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O livro "Escola e Democracia"

 compreensão da relação da
educação com os diferentes
aspectos da sociedade, da história
e dos momentos políticos.
“Teorias Não-Críticas” -
“Teorias Crítico-Reprodutivistas"
 As Teorias Não-Crítica entende marginalidade
como um problema social, enquanto a
educação, que dispões de autonomia em
relação à sociedade, estaria capacitada para
intervir eficazmente na sociedade, tornando-a
melhor e corrigindo as injustiças.
 As teorias crítico-reprodutivisas consideram
que o espaço escolar e a própria educação
consiste na reprodução da sociedade em que
ela se insere.
“Teorias Não-Críticas"

“Teorias não-críticas" da educação


- não consideram os problemas e
a estrutura social como
influenciadores da educação.
Pedagogia Tradicional

 Na pedagogia tradicional, a educação é


vista como direito de todos e dever do
Estado, sendo a marginalidade
associada à ignorância. A escola surge
como um "antídoto", difundindo a
instrução.
Escola Nova


Na Escola Nova, passa a ocorrer um
movimento de reforma na pedagogia
tradicional, na qual a marginalidade não
é mais do ignorante e sim do rejeitado,
do anormal e inapto, desajustado
biológica e psiquicamente. A escola
passa a ser então a forma de adaptação
e ajuste dos indivíduos à sociedade.
Tecnicismo
 Por fim, o Tecnicismo define a
marginalidade como ineficiência,
improdutividade. A função da escola
então passa a ser de formação de
indivíduos eficientes, para o aumento
da produtividade social, associado
diretamente ao rendimento e
capacidades de produção capitalistas.
“Teorias Crítico-Reprodutivistas"

compreender a educação senão a


partir dos seus condicionantes sociais
“Teorias Crítico-
Reprodutivistas"

Educação - instrumento da classe dominante capaz
de reproduzir o sistema "dominante-dominado",
(modelo capitalista vigente) sendo responsável pela
marginalização, uma vez que percebe a
dependência da educação em relação à sociedade,
tendo em sua estruturação a reprodução da
sociedade na qual ela se insere.

Privilegia o ensino fundamental como formação de
mão-de-obra (países em desenvolvimento/ mão-de-
obra barata, acrítica e subserviente), que saiba ler
para operar as tecnologias desenvolvidas no
"Primeiro Mundo", retentor de tecnologia, dos
poderes econômico, bélico e político.
Teorias

o sistema de ensino como violência
simbólica;

a teoria da escola como aparelho
ideológico do Estado ou da classe
dominante;

a teoria da escola dualista.
Teoria do sistema de ensino
como violência simbólica
 Esta teoria reforça, por dissimulação, as
relações de força material, destaca a
dominação cultural das classes menos
favorecidas e explicita um imposição arbitrária
da cultura dos grupos dominantes aos
dominados. Os grupos dominados são as
classes marginalizadas. Estes são dominados de
duas formas: socialmente, porque não possuem força
material, e culturalmente, porque não possuem força
simbólica.
 Todo poder de violência simbólica,
isto é, todo poder que chega a impor
significações e a impô-las como
legítimas, dissimulando as relações
de força, acrescenta sua própria
força, isto é, propriamente simbólica,
a essas relações de força.

(BOURDIEU; PASSERON, 1975: 19).


Violência Simbólica
 A violência simbólica se manifesta de múltiplas
formas: a formação da opinião pública através
dos meios de comunicação de massa, jornais
etc.; a pregação religiosa; a atividade artística e
literária; a propaganda e a moda; a educação
familiar etc.
 E ação pedagógica institucionalizada. (sistema
escolar). Imposição arbitrária da cultura (também
arbitrária) dos grupos dominantes aos grupos
dominados.
Teoria da escola como aparelho
ideológico do Estado

Esta teoria considera a escola como o instrumento
mais acabado de reprodução das relações de
produção capitalistas. Seu principal teórico foi
Althusser, que aponta que o governo possui duas
formas de dominação: a repressiva, que se dá pelo uso
da violência propriamente dita, e o ideológico, que se
dá no meio familiar, nas igrejas, nas escolas, nos
partidos políticos etc. Nas escolas, a ideologia
capitalista do estado pode ser identificada na educação
de classes menos favorecidas para o trabalho
(proletariado), enquanto que as classes mais
favorecidas são educadas para o "status" social, para
os postos de poder (capitalistas).
 como instrumento de reprodução da
sociedade capitalista mediante a inculcação
massiva da ideologia dominante e o ensino de
saberes práticos e teóricos necessários ao
bom funcionamento do sistema produtivo,
parece perder sua força persuasiva ou ganhar
novo significado quando confrontada com o
crescente rebaixamento do ensino destinado
às camadas populares, evidenciado pelos
recentes resultados obtidos nos diferentes
processos de avaliação oficial da educação
brasileira.
Teoria da escola dualista

esta teoria destaca a divisão da escola em duas grandes
redes: uma escola para a burguesia e outra escola para o
proletariado. Esta divisão reforça a formação da força de
trabalho e a assimilação da ideologia burguesa, além de
qualificar o trabalho intelectual e desqualificar o trabalho
manual.

Além de reforçar as desigualdades sociais, ao contrário do
que o governo pretendia fazer parecer, a democratização do
ensino trouxe outros agravantes para a educação. Com a
explosão demográfica nos bancos escolares que se deu
principalmente a partir da década de 70, fez-se necessário o
imediato aumento do número de professores.

Para suprir esta necessidade, a solução encontrada pelo
governo foi a formação de professores com extrema rapidez,
sem muita base teórica, desqualificando o ensino.
Situação atual...
 A função da educação vigente é a de
reprodução das desigualdades sociais. Pela
reprodução cultural, ela contribui
especificamente para a reprodução social.
 Os marginalizados (sem capital econômico)
não possuem força simbólica(capital
cultural). A educação é fator de reforçador
da marginalidade.
A Educação..

Deveria ser o instrumento para as escolhas do
homem livre, democrático, cidadão e autônomo
acaba, então se tornando mais uma ferramenta
de manipulação e de homogeneização do
pensamento crítico da sociedade.
Ela legitima as diferenças sociais e
marginaliza, ao invés de tencionar a luta contra
a ideologia das classes dominantes, e dos
direitos dos seres humanos: o conhecimento,
que deve ser universal e possibilitado a todos.
Função da Educação

relação entre e educação e a sociedade, bem como a
responsabilidade dos professores em transformar, não
o mundo, mas sim cada indivíduo que assiste sua aula,
compreendendo melhor o mundo e seus
acontecimentos, assim como seu papel dentro do
sistema, seus deveres e seus direitos para a
construção de um país melhor.

Essas pequenas revoluções que acontecem na sala de
aula (aquilo que podemos nos aventurar a chamar de
ruptura ou quebra de paradigmas) podem dar a chance
de uma transformação histórica num período maior de
tempo.

É preciso então que se tome consciência das lutas
sociais e das formas de dominação ideológicas que
sofre a educação hoje, regulando o equilíbrio dos
conteúdos a serem desenvolvidos nas salas de aula e o
discurso político e histórico usado pelo(a) professor(a).
ESCOLA E DEMOCRACIA

Para Além da Teoria da Curvatura


da Vara

Dermeval Saviani

Prof. Livaldo Teixeira da Silva


Pedagogo
Questões Problematizadoras
 Por que Saviani denomina esse capítulo: Para Além
da Teoria da Curvatura da Vara?
 O que seria reverter a tendência dominante?

Por que as teses enunciadas pelo autor funcionam
como antíteses?
 Qual a relação entre Pedagogia Nova e Pedagogia da
Existência?
 Por que seria necessário ir além dos métodos novos
e tradicionais?
 Quais os passos do Métodos tradicionais e novos?
Quem são seus pensadores?
 Como Saviani denomina os passos do Método de
sua pedagogia?

