You are on page 1of 72

Curso de Educação Médica Continuada – CRMTO

Módulo Doenças Infecciosas

Meningite
Olívia Maria Veloso Costa Coutinho
Médica Infectologista
Conceito

• É uma inflamação das meninges que


envolvem o encéfalo (cérebro, bulbo,
cerebelo) e a medula espinhal.

• Em geral, caracteriza-se por febre alta,


cefaléia e rigidez de nuca.
Meningites mais “importantes”, do ponto
de vista da Saúde Pública

• Doença meningocócica
• Meningite tuberculosa
• Meningite por Haemophilus influenzae tipo
b
• Meningite por pneumococos
• Meningites virais
Etiologia
Meningites
• Três grandes grupos, de acordo com o
aspecto:
 liquor claro,
 turvo,
 opalescente
Meningites de liquor claro
• Exsudato pouco intenso, com predomínio de
células mononucleares (linfócitos e monócitos)
 Vírus
 Fungos
 Protozoários
 Helmintos
 Meningites irritativas: injeções de contrastes
radiológicos, quimioterápicos, antineoplásicos e pós-
vacinal.
 Leucemias e neoplasias
 Meningites bacterianas tratadas de maneira incorreta
Meningites com liquor turvo
• Exsudato purulento, com grande quantidade de
células polimorfonucleares
 Meningococo
 Pneumococo
 Hemófilo
 Enterobacterias
 Pseudomonas
 Estafilococos
 Outras bactérias
 Amebas de vida livre (protozoários: Naegleria fowleri,
Acanthamoeba spp. e Balamuthia mandrillaris)
Meningites com liquor
opalescente

• Grupo de difícil interpretação, com vasta


etiologia, muitas vezes resultante de
terapêutica inadequada
Meningites Subagudas e
Crônicas
Infecciosas Não Infecciosas

• Tuberculose • Neoplasias primárias


• Criptococose (neuroblastoma,
• Toxoplasmose glioblastoma)
• Citomegalovírus • Neoplasias secundárias
• (Carcinoma)
Histoplasmose
• Sarcoidose
• Candidiase sistêmica
• Lúpus Eritematoso
• HIV Sistêmico
• LUES • Doença de Behçet
• Paracoccidioidomicose
• Aspergilose
• Cisticercose
Sinais e Sintomas

• Síndrome infecciosa
• Síndrome de irritação meníngea
(ou síndrome radicular)
• Síndrome de hipertensão
intracraniana (HIC)
• Síndrome encefálica
Sinais e Sintomas

• Síndrome infecciosa: Febre alta


persistente, palidez, fácies de doença
aguda, mialgias, mal-estar generalizado,
astenia e anorexia.
Sinais e Sintomas
• Síndrome de irritação meníngea (ou
síndrome radicular): inflamação das
raízes nervosas com posições e
movimentos de defesa antálgicos.
Predominam as contraturas musculares
paravertebrais, havendo rigidez de nuca,
opistótono, hipertonia abdominal, sinais de
Kernig, Brudzinski e Lasègue
Sinais e Sintomas
• Síndrome de hipertensão intracraniana
(HIC): cefaléia intensa que mal responde
aos analgésicos, irritabilidade, vômitos não
precedidos de náuseas, bradicardia,
abaulamento de fontanela em lactentes.
Em casos de HIC grave (> 40cmH2O) pode
ocorrer herniação do parênquima
encefálico manifestando-se com midríase,
pupila fixa, paresias, postura de
decorticação e hipertensão arterial.
Sinais e Sintomas

• Síndrome encefálica: manifesta-se por


alterações da consciência, com
sonolência, estado confusional,
obnubilação, estupor, podendo chegar ao
coma. Podem ocorrer distúrbios do
comportamento, delírios, alucinações e
convulsões localizadas ou generalizadas.
Opistótono
Rigidez de nuca: resistência involuntária à flexão passiva da
cabeça, devida aos espasmos dos músculos cervicais
Sinal do tripé
Sinal de Lasègue negativo
Sinal de Lasègue : após pequena flexão da coxa sobre a
bacia mantendo a perna estendida, aparece dor ciática e
flexão do outro joelho
Sinal de Lasègue: após pequena flexão da coxa sobre a
bacia aparece dor ciática e flexão do outro joelho
Sinal de Brudzinski: Limitação pela dor, ao flexionar a cabeça
sobre o tronco, com flexão involuntária dos joelhos
Sinal de Kernig: com os joelhos em extensão tenta-se flexionar
uma perna em direção ao tronco, notando-se flexão involuntária
da outra perna
MENINGITES ENCEFALITES

