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Clube de Compartilhamento de Material Acadêmico

DE F@TO & DE DIREITO


Virtus Unita Fortius Agit : "A união faz a força"  entre em contato: defato.dedireito@yahoo.com.br

Professor(a): ALEXANDRE ABDALA Avaliação: 1ª Atualizado em: 10/04/2010


Disciplina: DIREITO CIVIL V [Família] Período: 8º Data: Diversas
Virtus Unita Fortius Agit: "A união faz a força" Elaborado Por: Edson Ramos

sexta-feira 26/02/2010
DIREITO CIVIL V [Família]

EMENTA:
- Características:
- A família: esboço histórico e situação atual;
- Dimensão Constitucional: Casamento e união estável;
- A família Monoparamental;
- Efeitos jurídicos;
- Casamento;
- Impedimento;
- Direitos e deveres dos cônjuges;
- Regime de bens;
- Mudança de regime;
- Doações antenupciais;
- Dissolução da sociedade conjugal e do vínculo matrimonial;
- Separação judicial e divórcio;
- Parentesco;
- Filiação;
- Reconhecimento de filhos;
- Adoção;
- Poder Familiar;
- Tutela e curatela;
- Alimentos; e
- Ausência;

FAMÍLIA – Relacionamento entre os companheiros e os filhos.


É a esfera patrimonial oriunda dessa relação.

Esboço histórico e situação atual


- Na década de 50 a mulher viúva ou mãe solteira era discriminada pela sociedade.
- Na família, o homem era quem trabalhava e cuidava de todos, era quem mandava.
- Até a década de 60 a mulher era considerada incapaz, quando a partir de então, começa a trabalhar fora.
- Ter filho era finalidade patrimonial, pois o mesmo daria continuidade a que o pai fazia (profissão)

Na família atual, tanto homem como a mulher trabalham, existe democracia no lar. Não se casa mais
para constituir família, e sim, para ser feliz.

Exercício: Pesquise o conceito atual de família.

sexta-feira 12/03/2010
CASAMENTO

Características:

• Liberdade de escolha dos nubentes


Não poderá haver imposição de parentes ou de terceiros, os nubentes tem direito de escolher se quer
casar e com quem.

• É permanente
O casamento não tem prazo de validade ou duração previamente determinado.

• Exclusividade
Só é admitida a monogamia.

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• Distinção de sexo
O casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não é acolhido pelo Direito Brasileiro.

• Formalidade
Deve obedecer as exigências formais do art. 1525 do CC/2002.

Formalidades Preliminares do Casamento


O procedimento preparatório para o casamento inclui 3 fases distintas, a habilitação, que se processa nas
circunstâncias do registro civil, perante o juiz; a publicidade nos órgãos locais e a celebração.

Habilitação para o casamento


Conceito: Processo que corre perante o oficial do Registro Civil para demonstrar que os nubentes estão
legalmente habilitados para o ato nupcial. (art. 1.525, 1.550, IV, 1.560, II, e 1.554 CC)

Validade:
90 dias (não são três meses) – art. 1.516 § 1º CC.

Documentos: (art. 1.525, I a V, CC)

- Certidão de Nascimento dos nubentes - o art. 1.517, CC, exige a idade de 18 anos.Contudo, se os
nubentes atingirem 16 anos, poderão se casar com autorização dos pais ou do representante legal.

- Autorização dos pais ou responsáveis (se houver dependência) - trata-se dos incapazes. No NCC,
como idade núbil foi reduzida para 16 anos (art. 1.517, CC), os menores de 18 anos necessitarão do
consentimento de ambos os pais para se casarem. Em caso de divergência, qualquer um deles poderá
recorrer à autorização judicial, conforme o art. 1.631, CC. O menor não reconhecido pelo pai deverá ser
autorizado pela mãe (art. 1.633, CC). Se o menor estiver sob tutela, será necessário o consentimento do
tutor.

- Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não que declarem conhecer os nubentes
e não haver impedimento que os iniba de casar - o valor deste documento é relativo, pois pode ser
facilmente obtido (art. 42, Lei nº 6.015/73). Os impedimentos absolutos e relativos ao casamento
encontram-se, respectivamente, nos arts. 1.521 e 1.550, CC.

- Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contratantes e de seus pais
(se conhecidos) - esta declaração é denominada memorial.

- Certidão de Óbito do cônjuge falecido (para os viúvos), da sentença declaratória de nulidade ou


anulação de casamento anterior (se houve) transitada em julgado ou registro da sentença do
divórcio (para os divorciados).

Publicidade nos órgãos locais: (art. 1.527 e § único CC e art. 68 e §§ da Lei 6.015/73)

O Oficial do Registro Civil lavrará os proclamas do casamento mediante edital que será afixado durante 15 dias
em lugar ostensivo do edifício onde celebram os casamentos. Publicará na imprensa (Diário Oficial e Jornal de
grande circulação).

Autorização para a celebração do casamento: (art. 1.531 e 1.532 CC)

Após o prazo de 15 dias sem oposição de impedimentos matrimoniais, o oficial do Registro Civil passará
certidão declarando os nubentes habilitados para o casamento dentro dos 90 (noventa) dias imediatos.

Celebração do casamento
Os contraentes, com a certidão de habilitação, requererão à autoridade que houver de presidir o ato, a
designação do dia, lugar e hora para a cerimônia, que se realizará na sede do cartório de registro civil, com as
portas abertas (art. 1.533, CC). Nos casos fortuitos, ou de força maior, ou querendo as partes e consentindo a
autoridade celebrante, a solenidade celebrar-se-á em outro edifício (art. 1.524, CC).
Duas testemunhas deverão presenciar a cerimônia, devendo ser em número de 4 (quatro), se algum dos
nubentes não souber escrever ou se for a celebração em edifício particular (art. 1.534, §§ 1º e 2º, CC).

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Casamento Nuncupativo
Trata-se de forma especial de celebração do casamento (art. 1540, CC) em que, ante a vigência do
caso e por falta de tempo, não se cumprem todas as formalidades legais do art. 1.533, CC. Exemplo disso
seria quando um dos contraentes se encontrar em iminente risco de vida.
Neste caso, o oficial de registro, mediante despacho da autoridade competente, à vista dos
documentos exigidos pelo art. 1.525, CC (habilitação) e independentemente dos proclamas (art. 1.527, § único,
CC), dará a certidão de habilitação, dispensando o procedimento regular. Chega-se até mesmo a dispensar a
autoridade competente para presidir o ato, figurando, neste caso, os nubentes como celebrantes, e realizando
oralmente o casamento ( RT, 475/58), perante 6 testemunhas, que deles não tenham parentesco em linha reta,
ou na colateral, em 2º grau (art. 1.540, CC e art. 76, da Lei 6.015/73). Após a cerimônia, as testemunhas
deverão comparecer, dentro de 10 dias, ante a autoridade judicial mais próxima, para pedir que se lhes tomem
por termo as declarações (art. 1.541, CC).

Casamento por procuração


Admite-se, no sistema brasileiro, o casamento por procuração (art. 1.542, CC), por instrumento e com
poderes especiais.
Presentes os nubentes, em pessoa ou por procurador especial, 3 (três) testemunhas e o oficial do
registro, o juiz perguntará aos nubentes se persistem no propósito de se casar por livre e espontânea vontade
(art. 1.535, CC). Após, lavrar-se-á no livro de registro o assento do matrimônio (art. 1.536, CC).

Condição Suspensiva
A condição suspensiva será finalizada com a consumação do casamento. O casamento religioso é
legítimo com o registro no Cartório de Pessoas Naturais.

Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes
entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser
impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.

Trata-se de doação sob condição suspensiva, na dependência de fato futuro e incerto, somente se
aperfeiçoa com o evento. Como por exemplo, for o casamento a condição, a doação, assim condicionada,
ficará sem validade, se o casamento não se realizar, assim sendo, se esse não se realiza os presentes
deverão ser devolvidos.

