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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
MESTRADO EM SOCIOLOGIA RURAL E GESTAO DE DESENVOLVIMENTO
MO6: Sociologia de Desenvolvimento

Assimetria entre Ricos (Norte) e Pobres (Sul) na Era da Globalização

Domingos Elias Bihale

Maputo, Agosto de 2009

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Assimetria entre ricos (Norte) e pobres (sul) na era da globalização Domingos Bihale

Índice

1. Introdução ......................................................................................................................... 3

2. Globalização: breve discussão conceptual ......................................................................... 5

3. Assimetria entre ricos (Norte) e pobres (sul) na era da globalização (1970 –à actualidade) 7

Hipótese 1. A assimetria entre ricos (norte) e pobres (sul) aprofundou-se na era


globalização. ........................................................................................................................ 7

4. A fonte das desigualdades: Um debate teórico ................................................................. 10

Hipótese 2. O aprofundamento da assimetria entre ricos e pobres é resultante da


(re)distribuição desigual dos recursos. ............................................................................... 10

5. Como reduzir a assimetria entre ricos e pobres na era da globalização? ........................... 12

Hipótese 3: A redução da assimetria entre ricos e pobres na era da globalização requer a


(re) – distribuição equitativa dos recursos. ......................................................................... 12

Considerações finais............................................................................................................... 15

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 16

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Assimetria entre ricos (Norte) e pobres (sul) na era da globalização Domingos Bihale

1. Introdução

Actualmente a sociedade global confronta-se com a tarefa de conciliar a mudança tec-


nológica e a integração económica com as estruturas económicas tradicionais, consciência
nacional, necessidades sociais, acordos institucionais e mesmo a maneira de fazer coisas. As
redes de interdependência económica crescem a nível global à medida que os custos de comu-
nicação e transporte diminuem, tornando o tempo e o espaço mais ténues do que eram há seten-
ta anos atrás. A importância dos mercados cresceu e a atitude em relação ao papel do Estado
mudou significativamente a favor dos mercados. Por exemplo, mais de metade de bens indus-
triais são produzidos por corporações transnacionais, cujas decisões do que, a quem, como,
quanto e onde produzir têm fortes implicações nas economias e políticas domésticas (kennedy,
1993:330; Nye, Jr., 2004:191).

Por outro, as tradições, os hábitos, os usos e costumes vão mudando dia após dia à
medida que o processo ou fenómeno avança. É empiricamente difícil imaginar-se num mundo
de hoje sem telefone celular nos centros urbanos. As telenovelas substituem contos tradicionais
e influenciam sobremaneira a educação das crianças, no caso do mundo em desenvolvimento.
De acordo com Kassotche (1999:35) a Internet (maior símbolo da globalização), tornou-se
biblioteca, loja, correio, jornal, revista, banco, televisão, rádio, telefone. A cultura vai se tor-
nando global com semelhanças no estilo de vida dos centros urbanos; a sociedade global pare-
ce estar a desenvolver os mesmos gostos, hábitos de consumo e partilha cada vez mais os
mesmos riscos: HIV/SIDA, poluição, aquecimento global, diminuição da camada de ozono,
entre outros riscos. Em fim, a globalização no campo cultural se confunde o estilo de vida ame-
ricano (The American Style of Life): comida, roupa, música hip – hop, filmes e outros bens de
consumo made in USA.

Porém, o avanço das tecnologias de informação e comunicação, a redução dos custos de


transporte, as mudanças nos padrões de consumo, hábitos usos e costumes entre outros aspec-
tos concomitantes à globalização não implicam uma universalização nem homogeneização da
sociedade global. Existem evidências de que a globalização está a polarizar geograficamente o
mundo inteiro entre os que têm e os que não têm.

Muitos autores são unânimes em afirmar que a globalização é acompanhada pelo cres-
cente fosso, em diversos aspectos, entre ricos e pobres (Knnedy, 1993; UNDP, 1997; Agnew,

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2001; Scott & Storper, 2003; Nye, Jr., 2004:192; entre outros). De acordo com Guimarães
(2008) os 10 % mais ricos do planeta aumentaram sua participação na renda total em 51,6% a
53,4 %, aumentando a brecha entre estes e os extractos mais pobres; a renda per capita em
todas as regiões em desenvolvimento, com excepção do Sudeste da Ásia, tem diminuído em
relação aos países de alta renda da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Eco-
nómico (OCDE). Os níveis de renda per capita na África Subsahariana diminuíram de 3,3%
para 1,9%, no Oriente Médio e no norte da África de 9,7% para 6,7%, e na América Latina e
no Caribe de 18% para 12,8%. A diminuição observada nessas taxas foi o resultado não apenas
de um descenso em termos absolutos como, também, de que a renda per capita das regiões
mais ricas cresceu mais rapidamente que a dos mais pobres, aumentando assim a brecha de
desigualdade entre países.

Assim levanta-se a seguinte questão: por que razão a globalização produz assimetrias
no mundo, se esse processo permite a aproximação da sociedade em diversos aspectos da vida,
a nível global? Revela-se importante compreender a assimetria entre o norte e o sul e identifi-
car as suas causas, para se encontrar o caminho de sua redução ou eliminação.

O presente ensaio tem como objectivo geral compreender a assimetria entre ricos (nor-
te) e pobres (sul) na era da globalização. Especificamente procura-se identificar a (s) causa (s)
da assimetria e encontrar as possíveis soluções, partindo dos seguintes pressupostos:
 A assimetria entre ricos (norte) e pobres (sul) aprofundou-se na era globalização;
 O aprofundamento da assimetria entre ricos e pobres é resultante da (re)distribuição
desigual dos recursos;
 A redução da assimetria entre ricos e pobres na era da globalização requer a (re) -
distribuição equitativa dos recursos.
O ensaio foi elaborado com base em livros e artigos científicos que abordam a questão
da globalização e as transformações a ela atinentes. Primeiro, faz-se uma breve discussão do
conceito de globalização. Segundo, aborda-se a questão da assimetria entre ricos (Norte) e
pobres (sul) na era da globalização, onde se argumenta que a assimetria entre ricos (norte) e
pobres (sul) aprofundou-se na era globalização. Terceiro, levanta-se um debate teórico em tor-
no da fonte das desigualdades entre os países ricos e pobres, defendendo-se que o aprofunda-
mento da assimetria entre ricos e pobres é resultante da (re) distribuição desigual dos recursos
e; quarto e último, faz-se uma discussão final, tendo como argumento central, o seguinte: a
redução da assimetria entre ricos e pobres na era da globalização requer a (re) -distribuição
equitativa dos recursos.
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2. Globalização: breve discussão conceptual

Desde a sua “emergência [tanto que um vocábulo] nos anos oitenta para designar o
reforço das interdependências” (Guillochon & Guedes, 1998: 3), o termo globalização tem sido
objecto de debate em quase todas áreas do saber. Não obstante e apesar de estar a ser bastante
debatido, a globalização continua um enigma, permanecendo rígido entre duas pontas de carac-
terização. Uns caracterizam-na como processo, olhando para as transformações que ocorrem no
dia a dia no planeta; outros, mostrando a sua impressão com tais transformações preferem
caracterizá-la como fenómeno.

Na verdade as transformações em todos os domínios da sociedade são visíveis. E quan-


do se olha para o conceito, a globalização é transversal, o que realmente impressiona. Nas
ciências sociais e políticas este processo ou fenómeno é mais interessante, uma vez que é nesta
área do saber onde se levanta grandes discussões sobre qual deve ser a definição cabalmente
aceite. Com efeito, vários cientistas sociais e políticos, incluindo filósofos, têm-se preocupado
com a busca de conceito mais cabal e mais uniforme da globalização. Porém não parece uma
tarefa canja.

Hirst e Thompson (2001:22-23) consideram globalização “ o desenvolvimento de uma


nova estrutura económica voltada para um comércio e investimento internacionais dentro de
um conjunto existente de relações económicas”. Estes autores acrescentam que o processo
como este (globalização) implica a continuidade da relativa separação das infra-estruturas
internas e internacionais para a formulação de políticas de administração dos assuntos econó-
micos.

Defarges (1993:14) prefere adoptar a designação francesa de mondialisation para


designar a globalização. Aliás ele próprio é um francês. De acordo com este autor, “a mundiali-
zação surge como resultado de impulsos intermitentes, desencadeado pela convergência de
fenómenos, de forças técnicas, económicas, políticas ou religiosas...” Note-se que contraria-
mente aos dois autores anteriores que definem a globalização numa perspectiva económica,
Defarges define-a numa perspectiva histórica.

Na mesma perspectiva se baseiam Boff e Arruda (2002:25 - 29). Para Boff e Arruda a
globalização pode definir-se como um processo histórico de integração e interdependência
social, económica, política e religiosa.

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David Held and Anthony McGrew, et al (1999:101-103), defendem que por globaliza-
ção refere-se à multiplicidade de ligações e interconexões entre os Estados e as sociedades que
caracterizam o presente sistema mundial. Estes autores descrevem o processo pelo qual os
acontecimentos, as decisões e actividades levadas a cabo numa parte do mundo acarretam con-
sequências significativas para os indivíduos e comunidades em zonas distintas do globo. Para
estes autores, a globalização compreende dois fenómenos distintos: alcance (extensão) e inten-
sidade (profundidade). Por um lado, definem um conjunto de processos que abrangem a maio-
ria do globo e que actuam mundialmente; o conceito tem, por isso, uma conotação espacial.
Por outro lado, está também implícita uma intensificação dos níveis de interacção, interconju-
gação ou interdependência entre os Estados e sociedades que constituem a comunidade mun-
dial.

E para Santos a globalização é

Um processo ou fenómeno complexo que atravessa diversas áreas da vida social., tais
como sistemas produtivos e financeiros, revolução tecnológica, revolução de práticas de
informação e de comunicação, erosão do Estado-Nação e da redescoberta da sociedade civil.
Ainda pode-se apontar o aumento exponencial das desigualdades sociais, as grandes movimen-
tações transfronteiriças de pessoas como emigrantes, turistas ou refugiados, o protagonismo
das empresas e das instituições financeiras multilaterais e as práticas culturais e identitárias e
as novas formas de busca do saber ou do conhecimento (2002:11).

De referir que várias são as definições do termo globalização e dificilmente se esgota-


riam nestas páginas. Porém, olhando para as definições acima indicadas e para efeitos mera-
mente metodológicos podemos dizer que a globalização é, de modo geral, a rápida integração
dos países e das economias nacionais em um único sistema. Essa integração é acelerada pela
eficiência das tecnologias modernas de comunicação e engloba aspectos como locais de produ-
ção, comércio, fluxos de capital, fluxos de informações, legislações internacionais e tratados,
Organizações Não-Governamentais internacionais, ideias convergentes sobre comportamentos
governamentais aceitáveis, etc. É um processo ou fenómeno histórico caracterizado por uma
intensificação das inter – conexões económicas, políticas, sociais, culturais, científicas, tecno-
lógicas e militares, que trazem consigo o aumento exponencial das desigualdades sociais, as
grandes movimentações transfronteiriças de pessoas como emigrantes, turistas ou refugiados, o
protagonismo das empresas e das instituições financeiras multilaterais e as práticas culturais e
identitárias e as novas formas de busca do saber ou do conhecimento.

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3. Assimetria entre ricos (Norte) e pobres (sul) na era da globalização (1970 –à


actualidade)

Se, por um lado, vivemos hoje num mundo mais pequeno, onde é mais fácil e rápido
viajar, comunicar e aceder ao conhecimento, por outro lado, não temos todos o mesmo acesso a
essas benesses e incorremos numa dualidade crescente e perigosa entre Norte/Sul, Cen-
tro/Periferia, Incluídos/Excluídos, numa lógica de dominação económica, social, política e cul-
tural por parte dos mais fortes e mais desenvolvidos. O desenvolvimento mais assimétrico
entre países é uma das características mais visíveis da globalização. “A riqueza, o rendimento,
os recursos e o consumo concentram-se nas sociedades desenvolvidas, enquanto grande parte
do mundo em vias de desenvolvimento debate-se com a pobreza, a fome, as doenças e a dívida
externa” (Giddens, 2004).

Hipótese 1. A assimetria entre ricos (norte) e pobres (sul) aprofundou-se na era globa-
lização.

As disparidades entre países ricos e pobres aumentaram significativamente durante a


era da globalização, embora esta seja marcada por progressos significativos na tecnologia,
comércio e investimento – e por um impressionante aumento da prosperidade, se comparada
com os períodos anteriores. O mundo dividiu entre duas partes: um mundo cada vez mais rico
com as desigualdades no crescimento da renda entre países cada vez decrescentes e outro cada
vez mais pobre com divergências na renda cada vez mais crescentes entre país. Como conse-
quência, cerca de 50% de PIB global é produzido por apenas 15% da população mundial, a
maioria dela concentrada nos países da Tríade (Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão) e os
restantes 85% da população produzem apenas 14% do PIB global. Nota-se com rigor nunca
antes visto que, o poder económico global é dominado por empresas multinacionais sedeadas
no Norte: das 100 maiores economias do mundo, 47 são empresas multinacionais; 70% do
comércio mundial é controlado por 500 empresas multinacionais; 1% das empresas multina-
cionais detém 50% do investimento directo estrangeiro (Santos, 2002:31; Scott e Storper,
2003).