Mal-estar Anorexia
Febre baixa Cefaléia
Nucalgia Vômitos
HISTÓRIA Mialgias Odinofagia
Exantema Diarréia
Calafrios Lombalgia

Fotofobia Letargia/Coma
Sinais meningorradiculares Sinais meningorradiculares leves
francos Hiperreflexia profunda
(rigidez nucal, sinais de Kernig, Hipertonia
EXAME Brudzinski e Lasègue) Déficits neurológicos focais
FÍSICO Sonolência leve Anormalidades no padrão respiratório
Hiperreflexia profunda Anormalidades pupilares
Abaulamento de fontanelas Ataxia
(crianças) Oftalmoplegia
Papiledema
Exames diagnósticos
• Os principais exames para o esclarecimento
diagnóstico de casos suspeitos de meningite
são:
Hemograma;
exame quimiocitológico do líquor;
bacterioscopia direta (líquor ou soro);
cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes);
contra-imuneletroforese cruzada (CIE) (líquor ou
soro);
aglutinação pelo látex (líquor ou soro).
Normal Linfomonocitária Bacterianas

“água de
Aspecto Límpido Purulento
rocha”

Até 5 cél/mm³ Aumentado com


Pouco aumentado, com
Células até 25 cél/mm³ predomínio de
predomínio de linfócitos
RN neutrófilos

Normal ou pouco
Glicose 2/3 da glicemia Muito diminuída
diminuída

30 a 40 mg/% Normal ou pouco


Proteína (até 100 mg/% aumentada Muito aumentada
no RN)
Exames diagnósticos
• Bacterioscopia:
 Agrupa morfológica e tintorialmente os agentes,
permitindo sua classificação com pequeno grau de
especificidade (bacilos Gram positivos, bacilos Gram
negativos, diplococos Gram positivos, diplococos Gram
negativos, bacilos álcool–ácido resistentes, leveduras,
etc.).
 Pode ser realizada no líquor ou no raspado de pele (na
presença de lesões ou sufusões hemorrágicas) e
escarro.
Exames diagnósticos
• Cultura:
 Exame de alto grau de especificidade quanto à
identificação do agente etiológico (bactérias, fungos e
vírus).
 Pode ser realizada com diversos tipos de fluidos
corporais, mais comumente líquor e sangue.
 O resultado deve identificar a espécie e, na doença
meningocócica, o sorogrupo, que é de fundamental
importância tanto para acompanhar a tendência como
para a investigação de surtos e/ou epidemias.
Exames diagnósticos
• CIEF (contraimunoeletroforese ou IEC-
imunoeletroforese cruzada):
• Permite a identificação de agentes etiológicos
(meningococo e hemófilo b) através de seus antígenos.
• Pode ser realizada no líquor, sangue.
Exames diagnósticos
• Aglutinação pelo Látex:
• Também permite a identificação do agente através de
seus antígenos.
 Obs1: tanto a CIEF como o Látex permitem a
identificação do sorogrupo do meningococo e do sorotipo
do hemófilo. Quando o resultado for meningococo do
sorogrupo A, ele deve ser reavaliado com o laboratório
pois se esse sorogrupo não estiver circulando, pode
tratar-se de reação cruzada.
 Obs2: se os diferentes exames revelarem etiologias
diferentes ou não compatíveis, discutir os resultados com
o pessoal do laboratório; caso a dúvida não seja
esclarecida, priorizar sempre a cultura > CIEF > Látex >
bacterioscopia.
Exames diagnósticos
• Reação em cadeia pela polimerase (PCR):
 A detecção do DNA bacteriano pode ser obtida por
amplificação da cadeia de DNA pela enzima polimerase,
que permite a identificação do agente utilizando
oligonucleotídeos específicos.
 Possui alta sensibilidade e especificidade; entretanto, a
técnica para o diagnostico de meningite ainda não esta
validada, não sendo utilizada como rotina diagnóstica.
Agentes etiológicos e tratamento
conforme faixa etária

