PROJETO AGENDA CIDADÃ

DIAGNÓSTICO REGIONAL

HISTÓRICO DA OCUPAÇÃO
DE SANTARÉM

EQUIPE DO POLO 1
1494 – O TRATADO DE TORDESILHAS DIVIDE A PROPRIEDADE DA
AMÉRICA DO SUL ENTRE OS IMPÉRIOS DE PORTUGAL E ESPANHA
ESTABELECENDO UMA LINHA DE FRONTEIRA IMAGINÁRIA. A REGIÃO
AMAZÔNICA PERTENCERIA AO IMPÉRIO ESPANHOL.
FRANCISCO DE ORELLANA NO TAPAJÓS:
Viagem relatada pelo capelão frei
Gaspar de Carvajal (1504-1584)
Segundo Reis (1979:11), “Francisco de Orelana
foi seguramente o primeiro europeu com
nomeada universal que teve contacto com as
águas do Tapajós e as terras que ele umedece.
Foi isso no ano de 1542. Mês de junho.”
FRANCISCO DE ORELLANA NO TAPAJÓS
• Orellana, então capitão da expedição de Gonzalo
Pizarro (1506?-1548) no processo de conquista do Peru
por Francisco Pizarro (1470-1541) havia empreendido
um feito muito ousado e, sobretudo para a época,
extremamente perigoso e difícil. Em dezembro de
1541, em busca de alimento para a expedição, desceu
um rio chegando até o Amazonas por onde navegou
atravessando a Amazônia no sentido oeste-leste.
Desta feita, saindo de Quito, na cordilheira do
Equador, descendo as águas do Amazonas, chegou até
o Oceano Atlântico (MIRANDA NETO, 1986:21)
• 1580 – UNIÃO IBÉRICA: PORTUGAL SE UNE A ESPANHA SOB
A MESMA COROA.

• 1611 – LEI PORTUGUESA INTRODUZIU A ESCRAVIDÃO LEGAL

DOS ÍNDIOS. OS COLONOS CONTROLAVAM O SISTEMA DE
APRESAMENTO DE ÍNDIOS. CRIOU O SISTEMA DE CAPITÃES
DE ALDEIA PARA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO INDÍGENA E
DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDIOS.

• 1612 – FRANCESES SE ESTABELECEM NO MARANHÃO E

FUNDAM SÃO LUÍS.

• 1613 – TENTATIVA FRANCESA DE OCUPAR O PARÁ.

• 1614 – PORTUGUESES CONQUISTAM SÃO LUÍS.

• 1616 – EM 12/01/1616, FRANCISCO CALDEIRA CASTELO BRANCO FUNDA O
FORTE DO PRESÉPIO DE SANTA MARIA DE BELÉM NA BAIA DO GUAJARÁ
(FUNDAÇÃO DE BELÉM);

• 1617-1619 – LUTAS INDÍGENAS DE ATAQUE. EM 1618, ASSASSINATO

DO TUPINAMBÁ AMARO. EM 7 DE JANEIRO DE 1619, OS TUPINAMBÁ
ATACAM BELÉM.
• Falando das terras e dos acontecimentos do Pará, Mauricio de Heriarte, em 1662, faz referência a
guerra dos portugueses contra os Tupinambás.
• “Sam as terras de Para (...) muy fertiles (...) capazes de grandes
povoações, por serem terras largissimas, e de muitos indios, que quando
foy provoada de Portugueses, avia mais de 600 povoações de indios
Tapinambas e Tapuias, que vendo que eram poucos os Portugueses, se
levantaram contra elles, e mataram 222, sendo seu capitam mor Francisco
Caldeira de Castello Branco: mas os que ficaram, com muito valor, em que
com muito trabalho, deram grandes guerras à os indios, e destruiram a
naçam Tapinamba, que dominava sobre a outra naçam Tapuia. Morreram
muitos indios na guerra, e outros se retiraram pella terra dentro, e os
que hoje assistem a os Portugueses, sam 15 povos, trabalhando em suas
grangrarias por preço de duas varas de pano de algodam por cada mez...”
(HERIARTE, 1964:26-8 - grifos nosso!)
• 1620-1627 – LUTAS INDÍGENAS DE DEFESA.

• 1621 – CRIADO O ESTADO DO MARANHÃO

(CAPITAL SÃO LUÍS). ESTADO DO BRASIL
(CAPITAL SALVADOR).

