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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

MARCEL CARL DELATORRE

TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO
O FIM DA ERA DO LIVRO

Porto Alegre
2010
MARCEL CARL DELATORRE

TECNOLOGIA E INFORMAÇÃO
O FIM DA ERA DO LIVRO

Monografia apresentada como requisito para a


obtenção do grau de Bacharel em
Comunicação Social - Habilitação em
Publicidade e Propaganda - pela Faculdade
de Comunicação Social da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
.

Orientadora: Profa. Ma. Susana Gib Azevedo

Porto Alegre
2010
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao amigo Renan de Toledo Amaral Botelho, que me auxiliou


na tradução e compreensão das fontes em língua inglesa, na pesquisa de
referências, e na crítica deste trabalho.

Agradeço a professora Susana Gib Azevedo pelo apoio ao tema


proposto, e pela orientação desta monografia.
RESUMO

A criação do meio livro permitiu à humanidade difundir e conservar a


informação, que se multiplicou com o tempo. Isto impulsionou o
desenvolvimento de tecnologia, levando ao surgimento de outros meios de
comunicação. Redes telegráficas interligaram o mundo, telefones introduziram
a fala à distância, rádio e televisão trouxeram o fascínio do som e do vídeo,
enfim, os recursos se ampliaram com o advento de novos meios. Toda esta
tecnologia transformou o cenário das comunicações, fazendo com que o livro
deixasse de ser a maior fonte de informação, e o meio que mais influenciou
nesta mudança foi a internet. Este estudo buscou discutir o livro e seu espaço
na atualidade, relacionando com as novas tecnologias de informação.

Palavras-chave: comunicação - informação - tecnologia - livro - meio.


ABSTRACT

The introduction of the book as a media allowed humanity to disseminate


and preserve information, even though the data continuously grew. It pushed
forward the development of new technologies, giving rise to new types of
media. Telegraphic networks interconnected the world, telephones were the
prelude of long distance speaking and radio & TV brought to us the allure of
sound and video. In short, the advent of new media broadened our resources.
The influence of the Internet along with this new technology transformed the
communications scenario, redefining the book as a place were you can no
longer get the most amount of information. Making connections with the newest
information technologies, this study discussed the book and it's space in today's
world.

Keywords: communication - information - technology - book - media.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 06

2 O LIVRO ANTES DA TECNOLOGIA ATUAL ........................................................ 09

2.1 O COMEÇO ............................................................................................... 09

2.2 A DIFUSÃO ................................................................................................ 11

2.3 A CONSAGRAÇÃO ...................................................................................... 13

3 A TECNOLOGIA E A INFORMAÇÃO .................................................................. 16

3.1 AS NOVAS TECNOLOGIAS ........................................................................... 17

4 O FIM DA ERA DO LIVRO ................................................................................ 37

4.1 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA ..................................................................... 37

4.2 COMPREENDENDO MEIO, CANAL E SUPORTE ............................................... 38

4.3 A INFLUÊNCIA E A FUNÇÃO DO MEIO ............................................................ 40

4.4 OS NÚMEROS DO DECLÍNIO ........................................................................ 41

4.5 O VOLUME E A VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO .............................................. 43

4.6 A DIDÁTICA E O LIVRO ................................................................................ 47

4.7 CONSTRUÇÃO COLETIVA ............................................................................ 50

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 53

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 55
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1 INTRODUÇÃO

Neste estudo pretende-se lembrar que, no último século, fantásticas


revoluções tecnológicas mudaram o modo como a humanidade percebe e se
relaciona com a realidade. A revolução no campo das comunicações venceu o
tempo e o espaço, tornando o acesso à informação mais prático e dinâmico. As
idéias passaram a não ser apenas registradas, mas misturadas, armazenadas,
modificadas, comercializadas e difundidas em massa. Os registros materiais
foram substituídos por digitais, o real tornou-se virtual.

O livro já foi a forma mais eficiente para registrar e perpetuar a


informação, mas gradualmente outros meios vêm ganhando espaços para
informar. A produção de informação em livros já é inexpressiva frente ao atual
ritmo da produção de informação, e a comercialização não tem crescimento
significativo no Brasil desde 1995, o que pode ser confirmado nos dados do
Sindicato Nacional dos Editores de Livros e da Câmara Brasileira do Livro
(2008), e no estudo "Quanta informação?", de Lyman e Varian (2003). Devido
às vantagens tecnológicas dos novos meios de comunicação, os livros já não
são a forma mais eficiente para armazenar, transmitir, pesquisar, ou
proporcionar acesso à informação.

O objetivo deste estudo é discutir o livro e o seu espaço atual, uma


demanda latente e inadiável. Os estudantes da atualidade vivenciam duas
formas em seu aprendizado, uma delas baseada em livros e a segunda
baseada em dados virtuais. As diferenças existentes entre estas ferramentas
podem trazer alguns pontos significativos para o tema tecnologia e informação
- o fim da era do livro, relendo crenças e paradigmas sociais.

Revendo os pontos fundamentais do tema, as raízes dos porquês


aceitos na atualidade, será possível considerar novas possibilidades, gerar
outras interpretações, romper as barreiras burocráticas comunicacionais. Em
7

alguns nichos sociais ainda existe, atrelada ao apego aos livros, certa
resistência aos meios de comunicação mais modernos, como se a escrita e o
registro fossem divergentes. A finalidade dos suportes, a influência do meio
sobre a informação, e a existência ou não de democracia nos livros, são
questões adjacentes que apontam para uma nova fase no universo da
comunicação.

É importante salientar que a abordagem será a respeito do fim da era do


livro, e não do fim do livro. O livro, da mesma forma que o disco de vinil, a fita
cassete, a fita VHS, entre outros exemplos, que já tiveram o seu apogeu e seu
declínio, não deixou nem deixará de existir, apenas não é mais o meio de
informação dominante. Também é necessário esclarecer que o livro ao qual
esta pesquisa se refere é o tradicional, aquele que é feito de folhas impressas
sobrepostas.

Diante desse cenário, esta monografia pretende verificar como as novas


tecnologias da informação se relacionam ao fim da era do livro - como maior
fonte de informação. O estudo abordará uma pesquisa exploratória de vertente
qualitativa, sendo a primeira etapa através de pesquisa documental, e a
segunda etapa a análise descritiva do tema em questão.

Esta monografia está constituída em 3 capítulos. No primeiro será


abordada a trajetória que levou o livro a sua posição de destaque, no segundo
será apresentada a história das novas tecnologias da informação, e no terceiro
relacionaremos estas tecnologias ao fim da era do livro, comparando como os
meios lidam com a informação em diferentes circunstâncias.

Como em todo pioneirismo, haverá dificuldades a serem superadas,


como o fato de não serem utilizados livros para embasar esta pesquisa, a fim
de mostrar explicitamente que existe conhecimento fora dos livros, de tamanha
riqueza, a ponto de suprimir esta necessidade. As novidades freqüentemente
geram oposição, são pré-julgadas e eventualmente até taxadas de errôneas,
8

mas a relevância, originalidade e objetividade deste estudo não deixarão


dúvidas sobre sua validade científica.
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2 O LIVRO ANTES DA TECNOLOGIA ATUAL

Este capítulo trata da evolução histórica do livro, desde os primórdios.


Passará pela criação dos materiais empregados, pelas técnicas de impressão,
e pela difusão mundial em massa, até a consagração do livro como maior fonte
de informação.

Para este fim, serão utilizados dados oriundos das seguintes fontes:
enciclopédia colaborativa Wikipédia; enciclopédia digital Microsoft Encarta; site
da fabricante de papéis Canson; site da distribuidora de papéis KSR -
Votorantim; site da universidade de São Paulo (USP); site da gráfica Frei
Galvão; e portal do governo do estado de São Paulo.

2.1 O COMEÇO

A humanidade sempre deixou suas marcas, desde os tempos mais


remotos o homem já desenhava em folhas, cascos, conchas, cascas de
árvores, mármore, paredes de cavernas, utilizando ossos e ainda muitos outros
métodos, inclusive aqueles que o tempo apagou e nem ficamos sabendo.
Esses desenhos foram se organizando e evoluindo junto com as civilizações,
até o surgimento de sistemas de sinais.

Na região da Mesopotâmia (atualmente Iraque e terras arredores), o


povo sumério constituiu as primeiras civilizações urbanas sobre as quais temos
conhecimento. Eram pequenas comunidades sob a autoridade de reis. Como
as cidades estavam em processo de organização, houve a necessidade de se
contabilizar os bens, o que levou, no período em torno de 3200 a.C., à
utilização de placas de barro para se fazer registros de quantidade (elas eram
marcadas por objetos pontiagudos). Este foi o primeiro método de
10

comunicação humana realizado por um sistema de sinais visuais, o primeiro


registro escrito conhecido. E, é importante ressaltar que já apontavam estarem
caminhando juntas a língua, a matemática e a lógica. (MESOPOTÂMIA, 2007).

O sistema de sinais visuais foi se desenvolvendo e se aprimorando


paralelamente em diversas civilizações, mas os escritos eram registrados de
diversas formas, como em placas de barro ou pedra (pelos sumérios), folhas
de palmeiras (pelos indianos), madeira (pelos maias e astecas) e madeira com
cera (pelos romanos). A evolução levou a escrita a representar partes cada vez
menores da idéia: os objetos envolvidos, as palavras, as sílabas e finalmente
as letras. Isto permitiu a existência de grupos maiores de registros com sentido
interligado, surgiria então o texto. Com seu surgimento, e conseqüentemente o
registro em mais de uma página de algum dos suportes, estava nascendo o
livro. (TEXTO, 2000).

