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ORÇAMENTO PÚBLICO

2009
ORÇAMENTO PÚBLICO

1-DEFINIÇÃO: é um documento legal, (aprovado por lei), onde estão a previsão de receitas e a
estimativa das despesas a serem autorizadas realizadas pelo governo durante o exercício letivo(em
geral um ano). Estabelecendo desta forma as ações prioritárias para o atendimento das demandas
da sociedade, devido a escassez de recursos. Ou seja, nessa lei, o governo procede a previsão de
quanto vai receber e define quanto vai gastar. O orçamento público é uma ferramenta de
planejamento e evitar que o governo gaste mais do que recebe.
A Constituição federal determina que o Orçamento seja votado e aprovado até o final de
cada ano de legislatura, ou seja, 15/12 de cada ano.

Mas o que são Despesas e receitas do Orçamento Público , vemos a seguir que :

Despesas :
• As despesas fixadas no orçamento :
1. O produto da arrecadação dos impostos federais, tais como o Imposto de Renda (IR),
2. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
3. Contribuições, como o da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social -
COFINS, que é calculado sobre o faturamento mensal das organizações, nas vendas de
mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, e assim como
o desconto na folha que o assalariado para pagar, e para financiar sua aposentadoria.
4. Os gastos do governo podem também ser financiados por operações de crédito - que
nada mais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto ao mercado financeiro
interno e externo. Porém esse mecanismo vai aumentar a dívida pública.

Receitas

• As receitas são estimadas pelo governo. E assim, as despesas podem ser maiores ou
menores do que foi no primeiro momento previsto.
No caso da economia crescer no ano em questão, de forma maior do que se esperava, a
arrecadação com os impostos também vai subir. Porém o inverso pode ocorrer.

Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o
Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do
país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”
Em nosso País, e na maioria dos Países de regime democrático, o processo orçamentário
está atrelado a que chamamos de co-responsabilidade entre os poderes, está caracterizado em
quatro fases distintas:

1 - A elaboração da proposta, é realizada no âmbito do Poder Executivo;

2 - A apreciação e votação pelo Legislativo - no caso do governo federal, o Congresso


Nacional;

3 - a sua execução; e

4 - o controle, consubstanciado no acompanhamento e avaliação da execução.

2-TIPOS DE ORÇAMENTO:

2.1 Orçamento clássico ou tradicional: Era aquele onde mostrava a fixação da despesa e a
previsão da receita, sem qualquer espécie de planejamento das ações governamentais . Era
simplesmente um instrumento contábil – financeira, um documento de previsão de receita e de
autorização de despesas. Nesse orçamento, não havia preocupação com a realização dos programas
de trabalho do governo, focava nas necessidades dos órgão públicos com finalidade de realização
das suas tarefas, não necessitando questionamento dos objetivos e metas que seriam cumpridas
pelo Governo.

2.2 Orçamento de desempenho ou por realizações.

O Orçamento de desempenho por realizações , seria uma evolução do orçamento clássico.


Neste orçamento, o gestor mostra alguma preocupação com o resultado dos gasto e não
apenas com o gasto em si, sendo assim, procura se informa “o que o governo faz e não que o
governo compra”. Mesmo assim , o orçamento de desempenho se encontra desvinculado de uma
planejamento central das ações do governo.

2.3 Orçamento- Programa.


O orçamento - programa foi embasado no Brasil através da Lei 4320/64 e do decreto – lei
200/67. O orçamento – programa é um plano de trabalho, uma ferramenta de planejamento da ação
do governo, por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além
dos estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos
relacionados.

A CF/88 implantou de forma definitiva o orçamento - programa no nosso País, ao


estabelecer a normatização da matéria orçamentária através do PPA, da LDO e da LOA,
evidenciando o extremo cuidado do constituinte, em relação ao planejamento das ações do
governo.

