You are on page 1of 241

Curso preparatório para

concursos
Nutrição da Mulher e da Criança
Profª Flávia Farias Lima
Conteúdo desta apostila
• Termos e definições e Nutrição Materno-Infantil
• Perfil epidemiológico do grupo M-I
• Aparelho Reprodutivo feminino
• Ciclo Reprodutor Feminino e Fecundação
• Ajustes fisiológicos da Gestação
• Avaliação Nutricional de Gestantes
• Recomendações Nutricionais Gestantes
• Cálculo de dieta para gestantes
• Aleitamento Materno
• Avaliação Nutricional de Nutrizes
• Recomendações Nutricionais para Nutrizes
PRINCIPAIS TERMOS E DEFINIÇÕES
EM NUTRIÇÃO MATERNO-
INFANTIL
Grupo materno-infantil
• Mulheres em idade reprodutiva (10-49 anos);
• Gestantes;
• Nutrizes;
• Lactentes (< 1 ano);
• Pré-escolares (> 1 e < 7 anos);
• Escolares (> 7 e < 10 anos);
• Adolescentes (> 10 e < 20 anos);
Características do grupo materno-infantil:

• Vulnerabilidade biológica;
• Necessidades nutricionais ↑
• Tx Mortalidade ↑
• Vulnerabilidade social ↑
• Vulnerabilidade ao HIV ↑
• Necessidade de ações e serviços de saúde ↑
Termimologia Conceito
Período pré-natal Entre a concepção e o parto
Período fetal precoce Entre a concepção e as 22 SG
Período fetal tardio Entre 22 SG até o parto
Período pós-natal Após o nascimento
Período Neonatal 28 primeiros dias após nascimento
Neonatal precoce 7 primeiros dias após nascimento
Neonatal tardio Entre o 7º e o 28º dia após nascimento
Período Perinatal Entre a 22ª SG e o 28º dia após nasc.
Peso ao Nascer (PN) 1º peso obtido após nascimento
RNBP Recém Nascido de Baixo Peso: peso ao nascer inferior a 2500g

Macrossomia fetal Recém nascido com peso > 4000g


Idade Gestacional (IG) Duração da gestação desde a data da última menstruação (DUM)

RCIU Retardo do Crescimento Intra Uterino: peso fetal inferior ao esperado


para IG
Gestação pré-termo Inferior a 37 semanas
atermo Entre 38 e 41 semanas
Pós-termo > 42 semanas
Abortamento Morte ovular ocorrida até a 22ª SG
Óbito fetal Morte após 22 SG
Nascido Morto (natimorto) Nascimento de feto sem evidência de vida, c/ peso > 500g
Terminologias aplicadas ao período gestacional e
primeiro ano de vida

PERÍODO PRÉ-NATAL PERÍODO PÓS-NATAL

Período Neonatal Período pós-natal

Período fetal Período Fetal Precoce Tardia


precoce tardio

Período Perinatal

22 sem 40 sem 7 dias 28 dias

Nascimento
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO GRUPO
MATERNO-INFANTIL
Mortalidade Infantil

Taxa de Mortalidade Infantil. Brasil 1980-2050

Taxa de Mortalidade Infantil = Nº óbitos em menores de 1 ano a cada 1000 nascidos


vivos
Comparação internacional
Fatores Relacionados à Mortalidade Infantil:

• Condições de Saúde e Nutrição;


• Escolaridade e saúde familiar;
• Assistência pré-natal e no puerpério;
• Cuidado no pós-parto imediato.
Principais causas de mortalidade infantil

• Doenças perinatais;
• Infecção Respiratória Aguda (IRA);
• Diarréia;
• Desnutrição.

 RNBP: ↑ susceptibilidade a complicações de saúde

 Prematuridade: ↑ indíces de morbimortalidade

 Estado Nutricional e Saúde Infantil é relacionado à


saúde e nutrição materna
Taxa de Mortalidade Materna
• É o número de óbitos por causas maternas por
100 mil nascidos vivos!

• É considerado nível baixo de 15-20 mortes


por 100 mil nascidos vivos e nível muito baixo
de 10 mortes/ 100 mil nasc. Vivos.
Mortalidade Materna
Taxa de Mortalidade Materna. Brasil, 1997-2000.

Região/UF 1997 2000


Taxa de Mortalidade Taxa de Mortalidade
Materna Materna
Brasil 61 45,8
Região sudeste 58,5 45,2
Minas Gerais - 38,1
Espírito Santo - 44,5
Rio de Janeiro 66,6 73,7

São Paulo 55,4 38,1

Fonte: Datasus. Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2002/c03.htm


APARELHO REPRODUTOR
FEMININO
Aparelho Reprodutor Feminino

Componentes: Ovários, Trompas de falópio, Útero, Vagina, Genitália externa, Mamas


GAMETOGÊNESE
• Início da reprodução humana
• Vida fetal feminina: formação dos ovócitos
rodeados de células granulosas (folículos
primários). Na 30ª SG: o feto feminino já tem
cerca de 6 milhões de ovócitos nos 2 ovários.
• Nascimento: 2 milhões
• Puberdade: 350 mil
• Liberação mensal de 1 ovócito secundário
• Ao longo da vida: cerca de 400 ovócitos são
liberados, os restantes degeneram.
CICLO REPRODUTOR FEMININO E
FECUNDAÇÃO
Ciclo reprodutivo feminino
• Hormônio hipotalâmico:
Hormônio Liberador de
Gonadotrofina (GnRH);

• Hormônios hipofisários:
Hormônio Folículo
Estimulante (FSH) e Hormônio
Luteinizante (LH);

• Hormônios ovarianos:
estrogênio e progesterona.
Aparelho reprodutor feminino

• Menarca: resultado da produção crescente de


FSH e LH a partir dos 9-10 anos de idade

• O ciclo reprodutivo mensal feminino (média


de 28 dias)
Fases do Ciclo Reprodutivo Feminino
Fase Proliferativa (4º-14º dia)
• Hormônios importantes nesta fase: FSH e LH
• FSH: determinante no crescimento e desenvolvimento inicial de alguns
folículos, que passam a produzir estrogênio para o seu interior. Resultado:
maior expressão de receptores para FSH (feedback positivo)
• FSH e estrogênio: ↑ receptores de LH
• Folículos atingem 10x seu tamanho inicial
• LH: determinante do crescimento final do folículo e ovulação
• Um único folículo cresce o bastante para ovular e os outros involuem.
• 2 dias antes da ovulação: ↑↑↑ LH
• Atuação sinérgica FSH e LH: folículo atinge tamanho máximo
• Ovários: ↓ produção estrogênio e ↑ produção progesterona
• Endométrio: duplica ou triplica espessura, suas artérias e glândulas se
desenvolvem
• 14º dia: OVULAÇÃO
OVULAÇÃO – 14º dia do ciclo
• Liberação enzimática e aumento de volume determinam rompimento do
folículo e liberação do ovócito secundário junto com líquido folicular
OVULAÇÃO

Logo, o ovócito será “conduzido” ao interior da tuba uterina através


das fímbrias e seus prolongamentos
Fecundação
• O ovócito é conduzido pela tuba uterina em
direção ao útero. Neste trajeto a ampola
tubária é o local mais provável de fecundação.
Fases da fecundação
• Então o zigoto formado entra em sucessivas divisões celulares,
ainda a caminho do útero, formando o blastocisto
Corpo Lúteo
• Enquanto isso no ovário, as células remanescentes
do folículo dão origem ao corpo lúteo gravídico,
que assume função de produção hormonal
(progesterona e estrogênio) até que a placenta
assuma tal função, em torno da 20ª SG
IMPLANTAÇÃO

Implantação do blastocisto no
endométrio
AJUSTES FISIOLÓGICOS DA
GESTAÇÃO
Ajustes Fisiológicos da Gestação
• Alterações anatômicas, fisiológicas e
psicológicas que afetam todas as funções
orgânicas da gestante

• Alterações são individuais

• Mudanças regulam o metabolismo materno,


promovem crescimento fetal e preparam a mãe
para o trabalho de parto e lactação.
Nutrição do concepto recém-
implantado:
• Produção de nutrientes pelo estroma
endometrial: glicogênio, proteínas, lipídios e
minerais.

