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A importância das TIC e das

experiências como estratégias a utilizar


no processo de ensino-aprendizagem
Susana Macedo
Professora do 1º e 2º ciclos (Matemática e Ciências)
EB1 Rio Côvo, Santa Eulália

Aqui deixo uma pequena análise sobre a importância dos computadores e das
experiências como estratégias a utilizar no processo de ensino-aprendizagem.

Inscrevi-me numa acção de formação intitulada: “Utilização pedagógica das TIC


no 1º Ciclo do Ensino Básico” tendo sempre assente a ideia de que esta só iria
contribuir para engrandecer os horizontes dos alunos perante o sistema de
ensino. Sendo objectivo desta formação promover a aplicação das TIC, o que
implica promover a comunicação nos alunos, utilizando como recurso as TIC;
procurei criar um plano que levasse a cabo o desenvolvimento das capacidades
dos alunos em relação ao uso das novas tecnologias.

Cada formando tinha que planificar um plano de trabalho, para o meu plano o
tema escolhido foi a água. Esta escolha prende-se pela razão de ser o tema do
Projecto Curricular de Escola, mais propriamente o tema da Escola é: “Água fonte
de vida” e o tema do Projecto Curricular da minha Turma é “Os Ecogotinhas”.

Dentro deste tema existe uma infinidade de subtemas aliciantes de serem


trabalhados e explorados pelos alunos, coube me a mim escolher um. Para tal
escolha tive a preocupação de ter em atenção a faixa etária dos alunos, as suas
dificuldades, as expectativas e motivações que iria despertar nos alunos, entre
outros aspectos, todos eles centrados no grupo alvo -os alunos.

Primeiro pensei em abordar diversos temas relacionados com a água (água doce
e água salgada, propriedades da água, estados da água, ciclo da água, medidas
para poupar água…), mas depois de uma ponderação pessoal e mais uma vez
atendendo aos alunos que tinha e àquilo que já havia sido feito por e com eles,
reformulei o meu plano e optei por realizar uma actividade prática e objectiva –
experiências com a água.

As experiências são importantes actividades auxiliares das aprendizagens,


permitem desenvolver competências de uma forma estimulante e duradoura
(pois ao verem fixam e adquirem melhor os conteúdos; é como se costuma dizer
“ ver para crer”); estimular o espírito de grupo, desenvolver normas e regras de
trabalho, criar o gosto pela investigação, aplicar o método científico e
possibilitam incentivar os alunos pela descoberta das razões para determinados
acontecimentos.

Escolhido o tema, seguiu-se a comunicação do plano que se pretende


desenvolver e aplicar com eles – os alunos. De facto foi com muita satisfação que
verifiquei, aquando o diálogo com os alunos, que eles ficaram bastante
entusiasmados com o facto de virem a ser pequenos cientistas; eis um dos
aspectos positivos desta actividade.

Para abordar os conteúdos que estão subjacentes a esta actividade foram feitas
pesquisas, pelos diversos grupos, sobre particularidades, curiosidades, histórias e
fenómenos que envolvem a água. Como fontes de pesquisa os alunos utilizaram
a internet, manuais escolares de Estudo do meio; documentos do Word e outros
livros e recursos existentes na biblioteca deles.

O recurso às novas tecnologias como um dos instrumentos auxiliares da


aquisição de aprendizagens e da prática do processo de ensino – aprendizagem,
revelou-se como um importante aliado que ajuda na aquisição e consolidação dos
conhecimentos.
Enquanto conhecimento, pretende-se através da pesquisa potenciar
aprendizagens. Se a pesquisa for bem orientada e se seleccionarmos os conceitos
e assuntos chave da nossa procura para explanação do tema, estamos a
estruturar e organizar ideias e é sabido que se as coisas estiverem bem
determinadas são mais fáceis de encaixar. Funciona como um puzzle, se
escolhermos as peças certas elas encaixam e no final o puzzle está completo
correctamente. Procurei com a pesquisa facilitar a obtenção de informação,
sendo que esta foi, posteriormente, seleccionada pelos alunos com o meu apoio.

Porém aquando da pesquisa, como já foi dito, surgiram alguns problemas e


barreiras normais atendendo à faixa etária dos alunos e à sua experiência com os
computadores.

Visei com a pesquisa familiarizar os alunos com esta máquina que é o


computador, transmitir-lhes a ideia de que este facilita a investigação e ajuda
muito na construção de trabalhos, auxilia a compreensão de conteúdos, permite
a descoberta de coisas interessantes (jogos, canções, actividades) e torna a
abordagem de certos assuntos mais fácil.