DO PROCESSO DE HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO

Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou,
a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I — certidão de nascimento ou documento equivalente;
II — autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III — declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir
impedimento que os miba de casar;
IV — declaração do estado civil, do domicilio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V — certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento,
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.

Fase de habilitação (apresentação de documentos) - O processo de habilitação tem a finalidade de


comprovar que os nubentes cumprem os requisitos estabelecidos pela lei para o casamento. Os nubentes
devem ter capacidade para o casamento (arts. 1.517 a 1.520), e não podem estar incluídos em qualquer
hipótese de impedimento (art. 1.521) ou de causa suspensiva (art. 1.523).

sexta-feira 19/03/2010
1 - Casamento inexistente e nulo
1.1 - Introdução
Primeiramente é importante distinguir o ato nulo, anulável e inexistente. Os dois primeiros são negócios
jurídicos que aparentaram possuir uma formação regular, mas em virtude de determinado motivo, não
produziram os efeitos esperados.
O ato nulo, pela natureza e peculiaridade de seus vícios, existe, mas seus efeitos são
desconsiderados, ou seja, é como se não tivessem produzido nenhum efeito.
Já os atos anuláveis são aqueles eivados de vícios menos graves, e que produzem efeitos, que serão
desconsiderados somente após a decretação de anulação.

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Os atos inexistentes, por sua vez, são situações anômalas, em que não há a formação de um negócio
jurídico, mas mera aparência. Diz-se que o ato é inexistente pois não há algo a ser considerado nulo ou
anulável, mas somente o aspecto de uma relação jurídica regular.

Vejamos então as hipóteses de casamento inexistente e de casamento nulo.

1.2 - Casamento inexistente


O casamento inexistente é aquele ato em que, pela falta de pressuposto, não há formação da relação
jurídica.
Um caso de casamento inexistente seria quando ocorre a igualdade de sexos, ou seja, o casamento
entre dois homens ou duas mulheres. Será considerado ato inexistente.
Comentários:
Segundo o professor Alexandre, não se trata de casamento nulo, pois até a nulidade gera direitos.

Outra causa de inexistência seria a ausência de consentimento, ou seja, os nubentes não emitem
nenhuma manifestação de vontade durante a realização do casamento,
Comentários:
O remédio jurídico seria a Ação Declaratória de inexistência do casamento.

E a terceira causa que torna o casamento inexistente é a ausência da autoridade celebrante, ou seja,
ausência da autoridade religiosa ou do juiz de paz.
Comentários:
Pode ocorrer quando o terceiro age de acordo com as formalidades de autoridade, fazendo enganar os
nubentes de boa fé. Nesse caso o casamento é considerado válido.

Nessas três hipóteses o ato não existe pela falta de pressupostos, não tendo eficácia e validade,
podendo ter apenas mera aparência de negócio jurídico.

Há na doutrina muitas críticas a respeito da categoria dos atos inexistentes, pois de forma prática, a
teoria das nulidades, aplicada ao caso concreto, resolveria o problema, sendo considerados nulos, desde a
formação, os efeitos de um ato jurídico. Contudo grande parte dos doutrinadores concorda que para considerar
nulo, o ato tem que ter existido, para, posteriormente ser anulado. Mas naquelas três hipóteses a relação
jurídica somente ocorre materialmente, não se formando para o mundo do Direito.
Há de se destacar que, em certos casos, mesmo o ato sendo inexistente pode gerar algumas
repercussões jurídicas, e nesse caso, há necessidade de um pronunciamento judicial, que irá desconstituir os
efeitos, aplicando-se a teoria das nulidades; entretanto, se efeito não houve, não há necessidade de se tomar
nenhuma providência.
Contra o casamento inexistente não corre qualquer prazo prescricional, ou seja, a qualquer tempo,
poderá ser declarada a sua inexistência.
Havendo efeitos, qualquer pessoa pode argüir a inexistência, além do próprio juiz, que poderá decretá-
la de ofício.

