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COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA NA ENFERMAGEM

1-CONSIDERAÇÕES GERAIS :

A Liderança é um tema muito discutido desde os mais remotos tempos pelo homem. Ser um
líder, e conseguir formá-los, é um desafio a cada dia maior para o homem e também das
organizações.
O estilo de liderança é positivo naquele que é eficaz nas tarefas mais ousadas e não deixa
passar as oportunidades. O alicerce da liderança está na capacidade de se comunicar. Desta maneira
a comunicação é a mola mestra para o exercício da influência, coordenação das atividades grupais
e, por conseguinte ,para a efetivação do processo de liderança. Então vejamos, a Liderança é a
capacidade que um ser humano tem de influenciar um grupo ou de uma equipe de trabalho, com a
finalidade de atingir objetivos e metas específicas , e para isso é preciso fazer valer o processo da
comunicação.
Por outro lado a comunicação visa, pois, provocar mudanças no comportamento dos
indivíduos, através de atitudes positivas que estão relacionadas ao seu desempenho, e que termina
com a satisfação do profissional. Podemos dizer que a comunicação está no núcleo da liderança,
uma vez que a liderança está voltada ao relacionamento interpessoal, no qual os líderes encantam e
influenciam pessoas para mudança através processo de comunicação.
Frederick W. Taylor embasava sua teoria da seguinte maneira se os trabalhadores pudessem
ser instruídos sobre como fazer melhor uma tarefa, a produtividade aumentaria. (MARQUIS &
HUSTON, 1999).
Desde os estudos de Fayol segundo os quais o homem era visto como um ser naturalmente
sem responsabilidade como o trabalho necessitando ser controlado pela organização, mostram-se
na prática o gerenciamento do pessoal de enfermagem, sendo uma função supervisora
enfaticamente fiscalizadora e punitiva, em tempos mais antigos e que agora está passando por uma
mudança, (KURCGANT. P. et. Al, 1996).
A ícone da Enfermagem Florence Nightingale, foi integrante de um movimento geral após a
Revolução Industrial pois surgiram muitos problemas sociais, e Florence tinha o propósito de
melhorar as condições da vida humana., sendo um modelo do exercício da liderança.

1.1- DEFINIÇÃO DE LIDERANÇA:


A liderança é a definição de uma situação em que um indivíduo propõe uma relação de
confiança com o outro, ou mesmo com um grupo, e a partir daí, este grupo começa a ser
influenciado pelo comportamento do mesmo.
Segundo Maitland (1995, p.14) : “um bom líder é aquele que motiva e coordena sua equipe
aplicando de forma eficaz suas habilidades individuais e grupais, seus conhecimentos e suas
experiências de modo a alcançar as metas”. Desta maneira podemos observar que o sucesso de uma
equipe se faz com boa liderança.
Para Terry, apud TREVIZAN (1993, p.34) “liderança é a atividade de influenciar pessoas
fazendo-as empenhar-se voluntariamente em objetivos de grupos”. Segundo o autor os
colaboradores necessitam de uma liderança que as influenciem para atingir objetivos.
Para RIBEIRO (1977) “o líder deve saber: planejar, organizar, controlar, medir, sistematizar,
fazer regras, fazer orçamentos, escrever descrição de trabalho, ditar políticas, ditar definições e
disciplinar” . O líder neste caso tem muitas atribuições, e deve receber a todos da equipe e informar
a cada um deles, além de tratá-los com respeito e fazer com que cada integrante do grupo se sinta
importante na tarefa que lhe é atribuída.

1.2- TEORIAS DA LIDERANÇA


Segundo Chiavenato(2000, p.154) a Teoria das Relações Humanas mostrou a influência da
liderança em relação ao comportamento das pessoas. Existem três principais teorias sobre a
liderança:
a) Traços da personalidade. De acordo com esta teoria o líder tem características que chamam a
atenção na sua personalidade , e que por isso o qualificam para esta função.
b) Estilos de liderança. Esta teoria possui três estilos de liderança: autocrática, democrática e
liberal.
c)Situações de liderança. Esta teoria diz que o líder pode assumir diferentes padrões de liderança
de acordo com a situação e para cada um dos membros da sua equipe.