Em quais posições alunos e professores se
encontram na prática social? Existe alguma
Distinção?
 Quais as atividades da Problematização,
enquanto um dos passos do método?
 O que é a Instrumentalização?

Para Além da relação Autoritária ou Democrática
na Sala de Aula, se refere a qual tese enunciada
por Saviani no capítulo anterior?
Reverter a tendência
dominante

O reformismo prevaleceu sobre o
tradicionalismo, gerando consequências
negativas;

As três teses da teoria da curvatura da
vara, invertem o que está na mente do
educadores, de que a pedagogia nova é
protadora de todas as virtudes e a
pedagogia tradicional de todos os vícios
e nenhuma virtude.
As teses funcionam como
antíteses
 Não basta enunciar a concepção correta
para que os desvios sejam corrigidos; é
necessário abalar as certezas,
desautorizar o senso comum;
 Com o objetivo ao introduzir o debate:
foi o de polemizar, abalar, desinstalar,
inquietar, fazer pensar.
Pedagogia Nova e Pedagogia
da Existência

Concepção humanista moderna de
Filosofia da Educação;

Centra-se na vida, na existência, na
atividade; por oposição a pedagogia
tradicional, que que se centrava no
intelecto, na essência, no conhecimento.

Abrange correntes tais como: o
pragmatismo, o vitalismo, o historicismo,
o existencialismo e a fenomenologia.
Para Além das Pedagogias da
Essência e da Existência
 Falta-lhes a consciência dos
condicionante histórico-sociais da
educação;
 São ingênuas e idealistas; acreditam ser
capazes de alterar as condições sociais,
por si mesmas.

Uma pedagogia revolucionária centra-
se, pois, na igualdade essencial entre os
homens;
 Considera a difusão de conteúdos vivos
e atualizados, uma das tarefas
primordiais do processo educativo;
 Uma pedagogia revolucionária é crítica;
sabe-se condicionada; porém entende
que a educação se relaciona
dialeticamente com a sociedade.
Para Além dos Métodos Novos e
Tradicionais

Uma teoria, um método, uma proposta devem
ser avaliados não em si mesmos, mas nas
consequências que produziram
históricamente:
 Método Tradicional: Conteúdo apenas
mecânico, sem significado social;
 Métodos Novos: Perda do conteúdo, da
natureza e especificidade da educação.
(Senso Comum);
 Teorias Crítico-reprodutivistas: Desânimo nos
educadores e falta de proposta pedagógica.
 A Escola Nova contribuiu para o
aprimoramento do nível educacional da
classe dominante;
 Em relação as classes populares, as
escolas continuaram funcionando
funcionando de acordo com as condições
tradicionais;
 Contribuiu então para pelo afrouxamento
da disciplina e pela secundarização da
transmissão do conhecimento, para o
rebaixamento do nível da educação
destinada as camadas populares.

Surgem então tentativas de constituição de uma
espécie de “Escola Nova Popular”. (Freinet, Paulo
Freire);
 Movimento Paulo Freire de Educação: É nítida a
inspiração da “Concepção ´humanista` moderna de
filosofia da educação, (existencialismo Cristão);
 Critica a pedagogia tradicional (pedagogia
bancaria), centrada na passividade, transmissão de
conteúdos, memorização, verbalismo, etc.
 A diferença da Escola Nova é que Paulo Freire
empenhou-se em colocar essa concepção a
serviço dos interesses populares, iniciando pela
alfabetização de adultos trabalhadores.