• 1623-1625 – LUSO-TUPINANBÁS DERROTAM

HOLANDESES.
• O forte militar dos holandeses, no rio Gurupá,
na região dos índios Mariocai, foi tomado em
1623 pelos luso-brasileiros que passaram a
utilizá-lo como base de apoio às incursões e,
posteriormente, como posto de cobrança dos
impostos (REIS, 1979:13-4).
• 1623 – “ENTRADA” OFICIAL ATÉ GURUPÁ OU
XINGU, DO CAPITÃO-GENERAL DO PARÁ,
BENTO MACIEL PARENTE. ATRIBUIU-SE-LHE O
TÍTULO DE “PRIMEIRO DESCOBRIDOR E
CONQUISTADOR DOS RIOS AMAZONAS E
GURUPÁ”. ALGUMAS BANDEIRAS JÁ IAM ATÉ
O RIO PARU, DAÍ EM DIANTE, RIO ACIMA, ERA
O INCOGNOSCÍVEL, O DESERTO D´ÁGUA, O
“MAR TENEBROSO”, FANTÁSTICO,
ASSUSTADOR... ATÉ ESTE ANO AS
“ENTRADAS” NÃO PASSAVAM DAÍ.
 PRIMEIROS CONTATOS DOS PORTUGUESES
COM A NAÇÃO DOS TUPAIUS

• 1626 – TROPA DE RESGATE DE PEDRO TEIXEIRA

É CORDIALMENTE RECEBIDA PELOS TUPAIUS
(RIO TAPAJÓS), FAZ TROCA DE MERCADORIAS,
MAS NÃO CONSEGUE RESGATAR ÍNDIOS
ESCRAVOS, POIS OS TUPAIUS NÃO CONSENTIAM
ESTE TIPO DE PERMUTA. RECONHECEU ÍNDIOS JÁ
RELACIONADOS COM OS CASTELHANOS, MAS
QUE JÁ HAVIAM SE SEPARADO DO COMÉRCIO
DAS ÍNDIAS CASTELHANAS.
• 1631 – OS ÍNDIOS DA NAÇÃO TUPAIU,
LOCALIZADOS NA MARGEM DIREITA DO RIO
TAPAJÓS COMEÇAM A APARECER NA
CARTOGRAFIA DA REGIÃO AMAZÔNICA

• 1632 - LUSO-TUPINANBÁS DERROTAM

HOLANDESES E INGLESES EM MACAPÁ.
• 1637 – EM OUTUBRO, PEDRO
TEIXEIRA PARTE DE CAMETÁ ATÉ
QUITO COM 47 CANOAS, 70
SOLDADOS PORTUGUESES, 1.200
ÍNDIOS, ALGUMAS MULHERES E
MOÇOS, COM UM TOTAL DE MAIS
DE 2000 PESSOAS E TOMA POSSE DO
ALTO AMAZONAS. 
 RELATOS DO PE. CRISTÓBAL DE ACUNÃ E DE
MAURICIO DE HERIARTE, REFERENTE A
“NAÇÃO”, “PROVÍNCIA” DOS TAPAJÓS (1639):

• 1639 – EM RETORNO DA VIAGEM A QUITO,

EM DEZEMBRO DE 1639, A ARMADA DE
PEDRO TEIXEIRA NOVAMENTE DESEMBARCA
NA ALDEIA DOS TAPAJÓS. ACOMPANHANDO
ESTA ARMADA, Pe. CRISTÓBAL DE ACUNÃ,
EM “NOVO DESCOBRIMENTO DO GRANDE
RIO DAS AMAZONAS”, REFERINDO-SE AO
TAPAJÓS, INFORMA QUE:
• - “DESEMBOCA PELA BANDA SUL O VISTOSO RIO DOS
TAPAJÓS, TOMANDO NOME DA NAÇÃO E PROVÍNCIA
QUE SUSTENTA EM SUAS MARGENS QUE É MUITO
POVOADA DE BÁRBAROS, COM BOAS TERRAS E
ABUNDANTES MANTIMENTOS. SÃO ESTES TAPAJOZES
GENTE DE BRIOS MUITAS VEZES TEMIDOS PELAS
NAÇÕES CIRCUNVIZINHAS, PORQUE USAM TAL
PEÇONHA EM SUAS FLECHAS QUE SÓ COM O CHEGAR
A FAZER SANGUE, TIRAM SEM REMÉDIO A VIDA...
EMBORA EM SUAS TERRAS RECEBESEM COM BOM
AGASALHO AOS NOSSOS, COMO VERIFICAMOS
QUANDO ACAMPAMOS PERTO DE UMA ALDEIA SUA
DE MAIS DE QUINHENTAS FAMÍLIAS, DE ONDE NÃO
CESSARAM DURANTE O DIA INTEIRO, DE VIR TROCAR
PATOS, GALINHAS, REDES, PEIXES, FARINHA, FRUTAS, E
OUTRAS COISAS, E COM TANTA CONFIANÇA QUE
MULHERES E MENINOS NÃO SE AFASTARAM DE
NÓS...”
• - “AO PASSAR PELA FOZ DO JENIPAPO (PARU), ENCONTREI UMA
“TROPA DE RESGATE” CONTRA OS TAPAJÓS, COMANDADA POR
BENTO MACIEL. DESDE LOGO PROCUREI, PELOS MELHORES MEIOS
QUE PUDE, SE NÃO IMPEDIR, PELO MENOS SUSTAR ATÉ QUE
HOUVESSE NOVA ORDEM DE SUA MAJESTADE. BENTO MACIEL ME
DEU SUA PALAVRA DE QUE NÃO PROSSEGUIRIA NO SEU INTENTO,
ATÉ QUE TIVESSE AVISO DE SEU PAI. MAS APENAS VIRAMOS AS
COSTAS QUANDO, COM A MAIOR QUANTIDADE DE GENTE (SOLDADOS
E ÍNDIOS AMIGOS), EM UMA LANCHA ARTILHADA E EM OUTRAS
EMBARCAÇÕES MENORES, DANDO SOBRE ELES DE IMPROVISO, LHE
OFERECEU CRUA GUERRA SE NÃO QUERIAM BOA PAZ”. OS TAPAJÓS,
DESPREOCUPADOS E AINDA SOB A BOA IMPRESSÃO DA VISITA
PACÍFICA E AMIGÁVEL DA FROTILHA DE PEDRO TEIXEIRA,
JULGAVAM-NA COMO A OUTRA, COMPOSTA DE CARIUAITA-CATU
(BRANCOS BONS). POR TRAIÇÃO FORAM CERCADOS, DESARMADOS E
SUAS MULHERES E FILHOS ENTREGUES A SANHA DA INDIADA E DA
SOLDADESCA QUE PILHARAM E DEVASTARAM TODA A MALOCA. A
TROPA NÃO TRAZIA ASSISTENTE RELIGIOSO, COMO ERA DE PRAXE,
PORQUE, A ESTE TEMPO, AINDA NÃO ERA OBRIGATÓRIO.
 MAURICIO DE HERIARTE,
COMPANHEIRO DE PEDRO
TEIXEIRA NA BAIXADA DE QUITO
PARA O PARÁ, EM DEZEMBRO DE
1639, FAZ O SEGUINTE RELATO
SOBRE A “PROVÍNCIA DOS
TAPAJÓS”:
• “ESTA PROVÍNCIA DOS TAPAJÓS, É MUI GRANDE E A
PRIMEIRA ALDEIA ESTÁ ASSENTADA NA BOCA DE UM RIO
CAUDALOSO E GRANDE QUE COMUMENTE SE CHAMA DOS
TAPAJÓS. É A MAIOR ALDEIA E POVOAÇÃO QUE POR ESTE
DISTRITO CONHECEMOS ATÉ AGORA. BOTA DE SI 60 MIL
ARCOS, QUANDO MANDA DAR GUERRA, E POR SER MUITA
A QUANTIDADE DE ÍNDIOS TAPAJÓS, SÃO TEMIDOS MAIS
DOS ÍNDIOS E NAÇÕES E ASSIM SE TÊM FEITO SOBERANOS
DAQUELE DISTRITO. SÃO CORPULENTOS E MUI GRANDES E
FORTES. SUAS ARMAS SÃO ARCOS E FLECHAS, COMO AS
DOS MAIS ÍNDIOS DESTAS PARTES, MAS AS FLECHAS SÃO
ERVADAS E VENENOSAS, DE MODO QUE ATÉ AGORA SE
LHE NÃO TEM ACHADO CONTRA, E É CAUSA POR ONDE OS
OUTROS ÍNDIOS OS TEMEM; PORQUANTO EM FERINDO
COM FLECHAS NÃO HÁ REMÉDIO DE VIDA. SÃO EM
EXTREMO BÁRBAROS E MAL INCLINADOS. TÊM ÍDOLOS
PINTADOS A QUEM ADORAM E A QUEM PAGAM DÍZIMO
DAS SEMENTEIRAS, QUE SÃO DE GRANDE MILHARADAS, E
É O SEU SUSTENTO, QUE NÃO USAM TANTO DE MANDIOCA
PAR FARINHA, COMO AS DEMAIS NAÇÕES”.
• 1654 – CRIADO O ESTADO DO
MARANHÃO E GRÃO-PARÁ,
(CAPITAL SÃO LUÍS) E ESTADO O
BRASIL (CAPITAL SALVADOR)

• 1655 – BELÉM TORNA-SE CIDADE. A

CAPITAL DO PARÁ É TRANSFERIDA
PARA O MARAJÓ.
 1662 - OS TUPAIUS EM ATRITO COM
PORTUGUESES
• Várias nações indígenas se recusavam a negociar com os
comerciantes portugueses. Era o que estava acontecendo com os
índios Tapajó. Falando da Província dos Tapajós, Heriarte (1964:42-
6) nos informa que:
• Nam estam estas terras povoadas de indios pella margem do rio,
por quanto se retiraram do comercio dos Portugueses, por lhes
evitarem suas grandes maldades, se meteram pella terra dentro
(...) A primeira aldea esta assentada na boca de hu rio caudaloso e
grande, que comumente se chama dos Tapajos. He a mayor aldea
e povoaçam que por este distrito conhecemos athe agora (...) Sam
corpulentos, e muy grandes e fortes. Suas armas sam arcos e
frechas, como as de mais indios destas partes: mas as frechas sam
ervadas e venenozas (...) e he a cauza por donde os outros indios os
temen, por quanto em ferindo com as frechas, nam há remedio de
vida (grifos nosso!)
 SANTARÉM TORNA-SE ALDEIA: A
ALDEIA DE NOSSA SENHORA DA
CONCEIÇÃO DOS TAPAJÓS”.
• 1661 – Em 22 de junho, Pe. João Felipe
BETTENDORF FUNDA A “ALDEIA DE NOSSA
SENHORA DA CONCEIÇÃO DOS TAPAJÓS”.
(FUNDAÇÃO DE SANTARÉM!!!)
• 1662 – JESUÍTAS EXPULSOS DA AMAZÔNIA
PELOS COLONOS.
• 1663 – VOLTA DOS MISSIONÁRIOS
• 1665 – A “ALDEIA DOS TAPAJÓS” JÁ ERA A
MAIS IMPORTANTE DAS MISSÕES DO PARÁ.
• 1669 – CONSTRUÍDO O FORTE SÃO JOSÉ
DA BARRA DO RIO NEGRO (MANAUS),
COM O OBJETIVO DE FORTIFICAR A
ENTRADA DO RIO NEGRO.

• 1682 – CRIADA A COMPANHIA DE

COMÉRCIO DO MARANHÃO E GRÃO-
PARÁ. MONOPÓLIO DO COMÉRCIO E,
ANUALMENTE, ABASTECER A REGIÃO
COM 500 ESCRAVOS NEGROS A PREÇO
FIXO, DURANTE 20 ANOS.
• 1686 – REGIMENTO DAS
MISSÕES => MISSIONÁRIOS
COM O CONTROLE DA FORÇA
DE TRABALHO INDÍGENA. ATÉ
1757, QUANDO ENTÃO O
MARQUÊS DE POMBAL
EXPULSA OS MISSIONÁRIOS.
 SANTARÉM COMO UMA ALDEIA
FORTIFICADA
• 1697 – INAUGURADA A “FORTALEZA DO
TAPAJÓS” NA “ALDEIA DE NOSSA SENHORA
DA CONCEIÇÃO DOS TAPAJÓS”. JÁ HAVIA OS
FORTES DE MACAPÁ, DESTERRO (ALMEIRIM) E
RIO NEGRO (MANAUS).

• 1699 – FORTE DOS PAUXIS (ÓBIDOS)

 A CONQUISTA DO ALTO
AMAZONAS
• 1723-1727 – LEVANTE INDÍGENA NO
AMAZONAS. OS MANAU, SOB O COMANDO
DE AJURICABA, IMPEDIRAM A ENTRADA DE
EMBARCAÇÕES NO RIO NEGRO.

• 1750 – “SÓ DO RIO NEGRO, ATÉ 1750,

SAÍRAM COMO ESCRAVOS, MAIS DE TRÊS
MILHÕES DE ÍNDIOS” (Pe. JOÃO DANIEL –
“TESOURO DESCOBERTO NO RIO MÁXIMO
AMAZONAS”)
ATUAÇÃO RELIGIOSA NA PACIFICAÇÃO
DOS ÍNDIOS
O domínio da civilização nas terras da margem esquerda do
amazonas e das que se seguem, ao longo do rio Madeira e
do rio Tapajós, somente se consolidou depois de um
século de lutas contra os índios. Diversas tribos ali
enfrentaram os brancos, opondo-lhes a mais tenaz
resistência (...) As lutas começaram com os Torá que
entraram na história como culpados de um ataque a
viajantes do Madeira, vingado por uma expedição que em
1716 levou a destruição e a morte a seus aldeamentos (...)
Aos Torá sucederam os Mura (...) Os Mura se conservaram
independentes e hostis até 1784, quando surgiu na região
uma outra tribo que lhes impôs sério revés. Eram os
Mundurukús, do rio Tapajós, que vinham expandindo-se
para o Madeira (RIBEIRO, [1968]:37-8 - grifos nosso!).
 ATUAÇÃO RELIGIOSA NA
PACIFICAÇÃO DOS ÍNDIOS
A multidão nativa não se mostrara disposta à
colaboração sem que o religioso atuasse.
Quando essa interferência não ocorria, o que
acontecia era a escravidão pura e simples, em
violação ao que dispunha a legislação (...) Os
indígenas, segundo a palavra dos próprios
religiosos, sentiam verdadeiro horror aos
colonos, sôfregos na empresa escravizadora. E
só se sentiam seguros quando, sobre eles,
atuavam os catequistas (REIS, 1979:24-5).
 DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA
REGIONAL

• 1740 – O CACAU COM MAIS DE 90% DAS

EXPORTAÇÕES REGIONAIS. EM MEADOS
DO SÉC. XVIII HOUVE UM AVANÇO NA
ECONOMIA REGIONAL, CICLO AGRÍCOLA
DO CACAU, CAFÉ, ALGODÃO E CANA-DE-
ACUCAR.
MAPA DAS MISSÕES NA AMAZÔNIA
 O ESTADO DO GRÃO-PARÁ E
MARANHÃO
• 1751 – EM SUBSTITUIÇÃO AO ESTADO DO
MARANHÃO E GRÃO-PARÁ (SEDE EM SÃO LUÍS),
FOI CRIADO O ESTADO DO GRÃO-PARÁ E
MARANHÃO (SEDE EM BELÉM), INTEGRANDO
TODO O TERRITÓRIO AMAZÔNICO. COM O
CRESCIMENTO DA ECONOMIA AMAZÔNICA,
BELÉM HAVIA SUPLANTADO POLITICAMENTE SÃO
LUÍS. SEU PRIMEIRO GOVERNADOR, FRANCISCO
XAVIER DE MENDONÇA FURTADO, IRMÃO DO
MARQUÊS DE POMBAL, GOVERNOU ATÉ 1759.
MARQUÊS DE POMBAL CRIA A COMPANHIA DE
COMÉRCIO DO GRÃO-PARÁ E MARANHÃO.
 O DIRECTÓRIO DOS ÍNDIOS
• 1758 – “DIRECTÓRIO QUE SE DEVE OBSERVAR
NAS POVOAÇÕES DOS ÍNDIOS DO PARÁ E
MARANHÃO”. ABOLIDO SÓ EM 1798!

