (...) Tudo o
detalhes sobre o próximo lançamento de
que posso dizer é que estamos
sua banda, o Rush: "Juntaremos essas
considerando essa possibilidade.”
(novas) canções e, se elas soarem bem,
Geddy Lee e Alex Lifeson haviam
provavelmente iremos lançá-las por conta
comentado que já têm seis músicas prontas
própria. Nos perguntamos: se finalizarmos
no dia anterior.
algumas composições, sairemos numa

I c e d E a r t h Dave Grohl tem


lançará box de overdose de café
edição limitada
De acordo
O "Box of the com informações
Wicked", da do site R7, Dave
banda americana Grohl foi atendido
de Power Metal Iced Earth, estará limitado em um hospital por
a 10.000 cópias no mundo todo. causa de seu consumo excessivo de café.
O box contará com os álbuns Em entrevista a uma rádio britânica, Grohl
originais em digipack “Framing confirmou a informação.
Armageddon” e “The Crucible of Man”, Há alguns dias, um vídeo surgiu na
além de EPs, um CD bônus, um encarte de web, onde Grohl aparece tomando muito
12 páginas com fotos em alta qualidade café e ficando hiperativo ao lado dos
inéditas da banda, e um pôster colorido de colegas de banda do Them Crooked
tamanho A1. Vultures.

07 RM
World Metal
Notícias e Curiosidades
Soulfly Rammstein planeja
c o n fi r m a d o shows na América do
para o Rock in Sul
Rio Lisboa
Em entrevista
O site recente a um jornal colombiano, o baixista
do Rock in Rio Lisboa anunciou que a Oliver Riedel falou sobre os planos do
banda de Max Cavalera, Soulfly, tocará no polêmico Rammstein de estender sua
dia 30 de maio no "Palco Mundo", o turnê pelas Américas. A banda já confirmou
principal palco do evento. datas nos EUA e Canadá a partir de
Max e Cia. tocarão pouco antes de setembro deste ano, e Oliver disse que
Megadeth e Rammstein. planejam ainda passar por mais dois ou
três países da América Latina.

Memórias de Ozzy Osbourne podem virar trabalhar em um filme para Ozzy. Ele
filme recebeu ofertas pelo seu livro. Aquela moça
de 'The Education' poderia me interpretar -
ela é fabulosa!" A “moça” a quem Sharon se
As memórias recentemente refere é a atriz britânica Carey Mulligan,
publicadas de Ozzy Osbourne em "I Am uma vez indicada ao Oscar.
Ozzy" estão prestes a ser passadas para a Sharon comentou ainda que as
telona no ano que vem, se a esposa e conversas a respeito do filme estão bem
empresária de Ozzy, Sharon, fizer sua avançadas. Johnny Depp foi bastante
parte. Em entrevista para a revista People, mencionado no passado como uma
Sharon disse, "Ano que vem, quero possível opção para interpretar Ozzy.

“Diamond Eyes” do Sick of It All: arte da capa


Deftones já tem de novo álbum revelada
capa
Foi revelada A banda de
a c a p a d e NYHC Sick of It All
“Diamond Eyes”, revelou a arte da capa
novo álbum do de seu próximo disco,
Deftones, que sai “Based on a True Story”, previsto para o dia
pela Warner Bros. 20 de abril. O álbum será lançado em LP,
no dia 18 de maio. Junto a ela, foi divulgado CD e versão digital.
o segundo single, também chamado Será lançada também uma versão
“Diamond Eyes”. Ele pode ser ouvido Media Book deste disco, com um DVD
através de um vídeo no YouTube. bônus, que terá uma arte diferente do disco
O álbum foi produzido por Nick convencional.
Raskulinecz, responsável pelo último Este será o primeiro lançamento do
lançamento do Alice in Chains. grupo desde “Death to Tyrants”, de 2006.

08 RM
World Metal
Notícias e Curiosidades
Led Zeppelin: o retorno? Tracklist e capa de novo
álbum do Hole são
Parece que não. O divulgados
agente do Download
Festival, Andy Copping, “Nobody’s Daughter”
confirmou que o Led tem lançamento
Zeppelin foi convidado para ser o previsto para o dia 27
headliner do festival no próximo verão. de abril, e contará com onze faixas em seu
Apesar de, segundo Copping, "montanhas tracklist, dentre elas “Skinny Little Bitch”,
de dinheiro" terem sido oferecidas, a “Pacific Coast Highway”, “Someone Else’s
chance de uma reunião é muito pequena. Bed” e “Letter to God”. Será o primeiro
O agente fechou com bandas como lançamento do Hole desde “Celebrity
AC/DC e Aerosmith para headliners. Skin”, de 1998.

Iron Maiden: possível turnê na América Latina local para a apresentação. Um ano após a
em 2011 última passagem pelo Chile, o sexteto
britânico já está negociando seu retorno,
em março de 2011.
Segundo o jornal chileno La Tercera, Os números jogam a favor dos
os mesmos produtores responsáveis pelos promotores chilenos: no show de 2008,
shows da "Somewhere Back in Time Tour" foram vendidos 28 mil e 500 ingressos. Em
do Iron Maiden em 2008 e 2009 no Chile, 2009, 56 mil fanáticos viram a Donzela de
confirmaram os rumores das negociações Ferro no Club Hípico.
da volta do grupo ao país. O Estádio Há boatos fortes de mais datas na
Nacional é a principal aposta de possível América Latina.

O retorno das Bonecas Assassinas G a m m a R a y fa r á


apresentação em São
Paulo

O s h o w
acontecerá no dia 9 de
maio, no Santana Hall.
A apresentação será uma realização
A banda norte-americana de Horror da Rádio Corsário, em parceria com a
Punk Murderdolls confirmou seu retorno Negriconcerts. O ingresso normal para a
através de um de seus frontmen, Joey pista custa R$90,00, e para quem quiser
Jordison (Slipknot), e também anunciou conferir por camarote, R$140,00.
um disco novo para 2010, intitulado O Gamma Ray passará por terras
"Women and Children Last". brasileiras divulgando sua atual turnê,
O grupo possuía apenas um álbum intitulada “To the Metal”. Novas datas são
lançado quando decidiu entrar em hiatus, esperadas.

