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Agrupamento Vertical de Escolas Dr.

Francisco Cabrita

Exposição: “Anne Frank”

Anne Frank (1929-1945)

Guião da Visita
Anne Frank, uma jovem judia, nasceu em Frankfurt a 12 de Junho de 1929 e aí viveu
até aos quatro anos. Era filha de pais judeus liberais.
Na sequência da Grande Guerra (1914-1918), com o Tratado de Versalhes, demasiado
humilhante para a Alemanha, este país vive uma grande crise, pois são-lhe impostas pelos
vencedores do conflito pesadas indemnizações, além de ser obrigada a devolver à França
alguns territórios (Alsácia e Lorena) e abdicar das suas colónias. Assim, a Alemanha vê-se
mergulhada no desemprego e pobreza com uma inflação galopante. A Crise Económica
Mundial de 1929 vem acelerar esta situação de penúria e de miséria na Alemanha.
É neste contexto, que surge Adolfo Hitler e o seu partido Nazi que ascendem ao poder
em finais de 1932 ganhando as eleições adoptando medidas de intolerância e arrogância,
acusando os judeus dos problemas (seis milhões de desempregados, que entretanto este líder
procura resolver a qualquer preço), pois há da parte dos alemães um desejo de vingança face
as determinações do Tratado de Versalhes e sentem-se traídos pelos partidos tradicionais
(radicais, sociais democratas, comunistas…).

Otto Frank, pai de Anne e Margot

Os pais de Anne Frank (Otto e Edith) procuram sair e começar uma nova vida, num
bairro judeu (Merwedeplein) em Amesterdão, onde inicia a sua empresa “Opekta” (fabrico de
pectina, isto é, ingredientes de geleias), pois Hitler, já chanceler, impõe uma ditadura, abolindo
a Democracia e inicia perseguições contra judeus, ciganos e opositores políticos, torturando-os
e enviando-os para Campos de Concentração. Os intelectuais (escritores, artistas, cineastas, …)
são silenciados. Muitos destes fogem para o estrangeiro. Hitler promulga as chamadas leis
anti-semitas, que se vão tornando cada vez mais intolerantes e violentas, que levam –
posteriormente – ao isolamento da população judaica em guetos (bairros isolados e fechados).
Em 1935 as leis raciais só tomam como cidadãos de pleno direito alemães de sangue, de
origem ariana, uma raça superior, enquanto os judeus são menosprezados e considerados
perigosos. Em 9 de Novembro de 1938 a perseguição contra eles é acentuada (Noite de

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Cristal), sinagogas são encerradas, dezenas de milhar de judeus são presos e levados para
Campos de Concentração e muitos outros são assassinados.
Em 1 de Setembro de 1939 inicia-se a 2.ª Guerra Mundial, quando as forças alemãs
invadem a Polónia. Em Maio de 1940 a Alemanha Nazi vira-se para o ocidente europeu,
ocupando a Holanda, Bélgica e França. Inicia-se o registo e identificação de judeus existentes
na Holanda, sendo estes obrigados a usar a “Estrela de David” na roupa e a entregar os seus
bens culturais e materiais.
Anne Frank inicia o seu Diário “O Anexo” (título original), pois recebe um diário pelo
seu 13.º aniversário (1942), que o dirige a uma amiga imaginária – Kitty. Três semanas depois
(5 de Julho) a sua vida e a dos parentes muda radicalmente quando recebem uma
convocatória das célebres e violentas SS, facto que os deixa intimidados e receosos, pois têm
conhecimento de sistemáticas caças a judeus e a existências de câmaras de gás.
É neste contexto que há uma forte ameaça à liberdade da família Frank e outras duas
famílias (Van Pels e Fritz Pfeffer) que se refugiam num esconderijo da sua própria casa em
Amesterdão, onde estão mais de dois anos isolados, mergulhados no tédio, medo e tristeza.

Acesso ao anexo da casa, através de uma porta falsa oculta por uma estante

Em 1 de Agosto de 1944, Anne Frank escreve pela última vez no seu diário. Três dias
depois, traídos por alguém que contactou a Gestapo e as SS alemãs, são descobertos e levados
para uma prisão, em Amesterdão. Alguns amigos voltam horas depois ao esconderijo e vêem
que tudo está revolvido e pegam nas folhas do Diário de Anne Frank e colocam-nas numa
escrivaninha.
Fechados em vagões, fazem uma viagem de três dias e chegam a Auschwitz (campo de
extermínio para dizimar seres humanos), após serem obrigados a abandonar as suas bagagens.
Aí, homens e mulheres são separados. Idosos, doentes e menores são gaseados à chegada. De
imediato as duas irmãs (Anne e Margot) são transferidas para Bergen Belsen, onde morrem
vítimas de tifo e de fome, em Março de 1945, antes do final da guerra e a vitória dos aliados,
que julgam os criminosos nazis no Tribunal de Nuremberga.
O único sobrevivente do esconderijo é o pai de Anne Frank que volta a Amesterdão e
toma a iniciativa de publicar o Diário da sua menina Anne, com o título de “O Anexo”, edição
que se esgota de imediato. O sucesso da obra reflecte-se na sua posterior publicação em mais
de 60 línguas. Em 1960 Otto Frank procura que se crie uma Fundação Anne Frank para
encontros de jovens de todo o mundo.
Em 1948 é aprovada pela Assembleia Geral da ONU a Declaração dos Direitos
Humanos, que ainda hoje continuam a ser violados em várias partes do planeta e que urge dar
solução.
Joaquim José Veiga

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