• AS ALDEIAS MISSIONÁRIAS SÃO

TRANSFORMADAS EM VILAS E OS
MISSIONÁRIOS SÃO SUBSTITUÍDOS POR CIVIS
NO GOVERNO DESSAS VILAS

• Assim, em 14 de março de 1758, Santarém é

elevada a categoria de vila.
 MENDONÇA FURTADO NO TAPAJÓS
• Mendonça Furtado sonhava em transformar a
Amazônia em outro Portugal, substituindo-lhe o
que ele chamava de ‘‘bárbaros nomes’’ nativos
de vilas de cidades ou vilas portuguesas.
• O General governador empreendeu viagens ao
rio Tapajós, onde instalou as vilas de Alter do
Chão (Aldeia dos Borarris), Boim (Aldeias dos
Tupinambás), e vila Franca (Aldeia dos arapius
ou cumarus) e o lugar Pinhel (Aldeia dos
Matapuz).
MAPA DA AMAZÔNIA - 1763
1815 – PARÁ É ELEVADO A CATEGORIA DE
PROVÍNCIA.
• 1822 – COM A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA, AS
CAPITANIAS FORAM TRANSFORMADAS EM
PROVÍNCIAS ADMINISTRADAS POR UM PRESIDENTE. A
PROVÍNCIA DO GRÃO-PARÁ VIVIA UM CLIMA
AGITADO, ERA A PARTE MAIS LIGADA A PORTUGAL E,
DE FORMA PENOSA E VIOLENTAMENTE IMPOSTA,
SOMENTE EM AGOSTO DE 1823, A PROVÍNCIA
RECONHECE E ADERE A INDEPENDÊNCIA. TODOS OS
CARGOS PÚBLICOS E RECURSOS ECONÔMICOS NAS
MÃOS DE PORTUGUESES.
• - SEM ÊXITO, OS AMAZONENSES FIZERAM VÁRIAS
TENTATIVAS PARA TRANSFORMAR O AMAZONAS EM
UMA PROVÍNCIA DO IMPÉRIO.
 A CABANAGEM
• 1835-1840 – A REVOLTA DA CABANAGEM
QUE DEIXOU 40.000 MORTOS E O PARÁ E
AMAZONAS MENOS POVOADO QUE UM
SÉCULO ANTES. AJUDOU NA CRIAÇÃO DA
PROVÍNCIA DO AMAZONAS.

• 1836 – NO MÊS DE MARÇO, OS CABANOS

ENTRAM NA VILA DA BARRA (MANAUS) E
CONSEGUEM A ADESÃO DA CÂMARA
MUNICIPAL.
 A CABANAGEM
O nome CABANAGEM deriva do fato de que a
grande maioria dos revolucionários era de
origem humilde, habitantes de barracas ou
cabanas.
As causas que deram origem á revolta são
varias, mas uma das principais era o
antagonismo entre portugueses e brasileiros.
(FONSECA, 1996, P.34)
LÍDERES CABANOS EM SANTARÉM
“Foram os líderes da cabanagem em Santarém
Antonio Maciel Branches, Miguel Apolinário
Maparajuba Firmeza, Bras Antonio Correa e
outros” (FONSECA, 1996, pg.37). Segundo
Caio Prado Júnior, a cabanagem foi talvez o
mais autentico movimento popular do Brasil.
Sendo que desde à década de 30, nunca mais
houve tranqüilidade em Santarém, vivendo o
povo num ambiente de angustia e
sobressaltos(SANTOS, 1999 pg.195),
PELOURINHO E MAPA DOS ESCRAVOS
E MOCAMBOS NA AMAZÔNIA
SANTARÉM NA CATEGORIA DE CIDADE

• A 24 de outubro de 1848, o
presidente da Província,
Jerônimo Coelho, referendou a
Lei nº. 145, que elevou Santarém
à categoria de cidade. (FONSECA,
1996, P.38)
SANTARÉM EM 1849
 ESCRAVIDÃO EM SANTARÉM

- “em Santarém havia também

senhores de escravos, em
1875 havia cerca de 1.147
escravos na cidade”
(FONSECA, 1996, pg.52).
SANTARÉM EM 1908 – AUGE DA
ECONOMIA GOMÍFERA
 AS LIÇÕES DA HISTÓRIA