09 RM
Rock Meeting é lançada em Recife
Com quase um ano de existência, a Rock Meeting foi agraciada com uma
participação no lançamento da Otherside Produções, onde teve seu
momento de apresentação

Texto: Pei Fang Fon


Fotos: Daniel Lima

O
último dia 19 representou um marco para a cena pernambucana de Rock and Roll. Na tarde
desta data, na loja Abbey Road Discos, houve o lançamento oficial da mais nova produtora
de eventos de Recife, a Otherside Produções, composta por João Andrade e Joabson
Brainntwein.
O evento contou com a presença das bandas que compõem o casting da produtora:
Gandavo, Pandemmy, Obscurity Tears, Cangaço e Lethal Rising, além da presença de Sandro Moura
(Instituto de Bateria Sandro Moura), renomado baterista de Pernambuco que já tocou com grandes
nomes da música brasileira; de parte da equipe da Rock Meeting, Almir Lopes (do blog alagoano
Boteko do Rock) e Alvete (figura ilustre da Abbey Road Discos).
A Otherside apresentou as suas propostas para 2010, entre elas, a parceria feita com o site
de notícias Latin Metal, da Argentina, que contempla as bandas latino-americanas; e um evento
totalmente gratuito realizado junto à prefeitura do Recife, que acontecerá em abril.

Lançamento

Nesta mesma tarde, houve a apresentação do


anfitrião do evento, João Andrade, junto a Joabson
Branntwein (ambos da Gandavo), e Márcia Raquel
(Obscurity Tears). O trio proporcionou belos momentos de
música, ao som de voz e teclado.
A dupla da Gandavo interpretou as canções “Black
Chamber”, do Blind Guardian, e “There's No End if You Still
Believe in”, música própria da banda. O significado desta
última, em particular, reluzia entre os sentimentos de
todos, como a esperança que cada um carrega dentro de
si, inclusive para o eterno sonhador, e ao mesmo tempo realista, João Andrade.
Na sequência, houve um momento sublime, que foi o dueto de João e Márcia Raquel, do
Obscurity Tears. Ambos cantaram a música “The Phantom of the Opera”, de Andrew Lloyd Webber,
talvez a interpretação mais aguardada da tarde. Com sua voz suave e encantadora, Márcia encarou
bem o desafio e surpreendeu a todos com seu talento e a sua maneira de cantar. Sua interpretação
foi maravilhosa.
Após este momento, ela demonstrou, mais uma vez, do que é capaz, e cantou a canção do
grupo holandês Within Temptation, “Mother Earth”. Todos já haviam se encantado com a música
anterior, e esta só fez comprovar o talento de Márcia Raquel. Por um momento, sua voz foi
confundida à da frontwoman do Within Temptation, Sharon den Adel. Foi aplaudida por todos.

10 RM
Pei Fang, Almir Lopes, Mirela Figueirêdo, Alvete, Daniel Lima

Rock and Roll


Os parceiros da produtora tiveram seus
momentos de fala, e algo chamou a nossa
atenção, por ser um assunto frequentemente
debatido pela Rock Meeting: o Rock and Roll
como um estilo único e universal, sem qualquer
distinção de estilo, seja ele Death, Thrash,
Heavy ou Gótico.
A m e n s a g e m fo i a m e s m a , e João Andrade e Joabson Brainntwein (Gandavo)
compartilhada pelo público. Assim como em
Alagoas, a divisão também ocorre em Rock Meeting
Pernambuco, e a falta de apoio não é muito
diferente da que presenciamos aqui. No Na mesma ocasião, a Rock
entanto, a Otherside vem para acabar com este Meeting estava bem representada no
estigma e dizer que Recife tem músicos de evento. À frente da palavra, a
qualidade, que precisam ser mostrados; e sem idealizadora da revista, Pei Fang Fon,
esquecer da criação e realização de eventos, falou do compromisso e da postura
para que as bandas pernambucanas e que a RM vem tomando desde sua
convidadas tenham a oportunidade de mostrar o criação, quando só havia três pessoas
seu som. na equipe, na primeira edição.
Em razão deste descaso, muitos elogios Hoje, composta por seis
foram feitos à iniciativa da Otherside em fazer a membros, e pensando em agregar
diferença por lá. Almir Lopes completou, mais colaboradores, ela comentou:
dizendo que todos têm de lutar, e que se não “Nós temos a preocupação de
acreditasse nisso, não estaria ali para apoiar a proporcionar, a cada edição, o melhor
ideia de João Andrade e Joabson Brainntwein. que podemos, e comprovamos isso
nos comentários que os leitores
deixam em nossas páginas pessoais
do Orkut, e nos e-mails também. É
uma satisfação e uma preocupação ao
mesmo tempo, pois temos que
melhorar sempre.”

Pei Fang Fon (Rock Meeting), Almir Lopes


Boteko do Rock) e Pandemmy

11 RM
Abismo: 10 anos de trabalho e Rock’N’Roll
Diante do resgate que a Rock Meeting vem fazendo, a banda da vez é a ABISMO.
Uma das bandas mais antigas de Alagoas, e que vem acompanhando as mudanças
do Rock and Roll, traz para os leitores uma entrevista cheia de humor e indagações.
Se você não conhece ainda, pare e leia. Fique por dentro do que pensa os
integrantes da banda e suas perspectivas sobre os mais variados assuntos.

Texto e fotos: Pei Fang Fon

1 - Quem faz a 'Abismo'?


IVALTER - Atualmente, formamos a Abismo eu, Ivalter Holanda (bateria); Allan Nogueira (vocal); Anderson
Peixoto (guitarra) e Mário Viana (baixo).
ANDERSON - De maneira geral, podemos dizer que o público também, já que eles escutam nosso som e nos dão
forças para compor e continuar o nosso trabalho como músicos.

2 - Quando e como iniciou?


ALLAN - Por volta de 1997, eu e o Ivalter começamos a planejar algo relacionado a música. Em 1999, tivemos as
primeiras formações da banda, já usando o nome Abismo, e em 2000 fizemos nosso primeiro show, em uma festa
de aniversário.
IVALTER - Esse início, em 1997, foi com trabalhos envolvendo música para algumas disciplinas. Isso aconteceu
desde o ginásio até o ensino médio, período em que eu e Allan estudamos juntos. Alguns amigos de turma se
juntaram à idéia de formar uma banda, mas somente nós dois continuamos com o trampo.