Em meados de 2200 a.C. os egípcios desenvolveram uma técnica capaz


de transformar a Planta de Papiro em uma lâmina amarelada onde era possível
escrever, o historicamente famoso papiro. Ele é proveniente de uma parte da
planta que é liberada do restante dela (liberada - livrada - livre - e em latim
“libere”), o que explica a origem da palavra liber ou libri, em latim, que em
português significa livro. O papiro diminuía os problemas apresentados pelos
outros materiais, era mais adequado à escrita e mais leve que a maioria dos
outros suportes. Este conjunto de fatores deu enorme impulso à produção de
livros, tanto em formato de rolo quanto em "quadrados", como pode ser
confeccionado o papiro. Muito do que se conhece das civilizações antigas,
como, por exemplo, boa parte da história do Egito, Grécia e Roma, é devido a
este notável suporte da informação, utilizado até o século XI d.C.. (HISTÓRIA
E CARACTERÍSTICAS..., [200-]).

Já em torno de 1500 a.C., possivelmente na cidade de Pérgamo, na


Grécia, foi inventado o pergaminho, um material de suporte à escrita feito com
pele de animais especialmente tratada. Aos poucos ele foi tomando o espaço
11

do papiro, devido à sua maior durabilidade e qualidade. O pergaminho estava


diretamente associado ao formato de códice (formato de registro das leis
gregas que é similar aos livros atuais), pois era mais fácil costurar folhas de
pergaminho do que de papiro. E como o códice também era mais fácil para
manusear e encontrar informações, foi substituindo naturalmente o formato de
rolo usado pelos romanos (de papiro). (HISTÓRIA DO PAPEL, [200-]).

A revolução viria definitivamente no início do século II d.C., quando um


oficial da corte chinesa chamado T'sai Lun conseguiu, através do cozimento de
fibras contidas em madeiras específicas e trapos de tecido, chegar a uma
pasta que, quando secava, transformava-se em uma lâmina fina e resistente
onde era possível escrever, e assim foi feito o papel. Seu nome é oriundo do
papiro. (PAPEL, 2007).

2.2 A DIFUSÃO

O papel era mais barato de produzir do que o papiro e o pergaminho,


fator que fez com que ele se disseminasse e começasse a se popularizar. A
sua tecnologia de fabricação foi da China para a Coréia (em 610 d.C.) e depois
para o Japão. Chegou a Bagdá em 795 d.C. e depois em Damasco (Síria) no
século X d.C.. O papel acompanhou a expansão muçulmana no norte da
África, e também na invasão da península Ibérica, entrando na Europa pela
Espanha (1150 d.C.). Depois na Itália, França (1184 d.C.), e outros países
europeus. A produção já era industrializada, a capacidade de produzir crescia e
conseqüentemente o preço caía. (CALDEIRA, 2002).

Conforme demonstrado, os livros já existiam antes do invento do papel.


Eles eram manualmente escritos e copiados pelos homens com maior
conhecimento, os quais pertenciam à coroa, à nobreza, à religião, ou eram
escravos alfabetizados. Os processos manuais eram lentos e trabalhosos, o
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que fazia com que os livros fossem poucos e caros, e obviamente o acesso a
eles restrito a grupos pequenos de pessoas. Mas o livro evoluiu, ganhando
margens, páginas em branco, sumários, índices e resumos. Depois foi
enriquecido com o surgimento da pontuação no texto e o uso de letras
maiúsculas. Na categoria de gêneros, além do didático (inicialmente para a
formação dos religiosos), aparecem os florilégios (coletâneas de vários
autores), os textos auxiliares e os textos eróticos. Progressivamente aparecem
livros em língua vernácula (própria do país), rompendo o monopólio do latim na
literatura. Mas ainda faltava um fator fundamental para a difusão massiva dos
livros, o surgimento de sistemas de impressão. (LIVRO, 2007).

A utilização de pedras esculpidas em relevo e entintadas parece ter


ocorrido de maneira independente em diferentes épocas e lugares, e talvez
seja a mais antiga forma de impressão conhecida. Foi usada na Babilônia e em
outros locais, aparentemente com símbolos religiosos e sinetes (uma forma de
selo ou assinatura). (IMPRESSÃO, 2000).

Outros modos de impressão se desenvolveram. Na China, a prática


budista de copiar muitas orações e textos sagrados levou ao desenvolvimento
de matrizes de impressão baseadas em madeira e mármore esculpidos. Estes
moldes eram entintados e aplicados como um carimbo sobre o papel.
(HISTÓRIA DA IMPRESSÃO, [200-]).

O conhecimento da fabricação do papel na Europa, assim como na


China, promoveu o uso da xilografia (matriz de impressão em madeira). Com o
tempo se desenvolveu uma versão aprimorada da matriz de madeira, feita em
metal (metalografia). Estas tecnologias estavam sendo impulsionadas pelo
latente desenvolvimento científico e intelectual nos centros urbanos.
(XILOGRAVURA, 2007).

Cada vez mais as sociedades constituíam instituições políticas


centralizadas, se urbanizavam e desenvolviam seus mercados. O que levou,
13

no século XIV d.C., ao começo de um período de mudança cultural na Itália,


que posteriormente se espalharia pela Europa, o Renascimento. Era o homem
tentando se entender e entender o mundo, vertente que impulsionou a
pesquisa, a ciência, o desenvolvimento de tecnologia, a música e as artes,
fazendo crescer a demanda de papel e de livros. (RENASCIMENTO, 2000).

Na Europa já havia relativa abundância de papel, mas ainda era


necessário o desenvolvimento de um método de impressão mais eficiente para
atender a demanda de cópias de livros. O chinês Pi Sheng já havia
experimentado o uso de tipos móveis de madeira, que podiam ser reagrupados
para imprimir textos diferentes, mas não houve êxito devido à baixa
durabilidade do material e ao grande número de ideogramas do alfabeto
chinês. Mas um inventor escreveria uma nova história. (LIVRO, 2007).

2.3 A CONSAGRAÇÃO

Em 1450 d.C., desenvolvendo tintas à base de óleo, aproveitando o


princípio das prensas vinícolas existentes na sua região, e usando as técnicas
de construção de moldes e fundição de metais aprendidas com a profissão de
joalheiro, o alemão Johann Gutenberg conseguiu criar um método de
impressão com tipos móveis de metal fundido (tipografia), obtendo a
durabilidade necessária para o processo de impressão em larga escala. Entre
1450 d.C. e 1456 d.C. Gutenberg imprimiu o primeiro livro usando esta técnica.
Era uma bíblia, que ficou conhecida como "Bíblia de Gutenberg", ou "Bíblia de
42 linhas" (42 linhas de texto por página). A sua prensa de tipos móveis deu
origem ao termo imprensa (máquina com que se imprime). Gutenberg ainda foi
considerado o "pai da imprensa", pois foi seu método de impressão que
possibilitou o surgimento desta, com a impressão dos primeiros jornais.
(HISTÓRIA DO PAPEL, [200-]).
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Os tipos móveis de metal revolucionaram a forma de produzir livros,


aumentando consideravelmente o consumo de papel, e barateando os custos
devido à produção em série. Também otimizaram a difusão dos ideais
renascentistas (no período de 1300 d.C. à 1600 d.C.), e multiplicaram a troca
de idéias em toda Europa (posteriormente na Ásia, e depois em todo o mundo).
(DIAS, 2005).

A criação de Gutenberg foi progressivamente aperfeiçoada. Durante o


século XIX d.C. foram feitas melhorias, que serviam principalmente para
aumentar a velocidade do processo, como o desenvolvimento da prensa
acionada por vapor, da prensa de cilindro (utiliza um rolo giratório para
pressionar o papel contra uma superfície plana), da prensa rotativa (tanto o
papel quanto a chapa com o texto a ser impresso estão montados sobre rolos)
e da prensa rotativa de dupla impressão (imprime os dois lados do papel ao
mesmo tempo). (IMPRESSÃO, 2000).

Em 1798 d.C., outro alemão, Aloys Senefelder, desenvolveu um


processo de impressão sobre matriz de pedra calcária, baseado na repulsão
entre as substâncias gordurosas e a água. Era a litografia, que deu um bom
impulso na impressão de gravuras. (LITOGRAFIA, 2007).

Entre os anos de 1883 d.C. e 1886 d.C., um relojoeiro emigrante da


Alemanha para os EUA, chamado Ottmar Mergenthaler, inventou uma máquina
que fundia em blocos cada linha de caracteres tipográficos, o linotipo. Assim
estava criada a linotipia. O sucesso desta técnica foi enorme, com larga
utilização nos Estados Unidos da América. (LINÓTIPO, 2007).

Com o tempo foram surgindo e se desenvolvendo outros métodos de


impressão, a tecnologia de fabricação de papel e as tintas para impressão. O
papel evoluiu empregando outros materiais na sua composição, como dióxido
de cloro, peróxidos, ozônio, gesso, sulfato, soda, ceras e derivados de petróleo
(plásticos), ganhando diversas cores, texturas, tamanhos, espessuras,
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densidades, resistências e porosidades. As tintas receberam outros pigmentos


e aumentaram as variações de tonalidade, além de novos solventes, com
tempos de secagem mais precisos e mais adequados aos modernos sistemas
de impressão. Surge a flexografia (entre 1800 d.C e 1860 d.C.), imprimindo
com matriz de borracha em alto relevo, por pressão; a rotogravura (1860 d.C.),
baseada num cilindro com minúsculas cavidades de tamanhos diferentes que
se enchem de tinta e logo a depositam sobre o suporte de impressão; a
serigrafia (meados de 1907 d.C.), onde as áreas permeáveis de uma tela
tratada permitem a passagem da tinta pela pressão de um rodo ou puxador; e
finalmente o offset (no começo do século XX d.C.), método com o mesmo
princípio da litografia (repulsão entre a gordura e a água), mas usando
impressão indireta por cilindro de borracha. Depois surgiriam diversos outros
sistemas de impressão, como, a tampografia, o hotstamp e a impressão digital.
(IMPRESSÃO, 2000; SISTEMAS..., 2007).