• 1º. NO PERÍODO PRÉ-COLOMBIANO (ATÉ

1639), A REGIÃO OESTE DO PARÁ (BACIAS DO
RIO TAPAJÓS, TROMBETAS, BAIXO
AMAZONAS...) ERA OCUPADA POR NAÇÕES
INDÍGENAS QUE SE AUTOGOVERNAVAM E
ERAM INDEPENDENTES DAS NAÇÕES TRIBAIS
QUE OCUPAVAM E GOVERNAVAM TANTO A
REGIÃO DO ESTUÁRIO AMAZÔNICO (MACAPÁ,
MARAJÓ, BELÉM), QUANTO A REGIÃO DO
ALTO AMAZONAS.
• 2º. DURANTE O PERÍODO EM QUE CADA
TERRITÓRIO DA REGIÃO ERA
AUTOGOVERNADO PELAS INCONTÁVEIS E
NUMEROSAS NAÇÕES TRIBAIS, HAVIA
ABUNDÂNCIA E OS POVOS PROSPERARAM
COM SUAS CULTURAS MILENARES EM
PERFEITO EQUILÍBRIO COM A NATUREZA,
SUSTENTANDO E MULTIPLICANDO SUAS
POPULAÇÕES ATRAVÉS DO MANEJO
INTELIGENTE, RACIONAL E SUSTENTÁVEL DE
TODOS OS SEUS RECURSOS NATURAIS.
• 3º. O OBJETIVO DOS
COLONIZADORES SEMPRE FOI A
APROPRIAÇÃO DO TERRITÓRIO E O
DOMÍNIO DOS SEUS POVOS, O
CONTROLE DO LUCRATIVO
COMÉRCIO DE SEUS PRODUTOS
NATURAIS E A SOBERANIA NO
EXERCÍCIO DO PODER POLÍTICO
ADMINISTRATIVO DE GOVERNO.
• 4º. AS LUTAS DE CONQUISTA
COLONIALISTA E A RESISTÊNCIA
DAS NAÇÕES INDÍGENAS NA
REGIÃO OESTE DO PARÁ (1639)
OCORRERAM EM MOMENTOS
DIFERENTES DAS OCORRIDAS NO
ESTUÁRIO (1617-1627) E NO
ALTO AMAZONAS (1723-1727).
• 5º. DIFERENTES TIPOS DE ATORES SOCIAIS
ESTIVERAM EM CONFLITO NAS DISPUTAS PELO
DOMÍNIO, CONQUISTA, COLONIZAÇÃO E
EMANCIPAÇÃO ADMINISTRATIVA DE TERRITÓRIOS
NA AMAZÔNIA:

1. COROA PORTUGUESA X COROA ESPANHOLA; 2.

PORTUGUESES COLONIZADORES X NAÇÕES INDÍGENAS; 3.
MISSIONÁRIOS X COLONOS PELO CONTROLE DA MÃO-DE-
OBRA INDÍGENA; 4. ESCRAVOS NEGROS X COLONOS =
MOCAMBOS, OU QUILOMBOS; 5. MARANHÃO (SÃO LUIS) X
GRÃO-PARÁ (BELÉM); 6. PARÁ (BELÉM) X ALTO AMAZONAS
= COMARCA DO AMAZONAS ; 7. PORTUGAL X OUTRAS
NAÇÕES EUROPÉIAS (INGLESES, HOLANDESES);
8.POPULAÇÃO MARGINALIZADA (NEGROS, ÍNDIOS,
MESTIÇOS) X COMERCIANTES E AUTORIDADES
PORTUGUESAS = CABANAGEM; 9. NAÇÕES INDÍGENAS X
NAÇÕES INDÍGENAS INIMIGAS
• 6º. TODAS AS REGIÕES DA
AMAZÔNIA QUE ADQUIRIRAM
AUTONOMIA POLÍTICA-
ADMINISTRATIVA DE
GOVERNO, EXPERIMENTARAM,
IMEDIATAMENTE, UM CICLO DE
PROSPERIDADE.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ADONIAS, Isa. A CARTOGRAFIA DA REGIÃO AMAZÔNICA: catálogo descritivo
(1500-1961). Rio de Janeiro: CONSELHO NACIONAL DE PESQUISAS/INSTITUTO
NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA, 1963, Vol. II.
• FONSECA, W. D. F. Santarém: Momentos Históricos, 4ª edição, Santarém, Pará:
Artesanato Gráfico Tiagão, 1996.
• REIS, Artur Cesar Ferreira. SANTARÉM E SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
• MIRANDA NETO, Manoel José de. O DILEMA DA AMAZÔNIA. 2a. ed., Belém: Ed.
Cejup, 1986, 154p.
• HERIARTE, Mauricio de. Descricam do estado do Maranham, Para, Corupa, Rio
das Amazonas. 1964, Akademische Druck - u. Verlagsanstalt Graz/Austria.
• RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização. Estudos de Antropologia da Civilização.
Petrópolis: VOZES, [1968], 509 p.
• SANTOS, Paulo Rodrigues dos. Tupaiulâdia, 3ª edição, gráfica e editora Tiagão,
Santarém, 1999