• Progesterona: garante que as células


endometriais armazenem nutrientes para
utilização pelo embrião até que a placenta se
forma e funcione
Placenta:

• Enquanto o embrião se prende ao útero,


proliferação de células trofoblásticas e capilares
sanguíneos formam a placenta, que assume a
função de nutrição e proteção do feto, troca de
gases (Oxigênio e carbônico), liberação de
excretas e produção hormonal.
Placenta

Membrana placentária: permeabilidade seletiva. Onde ocorre troca de


gases e outras substâncias.
Transporte de oxigênio
Transporte de Gás Carbônico
Difusão de nutrientes
Funções do Estrogênio na gravidez:

- ↑ útero materno
- ↑ mamas
- ↑ genitália materna

Funções da Progesterona na gravidez:

- ↑ secreção material nutritivo nas trompas


- desenvolvimento de células de armazenamento de
nutrientes no endométrio
- ↓ contratilidade uterina
- ↑ mamas
Gonadotrofina Coriônica Humana
• Hormônio de produção pelo próprio trofoblasto
logo após implantação;
• Pico em torno de 10-12 semanas
• Reduz e se mantém presente até o fim da gravidez
• Funções:
– impedir involução do corpo lúteo
– crescimento endometrial
– armazenamento nutrientes endométrio
– produção testosterona pelo feto masculino
(desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos)
Respostas no corpo da mãe à gravidez
• ↑ órgãos sexuais
• edema
• acne
• Leves traços masculinos
• ganho de peso (feto, líquido amniótico, placenta, membranas fetais,
↑ útero e mamas, ↑ volume plasmático, acúmulo de gordura)
• gestante pode ganhar até 33Kg se não houver acompanhamento
• ↑ débito cardíaco
• ↑ frequência respiratória
• ↑ trabalho renal em até 50% no 1º trimestre, com ↓ no último mês
• ↑ leucócitos séricos (capacidade defesa)
• mudança na postura e deambulação
Sistema circulatório

- ↓ PA até o 2º trimestre tendendo a normalizar no 3º


- ↑ volume sanguíneo 50% entre 6ª e 34ª SG
- ↑ trabalho cardíaco e tamanho do coração
- ↑ perfusão tecidual
- ↑ progressivo fluxo de sangue p/ atender a nutrição do
feto
- tempo de circulação do pé ao abdômen ↑, podendo
gerar varizes, hemorróidas sobretudo no fim da gravidez
Sistema digestivo

- Progesterona: hipotonia muscular ↑ tempo


esvaziamento gástrico: náuseas, pirose, refluxo e
constipação intestinal
- Hipotonia ↑ absorção de nutrientes
- Boca: alterações na composição da saliva, fica
menos protetora resultando em cáries, gengivite
e edema gengival
Sistema respiratório
- ↑ ventilação pulmonar
- ↑ consumo de oxigênio
- ↑ ângulo costal (costelas infladas e salientes)
- ↑ diâmetro do tórax
- elevação do diafragma
Metabolismo Basal

- ↑ cerca de 15-20% TMB


- Atividade muscular requer maior dispêndio
energético
Metabolismo Glicídico

- ↓ glicemia materna
- ↓ utilização periférica de glicose
- ↓ sensibilidade à insulina pela ação de hormônios
contra-insulínicos (estrogênio, progesterona,
glucagon ..)
Metabolismo Lipídico

- ↑ utilização lipídios como fonte de energia


materna
- ↑ ácidos graxos, TG e colesterol plasmáticos

Metabolismo Proteico

- ↓ proteínas plasmáticas por hemodiluição


(albumina) podendo ocasionar edema
- aas e energia: indispensáveis para síntese
tecidual fetal e das estruturas maternas
Necessidades de Ferro:
- 375mg formação feto + 600mg expansão
plasmática
- reserva em torno de 100mg

Necessidade de Vitamina K:

- ↓ chances de hemorragia no parto


Ajustes alimentares

- ↑ apetite e sede
- ↑ preferências alimentares
- desejos e aversões
- Picamalácia
Comportamento alimentar na
gravidez

• Fase do desenvolvimento psicológico


• Um dos período críticos da mulher (menarca e
menopausa)
• Mudanças fisiológicas, psicológicas e sócio-
econômicas
• Redefinição de papéis na vida da mulher
• Momento que marca transição a vida adulta
Principais crises...

• Aceitação gravidez

• Rejeição gravidez => mudanças no corpo, na rotina,


falta de apoio, rompimento afetivo ou falta de
companheiro
Características de cada trimestre de
gestação:
No 1º TRIMESTRE:
• Dúvidas sobre a existência da gravidez
• Expectativas com a reação alheia
• Insegurança
• Hipersonia
• Intenso processo de “ambivalência afetiva”
• Alterações de humor
• Supervalorização das crenças
• Necessidade de atenção
• Alterações do paladar e olfato
2º TRIMESTRE
• Gravidez =>concretude à relação afetiva
• Interpretação dos movimentos
• Expectativa sobre as características ao bebê
• Alterações no desejo e desempenho sexual
• Medo da irreversibilidade do corpo
• Introversão
• Passividade
• Mais estabilidade emocional
3º TRIMESTRE
• Elevação do nível de ansiedade
• Medo do parto (morte)
• Medo de problemas com a saúde do bebê
• Angústia gerada pela futura mudança de rotina
• Medo de não ter passagem para o bebê nascer
• Intensificação dos sonhos e pesadelos
• Aumento ou diminuição do apetite
ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL
Assistência Pré-natal

• Objetivo principal: acolher a mulher desde o início


da gravidez, assegurando no fim da gestação, o
nascimento de uma criança saudável, o bem-estar
materno e neonatal através de um conjunto de
procedimentos e cuidados para a mãe e o bebê;

• Multiprofissional;

• Nº de consultas: pelo menos 1 no primeiro trimestre


e nos trimestres seguintes consultas mensais;
Objetivos prioritários:

• Detectar possíveis condições de risco;


• Informar sobre cuidados com a gestação e o parto;
• Minimizar mortalidade perinatal e neonatal através
de profilaxia, diagnóstico e tratamento de patologias;
• Orientar quanto ao uso de medicamentos;
• Estimular o aleitamento materno e os cuidados com o
recém-nascido;
Principais condições de Risco
• Idade < 15 e > 35 anos
• Estatura < 1,45m
• Peso < 45Kg e > 75Kg
• Ocupação que exige esforço físico
• Situação conjugal insegura
• Baixa escolaridade
• Não aceitação gravidez
• Dependência química
• Condições saneamento/higiene desfavoráveis
• Baixa renda per capita.
ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
PRÉ-NATAL
• Extrema importância para o perfeito
crescimento e desenvolvimento do bebê e
para preservar a saúde materna;

• Necessidades nutricionais se alteram na


gestação e ao longo desta;

• Mudanças fisiológicas e transformações


anatômicas requerem maior aporte
nutricional (macro e micronutrientes);
Atendimento Nutricional

• É constituído de 3 fases a saber:


– Exploratória

– Avaliação

– Conduta
Fase 1 - Exploratória
• História Clínica e Reprodutiva
• História Social
• História Familiar
• História Patológica Pregressa
• História da Doença Atual
• Queixas
• História nutricional
• Hábito alimentar atual: questionário de
freqüência alimentar, recordatório de 24
horas ou anamnese alimentar
• Aversões ou desejos
Fase 2 – Avaliação Física
• Aferição de medidas como Peso, Estatura
• Cálculo de Idade Gestacional em semanas
• Coleta da Idade Materna
• Avaliação antropométrica com diagnóstico
nutricional a partir de indicadores específicos,
como o ganho de peso na gestação e
IMC/Idade Gestacional
• Avaliação de exames laboratoriais: há valores
de referência diferenciados
Fase 3 – Conduta Nutricional
• Cálculo das necessidades nutricionais para
gestante, de acordo com idade, nível de atividade
física e idade gestacional
• Prescrição de cardápio adequado em atender as
demandas nutricionais, respeitando-se os hábitos
culturais, sociais e/ou religiosos
• Orientações focadas nos distúrbios ou queixas
apresentados
Fase 1 - Exploratória
Após coleta das Histórias Clínica, Reprodutiva,
Social, Familiar, Patológica Pregressa, Doença
Atual (se houver) e Nutricional, COLETAR O
HÁBITO ALIMENTAR ATUAL:
Questionário de Frequência Alimentar (QFA)
Anamnese alimentar
Recordatório de 24h
Fase 2 – Avaliação Física

Após acolhimento da gestante e coleta das histórias


(fase exploratória da consulta):

1. Identificar DUM e IG ;

2. Avaliação Nutricional pré-gestacional (IMC-PG) e


programação de ganho de peso.

4. Avaliação Nutricional atual - IMC para IG atual


Avaliação Nutricional de acordo com diagnóstico
pré-gestacional
IMC Estado Ganho peso Ganho peso Ganho Ganho
pré-estacional Nutricional 1º tri - até 13ª semanal 2º e peso total peso
(Kg/m²) SG (Kg) 3º tri (Kg) (Kg) mínimo
(Kg/mês)
< 18,5 Baixo Peso 2,3 0,5 12,5-18,0 Não
determinado

18,5-24,9 Adequado 1,6 0,4 11,5-16,0 1,0

25-29,9 Sobrepeso 0,9 0,3 7,0-11,5 Não


determinado

>30,0 Obesidade ---- 0,3 7,0 0,5

 Mesmo as mulheres obesas também devem ganhar peso durante a gestação;


1º trimestre: IG até 13ª semana
2º trimestre: IG até 28ª semana
3º trimestre: IG > 28 semanas
Gestante gemelar
IMC Ganho peso Ganho peso Ganho peso Ganho
pré-estacional semanal semanal semanal peso total
(Kg/m²) 0 – 20 20-28 28 semanas (Kg)
Semanas semanas ao parto
< 19,8 0,560-0,790 0,680-0,790 0,560 22,5-27,9
(Baixo Peso)
19,8-26,0 0,450-0,680 0,560-0,790 0,450 18-24,3
(Adequado)
26,0-29,0 0,450-0,560 0,450-0,680 0,450 17,1-21,2
(Sobrepeso)
> 29,0 0,340-0,450 0,340-0,560 0,340 13,0-17,1
(Obesidade)
Quando o PPG não é conhecido
• Se a 1ª consulta é no 1º trimestre de gestação (até
13ª SG) assume-se como peso nesta consulta o PG

• Se a 1ª consulta é posterior, a avaliação é realizada


apenas através do IMC atual para a Idade
Gestacional em semanas, conforme mostra o
Quadro 1.
• O ganho de peso mínimo ou com ENPG estimado
pode ser utilizado de maneira complementar.
Também
poderá ser
utilizado o
gráfico:
Fase 2 – Avaliação Física

• Nas consultas nutricionais subseqüentes a


avaliação nutricional deve ser repetida, de
forma a observar-se a curva de evolução do
IMC ou detectar se o ganho de peso foi
adequado;

• Quando o IMC/IG é utilizado, marcar no


gráfico cada ponto de avaliação e ligar,
formando a curva e observar as
recomendações a seguir
Baixo Peso
Adequação
Sobrepeso e Obesidade

Nesses casos o ganho de peso é indicado, entretanto


com menor intensidade de forma que no fim da
gestação o IMC não seja tão diferente do inicial (curva
levemente ascendente).
Fase 2 – Avaliação Física

• Após cálculo de IG, avaliação nutricional,


programação do ganho de peso;

• Avaliação bioquímica;

• Avaliação clínica.
MEDIDAS PARÂMETROS NORMAIS NA GESTAÇÃO
Albumina 2,5g/dl
Ácido Úrico 2,0 – 5,0mg/dl
Colesterol Total 200 – 325 mg/dl
Creatinina 0,5 – 1,0 mg/dl
Glicemia de jejum <85mg/dl
Hemoglobina
Ausência de anemia > 11g/dl
Avaliação
Anemia leve a moderada > 8 g/dl e < 11g/dl
Anemia grave < 8 g/dl bioquímica
Hb glicosilada < 8 g/dl
Hematócrito
1º trimestre > 33%
2º trimestre > 31,5%
3º trimestre > 33%
Hemácias 3,6 – 4,4 milhões/ mm3
Teste de Tolerância Oral à < 140mg/dl (após 20ª SG)
Glicose (TTOG) com 75g glicose
Proteínas totais 6 – 7 g/dl
TG < 150 mg/dl
Uréia 10 – 20 mg/dl
Plaquetas 75 – 320 mil/ mm3
Urina
Bactérias Ausentes
Corpos cetônicos Ausentes
Glicose Ausentes ou traço
Hemácias Até 5
Proteínas Até traços (0,5 g/l)
Exame de urina

• Traços de proteínas na urina associados a


edema e/ou hipertensão arterial podem indicar
Síndrome Hipertensiva da Gravidez!!
• Encaminhar a gestante para um pré-natal de
alto risco.
Avaliação clínica
Achados Sugestivo de …
Olhos
Cegueira noturna (dificuldade de Carência de vitamina A
enxergar com pouca luz ou à noite) Anemia ferropriva
Palidez conjuntival

Lábios
Queilose angular e língua inflamada Carência de riboflavina
(glossite)
Glândulas
Bócio Carência de iodo
Palidez cutâneo-mucosa, fraqueza,
fadiga ao menor esforço físico,
susceptibilidade aumentada aos Anemia ferropriva
processos infecciosos

Gengivas esponjosas, que sangram


com facilidade, e pequenas
Carência de vitamina C
hemorragias cutâneas
Fonte: Saunders &
Bessa, 2002
Fase 3 - Conduta
• Cálculo das necessidades nutricionais;
• Prescrição nutricional (VET, HC, PTN, LIP);
• Cardápio;
• Orientações Nutricionais.
Necessidades Nutricionais
Requerimento energético na gestação
↑ requerimento energético =>↑ TMB em 10 a 15%:
crescimento do feto
formação da placenta
formação de tecidos maternos
esforço materno (cardiovascular e respiratório)
Feto utiliza diariamente cerca de 50-70% de carboidratos e o
restante de aminoácidos e ácidos graxos
↑ TMB gera ↑ calor, que é dissipado através da vasodilatação
periférica
↑ ingestão e do peso gera reserva adiposa para os momentos
de ↓ glicemia (sono por exemplo)
Demanda energética
Custo energético de uma gestação completa: em
torno de 77.000 a 80.000 Kcal para 40 semanas;
Com base nisso a recomendação padrão do MS é
adicionar 285Kcal às recomendações diárias de
calorias;
Para mulheres em repouso ou extremamente
sedentárias utilizar o adicional de 200Kcal/dia
Outros autores defendem o adicional de
300Kcal/dia, que seriam necessários para as
diversas demandas da gestação
Valor Energético Total na gestação...
• Para mulheres adultas

VET = GE(TMB x NAF) + adicional da gestação

TMB = Taxa de Metabolismo Basal


NAF = Nível de Atividade Física
TMB em mulheres adultas

TMB (♀ 18 a 30 anos) = (14,818 x Peso) + 486,6

TMB (♀ 30 a 60 anos) = (8,126 x Peso) + 845,6

Utilizar Peso Pré-gestacional, se o IMC(PG) for


adequado. Caso não seja, utilizar um peso teórico que
esteja na faixa de adequação (entre IMC 18,50e
24,99Kg/m2) ou IMC mediano feminino (21 Kg/m2)
Nível de Atividade Física
• Mulheres adultas

# Estilo de vida sedentário ou leve => 1,40 – 1,69 (1,53)

# Estilo de vida moderado a ativo => 1,70 – 1,99 (1,76)

# Estilo de vida vigoroso ou moderad. vigoroso => 2,00 – 2,40 (2,25)


Adicional Calórico da gestação
Devido as diferentes demandas calóricas
durante os 3 trimestres de gestação sugere-se:
1º Tri = adicionar 85Kcal
2º Tri = adicionar 285 Kcal
3º Tri = adicionar 475Kcal
Caso gestante não inicie acompanhamento
nutricional no 1º trimestre, pode-se somar
85Kcal ao 2º tri.
Adicional calórico individualizado
Para permitir o ganho de peso de 1Kg, deve-se
adicionar 6.417Kcal (6.416,6...)
Passo 1 – calcular o ganho de peso esperado
(em Kg) até a 40ª SG;
Passo 2 – Multiplicar o ganho de peso (Kg) por
6.417Kcal
Passo 3 – Dividir pelo número de dias que
faltam para a gestante completar 40 semanas.
Demanda por proteínas
Fornecer aas para formação e manutenção tecidual;
Formação hormonal;
Formação enzimática;
Síntese de secreções e líquidos corpóreos;
Síntese de anticorpos;
Transporte de lipídios e vitaminas lipossolúveis;
Manutenção da pressão osmótica (albumina);
Equilíbrio ácido-base do sangue.
Recomendação de proteínas na
gestação
Recomendação atual (FAO/WHO/UNU, 2007):
1º Tri: 1,0g/Kg Peso Pré-Gestacional + 1g/dia;
2º Tri: 1,0g/Kg Peso Pré-Gestacional + 9g/dia;
3º Tri: 1,0g/Kg Peso Pré-Gestacional + 31g/dia.

Quando o peso pré-gestacional indicar EN


inadequado utilizar o Peso Ideal (a partir de IMC
entre 18,50 e 24,99)
Recomendação de proteínas na
gestação

• ANVISA: 71g/dia durante toda a gestação

• Gestação gemelar (FAO/WHO/UNU, 2007):


– Adicional proteico de 50g/dia a partir da 20ª SG;
– Adicional energético de 1.000Kcal/dia a partir da
20ª SG.
Distribuição calórica dos
macronutrientes:
Carboidratos: 55 a 75% do VET
 Não oferecer mais de 10% de açúcar simples
 Oferecer > 25g de fibras ao dia

Lipídeos: 15 a 30% do VET


 Evitar ácidos graxos saturados, trans e colesterol

Proteínas: 10 a 15% do VET


 Dietas com mais de 34% do VET provenientes de proteínas
estão associadas a óbito fetal.
GESTANTE ADOLESCENTE
Adolescência
• 10-19 anos (OMS)
• Consumo alimentar inadequado
• Questionamento dos padrões de infância
• Indefinição entre vida infantil e adulta
• Construção da identidade
• Transformações corporais
• Mudanças relacionais e emocionais
Gestação na adolescência
• Principais causas: início precoce da vida sexual feminina
+ falta de informações sobre sexualidade e métodos
contraceptivos
• Pode indicar a ansiedade em ser mãe e constituir
família
• Pode ser resultado de distúrbios/abusos familiares
• Pode significar exclusão ou ascensão social
• Pode empobrecer a mulher, reduzir sua inserção social,
limitar sua escolaridade e sua profissionalização.
Gestação na adolescência
Bem aceita em muitos costumes
Maior necessidade de atenção pré-natal
multiprofissional, sobretudo com médicos(as),
nutricionistas e psicólogos(as)
Está associada a BPN, RCIU, RNPT, natimorto, parto
cesariano e complicações para a saúde materna
Os riscos são maiores em gestantes < 18a
Nutrição da gestante é o fator ambiental de maior
importância
Atenção nutricional é extremamente importante na
redução de riscos perinatais e promoção do ganho de
peso adequado
Gestação na adolescência
1 em cada 5 partos no Brasil é em gestante
adolescente
A cada semana 5 adolescentes morrem em
decorrência de problemas na gravidez, parto ou
puerpério (MS, 2006)
Morte por causas relacionadas a gestação está entre
as 3 principais causas de mortalidade entre
adolescentes, apenas perdendo para acidentes de
trânsito e homicídios
Alimentação inadequada e deficiência de
micronutrientes pode influenciar negativamente no
resultado obstétrico
Riscos da gravidez na adolescência
Fase de grande incremento de massa corporal, estatura,
massa óssea
Necessidades nutricionais elevadas
Menarca cada vez mais precoce e crescimento estatural
mantido
Competição de nutrientes mãe-feto
Maturidade só é atingida 2 anos após menarca
Adolescentes são imaturas biologicamente e não
suportam até as 40 S.G.
Risco muito aumentado em gestantes < 14ª ou < 2 anos
menarca
Comportamento alimentar da
gestante adolescente
Fatores sócio-culturais
Contexto familiar
Fatores psicológicos
Fatores econômicos
# Gravidez na adolescência constitui risco nutricional
# Dar suporte multiprofissional de saúde não
Significa incentivar as gestações e sim evitar
prejuízos de ordens física e/ou psicossocial.
Repercussões da gravidez na
adolescência
Para mãe:
◦ SHG
◦ Ganho de peso inadequado
◦ Parto prematuro
◦ Cesarianas
◦ Anomalias congênitas
◦ Retenção de peso pós-parto
◦ Mortalidade materna e perinatal
◦ Abandono da escola
◦ Vulnerabilidade à violência e abuso sexual
Repercussões da gravidez na
adolescência
• Para o feto:
– Morbidade perinatal
– Mortalidade infantil
– BPN e MBPN
– RNPT
Fatores que influenciam no resultado
obstétrico
• Idade materna (< 15a e multiparidade)
• Condição sócio-econômica
– Raça não branca
– Estado civil solteira
– Baixa escolaridade
– Baixa condição financeira
• Consumo alimentar
• Outros fatores (fumo, álcool, drogas)
Avaliação do Estado Nutricional
• Observações:
– Crescimento estatural das gestantes adolescentes
pode parar
– Cerca de 50% mantém crescimento, porém mais
lento
– Há redução de estatura em toda gestante
(compressão vertebral e lordose), o que pode
mascarar um pequeno crescimento
– Pelve estreita pode limitar crescimento do bebê
Avaliação Nutricional da gestante
adolescente
• 1) Avaliação nutricional pré-gestacional:
- IMC/Idade;
- Utilizar tabela de ganho de peso adaptada.

• 2) Avaliação Nutricional atual:


- IMC/IG (INDICADOR DE MULHERES ADULTAS, POUCO
EFICAZ PARA ADOLESCENTES)

• 3) Acompanhar a evolução da estatura durante


gravidez:
- Altura/Idade
1) Avaliação do EN Pré-Gestacional
• Questionar Peso(PG) e estatura (PG) para
cálculo do IMC(PG)

• Ou realizar aferição de Peso e Estatura, se a


gestante ainda está no 1º trimestre de
gestação (até fim da 13ª S.G.), calcular IMC e
considerar como PG
Diagnóstico através do IMC específico
para adolescentes
Diagnóstico a partir dos percentis

Percentil Diagnóstico Nutricional


<P3 Baixo Peso (BP)
Entre P3 e P85 Adequado (A)
Entre P85 e P97 Sobrepeso (S)
> P97 Obesidade (O)
Programação ganho de peso
• A partir do diagnóstico pré-gestacional determinar
o ganho de peso esperado para a gestante
adolescente conforme o quadro abaixo:
Estado Ganho peso Ganho peso Ganho Ganho
Nutricional 1º tri - até 13ª semanal 2º e peso total peso
SG (Kg) 3º tri (Kg) (Kg) mínimo
(Kg/mês)
Baixo Peso 2,3 0,5 12,5-18,0 Não
determinado

Adequado 1,6 0,4 11,5-16,0 1,0


Sobrepeso 0,9 0,3 7,0-11,5 Não
determinado

Obesidade ---- 0,3 7,0-9,1 0,5


Prescrição dietoterápica na gestante
adolescente
VET = (GET x 1,01) + adicional da gestação

GET = TMB x NAF

TMB (10-18a) = [13,384 x Peso] + 692,6

Peso pré-gestacional ou ideal (através de IMC


adequado para idade, nos casos de Baixo
Peso*)
Níveis de Atividade Física na
adolescência
Idade (anos) Atividade Leve Atividade Atividade Pesada
Moderada
10-11 1,45 1,70 1,95
11-12 1,50 1,75 2,00
12-13 1,50 1,75 2,00
13-14 1,50 1,75 2,00
14-15 1,50 1,75 2,00
15-16 1,50 1,75 2,00
16-17 1,50 1,75 2,00
17-18 1,45 1,70 1,95

GET = TMB x NAF


Adicional calórico da gestação
1º Trimestre = adicionar 85Kcal
2º Trimestre = adicionar 285 Kcal
3º Trimestre = adicionar 475Kcal

Se a gestante não realizou acompanhamento nutricional no


1º trimestre:

2º trimestre = 360Kcal
3º trimestre = 475Kcal

VET = [GET x 1,01] + adicional calórico da


gestação
Recomendação de proteínas
• ANVISA = 71g ao dia para gestantes de todas as
idades

• Emerson et al: 1,5g/Kg Peso gestacional para


gestantes de 15 a 19 anos

• ADA: < 15 anos: 1,7g/Kg Peso ideal


> 15 anos: 1,5g/Kg Peso ideal
Recomendação de vitaminas e
minerais
• Atentar para alta prevalência de anemia
(Ferro) e demandas do crescimento e da
reprodução:

– Zinco, Vitamina A, Cálcio, ácido fólico, B6, Iodo,


Magnésio
CARDÁPIO
Como transformar os cálculos em
cardápio de 1 dia:
• Recorrendo a tabelas de composição nutricional
e calculando alimento por alimento, somando
suas Kcal e macronutrientes até chegar aos
valores mais próximos possível do cálculo
dietoterápico

• Utilizar programas instaláveis em notebooks ou


PCs de mesa no atendimento

• Utilizar metodologias simplificadas, como


equivalentes (vários modelos diferenciados)
Equivalente calórico
• Fornece por cada VET cerca de 15% de proteínas,
25% de lipídios e 60% de carboidratos
1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2800 3000
Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal Kcal

Leite
1½ 1½ 1½ 2 2 1½ 1½ 2 2½ 2½ 3 4 4
Integral

Pão 1 1½ 2 2 2 2 2 2 2 3 3 4 4

Açucar 1 1 1 1 2 2 3 3 3 3 3 4 5

Margarina 2 2 2½ 2½ 2 2 2 2 2½ 2½ 2½ 3 4

Azeite puro 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2

Arroz 10 10 10 10 10 12 12 12 12 12 14 18 20

Feijão 1 1 1 1 1½ 1½ 1½ 1½ 1½ 2 2 3 4

Carne 1½ 1½ 1½ 1½ 1½ 2 2 2 2 2 2 3 3

Vegetal B 10 10 8 10 8 7 7 8 11 9 7 10 12

Fruta 4 4 4 5 5 5 5 6 6 6 6 6 7
Óleo de
15ml 16ml 17ml 18ml 19ml 20ml 21ml 22ml 23ml 24ml 25ml 25ml 25ml
cocção
Porções de alimentos - equivalente

200 ml – 1 copo de requeijão mal cheio ou 1 xícara


1 Equivalente de Leite Integral
de chá cheia

1 Equivalente de pão francês 50g – 1 unidade pequena

1 Equivalente de arroz 25g – 1 colher de sopa cheia

1 Equivalente de feijão 1 concha média cheia

1 Equivalente de carnes magras 100g – 1 pedaço médio

1 Equivalente de vegetal A À vontade

1 Equivalente de vegetal B 25g – 1 colher de sopa cheia

1 Equivalente de fruta 1 quota

1 Equivalente de margarina 5g – 1 colher de chá

1 Equivalente de azeite puro 1 colher de sobremesa

1 Equivalente de açúcar 1 colher de sobremesa cheia


Orientações nutricionais gerais na
gestação:
• Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume
em cada refeição;
• Evitar omitir refeições, sobretudo o café da manhã
devido as horas de jejum do sono;
• Aumentar a ingestão de alimentos ricos em ferro,
cálcio, vitamina A e vitamina C;
• Orientar o consumo de 2 litros de água por dia, ou mais,
preferencialmente entre as refeições;
• Estimular a prática do aleitamento materno, sobretudo
no 3º trimestre gestacional, expondo os benefícios para
mãe e para o bebê;
• Estimular a prática de atividade física apropriada
regularmente, caso não haja contra-indicação médica
Alimentos ricos em ferro

• Ferro não-heme (vegetal)


– Vegetais verde-escuros;
– Feijões;
– Ervilha;
– Lentilha.

• Ferro Heme (animal)


– Carnes em geral;
– Vísceras
– Ovos.
Alimentos ricos em cálcio
• Leites;
• Queijos;
• Iogurtes;
• Creme de leite;
• Leite de soja enriquecido;
• Amêndoas
• Gergelim
Alimentos ricos em vitamina A
• Fontes vegetais (carotenóides):
– Cenoura
– Mamão
– Abóbora
– Manga
– Batata doce
– pêssego
• Fontes animais (Retinol)
– Ovo
– Manteiga
– Leite
– Fígado de boi
Orientações Nutricionais na gestação:
• Consumo moderado ou baixo de café, chá
(preto e verde), mate e guaraná natural;
• Baixo consumo de adoçantes, assim como
alimentos diet e light;
• Pode-se recomendar, com cautela, ......
• Em casos específicos de diabetes e obesidade
é mais seguro o uso de sucralose e stévia pura;
• Monitorar o ganho de peso a cada consulta e
marcar no cartão da gestante;
Náusea, vômitos e tonturas
• Orientar para que a gestante alimente-se logo ao acordar, evitando jejum
prolongado, dando preferência a alimentos secos;
•  Evitar alimentos com odor forte. Utilizar temperos naturais e suaves em
quantidade moderada;
• Aumentar o fracionamento das refeições (6 ao dia – café da manhã, lanche
da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia).
• Evitar líquidos durante as grandes refeições (almoço e jantar). Preferir tomá-
los entre as refeições ou após no mínimo 1 hora após estas refeições;
• Consumir 2 litros ou mais de água por dia;
• Evitar alimentos gordurosos;
• Nos casos mais graves evitar alimentos ricos em fibras nas grandes refeições,
sendo indicada dieta com baixa quantidade de resíduos;
• Evitar deitar-se ou reclinar-se após as refeições. Também evitar movimentos
bruscos como pegar peso ou abaixar contraindo o abdômen.
Pirose
• Aumentar o fracionamento das refeições (6 ao dia – café da manhã, lanche
da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia).

• Evitar frituras, empanados, molhos a base de creme de leite e queijo ou


outros alimentos gordurosos;

• Evitar ou reduzir o consumo de café, chá preto, mate, pimentas, mostarda,


álcool e bebidas gaseificadas;

• Mastigar lentamente, respeitando o limite gástrico;

• Evitar deitar-se ou reclinar-se após as refeições, assim como esforços físicos;

• Dormir com travesseiro alto, no caso de pirose noturna;

• Não utilizar leite gelado para o alívio da dor, pois puro e em quantidade
excessiva, pode piorar a azia.
Sialorréia
•  Essa condição pode estar associada a náuseas, interferir
no sono e implicar na perda de líquidos e eletrólitos.

• Orientar a gestante a evitar cuspir e ingerir 2 litros ou mais


de água ao dia.

• Orientar que a gestante se alimente logo ao acordar,


evitando jejum prolongado.

• Aumentar o fracionamento das refeições (6 ao dia – café


da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia).

• Evitar líquidos durante as refeições, preferindo o consumo


entre as refeições.
Hipotensão arterial e/ou
hipoglicemia
• Não fazer restrição de sódio em pacientes normotensas, sem quadro
de hipertensão prévia;

• A recomendação diária de sal para adição é de 2 g/dia (2 colheres de


chá niveladas). Atentar para esse consumo, especialmente no
primeiro trimestre, das pacientes normo e hipotensas;

• Evitar inatividade física;

• Aumentar o fracionamento das refeições (6 ao dia – café da manhã,


lanche da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia);

• Evitar jejum prolongado, fazendo a primeira refeição logo ao acordar;

• O intervalo entre as refeições não deverá ser maior do que 3 horas.


Picamalácia
• Distorção do paladar com desejo incontrolável de ingerir
substâncias não alimentares, como terra, tijolo, poeira, giz,
gelo, entre outras. As substâncias não alimentares podem
contribuir para o agravo da anemia, interferir na absorção
de nutrientes, diminuir a ingestão de alimentos, prejudicar
o ganho de peso gestacional, e causar obstrução intestinal.

• Esclarecer a gestante dos males associados à ingestão das


substâncias relatadas;

• Combater a prisão de ventre, caso esteja presente;

• Evitar alimentos tais como pimenta e doces em grande


concentração de açúcar.
Cãimbras musculares
• Aumentar o consumo de alimentos ricos em
potássio;

• Aumentar o consumo de cálcio e vitamina B1;

• Fontes de potássio:
– Beterraba, banana, pêssego, cereja, abacate, feijão,
couve-flor, cenoura, espinafre, leite vaca, pimentão,
tomate.

• Fontes de B1:
– Leite e derivados, brócolis, feijões, couve-flor, repolho,
espinafre, amêndoas
Prisão de ventre
• Alimentos ricos em fibras insolúveis (celulose, hemi-
celulose):
– Folhosos crús, vegetais crús, cascas de frutas comestíveis,
cereais integrais
• Alimentos com propriedade laxativa:
– Abóbora, feijão, ameixa, mamão, laranja, abacate, iogurte.
• Aumentar o consumo de água e outros líquidos;
• Fortalecer a musculatura do abdômen;
• Evitar ‘prender’ voluntariamente a necessidade de
evacuar;
• Utilizar coquetel laxativo, se preciso

RECEITA COQUETEL LAXATIVO


- Bater em liquidificador ou mixer: suco de 1 laranja, 2
ameixas pretas, 1 colher de creme de leite e 100g de
iogurte natural
Excesso de flatulência

• Evitar o consumo de alimentos flatulentos:


– Alho;
– Batata-doce
– Ovo
– Feijão
– Grão de bico
– Jaca
– Coalhada
– Uva passa
– Repolho
– Doces concentrados
Plenitude pós-prandial
• Aumentar o fracionamento da dieta para 6 refeições por dia: café
da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia;

• Diminuir o volume de alimentos em cada refeição;

• Evitar a ingestão de líquidos durante as grandes refeições, fazendo-


o após no mínimo 1 hora;

• Evitar falar, gargalhar, cantar, assobiar durante as refeições;

• Evitar alimentos gordurosos, principalmente nas grandes refeições.


Anemias Nutricionais
• Orientar quanto ao consumo de alimentos ricos em ferro heme,
forma mais absorvível

• Orientar quanto à importância no consumo de alimentos ricos em


ferro não-heme, principalmente associados ao consumo de vitamina
C

• Orientar quanto ao consumo de vitamina C, principalmente junto às


grandes refeições para otimizar a absorção do ferro alimentar;

• Evitar consumir junto às grandes refeições: mate, café, chá preto,


refrigerantes, guaraná natural, leite e derivados.

• Orientar a alimentação rica em ferro, vitaminas B12, B6 e ácido


fólico
ALEITAMENTO MATERNO
Aleitamento Materno

• Forma milenar de alimentação do ser humano


em seus primeiros meses de vida;
• Prática que perdeu força nos últimos 2 séculos

• Nutrição espécie-específica

• Fase final do ciclo reprodutivo humano


Recomendação atual

• Aleitamento Materno exclusivo até os 6


meses de vida do bebê e complementado até
os 2 anos de idade ou mais.
Principais funções da amamentação
Oferecer nutrientes especialmente adaptados à
situação digestiva e metabólica da criança

Proteger contra microorganismos patogênicos

Reduzir a probabilidade de alergias alimentares

Reduzir a fertilidade materna e aumentar o


intervalo entre os filhos

Produzir vínculo afetivo entre mãe e filho


Principais formas de Aleitamento Materno
• A.M. exclusivo = apenas leite materno

• A.M. predominante = além do leite materno,


oferece-se à criança água e/ou chás e/ou sucos.
Sem a oferta de outro leite ou outros alimentos

• A.M. complementado = quando o aleitamento


materno é complementado com a oferta de outros
alimentos lácteos ou não
Prevalência de Aleitamento Materno
1989: 97% dos bebês mamam, porém a partir daí o
desmame precoce é muito frequente

1996: 43,3% das crianças eram aleitadas ao seio


exclusivamente até os 6 meses

1999: 53% das crianças mamam durante o 1º mês de vida


e 9,7% das crianças recebem leite materno exclusivamente
até os 5-6 meses de vida

DADOS REVELAM TENDÊNCIA DE AUMENTO RECENTE NA


PREVALÊNCIA DE AMAMENTAÇÃO
Anatomia da mama
Anatomia da Mama

• Glândula mamária:
formada de 15-20 lóbulos
mamários, cada um com
seu aparelho secretor,
composto de epitélio
alveolar produtor de leite
e um sistema de ductos
envolvidos por tecido
conectivo e gordura
Aréola e mamilo

• Superfície rugosa
• Presença de glândulas
sebáceas para lubrificação
• Mamilo abriga cerca de 15-20
seios lactíferos em seu interior,
sendo rodeado de células
musculares
Desenvolvimento das mamas
• Antes da puberdade: já há glândulas mamárias e
ductos rudimentares

• Puberdade: estrogênio estimula início da


maturação mamária, aumento do mamilo e
pigmentação de toda a aréola

• Adolescência: processo se intensifica

• Fase final de maturação só acontece na gestação


e na lactação
Ainda na Gestação...
• Por ação do estrogênio e da progesterona:
– Proliferação alveolar
– Desenvolvimento tubular

• Parto: ação da prolactina como resultado da


sucção do bebê ao seio
– Fase final de proliferação de células alveolares e
reorganização celular
Componentes neurais da
amamentação

Ao mamar, criança produz um


estímulo nervoso na aréola que,
através da ação da medula
espinhal, chega aos neurônios
localizados no Hipotálamo, fazendo
com que inibam a secreção de
dopamina (Fator de Inibição de
Prolactina), o que por sua vez, leva
a maior secreção de Prolactina pela
Hipófise anterior.
Componentes neurais da
amamentação
A maior concentração de Prolactina no
sangue, que por via sanguínea aumenta
a produção do leite pelas células
alvéolares da mama.

