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1 MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS

1.1 Determinação dos Volumes de Corte e Aterro num Trecho de Estrada


Os volumes são calculados associando-se a um prisma a geometria formada entre
duas seções consecutivas num determinado trecho de estrada. Ver Figura 1 a seguir.

Si

Si-1

Figura 1: Volume de terra entre duas seções consecutivas de uma estrada

 S + Si  d
Vi =  i −1 d ou Vi = ( Si −1 + Si ) (1)
 2  2

em que:
Vi = volume (m3) entre duas seções transversais consecutivas.
S i -1 = área da seção transversal da estrada na estaca i-1 (m2),
S i = área da seção transversal da estrada na estaca i (m2).
1.2 CÁLCULO DAS ÁREAS DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS

1.2 1 Seção Transversal em Corte

Seja a Figura 2.

978

976

974
t

i y

972
Cota (m)

970
l
P la taform a
968

966

964
-2 5 -2 0 -1 5 -1 0 -5 0 5 10 15 20 25

EST K

Figura 2: Seção Transversal em Corte


i(h + li) 2 2
s = 2 2 −l i
i −t (2)
Em que:

S = área de uma dada seção transversal em corte ou em aterro (m2);


h = cota vermelha (m);
t = declividade transversal do terreno (m/m);
i = declividade dos taludes de corte ou de aterro;
l = metade da plataforma da estrada (m).

1.2 2 Seção Transversal Mista

Seja a Figura 3.

974

972

970
i
t
968 l
Cota (m)

h
966

964
i'

962

960

958
-2 5 -2 0 -1 5 - 1 0 -5 0 5 10 15 20 25

EST L

Figura 3: Seção Transversal Mista


Parte em Corte Parte em Aterro

i(l. t + h) 2 i'(l. t - h) 2
s corte = s aterro =
2t(i − t) 2t(i' − t) (3)

Scorte = área em corte da seção transversal mista (m2),


Saterro = área em aterro da seção transversal mista (m2),
i = declividade do talude de corte,
i’= declividade do talude de aterro,
h = cota vermelha (m),
l = metade da plataforma da estrada (m).
t = declividade transversal do terreno.

h será +h nas expressões do Scorte e do Saterro quando for corte no eixo. Caso contrário,
será -h.

1.3 Cálculo dos volumes Acumulados num Trecho de Estrada

Para obtenção dos volumes acumulados, aplica-se a Equação 1, devendo-se ainda


observar as condições de compactação do terreno natural e dos trechos em aterro para
obtenção do fator de homogeneização. Este fator é aplicado à coluna do aterro para
previsão do volume de terra necessário à execução dos mesmos, obtendo-se assim a
coluna do aterro corrigido. Ver Tabela 1. O Fator de homogeneização pode ser obtido
pela equação:

Fator de homogeneização = (γ s solo compactado/γ s corte) x 1,05


(4)

Em que:
γ s: peso específico aparente seco do solo.
Tabela 1: Planilha de volumes de corte aterro num trecho de estrada
Estaca Áreas (m2) Volumes (m3)
corte aterro corte aterro aterro compens. corte aterro acumulado
corrigido* Lateralm. longitud. longitud.
0 10,15 17,15 - - - - - - -
1 27,50 6,00 376,50 231,50 254,65 254,65 121,85 - 121,85
2 78,98 - 1.064,80 60,00 66,00 66,00 998,80 - 1.120,65
3 63,10 - 1.420,80 - - - 1.420,80 - 2.541,45
4 35,65 3,25 987,50 32,50 35,75 35,75 951,75 - 3.493,20
4 + 8,60 9,10 12,95 192,43 69,66 76,63 76,63 115,8 - 3.609,00
m
5 - 65,10 51,87 444,89 489,38 51,87 - 437,51 3.171,49
6 - 65,50 - 1.306,00 1.436,60 - - 1.436,60 1.735,49
* coluna do aterro x fator de homogeneização. No exemplo desta tabela, foi adotado um fator de homogeneização igual a 1,1.
DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL ESCAVADO - DIAGRAMA DE BRUCKNER