2.4 Orçamento de base zero ou por estratégia.

Sua finalidade é basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos
órgãos governamentais. Neste, a fase de elaboração da proposta orçamentária, mostra um
questionamento acerca das reais necessidades de cada área, porém não ocorre o compromisso com
qualquer montante inicial de dotação.
Os órgão do governo devem justificar todo ano, durante a fase de elaboração da sua proposta
orçamentária, a totalidade de seus gastos, não utilizando o ano anterior como valor inicial mínimo.

3-NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO:

Existem várias divergências na doutrina, sobre a natureza jurídica do orçamento, bem, a


posição marcante neste contexto, é a do STF, que considera o orçamento como uma lei formal, que
apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não determinando direitos subjetivos , e
tampouco, modificando as leis tributárias e financeiras.

O orçamento público é uma lei formal, porém a simples previsão de despesa na lei
orçamentária anual dá o direito subjetivo, devido a esse fator é impossível se exigir, por via judicial,
que uma despesa específica prevista no orçamento seja concretizada.

As seguintes características da lei orçamentária são:

É uma lei formal : De maneira formal o orçamento é uma lei, porém, conforme o caso acima
citado, esta lei não compete obrigação ao Poder Público, que pode deixar de realizar uma despesa
autorizada pelo legislativo. Desta maneira o orçamento é uma lei formal, porém determinada
vezes deixa de possuir a característica essencial da leis: que é a coercibilidade.(que é a
possibilidade de fazer valer o direito mediante a força).

É uma lei temporária : a lei orçamentária tem vigência determinada de limitada (durante um ano).

É uma lei ordinária : todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias, ou seja, é
um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas . Os créditos
suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias.

É uma lei especial : possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica.

4-PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS:

Segundo SANCHES (1997), princípio orçamentário é “um conjunto de proposições


orientadoras que balizam os processos e as práticas orçamentárias, com vistas a dar-lhe
estabilidade e consistência, sobretudo ao que se refere a sua transparência e ao seu controle pelo
Poder Legislativo e demais instituições da sociedade...”.

1-Princípio da legalidade: Todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são encaminhadas pelo
Poder Executivo para discussão e aprovação pelo Poder Legislativo.

2-Princípio da anualidade/periodicidade
O orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Esse princípio está
embasado na legislação brasileira por meio da Constituição Federal (art. 165, inciso III) e Lei nº
4.320/64 (arts. 2º e 34).

3-Princípio da unidade/totalidade

O orçamento deve ser uno, ou seja, deve haver somente um orçamento para um exercício
financeiro, com todas as receitas e despesas. Esse princípio está fundamentado na legislação
brasileira na Constituição Federal (art. 165, §5º) e Lei nº 4.320/64 (art. 2º).
As entidade de direito público devem possuir um orçamento, fundamentado em uma única
política orçamentária e estruturado uniformemente. Desta maneira existe o orçamento da União, o
de cada Estado e o de cada Município.
4-Princípio da universalidade

A Lei orçamentária deve conter todas as receitas e despesas, ou seja, é vedado que quais
quer empresa pública ficar fora do orçamento.
O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. Esse princípio está consagrado na
legislação brasileira por meio da Constituição Federal (art. 165, §5º) e Lei nº 4.320/64 (art. 2º).

5-Princípio da exclusividade/pureza

A lei orçamentária atrelada e não deve ter matéria diferente à previsão das receitas e à
fixação das despesas. Temos uma exceção, a qual damos para as autorizações de créditos
suplementares e operações de crédito, inclusive ARO(antecipação de receita orçamentária). Esse
princípio está embasado na legislação brasileira por meio da Constituição Federal (art. 165, §8º) e
Lei nº 4.320/64 (art. 7º).

6-Princípio da especificação/especialização/discriminação
As receitas e despesas devem ser discriminadas, mostrando a origem e a aplicação dos
recursos. O §4º do art. 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF
estabelece a vedação de consignação de crédito orçamentário com finalidade imprecisa, exigindo a
especificação da despesa. As exceções a esse princípio orçamentário são os programas especiais de
trabalho e a reserva de contingência (art. 5º, III da LRF). As despesas neste princípio devem ser
especificadas por modalidades de aplicação.