• Recém-nascidos até 3 meses de idade


• Entre 3 meses e 5 anos
• Acima dos 5 anos e adultos
• Acima de 60 anos
• Qualquer idade com traumatismo aberto ou
penetrante craniano ou raquianos
• Pós-neurocirurgia ou punção lombar
Recém-nascidos até 3 meses de
idade
Bactéria Droga de Dose N° de duraçã
escolha diária dose o
s
Enterobactérias Ceftriaxone 80-100 1 ou 2 21 dias
(Escherichia coli, mg/kg
salmonella spp., outros
gram negativos)

Streptococcus Ampicilina 300mg/k 6 14 a 21


agalactiae (Estreptococo g dias
do grupo B)

Listeria monocytogenes Ampicilina 300mg/k 6 14 a 21


g dias
Entre 3 meses e 5 anos
Bactéria Droga de Dose diária N° de duração
escolha doses

Haemophilus Ceftriaxone 80-100 1 ou 2 7 a 14


influenza tipo mg/kg dias
B
Streptococcus Ceftriaxone 80-100 mg/kg 1 ou 2 10 a 14
pneumoniae dias
Benzyl
Penicillin 250 000 /kg/day
(2.4 g cada 4 h)
Neisseria Penicilina G 300.000 U/kg 6
meningitidis cristalina 5a7
ou 300mg/kg 6 Dias
Ampicilina
ou 80-100 mg/kg 1 ou 2
Ceftriaxone
Acima dos 5 anos e adultos
Bactéria Droga de Dose N° de duraçã
escolha diária dose o
(adulto) s
Streptococcus Ceftriaxone 80-100 1 ou 2 10 a 14
pneumoniae mg/kg dias
(4g)
Neisseria meningitidis Penicilina 300.000 6
G cristalina U/kg
(24milhões)
ou 5a7
Ampicilina 300mg/kg 6 Dias
(12g)
ou
Ceftriaxone 80-100 1 ou 2
mg/kg
(4g)
Acima de 60 anos
Bactéria Droga de Dose N° de duraçã
escolha diária dose o
(adulto) s
Streptococcus Ceftriaxone 4g 1 ou 2 10 a 14
pneumoniae dias

Haemophilus influenza Ceftriaxone 4g 1 ou 2 7 a 14


tipo B dias

Neisseria meningitidis Penicilina 24milhões 6


G cristalina
ou 5a7
Ampicilina 12g 6 Dias
ou
Ceftriaxone 4g 1 ou 2
Listeria monocytogenes Ampicilina 12g 6 21 dias
Qualquer idade com traumatismo aberto ou
penetrante craniano ou raquianos

Bactéria Droga de Dose N° de duraçã


escolha diária dose o
(adulto) s
Staphylococcus auereus Oxacilina 200 mg/kg 6
(12g)
ou 21 dias
Vancomici 60 mg/kg 3
na (3g)
Enterobactérias Ceftriaxone 80-100 1 ou 21 dias
mg/kg 2
(4g)
Pseudomonas aeruginosa Ceftazidi 100–150 3
ma mg/kg 21 dias
(6g)
Pós-neurocirurgia ou punção lombar

Bactéria Droga de Dose diária N° de duração


escolha (adulto) doses

Staphylococcus auereus Vancomicin 60 mg/kg 3 21 dias


(MRSA) a (3g)

Pseudomonas aeruginosa Ceftazidima 100–150


mg/kg
(6g) 3 21 dias
ou
Meropenem 100 mg/kg
(3g)
Quadro clínico sugestivo de infecção do SNC:

• Febre
• Cefaléia
• Vômitos
• Sinais de irritação meníngea
• Outros

• Aspecto: purulento • Aspecto: normal ou turvo • Aspecto: opalescente


• Citometria:  • Citometria:  • Citometria: 
• Citologia: PMN • Citologia: MN • Citologia: MN
• Glicorraquia:  • Glicorraquia: normal • Glicorraquia: 
• Proteinorraquia:  • Proteinorraquia: normal ou  • Proteinorraquia: 

Meningite bacteriana Meningite não purulenta Meningite por


micobactérias ou
fungos
Meningite bacteriana

• Diplococos G+ lanceolados
• Cocos G+ em cadeias curtas
• Cocos G+ em cachos
Coloração pelo Gram • Diplococos G- intracelulares
• Bastonetes G-
• Bastonetes G+