Pretendi que os alunos através da pesquisa, seja ela na net, em livros, em cd’s
ou outro tipo de materiais, fossem mais autónomos e capazes de procurar as
soluções para as variadas experiências que realizaram.

As metodologias que se usam, enquanto educadora, devem ser variadas e


devem corresponder às expectativas dos alunos. O computador é de facto um
veículo que facilita o caminhar pelas aprendizagens. É um material que permite
construir conhecimentos; bloco a bloco eles serão capazes de fazer construções
sólidas e duradouras!

Após cada grupo ter recolhido alguma informação sobre a água, resultante da
pesquisa efectuada e de uma comunicação constante e direccionada para a
especificidade dos alunos, seguiu-se a fase de selecção da informação. Os grupos
escolheram a informação de que mais precisariam para compreender a
experiência que iriam realizar. É obvio que já lhes tinha explicado
antecipadamente, por grupo, a experiência que iriam fazer e o problema para o
qual teriam de encontrar uma solução.

Após terem toda a informação necessária chegou a altura de realizar as


experiências. Esta foi a estratégia adoptada para os alunos exprimirem as suas
pesquisas e comunicarem aquilo que pesquisaram, escolhi o método científico e
todas as suas etapas. Sendo a actividade experimental uma actividade prática
por excelência, transformando os alunos em pequenos cientistas e envolvendo-os
intensamente na procura de uma resposta para o problema, penso que esta
actividade contribuiu para a aquisição de competências, compreensão de
fenómenos naturais, interpretação de observações e para a comunicação oral e
escrita. Não há dúvidas de que foi uma actividade bastante produtiva e
enriquecedora.

Para além de ter promovido aprendizagens, ao optar por uma actividade prática
desenvolvida em grupo, foi possível trabalhar regras e normas de trabalho em
grupo, de comportamento dentro da sala de aula, permitiu incutir
responsabilidades a cada elemento do grupo e distribuir tarefas. Cada aluno tinha
o seu papel dentro do grupo e o sucesso da experiência bem como a obtenção de
uma resposta para o problema só foi possível através do envolvimento e
empenho de todos.

Foi realizada apenas uma experiência por grupo, ao contrário do que estava
previsto, atendendo ao tempo de duração da formação. Contudo as restantes
experiências serão realizadas posteriormente, no dia mundial da água, onde
participarão todas as turmas da escola.

As experiências são, sem dúvida, um excelente meio para permitir o trabalho em


equipa e desenvolver o raciocínio e o gosto pela descoberta.

Sabendo que, nas idades correspondentes ao primeiro ciclo, as crianças ainda


não atingiram um estádio de desenvolvimento correspondente ao das operações
formais, há que lhes proporcionar actividades ao nível do concreto, do seu
quotidiano, de forma a que não se sintam incapazes de reflectir e trabalhar sobre
elas. A ciência apresenta enormes potencialidades que permitem envolver o
aluno activamente, interessando-o pela sua própria aprendizagem.

O professor ao explorar as actividades experimentais para que os seus alunos


aprendam a ciência de um modo mais significativo, e para o desenvolvimento
neles das mais variadas capacidades que serão fundamentais no seu futuro, terá
de criar um ambiente construtivista de aprendizagem e adoptar estratégias
investigativas. Pensa-se que este ambiente favorecerá os alunos dos mais
variados graus de ensino.

As actividades experimentais desenvolvem nos alunos capacidades e atitudes


que vão muito para além do que se consegue com o ensino tradicional, em que o
aluno era encarado como um receptáculo mais ou menos passivo de
conhecimentos. Nesta linha, preconiza-se que o aluno seja orientado no sentido
de exprimir as suas ideias, planear, prever, executar e rever procedimentos e
essas ideias. Muito importante, também, é escutar os alunos. Tal como afirma
McCallum (2000), “observar, esperar, ouvir e questionar é uma sequência útil a
seguir”. Ouvindo o que os alunos dizem, melhor se poderá entender como
pensam, como vão construindo os seus conhecimentos, e melhor se poderão
orientar e ajudar a enriquecer os seus modelos mentais.

Foi nesta perspectiva construtivista e investigativa, que me baseei para o


trabalho levado a cabo com a minha turma do 1º ciclo do 2º ano de escolaridade.

O plano consistiu em aplicar um ensino de índole construtivista e investigativo,


onde os alunos pudessem aprender investigando.

Durante as actividades realizadas houve oportunidade de descobrir os modelos


que os alunos possuíam acerca dos conceitos trabalhados. Procurei também que
a concepção e realização dessas actividades «retirassem força» a modelos
naturais dos alunos, mas que se consideram cientificamente incorrectos.