Se em 1960 os vinte países mais ricos do mundo tinha trinta vezes mais de renda do que
os vinte países mais pobres, por volta de 1995 o fosso tinha aumentado setenta e quatro vezes.
O coeficiente de Gini entre o quinto mais rico e o quinto mais pobre era de 30 para 1 em 1960,
60 para 1 em 1990, de 70 para 1 em 1997. As 200 pessoas mais ricas do planeta aumentaram
para o dobro a sua riqueza entre 1994 e 1998. Os valores dos três mais ricos bilionários do
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mundo excedem a soma do PIB de todos países menos desenvolvidos onde vivem 600 milhões
de pessoas. O fosso entre ricos e pobres continuará a aumentar durante a primeira metade do
século XXI, conduzindo à uma instabilidade social tanto no centro como na periferia (Ken-
nedy, 1993; Agnew, 2001; Santos, 2002; Murshed, 2003; PNUD, 2005).

De acordo com Santos (2002:34/5), é hoje evidente que a iniquidade da distribuição da


riqueza mundial se agravou nas últimas décadas: 54 dos 84 países menos desenvolvidos viram
o seu PNB per capita decrescer nos anos 80; em 14 deles a diminuição rondou os 35%; cerca
de 1 bilião e meio de pessoas (1/4 da população mundial vivem na pobreza absoluta. O conjun-
to dos países pobres, onde vive cerca de 85,2% da população mundial, detém apenas 21,5% do
rendimento mundial, enquanto o conjunto dos países ricos, com 14,8% da população mundial,
detém 78,5% do rendimento mundial. Uma família africana consome hoje 20% menos do que
consumia há 25 anos. Em 1997, os 20% da população dos países ricos concentrava 86% do
PIB mundial, enquanto os 20% dos países pobres detinha apenas 1%.

Como se pode depreender, as desigualdades entre ricos e pobres são indubitavelmente


extraordinárias. De acordo com PNUD (2000) apud Pimenta (2007), em 2000, 20% da popula-
ção mundial possuía 74% do rendimento mundial, enquanto 80% tinha apenas os restantes
26%, e dentro destes os 20% mais pobres possuíam apenas 2% do rendimento mundial.

De acordo Guimarães (2008) os 10 % mais ricos do planeta aumentaram sua participa-


ção na renda total em 51,6% a 53,4 %, aumentando a brecha entre estes e os extractos mais
pobres; a renda per capita em todas as regiões em desenvolvimento, com excepção do Sudeste
da Ásia, tem diminuído em relação aos países de alta renda da Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Económico (OCDE). Os níveis de renda per capita na África Subsaharia-
na diminuíram de 3,3% para 1,9%, no Oriente Médio e no norte da África de 9,7% para 6,7%,
e na América Latina e no Caribe de 18% para 12,8%. A diminuição observada nessas taxas foi
o resultado não apenas de um descenso em termos absolutos como, também, de que a renda per
capita das regiões mais ricas cresceu mais rapidamente que a dos mais pobres, aumentando
assim a brecha de desigualdade entre países.

As disparidades se estendem a outros indicadores como o emprego, a saúde e à educa-


ção. Estima-se que entre 1993 e 2003 o número de desempregados aumentou de 140 para 186
milhões, representando 6.2% da população economicamente activa. No final desse período o
número de trabalhadores pobres já alcançava 550 milhões. Enquanto que nos países desenvol-
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vidos a taxa de desemprego diminuiu, de 8% em 1983 a 6.8% em 2003, o oposto aconteceu no


mundo em desenvolvimento, com o desemprego aumentando até em 60% na América Latina e
no Caribe. Isto resultou no nascimento e crescimento do emprego informal. Em termos globais,
o emprego informal representa entre a metade e três quartas partes do emprego, desde 51% no
Norte da África e na América Latina e Caribe, até 65% na Ásia e 78% nos países Subsaharia-
nos da África. Por exemplo, só o comércio informal, como os vendedores ambulantes, repre-
senta entre 30 e 50% do emprego informal urbano (Charmes, 19981, apud Guimarães 2008).