7-Princípio da publicidade

Esse princípio prima pela garantia da transparência e total acesso a qualquer interessado às
informações sobre o exercício da fiscalização , a utilização dos recursos arrecadados dos
contribuintes. Este princípio é responsável pela divulgação por intermédio de veículos oficiais de
comunicação , com o intuito de levar a conhecimento público, e também para gerar eficácia de sua
validade enquanto ato oficial de autorização de arrecadação de receitas e execução de despesas,
sendo assim, o orçamento deve ser divulgado quando aprovado e virado Lei.
8-Princípio do equilíbrio

Esse princípio vai fazer a observância das despesas, para que não serão superiores à previsão
das receitas. Se formos avaliar o orçamento de maneira contábil este, está sempre equilibrado, pois
se as receitas esperadas forem inferiores às despesas fixadas, e o governo resolver não cortar gastos,
a diferença deve ser coberta por operações de crédito que, por lei, devem também constar do
orçamento, ou seja, as despesas autorizadas no orçamento devem ser na medida do possível
parecidas com as receitas previstas. O equilíbrio deve ser mantido em qualquer situação.

9-Princípio do orçamento bruto

Esse princípio estabelece que todas as receitas e despesas devem constar do orçamento em
seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução, de forma a permitir efetivo controle financeiro
do orçamento e universalidade. Esse princípio está consagrado na legislação brasileira por meio da
Lei nº 4.320/64 (art. 6º). Esse princípio fundamenta que a receita e despesa constante no Orçamento
, exceto descontos constitucionais(ex: transferências constitucionais) , devem estar contidas no
orçamento pelo valor total, ou seja o valor bruto, sem quaisquer deduções.

10-Princípio da não-afetação (não-vinculação) das receitas

Esse princípio fundamenta que nenhuma receita de impostos poderá ser reservada ou
comprometida para atender a certos e determinados gastos (CF/88, art. 167, IV), ou seja, é vedada a
vinculação dos impostos a órgão, fundo ou despesa, com exceção as transferências constitucionais,
tais como as do ensino: FPE,FPM., e mais as de crédito por antecipação da receita.
Na verdade isso evita que as vinculações reduzam o grau de liberdade do planejamento. As
exceções estão dispostas nos arts. 158, 159, 198 e 212 da CF/88. Que especificam as receitas de
impostos que estão vinculadas a despesas específicas, fala-se, de maneira geral, que essas despesas
são obrigatórias.

11-Princípio da programação, tipicidade e atipicidade:

Esse princípio vai estabelecer que o orçamento deve ter o conteúdo e a forma de
programação. Durante a consolidação da proposta orçamentária, há uma tabela de classificação
funcional de despesa, as diferentes funções dividem-se em subfunções, sendo a função o nível
maior de agregação de despesas, pois no primeiro momento temos que identificar a que função
pertence a despesa , se é da saúde, da educação, ciência e tecnologia, transporte e outros, sendo
assim programar uma despesa no orçamento é classificá-la e informar onde vai ser empregado o
recurso.

12-Princípio da clareza:

Esse princípio dispõe que o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e
completa, embora diga respeito ao caráter formal, tem grande importância para tornar o orçamento
um instrumento eficiente de governo e administração.

5-PROJETOS DE LEI – A Constituição de 1988, vincula ao Poder Executivo a


responsabilidade sobre o Sistema de Planejamento e Orçamento, assim como dos seguintes
Projetos de Lei , que são:

1. PPA- Plano Plurianual;


2. LDO- Lei das Diretrizes Orçamentárias;
3. LOA- Lei do Orçamento Anual.

1- PPA- PLANO PLURIANUAL: é uma ferramenta de Planejamento estratégico, das ações


governamentais por um período de 04 (quatro) anos, considerado um planejamento de médio prazo.
O projeto do PPA deve ser enviado ao Presidente da República ao Congresso Nacional até 31 agosto
do primeiro ano de seu mandato, ou seja, ( 4 meses antes do encerramento da sessão Legislativa).