3 - Diante da formação de uma banda, o processo de escolha de um nome não é nada fácil. Como
surgiu o nome 'Abismo'?
ALLAN - Uma dessas formações, a de 1999, teve um amigo nosso, o Thadeu Luz. Ele já tinha essa 'carta na
manga'. Como estávamos com dificuldade para nomear a banda, o nome 'Abismo' veio muito a calhar. No início,
ainda houve relutância, porque algumas pessoas chegavam a achá-lo negativo, mas diante da multiplicidade de
significados que o termo “abismo” pode ter, seguimos em frente com ele.
RM
IVALTER - Antes de 'Abismo', um outro amigo centavo. O CD ficou com uma qualidade
tinha dado a idéia de colocar o nome de 'Orion', profissional.
em referência a uma música do Metallica, que, ALLAN - Eu e o Ivalter produzimos a parte
no início, até foi bem aceita, mas depois deixou gráfica do CD. Um amigo, Gustavo Aguiar, já
de ser uma opção, por haver diversas outras tinha a foto da capa, que dialoga bem com o
coisas (produtos, empresas etc.) com o mesmo conceito do álbum.
nome. IVALTER - Depois de tudo pronto, foi só lançar.
Mas para lançar, planejamos evento para
4 - Toda banda sonha com o lançamento marcar o lançamento. Foram dias, noites e
de um CD contendo músicas próprias, a madrugadas colando cartazes nas ruas,
'Abismo' seguiu o mesmo ritmo. Conte fazendo reuniões com as bandas participantes,
para nós como foi esta indo a diversas casas
fase de gravação até de shows para fechar
ter o produto pronto um contrato para o
em mãos. evento... No fim das
IVALTER - Talvez essa fase contas, valeu muito
tenha sido a mais difícil e pena, visto que o show
trabalhosa para nós. aconteceu, e até
Sempre dizíamos que, superou nossas
quando fôssemos lançar expectativas.
algo, deveria ser bom e
com uma qualidade legal, 5 - Alguns músicos
para o tempo de banda q u e f o r a m
que já tínhamos. Com entrevistados pela
algumas trocas de 'Rock Meeting'
músicos durante o tempo citam a 'Abismo'
de banda, foram surgindo como referência e
d i ve r s a s m ú s i c a s , e inspiração. Como a
devemos, é claro, muito aos outros integrantes banda se sente com tal honraria?
que já passaram por aqui. ALLAN - A gente pagou para que eles citassem a
ALLAN - O CD “Until the Selfishness Tear Us Abismo! (risos)
Apart” é uma espécie de apanhado d o s d e z ANDERSON - É uma honra, com certeza. A
anos de banda. Tem música que tocamo banda tem pouco mais de dez anos e tem uma
s em nossos primeiros shows, assim boa aceitação na cena local. Estamos na ativa já
como coisas que haviam sido há algumas gerações. Algumas bandas,
compostas alguns meses antes da infelizmente, acabam no meio do
gravação. Na verdade, tem letra que eu caminho por falta de oportunidade de
terminei no dia que fui gravar os se apresentar constantemente, e até
vocais! A gravação foi um momento mesmo por ausência de público.
sério, mas bastante descontraído, já Agradecemos ao nosso público e aos
que estávamos fazendo algo, também, nossos amigos, por estarem sempre
por diversão. Além disso, gravamos ao nosso lado.
com o Daniel Saraiva, ex-guitarrista da IVALTER - Que honra! (risos) Saber
Mutação e amigo da gente desde o que somos, de alguma maneira,
início da banda, que já conhecia a referência para outra banda de nosso
sonoridade da Abismo e de outras bandas estado nos deixa muito felizes, sim.
que tomamos como referência. Foi algo bem Quando começamos, nós também fomos
tranqüilo. influenciados por bandas daqui. Esperamos
ANDERSON - Como não temos nenhum tipo de que essa influência seja, além da questão
patrocínio, cada um se esforçou musical, também em relação a nossa história,
financeiramente para gravar: é um trabalho luta e perseverança para conseguir alguma
independentemente. Passamos um ano, coisa nesse ramo tão difícil onde vivemos.
literalmente, para gravar, mas valeu cada