Na educação verifica-se alguma mobilidade na redução de desigualdades. Apesar de


que a educação oferece algum grau de mobilidade entre gerações para diferentes faixas de ren-
da, prevalece a tendência de transmissão da segmentação em matéria de educação entre gera-
ções. Na saúde há igualmente progressos. Porém, noventa e nove por cento das mortes mater-
nas ocorrem em países em desenvolvimento. Nos países pobres até 30% de mortes de mulheres
em idade reprodutiva (15-49 anos) são provocadas por causas relacionadas com a gravidez,
comparativamente com menos de 1% das mortes nos países desenvolvidos. No ano 2000 regis-
traram-se 400 mortes maternas para cada 100.000 nascidos vivos em países pobres, uma taxa
19 vezes mais elevada que a dos países ricos. O risco de morte de uma mãe de um país em
desenvolvimento foi de 1 em 61 em 2000, 460 vezes mais elevado que o risco de 1 em 28.000
nos países desenvolvidos (Guimarães, 2008).

Em adição, enquanto menos de 0,5% das crianças nascidas na Suécia morre antes de
completar um ano de vida, quase 15% de todas as crianças nascidas em Moçambique não
alcançam esse marco. Em El Salvador, a taxa de mortalidade infantil é de 2% entre as crianças
nascidas de mães que receberam instrução, mas sobe para 10% daquelas cujas mães não têm
nenhuma escolaridade. Em Eritreia, a cobertura de imunização abrange quase 100% das crian-
ças que pertencem aos 20% mais ricos da população e somente 50% das crianças que perten-
cem aos 20% mais pobres; (Banco Mundial 2006).

A má nutrição afecta na actualidade 852 milhões de pessoas no mundo, das quais 815
vivem em países em desenvolvimento, 28 milhões nos chamados “países em transição” (a
maior parte, países da ex-União Soviética e Europa Oriental), e 9 milhões no mundo industria-
lizado. A má nutrição é uma das principais causas de mortalidade infantil e responde por quase
a metade das 10,4 milhões de mortes infantis a cada ano nos países pobres. No extremo oposto

1
CHARMES, Jacques. Informal sector, poverty, and gender: A review of empirical evidence. Background
paper commissioned for the World Development Report, 2000/2001. Washington, D.C.: World Bank. 1998.

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do espectro alimentício, a supernutrição (o excesso de consumo calórico) transformou-se


bém em uma pandemia. Hoje em dia existem no mundo mais de um bilhão de adultos com
sobrepeso, e pelo menos 300 milhões são clinicamente obesos. Mesmo os níveis de consumo
são incrivelmente díspares entre as populações no norte e do sul do planeta2.

4. A fonte das desigualdades: Um debate teórico

Qual é a fonte de tamanhas desigualdades entre países ricos e pobres, se vivemos hoje
num mundo mais pequeno, onde é mais fácil e rápido viajar, comunicar e aceder ao conheci-
mento? Esta é questão que norteia o debate em torno das assimetrias entre países do norte e do
sul na era da globalização.

Hipótese 2. O aprofundamento da assimetria entre ricos e pobres é resultante da


(re)distribuição desigual dos recursos.

A teoria Ricardiana de vantagens comparativas defende que cada país possui diferentes
dotações em factores de produção. Por exemplo, o clima, a força de trabalho qualificada e
recursos naturais variam entre países. Por isso, alguns países estarão bem colocados na produ-
ção de certos bens que outros. Esta teoria prevê que todos os países ganham no comércio inter-
nacional se se especializarem e comercializarem bens em que possuírem vantagem comparati-
va. De acordo com esta teoria, os países em desenvolvimento se especializam em bens primá-
rios (matérias – primas) e os desenvolvidos em produtos manufacturados. À luz desta teoria, a
assimetria no desenvolvimento entre países encontra explicação no facto de os países do sul
tender especializar-se em produtos de terra/mão-de-obra intensivas, que na era da globalização
se tornam vulneráveis à deterioração e volatilização de preços. Por outro lado, as barreiras ao
comércio (Tarifas da União Europeia), capacidade negocial desigual, custos elevados de trans-
porte e a incapacidade/falta de vontade para se especializarem reduziram os potenciais ganhos
desse grupo de países no comércio global.

Rostow propõe um modelo de desenvolvimento económico linear. De acordo com este


modelo, o desenvolvimento económico passa por cinco estágios: estágio tradicional, onde agri-
cultura constitui a principal indústria e a produção é de mão-de-obra intensiva, usando uma
quantidade limitada de capital; estágio de transição, onde acontece o takeoff , resultante dos

2
Os 20% mais ricos dos países de rendas mais elevadas representam os 86% do gasto privado total de consumo,
enquanto que os 20% mais pobres consomem apenas 1.3%. Ilustram também as desigualdades no consumo o facto
que os 20% mais ricos possuam 74% de todas as linhas telefónicas e consumam 45% da carne e do pescado
disponível, 58% da energia e 87% do papel, enquanto os 20% mais pobres possuem somente 1,5% das linhas
telefónicas, consumam 5% da carne e do pescado, 4% da nergia total e menos de 1% de papel (United Nations
Development Programme, 1998, apud Guimarães, 2008).
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lucros do comércio apoiado pela emergência de infra-estruturas de transporte, a poupança e o


investimento crescem, o sector empresarial emerge, o crescimento se concentra em algumas
regiões e instituições politicas e sociais surgem para apoiar a industrialização; estágio de matu-
ridade, onde o crescimento é amplamente apoiado pela inovação tecnológica; e o estágio de
consumo elevado, onde o desenvolvimento requer um investimento substancial em equipamen-
tos de capital intensivo. Para os discípulos desta teoria, os países em desenvolvimento carecem
de condições, tais como investimentos, poupança interna e infra-estruturas de transporte, para
atingirem o takeoff e impulsionar o desenvolvimento.

Outro modelo, não muito diferente do anterior, é o de Harrod-Domar. De acordo com


este modelo, o crescimento económico depende do nível e rácio de poupança e da produtivida-
de do investimento, bem como da mão-de-obra e de capital disponíveis. Nesta perspectiva, os
países do sul têm mão-de-obra abundante, mas não conseguem competir na economia global
porque lhes falta capital físico que sustenta o investimento, crescimento económico e desen-
volvimento.

Para Lewis, expoente da teoria de modernização, o desenvolvimento de países depende


do crescimento do sector industrial. Segundo esta teoria, o crescimento económico requer uma
mudança estrutural na economia onde o excedente da mão-de-obra do sector tradicional (agri-
cultura) com produtividade marginal baixa ou igual à zero, migra para o sector moderno indus-
trial e ai aumentam o produto marginal. Desta feita, os países pobres o são porque não desen-
volveram o sector industrial, apegando-se ainda à agricultura tradicional, com excesso de mão-
de-obra sem para onde migrar.

Por último vem a teoria de dependência. A teoria de dependência usa a teoria política e
económica para explicar como o processo do comércio internacional e desenvolvimento inter-
no torna os países do sul economicamente dependentes dos países do norte. Refere-se às rela-
ções que se estabelecem entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Segundo esta teo-
ria, o subdesenvolvimento é resultado de relações desiguais de poder entre os países capitalis-
tas ricos e os países pobres. Os países desenvolvidos poderosos dominam os países pobres
dependentes através do sistema capitalista. Os países capitalistas têm vantagens tecnológicas e
industriais de que servem para “ditar as regras do jogo” (por exemplo os condicionalismos do
Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional) que salvaguardam os seus próprios inte-
resses. Para os teóricos de dependência, a eliminação das desigualdades entre os países ricos e
pobres passa pela redistribuição de activos (por exemplo, eliminação da dívida externa).

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5. Como reduzir a assimetria entre ricos e pobres na era da globalização?

“Gerir o processo da globalização para beneficiar o número máximo de pessoas e dimi-


nuir o fosso na renda entre nações (…) é um desafio para todas nações. A maneira como elas
irão responder determinará se tal fosso irá diminuir ou aumentar ao longo do tempo” (Joyce,
2008:14). O Banco Mundial (2006) reconhece que com os mercados imperfeitos, as desigual-
dades de poder e riqueza se traduzem em oportunidades desiguais, que acarretam o desperdício
de potencial produtivo e ineficiência na alocação de recursos. Em adição e de acordo com a
mesma fonte, as desigualdades económicas e políticas estão associadas à deterioração do
desenvolvimento das instituições.

Hipótese 3: A redução da assimetria entre ricos e pobres na era da globalização


requer a (re) – distribuição equitativa dos recursos.

Do acima exposto pode-se deduzir que, se os mercados de capital funcionassem perfei-


tamente, não haveria relação entre investimento e distribuição riqueza: qualquer pessoa com
oportunidade de investimento rentável poderia pedir um empréstimo para financiá-lo ou vender
uma participação patrimonial em uma empresa criada para fazer investimento. Por outro lado,
o poder desigual conduz à formação de instituições que perpetuam desigualdades de poder, sta-
tus e de riqueza – e que geralmente também não são boas para o investimento, a inovação e a
aceitação dos riscos – os fundamentos do crescimento a longo prazo. As boas instituições são
equitáveis de maneira fundamental: para prosperar, uma sociedade deve criar incentivos para
que uma vasta maioria da população invista e inove.

Segundo o PNUD (2005), uma distribuição mais equitativa do rendimento funcionaria


como um forte catalisador da redução acelerada da pobreza, pelo que quando se trata de redu-
ção da privação de rendimento, a distribuição é tão importante como o crescimento.

De acordo com o Banco Mundial (op. cit.), a redução das desigualdades globais depen-
derá principalmente das políticas internas aplicadas em países pobres com impacto sobre o
crescimento e desenvolvimento (redistribuição equitativa de riqueza, poder e status, bem como
desenvolvimento institucional), mas a acção global pode mudar as condições externas e afectar
o impacto das políticas internas. Nesses sentido, as acções domésticas e globais são comple-
mentares. Para além disso, o nivelamento da economia global e dos campos de acção políticos
requer normas mais justas para o funcionamento dos mercados globais, participação mais efec-
tiva dos países pobres nos processos de definição de normas globais e mais acções destinadas a
ajudar a criar e manter as dotações de países pobres e pessoas de baixa renda.
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A asserção do Banco Mundial é secundada pelo PNUD (2005:7), segundo o qual a aju-
da ao desenvolvimento está no coração da nova parceria para o desenvolvimento porque forne-
ce aos governos os recursos para fazer os múltiplos investimentos na saúde, educação e infra-
estruturas económicas necessários para romper os ciclos de privação e apoiar a recuperação
económica – e os recursos precisam de ser adequados à escala do hiato de financiamento.
Porém, para que tal surta efeitos desejados, os países em desenvolvimento têm a responsabili-
dade de criar um ambiente em que a ajuda possa produzir resultados óptimos e os países ricos
têm a obrigação de agir segundo os seus compromissos através de: prestação de ajuda em
quantidade suficiente para apoiar a descolagem do desenvolvimento humano; prestação de aju-
da numa base previsível, de baixos custos de transacção e valorizada e; a ajuda deve ser eficaz
que exige “apropriação nacional”. Em fim, ajuda tem que prover financiamento plurianual e
previsível através de programas governamentais, deve ter condicionalidade reduzida e eficiente
e tem que se acabar com a ajuda ligada.

Dos Santos (2001) sugere a construção de um modelo alternativo de sociedade, no qual


formas igualitárias e solidárias possam sobrepor-se aos interesses particulares do capital.
Segundo Dos Santos “ [é] preciso reconhecer que a exclusão social só poderá ser enfrentada
através de mecanismos políticos, se o objectivo prioritário for construir uma sociedade mais
justa. Governar a globalização passa, portanto, por decisões políticas que questionem o modelo
vigente e levem à construção de um projecto alternativo de estrutura social: equitativo, susten-
tável, plural e democrático”. Portanto, a promoção de um desenvolvimento inclusivo na era da
globalização requer a redução da pobreza, desemprego e subemprego; trazer os países periféri-
cos aos sistemas de conhecimento global e à cadeia de valor global; e assegurar que as comu-
nidades marginalizadas tenham acesso à habitação, saúde, educação e outros serviços sociais, e
que são capazes de exercer os seus direitos cívicos, civis e políticos, bem como expandir as
suas capacidades e habilidades (UNCTAD, 2007).

A redução das desigualdades entre países do centro e da periferia requer, igualmente, a


redefinição das reformas liberalizantes tipo "market-friendly" aplicadas em diversos países, a
partir do Consenso de Washington, pois essas estratégias geraram instabilidade e não desen-
volvimento, diminuíram a soberania dos países em desenvolvimento, enfraqueceram seus
regimes democráticos pela imposição – de fora para dentro – de medidas e valores inapropria-
dos, e, no fim, têm criado um grande número de perdedores tanto nos países ricos como nos
pobres, pelo desemprego que criam.

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De acordo com o PNUD (2005), as reformas liberalizantes passam pela promoção do


comércio justo no quadro da Organização Mundial do Comércio como uma das medidas
importantes para impulsionar o desenvolvimento dos países pobres, fundamentalmente nos
seguintes aspectos:
 Profundos cortes no apoio governamental dos países ricos à agricultura e proi-
bição de subsídios à exportação para um máximo de 5% a 10% do valor da produção, com
uma proibição imediata dos subsídios directos e indirectos à exportação;
 Profundos cortes nas barreiras às exportações dos países em desenvolvimento,
através fixação das tarifas máximas dos países ricos sobre as importações dos países em
desenvolvimento num valor nunca superior ao dobro do nível das suas tarifas médias, ou
5% a 6%;
 Compensação para os países que perdem preferências. Embora as preferências
dos países ricos pelas importações de alguns países em desenvolvimento distribuam benefí-
cios limitados no conjunto, a sua retirada teria o potencial de causar elevados níveis de
desemprego e, em casos particulares, choques na balança de pagamentos. Deveria ser cria-
do um fundo para reduzir os custos de ajustamento que os países vulneráveis enfrentam.
 Protecção do espaço político para o desenvolvimento humano, por meio de
incorporação das melhores práticas internacionais adaptadas às condições locais e modela-
das através processos políticos, democráticos e participativos, particularmente, o direito dos
países em desenvolvimento de proteger os produtores agrícolas da concorrência injusta das
exportações subsidiadas dos países ricos deveria ser respeitado nas regras da OMC;
 Um compromisso para evitar que os arranjos “OMC mais” nos acordos regio-
nais de comércio, especialmente em áreas como o investimento e a propriedade intelectual,
passem por cima das políticas nacionais desenvolvidas no contexto das estratégias de redu-
ção da pobreza e;
 Reorientação das negociações de serviços para os movimentos temporários de
trabalho, dando menos ênfase à rápida liberalização dos sectores financeiros e mais ênfase
à criação de regras que permitam aos trabalhadores provenientes de países em desenvolvi-
mento melhor acesso aos mercados de trabalho dos países ricos.
Assim será possível será possível redistribuir os recursos e tornar a globalização
mais inclusiva.

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Considerações finais

A globalização é, de modo geral, a rápida integração dos países e das economias


nacionais em um único sistema. Essa integração é acelerada pela eficiência das tecnologias
modernas de comunicação e engloba aspectos como locais de produção, comércio, fluxos
de capital, fluxos de informações, legislações internacionais e tratados, Organizações Não-
Governamentais internacionais, ideias convergentes sobre comportamentos governamentais
aceitáveis, etc. É um processo ou fenómeno histórico caracterizado por uma intensificação
das inter – conexões económicas, políticas, sociais, culturais, científicas, tecnológicas e
militares, que trazem consigo o aumento exponencial das desigualdades sociais, as grandes
movimentações transfronteiriças de pessoas como emigrantes, turistas ou refugiados, o protagonis-
mo das empresas e das instituições financeiras multilaterais e as práticas culturais e identitárias e as
novas formas de busca do saber ou do conhecimento.

As disparidades entre países ricos e pobres aumentaram significativamente durante


a era da globalização. A riqueza, o rendimento, os recursos e o consumo concentram-se nas
sociedades desenvolvidas, enquanto grande parte do mundo em vias de desenvolvimento
debate-se com a pobreza, a fome, as doenças e a dívida externa.

O aprofundamento da assimetria entre ricos e pobres é resultante da (re)distribuição


desigual dos recursos e de políticas domésticas pouco favoráveis ao desenvolvimento.

A promoção de um desenvolvimento inclusivo na era da globalização requer a


redução da pobreza, desemprego e subemprego; trazer os países periféricos aos sistemas de
conhecimento global e à cadeia de valor global; e assegurar que as comunidades marginali-
zadas tenham acesso à habitação, saúde, educação e outros serviços sociais, e que são capa-
zes de exercer os seus direitos cívicos, civis e políticos, bem como expandir as suas capaci-
dades e habilidades, para além da redefinição das reformas liberalizantes tipo "market-
friendly" aplicadas em diversos países, a partir do Consenso de Washington.

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