Contraimunoeletroforese
Pesquisa de antígenos bacterianos
• Haemophilus influenzae Aglutinação em látex
• Streptococcus pneumoniae
• Neisseria meningitidis tipo A
• Neisseria meningitidis tipo B
• Neisseria meningitidis tipo C
• Escherichia coli
• Stretococcus do grupo B

• Diagnóstico etiológico final


Cultura + antibiograma • Susceptibilidade aos antibióticos
Meningites não purulentas
e meningoencefalites

Virais Neurossífilis Bacteriana inicial Outras

Faixa Pesquisa monoclonal de antígenos virais


etária
Enterovírus
• Neonatos : VHS 2, CMV, rubéola
• < 20 anos: VHS 1, varicela-zoster, Especificidade
Especificidade ~~ 100%
100%
sarampo, enterovírus Sensibilidade
Sensibilidade PM
PM depende
depende do
do no
no células
células
• > 20 anos: VHS 1, varicela-zoster, Se
Se >100
>100 céls mm 
céls // mm  PMPM ~~ PCR
PCR
enterovírus

PCR HSV 1 e 2 Tratamento

Coleta:
Coleta: • 2 a 3 ml
• Evitar inibidores
(detergentes, xilocaína, heparina, etc.)
Meningites por micobactérias ou fungos

Micobactérias Fungos

Cultura
Cultura
Pesquisa
Pesquisa dede fungos:
fungos:
•• PCR
PCR
• exame a fresco •• Pesquisa
Pesquisa de
de BAAR
BAAR
Pesquisa
Pesquisa monoclonal
monoclonal
•• Cultura
Cultura para
para micobactérias
micobactérias
• Giemsa ou Wright
PCR
PCR
• Nigrosina

• calcoflúor

• Gram
Importante!

• Porta de entrada ou foco inicial


• Tipo e localização da infecção do SNC
• Estado imunitário
• Situação epidemiológica
Controles Gerais e Prevenção
• Uso de corticosteróides
 Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza
tipo B.
• Isolamento (24 horas de antibióticoterapia)
 Neisseria meningitidis, Haemophilus influenza tipo B
• Quimioprofilaxia (contato íntimo)
 Neisseria meningitidis, Haemophilus influenza tipo B
• Vacinação
 Haemophilus influenza tipo B, Streptococcus
pneumoniae, Neisseria meningitidis
Tratamento da Hipertensão Intracraniana

 Perda de consciência, pupilas desiguais, alterações


respiratórias (bradpnéia, Cheyne-Stokes), bradicardia,
acompanhado ou não de crises convulsivas.

• Corticosteróides (dexametasona)
 crianças até 30 kg – 1mg/kg/dia
 adulto – dose inicial de 10 mg, seguido de 4 mg de 6/6horas
endovenosa
• Furosemida
 20 a 40 mg EV de 6/6horas, EV (1mg/kg/dose)
• Manitol 20%
 0,5 a 1 g/kg (2,5 a 5 ml/kg) EV em 5 a 10 minutos, de 4/4 a
6/6horas
• Restrição hídrica e controle de eletrólitos durante 48 horas
Complicações
Supurativas Neurológicas
• Coleção subdural • Arterites de vasos cranianos
• Empiema subdural • Flebites e tromboflebites
• Abscessos cerebrais • Herniações encefálicas
• Trombose séptica de • Comprometimento de
seios venosos nervos cranianos
• Ventriculite • Lesão do oitavo par pode
causar surdez permanente
em 20% dos casos
• Síndrome inadequada de
ADH
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento
Critérios de seleção e uso de
antimicrobianos
• Ativo contra o microrganismo (microrganismo
sensível)
• Concentração liquórica ativa (passar barreira
hemoliquórica)
• Atividade bactericida no liquor (>10x MIB)
• Mínima ação irritante química no sistema nervoso
• Menores efeitos adversos tóxicos ou idiossincrásicos
• Administração I.V.
• Início imediato da terapia após o diagnóstico
Meningoencefalite Bacteriana

Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Gram-negativos Meningococo, adultos: Pneumococo
(E. coli, Pneumococo, Meningococo, Hemófilos,
Salmonella) Hemófilo Listéria
Streptococcus Pneumococo
agalactiae
Listeria
monocytogenes

Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Doença Meningococócica
Letalidade no Brasil = 19% (SVS-MS)

Resistência à Penicilina
Espanha – 71%. Latorre C et al. Acta Paediatr 2000;89:661

Austrália – 71%.

