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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA do

Curso de Nutrição das


Faculdades Integradas do CESCAGE

ELABORADO POR: MSC. MARGARETH CHRESTANI

PONTA GROSSA
2007
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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA do
Curso de Nutrição das
Faculdades Integradas do CESCAGE

APRESENTAÇÃO

O conteúdo deste trabalho destina-se ao uso de


professores, alunos e funcionários desta Instituição, adaptado para
os laboratórios multidisciplinares de Anatomia Humana; Microscopia
I; Química, Bioquímica e Bioquímica de Alimentos; Microbiologia e
Microbiologia de Alimentos e Parasitologia, e outras disciplinas que
venham a fazer uso dos nossos laboratórios.
O objetivo principal deste trabalho visa divulgar algumas das
normas técnicas e bons procedimentos em laboratório, visando a
segurança de funcionários, técnicos, professores e alunos.
O material sintetizado aqui é proveniente de pesquisa e coleta
de dados de alguns manuais e internet.
Cabe também citar a participação do técnico de segurança
no trabalho Ricardo Fogaça, que nos auxiliou na elaboração deste
material .
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BIOSSEGURANÇA

1. INTRODUÇÃO.

A Biossegurança constitui uma área de conhecimento


relativamente nova, regulada em vários países no mundo por um
conjunto de leis, procedimentos ou diretrizes específicas. No Brasil, a
legislação de Biossegurança foi criada em 1995 e, apesar da
grande incidência de doenças ocupacionais em profissionais de
saúde, engloba apenas a tecnologia de engenharia genética,
estabelecendo os requisitos para o manejo de organismos
geneticamente modificados. O Brasil está no grupo dos países que
possui o maior número de leis de biossegurança. São leis para
laboratórios, controle para emissão de ruídos, uso de eletricidade,
entre outras.
A segurança dos laboratório e dos métodos de trabalho
transcende aos aspectos éticos implícitos nas pesquisas com
manipulação genética. Medidas de biossegurança específicas
devem ser adotadas por laboratórios e aliados a um amplo plano
de educação baseado nas normas nacionais e internacionais
quanto ao transporte, conservação e manipulação de
microorganismos patogênicos e agentes químicos.
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Todas as atividades humanas apresentam riscos, e os


cuidados devem ser tomados para previní-los e evitá-los,
assegurando assim sua execução apropriada. A proteção da saúde
é antes de tudo uma obrigação moral que leva a estabelecer
requisitos legais, informação, responsabilidade e educação,
responsabilidade e educação. A segurança é um direito e uma
obrigação individual.
A biossegurança em laboratórios consegue-se através da
integração e interatuação dos técnicos em parceria com a
administração e direção dos laboratórios em todos os
procedimentos rotineiros, assegurando condições adequadas,
sistemas de garantia e qualidade na segurança do trabalho.
O laboratório é um ambiente extremamente hostil. Convivem
no mesmo espaço equipamentos, reagentes, soluções,
microorganismos, pessoas papéis, livros, amostras entre outros. Essa
combinação de agentes de riscos necessita de uma organização
para que não ocorram acidentes e para que os resultados
produzidos sejam confiáveis. Além disso, um ambiente laboratorial
organizado e disciplinado favorece a credibilidade da instituição e
de todos que lá trabalham..
Devemos lembrar que não existe a possibilidade de trabalhar
em ambiente sem risco, e que, as atividades estão propensas a
acidentes. Devemos então utilizar normas que permitam avaliar os
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prováveis riscos e determinar as condições de segurança


necessárias para cada tipo de trabalho, conforme os requisitos
técnicos dos procedimentos especializados, como:
o Manuseio e emprego de materiais de referência, amostras e
reativos analíticos;
o Controle do ambiente, limpeza e higiene dos locais;
o Recepção, criação, manutenção e eliminação dos animais de
experimentação;
o Inspeção e análise de controle com amostras especiais;
o Manejo e eliminação dos dejetos e limpezas de materiais;
o Procedimentos de prevenção de acidentes e medidas tomadas;
o Operações unitárias empregadas em cada laboratório.
Este trabalho é destinado aos profissionais que atuam em
diversos tipos de laboratório, com a finalidade de conscientizá-los
quanto as normas de biossegurança, requisito básico para garantir
a qualidade e segurança no local de trabalho.
A saúde um direito de todos, e para tê-la é necessário, entre
outras coisas trabalhar em condições dignas e saudáveis e aí
entram em cena os processos da qualidade, que devidamente
aplicados, podem contribuir muito para essa organização e
disciplina e conseqüentemente para a sua segurança no trabalho.
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1ª PARTE. SEGURANÇA PARA LABORATÓRIO BIOLÓGICO


1.1. PROCEDIMENTOS DE BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO.
Gerais:
1. Fontes de infecção no laboratório
2. Perigos existentes no laboratório: Biológicos, Químicos, Físicos,
Riscos de incêndio e Acidentes de origem elétrica.
3. Direitos e deveres dos trabalhadores na segurança do trabalho.
Precauções na Entrada:
1. Acesso ao laboratório.
2. Higiene pessoal.
3. Vestimentas de proteção
Condutas de experimentação:
1. Utilização de sistema de pipetagem mecânica e de outros meios
evitando a aspiração pela boca.
2. Redução ao mínimo na produção de aerossóis
3. Utilização correta das normas de segurança biológica.
4. Utilização correta das autoclaves e do material de esterilização.
Condutas em caso de emergência:
1. Primeiros Socorros.
2. Líquidos derramados.
3. Acidentes
Regras gerais no laboratório:
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1. Estocagem de material perigoso.


