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Em linhas gerais, os Sintos são menos conservadores e tendem a esquecer com maior
rapidez a cultura dos pais. Talvez este fato não seja recente, mas de qualquer modo é
atribuído às condições socioculturais nas quais por longo tempo viveram.
Quanto aos Rom de imigração mais recente, se nota ao invés uma maior tendência à
conservação das tradições, da língua e dos costumes próprios dos diversos subgrupos.
Sua origem desde países essencialmente agrícolas e ainda industrialmente atrasados
(leste europeu) favoreceu certamente a conservação de modos de vida mais consoantes à
sua origem.
NASCIMENTO
Uma criança sempre é bem vinda entre os ciganos. É claro que sua preferência é para os
filhos homens, para dar continuidade ao nome da família. A mulher cigana é
considerada impura durante os quarenta dias de resguardo após o parto.
Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão
feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer ás três fadas do
destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho
será repartido no dia seguinte com todos as pessoas presentes, principalmente com as
crianças.
CASAMENTO
Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em
casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos,
que decidem unir suas famílias.
Mesmo assim, a grande maioria dos ciganos no Brasil, ainda exigem a virgindade da
noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que
é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser
devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo.
No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma
roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher
casada. Durante a festa de casamento, os convidados homens, sentam ao redor de uma
mesa no chão e com um pão grande sem miolo, recebem dos os presentes dos noivos em
dinheiro ou em ouro.
Estes são colocados dentro do pão ao mesmo tempo em que os noivos são abençoados.
Em troca recebem lenços e flores artificiais para a mulheres. Geralmente a noiva é paga
aos pais em moedas de ouro, a quantidade é definida pelo pai da noiva.
MÚSICA E DANÇA
Quando os ciganos deixaram o Egito e a Índia, eles passaram pela
Pérsia, Turquia, Armênia, chegando até a Grécia, onde
permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo
resto da Europa.
Tanto a música como a dança cigana sempre exerceram fascínio sobre grandes
compositores, pintores e cineastas. Há exemplos na literatura, na poesia e na música de
Bizet, Manuel de Falla e Carlos Saura que mostram nas suas obras muito do mistério
que envolve a arte, a cultura e a trajetória desse povo.
No Brasil, a música mais tocada e dançada pelos ciganos é a música Kaldarash, própria
para dançar com acompanhamento de ritmo das mãos e dos pés e sons emitidos sem
significação para efeito de acompanhamento. Essa música é repetida várias vezes
enquanto as moças ciganas dançam.
MORTE
Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor
de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma
moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida
da morte.
Antigamente costumava-se enterrar as pessoas com bens de maior valor, mas devido ao
grande número de violação de túmulos este costume teve que ser mudado. Os ciganos
não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimônia com
água, flores, frutas e suas comidas prediletas, onde esperam que a alma da pessoa
falecida compartilhe a cerimônia e se liberte gradativamente das coisas da Terra.
• "MAI FALIL IEC CHAU ANDO DJY, DIKÊ IEK GUNÔ PERDO
GALBENTSA"
( Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);
Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter
filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se
têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.
INCENSOS
Como ainda hoje acontece, em épocas passadas o incenso era usado para quatro
finalidades:
2) Meio de Oração:
O incenso era visto como um meio para a oração. Acreditava-se que a fumaça
ascendente levaria aos deuses as petições daqueles que queimavam o incenso. Por causa
de seu cheiro agradável acreditava-se que deveria ser um meio ao qual os deuses não
podiam se fechar.
3) Meio de Neutralização:
O incenso era queimado para mascarar ou neutralizar o mau cheiro oriundo de
imolações (animais e outros materiais). Pela mesma razão também era usado nos
funerais.
Eis as medidas passadas por Deus à Moisés segundo a Bíblia (Velho Testamento):
Êxodo 30:34 - Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: estoraque,
onicha e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro; de cada uma delas tomarás
peso igual; 35 e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista,
temperado com sal, puro e santo; 36 e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do
testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti; coisa santíssima vos será. 37 Ora,
o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo
vos será para o Senhor.
Os antigos egípcios eram mestres no preparo e uso dos incensos. O mais famoso de
todos os incensos egípcios é o kyfi. O historiador romano Plutarco escreveu as seguintes
palavras sobre o kyfi do Egito Antigo : "Os ingredientes de kyfi proporcionam-nos bem
estar à noite. Kyfi é capaz de acolher as pessoas, pode provocar sonhos e fazer esquecer
as preocupações cotidianas, dando calma e serenidade a todos que o inalam."
No antigo Egito, a queima de incenso era uma parte importante em todos em todos os
rituais, já que a cada um dos ingredientes dos diversos tipos de incenso eram atribuídas
características mágicas e místicas específicas.
Além disso, os egípcios queimavam incenso para, durante suas práticas médicas,
expulsar demônios, considerados responsáveis por determinadas doenças.
A ANTIGÜIDADE GREGA
Apenas um cientista defende a teoria de que o incenso teria chegado aos gregos através
do culto a Afrodite, tendo em vista que na Fenícia e em Chipre tradicionalmente se
queimava incenso no culto dessa deusa.