Brasil – não detectado


Meningite Pneumocócica

Letalidade Brasil
2000 = 31%
2001 = 29%
2002 = 27%
2003 = 29%
2004 = 29%
MS – CVE - 2005
Instituto Adolfo Lutz
% Resistência à Cefotaxima: período 2000-2003
Isolados de Meningites

Faixa Brasil São Paulo


etária I (1,0) R (>2,0) Total I (>1,0) R (>2,0) Total

<=2a 3,8 0,5 4,3 4,0 0,4 4,4

>2-<6a 3,5 1,0 4,5 7,1 3,6 10,7*

>=6a 1,1 0,1 1,2 2,5 0 2,5


Todas as
idades
2,2 0,2 2,4 3,2 0,3 3,5

CIM (ug/ml) * n=28

IAL
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Adultos até 60 anos e
crianças acima de 4 anos de idade

Ceftriaxona IV
100 mg/kg/dia (4 g/dia), fracionada de 12/12 h
(24 h)
Meningoencefalite Bacteriana

Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Gram-negativos adultos: Pneumococo,
Meningococo
(E. coli, Meningococo, Hemófilos,
Salmonella) Pneumococo Pneumococo Listéria
Streptococcus Hemófilo
agalactiae
Listeria
monocytogenes

Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Meningite por Hemófilos

Introdução da vacina Hib reduziu


a ocorrência de meningite por
hemófilo > 90%

Letalidade 3% a 5%
Resistência Haemophilus influenzae no Brasil

RN - Luz e col. – 1994 – R ampicilina: 27%


R cloranfenicol: 5%

RS – Dias e col. 1994 – R ampicilina: 21%


R cloranfenicol: 8%

RJ – Barroso e col. – 1995* – R ampicilina: 5%


R cloranfenicol: 6,5%

SP – Casagrande e col. – 1999* – R ampicilina: 16,3%


R cloranfenicol: 16%

MG – Starling e col. – 1996*– R ampicilina: 62%


R cloranfenicol: 7%
R co-trimoxazol: 87%
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Crianças de 3 meses a 4 anos de idade
Ceftriaxona IV
100 mg/kg/dia (4 g/dia), fracionada de 12/12 h
(24 h)
ou Cefotaxima
200 mg/kg/dia (8 a 12 g/dia), fracionada de 6/6 h
Meningoencefalite Bacteriana

Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Meningococo, adultos: Pneumococo
Gram-negativos
Pneumococo, Meningococo, Hemófilos,
(E. coli, Pneumococo
Hemófilo Listéria
Salmonella)
Streptococcus
agalactiae
Listeria
monocytogenes

Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Meningoencefalite Bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Neonatos e crianças até 3 meses
Cefotaxima
150mg/kg/dia, fracionada de 8/8 h
+
Ampicilina
400mg/kg/dia (12 g/dia), fracionada de 4/4 ou 6/6 h
(+ Aminoglicosídeo, em caso de sepse por enterobactéria)
Meningoencefalite Bacteriana

Tratamento
Recém-nato: Pré-escolar: Escolares, Idosos:
Gram-negativos Meningococo, adultos: Pneumococo
(E. coli, Pneumococo, Meningococo,
Salmonella) Hemófilos,
Hemófilo Pneumococo
Streptococcus Listéria
agalactiae
Listeria
monocytogenes

Fonte: Bryan JP et al. 1990; Begg N et al. 1999; Kimberlin DW. 2002; Nascimento-
Carvalho CM et al. 2004; Tunkel AR et al. 2004; van de Beek D et al. 2002, 2006; Heath
PT, 2003.
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia Empírica
Antimicrobianos
Adultos acima de 60 anos

Ceftriaxona IV
100 mg/kg/dia (4 g/dia), fracionada de 12/12 h
+
Ampicilina IV
400 mg/kg/dia (12 g/dia), fracionada de 4/4 ou 6/6 h
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil

Situações especiais

• Neurocirurgia, trauma craniano


Vancomicina + cefepima (ou ceftazidima)

• Drenagem liquórica
Vancomicina + cefepima (ou meropeném)
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Duração da terapêutica

Meningococo: 5 – 7 dias
Pneumococo: 10 – 14 dias
Hemófilos: 10 – 14 dias
Listéria: 14 – 21 dias
Estreptococo grupo B: 14 – 21 dias
Enterobactérias: 21 dias
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia adjuvante
Corticóide
Indicação: ME por hemófilos e pneumococo
(possível valor em outras etiologias)

Dexametasona: 0,4 mg/kg a cada 12


horas, IV, durante dois dias
Iniciar imediatamente antes ou junto com
antibióticos
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil
Terapia adjuvante
Hidratação adequada:
Evitar excesso de líquidos.

Controle da glicemia:
Evitar hipoglicemia e hiperglicemia

Manitol a 20%:
Em caso de hipertensão intracraniana grave.
0,3 a 0,5 ml/kg, IV, a cada 4 horas.
Meningoencefalite bacteriana
Tratamento no Brasil

Terapia adjuvante

Diazepam: Em caso de convulsões.


0,2 mg/kg/dose, IV (máximo 10 mg),
repetir cada 15 minutos, até 3 doses.

Fenobarbital: Em casos de insucesso com


diazepínico.
10 mg/kg, IM.
Meningoencefalite Meningocócica e por Hemófilo
Profilaxia

Rifampicina
• 600 mg 12/12 h (20 mg/kg/dia)
2 dias ME meningocócica
4 dias, ME hemófilo

Ciprofloxacina
• 500 mg, VO, dose única

Ceftriaxona
• 250 mg ou 500 mg, IM, dose única
Imunização
• Vacina contra Streptococcus pneumoniae
 Esta vacina esta disponível nos Centros de Referencia para
Imunobiológicos Especiais (Crie) em duas apresentações, sendo
indicada nas seguintes situações:
• Vacina 23 Valente:
 Adultos a partir de 60 anos de idade, quando hospitalizados,
institucionalizados ou acamados;
 Crianças com dois anos e mais, adolescentes e adultos com
imunodeficiência adquirida ou congênita, síndrome nefrótica,
disfunção anatômica e funcional do baço, doença pulmonar ou
cardiovascular crônica e grave, insuficiência renal crônica,
diabetes mellitus insulino-dependente, cirrose hepática, fistula
liquórica e transplantados de medula óssea de qualquer idade.
Imunização

• Vacina 7 Valente:
 A partir dos dois meses de idade ate 23 meses: menores de
dois anos de idade imunocompetentes, com doença pulmonar
ou cardiovascular crônicas graves, insuficiência renal crônica,
síndrome nefrótica, diabetes mellitus, cirrose hepática, fistula
liquórica, asplenia congênita ou adquirida, hemoglobinopatias,
imunodeficiência congênita ou adquirida, crianças HIV positivo
assintomáticas e com aids.
• Observação: a vacina deve ser administrada 15 dias
antes de esplenectomia eletiva e quimioterapia
imunossupressora.
Imunização
• Vacina conjugada contra meningococo C
 Vacinas de polissacáride capsular do meningococo C
conjugadas com proteínas, como a CRM 197.
 Excelente em todas as idades , incluindo lactentes a
partir de 2 meses de idade.
 Induzem imunidade T dependente e estimulam
memória imunológica.
Imunização
• Vacina polissacarídica contra meningo A e C
 Conjunto de vacinas de polissacáride da cápsula do
meningococo.
 Apresentações para meningococo A, C, Y e W 135
 Só são imunogênicas a partir de dois anos de idade,
por induzir imunidade T independente e não estimular
memória imunológica em menores de 2 anos (exceção
com vacina polissacarídica sorogrupo A). Conferem
proteção de aproximadamente 90% para os
sorogrupos A, C, Y e W135, por período curto ( 3 a 5
anos).
Imunização
1) Vacina Conjugada quadrivalente (A, C, Y, W-135):
- 11-12 anos
- alunos que vivem em alojamentos conjuntos
- imunodeprimidos

2) Vacina conjugada meningococo C:


- lactentes a partir 2 meses;
- < 1 ano: 3 doses, intervalo 1 mês
- > 1 ano: dose única.
- indicada para contatos familiares e membros da
equipe de saúde expostos a secreções orais.
OBRIGADA!!!

omvcosta@hotmail.com
omvcosta@bol.com.br

You might also like