2. Transporte de material perigoso.
3. Manipulação dos animais de laboratório
5. Combate a artrópodes e roedores

Precauções:
1. Eliminação dos dejetos perigosos: esterilização, incineração.
2. Métodos de descontaminação.
3. Higiene pessoal.

2. BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO.


2.1. Regras Básicas:
1. Esteja consciente do que estiver fazendo;
2. Induzir a equipe de laboratório para respeitar as advertências de
rótulos e livros sobre perigos e riscos;
3. Nas áreas de serviço do laboratório somente será permitido a
entrada de pessoas devidamente alertadas sobre os eventuais
perigos e que preencham determinadas condições.
4. Durante o trabalho, as portas do laboratório permanecerão
fechadas, o acesso aos viveiros dos animais será permitido ás
pessoas autorizadas e crianças não terão acesso as áreas de
laboratório;
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5. Acesso ao laboratório é limitado ou restrito quando experimentos


estão em andamento;
6. As superfícies devem ser descontaminadas pelo menos uma vez
por dia e sempre após o respingo de qualquer material, sobretudo
material infeccioso. O laboratório deve ser mantido limpo e livre de
todo e qualquer material não relacionado ás atividades nele
executadas;
7. Sempre após a manipulação de material infeccioso e/ou antes
de deixar o laboratório, os técnicos devem lavar as mãos;
8. Todos os procedimentos devem ser conduzidos com o máximo
cuidado, visando evitar a formação de aerossóis;
9. Todo o material infeccioso, sólido ou líquido, deve ser
descontaminado antes da lavagem e do descarte. O material a ser
descontaminado fora da área de laboratório deverá ser colocado
em um recipiente à prova de vazamento e devidamente coberto,
antes do seu transporte;
10. É expressamente proibido pipetar com a boca, comer, beber,
fumar, fazer aplicações de cosméticos. Para fins de pipetagem,
devem ser utilizados dispositivos mecânicos auxiliadores tais como:
pêras de borracha, pipetadores automáticos, etc.
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11. É essencial o uso de roupas protetoras (avental ou jaleco) e de


luvas, durante a execução de atividades no interior do laboratório,
no sentido de prevenir a contaminação da pele e da idumentária .
12. As roupas protetoras devem ser usadas somente no interior do
laboratório, devendo ser retiradas quando deixar o ambiente. Ë
proibído o uso de tais roupas e de luvas nas áreas externas do
laboratório tais como corredoras, elevadores, salas de aula e outras
áreas;
13. Quando necessário, fazer uso de óculos ou outro tipo de
proteção facial (máscara)
14. Deve ser proibido o manuseio de maçanetas, telefones,
puxadores de armários ou outros objetos de uso comum, por
pessoas usando luvas durante a execução de atividades em que
agentes infecciosos ou material correlato estejam sendo
manipulados;
15. As portas do laboratório devem conter sinais indicativos do grau
de risco dos agentes manipulados;
16. Quando existirem janelas nas dependências do laboratório, elas
devem ser dotadas de telas de proteção contra insetos;
17. Deve ser procedido o controle de insetos e roedores nas
dependências do laboratório;
18. Não é permitido a presença de animais ou plantas que não
estejam relacionadas com as atividades práticas.
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2.2. Regras Especiais:


o O relato de todo e qualquer acidente deve ser feito
imediatamente, de modo a permitir que as medidas adequadas
sejam tomadas;
o Coletas periódicas de soro, constando de um programa
previamente determinado, devem ser realizadas envolvendo os
funcionários do laboratório com o propósito de monitorar possíveis
infecções de laboratório;
o Cuidado redobrado deve ser tomado com a manipulação de
agulhas e seringas, para prevenir qualquer tipo de auto inoculação
acidental. O recapeamento de agulhas não deve ser realizado em
momento algum;
o As bancadas do laboratório devem ser impermeáveis e
resistentes a ácidos, álcalis, solventes orgânicos e calor moderado.
O mobiliário deve ser firme e com espaços para facilitar a limpeza;
o Todas as atividades envolvendo material infeccioso devem ser
realizados em cabines de proteção biológica ou outros dispositivos
de contenção física de um módulo de contenção.