O PPA deve conter , de acordo com o art.165° da Constituição § 1° da Constituição Federal ,


as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras
despesas decorrentes , e para as relativas aos programas de duração continuada.
O PPA é DOM – D: diretrizes- O: objetivos – M: metas
De forma regionalizada : este plano é feito com aplicação de recursos para reduzir as
desigualdades entre as regiões brasileiras.
As diretrizes : são princípios que darão direcionamento a captação e gastos públicos , com o
intuito de atingir objetivos.
Objetivos : discriminação de resultados que serão alcançados com a execução de ações do
governo.
As metas: são a quantificação física ou financeira , dos objetivos
Despesas de Capital: despesas com o intuito de formar /ou adquirir um bem capital,
abrangem execução de obras,compra de instalações, compra de equipamentos, de material
permanente.
Outras delas decorrentes: são despesas que decorrem das despesas de capital , como
exemplo temos as de manutenção.
As relativas a programas de execução continuada: são despesas vinculadas a programas
com duração de um exercício financeiro.

Nenhum investimento cuja execução seja maior a que de um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem que a Lei autorize a sua inclusão, caso
isso ocorra, os responsáveis responderam por improbidade administrativa.
O Presidente da República , poderá mandar mensagem ao Congresso Nacional para
modificação no projeto de Lei do PPA, porém só enquanto não houver iniciada a votação, na
Comissão Mista de Orçamento, da parte a qual quer modificar.
A título de conhecimento , de acordo com a Lei n° 4.320/640- O exercício financeiro
corresponde ao período de 1° de janeiro a 31 de dezembro, o exercício financeiro coincide com o
ano civil.

2- LDO- LEI DAS DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS:

É a Lei que define metas e prioridades , em termos a execução dos Programas pelo Governo,
este projeto da LDO, poderá ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional
(Legislativo) até o dia 15/04 de cada ano, ou seja, 08 meses e maio do encerramento da Sessão
Legislativa.
A constituição Federal , estabelece que a LDO, orienta a elaboração do Orçamento (Lei do
Orçamento Anual), dispõe sobre alterações na Legislação Tributária e estabelece política de
aplicação em agências financeiras de fomento,(são instituições financeiras não bancárias,
regulamentadas pelo Banco Central do Brasil.), além estabelece metas e prioridades para o
exercício financeiro subsequente.
Baseada na LDO aprovada anualmente pelo Poder legislativo, a Secretaria de Orçamento
Federal, órgão do poder Executivo, consolida para o ano seguintes o Projeto de Lei , para discussão
no Projeto Nacional.
A lei Orçamentária Anual disciplina todos os Programas e ações do Governo federal no
exercício.

3- LOA-LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL:

Estima as receitas e autoriza as despesas do Governo de acordo com a previsão da


arrecadação, caso ocorra durante o exercício financeiro necessidade de realização de despesas
acima do informado, ou seja, acima do limite previsto em Lei, o Poder Executivo submete ao
Congresso Nacional, um novo projeto de Lei.
Por outro lado o Poder Executivo faz Decretos chamados de Contingenciamento, no qual os
limites financeiros e orçamentários para o gasto, estão abaixo dos limites autorizados pelo
Congresso, estes limitam as despesas inferior aos limites aprovados na Lei do Orçamento.

A Lei de Responsabilidade Fiscal , aprovada em 2000 pelo congresso Nacional introduziu


responsabilidades para o Administrador Público em relação aos orçamentos da União , dos Estados
e Municípios , tais como limites de gasto com pessoal, exemplificando.

6-OBJETIVOS DA POLÍTICA ORÇAMENTÁRIA

Os objetivos de toda Política orçamentária são corrigir falhas de mercado e distorções com o
intuito de manter a estabilidade , melhorar a distribuição de renda , alocar recursos com eficiência.
5-FUNÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO E INSTRUMENTOS E RECURSOS DE
INTERVENÇÃO DO GOVERNO NA ECONÔMIA:

Função Geral: Regular mercado e proibir abusos, reduzindo falhas de mercado e


externalidades negativas(fatos adversos ocasionados por poluição , problemas urbanos, pela
produção e outros.).