A sucção aumenta também a produção de


Ocitocina que coordena a liberação do
leite produzido nos alvéolos pelos
ductos, graças a contração de células
mioepiteliais. Assim, o leite chega aos
seios lactíferos, pequenos reservatórios,
de onde sairão para a boca do bebê.
Hipófise
SUCÇÃO Dopamina
Anterior
(ou Fator Inibidor de
Prolactina)

Prolactina
Hipófise
Posterior

Produção de
leite pelas
Ocitocina células
Redução da alveolares
Adrenalina/ Noradrenalina produção de
leite
Contração das
Ejeção do leite
células mioepiteliais
para os seios
dos ductos
lactíferos
Nutrientes do Leite Materno
Sintetizados pelas células alveolares ou transportados do
sangue materno

Carboidratos: lactose sintetizada no aparelho de golgi


das céls alveolares

Proteínas: alfa-lactoalbumina e caseína sintetizadas no


RER das céls alveolares a partir de aminoácidos
precursores, provenientes do sangue materno

Lipídios: AGCC são sintetizados e AGCL/ TG são


transportados do sangue materno
Composição do Leite Materno
• Mais de 200 componentes, que suprem a
necessidade nutricional e imunológica do bebê

• Composição única em cada mãe e para cada bebê

• Estado Nutricional e ingestão alimentar da mãe


podem afetar a composição do LM, sobretudo de
micronutrientes, a menos nos casos de
Subnutrição grave
Fases do Leite Materno

• Até 5° dia: colostro (3 a 7 dias)

• 5° ao 15° dia: leite de transição

• 16° dia em diante: leite maduro


Colostro
• momento de maturação final e organização das
glândulas mamárias.
• Fluido espesso
• ↓ volume (2 a 20ml por mamada)
• Amarelado (rico em β caroteno)
• 3x mais rico em proteínas (Ig A sec, lactoferrina,
linfócitos, macrófagos: ação protetora)
• ↓ HC e LIP
• + Na+, Cl-, K+
• 54 Kcal/100 ml.
Leite de transição

• Valor nutricional e conteúdo instável


• Se altera dia-a-dia para se tornar maduro
Leite maduro

• 70 Kcal/100 ml
• 51% LIP
• 43% HC
• 6% PTN
LV x LM
Leite de Vaca (LV) Leite Materno (LM)
+ vitaminas lipossolúveis Lactoferrina otimiza absorção
-Vitaminas hidrossolúveis de Ferro (biodisponibilidade
- Gordura 50% contra 10% do Leite de
++++ Proteína (caseína) Vaca)
++++ Ca, P, Mg, Na, K, Cl α-lactoalbumina
------ Flúor
------ Ferro
------ Zinco

Leite de vaca não tem α-lactoalbumina (melhor


aproveitada pelo bebê) tem mais caseína, não tem
proteínas do sistema imune
Leite de vaca
• Maior quantidade de proteínas de diferente
qualidade e digestibilidade, o que aumenta o
risco de alergias e induz a má absorção intestinal
e perda fecal de sangue
• Maior retenção gástrica
• Maior refluxo
• Menor quantidade de ferro, ác fólico
• Menor quantidade vit C, A, B12
• Maior quantidade de sais
• Quase ausente em proteínas de defesa
Efeito protetor do Leite Materno
Principais vantagens do Aleitamento
Materno
Sem necessidade de preparo
Imediatamente disponível
Temperatura ideal
Segurança Microbiológica
Independe de recursos financeiros
Não há desperdício ou sobras
Favorece à criação de laço emocional mãe-filho
Boa digestibilidade
Baixo risco de alergias
Proteção comprovada contra infecções
Especificidade biológica
Perda de peso materno
Involução uterina
Proteção contra câncer de mama e ovários
LAM
Método da Amenorréia da Lactação

• O aleitamento materno exclusivo e constante,


sem a ocorrência de sangramento menstrual
durante os seis meses de vida do bebê é um
método contraceptivo milenar que colabora
para o intervalo entre as gestações

• ↑ Prolactina => ↓ LH e FSH


• - ovulação
Drogas

• 1 a 2% da dose ingerida passa ao LM


• Médico deve avaliar a necessidade do uso de
medicamentos
– Compatíveis c/ amamentação
– Utilizar com cautela
– Incompatíveis com amamentação
Nicotina
• Fumo de > 6 cigarros/dia provoca:
• Inibição da prolactina e intoxicação do bebê:
– Apatia
– Vômitos
– Retenção de fezes e urina

Álcool
• Inibe a secreção de ocitocina
• Pode causar retardo psicomotor na criança
Excesso de cafeína
• Hiperatividade
• Insônia

Alérgenos
• Evitar consumir chocolate, leite de vaca, ovo,
gluten, frutos do mar, amendoim enquanto
estiver amamentando, principalmente na
presença de histórico familiar de alergias
alimentares
Técnicas para o sucesso da
amamentação
• A mãe deve desprezar os primeiros jatos e
com eles fazer a limpeza da mama;
• Oferecer a mama sem utilizar mãos no
suporte ou sutien;
• Posicionar o bebê com a cabeça de frente
para a mama, escolhendo 1 dentre as diversas
posições indicadas;
Posições indicadas para amamentação
• Barriga com barriga;
• Posição invertida;
• Posição cavalinho;
• Na posição deitados;
• Amamentando gêmeos;
•Principais posições para gêmeos
• Com apoio;
• É importante deixar a cabeça do bebê livre
(evitar sufocamento), sem pressionar com as
mãos sua cabeça contra o seio materno;

• A face do bebê deve estar de frente para mãe;

• É importante deixar a criança sugar livremente


até esvaziar a mama;
• Continuando a fome passar para outra mama;

• Terminando a fome antes de esvaziar, priorizar


esta mama na próxima vez.
“Pega” correta
• A boca do bebê não deve ficar apenas no mamilo.
Deve abranger pelo menos parte da aréola.

• Os lábios do bebê devem ficar sutilmente virados


para fora no formato ‘peixinho’.
Livre demanda
• Não há rotina de horário para a
amamentação, principalmente nos primeiros
meses, quando o bebê demora bastante para
sugar quantidade satisfatória de leite e os
intervalos são pequenos;

• A amamentação não deve ser interrompida


durante a madrugada enquanto o bebê
estiver em amamentação exclusiva.
Recomendações
 Oferta exclusiva de leite materno em livre
demanda até os 6 meses de idade do bebê
INTERCORRÊNCIAS
• Rachaduras :
– limpeza com Leite Materno
– exposição solar 10 – 15 min
– ou lâmpada 40W a 1 palmo de distância.
• Mastite: procurar profissional.
• Ingurgitação e “empedramento”
Mitos
• Leite fraco;

• Canjica;

• Cerveja preta;

• Angú;

• Amamentar faz os seios ‘caírem’


Intercorrências da amamentação
• Rachaduras
– Não utilizar receitas caseiras à base de cascas, borra
de café ou similares;
– Não utilizar pomadas;
– Utilizar o próprio leite para higiene;
– Expor o seio afetado ao sol da manhã ou fim da tarde
por 15 a 20 min ou sob lâmpada de 40W por 5 a 6
min a uma distância de 30cm
• Ingurgitamento (empedramento)
• Mastite
Ordenha
• Motivos: doação BLH, trabalho, rachaduras
• Procedimentos:
• Higienização das mãos
• Relaxamento
• Utilização de pote estéril
• Proteção mucosas
• Desprezar o 1° jato
• Realizar massagens circulares em direção ao
mamilo, seguidas de ‘esguicho’
LOCAL Ambiente Geladeira Congelador Freezer

TEMPO 2 horas 24 horas 5 dias 15 dias


Ordenha
• QUANDO FOR UTILIZADA A BOMBA DE LEITE,
FERVER/HIGIENIZAR ANTES E NÃO DEIXAR O
LEITE CAIR DENTRO DA PÊRA DE BORRACHA.
Amamentação e uso de drogas
• Não só drogas, como cafeína, álcool e nicotina
podem passar ao bebê;

• Das medicações, existem as compatíveis com


a amamentação, as de uso criterioso e as de
uso não-indicado;
Políticas Públicas de Incentivo ao Aleitamento
Materno
• Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento
Materno:

– Estratégias: incentivo a capacitação profissional,


introdução do tema em currículos de 1º e 2º graus,
criação de comitês e grupos de trabalho, adoção do
alojamento conjunto, presença materna mesmo em
terapia intensiva, criação de bancos de leite humano,
campanhas de massa, controle sobre rótulos de
produtos infantis, incentivo à criação de creches em
empresas, incentivo a efetivação de leis que
beneficiem as mulheres trabalhadoras.
Iniciativa Hospital Amigo da Criança

• Recebe o título de HAC, os hospitais que cumprem os


“Dez passos para o sucesso do aleitamento
materno”, preconizados pela OMS/UNICEF e
atendem ao Código Internacional de Comercialização
dos Substitutos do Leite Materno
• Objetivo: mobilizar funcionários dos
estabelecimentos de saúde para que mudem
condutas e rotinas responsáveis por elevados índices
de desmame precoce; informar o público em geral; e
combater a livre propaganda de leites artificiais para
bebês, bem como bicos, chupetas e mamadeiras.
10 passos para o sucesso da amamentação

1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve


ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados
de saúde;
2. Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para
implementar esta norma;
3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo
do aleitamento;
4. Ajudar às mães a iniciar a amamentação na primeira meia
hora após o parto;
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação,
mesmo quando vierem a ser separada de seus filhos;
6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida
além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo
médico;
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês
permaneçam juntos 24 horas por dia;
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas
ao seio;
10. Encorajar a formação de grupos de apoio à
amamentação para onde as mães devem ser encaminhadas,
logo após a alta do hospital ou ambulatório.
Implantação do IHAC
• Sensibilização dos profissionais do Hospital;
• Capacitação dos profissionais envolvidos na
assistência às mulheres, seus bebês e suas
famílias;
• Cursos de Capacitação:
– 1.Curso de sensibilização para gestores;
– 2. Curso de manejo em aleitamento materno para
profissionais
– Curso de formação de avaliadores de Hospitais
IUBAAM
• Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação: a
exemplo dos Hospitais, as Unidades Básicas de Saúde
devem também atender implantar os “Dez passos
para o sucesso da amamentação” para serem
cadastradas como amigas da amamentação;

• Também foi implantada através de cursos de


capacitação de profissionais, gestores e avaliadores.
10 passos para o sucesso da amamentação

Todas as unidades básicas de saúde que oferecem serviço pré-


natal e de pediatria e/ou puericultura devem:

1. Ter uma norma escrita quanto à promoção, proteção e apoio


ao aleitamento materno que deverá ser rotineiramente
transmitida a toda a equipe da unidade de saúde.
2. Treinar toda a equipe da unidade de saúde, capacitando-a
para implementar esta norma.
3. Orientar as gestantes e mães sobre seus direitos e as
vantagens do aleitamento materno, promovendo a
amamentação exclusiva até os 6 meses e complementada até
os 2 anos de vida ou mais.
4. Escutar as preocupações, vivências e dúvidas das gestantes e
mães sobre a prática de amamentar, apoiando-as e
fortalecendo sua autoconfiança.

5. Orientar as gestantes sobre a importância de iniciar


a amamentação na primeira hora após o parto e de ficar com o
bebê em alojamento conjunto.

6. Mostrar às gestantes e mães como amamentar e como manter


a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos.

7. Orientar as nutrizes sobre o método da amenorréia lactacional


e outros métodos contraceptivos adequados à amamentação.
8. Encorajar a amamentação sob livre demanda.

9. Orientar gestantes e mães sobre os riscos do uso de


fórmulas infantis, mamadeiras e chupetas, não
permitindo propaganda e doações destes produtos
na unidade de saúde.

10. Implementar grupos de apoio à amamentação


acessíveis a todas as gestantes e mães, procurando
envolver os familiares.
Bancos de Leite Humano

• Centros especializados, responsáveis pela promoção


do incentivo ao aleitamento materno e execução das
atividades de coleta, processamento, estocagem e
controle de qualidade do leite humano extraído
artificialmente, para posterior distribuição, sob
prescrição de médico ou nutricionista. A extração e
armazenamento do leite são orientados pelo próprio
banco.
Brasil
• A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano,
criada em 1998, pelo Ministério da Saúde e
pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem o
objetivo de promover a expansão quantitativa
e qualitativa dos bancos de Leite Humano no
Brasil, mediante integração e construção de
parcerias entre órgãos federais, iniciativa
privada e sociedade.
Rede Brasileira de BLH
• A maior e a mais completa do mundo;
• 194 unidades em operação e outras dez em fase de
implantação;
• 2007: foram distribuídos 95.000 litros de leite humano
pasteurizado, com qualidade certificada, a 136.527
recém-nascidos internados em unidades de terapia
intensiva;
• 2007: 95.197 mães integraram voluntariamente o
programa de doação.
• 2007: foram atendidas mais de 1 milhão de gestantes
e nutrizes que recorreram aos BLH em busca de apoio
para amamentar.
Proteção Legal ao Aleitamento
Materno
• Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos
para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos,
Chupetas e Mamadeiras (NBCAL)

• Lei 11.770: estabelece a licença maternidade de 6


meses, sem prejuízo do emprego e do salário, para
as funcionárias públicas federais, ficando a critério
dos estados, municípios e empresas privadas a
adoção desta Lei mediante incentivos fiscais
NUTRIZ
Lactogênese
• Fase I – a partir do 2º trimestre de gestação:
desenvolvimento da capacidade de secretar
componentes do leite nas glândulas mamárias. Há
produção e reabsorção de colostro (não secretado
pelos altos índices de progesterona)

• Fase II – após o parto e expulsão da placenta há


redução de progesterona e aumento da prolactina
(cerca de 60h pós-parto) o que possibilita a secreção
de leite materno
Ação hormonal
• Prolactina -> responsável pelo estabelecimento e
manutenção da secreção de leite. O excesso de leite
nos ductos reduz a afinidade das células alveolares
por prolactina, de forma a reduzir a produção.

• O Fator Inibidor da Lactação (FIL) é secretado a


medida que as glândulas mamárias tornam-se cheias.
Tem ação supressora da produção de leite (redução
secreção de proteína e lactose)
Falhas na lactogênese
• Pré-glandular – causas hormonais, como baixos
níveis de prolactina ou altos níveis de cortisol e
adrenalina (estresse);

• Glandular – mamoplastia para redução de mamas;

• Pós-glandular – remoção pouco frequente do leite


das mamas (baixa frequência de esvaziamento das
mamas).
Obesidade e lactogênese

• Está relacionada com trabalho de parto


prolongado, parto cesárea, estresse materno
no trabalho de parto, situações associadas a
retardo da lactogênese.
Efeito da dieta materna na produção
de leite
• Volume:
– 4 a 6 meses: 750 a 800ml de leite/dia
• O principal regulador da produção de leite é a demanda
da criança (sua idade, tamanho e condições de saúde
são fatores indiretos)
• O volume produzido não é afetado por peso, altura,
gordura corporal ou consumo energético materno;
• Não é comprovado o efeito de suplementos nutricionais
em mulheres desnutridas na produção do leite
• O aumento do consumo de fluidos além das
recomendações não aumenta a produção de leite
Efeito da dieta materna na produção
de leite
• Composição:
– Consumo de macronutrientes não interfere
na composição do LM
– Consumo de alguns micronutrientes afeta
seu teor no LM, porém os principais
minerais (cálcio, fósforo, magnésio, sódio,
potássio) e ácido fólico não têm teor
afetado pelo consumo
Nutriz

• Avaliação nutricional

• Recomendações nutricionais

• Orientações nutricionais
Avaliação Nutricional
• IMC com pontos de corte de adultos (inexistência
padrão nutriz):

Depleção III < 16


Depleção II 16 – 16,99
Depleção I 17 – 18,49
Adequação 18,5 – 24, 99
Sobrepeso 25 – 29,99
Obesidade I 30 – 34,99
Obesidade II 35 – 39,99
Obesidade III ≥ 40
Gestação e obesidade
• O acúmulo de peso a cada gestação é um
fator gerador de excesso de peso na
população feminina brasileira.
Perda de peso pós-parto

• Taxa média de perda de peso durante a lactação:


0,5 – 1,0 Kg/mês

• Nutrizes com sobrepeso e obesidade podem


perder até 2Kg/mês sem comprometimento da
produção de leite e do crescimento do bebê

• Perda superior não é recomendada


Recomendações nutricionais: energia

• Desfecho da gestação: parto e perda de


estruturas (cerca de 7 Kg);
• Restará uma reserva de 5,5 Kg => aporte
energético adicional para o aleitamento
materno;
• Utilização de 0,8Kg/mês de reserva energética
adiposa => cerca de 170Kcal/dia;
• Custo energético do aleitamento materno: cerca
de 675 Kcal/dia para a produção de 800ml leite.
Recomendações nutricionais: energia

• Adicional energético diário necessário = 675-


170 (reserva) = 505Kcal/dia

• Recomendação: VET (mulher adulta) +


505Kcal (para as que ganharam peso
adequado e devem perder 0,8Kg/ mês até o
final do 6º mês
Baixo Peso ou Depleção
Nutricional
• Oferecer o VET (peso atual) + 675Kcal,
diariamente para garantir o aleitamento
materno.
Sobrepeso e Obesidade
• Cálculo personalizado:
Para cada 1Kg de perda de peso desejada ao
mês, reduzir 6.500Kcal/mês, ou 217Kcal/dia
do adicional necessário de 675Kcal.

