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O CIDADÃO-DE-BEM E
O CRIMINOSO-NATO:
breve história do maniqueísmo
penal
Túlio Vianna
1. A invenção da maldade
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II Simpósio de Ciências Criminais UNICENP Curitiba, 26 de abril de 2007
Matar é um mal?
“O código moral da tribo tugue, na Índia, considerava
como uma virtude o assassinato por
estrangulamento de homens não tugues (só os
homens, não as mulheres). Um sioux não ganhava
seu penacho de adulto antes de ter matado outro
homem; um daiaque não desposava uma mulher
antes de obter uma cabeça; um naga não obtinha
sua tatuagem até possuir um escalpo. Na
Alemanha pós-depressão, vários oficiais da SS
eram promovidos por suas habilidades genocidas.”
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II Simpósio de Ciências Criminais UNICENP Curitiba, 26 de abril de 2007
Não ác
ão há crimes
es, mas
as
condutas criminalizadas
pelo poder.
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2. O cidadão-de-bem(s)
Revolução Industrial
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Vadios: criminosos!
“Para garantir a mão-de-obra, criminalizava-se o pobre que
não se convertesse em trabalhador. (...) Com a revolução
industrial, o esquema jurídico ganhou feições mais
nítidas: criou-se o delito de vadiagem. Referindo-se à
reforma dos dispositivos como Poor Law, em 1834,
Disraeli dizia que na Inglaterra ser pobre passava a ser
crime. Aqueles que, por uma razão ou outra, se
recusavam ou não conseguiam vender sua força de
trabalho passaram a ser tratados pela justiça mais ou
trabalho,
menos como nos julgamentos descritos por Jack London
em seu conto autobiográfico:a cada 15 segundos, uma
sentença de 30 dias de prisão para cada vagabundo.”
Grevistas: criminosos!
“Para impedir a cessação de trabalho, criminalizava-se o
trabalhador q que se recusasse ao trabalho tal como ele
‘era’: criou-se o delito de greve. O Código Penal
francês de 1810 contemplava o novo crime, em seu
artigo 415. O Vagrancy Act inglês de 1824 tornava
possível processar criminalmente trabalhadores que
recusavam a diminuição de seus salários. Não por
acaso, um dos vagabundos condenados do conto de
Jack London, alegando perante o juiz que houvera
deixado sua ocupação com a esperança de obter uma
vida mais feliz, foi punido com mais 30 dias por
‘abandono de emprego’.”
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3. O criminoso-nato
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O homem delinqüente
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A bertillonagem:
mensuração da maldade
A evolução:
séculos XIX e XXI
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Genética e biometria:
mensuração da maldade II
4 Como diferenciar
4.
o bem do mal
em uma lição
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Bem X Mal
www.tuliovianna.org
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