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11ª Classe – Ciências Físicas e Biológicas

ARGUMENTOS DO EVOLUCIONISMO
Prof. Hélder Wafunga
Hélder Wafunga

ARGUMENTOS PALEONTOLÓGICOS
 A Paleontologia é o estudo dos fósseis e estes
podem corresponder a formas já extintas ou a
formas vivas.
 Consideram-se três tipos de fósseis:
- fósseis de formas extintas;
- fósseis de transição ou formas sintéticas
- “fósseis vivos”

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Fósseis de formas extintas - São fósseis que não têm representantes actuais,
contrariando assim a imutabilidade das espécies, na medida em que levam a
admitir que a Terra foi habitada, ao longo do tempo, por formas diferentes de
seres vivos.

Fósseis de Transição - Correspondem à formas que possuíam características


intermédias de grupos actualmente existentes. São documentos que permitem
concluir que as espécies não são independentes quanto à sua origem, contrariando
as ideias fixistas.

“Fósseis vivos” - Tratam-se de seres vivos que ao longo de milhões de anos


permaneceram inalterados, como representantes de um grupo que viveu no seu
tempo. Na realidade, houve fixistas que usaram este fósseis como argumentos
fixistas…
Ex: Gingko biloba, Nautilus

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Resumindo:
A sucessão de formas fósseis é compatível com o conhecimento que se tem de
outras evidências em relação aos principais ramos da árvore da vida.

Por exemplo, evidências da Bioquímica, Biologia Molecular, e Citologia


colocam os procariontes como os ancestrais de toda a vida, e na verdade, os
fósseis mais antigos que se conhecem são de organismos procariontes.

Outro exemplo é o aparecimento cronológico das diferentes classes de


vertebrados nos registos fósseis. Os fósseis dos peixes antecedem os de todos
os outros vertebrados, seguidos pelos anfíbios, répteis, e depois os mamíferos e
aves.

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ARGUMENTOS DE ANATOMIA COMPARADA


Os argumentos de Anatomia Comparada baseiam-se na existência de:

• órgãos análogos - são órgãos que têm origem, estrutura e posição relativa diferentes
desempenhando a mesma função;
Por exemplo: as asas de uma borboleta e as asas da águia.

• órgãos homólogos - são órgãos que têm a mesma origem, a mesma estrutura básica e
posição idêntica no organismo, podendo desempenhar funções diferentes;
Por exemplo: os mesmos elementos esqueléticos formam os membros anteriores dos
gatos, morcegos, baleias, humanos e outros mamíferos, apesar de desempenharem
funções diferentes.

• órgãos vestigiais - são remanescentes históricos de órgãos que desempenharam funções


importantes nos ancestrais, mas que já não são essenciais;
Por exemplo: os esqueletos de algumas cobras retêm vestígios da pélvis e dos ossos
das patas dos seus ancestrais.

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ARGUMENTOS EMBRIOLÓGICOS
A comparação das diferentes fases do desenvolvimento embrionário de diferentes
organismos, permite estabelecer relações de parentesco entre os seres vivos.
Assim, quanto mais semelhantes forem as fases do desenvolvimento embrionário,
mais próximos estes são, isto é, menor a distância filogenética entre eles.
Por exemplo: todos os embriões dos vertebrados passam por um estágio no qual
apresentam fendas branquiais em ambos os lados da garganta.

Nos peixes, as fendas branquiais desenvolvem-se em brânquias; enquanto nos


vertebrados terrestres essas estruturas se modificam para outras funções, tais
como os tubos de Eustáquio, que ligam o ouvido médio à garganta nos humanos.

Inspirados pelo princípio darwiniano da descendência com modificação, muitos


embriologistas do séc. XIX propuseram a ideia de que “a ontogênese recapitula
a filogênese”. Esta noção defende que o desenvolvimento embrionário de um
indivíduo (ontogênese) é a recapitulação da história evolutiva da sua espécie
(filogênese).

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ARGUMENTOS CITOLÓGICOS
 Consiste na constatação de que todos os organismos são
constituídos pelas mesmas unidades básicas: as células.
 A uniformidade dos processos e mecanismos celulares pressupõe
também uma unidade evolutiva (ex: as semelhanças entre as
estrutura das membranas celulares e os processos de divisão
celular)

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ARGUMENTOS BIOQUÍMICOS
Baseiam-se no facto de:

• todos os seres vivos serem constituídos pelos mesmos tipos de biomoléculas (proteínas,
lípidos, glícidos, ácidos nucleícos, aminoácidos, água e sais minerais);
• os mecanismos básicos serem idênticos em todos os seres vivos, a nível molecular (código
genético, síntese proteica, etc.)

O património hereditário de um organismo está documentado no DNA que constitui os seus


genes e nas suas proteínas, que são produto dos genes
Quanto mais próximas forem duas espécies taxonomicamente, maior será a percentagem de
DNA comum.

Espécies intimamente relacionadas possuem proteínas com semelhante sequência de


aminoácidos, uma situação que é consistente com o princípio da descendência comum, já que
as proteínas são designadas por genes hereditários.

Se duas espécies possuírem patrimónios genéticos e proteínas em que as sequências de


monómeros se assemelham, as sequências podem ter sido copiadas a partir de um ancestral
comum. 8
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RELAÇÕES FILOGENÉTICAS E SEMELHANÇAS NUMA CADEIA POLIPEPTÍDICA DE HEMOGLOBINA

Espécies Número de diferenças de aminoácidos na cadeia β de


hemoglobina, comparada com a hemoglobina humana
(Comprimento total da cadeia = 146 aminoácidos)
Cadeia β dos humanos 0
Gorila 1
Gibão 2
Macaco Rhesus 8
Rato 27
Canguru cinzento 38
Galinha 45
Rã 67
Lampreia 125
Lesma marinha (molusco) 127

Extraído de Campbell, N. A. (1990)


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