Propondo meios sofisticados surgem as
propostas de desescolarização, como
mecanismos de recomposição da
hegemonia burguesa;
 São acionados o meios de comunicação
de massa e outras mídias, como educação
permanente, educação informal. Propostas
de desescolarização proposta, pelos já
escolarizados e não pelos não-
escolarizados.
Os métodos de
uma pedagogia revolucionária
deverão situar para além dos
métodos novos e tradicionais;
superando por incorporação
as contribuições de uns e de
outros.
 Estimularão a iniciativa dos alunos; porem
sem abrir mão da iniciativa do professor;
 Favorecerão o diálogo dos alunos entre si e

com o professor, mas sem deixar de valorizar o


diálogo com a cultura acumulada
historicamente;
 Levarão em conta os interesses dos alunos,

os ritmos de aprendizagem e o
desenvolvimento psicológico, mas sem perder
de vista a sistematização lógica dos
conhecimentos; - sua ordenação e gradação
para efeitos de transmissão-assimilação
dos conteúdos cognitivos.
 Não se trata de uma mistura de
métodos, mas de uma reorganização
lógica, vinculando educação e
sociedade. (superação de ações
fragmentadas);

 Tanto os métodos tradicionais, como os


novos implicam uma autonomia da
pedagogia em relação a sociedade.
Métodos:
 Herbart
( Tradicional):
 Dewey (Nova)

1- Atividade;
 1- Preparação dos
alunos;  2- Problema;
 2- Apresentação de  3- Coleta de dados;
novos conhecimentos;  4- Hipótese;
 3- Assimilação de  5- Experimentação.
conteúdos;

4- Generalização;
 5- Aplicação.
Método de Saviani
 1- Prática Social ( Inicial);
 2- Problematização;
 3- Instrumentalização;
 4- Catarse;
 5- Prática Social (Final)
Prática Social (Inicial):
 É o ponto de partida;
 É comum a professor e alunos;
 Ambos estão inseridos na mesma
prática social, porém em posições
distintas;
 Alunos: Compreensão sincrética;
 Professor: Síntese precária; (necessita
de preparação da aula) – sistematização
do conteúdo que vai ser transmitido.
Problematização:
 Identificação dos principais problemas
postos pela prática social;
 Definição de que conhecimento é
necessário dominar, de uma conteúdo
dado;
 Sobre a liderança do professor,
condutor do processo.
Instrumentalização

Apropriação dos instrumentos teóricos e
práticos necessários ao equacionamento dos
problemas detectados na prática social;

A transmissão pode ser direta ou indireta,
dependendo do objetivo que se tenha, de
acordo com o conteúdo;

Apropriação pelas camadas populares das
ferramentas culturais necessárias à luta social
que travam diuturnamente para se libertar das
condições de exploração em que vivem.
Catarse:

Momento de expressão elaborada da


nova forma de entendimento da
prática social;
Efetiva incorporação do elementos
culturais;
Estruturação dos conhecimentos
científicos de forma sintética.
Prática social (Final):
 É o ponto de chegada;
 Vislumbra a possibilidade de
transformação da realidade, da própria
prática social;
 Educação é uma atividade que se supõe
uma heterogeneidade real e uma
homogeneidade possível;

 Uma desigualdade no ponto de partida e


uma igualdade no ponto de chegada.

 A Educação não transforma de modo


direto e imediato e sim de modo indireto
e mediato, isto é, agindo sobre os
sujeitos da prática.
Para Além da relação Autoritária ou
Democrática na Sala de Aula

A Escola Nova, considerando a pedagogia


tradicional como intrinsecamente
autoritária , proclamando-se democrática e
estimulando a livre iniciativa dos alunos,
reforçou as desigualdades, tendo,
portanto, um efeito social antidemocrático.
 A equiparação do professor e aluno no
início e no processo de ensino-
aprendizagem inviabiliza a ação
pedagógica;

 Parte-se da desigualdade real para uma


igualdade possível.
Bibliografia
SAVIANI, Dermeval. Escola e
Democracia: teorias da educação,
curvatura da vara, onze teses sobre
educação e política. 33.ª ed. revisada.
Campinas: Autores Associados, 2000.

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