13 RM
6 - Toda banda passa por algum momento Além disso, temos uma ideia de fazer um show
estranho/bizarro/engraçado. O que têm para comemorar os dez anos da banda. Estamos
para nos dizer sobre isso? tentando resolver isso...
ALLAN - Além dos vários momentos de estrutura ANDERSON - Estamos compondo novas músicas
precária, som ruim ou microfone dando choque, e pretendemos dar início às gravações do nosso
temos outras lembranças esquisitas. Um CD ainda este ano. Queremos participar do
componente da banda chegou a ser preso certa máximo de shows, tocando um novo repertório
vez, em um show, porque “deu dedo” para a sempre que possível.
polícia; outra vez, um componente arrumou IVALTER - Pelos dez anos de banda, pensamos
briga (na mão mesmo!) com outra banda; em em fazer um evento legal pra marcar nossa
outra situação, fomos tocar numa cidade do história, já começamos a planejar algumas
interior e o motorista do ônibus que a coisas. Hoje em dia, temos uma grande
organização alugou nos deixou no Farol, às cinco facilidade, que é o nosso próprio estúdio de
horas da manhã, sendo que moramos todos na gravação. As coisas vêm andando bem depressa
região do Vergel e da Ponta Grossa. Tivemos que toda vez que nos encontramos. Quando tem
voltar andando para casa... São situações que, ensaio e surge algo novo, já gravamos de cara, e
hoje em dia, a gente ri, mas que na hora n o s isso é muito bom. Quem sabe não rola um novo
deixaram putos, ou pelo menos um pouco ten lançamento para esse ano?
sos...
ANDERSON - Já tivemos a oportunidade 8 - Até chegar a formação de uma banda, é
de tocar fora do Estado, e nessas viagens preciso ter algo em comum. Qual(ais)
ocorrem muitas coisas engraçadas no particularidade(s) musical(ais)
caminho. Nos deparamos com costumes que os componentes da
diferentes, e algumas coisas nos 'Abismo' ouvem?
fazem rir e descontrair durante a ALLAN - Eu ouço muita música,
viagem. Cada lugar tem seus de muitas vertentes diferentes.
“roqueiros”, que se vestem ou se Só não sou chegado a essas
comportam diferente, o que se músicas da maioria das rádios
torna engraçado. FM de Maceió. Gosto do
IVALTER - Com certeza, muitos rock'n'roll das bandas surgidas
momentos. (risos) Vou citar um nos anos de 1960 e 70, inclusive
apenas: quando viajamos para tocar as nacionais; escuto muito samba
em Petrolândia (PE), chegamos ao lugar tradicional; curto os artistas
do show e ficamos, do início ao fim do show, relacionados à tropicália; de vez em
no local. Chega a primeira banda: todo mundo quando, baixo algumas coisas de jazz ou blues
de preto, piercings, tattoos, até sobretudos. que são interessantes; às vezes, escuto coisas
Imaginamos: “deve ser uma banda de metal eruditas; e, lógico, escuto as bandas locais, seja
extremo, Black Metal ou algo do tipo!” Fomos por gostar, ou para dar um feedback para os
falar com um dos caras mais estranhos da amigos.
banda, que tinha um piercing que ia do nariz até IVALTER - Eu ouço diversas vertentes do rock:
a orelha. Quando perguntamos o que ele tocava, Metal Extremo, New Metal, Grunge, Metal
ele respondeu que era “metal”. Quando Hardcore (Metalcore)... Uma porrada de coisas.
perguntamos sobre o repertório, ele falou que a Tudo é influência para botar as idéias na Abismo.
banda era cover de Los Hermanos. A gente teve Pelo menos, para mim, na bateria.
que se segurar para não cair na gargalhada na ANDERSON - Todos nós ouvimos rock,
frente dele! (risos) obviamente, mas cada um tem seu estilo
musical preferido. Assim, creio que fica até
7 - Qual(ais) o(s) plano(s) para 2010? melhor, porque juntamos os nossos gostos para
Lançamentos, shows...? criar coisas novas, e não músicas iguais que
ALLAN - O que eu mais queria era que todos pareçam plágio. Tentamos fazer algo novo.
tivéssemos tempo para ensaiar, como tínhamos
há uns 7 anos atrás. Esse é meu plano! (risos)

14 RM
9 - Diante da regularidade, escolham o shows. Para mim, um show que aconteceu por
TOP 5 das melhores músicas para a volta de 2002 ou 2003 foi marcante, quando vi
banda. Justifique cada item. e ouvi, pela primeira vez, uma casa de show
IVALTER – Vamos limitar lotada gritando o nome da Abismo. Outros dois
nossas escolhas ao momento shows que destaco são: I Undergracy, show de
atual da banda, pois em graça em uma Praça no Graciliano Ramos, com
outras fases já tocamos coisas muita gente e o público
bem diversas ao que listamos. Abrir o show do interagindo bastante com a
Como optamos por uma linha Sepultura e do banda; e o outro show aconteceu
entre o Thrash e o Metal Alternativo, Angra foi marcante na Cruz das Almas, com pouco
nosso TOP 5 é neste sentido.
demais, pois elas sempre público, mas que decidimos tocar,
ALLAN – 5. Raining Blood (Slayer): esta pela primeira vez, apenas nossas
música, especificamente, não está há
foram bandas que músicas, sem nenhum cover.
tanto tempo em nosso repertório, mas tivemos como referência ANDERSON - Para mim, com
incluímos aqui por conta da importância para o nosso som, certeza, o dia 14 de setembro de
do Slayer para a Abismo. É uma banda principalmente o 2008. Esse dia foi o lançamento
que apareceu em nosso repertório já no Sepultura. do nosso primeiro CD, a casa
final de 2000 e início de 2001, quando estava cheia de amigos e 'fãs' da
tocávamos Spill the Blood. Temos um banda de várias épocas, todos
diálogo antigo. com bastante gás do início ao fim do show.
4. Cowboys From Hell (Pantera): da tradição Tocamos as músicas próprias e alguns covers
do Thrash Metal, Pantera é uma das que mais que marcaram a trajetória da banda. Um show
tomamos como referência, acho que dá para inesquecível.
perceber alguns elementos 'panterísticos' em IVALTER - Poderia apontar vários. Vou lembrar
nossas músicas. alguns: o show de lançamento foi
3. Wait and Bleed (Slipknot): é uma música impressionante, visto que demos prioridade às
que nem tocamos mais, mas foi nossas músicas e a reação do
bastante decisiva nos rumos público foi realmente incrível. E,
sonoros que tomamos. lógico, abrir o show do Sepultura
2. Loco (Coal Chamber): é uma e do Angra foi marcante demais,
música que está presente no pois elas sempre foram bandas
repertório desde o primeiro que tivemos como referência
show da Abismo, realizado em para o nosso som,
2000. O Coal Chamber, junto principalmente o Sepultura.
com o Slipknot, é uma grande
referência nossa dentro desta 11 - Há expectativa para um
vertente do New Metal, que hoje próximo álbum?
em dia já nem é tão 'new' assim. ALLAN - Expectativas existem
1. Roots Bloody Roots e Troops sempre...
of Doom (Sepultura): ANDERSON - Sim, ainda este ano
transformamos nosso TOP 5 em daremos início.
TOP 6, por achar que seria IVALTER - Estamos compondo
injusto citar uma e não sempre coisa nova nos ensaios.
mencionar a outra. Na verdade, Já até gravamos uma nova faixa.
isto é só uma forma de enfatizar a importância Mas vamos aguardar mais músicas para
do Sepultura, em todas as suas épocas, para o montar um novo álbum.
nosso som. ALLAN - O primeiro CD levou 9 anos para ficar
pronto. Se este levar um 7 ou 8, sairemos no
10 - Qual a apresentação que poderia ser lucro! (risos)
destacada na carreira da 'Abismo'?
ALLAN - São dez anos de banda, são inúmeros

RM
15
Algunss organizadores fazem divulgações
muito precárias – esperam apenas pela
internet –, ou simplesmente não fazem
divulgação alguma.

