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tradicional português, chamado Nau Catrineta. Tive assim a sorte de começar pela
tradição oral, a sorte de conhecer o poema antes de conhecer a literatura.
Eu era de facto tão nova que nem sabia que os poemas eram escritos por pessoas, mas
julgava que eram consubstanciais ao universo, que eram a respiração das coisas, o
nome deste mundo dito por ele próprio.»
Índice................................................................................................................................2
Introdução........................................................................................................................3
Literatura infantil............................................................................................................4
RESPEITO..............................................................................................................18
PACIÊNCIA..........................................................................................................18
CIVISMO................................................................................................................19
GENEROSIDADE.................................................................................................19
COMPAIXÃO........................................................................................................20
Conclusão......................................................................................................................34
ANEXOS................................................................................................................36
Bibliografia....................................................................................................................40
Internet.......................................................................................................................40
Introdução
A literatura para crianças e jovens evoluiu bastante desde que surgiu
como género independente, já no século XVIII.
Em 2001, foi distinguida com o Prémio Max Jacob de Poesia, num ano em
que o prémio foi excepcionalmente alargado a poetas de língua estrangeira.
Em Agosto do mesmo ano, foi lançada a antologia poética Mar. Em Outubro
publicou o livro O Colar. Em Dezembro, saiu a obra poética Orpheu e Eurydice,
onde o orphismo está, mais uma vez, presente, bem como o amor entre Orpheu,
símbolo dos poetas, e Eurídice, que a autora recupera num sentido diverso do
instaurado pela tradição helénica.”1
1
“Obtido de http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?
autor=Sophia+de+Mello+Breyner+Andresen, no dia 18 de Maio de 2008”
Análise do conto “O Homem”
O conto começa por localizar o leitor no tempo, com “Era uma tarde do
fim de Novembro, já sem nenhum Outono.” 2, e no espaço “A cidade erguia as
suas paredes de pedras escuras.” 3 Tanto o tempo como espaço deixam antever
algo trágico, sombrio, preparando o leitor para algum acontecimento fatídico,
que possa acontecer no decorrer da história.
“O céu estava alto, desolado, cor de frio.”55, o céu não tinha a cor azul,
símbolo de pureza, tranquilidade, ordem, tinha antes uma “cor de frio” tal
como todos os elementos que tinha sob si, as “ (…) paredes de pedra
escura(…)” símbolo do distanciamento entre as pessoas, os “homens
empurrando-se(…)”, nos passeios, esta descrição do espaço do tempo e do
comportamento das pessoas, cria no leitor uma sensação de vazio, e caos. Vazio
pelo não existir de sentimentos nas pessoas, e caos pela imagem dos carros e
pela multidão correndo para o vazio da cidade.
22
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.137.
3
Ibidem
4
Ibidem
5
Ibidem
O tempo, atendendo ao mês que é apresentado “(…) Novembro (…)”,
dá-nos uma imagem de um dia frio, com nuvens no céu, um tempo sombrio, o
que deixa transparecer nas pessoas. O tempo, espaço e as pessoas representam
algo hostil, no inicio do conto.
6
Ibidem
Após esta descrição de novas personagens a acção da historia desacelera,
“(…) criando uma dilatação temporal traduzida pela precisão de um instante
em que a narradora contempla, fascinada, a beleza do homem(…)” 7. Isto é a
narradora para o tempo da história para contar mais pormenorizadamente
aquele instante em que viu o homem. O ritmo frenético que se vivia é
bruscamente desacelerado.
Apesar de toda a miséria que exibia, a descrição não tem outro efeito no
leitor, senão a da magnificência da figura do homem.
A curta descrição com que a narradora inicia o conto esbate com a longa
e pormenorizada descrição da beleza do homem, que mostram claramente uma
temporalidade suspensa.
7
Ibidem
8
Apontamentos Europa-América, (1990) Explicam Sophia de Mello Breyner-Contos
Exemplares.Colecção, Apontamentos Europa-América, Número 31.
9
Ibidem
10
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.138.
Olhos esses, que nunca se cruzaram com os da narradora, “O homem
não me olhava.”11
“Quis fazer alguma coisa, mas não sabia o quê. Era como se a sua solidão
estivesse para além de todos os meus gestos, como se ela o envolvesse e o
separasse de mim e fosse tarde de mais para qualquer palavra e já nada tivesse
remédio.”15 , note-se aqui o desespero da narradora em querer ajudar.
11
Ibidem
12
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.138.
13
Ibidem
14
Apontamentos Europa-América, (1990) Explicam Sophia de Mello Breyner-Contos
Exemplares.Colecção, Apontamentos Europa-América, Número 31. P.57.
15
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.138-139.
