A atividade comercial realiza a circulação de produtos na cadeia econômica entre a
produção e o consumo. O instrumento jurídico básico de que se valem os empresários, nessa
cadeia, é o contrato de compra e venda. O fabricante cria os produtos com o fim de colocá-los no mercado. Outros empresários adquirem do fabricante esses produtos, também com o mesmo propósito de revendê-los no mercado.
Num estágio primário da exploração do mercado, o artesão cria o produto, expõe-no à
venda e, ele mesmo, o vende ao consumidor. Numa escala mais desenvolvida do processo industrial, o produtor não tem condições de explorar individualmente seu negócio. Recorre à mão de obra alheia, contratando o serviço de empregados, que se integram à estrutura operacional da empresa, seja na produção seja na comercialização. Todos, porém, atuam dentro do estabelecimento sob o comando direto do empresário.
Conforme o volume da produção e da comercialização, o empresário sente a
necessidade de atuar além dos limites físicos do estabelecimento, para melhor colocação de suas mercadorias. Encarrega, então, alguns empregados de sair do estabelecimento para ir em busca de clientes na praça da empresa ou em outras praças. Os empregados que captam clientela nestas circunstâncias são os viajantes e pracistas. Embora atuando fora do recinto do estabelecimento do empresário, continuam vinculados à estrutura organizacional permanente da empresa, por meio do contrato de trabalho.
Em lugar de usar empregados para angariar clientes fora do estabelecimento, o
empresário pode contratar esse serviço junto a outros empresários, que fazem do agenciamento de clientela o objeto de suas empresas. Nesse momento surge o fenômeno da representação comercial ou agência, que integra a categoria dos chamados, contratos de colaboração empresarial. Já então o fornecedor não terá comando do processo, pois o agente é um representante autônomo, que organiza sua própria empresa e a dirige, sem interferência dos empresários que utilizam seus serviços.cO agente faz da intermediação de negócios sua profissão. Não pratica a compra e venda das mercadorias do representado. Presta serviço tendente a promover a compra e venda, que será concluída pelo preponente. Por isso, na linguagem tradicional do direito brasileiro esse agente recebia o nome de “representante comercial autônomo” (Lei nº 4.886, de 09.12.65).
Os Contratos Empresariais de Colaboração.
Os contratos empresariais de colaboração podem ser feitos através da intermediação e
da aproximação.
Nos contratos de Intermediação o sujeito compra as mercadorias e as vende em nome
próprio. Ex:Contratos de Distribuição: uso de marca, licença, franquia, representação, concessão
Intermediação/Distribuição
"Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e
sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta da outra, mediante retribuição, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada."
Agência é um contrato oneroso, em que alguém assume, em caráter
profissional, não eventual, e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outrem, a realização de certos negócios, em determinado território ou zona de mercado.
a) Onerosidade: A intermediação do agente se faz mediante retribuição pecuniária
b) Pessoalidade: Alguém assume c) Bilateralidade: Ambos Contratantes assumem obrigações
É da essência do contrato de agência e distribuição: (anteriormente
conhecido como representação comercial)
a) Aproximação ou promoção: o agente desenvolve atividade de
aproximação de clientela e promoção de vendas ou de serviços para o representado; b) Profissionalidade do agente: Exige registro no conselho regional de representantes comerciais. c) Determinação de uma zona de atividade do agente ou distribuidor: O agente ou distribuidor deverá ter uma zona pré-determinada para desenvolver suas atividades. d) Retribuição dos serviços prestados: e) Regência por regras próprias: f) Resolução do contrato a qualquer tempo:
O Contrato de agência se qualifica de distribuição se o agente tem à sua
disposição a coisa a ser negociada: “Eventualmente, o representado pode confiar ao agente os bens a serem colocados junto à clientela, caso que o Código trata como distribuição, mas não como revenda, visto que os atos de negociação se realizam em nome e por conta do comitente. Além da remuneração relativa aos negócios que efetivamente concluir, o agente tem direito à percepção dos valores correspondentes aos negócios:
a) Concluídos dentro de sua zona, ainda que sem sua interferência
b) Não realizadas por fato imputável ao proponente c) Pendentes na hipótese de dispensa sem culpa DISTRIBUIÇÀO POR CONTA PRÓPRIA: REVENDA/CONCESSÃO COMERCIAL
“ESTE NUNCA COMPRA A MERCADORIA DO PREPONENTE. É ELE
SEMPRE UM PRESTADOR DE SERVIÇOS, CUJA FUNÇÃO ECONOMICA E JURIDICA SE LOCALIZA NO TERRENO DA CAPTAÇÃO DE CLIENTELA”
Já nos contratos de aproximação, o sujeito aproxima o comprador do vendedor e seu
retorno financeiro é a partir de um preço pago pelo vendedor, que se dá o nome de comissão. Ex: Contratos de Comissão, Mandato e Agência.
MANDATO (art. 653 CCiv.)
"Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para em
seu nome praticar ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato."
COMISSÃO (art. 693 CCiv.)
"O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens
pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente."