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2009
ORÇAMENTO PÚBLICO
1-DEFINIÇÃO: é um documento legal, (aprovado por lei), onde estão a previsão de receitas e a
estimativa das despesas a serem autorizadas realizadas pelo governo durante o exercício letivo(em
geral um ano). Estabelecendo desta forma as ações prioritárias para o atendimento das demandas
da sociedade, devido a escassez de recursos. Ou seja, nessa lei, o governo procede a previsão de
quanto vai receber e define quanto vai gastar. O orçamento público é uma ferramenta de
planejamento e evitar que o governo gaste mais do que recebe.
A Constituição federal determina que o Orçamento seja votado e aprovado até o final de
cada ano de legislatura, ou seja, 15/12 de cada ano.
Mas o que são Despesas e receitas do Orçamento Público , vemos a seguir que :
Despesas :
• As despesas fixadas no orçamento :
1. O produto da arrecadação dos impostos federais, tais como o Imposto de Renda (IR),
2. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
3. Contribuições, como o da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social -
COFINS, que é calculado sobre o faturamento mensal das organizações, nas vendas de
mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, e assim como
o desconto na folha que o assalariado para pagar, e para financiar sua aposentadoria.
4. Os gastos do governo podem também ser financiados por operações de crédito - que
nada mais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto ao mercado financeiro
interno e externo. Porém esse mecanismo vai aumentar a dívida pública.
Receitas
• As receitas são estimadas pelo governo. E assim, as despesas podem ser maiores ou
menores do que foi no primeiro momento previsto.
No caso da economia crescer no ano em questão, de forma maior do que se esperava, a
arrecadação com os impostos também vai subir. Porém o inverso pode ocorrer.
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público “é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o
Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do
país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”
Em nosso País, e na maioria dos Países de regime democrático, o processo orçamentário
está atrelado a que chamamos de co-responsabilidade entre os poderes, está caracterizado em
quatro fases distintas:
3 - a sua execução; e
2-TIPOS DE ORÇAMENTO:
2.1 Orçamento clássico ou tradicional: Era aquele onde mostrava a fixação da despesa e a
previsão da receita, sem qualquer espécie de planejamento das ações governamentais . Era
simplesmente um instrumento contábil – financeira, um documento de previsão de receita e de
autorização de despesas. Nesse orçamento, não havia preocupação com a realização dos programas
de trabalho do governo, focava nas necessidades dos órgão públicos com finalidade de realização
das suas tarefas, não necessitando questionamento dos objetivos e metas que seriam cumpridas
pelo Governo.
Sua finalidade é basicamente em uma análise crítica de todos os recursos solicitados pelos
órgãos governamentais. Neste, a fase de elaboração da proposta orçamentária, mostra um
questionamento acerca das reais necessidades de cada área, porém não ocorre o compromisso com
qualquer montante inicial de dotação.
Os órgão do governo devem justificar todo ano, durante a fase de elaboração da sua proposta
orçamentária, a totalidade de seus gastos, não utilizando o ano anterior como valor inicial mínimo.
O orçamento público é uma lei formal, porém a simples previsão de despesa na lei
orçamentária anual dá o direito subjetivo, devido a esse fator é impossível se exigir, por via judicial,
que uma despesa específica prevista no orçamento seja concretizada.
É uma lei formal : De maneira formal o orçamento é uma lei, porém, conforme o caso acima
citado, esta lei não compete obrigação ao Poder Público, que pode deixar de realizar uma despesa
autorizada pelo legislativo. Desta maneira o orçamento é uma lei formal, porém determinada
vezes deixa de possuir a característica essencial da leis: que é a coercibilidade.(que é a
possibilidade de fazer valer o direito mediante a força).
É uma lei temporária : a lei orçamentária tem vigência determinada de limitada (durante um ano).
É uma lei ordinária : todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias, ou seja, é
um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas . Os créditos
suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias.
É uma lei especial : possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica.
4-PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS:
1-Princípio da legalidade: Todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são encaminhadas pelo
Poder Executivo para discussão e aprovação pelo Poder Legislativo.
2-Princípio da anualidade/periodicidade
O orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Esse princípio está
embasado na legislação brasileira por meio da Constituição Federal (art. 165, inciso III) e Lei nº
4.320/64 (arts. 2º e 34).
3-Princípio da unidade/totalidade
O orçamento deve ser uno, ou seja, deve haver somente um orçamento para um exercício
financeiro, com todas as receitas e despesas. Esse princípio está fundamentado na legislação
brasileira na Constituição Federal (art. 165, §5º) e Lei nº 4.320/64 (art. 2º).