Com toda essa tecnologia disponível, os livros se multiplicaram


vertiginosamente pelo planeta, e foram durante séculos o principal meio de
comunicação referente à perpetuação e difusão do conhecimento. O livro era o
único capaz de conservar e propagar idéias de grande volume fielmente como
foram registradas, e esta hegemonia o consagrou. Além disso, pelo fato do
livro ter sido portador de conhecimento por longa data, houve a natural
associação do seu conceito com o do saber.
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3 A TECNOLOGIA E A INFORMAÇÃO

Este capítulo trata do surgimento das novas tecnologias da informação,


com atenção especial para os meios de comunicação rádio, televisão e
internet. Será contada a história que conduziu à criação destes e de outros
meios, descrevendo a jornada tecnológica da informação.

Para este fim, serão utilizadas as seguintes fontes: Alexandre Ferreira


([200-]), Brian Winston (1998), Carlos Alberto Ávila Araújo (2007), Circuito
integrado (2010), Claude Chappe (2010), Color television (2010),
Communications satellite (2010), Computer and internet history (1999),
Computers timeline ([200-]), Cronologia das telecomunicações (2010), Danah
M. Boyd e Nicole B. Ellison (2007), Dave Marsh (2009), Ed Reitan (2006),
Electrical telegraph (2010), First time in history (2010), George Mckeever
(1998), História da internet (2010), História do hardware (2010), History of
computing hardware (2010), History of the internet (2010), Iconoscope (2010),
Internet timeline (2007), João Mello (2000), John Logie Baird (2010), Laurence
Marcus (2007), Loran (2010), Marc Raboy e Marcelo Solervincens (2006), Mary
Bellis ([200-a]), Mary Bellis ([200-b]), Milestones in AT&T network history ([200-
]), Mobile phone (2010), Rádio (comunicação) (2010), Robert Hobbes Zakon
(2010), Telegraphy (2010), Television (2010), Timeline of computer history
(2006), Timeline of radio (2010).

As citações não serão aplicadas na parte interna do texto devido aos


seguintes motivos: uma mesma referência é utilizada em vários momentos, e
em períodos espaçados, intercalados por outras referências; algumas
referências compartilham a mesma informação; foi necessário o uso de um
grande número de referências, o que gera muitas citações no texto,
perturbando a leitura; o texto já está com uma taxa muito alta de informações
por período, como datas, quantidades, nomes, marcas e localizações; todas as
citações são indiretas e baseadas em fatos históricos.
17

3.1 AS NOVAS TECNOLOGIAS

A idéia de comunicação à distância vem de tempos remotos, e seu


desenvolvimento acompanhou os avanços técnicos e tecnológicos das
diversas civilizações do planeta. Muito trabalho foi necessário para o
surgimento de cada um dos meios de comunicação, e em alguns casos os
inventos e descobertas ocorreram praticamente ao mesmo tempo, mas em
locais diferentes.

Em 405 a.C. os exércitos gregos refletiam o sol em escudos polidos para


emitir sinais nas batalhas. No século 4 a.C. os gregos desenvolveram outro
sistema de comunicação à distância, que utilizava tochas e jarros com água.
Em torno de 150 a.C. eles já telegrafavam através de sinais de fumaça,
baseando-se em um sistema de conversão de letras em números.

Primordialmente, foi o conhecimento a impulsionar os meios de


comunicação, mas no decorrer do tempo, o próprio avanço das comunicações
passou a impulsionar o conhecimento. Formou-se então um ciclo auto-
alimentado entre conhecimento e meio, acelerando seus processos de
desenvolvimento.

Em 1600 é realizado o primeiro estudo com bases científicas sobre


eletricidade e magnetismo, por William Gilbert. O conhecimento sobre estes
dois fenômenos vai permitir que mais tarde diversas invenções levem ao
desenvolvimento do rádio, da televisão e da internet. Mas antes da aplicação
da eletricidade e do magnetismo, outras engenhosidades deram início a esta
jornada criativa.

Em 1792 Claude Chappe desenvolve o primeiro telégrafo visual. O


equipamento utilizava braços móveis de madeira colocados no alto de torres,
que ao mudarem de ângulo indicavam as letras do alfabeto, de uma torre à
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outra. Outro tipo de telegrafia visual, esta para uso naval, começou a ser
aplicada no início do século XIX, sinalizando através de bandeiras.

Foi no ano de 1800 que a eletricidade deu um passo importante, com a


criação da pilha voltaica, por Alessandro Volta. A pilha voltaica era uma versão
primitiva do que hoje conhecemos como pilha ou bateria. A existência de uma
fonte de energia elétrica tornou possível a sua manipulação, e isto gerou uma
infinidade de aplicações.

Em 1820 Hans Christian Orsted demonstrou que uma corrente elétrica,


ao passar por um fio, era capaz de desviar a agulha magnetizada de uma
bússola. Baseado nesta descoberta, em 1825 o inglês William Sturgeon
inventa o eletroímã, que é aperfeiçoado por Joseph Henry em 1828. Outro
inspirado pela idéia de Orsted é Michael Faraday, que no ano de 1831
comprova a indução eletromagnética, e cria o primeiro gerador
eletromagnético. Os feitos de Faraday vão levar o francês Hippolyte Pixii a
desenvolver outro gerador eletromagnético, chamado de dínamo, no ano de
1832. O dínamo serviu como fonte de energia elétrica do mesmo modo que a
pilha voltaica, mas possuía a vantagem de produzir eletricidade
mecanicamente, sendo assim uma fonte mais abundante e barata.

Em 1832, baseado em diversas descobertas anteriores, Baron Schilling


inventa o telégrafo eletromagnético, na Rússia. No ano seguinte Carl Friedrich
Gauss e Wilhelm Weber criam um telégrafo similar, na Alemanha. Estes
telégrafos foram marcos iniciais no desenvolvimento da comunicação, mas a
distância ainda era um obstáculo na transmissão de sinais.

A situação muda a partir de 1835, quando Joseph Henry cria o relé


elétrico, permitindo que uma baixa corrente possa operar um eletroímã a
distâncias muito longas. No mesmo ano Carl August Steinheil constrói uma
rede telegráfica na cidade de Munique, e instala uma linha telegráfica ao longo
da primeira ferrovia alemã.
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Foi cada vez mais rápido o desenvolvimento da telegrafia, ocorrendo


quase ao mesmo tempo em vários lugares do mundo. Em 1836 David Alter
inventou o primeiro telégrafo elétrico dos Estados Unidos. Um ano depois
William Fothergill Cooke e Charles Wheatstone criam o primeiro telégrafo
elétrico comercial, na Inglaterra. No período de 1837 a 1844, o americano
Samuel Morse dá um grande passo na direção da eficiência, desenvolvendo
um telégrafo que utiliza apenas um fio na transmissão do sinal. Morse também
trabalha com Alfred Vail, criando um sistema de códigos de transmissão para o
telégrafo, batizado de "código Morse".

Outro feito importante ocorreu entre 1856 e 1860, quando Antônio Santi
Giuseppe Meucci criou o primeiro telefone com fio. Meucci não efetuou o
registro de sua patente, e o crédito pela invenção acabou ficando com
Alexander Graham Bell, por ser o primeiro a registrar, em 1876.

As redes telegráficas estavam cada vez mais interligadas, e cobrindo


distâncias cada vez maiores. Em 1866 foi concluído o primeiro cabo telegráfico
transoceânico bem sucedido, conectando Europa e América do Norte. Menos
de duas décadas depois, em 1872, a ligação com a Oceania completa a rede
telegráfica mundial.

Enquanto isso, outras pesquisas estavam sendo realizadas. Ainda em


1872, Joseph May e Willoughby Smith descobriram que a resistência elétrica
de certos metais varia de acordo com a exposição à luz. Isso possibilitou a
conversão de luz em sinal elétrico, sendo então a semente das futuras
câmeras filmadoras.

No ano de 1873 James Clerk Maxwell descreve as bases teóricas da


propagação de ondas eletromagnéticas. A transmissão por ondas de rádio
possibilitaria mais um salto tecnológico nas telecomunicações, e a descoberta
de sua aplicação prática era iminente. Em 1874 Thomas Edison trabalhava
20

para quadruplicar a capacidade de transmissão telegráfica a cabo. Conseguiu,


e mesmo assim, continuou a realizar experimentos no telégrafo, até que um
ano depois percebeu um novo fenômeno. Mais tarde se saberia que o
fenômeno observado por Edison eram as ondas de rádio.

Em 1876 houve a estréia da telefonia por fio à distância, com uma


ligação realizada entre as cidades de Cambridge e Boston, ambas no estado
americano de Massachusetts. Outra estréia ocorreu no ano seguinte, em uma
guerra, com o primeiro uso de um equipamento de comunicação à distância
por reflexão solar, criado por Henry Mance. A transmissão de sinal na forma de
luz será futuramente a base da fibra óptica.

No ano de 1878 ocorreu acidentalmente a primeira transmissão por


rádio, quando a balança de indução de David Hughes causou ruídos em um
telefone que ele próprio havia fabricado. A transmissão por rádio ganha força
em 1884, com a invenção de um receptor mais eficiente, chamado coesor, por
Temistocle Onesti. O coesor foi aperfeiçoado nos dois anos seguintes por
Edouard Branly.

A aplicação prática da transmissão por rádio começou em 1885, com o


registro da patente de um sistema de comunicação telegráfica entre barcos,
por Thomas Edison. A patente foi posteriormente vendida para Guglielmo
Marconi.

A transmissão por radiação de rádio era baseada em pulsos, por este


motivo só era usada para telegrafia. Esta situação começa a mudar entre 1886
e 1888, quando Heinrich Hertz, baseado na teoria de Maxwell, demonstrou que
a radiação de rádio tinha todas as propriedades de ondas. Isto significava que
era possível transmitir sinais com muito mais informação do que simples
pulsos, abrindo a possibilidade de se enviar áudio via rádio.

