Professional Documents
Culture Documents
Meningite
Olívia Maria Veloso Costa Coutinho
Médica Infectologista
Conceito
• Doença meningocócica
• Meningite tuberculosa
• Meningite por Haemophilus influenzae tipo
b
• Meningite por pneumococos
• Meningites virais
Etiologia
Meningites
• Três grandes grupos, de acordo com o
aspecto:
liquor claro,
turvo,
opalescente
Meningites de liquor claro
• Exsudato pouco intenso, com predomínio de
células mononucleares (linfócitos e monócitos)
Vírus
Fungos
Protozoários
Helmintos
Meningites irritativas: injeções de contrastes
radiológicos, quimioterápicos, antineoplásicos e pós-
vacinal.
Leucemias e neoplasias
Meningites bacterianas tratadas de maneira incorreta
Meningites com liquor turvo
• Exsudato purulento, com grande quantidade de
células polimorfonucleares
Meningococo
Pneumococo
Hemófilo
Enterobacterias
Pseudomonas
Estafilococos
Outras bactérias
Amebas de vida livre (protozoários: Naegleria fowleri,
Acanthamoeba spp. e Balamuthia mandrillaris)
Meningites com liquor
opalescente
• Síndrome infecciosa
• Síndrome de irritação meníngea
(ou síndrome radicular)
• Síndrome de hipertensão
intracraniana (HIC)
• Síndrome encefálica
Sinais e Sintomas
Mal-estar Anorexia
Febre baixa Cefaléia
Nucalgia Vômitos
HISTÓRIA Mialgias Odinofagia
Exantema Diarréia
Calafrios Lombalgia
Fotofobia Letargia/Coma
Sinais meningorradiculares Sinais meningorradiculares leves
francos Hiperreflexia profunda
(rigidez nucal, sinais de Kernig, Hipertonia
EXAME Brudzinski e Lasègue) Déficits neurológicos focais
FÍSICO Sonolência leve Anormalidades no padrão respiratório
Hiperreflexia profunda Anormalidades pupilares
Abaulamento de fontanelas Ataxia
(crianças) Oftalmoplegia
Papiledema
Exames diagnósticos
• Os principais exames para o esclarecimento
diagnóstico de casos suspeitos de meningite
são:
Hemograma;
exame quimiocitológico do líquor;
bacterioscopia direta (líquor ou soro);
cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes);
contra-imuneletroforese cruzada (CIE) (líquor ou
soro);
aglutinação pelo látex (líquor ou soro).
Normal Linfomonocitária Bacterianas
“água de
Aspecto Límpido Purulento
rocha”
Normal ou pouco
Glicose 2/3 da glicemia Muito diminuída
diminuída
• Febre
• Cefaléia
• Vômitos
• Sinais de irritação meníngea
• Outros
• Diplococos G+ lanceolados
• Cocos G+ em cadeias curtas
• Cocos G+ em cachos
Coloração pelo Gram • Diplococos G- intracelulares
• Bastonetes G-
• Bastonetes G+
Contraimunoeletroforese
Pesquisa de antígenos bacterianos
• Haemophilus influenzae Aglutinação em látex
• Streptococcus pneumoniae
• Neisseria meningitidis tipo A
• Neisseria meningitidis tipo B
• Neisseria meningitidis tipo C
• Escherichia coli
• Stretococcus do grupo B
Coleta:
Coleta: • 2 a 3 ml
• Evitar inibidores
(detergentes, xilocaína, heparina, etc.)
Meningites por micobactérias ou fungos
Micobactérias Fungos
Cultura
Cultura
Pesquisa
Pesquisa dede fungos:
fungos:
•• PCR
PCR
• exame a fresco •• Pesquisa
Pesquisa de
de BAAR
BAAR
Pesquisa
Pesquisa monoclonal
monoclonal
•• Cultura
Cultura para
para micobactérias
micobactérias
• Giemsa ou Wright
PCR
PCR
• Nigrosina
• calcoflúor
• Gram
Importante!
• Corticosteróides (dexametasona)
crianças até 30 kg – 1mg/kg/dia
adulto – dose inicial de 10 mg, seguido de 4 mg de 6/6horas
endovenosa
• Furosemida
20 a 40 mg EV de 6/6horas, EV (1mg/kg/dose)
• Manitol 20%
0,5 a 1 g/kg (2,5 a 5 ml/kg) EV em 5 a 10 minutos, de 4/4 a
6/6horas
• Restrição hídrica e controle de eletrólitos durante 48 horas
Complicações
Supurativas Neurológicas
• Coleção subdural • Arterites de vasos cranianos
• Empiema subdural • Flebites e tromboflebites
• Abscessos cerebrais • Herniações encefálicas
• Trombose séptica de • Comprometimento de
seios venosos nervos cranianos
• Ventriculite • Lesão do oitavo par pode
causar surdez permanente
em 20% dos casos
• Síndrome inadequada de
ADH
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento
Critérios de seleção e uso de
antimicrobianos
• Ativo contra o microrganismo (microrganismo
sensível)
• Concentração liquórica ativa (passar barreira
hemoliquórica)
• Atividade bactericida no liquor (>10x MIB)
• Mínima ação irritante química no sistema nervoso
• Menores efeitos adversos tóxicos ou idiossincrásicos
• Administração I.V.
• Início imediato da terapia após o diagnóstico
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Gram-negativos Meningococo, adultos: Pneumococo
(E. coli, Pneumococo, Meningococo, Hemófilos,
Salmonella) Hemófilo Listéria
Streptococcus Pneumococo
agalactiae
Listeria
monocytogenes
Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Doença Meningococócica
Letalidade no Brasil = 19% (SVS-MS)
Resistência à Penicilina
Espanha – 71%. Latorre C et al. Acta Paediatr 2000;89:661
Austrália – 71%.
Letalidade Brasil
2000 = 31%
2001 = 29%
2002 = 27%
2003 = 29%
2004 = 29%
MS – CVE - 2005
Instituto Adolfo Lutz
% Resistência à Cefotaxima: período 2000-2003
Isolados de Meningites
IAL
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Adultos até 60 anos e
crianças acima de 4 anos de idade
Ceftriaxona IV
100 mg/kg/dia (4 g/dia), fracionada de 12/12 h
(24 h)
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Gram-negativos adultos: Pneumococo,
Meningococo
(E. coli, Meningococo, Hemófilos,
Salmonella) Pneumococo Pneumococo Listéria
Streptococcus Hemófilo
agalactiae
Listeria
monocytogenes
Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Meningite por Hemófilos
Letalidade 3% a 5%
Resistência Haemophilus influenzae no Brasil
Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Meningococo, adultos: Pneumococo
Gram-negativos
Pneumococo, Meningococo, Hemófilos,
(E. coli, Pneumococo
Hemófilo Listéria
Salmonella)
Streptococcus
agalactiae
Listeria
monocytogenes
Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Neonatos e crianças até 3 meses
Cefotaxima
150mg/kg/dia, fracionada de 8/8 h
+
Ampicilina
400mg/kg/dia (12 g/dia), fracionada de 4/4 ou 6/6 h
(+ Aminoglicosídeo, em caso de sepse por enterobactéria)
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Gram-negativos Meningococo, adultos: Pneumococo
(E. coli, Pneumococo, Meningococo,
Salmonella) Hemófilos,
Hemófilo Pneumococo
Streptococcus Listéria
agalactiae
Listeria
monocytogenes
Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Adultos acima de 60 anos
Ceftriaxona IV
100 mg/kg/dia (4 g/dia), fracionada de 12/12 h
+
Ampicilina IV
400 mg/kg/dia (12 g/dia), fracionada de 4/4 ou 6/6 h
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Situações especiais
• Drenagem liquórica
Vancomicina + cefepima (ou meropeném)
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Duração da terapêutica
Meningococo: 5 – 7 dias
Pneumococo: 10 – 14 dias
Hemófilos: 10 – 14 dias
Listéria: 14 – 21 dias
Estreptococo grupo B: 14 – 21 dias
Enterobactérias: 21 dias
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia adjuvante
Corticóide
Indicação: ME por hemófilos e pneumococo
(possível valor em outras etiologias)
Controle da glicemia:
Evitar hipoglicemia e hiperglicemia
Manitol a 20%:
Em caso de hipertensão intracraniana grave.
0,3 a 0,5 ml/kg, IV, a cada 4 horas.
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia adjuvante
Rifampicina
• 600 mg 12/12 h (20 mg/kg/dia)
2 dias ME meningocócica
4 dias, ME hemófilo
Ciprofloxacina
• 500 mg, VO, dose única
Ceftriaxona
• 250 mg ou 500 mg, IM, dose única
Imunização
• Vacina contra Streptococcus pneumoniae
Esta vacina esta disponível nos Centros de Referencia para
Imunobiológicos Especiais (Crie) em duas apresentações, sendo
indicada nas seguintes situações:
• Vacina 23 Valente:
Adultos a partir de 60 anos de idade, quando hospitalizados,
institucionalizados ou acamados;
Crianças com dois anos e mais, adolescentes e adultos com
imunodeficiência adquirida ou congênita, síndrome nefrótica,
disfunção anatômica e funcional do baço, doença pulmonar ou
cardiovascular crônica e grave, insuficiência renal crônica,
diabetes mellitus insulino-dependente, cirrose hepática, fistula
liquórica e transplantados de medula óssea de qualquer idade.
Imunização
• Vacina 7 Valente:
A partir dos dois meses de idade ate 23 meses: menores de
dois anos de idade imunocompetentes, com doença pulmonar
ou cardiovascular crônicas graves, insuficiência renal crônica,
síndrome nefrótica, diabetes mellitus, cirrose hepática, fistula
liquórica, asplenia congênita ou adquirida, hemoglobinopatias,
imunodeficiência congênita ou adquirida, crianças HIV positivo
assintomáticas e com aids.
• Observação: a vacina deve ser administrada 15 dias
antes de esplenectomia eletiva e quimioterapia
imunossupressora.
Imunização
• Vacina conjugada contra meningococo C
Vacinas de polissacáride capsular do meningococo C
conjugadas com proteínas, como a CRM 197.
Excelente em todas as idades , incluindo lactentes a
partir de 2 meses de idade.
Induzem imunidade T dependente e estimulam
memória imunológica.
Imunização
• Vacina polissacarídica contra meningo A e C
Conjunto de vacinas de polissacáride da cápsula do
meningococo.
Apresentações para meningococo A, C, Y e W 135
Só são imunogênicas a partir de dois anos de idade,
por induzir imunidade T independente e não estimular
memória imunológica em menores de 2 anos (exceção
com vacina polissacarídica sorogrupo A). Conferem
proteção de aproximadamente 90% para os
sorogrupos A, C, Y e W135, por período curto ( 3 a 5
anos).
Imunização
1) Vacina Conjugada quadrivalente (A, C, Y, W-135):
- 11-12 anos
- alunos que vivem em alojamentos conjuntos
- imunodeprimidos
omvcosta@hotmail.com
omvcosta@bol.com.br