As entidade de direito público devem possuir um orçamento, fundamentado em uma única
política orçamentária e estruturado uniformemente. Desta maneira existe o orçamento da União, o
de cada Estado e o de cada Município.
4-Princípio da universalidade
A Lei orçamentária deve conter todas as receitas e despesas, ou seja, é vedado que quais
quer empresa pública ficar fora do orçamento.
O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta. Esse princípio está consagrado na
legislação brasileira por meio da Constituição Federal (art. 165, §5º) e Lei nº 4.320/64 (art. 2º).
5-Princípio da exclusividade/pureza
A lei orçamentária atrelada e não deve ter matéria diferente à previsão das receitas e à
fixação das despesas. Temos uma exceção, a qual damos para as autorizações de créditos
suplementares e operações de crédito, inclusive ARO(antecipação de receita orçamentária). Esse
princípio está embasado na legislação brasileira por meio da Constituição Federal (art. 165, §8º) e
Lei nº 4.320/64 (art. 7º).
6-Princípio da especificação/especialização/discriminação
As receitas e despesas devem ser discriminadas, mostrando a origem e a aplicação dos
recursos. O §4º do art. 5º da Lei de Responsabilidade Fiscal- LRF
estabelece a vedação de consignação de crédito orçamentário com finalidade imprecisa, exigindo a
especificação da despesa. As exceções a esse princípio orçamentário são os programas especiais de
trabalho e a reserva de contingência (art. 5º, III da LRF). As despesas neste princípio devem ser
especificadas por modalidades de aplicação.
7-Princípio da publicidade
Esse princípio prima pela garantia da transparência e total acesso a qualquer interessado às
informações sobre o exercício da fiscalização , a utilização dos recursos arrecadados dos
contribuintes. Este princípio é responsável pela divulgação por intermédio de veículos oficiais de
comunicação , com o intuito de levar a conhecimento público, e também para gerar eficácia de sua
validade enquanto ato oficial de autorização de arrecadação de receitas e execução de despesas,
sendo assim, o orçamento deve ser divulgado quando aprovado e virado Lei.
8-Princípio do equilíbrio
Esse princípio vai fazer a observância das despesas, para que não serão superiores à previsão
das receitas. Se formos avaliar o orçamento de maneira contábil este, está sempre equilibrado, pois
se as receitas esperadas forem inferiores às despesas fixadas, e o governo resolver não cortar gastos,
a diferença deve ser coberta por operações de crédito que, por lei, devem também constar do
orçamento, ou seja, as despesas autorizadas no orçamento devem ser na medida do possível
parecidas com as receitas previstas. O equilíbrio deve ser mantido em qualquer situação.
Esse princípio estabelece que todas as receitas e despesas devem constar do orçamento em
seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução, de forma a permitir efetivo controle financeiro
do orçamento e universalidade. Esse princípio está consagrado na legislação brasileira por meio da
Lei nº 4.320/64 (art. 6º). Esse princípio fundamenta que a receita e despesa constante no Orçamento
, exceto descontos constitucionais(ex: transferências constitucionais) , devem estar contidas no
orçamento pelo valor total, ou seja o valor bruto, sem quaisquer deduções.
Esse princípio fundamenta que nenhuma receita de impostos poderá ser reservada ou
comprometida para atender a certos e determinados gastos (CF/88, art. 167, IV), ou seja, é vedada a
vinculação dos impostos a órgão, fundo ou despesa, com exceção as transferências constitucionais,
tais como as do ensino: FPE,FPM., e mais as de crédito por antecipação da receita.
Na verdade isso evita que as vinculações reduzam o grau de liberdade do planejamento. As
exceções estão dispostas nos arts. 158, 159, 198 e 212 da CF/88. Que especificam as receitas de
impostos que estão vinculadas a despesas específicas, fala-se, de maneira geral, que essas despesas
são obrigatórias.
Esse princípio vai estabelecer que o orçamento deve ter o conteúdo e a forma de
programação. Durante a consolidação da proposta orçamentária, há uma tabela de classificação
funcional de despesa, as diferentes funções dividem-se em subfunções, sendo a função o nível
maior de agregação de despesas, pois no primeiro momento temos que identificar a que função
pertence a despesa , se é da saúde, da educação, ciência e tecnologia, transporte e outros, sendo
assim programar uma despesa no orçamento é classificá-la e informar onde vai ser empregado o
recurso.
12-Princípio da clareza:
Esse princípio dispõe que o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e
completa, embora diga respeito ao caráter formal, tem grande importância para tornar o orçamento
um instrumento eficiente de governo e administração.
Nenhum investimento cuja execução seja maior a que de um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem que a Lei autorize a sua inclusão, caso
isso ocorra, os responsáveis responderam por improbidade administrativa.