A oferenda de incenso era feita em combinações com frutas, pão, trigo e outros
alimentos, ou era oferecida isoladamente em cultos para os deuses ou em rituais
domésticos. O incenso também era dado como presente a outras pessoas.
Às vezes, o incenso era jogado sobre o altar de oferendas de modo que seus aromas
pudessem se misturar com a fumaça do sacrifício ou as vezes de uma imolação.
Queimava-se também incenso fora dos templos.
OS ROMANOS
Também os deusas da casa recebiam sua porção incensos. Nos altares maiores, era
queimado sobre braseiros ou sobre pequenos altares portáteis (foci turibulum). O
incenso era transportado e armazenado numa caixinha chamada acerrra, que se
enterrava nos túmulos junto com os mortos.
Na época das grandes perseguições dos cristãos pelo imperador Décio, cerca de 250
depois de Cristo, a queima de incenso, era o que o cristão podia provar sua lealdade
diante do Estado, e portanto, diante da religião do Estado. Era costume também queimar
incenso diante de "retratos ou esculturas" do imperador ou até mesmo diante de sua
presença.
OS HINDUS
Os hindus queimava incenso pelos mesmos motivos que já vimos, entre os gregos e os
romanos, ou seja, de modo ritualístico em público ou no ambiente da casa.
Nessa mesma tradição enquadra-se também a vidente indiana que durante as sessões
tenta despertar sua inspiração com a ajuda de plantas e árvores sagradas.
CRISTIANISMO
Nos ritos da Igreja Cristã, o incenso foi introduzido de forma paulatina. Os cultos da
igreja primitiva tinham um caráter simples e, com exceção de finalidades de simples
purificação, o incenso era evitado, pois era visto como elemento de origem judaica ou
pagã.
O uso do incenso parece evidente para fins cerimoniais não era mais novidade entre os
anos de 385 e 388, mas, ao contrário, já havia se tornado tradição. É praticamente certo
que o uso do incenso pelos cristãos remete ao estabelecimento oficial da Igreja de
Constantino.
Muitas autoridades eclesiásticas afirmam que a ausência de incenso nas listas dos
inventários decorre do fato de que nos primeiros trezentos anos depois da época dos
apóstolos simplesmente não se usava incenso nas igrejas.
Depois do século V, o uso do incenso foi pouco a pouco se estendendo cada vez mais na
Igreja. Desse modo, no século XIV, o incenso já era uma parte indispensável dentro da
Missa e de outros cultos religiosos, como as vésperas, a consagração de igrejas e as
procissões e funerais.
O fato de que o uso do incenso remetia aos judeus e/ou ao paganismo podem de fato, ter
causado a resistência ao incenso dos primeiros cristãos. Não obstante, o incenso era
efetivamente usado naquela época para fins de purificação.
A receita do incenso mais antiga que conhecemos por tradição está contida no livro de
Êxodo, do Antigo Testamento (capítulo 30, versículo 34). E por fim, o incenso fazia
parte também dos presentes que os Três Reis Magos do Oriente trouxeram ao menino
Jesus recém nascido (Mateus 2:11 - E entrando na casa, viram o menino com Maria sua
mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas:
ouro, incenso e mirra).
MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também
usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.
Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas
pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser utilizado simplesmente
por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha
seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e
tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem.
Mantém um poder grande de evocação espiritual e astral e não deve ser usado tão
somente para perfumar ambientes ou sem causa porque sempre estaria alcançando uma
egrégora qualquer com a vibração que provoca e que está quieta em seu lugar, tem o
condão de atrair energia de toda espécie e dos dois planos astrais, negativo e positivo,
tem força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de atração
dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem as ascende.
É por demais conhecido no mundo da mística astral e por vezes seu uso ou o que emana
no mundo imaterial chega a ser disputado quando não pertence a ninguém que o esteja
recebendo, podendo muitas vezes provocar visitas ansiosas por novos incensos a serem
utilizados.
Quando se tratar de espírito cigano, com certeza ele indicará o incenso de sua
preferencia ou de sua necessidade naquele momento, regra geral o incenso mantêm
sempre correspondência com a área de atuação dele ou dela ou do trabalho que estará
sendo levado a efeito. Quando se tratar de oferendas e já não estiver estipulado o
incenso certo para acompanhar e houver sua necessidade solicitada, bem como nas
consagrações o incenso que deve acompanhar devera sempre ser o de maior
correspondência com o próprio cigano ou cigana. No caso de uma oferenda normal e tão
somente necessária para manutenção, agrado ou tratamento sugere-se o incenso
espiritual ou de rosa, que mantém efeito de evocação de leveza, de elevação ou mesmo
de louvação espiritual.
Quando se pretender que alguma coisa , objeto ou ambiente seja bem energizado, ou
mesmo se tratar de alguma consagração de algum instrumento utilizado por eles, e for
feito sem a participação efetiva do cigano ou cigana e com a devida autorização, pode-
se usar o incenso de ópio ou mesmo sândalo, se nenhum foi indicado. É interessante que
se tenha sempre a mão esses incensos, no caso de algum cigano pedir para exercer
qualquer vibração de energização em algum objeto qualquer que deseje dar ou mesmo
prepara para alguém.
HINO INTERNACIONAL CIGANO
Dgelem, Dgelem
Opré Romá