13 - Já receberam convites para tocar


fora de Alagoas? Onde e como foi?
ALLAN - Sim. Tocamos uma vez em
Garanhuns e outra em Petrolândia, ambas
cidades de Pernambuco. Foram shows que,
como quaisquer outros, apresentaram
problemas, ora com som, cansaço, questões
de organização etc. Não podemos classificá-
los como 'perfeitos' por isso. Mas tivemos
boas respostas do público, fizemos amizades
com as bandas dessas cidades, além de
termos uma boa relação com os
organizadores dos dois shows.
IVALTER - Além desses, já tocamos em
algumas outras cidades aqui de Alagoas,
como Rio Largo, Arapiraca, Satuba. O grande
lance é perceber que aquele público nunca te
viu ou ouviu, de fato. Quando curtem o seu
som num lugar distante de sua casa, a
sensação é bem legal.

14 - Diante da vivência da banda, o que


a 'Abismo' pode destacar como ponto
positivo e negativo para o Estado?
ANDERSON - O ponto positivo é que podemos
12 - É inevitável não falar sobre isso, mostrar que temos boas bandas que fazem com
mas qual é a opinião da banda sobre o pesado, até mesmo a nível de bandas grandes,
cenário e comportamento do público d o mainstream, inclusive as que trabalham
alagoano que curte rock? com som autoral.
ANDERSON - O público hoje é novo e muito ALLAN - O lado negativo que eu
jovem e isso é bom, porque novas gerações vejo, desde sempre, é o pouco
vêm surgindo e dando continuidade ao rock. caso com a cultura em Alagoas:
Eles estão comparecendo aos shows e isso, há não é motivo de orgulho para
pouco tempo atrás, não estava acontecendo. O nós sermos o único estado do
público praticamente tinha acabado, poucos Nordeste sem leis de incentivo
iam aos shows e, assim, desanimando tanto os à cultura ou programas firmes
organizadores dos shows, quanto as próprias para as variadas vertentes
bandas. Mas hoje, felizmente, o público vem artísticas; se juntamos esse
s u r g i n d o n u m e r o s a m e n t e . dado ao fato de sermos de um
ALLAN - Já eu acho que a cena está capengando meio alternativo, diferente do convencional,
demais, há tempos. Uma ou outra iniciativa nem sempre vistos com bons olhos pelas
consegue mobilizar o público, mas, no geral, 'pessoas de família', percebemos que a coisa
vemos shows vazios. Mas não podemos dizer deixa de ser um mero 'pouco caso' e passa a ser
que o público é o único culpado por isso, já que marginalização e discriminação mesmo. Enfim,
muitas vezes ele nem fica sabendo dos eventos. espero que este quadro mude um dia.

16 RM
EXCLUSIVO

Muito além de uma voz feminina a frente de uma banda de rock, Dani Nolden fala
da sua convivência com os integrantes, suas dificuldades e algumas curiosidades nas
turnês da Shadowside. Confira, com exclusividade para a Rock Meeting, esta
entrevista bem humorada e carregada de sentimento.
Yzza Albuquerque - Pei Fang Fon
Fotos: Ricardo Zupa

Olá, Dani! Primeiramente, muito obrigado por esta entrevista! É uma honra para a
Rock Meeting, tê-la como entrevistada.
Dani Nolden: Obrigada, é um prazer para mim!

Inicialmente, gostaríamos de parabenizar a você e ao resto da banda pelo novo


álbum, “Dare to Dream”, que, soubemos recentemente, é um dos mais vendidos do
país. Como se sente a respeito disso?
Dani Nolden: Tentada a ficar com a sensação de dever cumprido, mas me forçando a pensar que é
muito cedo para isso e ficar com os pés no chão. (risos) Nós tivemos uma recepção excelente por
parte da mídia com esse álbum, mas nada realmente importa se os fãs não pensarem da mesma
forma. O “Theatre of Shadows” foi muito bem nos dois sentidos, então lançar um segundo
trabalho como o “Dare to Dream” e ter a resposta do público não apenas em forma de comentários
na internet, mas também em vendas, mostra que estamos no caminho certo, ao escolher o que
fizemos. Queríamos um disco direto, com força, cru, porém bonito, e acredito que não apenas
atingimos nosso objetivo, mas os fãs antigos entenderam e gostaram da proposta, além de termos
conquistado um grande público novo, tanto no Brasil quanto lá fora. Sem dúvidas, vamos
continuar ousados, pesados e mantendo a diversão em alta no próximo, tentando fazer ainda
melhor que no “Dare to Dream”, assim como fizemos depois do “Theatre of Shadows”.