3. SEGURANÇA PARA O TRABALHO COM ANIMAIS DE LABORATÓRIO.


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Os animais de laboratório representam um risco para quem os


maneja, pois mesmo que não estejam experimentalmente
infectados, podem estar carreando agentes patogênicos, inclusive
zoonóticos.
Alguns odores oriundos das salas de animais são agressivos
para os seres humanos, podendo ser controlados por
procedimentos de limpeza e ventilação adequadas.
O mais comum e o mais sério dos contaminantes é o
amoníaco (NH3), que se forma pela ação das bactérias (ureases
positivas) sobre os excrementos.A concentração do amoníaco é
influenciada por muitos fatores como: ventilação, umidade relativa,
desenho das gaiolas, número e sexo dos animais, alimentação etc.
Nas salas de cirurgia e de inoculação de animais de
laboratórios é comum o uso de anestésicos voláteis, e entre eles, o
éter é o mais usado. Este composto, produzi sintomas como dor de
cabeça, cansaço e irritabilidade. Assim, o desempenho de
qualquer atividade com animais de laboratório necessita um
treinamento específico, no qual o técnico será informado sobre
todos os riscos a que está sujeito bem como as maneiras de se
proteger e evitá-los.
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3.1. Boas práticas em laboratório animal.


1.Lavar as mãos antes e após manipular qualquer animal reduzindo
o risco de disseminar doenças, bem como o de auto-infecção;
2. Não fumar, comer ou beber ou estocar comida nos quartos dos
animais;
3. Usar roupas de proteção dentro das instalações.
4. Para manipulação de material contaminado deve-se usar luvas
de borracha e protetor facial;
5. Utilizar os sinais de alerta, indicando perigo biológico, símbolo de
biossegurança universal;
6. Acesso restrito as pessoas autorizadas;
7. A necropsia de animais infectados com organismos altamente
contagiosos deve ser feita em gabinetes ventilados que ofereçam a
devida segurança, isto é, que permitam a filtragem do ar;
8. O material de necropsia a ser descartado deve ser lacrado em
sacos plásticos adequadamente identificado.
9. A mesa de trabalho deve ser desinfectada após o uso com
aplicação de desinfetantes;
10. Após o uso, as gaiolas devem ser desinfetadas;
11. A iluminação, ventilação e calefação devem ser adequadas;
12. Funcionários que trabalham na área devem ser avisado dos
perigos e serem instruídos nos procedimentos e nas boas práticas
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pelo supervisor, avisar imediatamente ao responsável qualquer


situação de risco;
13. Ter a mão equipamentos de socorro imediato;

4. REGRAS DE SEGURANÇA PARA A EQUIPE DE LIMPEZA.


1. Não trabalhar sem as roupas de proteção, usando-as de maneira
prescrita pelo supervisor;
2. Retirar as roupas de proteção para se dirigir a outra área e não
usá-las no refeitório;
3. Lavar as mãos com freqüência;
4. Não beber, fumar ou aplicar produtos cosméticos enquanto
estiver no laboratório;
5. Não espanar ou limpar nenhuma mesa de trabalho sem
autorização da equipe do laboratório;
6. Em caso de acidente de qualquer tipo ou quando derrubar,
quebrar qualquer material, informar imediatamente a equipe do
laboratório;
7. Depois de qualquer tipo de acidente, não arrumar nada sem
permissão. Seguir as instruções da equipe do laboratório;
8. Não esvaziar nenhum recipiente para lixo que se encontra no
laboratório, a não ser que haja um aviso escrito ou instrução.
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5. NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA.
O contato acidental com agentes biológicos tóxicos e
infecciosos é um risco ocupacional para pessoas que trabalham em
laboratório.
Existe quatro níveis de biossegurança, crescentes no maior
grua de contenção e complexidade do nível de proteção.
Nível 1 de Biossegurança (NB-1)
Possui baixo risco individual e coletivo. Microorganismos que
nunca foram descritos como agente causal de doenças para o
homem e que não constituem risco para o meio ambiente.
Nível 2 de Biossegurança (NB-2)
Mostra risco individual moderado e risco coletivo limitado.
Microorganismos que podem provocar doenças no homem, mas
que não consiste em sério risco a quem manipula em condições de
contenção, á comunidade, aos seres vivos e ao meio ambiente.
Nível 3 de Biossegurança (NB-3)
Tem risco individual elevado e risco coletivo baixo, podendo
causar enfermidades graves aos profissionais de laboratório. Pode
apresentar um risco se disseminando na comunidade, mas
usualmente existem medidas de tratamento e de prevenção.
Nível 4 de Biossegurança (NB-4)
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Agrupa os agentes que causam doenças graves para o


homem e representam em sério risco para os profissionais de
laboratório e para a coletividade. Possui agentes patogênicos

altamente infecciosos, com grande poder de transmissibilidade de


um indivíduo a outro, podendo causar a morte.
5.1 Critérios para os níveis de biossegurança em laboratório.
• Nível de Biossegurança 1
Regras das boas práticas Microbiológicas:
o Acesso ao laboratório limitado ou restrito;
o Não é permitido comer, beber, fumar, aplicar cosméticos nas
áreas de trabalho. Pessoas que usam lentes de contato devem usar
protetores faciais;
o Utilizar pipetagem mecânica;
o Luvas adequadas ao trabalho serão usadas em todas as
atividades que possam resultar em contato acidental direto com
sangue e materiais infecciosos;
o Todas as culturas e cepas, assim como amostras
contaminadas, devem ser desinfectadas antes de serem
descartadas;
o Utilizar aventais ou uniformes próprios. Não devem ser usados
fora da área de laboratório
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o As superfícies das bancadas devem ser desinfetadas todos os


