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DEPRESSÃO

PÓS PARTO
DEFINIÇÃO

A Depressão Puerperal (DPP),


segundo ZANOTTI et al (2003) é um
transtorno mental de alta
prevalência e que provoca
alterações emocionais, cognitivas,
comportamentais e físicas. Inicia-se
de maneira insidiosa, levando até
semanas após o parto.
EPIDEMIOLOGIA
• A DPP acomete entre 10% e 20%
das mulheres, podendo começar
na primeira semana após o parto
e perdurar até dois anos.
ETIOLOGIA
A etiologia da depressão pós-parto ainda
não é completamente conhecida, mas
acredita-se que, além dos fatores de
risco, fatores hormonais e hereditários
também estejam envolvidos.
Tanto a gravidez quanto o parto,
constituem-se em eventos estressantes
para mulher e familiares, além de
atuarem na maioria das vezes como
fatores desencadeantes da depressão
pós parto, principalmente se vierem
acompanhados de acontecimentos
adversos.
FATORES DE RISCO
Há fatores de risco que vêm sendo
estudados e demonstram uma alta
correlação com a DPP. Entre eles
temos:
• mulheres com sintomas depressivos
durante ou antes da gestação,
• com histórico de transtornos afetivos,
• mulheres que sofrem de TPM,
• que passaram por problemas de
infertilidade,
• que sofreram dificuldades na gestação,
• submetidas à cesariana,
• primigestas,
• vítimas de carência social,
• mães solteiras,
• mulheres que perderam pessoas
importantes,
• que perderam um filho anterior,
• cujo bebê apresenta anomalias,
• que vivem em desarmonia conjugal,
que se casaram em decorrência da
gravidez.
FATORES PSICOSSOCIAIS

• ESTRESSE
• FALTA DA EXTENSÃO FAMILIAR
• FALTA DE APOIO
• ALTA HOSPITALAR
PREMATURA
• PERDA NARCISISTA:
MÃE – FILHO - MÃE
TRANSTORNOS ASSOCIADOS

Podem ocorrer transtornos


associados, como ideações
suicidas ou pensamentos
obsessivos.
CURSO
Desenvolve-se lentamente em
semanas ou meses, atingindo assim
um limiar; o prognóstico está
intimamente ligado diagnóstico
precoce e intervenções adequadas.
Metade das mulheres com depressão
pós-parto sofrerá novos episódios
depressivos não-puerperais.
Critérios para diagnóstico
e tratamento
• Todos os transtornos psiquiátricos puerperais
são também alterações de humor e assim,
podem refletir no quadro clínico uma amplitude
de sintomas que em sua maioria, não são tão
específicos daquela fase. A chave para um
diagnóstico seguro é o reconhecimento da
instalação dos sintomas e desenvolvimento dos
mesmos, considerando o inicio no primeiro ano
após o parto (KAPLAN& SADOCK,1999).

• A seguir será apresentado um quadro


diferencial dos distúrbios psiquiátricos
puerperais relacionados neste trabalho.
DE PR ES SÃO P ÓS PSI CO SE
PART O PU ER PER AL

CONC EI TO Transtorno psíquico de Distúrbio de humor


moderado a severo com psicótico apresentando
início insidioso perturbações mentais
graves

PR EV ALÊN CIA 10 a 15% 0,1 a 0,2%

MANIFE STA ÇÃO Início insidioso na 2ª a 3ª Início abrupto nas duas


semana do puerpério ou três semanas após o
parto
DE PR ES SÃ O P ÓS P ART O PSIC OSE
PU ER PER AL
SIN TO MAS Tristeza, choro fácil, Confusão mental,
desalento, abatimento, agitação psicomotora,
labilidade, anorexia, náuseas, angústia, insônia,
distúrbios de sono, insônia evoluindo para formas
inicial e pesadelo, idéias maníacas, melancólica
suicidas, perda do interesse ou até mesmo
sexual. catatônicas.