1.3 - Casamento nulo


Cumpre ressaltar que o casamento nulo, diferente do casamento inexistente, possui existência, mas
em virtude da gravidade dos vícios, acaba por ter seus efeitos desconstituídos desde a formação.
Todas as causas que tornam o casamento nulo são devidamente previstas em lei, não podendo se
admitir a decretação de qualquer nulidade que não esteja prevista na legislação.
Importante destacar que o sistema de nulidades do casamento é matéria específica do ramo do Direito
de Família, não podendo aplicar as regras comuns e gerais das nulidade dos atos jurídicos.
Somente as pessoas previstas na lei é que podem argüir a nulidade, e em alguns casos, a nulidade
pode se convalescer com o decurso do tempo.
Não se pode esquecer que no Direito de Família vigora o princípio do favor matrimonii, pelo qual a
legislação visa a proteção do casamento tendo em vista que, uma decretação de nulidade pode acarretar a
dissolução de uma entidade familiar, o que é não interessante para as normas que visam amparar a família.
Vejamos então, as causas de nulidade do casamento.
De acordo com o art. 1.548, I do CPC, o casamento é nulo quando um dos cônjuges tiver problemas
mentais sem o necessário discernimento para os atos da vida civil. Esse vício incide na manifestação de
vontade, e dessa forma, o casamento é nulo.
Já, de acordo com o art. 1.548, II do CC/2002, o casamento será nulo se realizado com infração a
impedimento.

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Impedimentos são causas previstas em lei que impedem a realização do casamento.


Caso o casamento ocorra nesta situação, uma vez descoberto o impedimento, o mesmo se reputará
inválido. Eles estão previstos no art. 1.521 do Código Civil Brasileiro.

1.4 - Os impedimentos

Art. 1.521. Não podem casar:


I — os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II — os afins em linha reta;
III — o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV — os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V — o adotado com o filho do adotante;
VI — as pessoas casadas;
VII — o cônjuge com o condenado por homicídio doloso ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.

A legislação civil vigente procurou elencar no rol do art. 1.521 as causas em que o casamento não é
possível e nunca será considerado válido.

A primeira possibilidade de impedimento é o casamento entre ascendentes e descendentes, seja o


parentesco consangüíneo ou civil.
Dessa forma, os pais, filhos, avós, bisavós, netos, sejam consangüíneos ou adotados, não podem
casar entre si.

A segunda possibilidade de impedimento seria o casamento entre os parentes afins em linha reta.
Para explicar esse impedimento é importante mencionar que o parentesco por afinidade é aquele que o
cônjuge tem em relação à família do outro, conforme determina o art. 1.595 do CC:

Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.

Já o parentesco em linha reta é aquele que diz respeito a uma relação de ascendência ou
descendência, conforme o disposto no art. 1.591 do pegar CC/2002:

Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de
ascendentes e descendentes.

Nessa hipótese, não podem casar sogros e noras, genros e sogras (por se tratar de parentesco em
linha reta), ainda que sejam divorciados ou separados, haja vista que o parentesco por afinidade em linha reta
não se extingue nem com o fim do casamento ou da união estável, conforme determina o art. 1.591, §2º do
CC/2002:
Art. 1.591 (...)
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.

Na linha colateral, o parentesco por afinidade desaparece com a dissolução do casamento ou da união
estável, e nesse caso, não haveria mais a figura dos cunhados, podendo os mesmos casar entre si.

A terceira possibilidade de impedimento é impossibilidade do casamento para o adotante com quem


foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante. Assim não podem se casar entre si padrastos
com enteadas e madrastas com enteados.
Tal disposição seria até dispensável, em se tratando da regra prevista no inciso II do 1.521 do
CC/2002; mas por cautela, resolveu o legislador enfatizar a questão, dando tratamento igual para famílias
biológicas ou não.