1.3- LIDERANÇA EM ENFERMAGEM:


É um processo pelo qual uma pessoa, que é o enfermeiro, influencia as ações de outros
colaboradores de enfermagem para o estabelecimento e para o alcance de objetivos. (YURA et
al.,1981).
Entretanto, a liderança exercida pelo enfermeiro está fundamentada ao modo pelo qual a
assistência de enfermagem está estruturada e, por essa causa, os papéis de monitor, disseminador e
porta-voz serão processados pelo enfermeiro de acordo com a modalidade de assistência empregada
e do estilo de liderança que o mesmo adota. Quando falamos em Liderança em Enfermagem vai
implica em definir e planejar o método de assistência de enfermagem .
1.3.1.Métodos de Planejamento da assistência de Enfermagem:

a)Método de Caso, o enfermeiro foca o sua assistência apenas num paciente e procura alcançar
todas assuas necessidades. Este método, ou modificações dele, é muito usado nos dias atuais em
situações emergenciais e é aplicado por acadêmicos de enfermagem e enfermeiros envolvidos na
processo de prestação de assistência privativa.
A organização desta assistência é muito simples, uma vez que a relação é de um para um, e
isto propicia ao enfermeiro o exercício de uma liderança totalmente direcionada para a assistência
direta ao paciente e para a administração dos seus cuidados sempre envolvendo a sua família.
A grande vantagem na utilização deste método é o prestação da assistência imediata das
necessidades, que decorrem do processo comunicativo aberto e do relacionamento mais firme entre
o enfermeiro e o paciente (TREVIZAN, 1993).

b)Método Funcional, neste método a assistência de enfermagem está dividida em tarefas


desenvolvidas pelos colaboradores do grupo, de modo que cada um terá a responsabilidade por
determinadas tarefas a serem realizadas para um determinado número de pacientes. Ao enfermeiro-
chefe fica a responsabilidade de supervisionar a todos colaboradores do grupo, e deles receber os
informes relacionados ao serviço. Este método almeja à eficiência de cada colaborador e está
embasado na organização clássica de divisão do trabalho, e preconiza a delegação de autoridade e
responsabilidade proveniente do topo da hierarquia. A liderança imposta a este grupo é diretiva ou
autocrática; como consequência, a comunicação também será diretiva – comunicação que visa ao
cumprimento de ordens e tarefas. Finalizando , as responsabilidades são impostas de acordo com o
processo funcional (TREVIZAN,1993).

c) Método Equipe de Enfermagem, neste a liderança exercida pelo enfermeiro torna-se


democrática ou criativa, a ideia neste método subentende-seque esta organização de assistência é o
trabalho conjunto de uma equipe que atua como um grupo de democrático. Ao enfermeiro-líder
compete planejar o cuidado de um grupo de pacientes, e bem como responsabilizar-se pelo trabalho
de seus colaboradores: enfermeiros, técnicos.
A liderança desse profissional está embasada no conhecimento das necessidades dos
pacientes; no conhecimento das habilidades, características individuais e necessidades dos
colaboradores da equipe; e nos objetivos implementados pelo grupo. A característica mais forte
deste método é o estimulo de motivação para que cada colaborador desenvolva o seu potencial, ao
ser escolhido para cuidar de determinado paciente, o funcionário reconhece que foi considerado o
de melhor qualificação para proporcionar-lhe uma assistência que supra as suas necessidades.
1.3.2-Estilos de Liderança em Enfermagem:

a) Liderança autocrática:
Nesta a centralização do poder é uma constante, mostrando um comportamento do
colaborador de maneira dependente e submisso aos membros do grupo hierárquico, possuindo ainda
sentimentos de tensão, frustração e grande manifestação de conflito entre membros da equipe.
O trabalho só se desenvolve com a presença física dos líderes, e o serviço é de baixa
qualidade, tem maior quantidade de serviço que a Democrática(WEBBE, 2005).
b) Liderança democrática:
O grupo tem autonomia para decidir e implementar estratégias para resolução dos
problemas, para atingir metas, o líder intervem apenas pela solicitação grupal, necessita de
orientações técnicas aconselhamento. A liderança democrática apresenta maior qualidade no serviço
prestado, mas com menor quantidade de serviços (CHIAVENATO, 1993).

de acordo com Kurcgant (1993), “a grande desvantagem do estilo democrático e que a


descentralização do poder influência a independência e o descomprometimento dos membros do
grupo com os objetivos e medas da organização, ameaçando principalmente os líderes inseguros,
cuja competência profissional e desqualificada seja vítima das críticas de seus subordinados”.
Desta maneira as dificuldades que o enfermeiro enfrenta no trabalho vem a questionar a
liderança da enfermagem, principalmente quando o seu desempenho é de duplo papel de supervisor
ou coordenador do cuidar, não realizando nenhuma das funções com qualidade.

c) Liderança do situacional:
Neste estilo de liderança situacional, parte da premissa de que não há um único estilo ou
característica de liderança válida para toda e qualquer situação, cada vai requerer um estilo de
liderança próprio com a sua realidade, e desta forma alcançar a eficácia no trabalho e promover o
desempenho satisfatório dos colaboradores.
A equipe de enfermagem possui pessoas com diferentes personalidades e de nível técnico
diversos, onde o enfermeiro deve ter uma “visão” grupal, e perceber em cada colaborador da
equipe suas habilidades técnicas e ao mesmo tempo a superação de suas dificuldades, em meio a
uma inter-relação entre a qualidade da orientação do líder que dedica um tempo determinado a
explicar os deveres e responsabilidades de um colaborador ou de todo grupo (WEBBE, 2005).
1.3.3- As Características de um Líder
Segundo Chiavenato (1993), “o líder é aquele que possui alguns traços específicos de
personalidade que o distinguem das demais pessoas do grupo”. Sendo assim o líder deve ter
características marcantes de personalidade por meio das quais vão influenciar o comportamento dos
membros do grupo.

2-O LÍDER COMO TRANSMISSOR DE INFORMAÇÕES:


Classificação dos papéis administrativos(três grupos)-MINTZBERG (1973) : interpessoais,
informativos e decisionais.
a)Os papéis interpessoais: Chefe,Líder,Coordenador-abrangem funções basicamente vinculadas
à relacionamento interpessoal.
b)Os papéis informativos : monitor, disseminador e representante- englobam atividades ligadas
fundamentalmente à obtenção e disseminação de informações.
c)Os papéis decisionais : Empreendedor,Manipulador de distúrbios,Alocador derecursos,
Negociador-estão centrados na tomada de decisão.

3-FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS DE MINTZBERG -

O modelo de Mintzberg está embasado no estudo sobre quais as atribuições do


administrador em sua posição formal. Este modelo define o administrador como um ser
formalmente responsável pela unidade organizacional. A sua autoridade formal e seu status vão
determinar os papéis interpessoais: chefe, líder e coordenador , por meio dos quais ele representa
sua organização em assuntos de formalidade.

Pela ótica de Mintzberg o acesso que o líder tem à informação, por causa de seu status e
autoridade o impõem no ponto mais importante deste sistema o ponto central, onde ele participa
das decisões organizacionais, como empreendedor de mudanças, manipulador de distúrbios,
alocador de recursos ou de negociação. Este autor, classificou segundo as dimensões interpessoais,
informativas e decisionais, ou seja os chamados dez papéis administrativos de Mintzberg.
Tabela 1- Dez Papéis de Mitnzberg
PAPEL DESCRIÇÃO
INTERPESSOAIS
Chefe Representa a organização em todos os assuntos de formalidade, quer de
natureza legal ou social.
Líder É responsável pela motivação e atuação dos subordinados; responsável,
também, pela provisão, treinamento e manutenção de recursos humanos.