Em particular destaco o papel fulcral dos alunos como organizadores do seu


conhecimento, mas também a função fundamental do professor como mediador,
orientador e facilitador das aprendizagens.

Há que referir que os alunos participaram com entusiasmo e interesse nas


actividades que lhes foram propostas

Quando ao trabalho experimental são associadas as TIC, o produto final é ainda


melhor e mais significativo, isto é, os alunos ficam muito motivados e
empenham-se bastante em todas as actividades.

Assim numa primeira fase os alunos realizaram as experiências e após terem


seguido todas as etapas do método científico e chegarem a uma
conclusão/solução sobre o problema que levou à investigação, uma parte dos
elementos do grupo utilizou o Word para registar essas mesmas conclusões.

Sem duvida que esta ementa: experiências e computador, resulta e contribui


para potenciar conhecimentos e aprendizagens de uma forma natural e
significativa.

Etapas do Plano de trabalho


• A turma encontra-se dividida em quatro grupos;
• Cada grupo é constituído por cinco elementos (os grupos são
heterogéneos quer ao nível do sexo quer das capacidades);
• A cada grupo são atribuídos, inicialmente, três protocolos relativos a três
experiências;
• Cada grupo dispõe de uma parte da sala onde se encontra todo o material
necessário para a realização da primeira experiência (previamente
distribuído por mim);
• Os alunos são autónomos na tomada de decisões. A professora vigia e
apoia os alunos;
• Fornecerei o material para a experiência seguinte à medida que os grupos
acabem a experiência anterior;
• No final de cada experiência dois elementos do grupo dirigem-se para o
computador a fim de registarem no Word as respectivas conclusões, num
documento elaborado para o efeito;
• Os restantes elementos encarregam-se de arrumar todo o material de que
já não necessitam e preparar o material para a experiência seguinte;
• No final de cada grupo ter realizado as três experiências e terem registado
as respectivas conclusões, os grupos trocam de experiências;
• Todos os grupos têm de realizar a totalidade das experiências, num total
de doze experiências;
• Quando todas as experiências tiverem sido realizadas e as respectivas
conclusões registadas, cada grupo dirige-se a um computador (na escola
existem quatro computadores), para realizar as fichas interactivas;
• Apenas o porta-voz do grupo preenche os espaços vazios da ficha
interactiva;
• O melhor grupo, isto é, aquele que responder mais acertadamente,
receberá uma recompensa;
• As actividades realizam-se durante um dia, ocupando para o efeito o bloco
da manhã e da tarde, durante um período de sete horas (duas das horas
são extracurriculares);
• Numa segunda fase a actividade será alargada a todos os anos lectivos;
Para o efeito serão utilizadas três salas da escola, do seguinte modo:
o Sala 1 – turma do 1º ano
o Sala 2 – turma do 4º ano
• Sala 3 – turma do 3º ano
• Em cada uma das salas realizam-se seis experiências, seleccionadas de
acordo com o nível de ensino;
• Os alunos do segundo ano encontram-se distribuídos pelas três salas:
o Seis alunos do 2º ano por cada sala
o Cada aluno do 2º ano fica encarregue por uma experiência,
servindo de orientador e apoiante para o grupo que a está a
realizar, visto que já realizou previamente a mesma.
• As turmas dos 1º, 3º e 4º anos estão divididas em grupos definidos pelas
respectivas docentes;
• Cada grupo realiza uma experiência;
• No final de cada grupo ter realizado a sua experiência, os grupos trocam
de experiências até terem realizado as seis experiências;
• Cada elemento regista no seu relatório, manualmente, as conclusões a
que o grupo chegou. Com a excepção do 1º ano que desenham aquilo que
observaram.
• As conclusões só serão registadas no Word, nos respectivos relatórios, no
final de toda a actividade; para uma melhor gestão do espaço e do
tempo;
• Esta tarefa será realizada por um grupo de cada vez, visto que cada sala
apenas dispõe de um computador.
Desde o inicio da aplicação do plano, os alunos mostraram-se empenhados e
motivados e olhando para trás, apesar do pouco tempo decorrido, verifico que
houve uma evolução no manuseamento do computador e na aquisição de
destrezas com o mesmo bem como na capacidade para solucionar um problema,
utilizando as experiências para esse fim e não dando uma resposta imediata, a
qual eles muitas vezes não entendem o seu sentido

Visto que resultou, continuarei a utilizar o computador e as experiências nas


minhas actividades lectivas como instrumentos auxiliares, como recursos que
possibilitam aprender brincando, isto é, adquirir conhecimentos de forma natural,
fluida e sem monotonia ou imposições.

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