A quarta possibilidade de impedimento seria o casamento entre os irmãos, unilaterais ou bilaterais,


e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive. Nesse caso proíbe-se o casamento entre irmãos de mesmo
pai e mesma mãe ou irmãos só por parte da mãe ou do pai.
Parentes colaterais são aqueles provenientes de um só tronco, sem resultar de uma relação de
descendência, de acordo com o art. 1.592 do CC:

Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes
de um só tronco, sem descenderem uma da outra.

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Assim, não podem casar tios e sobrinhos entre si.

Contudo, o decreto- Lei 3.200, de 1941, que trata de normas relativas à proteção da família traz uma
exceção ao impedimento legal ao permitir o casamento entre tios e sobrinhos desde que estes, via judicial,
apresentem laudo médico que não há incompatibilidades genéticas que possam prejudicar futura prole.
Com a edição do Código Civil de 2002, muita polêmica foi instaurada a respeito do tema, chegando-se
a cogitar que o referido decreto-lei estaria revogado.
Em função dos debates doutrinários, houve a edição de um enunciado que procurou regulamentar a
questão.
O enunciado nº 98 na I Jornada de Direito Civil do Conselho Nacional de Justiça dispunha:
"O inc. IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-lei n. 3.200/41, no que se
refere à possibilidade do casamento entre colaterais de 3º grau".

Comentários:
Por ser legislação específica, diante do dilema prevalece o Decreto-Lei 3.200, de 1941.
Os pretendentes deverão requerer judicialmente o enlace matrimonial, devendo antes se submeter a
exames de 2 peritos médicos para atestar sanidade mental, sangue e DNA para que sejam verificadas
possibilidades de seqüelas aos futuros filhos.
Se houver empate entre os peritos o juiz pode indicar um terceiro.
Se o juiz não aceitar os laudos poderá indicar novos peritos.

Assim, entende-se que podem casar os tios com suas sobrinhas desde que observados os
procedimentos e requisitos legais. Caso o laudo médico conclua pela inconveniência do casamento, o
impedimento prevalece.

A quinta possibilidade de impedimento é o casamento entre o adotado com o filho do adotante. Ora,
este dispositivo é totalmente dispensável haja vista que, no momento da adoção, o adotado e o filho do
adotante se tornam irmãos, e por isso já estariam impedidos de casar pela regra do art. 1.521, IV.

A sexta possibilidade de impedimento é o casamento entre pessoas já casadas. O legislador, neste


caso, quis repelir a prática da bigamia.
Assim, a pessoa casada que tiver relações não eventuais com outra não constitui sequer união estável,
mas concubinato.

A sétima possibilidade de impedimento se refere à impossibilidade do casamento entre o cônjuge


sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Por razões
evidentes, esta é mais uma das causas em que o casamento nunca será considerado válido.
Há de se ressaltar que o impedimento somente vigora em casos de homicídio doloso, não
prevalecendo na hipótese de homicídio culposo.
Comentários:
O inciso da o entendimento que o casamento é permitido nesse caso, quando o processo de homicídio
ou tentativa ainda está tramitando e não houve o transito e julgado.
Entende o Prof. Alexandre, que o impedimento ocorre quando o homicídio ou tentativa são DOLOSOS,
e não ocorreria quando os crimes fossem CULPOSOS.

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por
qualquer pessoa capaz.
De acordo com o art. 1.522, os impedimentos podem ser opostos por qualquer pessoa capaz, desde
que seja antes da realização do matrimônio:
Comentários:
Qualquer pessoa capaz, maior de 18 anos, pode denunciar o impedimento ao cartório ou a Justiça, até
o momento da celebração do casamento.

Prevê o art. 1.548 do CC/2002 que o casamento é nulo em duas hipóteses: quando contraído por
enfermo mental sem necessário discernimento para os atos civis ou quando houver infringência de
impedimento.

Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente,
pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público.
Comentários:

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De acordo com o art. 1.549, após o casamento, as ações de nulidade podem ser promovidas por
qualquer interessado, pelo MP ou até mesmo ex-officio pelo juiz.
Qualquer interessado não é qualquer pessoa, mas aquelas que tenham algum interesse jurídico, moral ou
econômico. Os terceiros que não tenham nenhuma relação com o fato, não tem legitimidade para propor a
referida ação.

Questão:
Qual o prazo prescricional para levar a juízo uma nulidade de casamento?

R: Não existe prazo de prescrição, é imprescritível, pode ser requerida a qualquer tempo.

Atenção:
Não confundir NULIDADE com ANULAÇÃO.

Casamento Putativo
É o casamento nulo ou anulável, que, contraído de boa fé, por ambos, ou pelo menos por um dos
nubentes, tem, em razão da boa fé, efeitos civis (art. 1.561, CC).
Se ambos estavam de boa fé, a sociedade conjugal se dissolve como se tivesse ocorrido a morte de
um dos cônjuges, partilhando-se os bens. O regime de bens adotado gera efeitos até a data da anulação,
atendendo-se na partilha o que foi estabelecido no pacto.
Se a nulidade ou anulabilidade foi decretada após a morte de um dos cônjuges, o outro herda
normalmente. Morrendo um dos cônjuges após a sentença anulatória, não mais será herdeiro.
Se a boa fé era só de um dos cônjuges, deve-se observar o art. 1.564, CC. O cônjuge de má fé perde
as vantagens econômicas do casamento, não tendo direito à meação, se casaram sob o regime da comunhão
de bens, nem será herdeiro do outro cônjuge. Por outro lado, o cônjuge inocente não perde seus direitos.

Art. 1.523 – Causas Suspensivas

Questão:
Qual a conseqüência de um casamento que possui causa suspensiva?

R: Não gera inexistência, nulidade ou anulação, o único ônus que cabe aos nubentes é que o regime será
convertido em SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS (essa imposição aos cônjuges seria a pena dos dois).

sexta-feira 26/03/2010
Regime de bens
Classificação:
a) Convencional (= Consensual)
É quando os cônjuges optam por determinado regime de bens: SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS,
COMUNHÃO UNIVERSAL e PARTICIPAÇÃO FINAL EM AQUESTOS.
Quando o casal quiser a COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, não será necessário o pacto pré-nupcial,
basta mencionar na fase de habilitação do casamento.

b) Legal
b-1) Legal supletivo
Ocorre a omissão, quando o casal não se pronunciar sobre o regime será adotado o de COMUNHÃO
PARCIAL DE BENS.

b-2) Legal Obrigatório


Trata-se do regime de SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS dos casos do art. 1.641, CC/2002.

sexta-feira 09/04/2010

Pacto pré-nupcial – Serve para predeterminar os direitos patrimoniais dos cônjuges. Alguns casais também
colocam em seus pactos outras questões como; de guarda de menor, tutoria de menor, etc, mas, o objetivo
principal dos pactos pré-nupciais é patrimonial.

No pacto os cônjuges podem misturar características de mais de um regime.

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Não há previsão legal para contratos pré-nupciais (ex: EUA), mas devido a omissão legal, é aceito por
jurisprudência.

Escritura Pública

“Se registrou tem validade, casou tem eficácia” (Prof. Alexandre)

“O regime de bens passa a vigorar desde a data do casamento” (art. 1.639, § 1º, CC/2002). Se houver
o pacto pré-nupcial tem que ser registrado em escritura pública para ser válido, senão não há casamento, o
que não permite que o pacto tenha eficácia. Nesse caso o pacto tem validade, mas não tem eficácia. Tanto
que, se um dos noivos vier a falecer antes do casamento o pacto CADUCA, perdendo todo seu valor.

Antes do casamento, em qualquer regime, inclusive a COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS, as partes


podem negociar livremente seus bens, sem pedir autorização, nem mear os valores com o outro, pois ainda
não entrou em vigor o pacto pré-nupcial.