Conhecendo-se o projeto de uma estrada em perfil, pode-se traçar o Diagrama de


Bruckner. Este diagrama possibilita estudar a distribuição das terras num dado trecho de
estrada e, também, obter a distância média de transporte. A construção desse diagrama
consiste em representar numa determinada escala vertical, a partir de uma linha
horizontal de referência, a soma algébrica dos volumes de terra acumulados em cada
estaca pertencente ao trecho da estrada em estudo. Por exemplo, 1 cm igual a 1.000 m3.
Considera-se, por convenção, volume de corte positivo e de aterro negativo. A escala
horizontal deverá ser a mesma utilizada no projeto da estrada em perfil, em geral 1:1.000
ou 1:2.000.

Propriedades do Diagrama de Bruckner

• Em cada ponto do diagrama, a simples leitura da vertical nos fornece o valor dos
volumes acumulados de terra.

• O ramo ascendente corresponde a corte e o descendente aterro.

• Os pontos de máximo correspondem à passagem de corte para aterro e, os pontos de


mínimo, à passagem de aterro para corte.

• A área limitada pelo diagrama e a horizontal de compensação fornece o momento de


transporte entre os volumes de corte e de aterro compensados.

• Quando houver mudança na horizontal de compensação, o ramo descendente


corresponde à empréstimo e o ramo ascendente corresponde à bota-fora.

• A linha horizontal (linha de terra) de distribuição mais adequada é aquela que


intercepta o diagrama de Bruckner, de tal forma, que a soma das cordas
correspondentes aos segmentos superiores seja igual à soma das cordas
correspondentes aos segmentos inferiores. A Figura 4 ilustra várias propriedades do
Digrama de Bruckner.
Figura 4: ilustração de várias propriedades do Digrama de Bruckner

Determinação da Distância Média de Transporte

A área de um segmento compensado representa o momento de transporte. Seu


valor pode também ser obtido pelo produto do volume V (ordenada máxima do segmento
compensado - ordenada AB) pela distância média de transporte (dm). Assim sendo, seja
a Figura 5 a seguir.
B

C A D
Mt = dm . AB. Mas Mt = AB . CD.
Portanto: dm = CD

Distância Econômica de Transporte (det)

É aquela para a qual o custo da compensação longitudinal é igual ao custo do bota-fora


mais o custo do empréstimo.

Para distâncias menores que det, é mais importante transportar as terras do corte para os
aterros (alternativa 1). Para distâncias maiores que det, é mais barato fazer o bota-fora do
material do corte e fazer nova escavação do material para a construção do aterro
(alternativa 2).

A distância econômica de transporte (det) é função dos custos de escavação e do


transporte e das distâncias médias de transporte para empréstimo e bota-fora.

Sendo C1, o custo da alternativa1 e C2, o da alternativa 2, têm-se:

C1 = V.C e + V.d.C t EQ. 1

C 2 = V.C e + V.d bf .C t + V.C e + V.d emp .C t EQ.2

Fazendo: EQ.1 = EQ.2 e simplificando, tem-se:

Ce
d = dbf + demp + = d et , em que: EQ.3
Ct
V = volume transportado (m3)
d = distância média de transporte (km)
Ce = custo da escavação (R$/m3)
Ct = custo do transporte (R$/(m3.km))
dbf= distância média de transporte para bota-fora (km)
demp = distância média de transporte empréstimo (km)

Exemplo:

São dados:

custo da escavação: R$ 5,2/m3,


custo do transporte: 3,1 R$/m3.km,
distância média de transporte para bota-fora: 0,3 km,
distância média de transporte para empréstimo: 0,5 km,

Aplicando a EQ.3, tem-se:


det = 0,3 km + 0,5 km + 5,2/3,1. Portanto, det = 2,48 km

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