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Metodologia da

Pesquisa
Técnicas de fichamento

Prof. Dr. Marcos Dantas

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Fichamento
No alto da página do caderno, ou no alto ficha,
as páginas
Numerar

identificar o texto que está sendo fixado (conforme as


regras de referências bibliográficas)
Regras gerais
• O fichamento é uma atividade essencial ao estudo. Ajuda
(muito) a fixar e ordenar as idéias. É uma atividade pessoal e
Não há
há solitária. É um trabalho!
regras
• O fichamento é um diálogo entre você (pesquisador) e o autor do
gerais!
texto que está sendo estudado. Nas fichas, você revela o que está
realmente entendendo da leitura e, também, o que não está
entendendo. Por isso, não pode haver uma regra rígida de fichamento.
As fichas
No fichamento, você organiza as suas idéias e só você sabe como
seguintes
organizá-las melhor.
servem de
exemplo, • Fichar não é copiar pedaços do texto que você está lendo. Você
mas não pode e deve resumir o texto, na medida em que o vai estudando. Você
servem de decide, em função dos seus objetivos, onde seccionar o texto para
modelo. resumí-lo e, principalmente, que aspectos lhe interessam. Você deve
Cada um(a), descartar o que não interessa ao seu estudo, se for o caso.
faç
faça o seu!
• No fichamento, você pode introduzir as suas perguntas, anotar os
seus próprios comentários, relacionar as idéias do autor com as
outros autores que você já tenha lido (tudo isso ajuda, e muito,
quando você escrever o seu texto final).

1
Fichamento

Comentários Yvette LUCAS (1974). Codes et machines – essais de


sémiologie industrielle, Press Universitaire de France, 1
por páginas Paris, FR, 184 pags.
O livro
Pag 13/25 – A autora expõe as principais teorias semióticas, com
merece
ênfase em Saussure, Peirce e Morris. Pontos a destacar:
várias fichas,
organizadas - entre Peirce e Morris, entre Saussure e Buyssens, a ciência não teria
pela ordem se desenvolvido. Ela parece ignorar inteiramente Hjelmslev, mas é
de suas fato que há um hiato interessante aí.
páginas (isto
- distinção entre semiologia de comunicação e semiologia da
é, ordem de
significação. Lucas segue Prieto e adota esta linha. A semiologia da
leitura).
significação (sua fonte é Barthes) é estruturalista. Ver também pag.
Observar o 31.
diá
diálogo do
pesquisador É sempre interessante observar esta dificuldade. Eco que não se diz
com a autora estruturalista, desenvolve, no entanto, uma semiologia da
significação e rejeita a outra.

Fichamento

Comentários Yvette LUCAS (1974). Codes et machines – essais de


sémiologie industrielle, Press Universitaire de France, 2
por páginas Paris, FR, 184 pags.
Cada ficha Pag 31 segs – Acompanhando Prieto, Mounin, Buyssens e outros,
resume um Lucas defende excluir os índices da comunicação (“a doença não
“pedaç
pedaço” do comunica ao médico”). Eco resolve isto brilhantemente
livro,
demonstrando que também índices e sintomas somente o são
formando quando codificados socialmente. Assim se anula esse “limiar”. Mas é
uma interessante observar que todos os autores parecem preocupados
seqü
seqüência. com o “limiar semiótico”. Eco os alarga, em certa direção, mas os
As pá
páginas estreita em outras.
que
compõem o
“pedaç
pedaço”
resumido
devem ser Observar que o pesquisador propõe um
claramente diá
diálogo com um terceiro autor
identificadas. (presumivelmente já
já estudado antes)

2
Fichamento

Comentários Yvette LUCAS (1974). Codes et machines – essais de


sémiologie industrielle, Press Universitaire de France, 3
por páginas Paris, FR, 184 pags.
As propostas
e idé Pag 32 – Proposta de Lucas: evitar assimilar os signos laborais aos
idéias-
ias-
chaves do sistemas linguísticos.
autor devem Pag. 35-38 – com base em Mounin, Lucas distingue seis aspectos que
ser bem distinguem a linguagem dos signos verbais. Vários desses aspectos
assinaladas (ex: a “linguagem” artística) foram resolvidos por Eco e outros. Um
aspecto é importante: a linguagem verbal é linear-seqüencial. Outros
códigos são espaciais (pag. 37).

Observar que o destaque dado ao que


parecem ser idé
idéias-
ias-chaves da autora
(sublinhado em vermelho)

Fichamento

Comentários Christophe DEJOURS (1997 [1995]). O fator humano,


por conceitos Editora da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1
ou temas RJ, trad., 101 pags.

Outro maneira Existem 2 orientações em pesquisas sobre “fator humano”.


de fichar (que 1 a) controlar falhas
exige
experiência e b) gerenciar recursos humanos.
conhecimento) CONTROLAR FALHAS GERENCIAR RECURSOS
é segmentar o objetivo: segurança qualidade
texto pelos previsibilidade: tudo é previsível há sempre “ruídos”
seus temas. A orientação: disciplina (valores cultura (valores)
cada tema, ausentes)
deve
corresponder Cabe observar que o argumento de Lênin para admitir o
um nú
número taylorismo não era muito diferente, na prática, daquela
itemizador,
itemizador, do próprio Taylor. O método “prescritivo”, na prática,
formando uma trata de disciplinar uma força de trabalho, subtraindo ou
seqü
seqüência expropriando-lhe uma cultura.

3
Fichamento

Comentários Christophe DEJOURS (1997 [1995]). O fator humano,


por conceitos Editora da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2
ou temas RJ, trad., 101 pags.

Quando a A análise científica do “erro humano” leva à busca de


ficha é 2 solução na “prótese cognitiva” (pag. 19). Aquí radicam
organizada as próprias “ciências cognitivas” [vou ter que ler Dupuy].
por temas,
não se deve
esquecer Dois modelos de homem: modular e holístico (pags 21
segs.). É a volta da totalidade hegeliana e à dialética. O
(nunca) de 3 modelo holístico introduz a comunicação.
assinalar as
páginas nas a) Técnica e tecnologia: no modelo modular não se distingue
quais esses técnica de tecnologia. O conceito remete à máquina. No
temas modelo holístico, técnica refere-se ao savoir-faire, ao
começ
começam a manejo dos instrumentos, o que implica no uso do corpo
ser tratados. no trabalho, o corpo como “efetuador” da comunicação.
Então, tecnologia tratará da história das habilidades
humanas.

Fichamento

Comentários Christophe DEJOURS (1997 [1995]). O fator humano,


por conceitos Editora da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, Nº
ou temas RJ, trad., 101 pags.

Faç
Faça seus Grande solução de Dejours!
pró
pr óprios 15 A ação remete ao campo filosófico e lingüístico e, aquí,
comentá
comentários e Dejours vai reivindicar estatuto científico à semiologia
lembretes. Na (pag. 84). Citando Ricoeur, ele vai sustentar que a
ficha anterior: lingüística explica tanto ou mais que a matemática, daí
“Vou ter que que o conhecimento, sobretudo o conhecimento do
ler Dupuy”
Dupuy”. homem como fator de produção (“fator humano”), possa
Nesta: basear-se na lingüística e na semiologia, sem renunciar à
“Grande racionalidade e à lógica mas, ao contrário, expulsando o
soluç
solução!”
ão!”. Se “subjetivismo e o psicologismo para fora do campo
for o caso: hermenêutico” (pag. 85). Para chegar a esta proposta,
“Não entendi, Dejours dá uma longa volta, de natureza epistemológica.
retornar a
esse ponto
mais tarde!”
tarde!”

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