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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA COMARCA DE ________________________.

_______________________________________
___________________________________________________________
_______________ (SEU NOME QUALIFICAÇÃO COMPLETA, ENDEREÇO,
TELEFONE) vem com o devido respeito e acatamento, ante a
ilustre presença de Vossa Excelência, para propor, como de
fato propõe a presente

OBRIGAÇÃO DE FAZER
com tutela antecipada

com fulcro nos artigos 247 a 249 do CC,


e 273 do CPC, em face de
___________________________________________________________
___________________________________ (nOME DO COLÉGIO E
ENDEREÇO) pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS
(Faça aqui um resumo dos fatos)

Essa parte do modelo deve ser modificada.


Deixei assim para que você veja um modelo.
Descreva os fatos, de forma clara, com
precisão de datas. No final deixe claro que a Universidade está
se recusando a fazer matrícula para justificar a concessão da
tutela antecipada (obrigar o colégio a dar o diploma mesmo
sem o pagamento em até 36 horas depois de entrar com a ação)

1.1 O filho do requerente cursou a 3ª


série do ensino médio no referido estabelecimento de
ensino, pagando mensalidade no valor de R$ 270,00 (duzentos
e setenta reais) mensais.

1.2 O carnê correspondente ao curso em


questão encontra-se quitado, sendo que a última parcela foi
devidamente paga no último dia 07/12/2007 (doc. anexo).

1.3 Não obstante o pagamento acima


referido, o colégio requerido entregou ao requerente uma
cobrança intitulada “Kit Concluinte” no valor R$ 140,00, a
serem pagos em duas parcelas de R$ 70,00 (setenta reais),
vincendas nos dias 20/12/2007 e 20/01/2008 respectivamente
(doc.anexo).

1.4 Ao procurar o colégio, a funcionária


da secretaria do informou que o “kit Concluinte”
corresponde as seguintes taxas:

a) Publicação no diário oficial,

b) Diploma,

c) certificado de conclusão de curso,

d) histórico escolar.

Ao tentar argumentar foi informado que o


pagamento era obrigatório. Diante da situação, o pai do
requerente procurou o Ministério Público do Estado do Rio
de Janeiro, e procedeu a notificação extrajudicial do
requerido, esperando resposta que se mostrou insatisfatória
(documentos em anexo).

1.5 O Ministério Público, 3ª Promotoria de


Justiça de Tutela Coletiva de Niterói e Rio Bonito, em
atitude de concordância com o requerente abriu inquérito
civil, que ganhou o nº 48/2007, emitindo no dia 20/12/2007
o ofício nº155/2007 requerendo esclarecimentos do colégio
requerido.

1.6 O requerente já foi devidamente


aprovado em exame vestibular e segundo o cronograma da
instituição de ensino a matrícula deve providenciar a
matrícula no dia 29/01/2008 sendo obrigatória a
apresentação dos documentos constantes do KIT CONCLUINTE o
qual o requerido já afirmou que somente disponibilizará
mediante pagamento.

Assim, diante da situação em que se


encontra o requerido, vislumbrando a possibilidade de não
conseguir a liberação da documentação necessária para
matrícula em entidade de ensino superior, outra alternativa
não encontrou senão recorrer ao Judiciário.

II-DO DIREITO

(Essa parte não precisa ser modificada).


1. Da obrigação de fazer

1.1 É direito do requerente obter o


diploma, que é prova da sua formação necessária para que
passe ao próximo estagio na sua formação: o nível superior.

1.2. A legislação proíbe terminantemente


a retenção de documentos do aluno, incluindo o diploma.
Não é permitida a retenção sequer quando o aluno é
inadimplente, como diz a Lei 9.870/99, in verbis:

Art. 6o São proibidas a suspensão de provas escolares, a


retenção de documentos escolares ou a aplicação de
quaisquer outras penalidades pedagógicas por motivo de
inadimplemento, sujeitando-se o contratante, no que couber,
às sanções legais e administrativas, compatíveis com o
Código de Defesa do Consumidor, e com os arts. 177 e
1.092 do Código Civil Brasileiro, caso a inadimplência
perdure por mais de noventa dias.

1.3 Assim, configurada a obrigação de


fazer, nos moldes do artigo 247 do Código Civil, pela qual
o colégio requerido tem a obrigação civil de fornecer o
diploma ao requerente, independentemente da discussão de
ser devido o pagamento ou não.

Não pode o requerido escusar-se de


entregar a prova da formação acadêmica do requerente,
alegando ser necessário pagamento para publicação. Uma vez
que a publicação é necessária, seu custo deverá ser
inicialmente suportado pelo colégio requerido, enquanto a
discussão jurídica estiver pendente.

1.4. Considerando que a Lei 9.394/96, Lei


das Diretrizes da Educação não estabelece nem regula a
cobrança de taxas para conceder certificados, pressupõe-se
que tais despesas já estão, ou deveriam estar inclusas nas
mensalidades pagas no decorrer do ano.

Aliás, a Lei nº 9.870 de 1999, que dispõe


sobre o valor total das anuidades escolares sequer menciona
ou autoriza tal cobrança. Ora, quando o aluno matricula-se
em um curso de ensino médio, o objetivo é ao seu término
ter um comprovante de sua conclusão o que está implícito na
prestação de serviço.

1.5 Relativamente a cobrança para emissão


de certificados, existia a Resolução nº 01 e 03 do Conselho
Federal de Educação, que foi extinto e deu lugar ao atual
Conselho Nacional de Educação. In verbis:

"Resolução nº 01/1983-CFE.

art. 2º Constituem encargos educacionais de


responsabilidade do corpo discente:

...........................................................

1º A anuidade escolar, desdobrada em duas


semestralidades, constitui a contraprestação
pecuniária correspondente à educação ministrada
e à prestação de serviços a ela diretamente
vinculados, como a matrícula, estágios
obrigatórios, utilização de laboratórios e biblioteca,
material de ensino de uso coletivo, material
destinado a provas e exames, 1ª via de
documentos para fins de transferência, certificados
ou diplomas (modelo oficial) de conclusão de
cursos, de identidade estudantil, de boletins de
notas, de cronogramas, de horários escolares, de
currículos, e de programas." (grifei)

"Resolução nº 03/1989-CFE.

art. 4º Constituem encargos educacionais de


responsabilidade do corpo discente:

............................................................

1º A mensalidade escolar constitui a


contraprestação pecuniária correspondente à
educação ministrada e à prestação de serviços a
ela diretamente vinculados como matrícula,
estágios obrigatórios, utilização de laboratórios e
biblioteca, material de ensino de uso coletivo,
material destinado a provas e exames, de
certificados de conclusão de cursos, de identidade
estudantil, de boletins de notas, cronogramas, de
horários escolares, de currículos e de programas"
(sublinhei)

O Conselho Nacional de Educação até agora


não modificou ou revogou tais resoluções, motivo pelo qual
entende-se que ainda estão em vigor. Esse é o entendimento
da jurisprudência majoritária, segundo os julgados
recentes:

"PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO.


MANDADO DE SEGURANÇA. DECADÊNCIA NÃO
VERIFICADA. ENSINO SUPERIOR. NEGATIVA DE
EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. COBRANÇA DE TAXA.
ILEGALIDADE. ART. 2º DA RESOLUÇÃO Nº
001/83 DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO
E ART. 6º DA LEI Nº 9.870/99. PROVIMENTO DA
APELAÇÃO.

1. Mera informação acerca da prática futura do ato


impugnado não serve como marco inicial do prazo de
decadência para a impetração.

2. Não tendo transcorrido 120 dias entre o


recebimento da correspondência que materializou o
ato impugnado e a impetração do mandado de
segurança, não há que se falar em decadência.

3. Nos termos do art. 2º da Resolução/CFE nº 001/83


e do art. 6º da Lei nº 9.870/99, é ilegítimo o ato que
nega a expedição de diploma por falta de pagamento
do valor respectivo.

4. O fato de o estudante ter solicitado


administrativamente a confecção de diploma em
papel ‘pele de cobra’ não afasta seu direito à
obtenção do documento no modelo oficial
independentemente do pagamento de qualquer valor.

5. Apelação da impetrante provida." (AMS


2002.36.00.005471/MT, Relatora Desembargadora
Federal Selene Maria Almeida, DJ 29.08.2005, p.
124).

"ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR.


PAGAMENTO DE TAXA PARA EXPEDIÇÃO DE
DIPLOMA POR PARTE DA UNIVERSIDADE.
IMPOSSIBILIDADE.

1. A cobrança de taxa para a expedição de diploma é


vedada, a teor da Resolução n. 01/1983 do Conselho
Federal de Educação, reformulada pela Resolução n.
03/1989, uma vez que o referido serviço não é
eventual ou extraordinário, estando seu custo já
englobado no valor pago pelo aluno, na anuidade
escolar. Precedentes.
2. Remessa oficial desprovida. " (REOMS
2002.36.00.002945-3/MT, Relator Desembargador
Federal Daneil Paes Ribeiro, DJ 22.08.2005, p. 59).

"ADMINISTRATIVO - ENSINO SUPERIOR -


RETENÇÃO DE DIPLOMA, MEDIANTE EXIGÊNCIA
DE PAGAMENTO DE TAXA PARA A EXPEDIÇÃO
DO DOCUMENTO - ILEGALIDADE.

I - Ilegítima a retenção de diploma de conclusão de


curso superior, mediante exigência de pagamento de
taxa não prevista na norma regulamentadora da
matéria.