De 1885 a 1892 Nathan Stubblefield inventou um dispositivo que poderia


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ser o primeiro telefone por rádio, mas seu equipamento utilizava indução
eletromagnética ao invés de ondas de rádio-freqüência. Nos anos de 1893 e
1894, o padre e cientista brasileiro Roberto Landell de Moura conduziu
experimentos de transmissão por rádio, mas só fez demonstração pública em
1900. Ainda assim Moura foi o pioneiro na transmissão de voz humana por
ondas de rádio-freqüência.

Em 1880 o engenheiro francês Maurice LeBlanc publicou um artigo


explicando que o olho humano retém uma imagem por 1/10 de segundo, e com
esta descoberta seria possível exibir uma imagem em partes fazendo com que
pareça inteira. Essa é uma das bases teóricas que vai possibilitar a
transmissão de imagens. Era preciso agora uma forma de fazer a captura.

A primeira solução veio em 1883, quando Paul Nipkow desenvolveu um


sistema de escaneamento de imagens usando um disco de metal com furos
em forma de espiral. Este sistema permitia a captura, atuando como uma
câmera primitiva, e também possibilitava a exibição de imagens. Era o primeiro
passo da jornada da televisão.

As tecnologias de comunicação à distância evoluíam paralelamente. Em


1893 Nikola Tesla faz uma demonstração pública de transmissão de sinais por
ondas de rádio, nos Estados Unidos. Um ano depois, no Reino Unido, Oliver
Lodge demonstra a recepção de sinais em código Morse utilizando um receptor
de rádio. Neste mesmo ano, na Rússia, Alexander Popov também constrói um
receptor de rádio.

Em 1897 ocorre mais um marco, com o lançamento do primeiro tubo de


raios catódicos para uso comercial, por Karl Braun. Este tubo servia para
monitorar o comportamento de sinais elétricos, exibindo gráficos em parte de
sua superfície de vidro. A sua importância é devida ao fato de que o tubo de
raios catódicos pode exibir imagens sem usar discos de Nipkow. Mas a
aplicação do tubo para esta finalidade só virá mais tarde.
22

Ainda em 1897, Guglielmo Marconi funda uma estação de transmissão


telegráfica por rádio-freqüência na Inglaterra, e um ano depois abre a primeira
fábrica. Na seqüência, a empresa de Marconi implantou diversas bases de
comunicação telegráfica sem fio entre estações costeiras e barcos no mar,
tanto na Inglaterra quanto nos Estado Unidos. As comunicações no mar dão
mais um passo no final do século XIX d.C., quando a marinha real britânica
inicia o uso de comunicação à distância por pulsos de luz.

Em 1899 Jagdish Bose inventa um receptor de rádio-freqüência com


detector telefônico. Este dispositivo possibilitaria o envio de voz por ondas de
rádio. Um ano depois Reginald Fessenden faz uma fraca transmissão de voz
através das ondas, e em 1906 Fessenden realiza a primeira radiodifusão,
transmitindo para navios.

No ano de 1904 John Fleming desenvolve a primeira válvula termiônica


usual, que em 1906 é aprimorada por Lee De Forest. A válvula vai aprimorar a
manipulação dos sinais elétricos, e por isso terá um papel fundamental no
desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação.

Em 1907 a telegrafia cruza o atlântico novamente, mas desta vez sem


usar cabos. É que neste ano Guglielmo Marconi realiza o primeiro serviço de
transmissão telegráfica sem fio, entre a Irlanda e o Canadá.

Uma conclusão teórica importante deu-se em 1908, quando Alan


Swinton sugeriu que o escaneamento de imagens, combinado ao uso dos
tubos de raios catódicos, faria possível a transmissão de imagens à distância
via sinal elétrico. A afirmação estava correta, só que a transmissão inicial e
predominante virá a ser por ondas de rádio.

No ano de 1909 Charles Herrold constrói a primeira estação de rádio


musical, com transmissões eventuais. Ele também se consagra por conceber
23

os termos "narrowcasting" e "broadcasting", identificando as transmissões


destinadas a um único receptor e a ampla audiência, respectivamente.

Em 1913 Marconi faz a linha transatlântica sem fio se comunicar em mão


dupla, como a telegrafia a cabo, onde as bases tanto enviam quanto recebem
sinal. Isto conduzia a um novo modo de troca de informação, eliminando o
sujeito passivo - que apenas recebe. Dois anos depois é realizada a primeira
ligação transcontinental telefônica, entre São Francisco e Nova Iorque, nos
Estados Unidos.

Um novo marco nas comunicações vai se dar em 1916, com o início da


primeira transmissão regular para ampla audiência via rádio telégrafo, nos
EUA, transmitindo a previsão do tempo para os barcos. E mais um marco em
1920, com o começo da transmissão regular de áudio via rádio, voltada ao
entretenimento, na Argentina. No mesmo ano é transmitido o primeiro
programa de notícias via rádio, nos EUA. A aplicação das comunicações
estava se diversificando, o que acelerava o crescimento dos públicos.

Em meados de 1920 a implantação da válvula termiônica revoluciona os


receptores e transmissores de rádio. Neste mesmo período Fessenden e
Forest inventam o rádio de amplitude modulada, fazendo com que fosse
possível haver várias estações transmitindo simultaneamente. Outro feito
notável da época foi a primeira utilização da rádio-freqüência para a
transmissão de figuras visíveis, por Yasujiro Niwa.

Em 1921 a telefonia começa a se espalhar pelo mundo. Neste ano a


empresa AT&T executa a passagem do primeiro cabo telefônico transoceânico,
ligando os Estados Unidos a Cuba.

Já no ano de 1923 o destaque é das tecnologias de imagem. Primeiro


com Vladimir Zworykin patenteando o primeiro tubo de raios catódicos próprio
para captura de imagem - chamado posteriormente de iconoscópio. Depois
24

com Charles Jenkins transmitindo a primeira imagem silhuetada em


movimento. Dois anos mais tarde Jenkins demonstrou a transmissão
sincronizada com som, que, apesar de ter imagem rudimentar, formulou a
lógica de funcionamento da televisão até os dias atuais.

Em 1924 a empresa AT&T demonstra a telefotografia - um embrião do


fax - transmitindo uma foto de Cleveland para Nova Iorque, no nordeste dos
Estados Unidos. Este recurso foi usado principalmente pela imprensa.

No ano de 1925 John Baird fez a primeira transmissão de uma imagem


em movimento usando graduações de luz e sombra. Isto introduziu o meio tom,
aprimorando a qualidade de imagem. No mesmo ano Julius Lilienfeld registra a
primeira patente do transistor. Este componente é uma tentativa de
aprimoramento da válvula termiônica, e apresenta vantagens de custo, além de
ser menor, mais simples, mais durável e ter menor consumo de energia.

No decorrer do tempo o telégrafo evoluiu para uma máquina com botões


e outros recursos, chamada teleprinter, que possibilita enviar texto pela rede
telegráfica. Depois o teleprinter usou uma rede própria, conhecida como rede
de telex. O primeiro modelo de teleprinter funcional foi lançado pela empresa
Morkrum-Kleinschmidt, entre 1925 e 1930, e registrado com o nome de
teletype.

No ano de 1927 John Baird faz a primeira transmissão de imagens à


longa distância, entre Washington DC e Nova Iorque, usando a rede telefônica.
Todas as transmissões televisivas feitas até este momento foram baseadas no
disco de Nipkow, mas isto começou a mudar ainda em 1927. É que neste ano
Philo Farnsworth desenvolve o primeiro sistema eletrônico de televisão, pelo
qual transmitiu a imagem de uma pessoa em baixa definição. Outro marco das
comunicações deste ano é a realização da primeira ligação telefônica
transatlântica via rádio, entre Long Island, nos EUA e Rugby, na Inglaterra.
25

Em 1928 John Baird executa a primeira transmissão televisiva em cores


- usando 3 discos de Nipkow. Ainda em 1928 Baird faz a primeira transmissão
transatlântica de televisão, e transmite o primeiro programa, da BBC, de
Londres, na Inglaterra, para Nova Iorque, nos EUA.

É na Inglaterra que começa a transmissão diária de programas de


televisão, em 1929. Um ano depois, na Alemanha, é concluída a primeira
cobertura de telex em grande escala, que é usada só pelo governo.

Em 1930 Vladimir Zworykin começa o aperfeiçoar seu equipamento de


captura de imagem, finalmente batizado de iconoscópio em 1931. A seguir, em
1932, John Baird demonstra um transmissor de ondas em alta freqüência
(VHF) que permite a difusão de imagens por centenas de quilômetros. Neste
mesmo ano é lançado o primeiro audiolivro, em disco de vinil, destinado a
portadores de deficiência visual.

No ano de 1933 é criado o rádio de freqüência modulada, por Edwin


Armstrong. Porém, a primeira rádio experimental só vai iniciar em 1937, nos
EUA. O rádio FM abriu espaço para mais estações, e aumentou
significativamente a qualidade do sinal de áudio.

Baseado nos estudos de Vladimir Zworykin, a empresa EMI começa a


desenvolver uma câmera eletrônica de tubo ainda mais sofisticada. Em 1934 o
projeto da EMI é concluído, e o tubo é chamado de emitron. Também em 1934,
é implantada a primeira linha telefônica transpacífica via rádio, entre Estados
Unidos e Japão.

Em 1935 a Alemanha começa a transmitir a televisão regularmente,


usando câmeras mecânicas. Um ano depois a BBC decide abandonar o
sistema de Baird (mecânico) em favor do da EMI (eletrônico), adotando-o como
sistema padrão de transmissão.
26

Em 1937 George Stibitz (trabalhando na Bell Labs) baseou-se na


aplicação de relés, e inventou a primeira máquina de fazer cálculos que opera
em modo binário - o modo usado até hoje. No mesmo ano Claude Shannon
mostrou que através de chaves e relés eletrônicos era possível realizar
expressões de álgebra booleana, construindo assim a base teórica para o
desenvolvimento de circuitos digitais computacionais.

No ano de 1938 o inventor francês Georges Valensi cria um método de


transmitir imagens televisivas coloridas que funciona também para receptores
preto e branco. Isto permitia a implantação das transmissões em cores sem
detrimento aos proprietários de televisões preto e branco.