Mantém rede Interna e externa de contatos para obter favores e


Coordenador informações.
INFORMATIVOS

Monitor Recebe e coleta informação que lhe permite compreender o que ocorre na
Organização e no seu ambiente; emerge como a fonte central de informação
interna e externa da Organização.
Disseminador
Transmite informação recebida de pessoas externas à organização, ou de
subordinados, para membros da Organização.
Representante
Transmite informação sobre planos, regras, ações e resultados da
Organização, para pessoas externas.
DECISIONAIS

Empreendedor

Inicia e programa mudanças controladas em sua Organização, aproveitando


oportunidades para implementar projetos de melhoramento que visem
Manipulador de mudança.
distúrbios

Alocador de Responsável por ajustes e correções quando a Organização se depara com


recursos distúrbios inesperados.

Responsável pela alocação de recursos organizacionais de todos os tipos,


Negociador tomando ou aprovando decisões significativas.
Representa a Organização em negociações.

4-O ENFERMEIRO COMO LÍDER DA EQUIPE DE ENFERMAGEM:

Para Bennis apud Bergamini &Coda(1997)“o líder inova, é original, desenvolve, prioriza
pessoas, inspira confiança, tem perspectiva de longo prazo, pergunta o que e por quê, tem os olhos
voltados para o horizonte, inventa, desafia, é seu próprio comandante e faz as coisas certas”.
Os autores estão de acordo quanto as qualidades que um líder deve ter para conseguir
influenciar pessoas.
“Ao enfermeiro líder compete assumir o cuidado de um grupo de pacientes, bem como se
responsabilizar pelo trabalho de seus colaboradores: auxiliares e técnico de enfermagem”.
(TREVISAN, 1993). O autor enfatiza as atribuições do líder de enfermagem que está engajada com
responsabilidade em conjunto com a sua equipe de todos os pacientes sob sua guarda.
Para (MARQUIS,1999) : O enfermeiro que lidera sabe reconhecer a cada colaborador
como uma pessoa se igual, motivada por diversos fatos, além disso sabe identificar os sistemas de
valores individuais e coletivos da unidade, implementa um sistema de recompensas coerente com os
valores, consegue ter uma imagem positiva e motivada como modelo ou exemplo a ser seguida
pelos liderados , na organização .
Nogueira (1994), Adami e Maranhão (1995), apud Kurcgant (et al.2005), perseveram que,
“sem a participação e o envolvimento dos profissionais da instituição, não haverá efetivação da
qualidade, por isso as pessoas necessitam ser motivadas e capacitadas para otimizarem o processo
produtivo, objetivando a qualidade, uma vez que esta depende de esforços individual e coletivo”.
A liderança em enfermagem é de papel primordial para o alcance de metas e objetivos da
instituição , além do mais importante no cuidado do paciente: um serviço de qualidade, e isso só
corre com comprometimento da equipe de trabalho. A motivação nestes casos é o impulso para toda
e qualquer realização.

2-DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO:
A comunicação humana é um processo que está inserida na troca de informações, e também
ao uso de sistemas simbólicos como suporte para este fim. Este processo mostra uma infinidade de
maneiras de se comunicar: conversa face-a-face(duas pessoas), gesticulação, mensagens enviadas
utilizando a rede global de telecomunicações, a fala, a escrita que vão possibilitar a interação com
as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional.
Em plena era da comunicação e da tecnologia , muitas organizações ainda não sabem como
atingir o seu público-alvo, esta falha origina-se na ausência de um profissional capacitado para tal
função, o processo de comunicação vai muito além de troca de informações, e tem de caminhar
lado a lado em conjunto com o processo de gestão.

