You are on page 1of 16

ORIGENS DA TEORIA CLÁSSICA EM ADMINISTRAÇÃO

A Teoria Clássica, segundo Chiavenato (2003) está fundamentada na


escola que foi denominada de Administração Científica. Sua origem remonta
ao ano de 1903, ou seja, começo do século XX e após surgidas as
conseqüências da Revolução Industrial, que trouxe o crescimento acelerado
e desorganizado das empresas e a necessidade de aumentar a produção de
bens, reduzindo a imprevisão, melhorando a eficiência e aumentando a
competitividade.
Inicia-se, nesse período, a produção em massa, com o domínio dos
monopólios, principalmente nos Estados Unidos, e, com uma cadeia de
sucessivos acontecimentos, aumentou-se o número de assalariados nas
indústrias. Tornou-se urgente evitar o desperdício de materiais (insumos) e
programar a economia de mão-de-obra.
Surge a divisão do trabalho, são fixados os padrões de produção,
descritos os cargos, determinadas as funções, estudados os métodos e
normas de trabalho, criando assim, condições econômicas e técnicas para o
surgimento do taylorismo e fordismo nos Estados Unidos e do fayolismo na
Europa, (CHIAVENATO, 2003).
Particularmente, e na história recente da humanidade, considera-se
que não houve estudos ou invenção que tivesse tamanho impacto, pois
dentre as invenções mais recentes que trouxeram benefícios ao mundo
contemporâneo estão:
(telégrafo -1832; elevador -1852; máquina escrever - 1866; dinamite
-1867; telefone -1876; lâmpada elétrica - 1879; aço -1885; motor de
explosão -1885; motor a diesel -1892; projetor cinematográfico -
1895; telégrafo sem fio - 1895; raio x -1895; rádio -1896; submarino
- 1898; avião - 1906) (CHIAVENATO, 2002, p. 41).
Todas as invenções necessitam de uma organização empresarial para
serem fabricadas, ou seja, todos esses produtos têm a Administração como
ciência, em comum com as demais, independente de pertencerem a áreas
distintas.

A Teoria Clássica é na verdade um conjunto de estudos que se


caracterizam fundamentalmente por serem inovadores para a época, virem
de encontro à real necessidade de toda uma sociedade mundial que se
industrializava rapidamente e, por último, trariam mudanças que marcariam
época e conseqüências inesperadas, boas e ruins, porém inevitáveis. Uma
segunda Revolução Industrial.

PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DA TEORIA CLÁSSICA


A abordagem da escola da Administração Científica tem sua ênfase,
de acordo com Lacombe (2003, p. 37), “na divisão do trabalho em tarefas
elementares e praticamente indivisíveis e na especialização das pessoas na
execução dessas tarefas, visando a obter ganhos de produtividade”.
Paralelo à Administração Cientifica está a chamada Escola da Teoria
Clássica, que tem sua ênfase na estrutura organizacional, que segundo
Chiavenato (2003), recebeu esse nome devido ao período anterior à mesma
ter sido bastante empírico e, à tentativa de aplicação de métodos da ciência
aos problemas administrativos com a finalidade de aumentar a eficiência
industrial.
Essas duas Escolas são correntes clássicas do pensamento
administrativo, que apesar de terem ênfases diferentes, completam-se com
propriedade, pois enquanto a Teoria Clássica criou princípios para o
comando e a alta direção, a Administração Científica tem seus princípios
voltados para o chão da fábrica. São, portanto, princípios de uma mesma
teoria, com postulados organizacionais que diferem entre si, mas possuem a
coerência típica para compor uma única teoria, que se tornou a base da
Administração Contemporânea.

ABORDAGEM E CONCEITOS DAS ORGANIZAÇÕES NA


TEORIA CLÁSSICA
A abordagem das organizações nesta teoria é prescritiva e normativa,
portanto formal, com o que se tem a fazer por parte do empregado,
determinado pela gerência ou supervisão, porque a maior preocupação de
seus idealizadores eram com as técnicas, métodos e rotinas para execução
de tarefas, para a racionalização do trabalho do operário, por meio do
Estudo de Tempos e Movimentos (originou-se da busca para definir o valor
dos salários).
Segundo Chiavenato, (2003 p.622) o conceito de organização na
Teoria Clássica é de “estrutura formal , como conjunto de órgãos, cargos e
tarefas” , com o estabelecimento de padrões de execução e treinamento de
operários.

6.6PRINCIPAIS REPRESENTANTES

Entre os mais destacados representantes encontram-se:


Frederick Winslow Taylor, segundo Chiavenato (2003).
Foi o fundador da Administração Científica, nasceu na Filadélfia – EUA,
filho de família de princípios rígidos, foi educado com forte disciplina e
devoção ao trabalho. Iniciou sua carreira como operário, passando a outros
cargos maiores até chegar a engenheiro.
Na época vigorava um sistema de pagamento por peça ou por tarefa.
Os patrões procuravam ganhar o máximo na hora de fixar o preço da tarefa,
enquanto os operários reduziam o ritmo de produção para contrabalançar o
pagamento por peça determinado pelos patrões. Esse fato levou Taylor a
estudar o problema de produção para tentar uma solução que atendesse
tanto aos patrões como aos empregados.
Na Midvale Steel Co., em 1878, a partir de suas observações, passou
a desenvolver as primeiras melhorias técnicas e, sendo brilhante no que
fazia, patenteou várias invenções, entre elas um aprimoramento no corte do
aço, resultante do processo de tratamento térmico, em parceria com J.
Munsel White.

Em 1895, Taylor apresentou um trabalho que seria a base da


Administração Científica, denominado A Pierce-rate sistem, um sistema de
pagamento por peça, em que propunha um estudo de quanto tempo levaria
para um homem fazer o seu melhor trabalho, completando sua tarefa, e
trabalhando o suficiente, assegurando uma remuneração razoável.
Segundo Maximiano (2007), Taylor chamou posteriormente esse
trabalho de estudo sistemático e científico do tempo – dividir cada tarefa
nos seus elementos básicos, com a colaboração dos trabalhadores,
cronometrá-las e registrá-las. O processo compreendia ainda a seleção de
trabalhadores e o pagamento de incentivos, permitindo o controle de todos
os aspectos da produção e a sua padronização. Em 1903, publicou “Shop
Management” – Administração de operações fabris, na qual a padronização
das ferramentas e equipamentos, seqüenciamento e programação de
operações e Estudo dos Movimentos, eram a temática central.

Dentre os princípios que Taylor defendeu e destacou, encontram-se:


• •Seleção científica do trabalhador – tarefas mais comparáveis com
sua aptidão e após muito treino.
• Tempo-padrão – trabalhador deve atingir, no mínimo, a produçãopadrão
exigida pela empresa.
• Plano de incentivo salaria l – remuneração proporcional ao número
de peças produzidas.
• Trabalho em conjunto – interesses dos funcionários (altos salários) e
da administração da fábrica (baixo custo de produção) podem ser
conciliados.
• Gerentes planejam, operários executam – planejamento de
responsabilidade da gerência.
• Divisão do trabalho – tarefas divididas no maior número possível de
subtarefas.
• Supervisão – deve ser funcional, especializada por áreas.
• Ênfase na eficiência – uma única maneira certa de executar uma
tarefa (tempos e movimentos), (FERREIRA et al, 2002, p.16).

Os estudos de Taylor influenciaram outros autores e pesquisadores,


defensores e seguidores de suas idéias, dentre eles destacam-se:
Henry Ford segundo Maximiano, (2007). Foi um dos responsáveis
pelo avanço empresarial das organizações, lançou alguns princípios que
agilizaram a produção, diminuindo custos e tempo de fabricação, que
foram: Integração vertical e horizontal (integração da matéria-prima ao
produto final e rede de distribuição); padronização da linha de montagem e
do equipamento utilizado; economicidade-redução dos estoques e
agilização da produção.
Frank e Lílian Gilbreth – autores do estudo dos movimentos e da
fadiga; uso da psicologia aplicada à administração.
Henry Grant – autor do gráfico Grantt, criado em 1903, no qual
descreveu um método gráfico de acompanhamento de produção.
Henri Fayol, Maximiano, (2007). Foi outro grande pensador e autor,
e um dos fundadores da Teoria Clássica, de (1841-1925), engenheiro
francês, nascido em Constantinopla, e radicado em Paris – França, formado
em engenharia de minas, foi contratado para trabalhar na empresa
mineradora e metalúrgica francesa Comambault. Passou toda a sua vida
nesta corporação, aposentando-se como Diretor Geral, aos 77 anos.
Em 1916, Fayol publicou o livro “Administração Geral e industrial”
(Administration Industrialle et Générale) divulgando suas idéias, que
estavam voltadas, ao contrário de Taylor (chão da fábrica), para a alta
administração da empresa exigindo de quem a comandasse conhecimentos
gerenciais.

Segundo Chiavenato (2003), Fayol, em seu livro “Administração Geral


e Industrial”, apresenta seis funções básicas que considera essenciais à
toda empresa, que são as funções:
· Técnicas – produção de bens ou serviços da empresa;
· Comerciais – compra, venda e troca de bens;
· Financeiras – procura e gerenciamento de capitais;
· Segurança – proteção e preservação de bens;
· Contábeis – inventários, registros, balanços, custos e estatísticas;
· Administrativas – coordenam e comandam as outras cinco,
constituindo-se na mais importante.

Ainda segundo Maximiano (2003), Fayol definiu ainda que, o ato de


administrar é composto de cinco atos ou funções administrativas, que
devem ter uma seqüência lógica, porque o trabalho do dirigente consiste
em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir
responsabilidades aos integrantes da organização, e desse modo, as
funções administrativas de planejar, organizar, comandar, coordenar e
controlar faz parte exclusivamente da sua função. Propôs ainda que as
funções administrativas devessem estar separadas das funções
operacionais (citadas), porque os dirigentes costumam negligenciar a
administração, preocupados com os detalhes da produção em geral, e
tornam-se incompetentes, pois pensam e agem como especialistas e não
dão conta de suas responsabilidades de bem administrar o todo, que é a
organização.

A Administração como as demais ciências, deve se basear em leis ou


princípios. Fayol (1975) apud Ferreira et al (2002), definiu os “Princípios
Gerais da administração” em:
1. Divisão do trabalho – especialização das tarefas e das
pessoas para aumento da eficiência.
2. Autoridade e Responsabilidade – autoridade é direito de dar
ordens e o poder de esperar obediência e responsabilidade é a
contrapartida, devendo haver equilíbrio.
3. Disciplina – estabelecimento das normas de conduta e de
trabalho (obediência, comportamento e respeito).
4. Unidade de comando – cada funcionário recebendo ordens
de um superior apenas. Princípio de autoridade única.
5. Unidade de direção – controle único com objetivo de
aplicação de um mesmo plano para um grupo de atividades
de mesmo objetivo.
6. Prevalência de interesses gerais – os interesses gerais devem
prevalecer aos interesses individuais.
7. Remuneração – deve ser eficiente para garantir a satisfação
dos funcionários e para a organização em termos de
retribuição.
8. Centralização – as atividades cruciais da organização e a
autoridade para a sua adoção devem ser centralizadas.
9. Hierarquia (cadeia escolar) – prioridade para a estrutura
hierárquica (escalão mais alto ao mais baixo).
10. Ordem – mantida a organização, preservar cada pessoa e objeto
em seu lugar.
11. Eqüidade – tratamento das pessoas com benevolência e
justiça, não excluindo o rigor, justificando a lealdade e a
devoção dos funcionários à empresa.
12. Estabilidade dos funcionários – a rotatividade excessiva é
prejudicial para a eficiência da organização e tem
conseqüências negativas sobre o desempenho dos
trabalhadores.
13. Iniciativa – capacidade de estabelecer um plano e assegurar
seu cumprimento e seu sucesso.
14. Espírito de equipe – trabalho conjunto facilitado pela união
entre equipes, gerando consciência de classes e defesa de
seus propósitos.
Segundo Maximiano (2007), Fayol teve entre seus seguidores e
herdeiros:
· Ralph C.Davis (1927), instalou um departamento de administração
no Instituto General Motors. Publicou livro, reforçando que os
princípios de Fayol eram universais.
· Luther Gulick e Lindall Urwick (1937), que publicaram uma
coletânea com a ampliação das idéias de Fayol.
· William H. Newman (1950) e Harold Koontz e Cyril O’Donnel
(1955) deram ênfase e modernizaram a Teoria Clássica, com
outros estudos que foram adotados até recentemente.
Acerca da Teoria Clássica, críticas freqüentes apontam que a mesma
considerava a empresa como um sistema fechado, ou seja, de não manter
relações com o meio em que se encontrava, de ter desenvolvido princípios
que buscavam explorar os trabalhadores e de chefias com obsessão pelo
comando.
Contudo, positivamente, a Teoria Clássica, a partir de seus principais
expoentes, Taylor e Fayol, trouxe conhecimentos para as teorias que foram
posteriormente desenvolvidas, principalmente em seus aspectos mais
estruturais.
As idéias de Taylor e Fayol, para a Teoria Clássica, representavam um
avanço na forma de encarar a participação do trabalhador no processo
produtivo e, algumas das suas conclusões continuam viáveis e com
aplicabilidade no processo de produção atual.
Administração Científica
(aplicação de métodos na indústria; ênfase na tarefa em detrimento do homem)
Surgiu nas 04 (quatro) primeiras décadas do século XX, como métodos de
observações e mensuração, em que Taylor (1856-1915) é considerado o
fundadorda moderna Teoria Geral da Administração (TGA).

Esta teoria provocou uma revolução no pensamento administrativo e no mundo


industrial da época. Em 1903, a preocupação era elevar o nível de
produtividade. O ambiente era caracterizado por engenheiro de uma fábrica;
pagamento por peça, logo os operários reduziam o ritmo de trabalho, o que
levou Taylor a procurar uma solução que atendesse a patrões e empregados.
Racionalização do Trabalho → estudo dos tempos e movimentos →ele
analisou as tarefas de cada operário, decompondo-os.

Como o salário era pago igualmente, o operário não se esforçava para ser mais
produtivo. Assim, Taylor viu que deveria criar condições para pagar mais a
quem produzisse mais. O objetivo era pagar salários melhores e reduzir o custo
unitário de produções, o que leva à pesquisa e ao estabelecimento de
processos padronizados para permitir o controle. Onde:
● Os operários devem ter os materiais e as condições de trabalho necessários,
ser treinados, e ter um ambiente de trabalho agradável.
● Deve-se procurar aplicar ao operário os princípios aplicados anteriormente às
máquinas, ou seja, identificação do trabalho, decomposição, determinação da
maneira certa para cada operação e reunião das operações na seqüência de
maior rapidez e com economia de tempos e movimentos - método de
cartesiano.
Racionalização do Trabalho e estruturação da empresa → para atender à
racionalização, sem esquecer as tarefas dos operários.
Os males da indústria da época eram: vadiagem dos operários para evitar
redução de salários pela gerência, porque se pensava que o maior rendimento
do homem e da máquina leva ao desemprego; desconhecimento pela gerência
das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização; e falta de
uniformidade dos métodos. Para resolver isto, Taylor criou a Administração
Científica, formada por 75% de análise e 25% de bom senso.
Tinha-se uma visão pessimista do homem, que era considerado irresponsável,
vadio, e negligente. Então, criou um sistema educativo para intensificar o
trabalho e aumentar a eficiência empresarial.
Conforme Chiavenato (2000), “a administração científica é uma combinação de
ciência em lugar de empirismo. Rendimento máximo em lugar de produção
reduzida.
Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar maior eficiência e
prosperidade”. Taylor estava preocupado com a filosofia e seus seguidores
com a técnica. O objetivo é assegurar prosperidade aos patrões e aos
empregados ao mesmo tempo.
Os elementos da administração científica são: estudos de tempos e
padrões; supervisão funcional; padronização (materiais e equipamentos),
planejamento, princípios de exceção; prêmio de produção; e definição da rotina
de trabalho.

I - Organização Racional do Trabalho (ORT)


Ele observou que os operários aprendiam com outros, tinham métodos
executivos e ferramentas variáveis. Além disso, para Taylor, o operário não é
capaz de tomar suas próprias decisões. Logo, existe a necessita de:
Administração →supervisão.
Encarregados → assistência ao trabalho durante a produção.
Operário → execução.
Os fundamentos da ORT são:
1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos, ou seja,
racionalização através do estudo de tempos e movimentos, como:
- Decomposição de tempos e operações em movimentos simples, onde os
movimentos inúteis eram eliminados e os úteis simplificados, para economia de
tempo e esforço do operário; e
- Depois o estudo dos tempos e movimentos, com o tempo médio de produção
(uso do cronômetro), que junto com os tempos improdutivos resulta no tempo
padrão. Isto leva à padronização do trabalho e do seu tempo de execução.
Além disso, melhora a eficiência do trabalho e introduz prêmios de produção, e
treinamento da mão de obra.
Gilbreth (1868- 1924), um dos discípulos de Taylor, aplicou os estudos de
Taylor para aumentar a produtividade, chegando aos movimentos elementares
(cortar, separar, transportar, etc.) (therbligs), para qualquer tipo de tarefa, o que
veio a se tornar a base da Administração Científica, caracterizando a Eficiência,
ou seja, a correta utilização de recursos disponíveis (produções baseadas em
operários médios). Onde:
Eficiência = Produto Equação [01]Recursos
Destaca-se assim que a Eficiência é uma conseqüência da produtividade.
2. Estudo da fadiga humana
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na fisiologia humana.
Gilbreth realizou estudos estatísticos sobre o efeito da fadiga na produtividade
dos operários. Esta leva à redução de produtividade; qualidade do trabalho;
perda de tempo; aumento da rotatividade; doenças e acidentes; o que reduz a
eficiência. Para reduzir a fadiga Gilbreth propôs princípios de economia de
movimentos relativos ao corpo humano; arranjo local de trabalho; desempenho
de ferramentas e equipamentos.
3. Divisão do trabalho e especialização dos operários
A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos criaram uma
reestruturação do trabalho industrial, levando a divisão e especialização dos
operários, para elevar a produtividade, onde cada operário é especializado em
uma única tarefa, na linha de produção, com movimentos padrões e repetitivos
durante a jornada de trabalho. Supunha-se que quanto mais especializado o
operário mais eficiente ele seria.
4. Desenho de cargos e tarefas
Taylor foi pioneiro nesse assunto. A tarefa é toda atividade executada por uma
pessoa, no seu trabalho dentro da organização. É a menor unidade dentro da
divisão dos trabalhos.
Criou-se o cargo, que era um conjunto de tarefas executadas de maneira
clínica ou repetitiva. Os cargos e as tarefas são desenhados para uma
execução
automatizada por parte do operário, ou seja, ele deve executar e não pensar e
decidir.
A simplicidade dos cargos permitia aprendizado rápido do método e controle
visual pelo superior, o que origina a linha de produção. Ainda, cada operário
relaciona-se apenas como ser superior.
Assim, a simplicificação no desenho de cargos permitia:
- Contratação de operários com pouca qualificação e salários maiores;
- Minimização do custo de treinamento;
- Redução de erros;
- Facilidade de supervisão, a um número maior de operários;
- Aumento da eficiência do trabalho, logo da produtividade.
5. Incentivos salariais e prêmios da produção
Restava agora fazer com que o operário colaborasse com a empresa. Para
isso, foram desenvolvidos os incentivos e prêmios da produção.
Supunha-se que a remuneração base não estimule ninguém a trabalhar mais.
Assim, o operário que produz pouco ganha pouco e o que produz mais ganha
mais (prêmio). Com isso, Taylor procura conciliar os interesses da empresa
com os interesses dos operários, supondo que era melhor e mais lucrativo
(eficiência) para a empresa e com maior salários (maior produção) para o
operário. Criou-se a idéia de operários bem remunerados, mas executando
tarefas simples, repetitivas.
6. Conceito de Homo Economicus
Seguindo esse conceito as pessoas são influenciadas por recompensas,
salários e materiais. Ou seja, o homem trabalha para ganhar a vida. Assim, os
salários e os prêmios influenciaram os esforços dos indivíduos no trabalho.
Logo, o operário produzia o máximo dentro de sua capacidade física.
O homem da época era visto então como um empregado por dinheiro,
mesquinho, limitado e preguiçoso e deveria ser controlado.

7. Condições de trabalho
Ainda, a eficiência depende de um conjunto de condições de trabalho para
garantir o bem estar físico do trabalhador e diminuir a fadiga com:
- Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho, para reduzir esforços
e perda de tempo;
- Arranjo físico das máquinas, para racionalizar o fluxo de produção;
- Melhoria do ambiente físico de trabalho (ruído, ventilação, iluminação), para
não reduzir eficiência;
- Projetos de instrumentos e equipamentos, para reduzir movimentos inúteis.

8. Padronização
Ocorre com a padronização de métodos e processos de trabalho, da
matériaprima, de máquinas e equipamentos, para reduzir a variabilidade e a
diversidade no processo produtivo, de modo a eliminar o desperdício e
aumentar a eficiência. É a aplicação de padrões em uma organização para ter
uniformidade e redução de custos.
9. Supervisão funcional
A supervisão funcional foi proposta por Taylor.
Neste tipo de supervisão, os supervisores também são especialistas e têm
responsabilidade sobre os funcionários em suas respectivas áreas. Assim,
cada homem deve executar a menor variedade possível de funções. Esta
supervisão tende a produzir elevada eficiência em cada operário e no conjunto.
Supervisor de Manutenção
Supervisor de Produção
Supervisor de Qualidade
Operário A Operário B Operário C Operário D

Princípios da Administração Científica


Um princípio é uma afirmação válida para uma determinada situação. É uma
previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer aquela situação.
A administração Científica criou os seguintes princípios:
1. Princípio da Administração Científica de Taylor – planejamento (métodos
baseados em procedimentos científicos); preparo (seleção de operários e
treinamento para maior produção); controle (certificar-se que o trabalho está
sendo feito de acordo com o método estabelecido); e execução.
2. Princípios implícitos de Administração Científica –
a. Estudar o trabalho, decompor movimentos, para reduzir ou racionalizar.
b. Estudar cada trabalho, antes de fixar o modo como será executado;
c. Treinar;
d. Separar funções de preparo das de execução;
e. Preparar a produção, estabelecer planos;
f. Padronizar da matéria-prima ao comportamento da mão de obra;
g. Dividir as vantagens entre todos os que participam da fábrica.
3. Princípio da eficiência de Harrington Emerson (1853-1931) – este
engenheiro
simplificou os métodos de trabalho; desenvolveu os primeiros trabalhos sobre
seleção e treinamento de empregados, fazendo uso de plano de trabalho,
bom senso, orientação e supervisão competentes, manutenção da disciplina,
registro de dados, fixação de normas padronizadas e remuneração
proporcional ao trabalho.
4. Princípios básicos de Ford (1863-1947) – Ford era mecânico e em 1899
fundou sua primeira fábrica de automóveis, que fechou. Em 1903, fundou a
Ford Motor Co., queria vender carros a preços populares, com assistência
técnica garantida, promovendo a produção em massa (1905-1910).
Ele inovou na organização do trabalho pelo número de produtos acabados,
com qualidade e menor custo possível (800 carros/dia).
Dividiu ainda as ações de seus funcionários, estabeleceu o salário por dia e a
jornada de trabalho de 8h. Estabeleceu também um sistema de integração
vertical,produzindo desde matéria-prima até o produto acabado, e o horizontal,
com lojas de
distribuição próprias.
Aplicou ainda a racionalização da produção (condição chave para a
simplificação), criando uma linha de montagem, com produção em série.
Os principais aspectos dos princípios de Ford é a progressão dos produtos, de
modo ordenado e continuado, e o trabalho sendo entregue ao trabalhador.
Seus princípios são:
- De intensificação – rápida troca do produto no mercado;
- De economicidade – reduzir ao mínimo o volume de estoque, de preferência
que o
automóvel fosse pago antes da compra da matéria-prima e de pagar os
salários;
- De produtividade – aumento da capacidade de produção por meio da
especialização e da linha de montagem.
5. Princípio da exceção - Taylor estabelece o controle operacional simples,
baseado no controle das exceções ou desvios dos padrões normais.
6. Princípios de Gantt e Gilbreth - Ambos eram engenheiros que trabalharam
diretamente com Taylor. O primeiro dedicou-se ao planejamento e controle,
estabelecendo cronogramas para acompanhamento dos fluxos de produção.
O segundo desenvolveu estudos voltados à Construção Civil e Psicologia, por
influencia de sua esposa.

Apreciação crítica da Administração Científica


A Administração Científica é o estudo científico do trabalho. Esta provocou uma
redução nos custos dos bens manufaturados, tornando os bens disponíveis
para a massa. Provocou aumento dos salários e reduziu custos de produção.

Em decorrência da produção acelerada, os trabalhadores especializados (entre


1910 e 1940) superaram o número de trabalhadores no campo. Porém,
ocorreram muitas críticas. São estas:
1. Mecanismo da Administração Científica – foco na tarefa e não no homem,
tratando o homem como uma máquina.
Para os engenheiros, o estudo dos tempos e movimentos, a determinação do
método de trabalho e os cuidados para evitar a fadiga humana elevariam
sozinhos os padrões de produção, aliados ao incentivo salarial, para obter a
máxima eficiência (maiores lucros e salários). Encaravam os empregados
como passivos, a receber ordens e sem iniciativa.
A primeira crítica veio com as greves de operários, pelos inconvenientes
morais, psicológicos e sociais, com oposição de trabalhadores e sindicatos. Os
padrões eram favoráveis apenas às empresas. O trabalho especializado
passou a ser degradante e humilhante. O homem deveria produzir como uma
máquina.
Na verdade o método é mais uma intensificação do trabalho do que uma
racionalização.
Segundo Chiavenato (2000), “a substituição do esforço manual pelo
conhecimento como fonte produtiva do trabalho constitui a maior mudança na
história do trabalho”. Esta foi a iniciativa bem sucedida da Administração
Científica.
2. Superespecialização do operário
Na busca pela eficiência subdividiu-se as operações, porque as tarefas mais
simples podem ser ensinadas facilmente, o que leva a padronização. Porém, o
operário só conhece seu trabalho e isso reduz sua satisfação no trabalho. Essa
fragmentação facilita a seleção, o treinamento e a supervisão do pessoal. Com
isso, pode-se trocar o operário e empregar mais gente. Buscava-se então altos
lucros emcurto prazo, com baixos salários, o que gerou tensões nos sindicatos.
Pensava-se na época que a tecnologia era o senhor e o homem o escravo. Na
verdade mais tecnologia exige mais competência e não mais servis. Assim,
perde-se a visão do todo e o aumento na especialização não significa aumento
de eficiência.
3. Visão microscópica do homem
Nesta visão, separa-se o homem trabalhador de seu lado humano e social,
vêse apenas o indivíduo. A principal virtude é a obediência a ordens. A idéia
inicial eraadequar as características do homem e da máquina, porém os
estudos limitavam-se ao homem em seus trabalhos rotineiros (estudo dos
movimentos e da fadiga).
Assim, os seres humanos eram restritos às tarefas que executavam na linha de
produção e nos escritórios.
4. Ausência de comprovação científica
A Administração Científica é criticada por pretender criar uma ciência, mas não
comprovou suas proposições e princípios. Teve pouca pesquisa, uma vez que
esta usou o método empírico e concreto, onde o conhecimento é obtido da
evidência enão da abstração. Buscou-se o “como” em detrimento do “por que”.
5. Abordagem incompleta da organização
Por se restringir aos aspectos formais, esquecendo-se dos informais e do lado
humano. Os indivíduos são considerados isolados e agrupados de acordo com
suashabilidades para o trabalho. Não aborda o conflito entre objetivos
individuais eorganizacionais.
6. Limitação do campo de aplicação
Esta limitação deve-se ao fato de que se observaram apenas os problemas da
fábrica (produção). O desenho de cargos e tarefas e o desenvolvimento de
instrumentos, métodos e procedimentos padronizados e rotineiros, passam a
idéiade que a tecnologia permanecerá inalterada até que se tenha um retorno
do investimento.
A não ocorrência de mudanças leva a separar o pensar do fazer, resultando em
treinamento de tarefas simples e repetitivas. Isto viabilizou a continuidade da
produção em massa, mas não funcionaria hoje, sendo limitante da inovação e
damudança.

7. Abordagem prescritiva e normativa


Esta abordagem busca definir normas a serem seguidas e repetidas vezes e
em todas as circunstâncias pelo administrador (padronização). Esta é voltada a
receitas antecipadas, soluções enlatadas. “Diz como a organização deveria
funcionar em vez de explicar seu funcionamento” (CHIAVENATO, 2000).
8. Abordagem de sistema fechado
Esta abordagem encara a organização como se esta existisse no vácuo, sem
influencias externas. Expressa um comportamento mecânico, previsível e
determinístico.

A Administração Científica foi o primeiro passo na busca de uma teoria


administrativa e causou mudanças irreversíveis. Com a primeira Guerra
Mundial(1914), os princípios de Taylor foram intensamente utilizados na
indústria e noexército, por produzir muitos conhecimentos e mudanças em um
curto espaço de
tempo.

You might also like