CURSO E Desenvolve-se lentamente Pode evoluir mais tarde


PR OGN ÓS TIC em semanas ou meses, para uma depressão. O
atingindo assim um limiar; o prognóstico depende da
O prognóstico está identificação precoce e
intimamente ligado intervenções no quadro
diagnóstico precoce e
intervenções adequadas.

TR ATA MENT Psicoterapia, farmacologia. Psicoterapia,


O Eletroconvulsoterapia (casos farmacologia,
especiais) eletroconvulsoterapia e
internação (casos
especiais)
PSICOSE PUERPERAL
DEFINIÇÃO
A psicose puerperal não é uma
psicose à parte: é uma psicose
desencadeada pelo parto,
assemelhando-se clinicamente
às psicoses de curta duração.
Encontramos perda do senso de
realidade, delírios, alucinações.
Os sintomas aparecem nos 3
primeiros meses pós – parto e
são mais intensos e duradouros,
com episódios psicóticos ,
necessitando acompanhamento
psicológico e internação
hospitalar.
EPIDEMIOLOGIA
A psicose puerperal ocorre na
freqüência de um ou dois
partos para cada 1000.
ETIOLOGIA
A etiologia é a mesma já citada na
Depressão Pós Parto .
FATORES DE RISCO

Fatores ambientais estressantes;


- Aspectos genéticos;
- Aspectos bioquímicos.
TRANSTORNOS ASSOCIADOS

No caso da psicose a angústia é da


ordem do insuportável, podendo
aparecer rituais obsessivos e
pensamento desconexo.
CURSO
Tanto a depressão pós parto quanto a
psicose puerperal, apesar de
apresentarem um quadro clínico
severo e de início abrupto, podem
cursar um bom prognóstico. A psicose
puerperal pode mais tarde evoluir
para uma depressão durante este
período.
Se não forem tratadas, ambas as
síndromes puerperais podem se tornar
crônicas e refratárias ao tratamento,
se estendendo até o terceiro ano após
o parto e causando prejuízos
psicológicos, morbidade e
mortalidade
Critérios para diagnóstico
e tratamento
A PDSS, desenvolvida por Beck e Gable
(2000), nos Estados Unidos, é uma escala
de auto-avaliação .O instrumento tem 35
itens que avaliam sete dimensões:
distúrbios do sono/apetite,
ansiedade/insegurança, labilidade
emocional, prejuízo cognitivo, perda do
eu, culpa/vergonha e intenção de causar
dano a si. Cada dimensão é composta de
cinco itens que descrevem como uma
mãe pode estar se sentindo após o
nascimento de seu bebê
Assistência de enfermagem
a paciente com tanstorno
mental no puerpério.
Cabe ao enfermeiro o conhecimento a
cerca da depressão pós –parto,uma
vez que constitui no serviço de saúde
no qual encontra-se inserido uma
porta de entrada para o acolhimento e
direcionamento adequado da puérpera
no que corresponde a terapêutica a e
a prevenção deste transtorno
mental.A Saúde Mental é um
componente fundamental da saúde
humana,portanto promovê-la é um
dever dos profissionais envolvidos no
cuidado humano.
O enfermeiro é o profissional,
conforme revela o cotidiano dos
serviços de saúde, que mantém o
primeiro contato com o
cliente.Por isso,seja na rede
pública,hospitalar ou
ambulatorial, o enfermeiro deve
estar preparado para lidar e
direcionar uma demanda
diversificada,principalmente
quando se tratar de questões de
ordem psicológica capazes de se
camuflarem em intercorrências
clínicas e dificultando assim o
diagnóstico e tratamento
adequado.
- Manter a observação direta
e constante;
- Estabelecer e manter as
funções de repouso e sono;
- Ajudar o paciente na sua
higiene;
- Encorajar a expressão de
sentimento e pensamentos;
• REFE RÊNCIA S BIBLI OGR ÁFICAS
• DIAS, V. Identificação de fatores de risco pode evitar
depressão pós-parto. USP Notícias. Boletim n. 1526,
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• FURTADO, E. F. Abordagem clínica e terapêutica da
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Humanas.
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