Segundo KURCGANT (1991) “a enfermagem está inserida nas instituições de saúde


rigidamente hierarquizadas, reproduzindo na sua estrutura o modelo maior da instituição”. Por
conseguinte , acreditamos que na grande maioria dos Serviços de Enfermagem, a comunicação
aconteça de forma verticalizada, o que dificulta as relações pessoais e informais.
2.1-TIPOS DE COMUNICAÇÃO:
2.1.1-Comunicação Interpessoal : é a comunicação interpessoal, é aquela que acontece quando
pessoas trocam informações entre si. Essa troca pode ser direta e imediata ou pode ser indireta e
mediada .A comunicação interpessoal,desta forma , é realizada entre pessoas que precisam receber
informação e serem informadas ou que estão querendo informações e que, para isso, utilizam
recursos de alguma linguagem (fala, gestos, escrita) e algum meio (voz, telefone, corpo, carta, livro)
que vão possibilitar- se relacionar com outras pessoas para trocar informações.

2.1.2-Comunicação Organizacional ou Institucional:


Segundo Kreps (1990) “ a comunicação organizacional como um processo através do qual
os membros da organização obtém as informações pertinentes sobre ela e as mudanças que nela
ocorrem”. Na visão deste autor, a comunicação organizacional é um processo orgânico e dinâmico.
Para Kunsch, (1995, p.92) a comunicação institucional permite “ter um conceito e um
posicionamento favorável perante à opinião pública”, ou seja, a formação de sua credibilidade.
A comunicação administrativa e interna precisa dar sua enfase a públicos internos. Esta
comunicação administrativa está formalizada por procedimentos comunicacionais que se passam na
organização, “reunindo papéis, cartas internas, memorandos” (TORQUATO, 2002,p.34). A
comunicação interna é desenvolvida de maneira paralela à comunicação administrativa, e “visa
proporcionar meios para promover maior integração dentro da organização mediante diálogo, à
troca de informações e experiências e à participação de todos os níveis.”
Para Kunsch ( 1999, p.77) “ a comunicação interna é planejada em torno de propósitos
claramente definidos, para viabilizar toda a interação possível entre a organização e seus
colaboradores lançando mão de metodologias e técnicas de comunicação institucional e até da
comunicação mercadológica.” para este autor a comunicação deve ser planejada com o intuito de
viabilizar a interação da organização e de seus colaboradores.

2.1.3- Comunicação em massa:


Esse tipo de comunicação pode ser utilizada tanto para fornecer informações úteis e
importantes para a população, como para alienar, é ligada a um modo de pensar, induzindo as
pessoas a determinados comportamentos e aquisição de produtos. Sendo os órgãos responsáveis
pela comunicação de fiscalizarem o tipo de informação esta sendo veiculada. Podemos citar os
meios de comunicação de massa mais comuns, que são: Televisão, Rádio, Jornal, Revistas ,
Internet, E-mail, e outros.
COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA EM ENFERMAGEM :

Rodrigues (1998) fala que o processo de comunicar é uma via de mão-dupla, sendo, de uma
pessoa para outra e vice-versa.
A informação verbal e não-verbal e uma combinação de ambas, que é codificada, e enviada
para o receptor. Sendo ainda muito enfática a comunicação não-verbal, quando mencionamos o
objetivo terapêutico do portador de determinadas patologias que tenham dificuldades de verbalizar
seus pensamentos.
Os cuidados de enfermagem prestados a um paciente devem possibilitar um efeito positivo
para aliviar seu estado de saúde.Mas para isso faz-se necessário o vínculo que só uma boa
comunicação terapêutica pode dar.
Boff (2000, p. 33) afirma que “cuidar é mais do que um ato; é uma atitude”. Desta forma,
engloba muito mais que um momento de atenção e cuidado com o cliente, sendo uma atitude de
preocupação, de responsabilização e envolvimento afetivo com o outro.
Escudeiro e Santo (1997) “acreditam que a enfermagem não exige somente um saber
técnico-científico, mas antes de tudo, uma habilidade de comunicação que favorecerá o
fortalecimento de uma relação”. Os autores referem que o saber técnico-científico é apenas uma
parte do conhecimento, o profissional de enfermagem deve ter habilidade na comunicação
terapêutica. Partindo desta premissa a relação terapêutica é o primeiro passo para o fortalecimento
do processo comunicativo.