dias no final de cada experimento
o Materiais que são descontaminados em outra área do
laboratório devem ser colocados em container fechado para
transporte;
o Programa conta insetos e roedores.
o Uso de luvas e protetor para os olhos são recomendados
o Nível de Biossegurança 2

o Além dos critérios do Nível de Biossegurança 1 recomenda-se:


o Pessoal do laboratório é treinado a manejar os agentes
patogênicos;
o Acesso limitado;
o Funcionários que estão imunodeprimidos correm o risco de
adquirir infecções. O diretor do laboratório tem responsabilidade de
definir cada circunstância e determinar que entra na área do
laboratório;
o Sinais indicativos de risco biológico devem ser afixados nas
portas, onde se manuseiam microorganismos pertencentes ao
grupo 2 de risco. O sinal pode ser identificado com o agente
infeccioso, o nome e o número do telefone do técnico responsável;
o O pessoal do laboratório deve receber imunizações
apropriadas dos agentes presentes. (ex. hepatiteB);
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o O responsável do laboratório precisa assegurar a instrução da


equipe em relação às medidas de segurança;
o Coletar amostras de sangue periodicamente dos funcionários
do laboratório;

o Manual de biossegurança específico para cada área de


trabalho;.
o Vidros quebrados e derrames contaminados não devem ser
manuseados diretamente com as mãos. Utilizar procedimentos
mecânicos;
o Acidentes que resultam na exposição de material infeccioso,
devem ser imediatamente comunicados ao serviço médico.
• Nível de Biossegurança 3
o Todos os critérios citados no nível 2 de biossegurança;
o Todos os procedimentos e manipulações dos materiais
infecciosos são conduzidos nas cabines de segurança biológica, ou
outra combinação apropriada de dispositivos de proteção pessoal
e contenção física devem ser utilizadas em qualquer operação;
o O laboratório deve ser isolado em relação á área de
circulação;
o Acesso controlado (troca de roupas, chuveiro e outros
dispositivos);
o Portas devem fechar automaticamente
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o As aberturas existentes nas superfícies (paredes, pisos e forros)


precisam ser lacradas, a fim de facilitar a desinfecção do
ambiente;
o Autoclave dupla porta;
o Janelas hermeticamente fechadas
o Sistema de ventilação: o ar proveniente do laboratório não
pode ser recirculado para outras áreas
o O laboratório deve ter um sistema de ar independente ou
ventilação unidirecional onde o fluxo de ar penetra no laboratório
pela área de entrada
• Nível de Biossegurança 4
o Os mesmos critérios do nível 3 de Biossegurança;
o Nenhum material deverá ser removido do laboratório a menos
que tenha sido autoclavado ou descontaminado, exceção feita
aos materiais biológicos que necessariamente tenham que ser
retirados na forma segura;
o Equipamentos ou materiais que não resistam a temperaturas
elevadas devem ser descontaminados utilizando-se métodos
apropriados;
o Somente pessoas que trabalham no laboratório devem ter
permissão para entrar
o As pessoas autorizadas devem cumprir com rigor as instruções
de procedimentos para a entrada e saída do laboratório
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5. DESINFECÇÃO.
Ë um processo físico ou químico que destrói microorganismos
presentes em objetos inanimados mas não necessariamente os
esporos bacterianos.
A desinfecção química é obtida através da utilização de
germicidas ou desinfetantes, que são agentes químicos capazes de
destruir bactérias, fungos e vírus.
5.1. Desinfetantes químicos.
Não existe um desinfetante que atenda a todas as situações e
necessidades encontradas, sendo preciso conhecer as
características de cada um para ter subsídios suficientes que
permitam a escolha correta do produto
5.1.2. Tipos químicos.
A) ALCOÓIS: os mais empregados em desinfecção são o etanol e
o iso-propano. Apresentam atividade rápida sobre bactérias e não
possuem atividade sobre esporos bacterianos e vírus hidrofílicos. É
empregado para desinfecção e descontaminação de superfícies e
bancadas, fluxos laminares, equipamentos e para anti-sepsia das
mãos. A concentração ideal está entre 60 a 90% em volume.
B) FORMALDEÍDO: apresenta atividade para bactérias gram-
positivas e gram-negativas, incluindo as micobactérias, fungos, vírus
lipofílicos, hidrofílicos e esporos bacterianos. É usado principalmente
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para descontaminção através de fumigação de ambientes


fechados. Em função da sua toxidade e caráter irritante não é
recomendado para desinfecção rotineira de superfícies,
equipamentos e vidraria.
C) COMPOSTOS LIBERADORES DE CLORO ATIVO: o mais utilizado
é o hipoclorito de sódio. Ë muito ativo para bactérias na forma
vegetativa, gram-positivas e negativas, micobactérias, esporos
bacterianos, fungos, vírus lipofílicos e hidrofílicos. Reagem
rapidamente com a matéria orgânica, incluindo sangue, fezes e
tecidos. São apropriados para desinfecção geral de objetos e
superfícies inanimadas, inclusive as contaminadas por sangue e
outros materiais orgânicos e para recipientes de descarte de
materiais.