Em 1939 a aplicação das válvulas termiônicas faz mais uma revolução.


Com elas John Atanasoff e Clifford Berry desenvolvem o primeiro computador
digital capaz de fazer cálculos eletronicamente.

A segunda guerra mundial alterou as estruturas de produção, levando à


abrupta redução nas vendas e transmissões de televisão. O conflito também foi
responsável por 90% das comunicações via telex no período - de 1939 a 1945.

Durante a guerra também foi projetado um sistema de navegação de


longa distância, chamado LORAN, para determinação da posição geográfica
de navios e aeronaves militares. Este sistema é o precursor do GPS.

No início da década de 1940 a empresa CBS começa a fazer testes com


câmeras mecânicas coloridas. Em 1941 iniciam as transmissões de televisão
comercial em preto e branco nos EUA. No mesmo ano é lançado o teleprinter
M14, vendendo 50 mil unidades até o final da década de 50 - quando o modelo
foi descontinuado.

Ainda em 1941, baseado no uso de relés, o alemão Konrad Zuse


construiu o primeiro computador digital funcional que podia ser programado. A
27

programação universalizaria a finalidade dos computadores, que ficariam


apenas limitados pela sua capacidade de cálculo.

No ano de 1943 é construída a primeira central automatizada de


telefonia de longa distância, na Filadélfia, Estados Unidos. A automatização
dispensa o uso de um intermediário telefonista para realizar uma chamada, e
isto torna as ligações mais rápidas e mais baratas.

Em 1944 Tommy Flowers desenvolve um computador para o exército


britânico usando válvulas termiônicas. Este computador foi o primeiro no
mundo a ser simultaneamente digital, eletrônico e programável. Como a
eletrônica gerencia energia dispensando componentes mecânicos, e a energia
é quase tão rápida quanto a luz, esta tecnologia possui uma grande vantagem
em matéria de velocidade de cálculo (processamento).

No ano de 1947 a televisão começa a se tornar popular em alguns


lugares do mundo, como nos Estados Unidos. 1947 também é o ano em que a
Bell Labs constrói o primeiro transistor funcional. A substituição da válvula
termiônica pelo transistor possibilita que em 1954 seja lançado comercialmente
o primeiro rádio portátil do mundo. Diversos outros feitos também serão
decorrentes do transistor, o componente que vai revolucionar a eletrônica.

O transistor leva ao desenvolvimento de circuitos mais complexos, como


o do engenheiro alemão Werner Jacobi, que em 1949 solicitou a patente de um
dispositivo baseado no arranjo de transistores. Este ano também é marcado
pela primeira utilização de um sistema eletrônico para gravação televisiva em
cores, feita pela empresa CBS.

Em 1950 o sistema de navegação de longa distância (LORAN) é


implantado para uso civil, tornando as embarcações e aeronaves mais
seguras. No ano seguinte os usuários de telefone começaram a fazer suas
próprias ligações interestaduais sem precisar da assistência de um operador.
28

Em 1952 Geoffrey Dummer introduz o conceito de circuito integrado - um


circuito miniaturizado composto essencialmente de transistores. Um ano depois
a Bell Labs desenvolve o dataphone. Este equipamento convertia dados de
fitas ou cartões perfurados gravados por computadores, e os transmitia para
outro dataphone através da rede telefônica. É a primeira forma de
comunicação entre computadores.

No ano de 1954 é realizada a primeira transmissão televisiva em cores


para ampla audiência, nos EUA. Outro evento televisivo importante foi a
introdução do primeiro sistema prático de fita de vídeo, executada pela
empresa Ampex em 1956. Neste ano ocorre a conclusão da rede mundial de
telex, e também a passagem do primeiro cabo transatlântico de telefonia -
entre o Canadá e a Escócia.

Em 1957 a União Soviética lança o primeiro satélite no espaço, o


Sputnik, com finalidade militar espiã. Este evento foi a semente para o
surgimento de mais um canal de comunicação, os satélites. Mais adiante eles
serão usados pela telefonia, televisão, rádio, internet, entre outros.

No ano de 1958 Jack Kilby demonstra o primeiro circuito integrado


operacional, à base de germânio. Menos de um ano depois Robert Noyce
também produz um circuito integrado, mas à base de silício - material que veio
a se tornar o padrão na fabricação destes componentes. O circuito integrado,
também conhecido como microchip, vai levar o transistor ao seu apogeu,
barateando progressivamente o custo de fabricação, e fazendo com que a
capacidade de cálculo (processamento) dobre a cada ano.

Ainda em 1958, é realizada a primeira comunicação via modem. Este


equipamento transmite informação de um computador diretamente ao outro
através da linha telefônica. O modem abria a possibilidade de haver uma rede
de computadores. 1958 também é o ano de início do primeiro sistema de
29

televisão a cabo, nos Estados Unidos.

Em 1959 aconteceu o lançamento do primeiro computador


transistorizado, pela empresa IBM. No ano seguinte a empresa Digital
Equipment lançou o PDP-1, marcando o começo da redução de tamanho dos
comuputadores.

Em 1960 foi lançado o primeiro satélite para comunicação civil (ECO-1),


pelos Estados Unidos. Em seguida, no ano de 1962, a empresa AT&T lança o
primeiro satélite destinado à transmissão de televisão, viabilizando as
transmissões internacionais. Neste mesmo ano é realizada a primeira ligação
telefônica via satélite, através do ECO-1.

Em 1963 a força aérea americana estuda o uso do espaço para


finalidades militares, criando-se, entre outras coisas, o conceito do GPS -
sistema de posicionamento global. Com ele seria possível receber informações
de localização em qualquer lugar do mundo.

No ano de 1964 é implementado o primeiro cabo submarino


transpacífico de telefonia, ligando o Japão ao Havaí. Neste mesmo ano a
empresa IBM lança o primeiro computador a utilizar circuitos integrados, e que
também é o primeiro computador expansível. Esta composição de hardware foi
a que vingou, mantendo-se até os dias atuais. Um ano depois é lançado o
primeiro computador comercialmente bem sucedido, pela empresa Digital
Equipament.

Em 1968 a maioria das transmissões de televisão no mundo já era em


cores. Neste ano a espaçonave Apollo 7 marca o início do uso de
computadores em missões espaciais. Esta evolução paralela da televisão e
das espaçonaves possibilitou que em 1969 fosse realizada a primeira
transmissão televisiva feita da lua, assistida por 600 milhões de pessoas. 1969
também foi o ano do surgimento do UNIX, o primeiro sistema operacional de
30

grande abrangência.

Em 1970 os usuários de telefone começaram a fazer suas próprias


ligações internacionais, sem precisar de assistência de um operador. Neste
ano é criada a primeira rede de computadores, chamada ARPANET, para uso
militar americano. Posteriormente, ao ingressar nas universidades, a
ARPANET ganharia mais força.

No início da década de 70, após o surgimento da fita cassete, os


audiolivros deixaram de serem destinados apenas a deficientes visuais. É o
começo do audiolivro voltado para o público em geral.

Os computadores até o momento eram para uso militar, governamental,


coorporativo, ou científico, mas isto começou a mudar em 1971. É que neste
ano a empresa Kenbak lançou o primeiro computador pessoal. Este
computador também foi o primeiro a suportar um jogo. Em 1971 a internet
ainda não existia de fato, mas, através da rede ARPANET, foi enviado o
primeiro e-mail. Um ano depois houve o lançamento do primeiro jogo de
computador a se tornar popular.

O primeiro computador pessoal a utilizar um microprocessador foi


lançado em 1973. Mesmo ano em que Martin Cooper, da Motorola, construiu o
primeiro telefone móvel possível de segurar na mão e de ser usado fora de um
veículo, realizando a primeira ligação. 1973 também é o ano em que a força
aérea e marinha dos Estados Unidos decidem implantar o GPS.

Ainda em 1973, a agência criadora da ARPANET inventou o protocolo


de internet (IP), e a seguir desenvolveu o protocolo de controle de transmissão
(TCP). Estes protocolos constituíam uma linguagem unificada de comunicação
entre dispositivos, permitindo que pequenas redes de computadores se
interliguem formando redes cada vez maiores, até haver uma grande rede
unificada, a internet.
31

Em 1974 é lançado o primeiro satélite de televisão aberta, pela NASA.


Neste ano também é lançado o mouse, revolucionando a forma como o usuário
manipula o computador.

No ano de 1975 surge o Altair 8800, que foi o primeiro computador a


emplacar o título de computador pessoal. Neste ano também surge a rede
TELENET, uma versão civil da ARPANET. Um outro passo importante para o
desenvolvimento da internet foi a computadorização da telefonia mundial,
processo que começa a partir de 1975.

Mais uma otimização do desempenho dos computadores ocorre em


1976, quando a empresa Intel lança um processador de dados 5 vezes mais
rápido que os modelos anteriores. Neste mesmo ano Gary Kildall desenvolve o
CP/M, que foi o primeiro sistema operacional capaz de funcionar em mais de
um tipo de computador. Ainda em 1976, a Sony lança o Betamax - primeiro
sistema doméstico de gravação de vídeo - e a JVC lança o VHS - sistema
concorrente. Posteriormente o VHS triunfará sobre o Betamax, dominando o
mercado até o surgimento do DVD.

No ano de 1978 iniciam os testes da primeira rede de telefonia celular,


em Chicago, nos Estados Unidos. De 1978 a 1983 é desenvolvida a versão
final do grupo de protocolos padrão para a internet, o TCP/IP. Quase no
mesmo período, entre 1978 e 1985, são lançados 11 satélites para o início do
sistema de informação de posicionamento global (GPS).

Em 1979 foi estabelecida a USENET. Era a primeira rede de


computadores descentralizada que possibilitava a troca de arquivos entre
usuários. Nascia o compartilhamento, uma forma voluntária de usuários se
ajudarem mutuamente.