18 RM
Sabemos que vocês já tocaram tanto fora, tentamos dar todo o apoio possível tanto aos que
quanto dentro do Brasil. Há uma grande já estão indo bem, já tem seu nome consolidado
diferença entre o público brasileiro e o na cena, quanto aos que estão querendo começar
estrangeiro? Algum show em especial que a dar as caras.
gostaria de mencionar?
Dani Nolden: Entre o público espanhol e o A 2ª edição da Rock Meeting teve como
brasileiro, quase não há diferença. Eles são matéria principal as mulheres do cenário do
quentes, apaixonados e loucos, como nós. O que é rock alagoano. Você sente alguma
especial com o espanhol é que a comunicação é diferença na resposta do público por ser
através de música pura. A grande maioria não fala mulher? Já enfrentou algum tipo de
uma palavra de inglês, e conversar em portunhol preconceito?
não é uma experiência tão simples quanto parece. Dani Nolden: Eu não posso dizer se sinto alguma
(risos) Eles reagem de forma bem intensa ao show diferença, porque eu nunca fui homem para
e é uma experiência muito legal. O americano é um comparar! (risos) Não sei se o público reagiria
pouco mais contido na maior parte do tempo, mas diferente ao Shadowside se fosse uma banda
quando ele escuta alguma coisa que toca seu formada apenas por homens. Eu acredito que o
interior, ele não resiste também. caminho teria sido diferente, mas a reação, não.
Eu vi alguns dos fãs mais extremos e enlouquecidos Nós, talvez, tenhamos mais atenção de um lado
nos Estados Unidos, em Illinois, no ano passado. Foi por eu ser mulher, mas temos mais problemas
o primeiro show permitido para menores de idade para sermos vistos como uma banda real, e não
que fizemos, já que lá, em shows que servem como algo formado com a intenção de capitalizar
bebida alcoólica, só é permitida a entrada de em cima da imagem feminina. Eu fui uma das
maiores. O lugar estava cheio de adolescentes, eles fundadoras da banda, então ninguém pensou,
eram a maioria esmagadora... Mas nenhum deles “vamos colocar uma mulher na banda para
tinha o visual típico de um fã de Heavy Metal. Eu me chamar atenção”. Meus amigos e eu
assustei, achei que eles estavam lá esperando outra simplesmente decidimos fazer música. Ou
coisa. (risos) Mas eles já nos conheciam, eram fãs barulho! Você escolhe. (risos) Eu não acho que o
por causa do MySpace, e foram alguns dos fãs mais público ainda tenha esse tipo de preconceito.
loucos e violentos, em um bom sentido, que eu já vi. Mesmo muitos daqueles que dizem não gostar de
Depois do show, eles trocaram as camisetas vocal feminino acabam gostando de nós, porque o
coloridas pelas pretas, do Shadowside. (risos) problema deles não é com a mulher, e sim com as
vozes das mulheres que eles conhecem. Mas “não
Ao entrevistarmos outras bandas, gostar de vocal feminino” acaba no instante em
percebemos que todas elas se queixam muito que ele ouve algo que o agrada.
do que chamam de uma desunião dentro da
cena de Metal do país. Você compartilha Ainda dentro da questão de ser mulher,
dessa opinião? Alguma observação em você sente falta de companhias femininas
particular? enquanto está em turnê? É difícil conviver
Dani Nolden: Eu percebo um pouco de “cada um diariamente com vários homens?
por si” aqui, sim. Mas eu acredito que isso é um Dani Nolden: Às vezes, especialmente porque eles
reflexo do que parte do público no Brasil se tornou: são como meus irmãos, mas eu adoro esses
torcida organizada. Apenas a banda que ele gosta chatos e damos muitas risadas juntos. Acho que
presta, o resto é lixo, e ele vai ofender quem for até as brigas são engraçadas, porque são sempre
preciso para defender a opinião dele. Eles não idiotas! (risos) Fica mais difícil se um não respeita
torcem pelas bandas brasileiras e não percebem as diferenças do outro, o que não é nosso caso.
que, quando uma banda vai bem, ela abre o espaço Uma companhia feminina faz falta, de vez em
para todas as outras. Várias pessoas nos Estados quando, porque eu converso de tudo com os
Unidos nos pediam recomendações de bandas rapazes, mas não é a mesma coisa que falar com
brasileiras, e nós sempre passávamos alguns links uma amiga, que entende exatamente o que você
para eles conhecerem o talento daqui. Nós, pensa. Mas, com certeza, a convivência com os
felizmente, conseguimos superar esse tipo de coisa homens é mais interessante, exatamente por eles
e temos nosso público fiel, crescendo, tanto aqui não me entenderem completamente e eu não
quanto no exterior, e como não sentimos entender a cabeça masculina. Nós aprendemos
necessidade de ser melhores que outras bandas, muita coisa uns com os outros!
não as vemos como concorrentes. Sempre
19 RM
Vocês são vistos como a segunda maior pareceu a escolha óbvia, já que o sucesso
banda brasileira em termos de recepção por internacional era algo que fazia parte dos
parte do público nos Estados Unidos, nossos “planos-sonhos”. Mas eu pretendo fazer
estando atrás somente do Sepultura. Tendo uma em português no próximo disco. Somos
em mente que a audiência estadunidense brasileiros, acho que seria legal escrever uma
não costuma receber bandas estrangeiras letra que as pessoas que não falam inglês
muito bem, como você encara essa possam entender, como agradecimento a todo o
conquista? apoio.
Dani Nolden: Eu recebi isso com muita surpresa,
quando começou a acontecer. Não tinha ideia da Que bandas mais te influenciaram como
possibilidade de um mercado tão fechado como vocalista?
esse se abrir para nós rapidamente. Sempre nos Dani Nolden: Como vocalista, eu fui
disseram que lá não existia espaço para nós, que o influenciada por cantores mais que por
Metal estava morto, mas o que encontramos, bandas... Foram vocalistas como Steven Tyler,
quando tocamos no Indianapolis Metal Fest pela Rob Halford, Freddy Mercury, Sebastian Bach...
primeira vez, foi exatamente o contrário: um Vozes potentes, diferentes, de atitude.
público incrivelmente apaixonado por Metal e fiel, Inconfundíveis. Toda voz assim me pega pelo
loucos pelas bandas antigas e famintos por ouvido. (risos)
novidade. Eles são bem exigentes com os artistas
novos, mas estão nos aprovando, e ficamos E como pessoa?
maiores a cada turnê que fazemos por lá. Dani Nolden: Como pessoa, tudo o que eu
escuto deve ter influenciado minha
Ao analisarmos a discografia do personalidade, de certa forma. Minha lista de
Shadowside, percebemos que você músicas tem Queen, Deep Purple, Iron Maiden,
escreveu a maior parte das músicas da Disturbed, Rammstein, Tears for Fears, Judas
banda. O que considera sua fonte de Priest, Sevendust, entre muitas outras coisas,
inspiração? dentro e fora do Rock/Metal. Quando eu era
Dani Nolden: Eu escrevi muita coisa, mas sempre pequena, escutava apenas Michael Jackson e
com ajuda de todos da banda. Eu também mexi Queen, então me apaixonei por música e foi um
nas músicas que não assino, assim como todos caminho sem volta. (risos)
mexeram em todas as minhas músicas. Minhas
fontes de inspiração são meus amigos, minhas O que (ou quem) te motivou a cantar?
experiências pessoais, coisas que eu vejo Dani Nolden: Além do meu amor por música,
acontecer, tanto na estrada, quanto na minha meus pais, que foram os primeiros a acreditar
cidade. Quase todas as músicas são situações que eu poderia seguir essa carreira. Eu sempre
reais, não necessariamente coisas que fui meio rebelde sem causa. Fui uma criança
aconteceram comigo, mas com pessoas próximas meio complicada, com um temperamento
a mim. Eu gosto de escrever dessa forma, permite explosivo, mas não tenho a história típica anti-
que todos consigam se identificar com a música. família. Meus pais me deram força para essa
“loucura” de carreira musical, que acabou
Você costuma compor na estrada? Por que dando certo. Mas o que me fez querer cantar,
as músicas são escritas em inglês? além de observar que ninguém queria cantar
Dani Nolden: Nosso processo de composição é nas bandas, foi minha absoluta preguiça para
feito em um trabalho bem “de grupo”. Eu aprender a tocar um instrumento realmente
componho em qualquer lugar. (risos) A estrada é bem. Eu toco piano, mas nada suficiente para
um bom lugar, porque as viagens, às vezes, são impressionar alguém. Não tenho a menor
longas, então é uma boa forma de aproveitar o paciência para estudar horas e horas por dia.
tempo. Nunca pensamos muito se as músicas Cantar é mais divertido, e o equipamento que
deveriam ser em inglês ou português. Inglês tenho que carregar é bem mais leve. (risos)