6. ESTERILIZAÇÃO.
A esterilidade significa a ausência de todas as formas de vida
microbiana, isto é, de esporos, bactérias, fungos e vírus.

6.1. Autoclavação.
O vapor sob pressão é o que mais segurança oferece dentre
os processos normalmente utilizados. Em temperaturas entre 121ºC e
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132ºC o vapor sob pressão destrói as formas de vida atualmente


conhecidas.
6.2. Calor seco.
Realizada á temperatura de 140º a 180ºC, em estufas elétricas.
Os artigos nela colocados são aquecidos por irradiação do calor.
Sendo o calor seco menos penetrante do que o úmido, o processo
requer temperaturas mais elevadas e tempo de exposição mais
prolongadas.. Este processo é utilizado para esterilizar vidrarias,
instrumentos de corte.
6.3 Incineração.
É um método útil para eliminação de material infeccioso . A
incineração deve ser acompanhada e aprovada por autoridades
competentes em saúde pública e ambiente.

7. DESCARTE DE LIXO
7.1 Eliminação de resíduos.
7.1.2 Resíduos Sólidos de Risco Biológico.
Fortemente contaminados: cultura de células infectadas, tubo
de centrifugação, pipetas, luvas, agulhas, bisturis, etc.
Potencialmente contaminados: guardanapos de papel, vestes
descartáveis ou tecidos, máscaras gorros, etc., animais, filtros do
sistema de filtragem de ar.
7.1.3 Resíduos Líquidos.
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Sangue e produtos sangüíneo, água de lavatórios, de pias de


duchas, de autoclaves de lavagens e limpeza de chão, etc.
7.1.4 Esterilização de resíduos.
7.1.4.1 Resíduos sólidos.
Se identificados como fortemente contaminados, podem ser
esterilizados através: autoclaves, microclaves, esterilização química.
7.1.4.2 Resíduos líquidos.
Podem ser autoclavados ou podem sofrer desinfecção
química e serem lançados no esgoto, se houver tratamento em
nível secundário
7.1.5 Resíduos especiais.
7.1.5.1 . Resíduos químicos: o responsável pelo manuseio e
descarte dos resíduos deve ter

conhecimento do assunto e estar bem informado sobre os materiais


utilizados no laboratório.
7.1.5.2 Resíduos Biológicos.
Os resíduos de risco biológico ou infectantes, quando
considerados separadamente , devem ser acondicionados em
sacos plásticos que os diferenciam dos resíduos comuns. A norma
NBR 9190 da ABNT recomenda: sacos brancos leitosos para os
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infectantes, com símbolo de “Risco Biológico”, e escuros para os


comuns.

2ª PARTE. SEGURANÇA PARA LABORATÓRIO QUÍMICO.


Segurança é a preocupação primária no laboratório químico.
Substâncias químicas, particularmente orgânicas, são todas
potencialmente muito perigosas. Ë importante saber manusear as
substâncias químicas e a aparelhagem que se está utilizando. Além
disso deve saber proceder se um acidente acontecer. Seguir
corretamente os procedimentos de segurança é condição
essencial para a segurança de todos.

1. PROTEÇÃO PESSOAL.
1.1. Uso de óculos de proteção a toda hora no laboratório. Os
óculos de proteção dever ser usado em cima dos óculos de
prescrição.
1.2. Não usar sandálias ou outros sapatos abertos.
1.3. Usar Jaleco. Guardar casacos, pastas e bolsas, nas áreas
indicadas, não na bancada onde eles podem ser danificados pelas
substâncias químicas ou podem interferir em atividades na
bancada.
1.4. Não comer, fumar ou beber no laboratório.
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1.5. Trate todas as substancias químicas como tóxicas. Não respire os


vapores. Não os prove, não os cheire e não os toque.
1.6. Deve ser usado quando da manipulação de substâncias
químicas com alto teor de evaporação, máscaras e a necessidade
também de algumas substâncias serem manipuladas em capela.
1.7. As luvas devem ser usadas quando da manipulação de alguns
produtos químicos (produtos com absorção através da pele).

2. REGRAS PARA PRÁTICAS DE LABORATÓRIO.


o Manter hábitos de higiene.
o Procure trabalhar em local bem ventilado, porém sem
corrente de ar.
o Verifique se o local de trabalho está bem iluminado, limpo e
livre de obstáculos ao redor dos equipamentos.
o Antes de iniciar as tarefas diárias, certifique-se de que haja
água nas torneiras.
o Sempre usar material adequado, nunca fazer improvisações.
o Coloque em ordem os materiais e os reagentes necessários,
antes de iniciar a manipulação, para verificar se não está faltando
nada.
o Após o uso de produtos químicos recoloque-os no devido
lugar.
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o Ao derramar qualquer substância, providencie a limpeza