Exemplo1: gestante ganhou 13Kg na gestação,


após o parto já havia perdido 7Kg. Para a
perda dos 6Kg que faltam em 6 meses
adicionar ao VET: 675 – 217 = 458Kcal
Sobrepeso e Obesidade
Exemplo 2: Gestante ganhou 20Kg na gestação
e, após o parto havia perdido 8Kg, faltam 12Kg
a reduzir.
Máximo de perda saudável: 2Kg/mês, ou seja,
reduzir 13.000Kcal/mês ou 434Kcal/dia.
Para essa gestante, oferecer VET + adicional de
675 – 434 = 241Kcal
Obesidade acentuada
• Para mulheres que precisam perder mais de
12Kg acumulados durante a gestação, é
indicado acompanhamento nutricional com
vistas à perda em período de tempo superior
a 6 meses.
• Após o 6º mês de vida do bebê refazer o
cálculo dietoterápico, reduzindo o adicional
calórico devido a redução na lactação e
introdução da alimentação complementar.
Cálculo do VET
• VET = (TMB x NAF) + adicional calórico

TMB (10-18a) = 13,384P + 692,6


TMB (18-30a) = 14,818P + 486,6
TMB (30-60a) = 8,126P + 845,6

NAF leve = 1,40 – 1,69 (1,53)


NAF médio = 1,70 – 1,99 (1,76)
NAF intenso = 2,00 – 2,40 (2,25)
VET em adolescentes
• Utilizar fórmula TMB (10-18anos)
• Acrescentar Fator de Crescimento:
VET = [(TMB x NAF) x 1,01] + adicional calórico

• Utilizar NAF específico para idade


NAF leve = 1,45 a 1,50
NAF moderado = 1,70 a 1,75
NAF intenso = 1,95 a 2,00
Recomendações nutricionais: proteínas

Recomendação segura de proteínas:


1,1g/Kg Peso Desejável + adicional da lactação:

• 1° semestre: 19g/dia
• 2° semestre: 12,5g/dia
Vitaminas e Minerais
• Consumir alimentação variada em vegetais
(legumes, verduras e frutas), alimentos
lácteos e cárneos, de modo a suprir as
demandas aumentadas da lactação;

• Lactantes vegetarianas: suplementar vit B12,


ferro e ácido fólico.
NUTRIÇÃO INFANTIL
Consultas de saúde
1. Avaliação Nutricional
• Indicadores do estado nutricional na infância:
– Peso/Idade (P/I);
– Altura/Idade (A/I);
– Peso/Altura (P/A);
Passos ...
• 1º - Cálculo da Idade
• 2º - Aferição de peso e comprimento/altura
• 3º - Marcação do Cartão da Criança
• 4º - Diagnóstico antropométrico
• 5º - Esclarecimento dos responsáveis
Possibilidades de diagnóstico
Utilização do Escore-Z
Percentil Escore-Z
< 0,1 < -3
> 0,1 e < 3 > -3 e < -2
> 3 e < 15 > -2 e < -1
> 15 e < 85 > -1 e < +1
> 85 e < 97 > +1 e < +2
> 97 e < 99,9 > +2 e < +3
> 99,9 >+3
2. Alimentação da Criança
0-6 meses: aleitamento materno exclusivo
Na impossibilidade de administração de Leite
Materno...
• Morte materna;
• Internação e coma materno;
• Administração de drogas incompatíveis com a
amamentação;
• Término da licença maternidade de 04 meses
• ...
Cálculo das necessidades nutricionais

VET = Peso x recomendação calórica para faixa


etária

Utilizar o peso atual se a criança estiver em peso


adequado, se não, utilizar peso teórico

Que Peso Teórico utilizar ??? P50 OU Peso nos


limites mínimo e máximo de adequação
quando a criança estiver muito longe do P50
Idade Kcal/kg/dia

0,5m 118
1-2 114
2-3 107
3-4 101
4-5 96
5-6 93
6-7 91
7-8 90
8-9 90
9-10 91
10-11 93
11-12 97
12 102
2-3 anos 100
3-5 anos 95
5-7 anos M 90
5-7 anos F 85
7-10 anos M 78
7-10 anos F 67
Cálculo da capacidade gástrica

• 25 a 30ml por Kg de peso atual da criança


Definição da fórmula láctea...

• 0-6 meses: fórmulas de 1º segmento


• 6-12 meses: fórmulas de 2º segmento

Na impossibilidade do uso de fórmulas


específicas:

Diluição de leite de vaca de acordo com a


idade do bebê
1º mês de vida
Leite de vaca em pó a 6,5% + 5% açúcar e 3% de amido
Leite fluido: 50% de água e 50% de leite integral + 5% açúcar e
3% de amido

Fórmula de Leite Fluido a 50% - 100ml de mamadeira (67Kcal)


50ml de leite - 33kcal
50ml de água – 0 kcal
5g açúcar
3g amido

Fórmula de Leite em pó - 100ml de mamadeira: 67ckal


100ml de água
6,5g de leite em pó
5g de açúcar
3g de farinha
1º ao 3º mês

• Leite de vaca a 2/3 ou leite em pó a 10%;


• 5% açúcar
• 3% de amido

• Energia – 75kcal/100ml
A partir do 4º mês
• Leite integral (sem diluição)
• A adição de amido e açúcar é opcional, de
acordo com o VET e aceitação
• Energia – cerca de 104kcal/100ml (67ckcal do
leite; 20kcal do açúcar e 12 kcal do amido),
utilizando os mesmos % anteriores de açúcar
e amido
Baixo Peso

Pode acrescentar na fórmula cerca de 2% do


volume de óleo (18ckcal/100ml de fórmula)
Comparativo
TIPOS DE VANTAGENS DESVANTAGENS
LEITE
Leite de vaca Mais barato Exige maior
Líquido tipo B manipulação
Exige adições
Exige refrigeração
Leite de vaca Mais seguro Mais caro
(pó) microbiologica Depende da qualidade
mente da água
Leite modificado Melhor qualidade Mais caro
(1º/2º Depende da qualidade
seguimento) da água
Uso de fórmula
• VET
• Capacidade Gástrica
• Kcal/100ml da fórmula escolhida
• Volume da fórmula que cobre o VET da
criança
• Fracionamento de acordo com a capacidade
gástrica
Fórmulas 1º segmento Fórmulas 2º segmento
Aptamil LCP Aptamil 2
(support) (support)

Aptamil 1 Aptamil 2
(support) (support)

Bebelac Bebelac 2
(support) (support)

Enfamil 1 Enfamil 2
(Mead Jonhson) (Mead Jonhson)

NAN 1 NAN 2
(Nestlé) (Nestlé)

Nestogeno 1 Nestogeno 2
(Nestlé) (Nestlé)

Similac advanced Similac advanced 2


(Abbott) (Abbott)
Introdução da Alimentação Complementar

• QUANDO INICIAR:

– Aleitamento materno exclusivo – aos 6 meses


– Uso de fórmulas lácteas – aos 4 meses
1º alimento complementar
• Fruta
Uma fruta diferente a cada dia
Consistência pastosa
Sem fibras (casca ou bagaço)
Sucos em pequenos volumes
2º alimento complementar
• Legume
Oferecer um diferente a cada dia e observar se a
criança tem reações adversas
Evoluir em cerca de 1 semana a uma refeição no
horário de almoço (1ª papa salgada)
1ª papa salgada
• Legume branco/amarelado (batata, aipim, inhame,
batata doce, batata baroa) – 1 colher de sopa cheia

• Legume verde (chuchu, abobrinha) – 1 colher de


sopa cheia

• Legume laranja/avermelhado (cenoura, abóbora,


beterraba) – 1 colher de sopa cheia

• Proteína – 1 gema amassada ou caldo purínico

• Feijão passado na peneira – 2 a 3 colheres de sopa


2ª papa salgada
• Arroz/Macarrão/Angú/Vegetal C – 2 a 3 colheres de
sopa

• Feijão amassado com garfo – 3 a 4 colheres de sopa

• Carne/frango desfiado ou víscera amassada – 1 pedaço


pequeno

• Vegetal tipo B – 2 a 3 colheres

• Vegetal tipo A cozido – 2 colheres


Esquema alimentar aos 4/6 meses
• Leite + papa de fruta 1 vez ao dia

Esquema alimentar aos 4,5/6,5 meses

 Leite + papa de fruta 2 vezes ao dia


Esquema alimentar aos 5/7 meses
• Leite
• Papa de fruta
• 1ª Papa salgada
• Leite
• Papa de fruta
• Leite
• Leite
Esquema alimentar aos 6/8 meses
• Leite
• Papa de fruta
• 1ª Papa salgada
• Leite
• Papa de fruta
• 1ª papa salgada
• Leite
Esquema alimentar aos 7/9 meses
• Para a criança que foi aleitada artificialmente
permanecer no esquema alimentar anterior até que
haja competência motora e mastigatória para
evolução de consistência e novas inclusões
• Para a criança proveniente de leite materno,
costuma coincidir com a postura dentária e pode-se
evoluir gradativamente para 2ª papa salgada e
incluir-se outros alimentos
Alimentação da Criança 12 meses
Em uso de Leite Materno:
• LM
• Fruta
• LM
• Almoço + suco cítrico
• Fruta
• LM
• Jantar + suco cítrico
• LM
Alimentação da Criança 12 meses
Em uso de Leite de Vaca:
• Vitamina de frutas + biscoito maisena
• Fruta
• Almoço + suco cítrico
• Lanche 1: bolo simples + leite com cereal
• Lanche 2: fruta
• Jantar + suco cítrico
• Mingau de prato
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE
CRIANÇAS
NUTRIÇÃO DO PRÉ-ESCOLAR E
ESCOLAR
Requerimentos energéticos
(Kcal/Kg Peso/dia)
• 1 a 2 anos: 82 (M) e 80 (F)

• 2 a 3 anos: 84 e 81

• 3 a 4 anos: 80 e 77

• 4 a 5 anos: 77 e 74

• 5 a 6 anos: 74 e 72

You might also like