No ano de 1981 a empresa Microsoft lançou o DOS, que foi o principal


32

sistema operacional até a metade da década de 90. Quem lançou o primeiro


computador a utilizá-lo foi a empresa IBM, também em 1981. Este ainda foi o
ano em que a empresa japonesa NHK demonstrou a televisão de alta definição
(HDTV), com 1125 linhas de resolução de imagem.

Outra evolução televisiva proveniente do Japão foi a transmissão com


som estéreo, realizada inicialmente pela televisão estatal japonesa em 1982.
Este também foi o ano de lançamento do disco compacto (CD), por um esforço
conjunto das empresas Philips e Sony. O audiolivro só vai emplacar no CD
após a chegada dos rádios automotivos tocadores de CD.

As transmissões viajaram pelos fios e pelo ar, cruzaram os continentes e


os oceanos, e chegaram ao espaço. Mesmo assim continuaram se
desenvolvendo. A idéia de enviar sinais na forma de luz concretizou-se com a
fibra óptica, que teve seu primeiro cabo de longa distância concluído em 1983,
ligando Nova Iorque a Washington DC, nos EUA. Esta tecnologia possibilitou o
aumento substancial da velocidade e o do tráfego de informações. Inicialmente
os cabos de fibra óptica foram empregados em telefonia, sendo posteriormente
utilizados para transmissões de internet.

No ano de 1983 a rede ARPANET se dividiu. Uma parte foi para uso
exclusivo militar, chamada de MILNET, e outra para uso civil, mantendo o
nome de ARPANET. Neste mesmo ano a empresa Apple produziu o primeiro
computador com uma interface gráfica, facilitando o uso doméstico. Um ano
depois a Apple lançou o primeiro computador com interface gráfica controlado
por um mouse a ser bem sucedido no mercado, o Macintosh. 1984 também foi
marcado pela cunhagem do termo ciberespaço, por William Gibson, ao se
referir ao espaço virtual gerado pela cibernética.

Em 1985 o governo americano transfere o controle de partes da


ARPANET para uma rede formada por grandes universidades, a NSFNET.
Posteriormente esta rede vai incorporar outras redes, e abrir o acesso para fora
33

das universidades, tornando-se responsável pela expansão da internet.

No ano de 1986 é lançado o Super VHS, uma versão do VHS com maior
qualidade de vídeo. Um ano depois o conceito de ADSL é introduzido, abrindo
a possibilidade de transmissão de dados em alta velocidade pelas linhas
telefônicas convencionais.

Em 1988 é colocado o primeiro cabo de fibra óptica transatlântico,


interligando EUA, Inglaterra e França. Neste mesmo ano as fitas VHS
começam a fazer a audiência da televisão cair.

Um evento crucial ocorreu em 1990, quando Tim Berners-Lee,


pesquisador do CERN, concluiu o desenvolvimento de um sistema de
documentos interligados em rede, a World Wide Web. Para chegar a isto, Tim
teve que criar o protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) e a linguagem
de marcação de hipertexto (HTML). Era o que faltava para a internet ser
facilmente navegável, garantindo o acesso a qualquer usuário, e deixando de
ser exclusiva para experts. 1990 também é o ano em que a Microsoft lança o
Windows 3.0, mais um sistema operacional com interface e uso de mouse a se
tornar popular. O Windows 3.0 era baseado no já bem sucedido sistema
operacional DOS.

Em 1991 o estudante finlandês Linus Torvalds lança o sistema


operacional Linux, uma forma evoluída do UNIX, disponibilizando-o pela rede
USENET. Este será o primeiro sistema operacional gratuito a ter sucesso. O
Linux também era um sistema operacional de código aberto, e isso permitiu
que programadores voluntários contribuíssem com seu desenvolvimento ao
passar do tempo. Ainda em 1991, na Finlândia, é implantada a primeira rede
de telefonia celular GSM. Este sistema usa tecnologia digital e por isso
corresponde a segunda geração da telefonia celular.

No ano de 1993 foi lançado o processador Pentium, o primeiro a


34

conseguir administrar várias instruções ao mesmo tempo. Neste ano é lançado


no CERN o primeiro site similar aos sites atuais. Outro lançamento de 1993 foi
o do navegador de internet Mosaic, o primeiro a ter uma interface gráfica para
acesso aos conteúdos on-line.

Em 1994 o Mosaic é relançado com o nome de Netscape, sendo o


primeiro navegador a se popularizar, e mais uma ferramenta a facilitar o uso da
internet. No mesmo ano o número de satélites de GPS em órbita sobe para 24,
aumentando a precisão do sistema de informações de posicionamento global.

A empresa Microsoft tentou rivalizar com o navegador Netscape


lançando o navegador Internet Explorer, em 1995. Neste ano a Microsoft
também lançou o sistema operacional Windows 95.

Em 1996 a empresa Palm introduziu no mercado o primeiro computador


de mão, chamado de Palm Pilot. Foi um marco das tecnologias móveis de
computação. No mesmo ano ocorre o lançamento das antenas televisivas
domésticas por satélite (mini parabólicas), que virão a ser o segundo item
eletrônico televisivo mais vendido na história, só perdendo para o vídeo
cassete. 1996 também é o ano em que a empresa Toshiba lança o DVD,
vendido inicialmente no Japão.

No ano de 1998 os produtos de televisão digital de alta definição (digital


HDTV) se tornam disponíveis aos consumidores. Neste ano é fundado o
Google Search, que revolucionou o modo como se busca informação na
internet. Entre os aprimoramentos realizados pelo Google estão o aumento na
relevância dos resultados e a redução no tempo de pesquisa. Ainda em 1998
houve o lançamento do tocador de áudio em formato mp3. A sua portabilidade,
combinada com a possibilidade de baixar conteúdo da internet, vem ganhando
aos poucos o mercado de audiolivros em CD.

Em 1999 foi criado o primeiro sistema de troca de arquivos de áudio


35

entre internautas a se tornar popular, o Napster. Neste ano vai ao ar o


audible.com, que vai se tornar o mais famoso site de audiolivros. Um ano
depois ocorre o início das transmissões televisivas digitais em alta definição.

Mais um marco vai se dar em 2001, com a fundação da Wikipedia, a


primeira enciclopédia colaborativa on-line. O fato dos artigos da Wikipedia
serem construídos e corrigidos voluntariamente por seus usuários, aliado ao
acesso on-line e gratuito, fez com que ela se tornasse a maior enciclopédia do
planeta.

No ano de 2002 foi criada a primeira rede social na internet, o Friendster.


Dois anos depois surge o Google Books, primeiro serviço de digitalização de
livros tradicionais para a internet. Este serviço vai contribuir significativamente
para o aumento do volume de livros digitais (e-books), e facilitar o acesso às
informações contidas nestes livros.

Em 2005 é inaugurado o YouTube, primeiro site que permite aos


usuários exibirem seus próprios vídeos, e assistirem vídeos de outros usuários.
O YouTube tornou-se o maior e mais acessado site de vídeos na internet,
revolucionando o mercado de difusão audiovisual.

No ano de 2006 houve o lançamento do Blu-ray, um disco óptico digital


de alta capacidade, que suporta vídeos em alta definição. Neste mesmo ano
surgiu o Twitter, um sistema de mensagens instantâneas combinado com rede
social.

Em 2007 foi ao ar o Scribd, um site para a visualização de documentos


de texto, planilhas e slides, publicados pelos próprios usuários. Em um curto
espaço de tempo o Scribd se tornou uma das maiores fontes de livros
digitalizados na internet. Neste mesmo ano a empresa Amazon lançou o
primeiro dispositivo computacional portátil próprio para a leitura de livros
digitais, o Kindle. Posteriormente outros leitores de livros digitais foram
36

introduzidos no mercado, concorrendo com o Kindle.

No ano de 2010 a empresa Apple lança o iPad, um computador de


tamanho análogo a um livro, constituído de uma tela sensível ao toque que
recobre sua face superior. Apesar de não ser um dispositivo criado
especificamente para a leitura de livros, ele cumpre esta função com primazia,
vindo a ser mais uma alternativa à leitura de livros digitais.

Cada vez mais práticas, dinâmicas, interligadas e eficientes, as


tecnologias da informação estão reinventando a forma como a humanidade se
comunica, administra o conhecimento, e lida com as informações em geral.
37

4 O FIM DA ERA DO LIVRO

Este capítulo aborda o fim da era do livro. Se estabelece a relação entre


o surgimento das novas tecnologias da informação e o fato do livro ter deixado
de ser a maior fonte de informação.

4.1 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA

Este estudo utiliza a pesquisa do tipo exploratória, que segundo Gil


(1999), é a que tem como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar
conceitos e idéias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. O autor ainda coloca que a
pesquisa exploratória é desenvolvida com o objetivo de proporcionar visão
geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato, e que este tipo de
pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco
explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e
operacionalizáveis.

Na primeira etapa desta monografia a técnica de pesquisa utilizada foi a


documental. Conforme Gil (1999), pesquisa documental é aquela que se vale
de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que ainda
podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da investigação.

A segunda etapa desta monografia é uma análise descritiva da relação


das novas tecnologias com o fim da era do livro. A análise descritiva envolve a
vertente qualitativa de investigação. Na segunda etapa também foram
empregadas as técnicas de pesquisa documental e de observação
assistemática. Na técnica de observação assistemática o pesquisador coleta
informações em fatos da realidade sem a utilização de meios técnicos
38

especiais (ALMEIDA, 2005). Com estas informações são estabelecidas


conclusões no processo analítico.

O procedimento de análise se baseia na utilização de dados a respeito


de como a tecnologia manipula a informação em cada um dos meios. Foram
selecionados pontos relativos aos fins práticos da informação, para que sirvam
de parâmetros na comparação entre as tecnologias dos meios. Nesta
comparação pretende-se desvendar quais fatores respondem a questão de
como o livro deixou de ser a maior fonte de informação.