imediatamente, utilizando material próprio para tal.
o Não jogue nenhum material sólido, produto químico ou
biológico, dentro da pia ou rede de esgoto comum.
o Não trabalhe com substâncias químicas sem identificação,
ou seja sem rótulo.
o Ao aquecer qualquer substância em tubo de ensaio, segure-
o com pinça voltando a extremidade aberta do tubo, para o local
onde não haja pessoa.
o Ao aquecer líquidos coloque sempre pérolas de vidro.
o No local de trabalho e durante a execução de uma tarefa,
fale apenas o extritamente necessário.
o Nunca apanhe cacos de vidros com as mãos ou pano. Use
escova ou vassoura.
o Evite respirar fumaça ou vapores de produtos. Estes vapores
são potencialmente perigosos.
o É proibido usar qualquer recipiente de trabalho, como
Becker, para beber água, refrigerante etc.
o É proibido comer, fumar, beber, armazenar alimentos, fazer
aplicação de cosméticos
o É proibido fazer pipetagem diretamente com a boca. É
necessário usar equipamentos como peras de borracha e
pipetadores automáticos.
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o Leia com atenção os rótulos dos frascos e dos reagentes.


o Evitar contato dos produtos com pele olhos e mucosas.
o Mantenha seu rosto sempre afastado do recipiente onde
esteja ocorrendo uma reação química ou combustão.

o Conserve os frascos de produtos químicos e reagentes


devidamente fechados e não coloque as tampas de qualquer
maneira sobre as bancadas. Ela deve ser colocada com o encaixe
para cima.
o Nunca cheire diretamente e nem prove qualquer substância
utilizada ou produzida durante as manipulações.
o Não misture substâncias químicas ao acaso.
o É proibido misturar substâncias químicas fora da capela, sem
ter conhecimento que tipo de reação ocorre.
o Nunca armazenar produtos químicos em lugares impróprios.
Verificar grau de ventilação, temperatura, exposição ao sol etc.
o É proibido adicionar água diretamente sobre os ácidos.
o Amostras quentes, devem ser depositadas em dessecador
até que esfriem.
o Não usar vidrarias trincadas ou quebradas.

3. DESCARTE DE MATERIAIS.
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O descarte de materiais é uma parte muito preocupante num


processo de análise química. As pessoas encarregadas da limpeza
de laboratórios, devem receber instruções rigorosas quanto à
algumas normas de segurança, uso de luvas e botas e cuidados no
manuseio de certos tipos de lixo.
3.2. Tipos de materiais/ Descarte.
A) PAPÉIS E SÓLIDOS INERTES:
Papéis e sólidos inertes podem ser descartados como lixo
comum, sem maiores preocupações. Soluções salinas, de natureza
não tóxica, podem ser despejadas na pia.
B) PAPEL CONTAMINADO QUIMICAMENTE E REAGENTES SÓLIDOS:
O papel de filtro contaminado quimicamente pode sofrer uma
lavagem estando ainda dentro do próprio funil, e depois ser
descartado com o lixo comum.
C) VIDROS QUEBRADOS E RECIPIENTES EM GERAL:
Recipientes vazios de vidro devem sofrer uma lavagem antes do
descarte. Tanto esses recipientes como o material de vidro
quebrado, não podem em hipótese alguma, ser descartados em
sacos destinados ao lixo comum, pois os cacos de vidro podem ferir
as pessoas encarregadas da coleta;
Esse tipo de material deve ser colocado em caixa de papelão,
destinadas especificamente para esse fim;
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Material trincado deve ser quebrado em cacos antes de


desprezados e não devem ser reaproveitados.
D) FRASCOS DE REAGENTES:
Uma vez consumido o seu conteúdo, os frascos devem ser
armazenados no próprio laboratório em local seguro.
Posteriormente serão enviados para tratamento adequado. Caso
possam ser reutilizados, devem passar por rigorosos processos de
lavagem.
D) MEDICAMENTOS:
Os medicamentos apresentam-se sob formas farmacêuticas
diversas: sólidas, semi-sólidas, pastosas, líquidas, constituindo as
soluções injetáveis de pequeno e grande volume, xaropes, pós,
comprimidos, cápsulas, drágeas, pomadas e outros.
Inutilizá-los totalmente da seguinte forma: retirá-lo da
embalagem original e descartá-los adequadamente.
o FORMAS LÍQUIDAS E SEMI-SÓLIDAS SOLÚVEIS:
As formas líquidas e as semi-sólidas Solúveis devem ser
descartadas na pia sob água corrente. As formas sólidas, tais como
comprimidos e drágeas devem ser totalmente destruídas por
trituração, antes de jogá-las no lixo. As cápsulas devem ser abertas
e retirado todo conteúdo e então descartado no lixo.
E) REJEITOS ORGÂNICOS:
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Os rejeitos orgânicos são substâncias químicas orgânicas,


utilizados nos processos analíticos no Laboratório, os quais podem
ser inflamáveis, corrosivos, tóxicos, explosivos, irritantes,
carcinógenos, teratogênicos, etc, e que em razão de sua natureza
e propriedades, podem causar danos ás pessoas, instalações e
meio ambiente se não forem adequadamente conservadas,
embaladas e manuseadas.
Os rejeitos orgânicos, sem possibilidade de descarte imediato,
devem ser armazenados em condições adequadas específicas.
o REJEITOS ORGÂNICOS E SUAS SOLUÇÕES AQUOSAS TÓXICAS.
Coletar em frascos resistentes com tampa rosqueada e
etiquetados.
o REJEITOS ORGÂNICOS ÁCIDOS E SUAS SOLUÇÕES AQUOSAS.
Diluir em água. Neutralizar com bases diluídas. Descartar na pia
com água corrente.
o REJEITOS ORGÂNICOS BÁSICOS E SUA SOLUÇÕES AQUOSAS.