Funções Consubstanciadas no Orçamento Público , temos:


1. Função Alocativa : Oferece bens e serviços (públicos puros), que não sejam
oferecidos no mercado, ou seriam em condições ineficientes (meritórios ou semi-
públicos), e criar condições para que bens privados sejam oferecidos no mercado ,
pelos produtores, por investimento, para corrigir imperfeições no sistema de
mercado(oligopólios, monopólios, e outros), além de corrigir externalidades de
mercado.
2. Função Distributiva: essa tem por finalidade de tornar a sociedade menos desigual
em termos de renda e riqueza, por meio de tributações e transferências financeiras ,
subsídios , incentivos fiscais alocação de recursos em camadas mais carentes da
população.
3. Função Estabilizadora: Tem por finalidade ajustar o nível de preços, nível de
emprego, estabilização da moeda, por meio de política monetária, fiscal e cambial,
além de intervir em outras medidas econômica ( controle de limites, leis).

Instrumentos e recursos do Governo para intervir na Economia:

1. Política Fiscal: Fundamenta-se na geração de receitas e envolve a administração, precede


ao cumprimento de metas e objetivos do Governo no orçamento, também é usado para a
alocação e distribuição de recursos e estabilização da economia, com Política fiscal pode
haver possibilidade de aumentar o PIB , e aquecer a economia, por meio de uma melhor
distribuição de renda.
2. Política Regulatória: esta abrange o uso de medidas legais tais como; decretos, leis ,
portarias, e outros, com alternativa de alocar distribuir os recursos e com isso estabilizar a
economia , através do uso de normas, condutas que podem ser banidas , como: criação de
monopólios , cartéis e práticas abusivas, relacionados ainda com poluição e outros.
3. Política Monetária: Relacionada ao controle de oferta da moeda, de taxas de juro e do
crédito em geral para surtir efeito sobre a estabilização da economia e influência de
produtores e consumidores. Com apolítica Monetária , o governo pode ter controle sobre a
restrição da demanda , preços e controle da inflação.
LRF
LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL
LRF- LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL OU LEI COMPLEMENTAR N° 101

1-Definição:
É o principal instrumento que vai regulamentar as contas públicas no Brasil, estabelece
metas , limites, condições para gestão de despesas e das receitas, obrigando os governos a terem
compromisso com a arrecadação de gastos públicos.

A LRF contém o Relatório de Gestão Fiscal- RGF e o Relatório Resumido de Execução


Orçamentária -RREO. As informações contidas nesses documentos determinam metas e parâmetros
para a administração pública, permitindo fazer uma avaliação com profundidade a gestão Fiscal do
Executivo e do Legislativo, publicada em 04/05/2000, a LRF faz a regulamentação dos artigo: 163
da Constituição federal.

2-EIXOS DE APOIO DA LRF:

1. PLANEJAMENTO: É feito através de mecanismos do PPA,LDO,LOA, estas estabelecem


metas a fim de garantir uma administração eficaz.
2. TRANSPARÊNCIA: É abrangente e diversificada , embasada na divulgação dos relatórios
nos meios de comunicação , para que cheque ao conhecimento do povo onde o Governo
aplica o dinheiro público.
3. CONTROLE: Tem se aprimorado a fim de fornecer uma transparência no que diz a
respeito da qualidade das informações , este exige uma ação fiscalizadora, efetiva e contínua
dos Tribunais de Contas.
4. RESPONSABILIZAÇÃO: São as sanções que serão aplicadas para os que fazem mau uso
do dinheiro público, e estão previstas na Lei Fiscal de n° 10.208 de 19/10/2000.

3-OBJETIVO DA LRF:
Melhorar a responsabilidade na Gestão Fiscal dos recursos públicos.

4-RELATÓRIOS DE GESTÃO DA LRF:


1. RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL: RGF
É o instrumento que irá possibilitar e assegurar a transparência dos gastos públicos, e a
execução de metas fiscais, sempre em observância dos limites afixados em Lei , deverá ser emitido
e publicado até 30 dias após o final de cada quadrimestre. Os prazos para a entrega são os seguintes:
1. Até o dia 30 de maio- Para o 1° quadrimestre;
2. Até o dia 30 de setembro – Para o 2° quadrimestre;
3. Até o dia 30 de janeiro, do ano subsequente ao de referência para o 3° quadrimestre.

1.1-DEMONTRATIVOS DO RGF:
1. Despesa com Pessoal: de acordo com a Lei , a despesa com o pessoal não pode
ultrapassar 60% da RCL- Receita Corrente Líquida, e estão distribuídas desta forma:
• 54%- Para o Executivo;
• 6%- Para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas.
• Limites para gasto com o pessoal: Limite de Alerta -estabelecido em 90% do limite legal,
ou seja, quando o Executivo atingir 48,6% da RCL , cabe ao Tribunal de Contas dar alerta
sobre tal fato. O outro é o Limite Prudencial, que chega em 95% do limite legal(51,3% da
RCL). O governante terá 08 meses para tomar providências para se enquadrar nos
conformes da Lei.
2.Da dívida Consolidada Líquida : Assegura a transparência das obrigações do município
em relação ao orçamento, tais como: controlar limites de endividamento, , ou seja, respeitar
dívidas e ter limite no endividamento.
3. Da garantia e contragarantia de valores : As garantias são compreendidas por
adimplências de obrigações , contratuais ou financeiras. As contragarantias poderão
constituir-se na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas.
4.Das operações de Crédito: Estas são compromissos financeiros ,tais como as aquisições
de bens por financiamento, emissão de títulos valores de vendas de bens e serviços,abertura
de créditos e outras operações. O montante previsto para as receitas de crédito não poderá
ser superior as despesas de capital, o senado fixa os seguintes limites para endividamento
para Observações de Créditos Internas e Externas- 16% da RCL, o limite de antecipação
orçamentária(ARO)- 7% também da RCL.
5. Da disponibilidade de Caixa: é formado por disponibilidades financeiras, e também por
parcelas comprometidas para a inscrição em restos à pagar de despesas não liquidadas, o
limite é a capacidade de honrar os compromissos a curto prazo.
6. Dos restos a pagar: Estes visam a transparência da inscrição em restos a pagar de
despesas não liquidadas. Nos dois últimos mandatos é vedado o governante contrair
obrigações de despesa s quais não possa pagar no mesmo exercício.
7. Dos limites: Apresenta em único demonstrativo , de maneira simplificada , todos os
limites de compromissos do que trata os Demonstrativos da Gestão Fiscal.
5-RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA (RREO):
É um conjunto de demonstrativos que dá informações detalhadas ao Executivo ,
Legislativo e a sociedade sobre a execução orçamentária e sua previsão. Deve ser confeccionado e
publicado até 30 dias após o final de cada bimestre.

Os Demonstrativos do RREO são:

1. Balanço Orçamentário: Verifica a capacidade de planejamento do município , ou seja, faz


comparação entre a despesa fixada e a realizada, destaca o refinanciamento da dívida
mobiliaria e de outras dívidas detalhadas por categoria econômica. Discrimina ainda:
créditos adicionais, dotação atualizada, dotação inicial, despesas empenhadas e liquidadas
no bimestre e até o bimestre mais atual e também o saldo a liquidar.
2. Execução das despesas por Função e Subfunção: Mostra as despesas por função nos
diversos níveis de informação. A função expressa o maior nível de agregação na
Administração pública, nas várias áreas que estão sob o comando público.
3. Receita Corrente Líquida: Traduz o somatório da receita corrente , e seu acompanhamento
por um período de 12 meses e também a previsão de seu desempenho no exercício em
questão, excluindo as duplicidades. Nos municípios as deduções são de 15% do FUNDEF-
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino fundamental e valorização do
Magistério e a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e
assistência social.
4. Receitas de despesas do Regime dos servidores Públicos : mostra as receitas
previdenciárias recolhidas dos servidores para custear o Regime próprio da Providência
social (RRPS) e as despesas estimadas com benefícios previdenciários a serem
desembolsados, e isso vai resultar numa avaliação financeira do regime Próprio da
Previdência Social.
5. Resultado Nominal: é a diferença entre as despesas públicas e as receitas, e também faz a
inclusão das despesas e receitas financeiras , visa mostrar o aumento das dívida pública num
determinado período.
6. Resultado Primário: é o somatório das receitas líquidas menos as despesas fiscais líquidas .
O resultado primário é um valor não financeiro. Mostra os gastos orçamentários dos
municípios que são compatíveis com a sua arrecadação.
7. Restos a pagar por Poder e órgão: demonstra os valores inscritos , pagos e a pagar. São
obrigações assumidas pelo município.
8. Receitas e despesas com Manutenção e desenvolvimento do Ensino: Os estados , o
Distrito federal e os municípios destinarão não menos que 60% v dos recursos aplicados
nessa rubrica a manutenção e ao Desenvolvimento do ensino fundamental.
9. Despesas com saúde: É todo gasto com ações e serviços públicos de saúde financiados com
recursos próprios , os limites são anuais , podendo ter limites mínimos bem abaixo do que os
afixados por Lei – percentual mínimo aplicado é de 15%n do total das receitas de imposto e
transferência constitucional e legal.
10. Receitas com operação de Crédito e despesas de capital: Compara as receitas de
operação de crédito com as despesas de capital líquidas.
11. Projeção Atuarial do regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos : Mostra
os exercícios financeiros para a plicação de repasses da Contribuição patronal das despesas ,
receitas e do Resultado previdenciário, e também repasses para a cobertura do déficit do
RPPS, deve ser apresentada a projeção de no mínimo 35 anos , tendo sempre como inicial o
ano anterior ao da publicação deste demonstrativo.
12. Receita de Alienação de Ativos e Aplicação de Recursos: Mostra a receita da alienação de
ativos e a correspondente aplicação de recursos.
13. Demonstrativo Simplificado do relatório resumido da Execução Orçamentária:
Evidencia de maneira simplificada , em um único demonstrativo, as informações relativas
completas que compõe o Relatório de execução Orçamentária.

6-PUNIÇÕES EM CASO DE DESCUMPRIMENTO DA LRF :


As penalidades abrangem todos os responsáveis dos três poderes da União , Estados e
Municípios:
1. Sanções Institucionais : Recaem sobre o Ente Público.
2. Sanções Pessoais: Recaem sobre o Agente Público.

1- Sanções Funcionais -LRF:


1. Suspensão da transferências voluntárias( federais e estaduais)- essas são repassadas
através de convênios destinados a programas e obras de interesse da população;
2. Suspensão de Contratação e de operação de crédito;
3. Suspensão de garantias e avais.
2-Sanções Pessoais( prevista na Lei n° 10.028/00 de 10/2000:
1. Esferas administrativas civil e penal- Penas funcionais , patrimoniais e pessoais.
O Tribunal de Contas da União julgará:
1-Falta de divulgação dos relatórios da LRF;
2-Publicação da LDO sem metas fiscais;
3-Falta de Ato determinando limitação de empenho(Art. 9° da LRF);
4-Falta de medida de redução das despesas de pessoal que exceda o limite legal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALEEIRO, Aliomar. A Constituição de 1981. Brasília. Centro de Ensino a Distância. 1987.


SANCHES, Oswaldo. M. Dicionário de Orçamentos, Planejamentos e áreas afins. Brasília:
Prisma, 1997.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, São Paulo. Malheiros. 2000.
Site:
Ministério do Planejamento , Orçamento e Gestão;

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