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Igreja Cristã Casa de Oração

Jonathan Oliveira

“Depressão e Graça” – 3ª parte


Texto Base: 1º Samuel 1.1-18

Introdução:
Talvez Ana nos mostre algo que Elias não tinha: problemas físicos e inimigo próximos,
como Penina. A mulher que viria a ser a mãe do ultimo juiz e grande profeta de Israel passou
momentos de extrema angústia. Ainda assim, e nisto ela se assemelha a Elias, Ana viu em sua
vida que DEUS não nos desampara, pelo contrário, Ele cuida de nós com um zelo por nós
imerecido. Como seu nome sugere, Ana experimentou em sua vida o que a graça de DEUS
pode realizar. Que nosso grade DEUS nos ajude para que, como Ana, possa ter nossos rostos a
felicidade de se ter fé em DEUS (v.18).

Ana:
“Deus está preocupado com o Aflito e com o Oprimido”

Os personagens e a situação (v.1,2): A narrativa Bíblica começa falando sobre um homem


chamado Elcana. Este homem pertencia a separada tribo de Levi, sendo da linhagem de Coate
(1º Cr 6.22-27). Era Elcana um homem de posição do povo de Israel, ele era um sacerdote. Ele
possua duas mulheres: uma se chamava Penina, de cujo ventre havia dado muitos filhos. A
outra esposa era Ana, e esta era Estéril. Isso muito a entristecia. Talvez pensemos: “Ana era
casada com um sacerdote, poderia se alegrar com os filhos de Penina, mas se sentia
triste.Isso é mal agradecimento!” . Mas, vejamos o que era a esterilidade no Velho
Testamento. Dt 7.14 mostra que uma das benções pela obediência era a fertilidade, se
entendendo que a esterilidade era uma maldição dentre o povo de Israel. E então pense em
Ana: olhando para si, vê uma estéril. Olhando para Penina, ver filhos e filhas. Isso sem dúvida,
lhe angustiava. Talvez, assim como Ana, as situações que ocorrem em nossa vida nos levem a
angustiar, a sofrer grande depressão. Problemas até mesmo físicos podem trazer isso, assim
como espirituais e emocionais. Mas descansemos el algo que Ana não conhecia, que nosso
DEUS é excelso, cuida de nossa dor seja ela qual for. É ele que “ergue do pó o desvalido e do
montouro, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes do seu povo. Faz com que a
mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos.” (Sl 133.7-9). Deus continuar a nos
desafiar: “Acaso, para o SENHOR há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18.14)

Uma festa sem muita alegria (v.3-8): Como já vimos, Elcana era um Sacerdote, e no
antigo Israel havia solenidade da qual todo povo participava. Talvez Elcana tivesse subindo a
“Solenidade do Senhor em Silo” (Jz 21.19), pois ali ficava a tenda do SENHOR (Js 18.1). No
Pentateuco, vemos festas que eram instituídas por DEUS para o povo de Israel: a Páscoa, a
festa dos pães asmos, a festa do tabernáculo e a festa das semanas (Dt 16.16). Nestas festas,
Elcana e sua família sacrificava ao SENHOR e o adorava. Mas, algo acontecia ali que quebrava
toda a “situação” para esta adoração. Lemos que lá estavam os filhos de Eli (v.3), o que
provavelmente trazia uma amarga lembrança a Ana, que não possuía filhos. Além disso,
Penina irritava excessivamente a Ana, ano após ano. Elcana lhe demonstrava afeto e carinho
lhe dando uma porção dupla (uma parte excelente) do sacrifício, mas isto não alegrava Ana,
pelo contrário, ela chorava e não comia. Diferente de Elias, que sofria por se achar só, pois
não via ninguém, Ana sofria mesmo com um marido que lhe amava. Ela se prendera demais a
sua incapacidade de ter filhos. Tal atitude também entristecia a Elcana, pois este achou que
Ana não a amava tanto quanto ele a amava. Ana estava sofrendo; aquilo que deveria ser
momentos de alegria e regozijo havia se tornado transtorno e sofrimento. Ana era
constantemente pressionada, e isso lhe feria a alma. Nada, nem mesmo o afeto de seu
marido, a animava. Não devemos negar ajudar a parentes, amigos e irmãos, pois isso é um
conselho bíblico (Ec 4.9,10). Entretanto, há momentos em que nem as pessoas que nós amam
conseguem nos ajudar. Neste momentos, chegou a hora de calar, de ficar sozinho (Ec 3.1,5,7;
Lm 3.28; Am 5.13; Pv 25.11). Aqueles que convivem com uma pessoa em depressão não

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devem ficar querendo “cutucar” até ver o porque da pessoa estar triste; Ser compreensível,
Sensível, faz parte do amor (Jó 1.13).

A sincera Oração de Ana (v.9-11): Após o jantar ao qual Ana não deve ter participado (a
tradução Revista e Corrigida traz “depois que comeram”, 3ª pessoa), Ana vai ao templo, e ali
ora demoradamente. Veja o estado de Ana: ela estava amargurada. Não notamos, durante a
narrativa bíblica Ana chorando na presença de Elcana, nem de Eli ou de Penina. Ela chora na
presença de DEUS, e abundantemente. Ana usa da sinceridade perante Deus, e sem ladainhas
ou repetições, ela conversa e desabafa na presença de Deus. Eis aqui a atitude correta de
nossas almas perante Deus! Sinceridade, transparência, um real coração quebrantado e
contrito. Jó escreveu em Jó 7.11: “Por isso não reprimirei a boca, falarei na angústia do meu
espírito, queixar-me-ie na amargura da minha alma.” Davi ora no Salmo 86 para que o Senhor
para que o Senhor o escute na angústia (Sl 86.1,6,7), e ele mesmo reconhece que somente
Deus é capaz de nos auxiliar (Sl 60.11), para que seja glorificado (Sl 50.15). No novo
testamento, somos exortados a orar de maneira sincera (1ª Pe 5.7, Fp 4.6). Demore-se na
presença de Deis, busque-o em sua angústia: “Sempre que nossos males nos oprimem e nos
torturam, retrocedamos nossa mente para o Filho de Deus que suportou o mesmo fardo.
Enquanto ele marcha diante de nós, não temos motivo algum de desespero. Ao mesmo
tempo, somos advertidos a não buscar nossa salvação em tempo de angústia, em nenhum
outro senão unicamente em Deus.” (João Calvino).

A incompreensão diante do sofrimento (v.12-14): Eli começou a notar Ana, que


demoradamente orava a Deus, porém Ana só movia os lábios, pois segundo a Bíblia, “só no
coração falava.” Quão preciosa é essa forma de linguagem na oração: o coração (Hb 10.22).
Mas Eli a teve por embriagada. Provavelmente Ana não tinha o hábito de orar com tanta
intensidade, e isso chamou a atenção de Eli. No entanto, o sacerdote a julgou
precipitadamente. Quão fácil nos é julgar! Nosso mestre nos ensina isso em Mateus 7.1-5. Na
epístola de Romanos, Paulo diz “acolhei ao que é débil na fé, não porém, para discutir
opiniões.” (Rm 14.1), assim como “Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo
nos acolheu para a glória de Deus.”. Julgamos alguém sofrendo querendo saber onde a pessoa
errou, mas há algo que mais ajudou que duros e vazios julgamentos: Amor. (Pv 10.12).
Sejamos tardios para julgar aqueles que entre nós sofrem, mas façamos como nos ensino
Deus, através de sua Palavra: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que
choram. (Rm 12.15)

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