16
Ibidem. P.139.
17
Apontamentos Europa-América, (1990) Explicam Sophia de Mello Breyner-Contos
Exemplares.Colecção, Apontamentos Europa-América, Número 31. P.58
E enquanto ia sendo empurrada pela multidão para longe do homem,
apercebeu-se que afinal conhecia-o “ (…) havia alguma coisa ou alguém que eu
reconhecia.” 18
Fez uma leitura das suas memórias, e uma frase a assolou «Pai,
pai, por que me abandonas-te?», esta frase associada à descrição física do cabelo
castanho-claro meio comprido; a barba por cortar; o corpo magro; olhos belos e
claros; de trinta e poucos anos e extraordinariamente belo, todas estas
características aliadas à frase fizeram com que a narradora subisse novamente o
passeio, contra a multidão, lutou para chegar novamente ao pé daquele
misterioso e belo homem.
18
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.139
19
Ibidem. P.140
Porém, quando se aproximou o seu olhar vislumbrou o homem ainda a
olhar para o céu e com a criança ao colo. Correu ainda mais, empurrando a
multidão e quando estava próxima dele, vê-o cair no chão, da sua boca escorria
agora sangue e nos seus olhos e a sua expressão era a mesma “(…)expressão de
infinita paciência.”20
“Do ponto de vista simbólico, o centro não pode ser considerado como
um elemento simplesmente estático. Trata-se antes do lugar de onde parte um
movimento que vai da unidade para a multiplicidade, do interior para o
exterior, do temporal (Homem) para o eterno (Deus).”21
20
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.141
21
Apontamentos Europa-América, (1990) Explicam Sophia de Mello Breyner-Contos
Exemplares.Colecção, Apontamentos Europa-América, Número 31. P.60
22
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.141
Valor didáctico do conto “O Homem”
Sophia de Mello Breyner Andresen é por muitos, considerada uma das
figuras maiores da literatura portuguesa contemporânea.
“A escola deve apoiar-se nas experiências vividas pela criança no seio da família e
crescer gradualmente para fora da vida familiar, deve partir das actividades que a
criança vivência em casa e continuá-las… É tarefa da escola aprofundar e alargar os
valores da criança previamente desenvolvidos no contexto da família”.
23
Pujol i Pons, E., Gonzalez, I., (2003) Valores para a Convivência, Marina Editores.P.6
Valores possíveis de abordar com o conto:
RESPEITO
Com o valor do respeito, o professor posso expor à criança que é preciso
agir, tendo sempre atenção ao facto de nós, seres humanos, não estarmos
sozinhos no mundo. As atitudes que tomarmos terão eco nos outros. Por
exemplo, a multidão que se atropelava no passeio, é um acto que mostra o não
respeito uns pelos outros.
PACIÊNCIA
Ter paciência é saber esperar com calma. É aparentemente fácil, mas
difícil de praticar, mais ainda para crianças.
GENEROSIDADE
Para falar deste valor com as crianças, o professor pode dar alguns
exemplos, enunciando atitudes correctas de generosidade:
Gestos:
Dar afectos
Ajuda amável
Palavras:
Suaves
Elogios
Alento
Dialogo
Silêncios:
Ouvir os outros
Acompanhar alguém
COMPAIXÃO
Para as crianças interiorizarem melhor o valor da compaixão, o primeiro
passo é que a criança conheça bem as suas emoções. A educação da compaixão
começa quando as crianças aprendem a reconhecer os próprios sentimentos, ter
consciência delas.
Depois, mais uma vez coloca-las em situações, de forma a testar o valor.
No conto “O Homem”, de Sophia de Mello Breyner, a única personagem a ter
compaixão pelo homem e criança é a narradora., todas as outras, ignoram o
homem e o seu estado.
E sempre que ela demonstrar uma atitude correcta com base nos valores,
é fundamental que professor e encarregados de educação estejam atentos e
gratifiquem as atitudes, da mesma forma se fizer o contrario, é necessário que a
criança ouça uma reprimenda, tomando consciência do correcto e errado.
Texto narrativo em prosa
O conto de Sophia de Mello Breyner, O Homem, é um conto escrito em
prosa, um género narrativo, o seu discurso não é versificado nem rimado.
24
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.137
25
Ibidem. P.137
O espaço onde se desenrola a acção, passa-se na cidade “A cidade erguia
as suas paredes de pedras escuras.” 26
. O tempo em que decorrem os
acontecimentos “Era uma tarde do fim de Novembro, já sem nenhum Outono.”