4.2 COMPREENDENDO MEIO, CANAL E SUPORTE

É importante definir este tópico antes do prosseguimento da leitura em


questão. O meio de comunicação é fundamental no debate acerca do fim da
era do livro, porque influi diretamente no modo como os indivíduos vão receber,
transmitir, construir, armazenar e interagir com a informação.

Um meio, em comunicação, é o ambiente tecnológico pelo qual a


informação transita, como o livro, rádio, revista, jornal, televisão, internet,
cinema, entre outros (ERBOLATO, 1986). Apesar de não haver uma
convenção formal acerca do sentido exato do termo, o uso rotineiro por
acadêmicos e profissionais de comunicação também aponta para esta mesma
definição.

Uma questão relevante, é que uma mesma informação pode estar em


vários meios, e muitas vezes habitar todos eles. Isso não a transforma, apenas
a deixa suscetível ao efeito das diferentes formas de exibição de um registro,
pois conforme McLuhan (1994), a natureza do meio influi sobre a mensagem.
Na prática, isso significa que uma informação pode ser interpretada de uma
forma quando observada em um meio, e de outra forma quando observada em
39

um meio diferente. Por exemplo, um indivíduo ao ler uma informação nas


páginas de um livro tradicional, e ao escutar a mesma informação em um
audiolivro, está sujeito a inferir um sentido em cada.

A palavra suporte, segundo o dicionário digital Michaelis (SUPORTE,


2007), significa "a coisa que suporta ou sustenta outra" ou "aquilo em que
alguma coisa assenta ou se firma; apoio, base de sustentação, sustentáculo".
Logo, pode-se inferir que um suporte da informação é uma base de
sustentação para a informação - a coisa em que ela está contida. Afirmação
que também é compartilhada pelo professor David Rodrigues (2008), da
faculdade Campos Elíseos. Rodrigues comenta que o suporte da informação
pode ser o papel, o microfilme, as fitas magnéticas, disquetes, CD, DVD,
discos rígidos, entre outros. Cada um possui formas de utilização, assim como
limitações de uso. No caso do livro tradicional, o suporte é exclusivamente o
papel.

O que há em comum entre todos os suportes, também explica a sua


função: registro físico da informação. Isto permite que ela possa ser guardada,
difundida, compartilhada, modificada, enfim, que se torne algo acessível e útil a
humanidade.

O canal é a forma como é conduzido o sinal entre o equipamento


transmissor e o equipamento receptor. Ele pode ser um fio elétrico, um cabo
coaxial, uma banda de radiofreqüência, um feixe de luz, entre outros
(SHANNON, 1948). O canal é a via da informação - conceito também de
Erbolato (1986). Logo, a função do canal é fazer com que a informação contida
no suporte chegue ao seu destino, um ponto onde o sujeito possa acessá-la.
Por isso os livros não possuem canal, a informação contida neles é lida
diretamente do suporte.
40

4.3 A INFLUÊNCIA E A FUNÇÃO DO MEIO

O conceito de meio de comunicação é proveniente do conceito da


palavra meio (MORAN et al., 2009). O caminho entre dois pontos passa por um
ponto central, que está entre eles. Este ponto é a metade, o meio. Qualquer
coisa que for enviada de um ponto ao outro vai passar pelo ponto do meio.
Entre uma fonte de informação e um receptor também. Logo, emissor e
receptor utilizam um meio para a comunicação. Tudo que é utilizado no
processo é um meio, o que confere uma grande quantidade de possibilidades,
como: som, luz, ar, gesto, imagem, tato, livro, rádio, papel, eletricidade, onda,
etc. A semântica do termo é muito vasta e debatida há anos por autores da
área da comunicação (ARAÚJO, 2007).

Uma definição formal mais específica resolveria o "impasse", porém a


língua se forma a partir do entendimento dos falantes, nada formal nem
controlável. A definição mais freqüente para meio de comunicação está
associada ao emprego de tecnologia no processo. Daí a definição de meio
como ambiente tecnológico onde a informação transita.

Este ambiente estabelece o modo como a informação é apresentada.


Isto quer dizer que no meio rádio está imposto que as informações sejam na
forma de áudio, ou que no meio livro sejam na forma de escrita e gravura, entre
outros exemplos. O mediador tecnológico condiciona a mensagem aos
formatos suportados, mas não remove nem acrescenta partes a ela, não a
altera. A mensagem é entregue do mesmo modo que foi coletada. Diante deste
cenário, o meio é neutro, e sua influência sobre a mensagem é apenas dada
pela restrição de forma.

Há diferenças entre os processos tecnológicos comunicacionais dos


meios. Por exemplo, o livro, o jornal, a revista e a carta apenas registram a
informação. Por outro lado, o rádio, o telefone e a televisão capturam,
41

codificam, transmitem, decodificam e exibem a informação, podendo ou não


registrá-la (SHANNON, 1948). Olhando deste ângulo os meios parecem ter
funções diferentes, mas não têm. Os recursos e aplicações são variados, mas
os meios possuem a mesma função: permitir a comunicação entre os
indivíduos, sem que eles precisem estar no mesmo local geográfico e ao
mesmo tempo.

Em suma o meio é a possibilidade de comunicar algo a uma ou mais


pessoas que não estão aqui e agora. Utilizando o telefone, por exemplo, é
possível falar neste momento com uma pessoa que está em outro país, ou,
deixando um cartaz fixado na parede, dizer algo a uma pessoa que vai passar
por aqui amanhã, entre outras possibilidades.

4.4 OS NÚMEROS DO DECLÍNIO

Nos tempos atuais, o montante de informação produzida em livros


corresponde a uma parcela demasiadamente pequena do total de informação
produzida. Isto é demonstrado no estudo de Lyman e Varian (2003). De acordo
com o estudo, o total de informação produzida no mundo em 2002, se gravado
digitalmente, ocuparia 5.421.221 terabytes. Deste montante, apenas 39
terabytes são relativos ao meio livro, o que é 139.006 vezes menos que o total.
Se a informação pudesse ser disposta em área, e o total produzido no mundo
em 2002 ocupasse o equivalente ao campo do estádio Maracanã, o que foi
produzido em livro caberia em uma área do tamanho de uma folha A4.

Dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros e da Câmara


Brasileira do Livro (2008) apontam que a comercialização de livros no Brasil
em 2008 está menor do que a de 1998, e que os períodos de crescimento
estão apresentando taxas pouco expressivas desde 1995, conforme
demonstrado neste gráfico:
42

Livros vendidos por ano no Brasil


450.000.000
400.000.000
350.000.000
Livros vendidos

300.000.000
250.000.000
200.000.000
150.000.000
100.000.000
50.000.000
0
90

91

92

93

94

95

96

97

98

99

00

01

02

03

04

05

06

07

08
19

19

19

19

19

19

19

19

19

19

20

20

20

20

20

20

20

20

20
Gráfico 1 - Livros vendidos por ano no Brasil. Fonte: Sindicato Nacional dos Editores de Livros e
Câmara Brasileira do Livro (2008), adaptado pelo autor.

Se observarmos a comercialização de livros nos EUA, que possui um


mercado mais desenvolvido, com maior consumo de bens e uma forte tradição
literária, também percebemos o fenômeno da baixa taxa de crescimento. Albert
Greco (2005) fornece dados para a confecção do gráfico abaixo:

Livros vendidos por ano nos EUA


2.600.000.000

2.500.000.000

2.400.000.000
Livros vendidos

2.300.000.000

2.200.000.000

2.100.000.000

2.000.000.000

1.900.000.000
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Gráfico 2 - Livros vendidos por ano nos EUA. Fonte: Greco (2005, p. 28), adaptado pelo autor.

Considerando que os EUA foram os pioneiros da internet, e que esta


tecnologia começou a se popularizar a partir de 1994, com o surgimento dos
43

programas navegadores, é possível vermos que o consumo de livros não foi


afetado pelo crescimento da internet. Porém, a capacidade tecnológica da
internet, somada a dos outros meios, está gerando uma quantidade muito
maior de informação do que os livros.

4.5 O VOLUME E A VELOCIDADE DA INFORMAÇÃO

Conforme Lyman e Varian (2003), o que está sendo produzido de


informação em livro atualmente corresponde a 0,0007 % do que está sendo
produzido no total. Mas qual será o prognóstico deste quadro?

Para projetar o quadro futuro do volume de informação em livro


comparado ao volume total, precisamos olhar para seus valores em um mesmo
período e para suas taxas de crescimento. A quantidade de livros vendidos
está associada ao volume de informação em livros, por isto utilizaremos a taxa
média de crescimento de vendas de livros nos EUA como fator de crescimento
para o volume de informação em livros (GRECO, 2005). A taxa usada no
crescimento do volume geral de informação será a média de crescimento entre
os anos 2000 e 2002 (LYMAN; VARIAN, 2003). Os fatores utilizados não são
precisos, mas são suficientes para a demonstração da tendência, conforme se
pode verificar no gráfico 3, a seguir.
44

Evoluçao anual do volume de informação total x em livro


(projeção)
1,00E+12
total em livro
volume de informação em terabytes (escala logaritmica)
1,00E+11

1,00E+10
1,07E+10
1,00E+09

1,00E+08

1,00E+07
5,42E+06
1,00E+06

1,00E+05

1,00E+04

1,00E+03

1,00E+02
3,90E+01 5,33E+01
1,00E+01

1,00E+00
2002 2006 2010 2014 2018 2022 2026 2030

Gráfico 3 - Evolução anual do volume de informação total x em livro (projeção).


Fonte: O autor (2010), baseado em dados de Greco (2005) e Lyman e Varian (2003).

De acordo com os dados do gráfico 3, é possível observar que o


crescimento do volume de informação total é mais rápido que o crescimento do
volume de informação em livro, gerando o aumento progressivo da diferença
entre os dois. Com isto, o prognóstico da situação é que o volume de
informação em livro será cada vez menos significativo no total.

