Governo maltrata proressores Políticas
educacionaismantêm ataquesa professores
A constante tentativa de jogar sobre as
costas dos professores a responsabilida-
de pela atual situação do ensino não é
obra do acaso. Faz parte de uma política
deliberada e articulada entre os governos
municipais, estaduais e federal que, ano
após ano, apresentam propostas com o
objetivo de desviar as verbas da educa-
ção para o setor privado.
De um lado estão os empresários, que-
rendo obter lucro fácil com a venda de
diplomas, sempre com o apoio do PSDB,
DEM, PTB, PDT, PCdoB e PT. Do outro
estão os professores, uma das últimas
barreiras em defesa da escola pública e
do ensino de qualidade.
Imagine se as escolas estaduais ofe-
recessem boas condições de trabalho,
bons salários aos professores e uma boa
estrutura. Por que a população, mesmo a
classe média, pagaria para educar seus
filhos? O mesmo exemplo pode ser ob-
servado nas universidades. Se o Estado
oferecesse o número de vagas suficientes
nas universidades federais e estaduais, a
procura pelas conhecidas "Uniesquinas"
desapareceria e, em consequência, o lu-
cro dos empresários.
A atuação dos políticos e empresários
na destruição da escola pública acontece
em quatro frentes:
1. Planos de carreira por mérito
(plano de metas compromisso' e
controle dos professores
Assinado pelo presidente Lula e pelo
ministro da Educação, Fernando Haddad,
do ensinopúblico
em abril de 2007, o Decreto nO 6.094
(PDE) assume o compromisso da União
no apoio às iniciativas para a implemen-
tação de planos de carreiras que privile-
giem o mérito e a avaliação de desem-
penho, e a validade dessas avaliações
para remunerar, nomear e exonerar dos
cargos os professores.
As diretrizes presentes no PDE, apoia-
das pela direção majoritária da APEO-
ESP, serviram de argumento ao governa-
dor José Serra para avançar no controle
e opressão da categoria. Em 2008, a Lei
1.041 restringiu o atestado médico. De-
pois, os PLCs 19 e 20 instituíram a prova
aos OFAs. O bônus baseado nos índices
de desenvolvimento (Saresp) provocou
uma divisão na categoria, e agora o PLC
29. Além disso, aumentou o controle da
supervisão sobre os professores, que foi
potencializado com o fim da eleição dos
coordenadores do Conselho de Escola, o
que aumenta o assédio moral.
2. Organização do currículo,'
privatização e terceirização (Ensino
Médio Inovador,.
Em junho de 2009, o Conselho Nacional
de Educação (CNE) aprovou por unanimi-
dade a proposta do Ministério da Educação
de apoiar "novas" experiências curricula-
res no ensino médio. A partir de 2010, 100
escolas serão financiadas pelo ministério
para implementar tais mudanças.
A reforma do ensino médio de Lula/Ha-
ddad, chamada de Ensino Médio Inovador,
tem o mesmo conteúdo das propostas de
Paulo Renato (ministro da Educação de
FHC) e Rose Neubauer (secretária de Má-
rio Covas), barradas pela greve de 2000. Ao
passo em que desconsidera a lei do piso
com a redução de 1/3 da jornada, a refor-
ma acaba com as disciplinas, substituindo-
as por áreas de conhecimento, nas quais o
professor seria polivalente. Isso já acarreta-
rá a demissão de milhares de docentes.
Além disso, o ensino médio sofrerá a
redução de 20% da carga horária total
(considerando os três anos letivos), pois
esse percentual será de matérias optati-
vas aos alunos e ministradas por ONGs,
fundações e instituições privadas.
A reforma também exige dos professo-
res dedicação exclusiva à escola, mas,
com o atual piso (R$ 950 por 40 horas),
fará o professor passar fome. Mesmo se
for pago 30% por dedicação exclusiva, o
salário será de R$ 1.235.
Por fim, ela instituirá o ensino a distân-
cia a partir do Fórum Virtual, uma vez
que professores e alunos terão acesso
a notebooks e, segundo a reforma, esse
espaço na internet dará condição ao
aprendizado.
A APEOESP (direção majoritária), a
CNTE, a CTB e a CUT estão defenden-
do os "pontos positivos" do Ensino Médio
Inovador. A presidenta da APEOESP, Be-
bel, que participa do CNE, votou a favor
dessa reforma!
3. Avaliação externa (Enem, ENCC,
EJA, SAEB, Saresp, etc.,
No comunicado do CENP distribuído em
junho de 2009, há orientações claras no
sentido de induzir os jovens e adultos a
não frequentarem o ensino presencial e
preferirem os exames que permitem obter
o certificado do ensino médio: "O Exame
Nacional do Ensino Médio - Enem/2009
- visa assegurar aos jovens e adultos com
18 anos completos: 1. obter o certificado
de conclusão do ensino médio, nos termos
do artigo 38, parágrafos 1 e f da LDB...".
O governo vai proceder como fizeram
Serra e Paulo Renato em relação ao EJA:
esvaziar o ensino noturno porque é o pe-
ríodo de maior gasto, pois os professores
recebem o adicional noturno.
4. Municipalização
Na resolução SE 62 de 2009, Serra e
Paulo Renato transferem cerca de 70 es-
colas estaduais de ensino fundamental
de vários municípios para a administra-
ção municipal. Esse descalabro foi inicia-
do com a vergonhosa política de fundos
(FUNDEF) implementada pelo governo
FHC. Sua continuidade sob o governo
Lula (FUNDEB) mantém o incentivo à mu-
nicipalização. As cidades que estão assi-
nando os convênios tle municipalização
inêluem tanto prefeituras do PT (Diadema,
Jacareí e Osasco) como do PSDB (San-
ta Isabel). A luta contra a municipalização
deve ser também contra a política de fi-
nanciar a educação através de fundos.
Abaixo o FUNDEB! Exigimos 10%
do PIB já para a educação,
rumo aos 15%.

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Novo plano de
Nova Politica Educadonal é seletivae retiradireitosda categoria: mais uma medida contra os pro~res
Nos últimos meses, o governador José
Serra (PSDB) apresentou um Projeto de
Lei Complementar (PLC 29) que, caso
aprovado, irá instituir um "sistema de pro-
moção para os integrantes do quadro do
magistério da Secretariada Educação".
Não é de hoje que o projeto vem sendo
construido, da mesma forma que não é
recente a tentativa do governo tucano de
jogar nas costas da categoria dos profes-
sores a responsabilidade pela situação
caótica na qual se encontra a educação
pública estadual.
A Subsede Sul é radicalmente contra
qualquer tipo de avaliação de desempe-
nho, pois isso joga sobre as costas dos
professores a falência da escola pública.
Na realidade, um decreto assinado pelo
governo Lula (nO 6.094, PDE) assume
o compromisso da União em iniciativas
para a implementação de plano de car-
reira que privilegie o mérito e a avaliação
de desempenho. Na prática, pode fazer
com que milhares de professores sejam
demitidos do serviço público.
As diretrizes presentes no PDE, apoia-
das pela direção majoritária da APEOESP,
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serviram de argumento ao governador de R$ 3.031,06. Para uma categoria que
para avançar no controle e opressão da há anos sofre com o arrocho salarial, a
categoria. Em 2008, a Lei 1.041 restringiu perspectiva de receber aumentos perió-
o atestado médico. Depois, os PLCs 19 e dicos é bastante atrativa.
20 instituíram a prova aos OFAs. O bônus Porém, o PLC não é tão legal quanto
baseado nos índices de desenvolvimento pode parecer. Segundo o Dieese, um pro-
(Saresp) provocou uma divisão na cate- fessor levaria no mínimo 13 anos (desde
goria, e agora veio o PLC 29. Além disso, que cumpridos todos os critérios) para
aumentou o controle da supervisão sobre chegar ao nível 5. Além disso, de acordo
os professores, potencializado com o fim com o artigo 4° do PLC, "poderão ser be-
da eleição dos coordenadores do Conse- neficiados com a promoção até 20%" da
lho de Escola, o que aumenta o assédio categoria. Ou seja, em uma escola com
moral. dez professores, até dois, somente, po-
Esse "novo" projeto contém, além disso, . derão ser promovidos. Vale lembrar, so-
elementos aos quais a categoria precisa mado a isso, que o cumprimento desse
ficar bastante atenta. Caso contrário, cor- percentual depende da disponibilidade
re o risco de sofrer um duro ataque na es- orçamentária declarada pelo governo a
perança de aumentar seus vencimentos. cada ano. Isso pode significar nenhuma
Por meio do PLC, o governo tenta "pe- promoção se o governo não disponibilizar
gar" os professores pelo bolso, dizendo recursos para elas.
que os salários podem aumentar 25% em Para poder participar do processo de
cada promoção de faixa. Por exemplo, promoção, o professor precisa ficar 80%
uma professora que faz 40 horas sema- do tempo fixado numa mesma escola e
nais e esteja na faixa 2, nivel 1, receberá somar 80% do máximo de pontos pos-
R$1.894,41 ao mês. Caso seja promovida sível da tabela de frequência, de acordo
à faixa 3, passará a receber R$2.273, 30. com a assiduidade ao trabalho. Da mes-
Quando estiver na faixa 5, terá um salário ma forma que se exige da categoria um
SINDICATO DOS
-( I~ \ 1 PROFESSORES DO ENSINO OFICIAL
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DO ESTADO DE SÃo PAULO
Filiado à m. e (1..I~j
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alto índice de frequêrtcia, desrespeita-se
direitos garantidos na legislação como
faltas médicas, licença-prêmio e outras.
O PLC também penaliza o professor que
tenha utilizado alguma falta abonada.
Isso significa que, para atingir a faixa 5,
um professor precisará trabalhar de for-
ma ininterrupta por 13 anos, no minimo.
Complementando o ataque, para a pro-
moção, as notas exigidas são crescentes:
6 do primeiro para o segundo nível, 7 do
segundo para o terceiro, 8 do terceiro
para quarto, e 9 do quarto para o quinto.
Para a Subsede Sul, esse PLC repre-
senta um grande ataque à categoria,
pois poderá dividi-Ia. Como se isso não
bastasse, ao mesmo tempo em que tenta
desviar os olhos da sociedade da nossa
dramática situação salarial, o governador
Serra tenta jogar nas costas dos profes-
sores a responsabilidade pelas mazelas
do ensino. Como as salas de aula super-
lotadas, a insegurança dentro das esco-
las e a total falta de estrutura.
Por isso, é preciso desde já começar
nossa conscientização e mobilização.