Diluir em água. Neutralizar com ácidos diluídos. Descartar na pia


com água corrente.
o REJEITOS ORGÂNICOS NEUTROS E SUAS SOLUÇÕES
AQUOSAS.
Diluir em água. Descartar na pia com água corrente.
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o REJEITOS ORGÂNICOS SÓLIDOS INSOLÚVEIS EM ÁGUA.


Com risco de contaminação ao meio ambiente: armazenar em
frasco resistente com tampa rosqueada e etiquetado;
Sem risco de contaminação ao meio ambiente; coletar em sacos
plásticos e descartar em Blixo comum.
o REJEITOS DE SOLVENTES ORGÂNICOS.
Solventes halogenados puros ou em mistura: armazenar em frascos
resistentes com tampa rosqueada etiquetados;
Solventes não halogenados puros ou em mistura: coletar em frascos
resistentes com tampas rosqueadas e etiquetados;
Solventes isentos de toxidade, puros ou em solução aquosa
utilizados em grande volume: coletar em frascos separados,
resistente com tampas rosqueadas e etiquetar;
Solventes que formam peróxidos e suas misturas: coletar em frascos
com tampas rosqueadas, adicionar substância que impeça a
formação de peróxido, etiquetar.
F) REJEITOS INORGÂNICOS.
Rejeitos inorgânicos são substâncias químicas inorgânicas,
utilizados nos processos analíticos, as quais podem ser inflamáveis,
corrosivas, tóxicas, explosivas, reagentes, genotóxicas ou
mutagênicas, que em razão de sua natureza ou propriedades
podem causar danos ás pessoas, ás instalações e ao meio
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ambiente, se não forem adequadamente conservadas, embaladas


e manuseadas.
Os rejeitos inorgânicos, sem possibilidade de descarte
imediato, devem ser armazenados em condições adequadas
específicas.
o REJEITOS INORGÂNICOS TÓXICOS E SUAS SOLUÇÕES
AQUOSAS.
Os sais inorgânicos de metais tóxicos e suas soluções aquosas,
deverão ser previamente diluídos a níveis de concentração que
permita o descarte direto na pia com água corrente..
o REJEITOS INORGÂNICOS ÁCIDOS E SUAS SOLUÇÕES
AQUOSAS.
Diluir com água, neutralizar com bases diluídas. Descartar na pia
com água corrente.
o REjEITOS INORGÂNICOS BÁSICOS E SUAS SOLUÇÕES
AQUOSAS.
Diluir com água, neutralizar com ácidos diluídos. Descartar na pia
com água corrente.
o REGEITOS INORGÂNICOS NEUTROS E SUAS SOLUÇÕES
AQUOSAS.
Diluir com água. Descartar na pia com água corrente.
o REGEITOS INORGÂNICOS INSOLÚVEIS EM ÁGUA.
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Com risco de contaminação ao meio ambiente: armazenar em


frascos resistentes, com tampa rosqueada e etiquetada;
Sem risco de contaminação ao meio ambiente: coletar em saco
plástico e descartar no lixo comum.
4. LAVAGEM DE MATERIAIS.
4.1 Lavagem de vidrarias.
Ao término de um trabalho, todas as peças e recipientes
devem passar por um processo rigoroso de lavagem. O profissIonal,
que tiver realizado um trabalho, deve pré-lavar o material antes de
entregá-lo á pessoa responsável pela limpeza final. Isso evita que
essa pessoa se acidente pelo desconhecimento da natureza dos
resíduos contidos nos frascos ou pela mistura com outros reagentes
incompatíveis.
Cada laboratório deve usar um processo de lavagem que lhe
seja conveniente; em geral, após a pré-lavagem , o material é
imerso por algum tempo em solução de detergente esfregado e
enxaguado diversas vezes com água corrente e mais algumas
vezes com água destilada.
O funcionário encarregado da lavagem deve usar luvas de
borracha ou plástico com superfície antiderrapante, para proteger
as mãos de arestas cortantes e para evitar a ocorrência de
irritações na pele pelo contato constante com produtos químicos
em geral e com os agentes de limpeza.
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Deve-se colocar uma placa de borracha (com abertura no


centro) no fundo da pia, para atenuar o choque das peças de
vidro;
Pipetas podem ser colocadas em uma proveta d 1000 ml,
apoiadas sobre uma esponja de espuma de náilon, colocada no
fundo da proveta para amortecer o impacto. Sua retirada pode ser
feita com uma pinça cuja ponta seja revestida com fita veda-rosca.
4.2 Secagem de materiais.
4.2.1 Secagem de vidrarias.