20 RM
Alguma história especial por trás do nome “Shadowside”?
Dani Nolden: Não existe uma história, mas o significado é que todo mundo tem um “shadowside” (“lado
obscuro”, ou “lado das sombras”). É o lado que todo mundo esconde, que tem vergonha ou medo de
mostrar, seja o lado carinhoso do machão de pedra, ou o lado perverso de alguém que posa de santo. E ele
está em todo lugar, ninguém pode fugir.

Recentemente, o Shadowside foi congratulado pela revista HORNSUP, com o melhor


lançamento de Heavy Metal em 2009 do Brasil. Como se sente com tal honraria?
Dani Nolden: É maravilhoso, representar o Brasil dessa forma. Sem dúvida alguma, uma honra. Eu fico
muito grata por esse tipo de reconhecimento, especialmente porque ele é dado pelo público. Claro que eu
sempre agradeço quando isso vem de alguém da mídia, como quando fomos escolhidos pela maioria dos
jornalistas e colaboradores da revista Roadie Crew como o melhor álbum no Brasil em 2009. Mas quando
isso vem de uma eleição pública, é diferente, porque significa que não estamos agradando apenas aos que
trabalham diariamente com música, nós agradamos àqueles que “apenas” amam música, e os tocamos de
uma maneira que os fez sentir que merecemos essa posição. Isso me deixa louca de vontade de entrar em
estúdio e trabalhar em um álbum ainda melhor, como um presente para todos os fãs!

Qual o melhor show que você já viu? O que o destaca dos demais?
Dani Nolden: Provavelmente, o show do In Flames, no Sweden Rock Fest de 2009. Foi um show impecável,
e a produção de palco transformou o evento em um verdadeiro espetáculo. Mas o que eu mais curti foi o do
Sebastian Bach em 2008, no Rocklahoma, nos Estados Unidos. Foi avassalador, e uma lição de Heavy Metal!

Quais os planos para o futuro? Uma turnê pelo Nordeste é possível?


Dani Nolden: Sim, uma turnê pelo Nordeste está nos planos, assim como em várias outras partes do Brasil.
O “Dare to Dream” será lançado na Europa agora, então vamos passar algum tempo trabalhando por lá.
Confirmamos nossa apresentação no festival Banja Luka Rock Open Air, na
Bósnia-Herzegovina, em Junho. Provavelmente, aproveitaremos a
passagem para fazer uma semana de shows no continente,
para, então, voltar em uma turnê mais longa, depois de fazer
todo o trabalho de divulgação do disco. Ainda faremos mais
alguns shows pelo Brasil também, e temos planos
de começar a gravação do novo álbum no início de
2011, seguido de uma turnê bem longa.

Mediante a mais recente turnê pela Espanha,


conte-nos como foi a recepção por parte dos
espanhóis! O que trouxe de bom na bagagem?
Dani Nolden: Eles são apaixonados, é um público
maravilhoso. Quando tocamos em um festival em
Guijuelo, com o Metalium, nos foi dito que éramos a
atração principal junto com eles. Eu pensei que estavam
falando isso apenas para fazer com que nos sentíssemos bem.
(risos) Mas o que encontramos antes de começar o show foram fãs
que gritavam todas as músicas, usavam camisetas da banda e
estavam lá tanto por nós, quanto pelo Metalium. Além da amizade
com o pessoal do Metalium, da nossa equipe espanhola e da diversão,
trouxemos também ainda mais experiência de turnê, já que foram
quatro shows em quatro dias, com muito pouco tempo para descansar,
pensando apenas em show. Em um sentido mais literal, eu trouxe vinho
e alguns presentes para a família. Não deu tempo de fazer compras...
(risos)

21 RM
RM APRESENTA

No interior também tem Metal


A banda que vem da terra de Zumbi dos Palmares para mostrar que no interior também
tem som de qualidade e com muito valor

A
banda Folorxcia surgiu em 2001 quando as cidade. Mas eles não perderam a vontade de voltar
bandas Bacetéria, Pussy e DNA se juntaram a se reunir e tocarem juntos. Até que me 2008,
para formá-la e tocar Trash Metal. Eles surgiu a oportunidade de reunir velhos e novos
tentam resgatar o que ficou no passado com integrantes para o retorno da banda e assim, a
banda voltou a ensaiar e atualmente está com
influência de bandas dos anos 80 como Sepultura, Fábio (Guitarra e vocal), Tássio (Baixo), Ernandes
Slayer, Kreator e outras consagradas na época e (Guitarra solo), e Thiago (Bateria). Com essa
que continuam a influenciar milhões de jovens pelo formação pretendem lançar uma nova demo e
mundo a fora. buscar novos horizontes para a musicalidade da
Com o passar do tempo, a banda teve uma série de banda.
formações, mas nunca deixou se abater e sempre A banda Folorxcia está aí para mostrar que
lutou para que o Metal agressivo da banda nunca em União dos Palmares não é só terra de Zumbi
perdesse a força e a essência. dos Palmares e do Quilombo, ela tem muito mais
Folorxcia foi a primeira banda de união dos que isso. Tem Heavy Metal e eles continuarão
Palmares a aparecer no jornal AL TV da Gazeta insistindo. E isso vai fazer com que eles levem o
(afiliada da Rede Globo), um marco na história da nome da cidade de União dos Palmares para
cidade por tratar-se de uma banda de Metal que Alagoas e fora do estado, mostrando que Metal
não possui um estilo musical nada comercial. não se faz somente na capital, no interior também
Também participou de duas edições do Arametal tem bastante coisa boa rolando e que foge aos
Night (Arapiraca) que foi um dos maiores eventos padrões já estigmatizado e tradicionais de
de Heavy Metal de Alagoas. Esse festival chegou a qualquer cidade que está distante das grandes
entrar no calendário da revista Rock Brigade que mídias especializadas como acontece no Metal.
como todos sabem, é uma revista bastante
respeitada no conceito Rock. SERVIÇO
Apesar da falta de recursos, conseguiram Orkut para se comunicar com os fãs
lançar o CD Demo Time of my agony. Essa demo http://www.orkut.com.br/Main#Community?cm
teve bastante repercussão e uma boa aceitação do m=22623701
público, fazendo assim, a banda participar de mais Link da música Day After Day(Forloxcia), fique
eventos. ligado no som dos caras:
Em 2004, a banda se dissolveu, gerado pela http://rapidshare.com/files/366450982/04-
falta de estímulo de alguns integrantes e também Day_After_Day.mp3.html
pela falta de apoio para as bandas locais na sua