Se houver por parte de um dos noivos uma compra a crédito cujas datas de pagamento adentraram o
casamento, no caso de separação no regime de COMUNHÃO PARCIAL DE BENS, deverão ser feitos cálculos
proporcionais dos valores que foram pagos após o casamento, para efetuar a partilha.

O § 2º, art. 1.639, CC/2002, prevê a possibilidade de mudança de regime após o casamento, sendo
que o pedido deverá ser por meio de petição fundamentada e assinada por ambos os cônjuges.

Comentários: Para o Prof. Alexandre, é obrigatória a marcação de uma audiência, para que o juiz possa sentir
a real intenção da mudança de regime.

O art. 1.640, CC/2002 (Regime Supletivo) – Na omissão quanto ao regime, nulidade ou ineficácia da escolha
do regime, converte-se em COMUNHÃO PARCIAL DE BENS.
Ex: Pacto pré-nupcial que não for por escritura pública.

Art. 1.641, CC/2002 (Separação Legal Obrigatória) – É obrigatório adotar a COMUNHÃO PARCIAL DE BENS.
I – Causas suspensivas (Ver o art.1.523, CC/2002)

Exceção – se as partes peticionam afirmando e provando que o casamento não trará prejuízo a nenhuma
delas o juiz pode “levantar” a causa suspensiva, podendo então as partes escolher novo regime de bens.

Obs: Quando se casa novamente é necessário fazer a partilha dos bens do casamento anterior, se isso não é
feito o regime do novo casamento será o de SEPARAÇÃO TOTAL. Se após o casamento fez-se a partilha do
primeiro casamento, pode-se peticionar provando que foi feita a partilha, nesse caso pode-se escolher novo
regime.

II – Maiores de 60 anos – Havia presunção de esclerose

- O dispositivo seria para preservar o patrimônio do idoso. Para o Prof. Alexandre o dispositivo é visto pela
maioria como Inconstitucional.
- Nesse caso não existe mais a possibilidade de mudança de regime.
- O cônjuge idoso tem a faculdade de doar um bem para sua esposa mais jovem (art. 1.544, CC/2002).

III – Menores de 16 a 18 anos (autorização dos pais) – Quando o juiz dá anuência que os pais não
queriam dar, o regime será SEPARAÇÃO TOTAL, sendo possível aos nubentes alterar o regime quando
atingirem a maioridade núbil (18 anos).

- Quando os pais autorizam o casamento, pode se escolher qualquer regime, desde que os pais acompanhem
essa escolha. Os pais também assinam no pacto.

Art. 1.653, CC/2002 – É nulo o pacto...

Art. 1.654, CC/2002 – Eficácia do pacto...

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Art. 1.657, CC/2002 – Convenções ante nupciais - Se fez o pacto, tem que registrar no cartório de registro de
imóveis (RGI) do domicílio dos cônjuges para que tenha efeito erga omnis (efeito para terceiros), mesmo que
eles não tenham bens (imóveis).
Se o casal tem vários imóveis, é obrigatório que se faça separadamente o registro de cada imóvel.

Art. 1.658, CC/2002 (Comunhão Parcial) – comunicam-se os bens do casal, partilha-se tudo, menos os casos
do art. 1.659, CC/2002.

Art. 1.659, CC/2002.


I – Bens anteriores ao casamento não se partilha, os posteriores ao casamento por doação ou herança,
como o bem que já era comprometido antes do casamento (sub-rogado). Na ocorrência de venda de bem
recebido em doação antes do casamento, caso seja vendido depois do casamento, para aquisição de outro de
mesmo valor, tem que haver a vinculação da compra do bem com a venda do anterior (sub-rogar), para que
ele continue comprometido.
Ex: Se o noivo, antes do casamento herda do pai um apartamento, caso faça sua venda após o
casamento, para compra de outro imóvel, ocorre sub-rogação, é como se fosse ainda o bem anteriormente
doado, continuará fora da partilha.

Comentários: Bem doado não partilha, bem herdado não partilha, bem anterior ao casamento não partilha
(Prof. Alexandre).