O Presidente da República , poderá mandar mensagem ao Congresso Nacional para
modificação no projeto de Lei do PPA, porém só enquanto não houver iniciada a votação, na
Comissão Mista de Orçamento, da parte a qual quer modificar.
A título de conhecimento , de acordo com a Lei n° 4.320/640- O exercício financeiro
corresponde ao período de 1° de janeiro a 31 de dezembro, o exercício financeiro coincide com o
ano civil.
É a Lei que define metas e prioridades , em termos a execução dos Programas pelo Governo,
este projeto da LDO, poderá ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional
(Legislativo) até o dia 15/04 de cada ano, ou seja, 08 meses e maio do encerramento da Sessão
Legislativa.
A constituição Federal , estabelece que a LDO, orienta a elaboração do Orçamento (Lei do
Orçamento Anual), dispõe sobre alterações na Legislação Tributária e estabelece política de
aplicação em agências financeiras de fomento,(são instituições financeiras não bancárias,
regulamentadas pelo Banco Central do Brasil.), além estabelece metas e prioridades para o
exercício financeiro subsequente.
Baseada na LDO aprovada anualmente pelo Poder legislativo, a Secretaria de Orçamento
Federal, órgão do poder Executivo, consolida para o ano seguintes o Projeto de Lei , para discussão
no Projeto Nacional.
A lei Orçamentária Anual disciplina todos os Programas e ações do Governo federal no
exercício.
Os objetivos de toda Política orçamentária são corrigir falhas de mercado e distorções com o
intuito de manter a estabilidade , melhorar a distribuição de renda , alocar recursos com eficiência.
5-FUNÇÃO DO ORÇAMENTO PÚBLICO E INSTRUMENTOS E RECURSOS DE
INTERVENÇÃO DO GOVERNO NA ECONÔMIA:
1-Definição:
É o principal instrumento que vai regulamentar as contas públicas no Brasil, estabelece
metas , limites, condições para gestão de despesas e das receitas, obrigando os governos a terem
compromisso com a arrecadação de gastos públicos.
3-OBJETIVO DA LRF:
Melhorar a responsabilidade na Gestão Fiscal dos recursos públicos.
1.1-DEMONTRATIVOS DO RGF:
1. Despesa com Pessoal: de acordo com a Lei , a despesa com o pessoal não pode
ultrapassar 60% da RCL- Receita Corrente Líquida, e estão distribuídas desta forma:
• 54%- Para o Executivo;
• 6%- Para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas.
• Limites para gasto com o pessoal: Limite de Alerta -estabelecido em 90% do limite legal,
ou seja, quando o Executivo atingir 48,6% da RCL , cabe ao Tribunal de Contas dar alerta
sobre tal fato. O outro é o Limite Prudencial, que chega em 95% do limite legal(51,3% da
RCL). O governante terá 08 meses para tomar providências para se enquadrar nos
conformes da Lei.
2.Da dívida Consolidada Líquida : Assegura a transparência das obrigações do município
em relação ao orçamento, tais como: controlar limites de endividamento, , ou seja, respeitar
dívidas e ter limite no endividamento.
3. Da garantia e contragarantia de valores : As garantias são compreendidas por
adimplências de obrigações , contratuais ou financeiras. As contragarantias poderão
constituir-se na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas.
4.Das operações de Crédito: Estas são compromissos financeiros ,tais como as aquisições
de bens por financiamento, emissão de títulos valores de vendas de bens e serviços,abertura
de créditos e outras operações. O montante previsto para as receitas de crédito não poderá
ser superior as despesas de capital, o senado fixa os seguintes limites para endividamento
para Observações de Créditos Internas e Externas- 16% da RCL, o limite de antecipação
orçamentária(ARO)- 7% também da RCL.
5. Da disponibilidade de Caixa: é formado por disponibilidades financeiras, e também por
parcelas comprometidas para a inscrição em restos à pagar de despesas não liquidadas, o
limite é a capacidade de honrar os compromissos a curto prazo.
6. Dos restos a pagar: Estes visam a transparência da inscrição em restos a pagar de
despesas não liquidadas. Nos dois últimos mandatos é vedado o governante contrair
obrigações de despesa s quais não possa pagar no mesmo exercício.
7. Dos limites: Apresenta em único demonstrativo , de maneira simplificada , todos os
limites de compromissos do que trata os Demonstrativos da Gestão Fiscal.
5-RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA (RREO):
É um conjunto de demonstrativos que dá informações detalhadas ao Executivo ,
Legislativo e a sociedade sobre a execução orçamentária e sua previsão. Deve ser confeccionado e
publicado até 30 dias após o final de cada bimestre.