As vidrarias não poderão ser colocadas, em estufas, com


temperaturas superiores a 65ºC. As altas temperaturas diminuem a
resistência do vidro, podendo provocar rachaduras ou mesmo
podendo quebrar quando estão sendo utilizados.
4.2.3 Secagem de outros materiais.
Rolhas e outros materiais, que normalmente são
complementos para equipamentos de vidro, devem ser secos ao ar
livre, para evitar o ressecamento, não formar fissuras, podendo
assim serem utilizados com segurança.

5. PROCEDIMENTOS CORRETOS EM CASOS DE ACIDENTES.


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No caso de cortes ou perfurações , recomenda-se os seguintes


procedimentos:
o Apertar fortemente um pouco acima do ferimento
pressionando para fazer sangras;
o Lavar imediatamente com muita água e sabão líquido
neutro;
o Aplicar anti-séptico, como por exemplo, álcool iodado,
cobrir com gase estéril e procurar imediatamente, atendimento
médico.
o Se o acidente for material perfurocortantes que está em
contato com alguma substância química perigosa pode ocorrer
também queimadura e mesmo intoxicação grave ou até
envenenamento. Nesse caso além dos procedimentos já descritos,
ligue imediatamente, para o centro de informações toxicológicas
mais próximo, informe o nome da substância química envolvida no
acidente e siga as orientações.
o Em caso de queimaduras com substâncias químicas não
utilize ácidos para neutralizar bases e nem bases para neutralizar
ácidos.
5.1 Procedimentos em caso de quebras de vidrarias.
Se houver cortes é necessário cuidar primeiro do ferimento
seguindo os procedimentos recomendados anteriormente. Depois é
preciso providenciar a remoção dos cacos, observando os
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cuidados de descontaminação se o vidro estiver contaminado ou


outros procedimentos se o acidente tiver envolvido substâncias
químicas.
Se os cacos estiverem sobre a bancada ou a pia, utilize uma
pinça para retira-los; se estiverem no chão, recolha os cacos com
um esfregão umedecido em desinfetante e uma pá.
Nunca pegue os cacos com as mãos e nem permita que
outras pessoas o façam.
Coloque os cacos em um recipiente de paredes rígidas com
tampa e identificação, ou para descontaminação e descarte
como lixo biológico, se estiver contaminado. Se os cacos tiverem
entrado em contato com substância química, descarte-os como
lixo químico.

5.2 Procedimentos em caso de acidentes com substâncias químicas


ou biológicas.
No caso de projeção de substâncias químicas ou biológicas
sobre a mucosa ocular deve-se observar os seguintes
procedimentos:
o Não friccionar os olhos e lavá-los imediatamente. Ë
preciso lavar com muita água por 10 minutos ou mais até que a
substância seja totalmente removida. Se o acidentado estiver
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usando lentes de contato, elas só devem ser retiradas após a


lavagem ;
o Procurar atendimento médico oftalmológico com o
nome do produto químico ou do tipo do material biológico
envolvido no acidente para a correta avaliação e conduta
específica. No caso de substâncias químicas, e recomendável o
contato com o Centro de Informações toxicológicas mais próximo.
No caso de projeção de substâncias químicas ou
biológicas sobre o corpo deve-se observar os seguintes
procedimentos:
o Entrar imediatamente debaixo do chuveiro de
emergência e deixar a água cair sobre todo o corpo por, no
mínimo 15 minutos, até que a substância seja totalmente removida;
o Continuar debaixo do chuveiro e afastar as roupas para
lavar com água e sabão neutro á parte da pele afetada. Após a
lavagem, se houve queimadura no local, seque com gaze e utilize
pomada para queimadura;
o Procurar atendimento médico com o nome do produto
envolvido ou o tipo de material biológico envolvido no acidente
para a correta avaliação e conduta específica. No caso de
substâncias químicas, é recomendável o contato com o Cetro de
Informações toxicológicas próximo;
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o No caso de acidente com material biológico, deve-se no


prazo de 24 horas, coletar amostras de sangue para realização de
testes sorológicos de todos os tpios;
o Use equipamentos de proteção individual e observe
seempre os cuidados de biossegurança. A conseqüência de
exposição desnecessária a riscos podem não ser percebidas
imediatamente e se manifestar muito tempo depois.

OBS: PLANEJAR EXECUTAR AVALIAR CORRIGIR


EDUCAÇÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, Paulo R. Boas práticas Químicas em Biossegurança. Rio de


Janeiro: Editora Interciência, 1998.
CRIST, N. R. Manual de Biossegurança para laboratório. 2ª ed. São
Paulo: Livraria Santos Editora, 1995.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Biossegurança em Laboratórios
Biomédicos e de Microbiologia. 2001
LACEN , LABORATÓRIO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ. Manual de
Biossegurança e Segurança Química em Laboratório de Saúde
Pública. Curitiba 2000.

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