27
O final ou desfecho vão desde “Voltei para trás.” 32 , até “Mas continua ao
nosso lado. Pelas ruas.”33
36
Ibidem. P.137
37
Ibidem. P.137
38
Ibidem. P.138
39
Ibidem. P.140
Riqueza lexical do conto
“A prosa de Sophia destinada a crianças, cuja harmonia no plano rítmico
é por de mais evidente, produz um efeito quase encantatório, sendo as
obsessivas enumerações presentes na sua prosa servidas pela sábia combinação
de nome e adjectivo e por uma sintaxe peculiar que recorre com frequência a
estruturas de tipo anafórico, ao polissíndeto e ao assíndeto. Das imagens emana
uma sensibilidade que encontra paralelo num discurso fluente, marcado por
aliterações e assonâncias, cujo léxico (obsessivo) se reporta sobretudo ao mundo
natural, fixando-se nos elementos ligados à água, à terra, ao ar e ao fogo. Se, no
plano sintáctico, esse discurso procura quase sempre ir ao encontro da limitada
competência linguística do seu destinatário extratextual – a criança –, nunca
resvala para a facilidade; antes encontra, em certas estruturas frásicas e textuais
aparentemente elementares, o modo mais adequado de exprimir a beleza do
mundo, a complexidade dos sentimentos e das fantasias pessoais. “40
40
Obtido de: http://derivadaspalavras.blogspot.com/2006/12/sophia-de-mello-breyner-
andresen-e-sua.html, no dia 25 de Maio de 2008”
Por outro lado podemos ser levados a pensar que o céu respondeu, pois
pouco depois da suplica do homem, ele cai morto no chão, talvez o céu tenha
respondido levando-o para uma vida eterna. Sendo assim podemos ver o
homem como analogia a Cristo que morreu entre os homens, para salvar os
homens, ou de um homem, tal como todos nós, que sofre no silencio, ignorado
pela sociedade, apenas porque é diferente, pobre.
Sophia dá-nos, neste conto, tal como todos os outros, a conhecer melhor
o mundo e a humanidade a um nível de exigência ética e poética, na plenitude
da sua personalidade aberta, captando a essência das coisas, e principalmente a
essência do homem.
Actividades para trabalhar o conto na sala de aula
As actividades aqui apresentadas, são meros exemplos, não estando por isso
organizadas sequencialmente.
Actividade 1
Leitura do conto
Descrição da actividade:
-entoação
-ritmo
Actividade 2
Caça ao erro
Descrição da actividade:
Actividade 3
Resumo do conto
Descrição da actividade:
Actividade 4
Descrever uma imagem do conto atravé s de gestos
Descrição da actividade:
Descrição da actividade:
Hoje é dia____________________
Li um livro…
Que se chama__________________________________________
1. Dados bibliográficos
Autor: ________________________________________
Editora: _________________________
EU…
Sim Não
Actividade 7
Ficha 1 (cf anexos)
Actividade 8
Ditado
Descrição da actividade:
Actividade 9
Desenho livre
Descrição da actividade:
Actividade 10
Os valores
Actividade 11
Ditado corrida
Descrição da actividade:
Actividade 12
Um final diferente
Descrição da actividade:
Actividade 13
Verbos
Descrição da actividade:
Actividade 14
Descrever o tempo
Descrição da actividade:
Contar histórias foi, é e será sempre uma necessidade profunda do ser humano.
Voluntariamente ou não, cada autor acaba por fazer eco dos valores,
ideologias, modos de vida, formas de encarar a educação e a infância.
41
“Obtido de :
http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/documentos/vo_sophia_a_C.pdf, no dia 27
de Maio de 2008”
42
ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Contos exemplares , 36ª edição. - Braga : Figueirinhas,
2006. P.13
43
Ibidem. P.35-36
ANEXOS
Ficha 1
4ºAno
Data: Avaliação:
Nome:
1- Sopa de palavras
Encontra na vertical ou horizontal as seguintes palavras:
N O V E M B R O X W
Novembro
P T U L U N F A A Q
Cidade
C P M R T E R V N R
I M
Homem M U L T I D Ã O
D C F N H B O P T R
Multidão
A C R I A N Ç E L J
Criança
D D L I B Ç P V V E
Frio
E V T G H O M E M G
2- Conjuga-me
Conjuga o verbo “ver” nos seguintes tempos:
Presente do Indicativo
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
Pretérito Perfeito
Eu
Tu
Ele
Nós
Vós
Eles
3- Frases incompletas
Completa as seguintes frases, completando-as com as palavras correctas:
Então compreendi por que é que o _____________ que eu deixara para trás não
era um _____________.
Um final diferente
“O Homem”
Internet
Sites:
http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/documentos/ot_sophia_jagomes_a.pdf
www.exames.org/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=670 -
http://www.instituto-camoes.pt/cvc/figuras/smellobreyner.html