II - A Resolução nº 03/89, do Conselho Federal de


Educação, dispõe, no §1º do art. 4º, que o valor das
mensalidades escolares constitui a contraprestação
pecuniária correspondente à educação ministrada e à
prestação de serviços a ela diretamente vinculados,
dentre os quais, os certificados de conclusão de
cursos. Considerando que tanto o certificado como o
diploma atestam a conclusão do curso, não há se
falar na cobrança de taxa para a expedição deste e
isenção na daquele.

III - Remessa oficial improvida." (REO


2001.36.00.007862-6/MT, Relatora Desembargadora
Federal Assusete Magalhães, DJ 31.03.2004, p. 25).

ENSINO SUPERIOR - CONCLUSÃO DE CURSO -


RENTENÇÃO DE DIPLOMA, ANTE A AUSÊNCIA DE
PAGAMENTO DE TAXA PARA A EXPEDIÇÃO DO
DOCUMENTO - NÃO CABIMENTO DA EXIGÊNCIA -
SEGURANÇA CONCEDIDA - SENTENÇA
CONFIRMADA.

1 - Nos termos da Resolução nº 001, de 1983, do


Conselho Federal de Educação, que regulamenta a
cobrança de encargos educacionais, dispõe que o
valor da anuidade escolar paga pelo aluno já inclui,
entre outros documentos, o diploma em modelo
oficial de conclusão de curso.

2 - Remessa oficial a que se nega provimento. " (REO


2001.36.008124-8/MT, Relator Desembargador
Federal Amílcar Machado, DJ 02.12.2002).

Se a cobrança realizada por


estabelecimentos de ensino superior para emissão de diploma
é considerada abusiva, o que é o entendimento da maioria
dos Tribunais do país, o que não se diria da cobrança para
emissão de certificado de conclusão do ensino médio, que
segundo o artigo 36, parágrafo 3º da Lei 9394/96, habilita
o aluno ao prosseguimento dos estudos. In verbis:

Art. 36. ...

§ 3º Os cursos do ensino médio terão


equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos.

Assim, a emissão de diploma é decorrência


natural do término do curso, portanto integrada aos valores
cobrados pela prestação do serviço de ensino, custeados
pelas mensalidades. É direito do estudante, indissociável
da conclusão do curso eis que é documento essencial de
prova da formação acadêmica.

Tal entendimento, a despeito dos inúmeros


julgados a respeito, foi confirmado pelo Ilmo. Procurador
Geral da República, em parecer enviado ao STF na ADIN
proposta pelo Confenem (Confederação nacional dos
Estabelecimentos de Ensino), onde considera
inconstitucional a cobrança pela emissão de certificados.

2. Da tutela antecipada.

1. São requisitos para a antecipação da


tutela, segundo o artigo 273 do CPC: a verossimilhança das
alegações, o periculum in mora e a reversibilidade da
medida.

A verossimilhança das alegações do autor


está presente, uma vez que a legislação é clara no sentido
da proibição da retenção de documentos do aluno, seja qual
for a situação.

O periculum in mora também está presente.


A universidade está cobrando a entrega do diploma de
segundo grau (COLOQUE AQUI OS ARGUMENTOS DA
FACULDADE QUE SE NEGA A RECEBER SUA MATRÍCULA PELA
FALTA DE ENTREGA DO DIPLOMA)
Além disso, caso entendido ser indevida as
pretensões do requerente, o que não se acredita, a medida é
facilmente revertida simplesmente determinando-se o
pagamento da quantia referente a documentação, o que será
prontamente realizado pelo requerente se o R. Juízo assim o
entender justo.
Verifica-se então que a situação do Autor
atende perfeitamente a todos os requisitos necessários para
a concessão da medida antecipatória, pelo que se busca
antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial para a
entrega dos documentos necessários para a realização da
matrícula do aluno em entidade de ensino superior.

III – DO PEDIDO

Pelo exposto é a presente para


respeitosamente requerer que Vossa Excelência nos termos da
legislação específica, julgue o seu pedido procedente e em
conseqüência:

1) CONCESSÃO DE TUTELA
ANTECIPADA e determinando seja entregue
TODA a documentação necessária para a
matrícula do requerente na entidade de ensino
superior em que for aprovado, .

2) No caso da concessão da tutela


acima requerida, requer a fixação de multa diária,
em valor significativo a ser arbitrado por Vossa
Excelência, de forma a impedir a recusa do
colégio requerido e o prejuízo irreparável do
requerente;

3) A citação do requerido no
endereço citado no preâmbulo da inicial, para que
querendo venha contestar a presente, sob pena
de revelia;

4) a PROCEDÊNCIA TOTAL do
pedido, e a condenação do requerido nas
cominações de estilo.

Protesta por todos os meios de


provas em direito admitidas, especialmente documental, bem
como oitiva do requerido e testemunhas necessárias, sem
exclusão de qualquer outra que se faça necessária à prova
do bom Direito.

Dá-se a presente o valor de


______________ (valor da cobrança do diploma)

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

DATA.
SEU NOME E CPF

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