2-TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA:


Stefanelli (1993).Divide a comunicação terapêutica em três grupos: expressão,
clarificação e validação.

1-Expressão :Está envolta na necessidade de criar um vínculo entre paciente e enfermeiro


fundamentada no conhecimento mútuo, e na confiança, sendo uma estratégia que suscita no
paciente para que o mesmo fique à vontade, com o silencio ou através de perguntas diretas. As
técnicas são variadas, veremos nos itens á seguir .
a) Silêncio
Segundo Stefanelli (1993) “é o silêncio que estimula o paciente a se expressar”. O
enfermeiro utilizando a sua ferramenta de observação vai perceber quando se trata de um silencio
reflexivo ou até mesmo um bloqueio, medo de falar e não ser aceito, e por isso pode mostrar
resistência. Frases curtas que mostram apenas o necessário são bastante para despertar o interesse
maior ao pelo paciente que deseja ser ouvido. O silêncio, gestos e postura também vão influenciam
como: fitar os olhos do entrevistador e manter uma postura receptiva uma vez que o “corpo fala”.O
fato de não querer falar não supõe falta de maneira nenhuma a comunicação. Podemos observar as
expressões faciais e corporais pois estas têm muito poder de comunicação, portanto a observação
nestes casos é muito importante a essas manifestações.
b) Ouvir reflexivamente
Mackay (2000) afirma que que “ouvir reflexivamente é ouvir com a mente”.
É ir em busca do sentido implícito daquilo que está sendo falado com o que se quer dizer de
fato. Segundo Stefanelli (1993), esse método é denominado de silêncio terapêutico.

c)Verbalizar aceitação e interesse


O profissional da enfermagem necessita respeitar o paciente como ele é e não querer mudá-
lo de forma brutal e insensível. Muitos mostram o comportamento que reflete a forma como foram
tratados tais como: com preconceito, de maneira hostil, distanciamento, introspecção, fobias são
algumas emoções comuns entre eles.
A maneira do profissional se apresentar vai manifestar-se em seu vínculo terapêutico. Dar as
mãos e apresentar-se pelo nome é uma maneira de respeitar a individualidade precípua de acordo
com Feldman e Miranda (2001).
O autor Stefanelli (1993) enfatizando esta técnica dá algumas orientações, descritas
nos próximos itens:
Usar frases incompletas: Esse tipo de frase é um estímulo quando o paciente não quer dar
continuidade a conversa ou pode estar cansado para falar ou se expressando. Isso é comum em
doentes mentais , ás vezes em idosos, e pessoas com introspecção.
Repetir comentários ou as últimas palavras ditas pelo paciente: A desordem mental em que
muitas vezes encontra-se o paciente psiquiátrico, ou por determinadas patologias que afetam o
sistema neural, vai apresentar-se com clareza, se a indagação for de maneira suave pelo
profissional. Nestes casos o paciente pode se sentir confiante, para falar de si mesmo.
Fazer perguntas que comecem com as palavras “por que” e “como” podem deixar o paciente a
ficar sabatinado e desta maneira mudar o seu comportamento.
Focar a ideia principal: Isso vai ajudar o paciente a focar no assunto vai exigir do profissional de
enfermagem ir com sensibilidade ao assunto, pois é necessário saber o porque do paciente não
querer falar do assunto.
Verbalizar dúvidas : A comunicação terapêutica deve estimular a descrição de determinadas
situações ,tal fato leva o paciente a organizar os pensamentos , e expressar suas emoções.
d)Estimular a expressão de sentimentos subjacentes: É nesta técnica que vai exigir do
profissional de enfermagem as expressões que podem resultar do medicamento , quando este
paciente faz uso de medicamento controlado
e)Dizer NÃO terapeuticamente: É uma maneira de se estabelecer limites. De acordo Stefanelli
(1993) “requer, por parte do profissional, honestidade e sinceridade e também, responsabilidade
pelos seus atos ao assumir as consequências desse NÃO”. O profissional de enfermagem deve estar
preparado para dizer não e isso requer habilidade e suavidade nas palavras.