22 RM
Perfil RM

O Perfil RM dessa edição traz o vocalista das


bandas L100 e Varial. Leo Calheiros. Confira!

1 – Quem é? (apresente-se) CDs gravados em estúdio e vários vídeo


clipes. É isso, “tô” na ativa correndo, amo o
Leo Calheiros, 36 anos, libriano . que faço.
3 – Como surgiu a ideia da banda, você
2 – De onde veio o interesse em se quem fundou? Se não, como entrou?
envolver com música, cantar e formar
banda? Fui convidado pelo Carlinhos e pelo Derick,
foram eles que formaram a banda varial.
Do meu irmão, ele tinha uma banda no Fiquei feliz, como eu disse, sempre gostei de
colégio em 1987, foi daí que começou minha fazer um som próprio e “trampar” com esses
saga. Primeira banda do colégio, nem lembro caras é fantástico.
o nome. Daí em 1991, entrei numa banda
chamada CLAMOR PUBLICO. 4 – Como está o cenário do rock
Uma banda Hard Core com influências alagoano, segundo a sua ótica?
de ratos do porão e cólera. Passei um ano
gritando que só a peste (risos). Daí em 1992 Agora em construção. É complicado falar
recebi um convite de formar uma banda disso, eu sou muito critico , passei por varias
Thrash Metal chamada AVOID , foi daí que situações de mudanças, na época da Avoid ,
minha vida musical deu uma guinada em porra, o cenário era muito foda , mais atuante.
relação a conhecimento musical. Hoje tem muita gente querendo ter banda,
Com 7 anos de corres, com varias todo dia nasce uma banda nova , mas sem a
demos lançadas, um cd com 10 músicas , preocupação de ensaiar , daí faz um show
abrindo show de bandas famosas , viajando o sem noção do que tá fazendo , não para pra
Brasil quase todo , por complicações internas ensaiar, demora um pouco pra fazer direito ,
a banda acabou. Em 2000 fui convidado para por isso os shows não lotam, muita gente fica
tocar numa banda chamada HARAH ( RÁRÁ). com medo de sair pra ver um show, com
Um pop rock, mas, com musicas razão, mas tá melhorando viu, isso é um bom
próprias. Durou um ano. Um cd com 10 sinal.
musicas gravadas. Daí formei a L100 em
2001, fazendo cover, mas um cover bem do 5 – Quais os seus 5 álbuns prediletos?
nosso jeito . Justifique em poucas palavras.
Em 2004 tive a sorte de ser convidado
prá tocar numa banda que me resgatou para o Cowboys From Hell - Pantera (1991)
que eu mais gosto de cantar que é a “rockera” iradíssimo. Vulgar Display Of Power - Pantera
pesada , a VARIAL . (1992), o melhor do Pantera. Alive Or Just
Bem, com o L100 gravei vários CDs Barely Breathing - Killswitch Engage . “My
cover ao vivo. Durante esses 10 anos de Last Serenade”, a melhor música do album.
banda, um DVD ao vivo também. A Varial, dois Prove You Wrong - Prong, CD perfeito .

23 RM
Perfil RM

6 – Quais as bandas alagoanas que você vê que se destacam


mais?

Olhe eu não sou de sair muito para ver os shows. Quando eu vou fazer
show com a Varial tenho uma ideia do que tá rolando hoje. Mas prefiro
te responder isso mais pra frente ok? (risos)

7 – Conte situações inusitadas que você passou, enquanto


músico.

Quebrei nariz dando os meus saltos na plateia, levei choque pra quase
morrer, cantei prá ninguém... e por aí vai.

8 – Quando você está no palco, interpreta algum


personagem, ou é apenas você mesmo? Como você se sente
no palco?

Quando estou no palco sinto-me melhor do que em qualquer outro


lugar do mundo.

9 – Sabemos que você canta na Varial e também na L100.


Como andam os projetos das duas bandas para 2010?

Varial é minha paixão. Estamos gravando duas músicas acústicas


agora nesse semestre e no segundo semestre um EP com cinco
músicas pesadas. Bom, a L100 é meu trabalho. Meu ganha pão.
Segundo semestre também vamos gravar um EP com quatro músicas.

10 – Deixe sua mensagem para os leitores da Rock Meeting.

Primeiramente obrigado pela oportunidade de escrever para vocês, e


participar também. E quero dizer a vocês que tem banda é preciso
amar o que faz para crescer; faça o seu. Tenha humildade para
aprender; acredite que o seu projeto vai dar certo. E quando tiver tudo
pronto suba no palco e diverta-se.
Eu Estava Lá

A Rock Meeting teve seu momento de destaque durante o lançamento


da Otherside Produções. Aconteceu no dia 19 de março um marco para a
cena alagoana e principalmente para o público do rock pernambucano.
Quer postar a sua foto aqui? Envie para contato@rockmeeting.net

Veja estas e outras imagens na


Galeria de fotos da Rock Meeting
http://flickr.com/photos/revistarm

25 RM

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