II – Repete o sentido do inciso anterior.


III – Obrigações anteriores ao casamento – Se um dos noivos, antes do casamento faz crédito como,
por exemplo, nas Casas Bahia, a obrigação de pagar é somente sua e não do cônjuge.

Comentários: É diferente de imóvel, pois ocorre a usufruição de ambos (Prof. Alexandre).

IV – Não se partilha a obrigação adquirida em ato ilícito, exceto se o cônjuge usufruía do fruto do ilícito.

Comentários: O cônjuge de boa fé terá que provar que não sabia, senão partilhará a obrigação de reparar
civilmente (Prof. Alexandre).

V – Não se partilham bens de uso pessoal, livros e instrumentos de profissão.

Exceção: Livro raro. Ex: Código Civil Italiano de mil oitocentos e pouco, um livro autografado de Rui Barbosa
1ª edição (Prof. Alexandre).

VI – Proventos de trabalho pessoal – O cônjuge não tem direito ao salário do outro, mas sim às
conseqüências trabalhistas tais como verbas rescisórias, indenizações provenientes de relação trabalhistas são
partilhadas

VII – A pensão de um cônjuge não se partilha com o outro.


No caso do FGTS, existe discordância doutrinária, o STJ considera partilhável, a outra corrente, muito
antiga, mas que ainda tem adeptos discorda por entender tratar-se de indenização e não verba rescisória.
Obs: O fruto de ação indenizatória não é partilhável, pois é personalíssima (Não está no código).

Art. 1.660, CC/2002


I – Exceto a sub-rogação, todos os bens adquiridos após o casamento são partilháveis.
II – Se já tinha dinheiro guardado e transferiu para uma conta corrente que abriu após o casamento, o
dinheiro é partilhável. (prêmio de loteria, BBB, rifa, etc.).
III – Se os dois receberam o bem, ambos compartilham.
IV – A benfeitoria, inclusive no bem doado, é partilhável. Ex: Se um dos cônjuges tem um bem
herdado, as benfeitorias feitas são partilháveis na partilha, pois presume-se que foi por esforço comum a
benfeitoria realizada.
V – O bem doado não partilha, mas os frutos do bem é partilhável.

Art. 1.663, CC/2002 – A administração dos bens comuns cabe a qualquer um dos cônjuges.

Art. 1.667, CC/2002 (Comunhão Universal) – Partilha-se todos os bens adquiridos antes, durante e depois do
casamento, exceto nos casos citados no art. 1.668.

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Art. 1.668, CC/2002


I – Bem doado com gravame de cláusula de incomunicabilidade – Um dos noivos recebe do pai um
apartamento cuja doação está gravada pelo proprietário anterior, de cláusula de incomunicabilidade, isto
significa que o bem é incomunicável, isto é, não pode ser partilhado com o outro cônjuge, mesmo se o regime
for de comunhão universal.
O bem neste caso é incomunicável e não inalienável. Se o bem é vendido para compra de outro bem, o
outro bem carrega a incomunicabilidade. Ex: Vender o imóvel incomunicável para comprar outro imóvel o novo
imóvel será sub-rogado da incomunicabilidade e continuará impartilhável.

+X+ +X+ + A partir daqui não cairá na primeira prova +X+ +X+ +

II – Bem gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição


suspensiva.

É interessante, assim que possível pesquisar:


a) Fideicomisso
b) Fideicomitente
c) Fideicomissário

Artigos do CC/2002 que poderão ser


cobrados na prova:

544,
1.517 ao 1.521
1.523 ao 1.527
1.531 e 1.532
1.539 e 1.540
1.542
1.548 ao 1.560
1.639
1.640
1.641
1.653
1.657
1.659 ao 1.661
1.663
1.672
1.673
1.674
1.687
1.688

===================
Por enquanto é só.
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Próximas aulas:

PROVA sexta-feira 16/04/2010

sexta-feira 23/04/2010

sexta-feira 30/04/2010

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