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1 GOMES,Orlando Gomes, Direitos Reais, 14. ed., Rio de Janeiro: Editora Forense, 1999
2 COMPARATO, Fábio Konder. Função social da propriedade dos bens de produção. In Revista de Direito Mercantil,
Industrial, Econômico e Financeiro (nova série). São Paulo, RT, n.º 63, jul-set/1986, p. 76
5 Procurador-Chefe da Procuradoria da República na Bahia, Membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
Humanos, Mestrando em Direito Econômico/UFBA
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não poderá ser desapropriada para fins de reforma agrária, mesmo quando não
cumpra a sua função social, ao contrário da grande propriedade, que não pode
ser desapropriada se for produtiva.
Cabendo ressaltar que “A lei 8629/93, embora específica para
regulamentar o art. 185, CF, que trata da desapropriação da fins de reforma
agrária, é aplicável ao art. 5º, XXVI, CF, pelo que o imóvel rural com até 4
módulos fiscais, não rurais, é considerado pequeno para fins de
impenhorabilidade. O fato ser pequeno o imóvel de até 4 módulos fiscais, não
basta para torná-lo imune à penhora, sendo essencial que a dívida seja
decorrente de atividade produtiva do devedor e que seja ele trabalhado pela
família, o que exclui a garantia quando se tratar de imóvel do tipo fim-de-
semana ou quando a dívida for de outra natureza; O art. 649, X, que também
cogita da impenhorabilidade do imóvel de até um módulo, embora não
especifique se fiscal ou rural, deve ser interpretado sistematicamente, como
uma unidade do sistema, pelo que aplica-se a primeira unidade de medida, isto
é, deve ser entendido como imóvel de até um módulo fiscal, por outro lado,
mesmo que se trate de imóvel de até um módulo fiscal, é certo que o art. 649,
X, CPC, não é a norma regulamentar do art. 5º, XXVI, CF, nem com ela é
incompatível, vigendo, pois, os dois, cada qual com um campo de alcance.
Para o art. 649, X, CPC, é impenhorável qualquer imóvel de até um módulo
fiscal, desde que seja o único de que disponha o devedor, qualquer que
seja a dívida, e seja ele explorado pela família, ou mesmo não explorado,
ressalvando-se apenas a hipoteca para fins de financiamento agropecuário,
enquanto que o art. 5º, XXVI, CF, protege apenas a propriedade pequena que,
explorada pela família, tenha contraído dívidas para sua própria atividade.
Enfim, a distinção básica entre o art. 649, X, CPC, e o art. 5º, XXVI, CF, é que
este especifica a dívida que não pode sujeitar o imóvel à penhora, desde que
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tenha até 4 módulos fiscais, embora não seja o único do proprietário, enquanto
que aquele exclui da penhora o imóvel de até um módulo fiscal, qualquer que
seja a dívida, desde que seja o único bem do devedor”. 6 (o grifo é nosso)
Quando necessário, o Poder Público pode efetivar a
desapropriação para o atendimento do interesse público. Esta
desapropriação não será uma sanção, cabendo a indenização ser prévia e
em dinheiro ( art. 5º, XXIV, CF/88). A desapropriação por desatendimento da
função social da propriedade rural difere da expropriação supracitada, pois esta
não é uma penalidade. A garantia constitucional não impede a desapropriação
de nenhum imóvel por necessidade ou utilidade pública, casos em que a
indenização deverá ser paga à vista, em valor de mercado e em dinheiro, ao
contrário do imóvel que for expropriado para fins de reforma agrária, quando a
indenização, a despeito de ser à vista e em valor de mercado, será feita em
títulos de dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos, o que pode levar a até 22
anos, haja vista que o prazo tem início no segundo ano de sua emissão.
Art. 184, CF/88: "Compete a União desapropriar por interesse social,
para fins de reforma agrária, o imóvel que não esteja cumprindo sua função
social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei".
O imóvel rural que descumprir com sua função social, de forma
analógica ao art.182, parágrafo 4º e seus incisos da CF, e com fulcro no
art.186 e 153, parágrafo 4º da CF, poderá ser sancionado de forma menos
6 QUEIROZ, Ari Ferreira de. Proteção constitucional da pequena propriedade rural . Jus Navigandi, Teresina, a. 4, n.
45, set. 2000. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=1676>. Acesso em:
document.write(capturado()); 29 de novembro de 2009
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JURISPRUDÊNCIA
Referências
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 10ª ed., São
Paulo: Malheiros, 1994: p. 294
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