f)Humor
O profissional de enfermagem deve estar bem consigo mesmo, para poder repassar esse
estado de bom humor para seu paciente, pois como diz o autor Terra (1999) “que tanto o bom-
humor quanto o mau-humor são contagiosos e enfatiza a capacidade de transformação resultante de
um simples sorriso sincero”.
2-Clarificação
Stefanelli (1993) ressalta a importância dessa técnica na influência que ela tem em corrigir o
conteúdo expresso através da reformulação de suas mensagens e assim as tornar claras para o efeito
terapêutico de sucesso. Entre as formas de clarificação estão as abordadas a seguir.

Estimular comparações
Situações que ocorrem com o paciente podem ter correlação com algum evento ocorrido
com o profissional de enfermagem. A utilização desta técnica ajuda o paciente a ver que outras
pessoas já passaram por problemas semelhantes e que as pessoas encontraram soluções distintas,
com sucesso.

Solicitar termos comuns


Para que haja comunicação é necessário que paciente e enfermeiro entendam-se. Partindo
deste pressuposto faz-se é necessário que entrem em senso comum que aconteça o processo de
comunica. O profissional de enfermagem deve: Cronometrar os eventos em sequência lógica;
Perguntas que o profissional de enfermagem faça para esclarecer a sequência lógica, que o paciente
descreve. Porém o profissional deve ser paciente a não perca o enfoque desejado.

3-Validação
A verdadeira compreensão da real necessidade do paciente, vai fluir da verdadeira
interpretação dos fatos. Nestes casos faz-se fundamental que o profissional de enfermagem se use
de técnicas, para ocorrer a validação das informações obtidas.
Repetir a mensagem do paciente
Deve haver perfeito entendimento do enfermeiro sobre o a história , que o paciente repete-o
ou interrompe para esclarecer. O profissional de enfermagem deve estar consciente que a verdade
pertence ao dono da história, o paciente.
Pedir a repetição
Neste tipo de técnica, o enfermeiro vai devolver a mensagem e esperar, que seja uma boa
ocasião para fazê-lo refletir sobre a própria história.
Sumarizar o conteúdo
Essa técnica pode levar a um processo doloroso, porém não deixa de ser saudável e
indispensável. O enfermeiro no uso das técnicas aqui apresentadas deve ter sensibilidade , aliada a
uma boa dose de conhecimento científico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOFF. L. Saber cuidar: ética do humano.- compaixão pela Terra. 7 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: edição compacta. 2.ed.
Rio de Janeiro: Campus, 2000.
ESCUDEIRO, C. L; SNTO, F. H. do E. As relações interpessoais entre enfermeira docentes e
enfermeira assistenciais: um ponto de vista. Rev. Alternativa de Enfermagem. 1997.
KREPS, Gary L. Organização e comunicação: teoria e prática. 2 ed.. Nova York: Longman,
1990.
KUNSCH, Margarida M. K. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada.
4.ed. revisada, atualizada e ampliada. São Paulo:Summus, 2003.
KURCGANT, P. et al. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo Ed. Nova lunar. Vol.
30. n.3. dez. 1996.
TREVISAN,M.A; Nogueira, M.S. & Évora, Y.D.M. — Estrutura Teórica do Modelo
Mintzberg. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, 1987.
TREVIZAN, M.A. Liderança do enfermeiro: o ideal e o real no contexto hospitalar. São Paulo:
Sarvier, 1993.
RODRIGUES, A.R.F. Relações interpessoais terapêuticas. São Paulo:1988

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