Há outra questão importante acerca do volume de informação: a


quantidade de informação disponível atualmente é tão grande que nenhum ser
humano terá acesso a sua totalidade. Gerenciar toda esta informação é um
desafio. Nos livros, a procura mais específica por uma informação se dá pelo
índice, além disto é preciso saber em qual livro procurar e ainda onde
encontrar este livro. É um longo caminho, e que pode dar em nada, pois a
informação procurada pode não estar lá. Já na internet, utilizando um serviço
de busca, pode-se encontrar a informação em segundos, disponível em
diversas fontes, línguas e recursos.
45

O fato é que a informação aumenta infinitamente, e os dias continuam


com 24 horas, obrigando os indivíduos a serem cada vez mais seletivos. Para
acompanhar a evolução da informação, e o conseqüente aumento de
complexidade deste universo, são necessários sistemas que reduzam a
complexidade para o usuário. Neste ponto entra a tecnologia, gerenciando a
informação.

Em uma biblioteca com os livros completamente fora de ordem, seria


muito difícil encontrar uma informação. Mas é possível ter os livros organizados
nas estantes por assunto e ordem alfabética. O usuário terá que olhar diversos
títulos até encontrar um que possa ter a informação desejada, e se a biblioteca
for muito grande, o processo ainda pode levar algum tempo.

O sistema de organização dos livros possui uma limitação natural no


tempo de busca. A partir de certo ponto só se consegue reduzir o tempo com o
uso de equipamentos, como um computador na biblioteca, aplicado para a
pesquisa de termos no catálogo e a localização de livros na estante.

O volume acumulado de informação expõe a limitação tecnológica dos


livros para gerenciá-la. Grandes bibliotecas requerem sistemas informatizados
para continuarem viáveis aos usuários, demonstrando que o livro não é mais
um meio auto-suficiente.

Assim como a informação leva tempo para ser encontrada, também leva
tempo para ser lida, escutada, assistida, ou observada de qualquer outro
modo. Os formatos de exibição de informação são observados em velocidades
diferentes. Em um espaço de tempo "x" uma pessoa pode assistir o tempo "x"
de vídeo ou de áudio, pois estes formatos são discorridos em tempo real,
independente da habilidade do usuário ou do volume de informação contido.
Mas neste mesmo espaço de tempo "x" é possível ler um número "p" de
palavras ou olhar um número "f" de figuras. Nestes casos a habilidade do
46

usuário tem influência no processo, e o tempo de observação é relativo ao


volume de informação.

A velocidade de observação dos formatos é um fator muito relevante na


escolha do meio mais adequado para se obter uma informação. Se um
indivíduo quer saber como se costura uma roupa, a forma mais rápida e
eficiente para isto será o vídeo. Já para saber como soa um sino, a forma será
o áudio. Para conhecer a aparência de uma mancha, uma fotografia. E para
encontrar um número telefônico, a escrita. Cada uma destas informações pode
ser obtida através de formatos diferentes, mas levarão mais tempo e exigirão
mais trabalho.

Visto que para cada circunstância há um formato mais adequado, parece


pouco provável que haja um meio mais eficiente que os demais. Além disso
seria necessário um modo de mensurar para fazer esta comparação. Porém,
alguns meios possuem mais que um formato de exibição de informação. Caso
houvesse um que suportasse todos os formatos, este seria o mais adequado
em qualquer circunstância e, logo, o mais eficiente. O fato é que este meio
existe, e se chama internet. Este é o meio que reúne o maior aparato
tecnológico, e que possui o maior leque de opções e aplicações, englobando
recursos dos outros meios - multimídia.

Outra velocidade a ser considerada é a de atualização, expressa pelo


tempo levado para se acrescentar uma nova informação, ou para se corrigir
uma informação anterior. Em uma revista semanal é possível atualizar
informações em cerca de uma semana, um jornal diário em um dia, o rádio, a
televisão e a internet quase instantaneamente, e um livro em períodos mais
longos, dependendo da demanda do mercado. A importância da velocidade de
atualização fica mais clara no seguinte exemplo: uma enciclopédia é lançada
em livro e outra em site na internet; enquanto a primeira só pode atualizar suas
informações no próximo ano, a segunda pode ser atualizada agora.
47

4.6 A DIDÁTICA E O LIVRO

O ser humano está continuamente aprendendo, seja executando uma


tarefa cotidiana, observando um evento, experimentando situações, analisando
fenômenos, interagindo com outro, sendo ensinado por alguém, ou de diversas
outras maneiras. Ao utilizar um meio de comunicação o indivíduo também
aprende. Portanto, os meios são recursos didáticos. Programas educativos no
rádio, cursos por correspondência, documentários na televisão, folders
informativos e outdoors com campanhas de advertência são algumas das
ferramentas educativas disponíveis. Se olharmos especificamente para a
didática escolar, e nos perguntarmos qual o meio de comunicação mais
utilizado, imediatamente pensaremos no livro. Sua presença neste papel
parece inquebrantável, mas não é.

Um livro convencional é um objeto simples, composto de folhas de papel


sobrepostas, geralmente com grandes extensões de textos, impressos em
preto, com poucas figuras e limitados recursos visuais. Dispõe de apenas dois
formatos de exibição (escrita e figura), e que ainda costumam ser pouco
explorados, o que acaba limitando a experiência do sujeito com a informação.

Já o livro didático preza pela metodologia de ensino, e leva em conta a


importância da motivação para o aprendizado. Por isso busca ser atrativo,
utiliza fotografias, infográficos, ilustrações e textos mais inteligíveis. Mesmo
assim não responde às dúvidas paralelas, não interage com o sujeito, e não se
flexiona a necessidade individual. São as limitações tecnológicas do meio livro.

A didática engloba muito mais do que o livro didático. Compreende o


professor, o aluno, o conteúdo, o contexto da aprendizagem, e as estratégias
metodológicas (DIDÁTICA, 2010). Dentro das estratégias está o uso de
recursos, e dentre os recursos os meios. Didática pressupõe expansão do
48

horizonte, uso de múltiplas ferramentas, participação ativa, interatividade,


enriquecimento da experiência, aproximação do conhecimento à realidade
(COMENIUS, 2001).

O meio que melhor responde a estes critérios é a internet. A variedade


de formatos de exibição, a vastidão de informação, a facilidade de busca e
acesso, a reunião de recursos de outros meios, entre tantos outros fatores,
revelam a internet como um universo de possibilidades didáticas. Não é por
acaso que seu espaço no âmbito escolar vem aumentando em todo o mundo
(ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT,
2006). Este processo é mais visível em países desenvolvidos, onde o acesso à
internet é maior (UNITED NATIONS STATISTICS DIVISION, 2009).

A informação nos livros é inflexível e hierarquizada, segue categorias,


temas e seções. Já na internet a informação é dinâmica, disposta em rede,
interligada, e passível de ser reorganizada. Enquanto um livro expõe seu tema
de um modo, a internet agrupa informações acerca do tema, permitindo ao
usuário a 'montagem do seu próprio livro', de acordo com sua necessidade. É
como determinar ao autor qual será o assunto, de que modo será escrito, quais
pontos serão abordados, e com qual extensão. Tudo isto feito em poucos
minutos, podendo esclarecer dúvidas paralelas no decorrer da leitura, e ainda
optando por outros formatos de exibição da informação.

O ensino a distância é mais uma questão a ser considerada. Meios como


o livro, a televisão e a revista possibilitam educar a distância, mas não
esclarecem as dúvidas secundárias do aprendiz. Na internet o aluno pode
receber instrução por documentos de texto, livros digitais, audiolivros, artigos
em sites, apresentações de slides, documentários, aulas gravadas em áudio ou
vídeo, etc. Além disto, o aluno ainda pode solucionar questões adjacentes
através de um sistema de busca, ou de um serviço de suporte por mensagens
de texto. A internet também permite assistir uma aula em tempo real, através
de áudio ou vídeo conferência. Assim o educando pode sanar suas dúvidas
49

perguntando diretamente ao professor.

A acessibilidade é outro ponto importante correlato a didática. Parte da


técnica de ensinar é garantir que o aprendizado chegue a toda classe. Porém,
existem estudantes portadores de deficiências visuais, auditivas ou motoras, e
estes fatores são limitadores no processo de aprendizagem. Há muitas formas
de contornar estas dificuldades, inclusive através dos meios de comunicação.

Os livros comuns são acessíveis aos surdos porque são apenas


visualizados. Já para os cegos existe a opção de livros em Braille, apesar da
quantidade bem mais restrita de títulos. Porém, para um indivíduo sem os
braços ou sem movimento nestes membros, o livro não oferece alternativa,
tornando improvável seu uso, que requer o folhear das páginas.

A internet é diferente, possui ampla acessibilidade. É possível ampliar as


fontes (para os usuários com visão reduzida), e usufruir de programas leitores
de texto (para os cegos). Este público também conta com os audiolivros, os
podcasts, etc. Os surdos dispõe da maior parte do conteúdo da internet
(visual), incluindo recursos como as legendas de vídeo e as transcrições de
áudio. Para usuários sem os braços, existe a opção do mouse de pé, e para
tetraplégicos, o mouse de boca. Além dos monitores sensíveis ao toque, que
podem ser usados com os pés, e dos comandos por voz.

Infelizmente, alguns educadores supervalorizam o livro, enxergando os


outros meios como 'pobres' ou 'superficiais'. Talvez esta visão seja decorrente
do entrelaçamento histórico dos conceitos de livro e saber, ou do fato dos
meios modernos crescerem fortemente ligados ao entretenimento. Porém, a
realidade atual nos mostra que educação e entretenimento podem andar
juntos, havendo inclusive veículos de comunicação especializados nisto, como
os canais televisivos National Geographic, The History e Discovery, as revistas
Superinteressante e Mundo Estranho, entre tantos outros exemplos. A
demanda é que dita quais os produtos e serviços que serão produzidos, e o
50

livro não foge a regra. O presente momento revela que o livro não é mais um
meio dominado por títulos educativos. Segundo a Associação dos Editores
Americanos (2009), os livros mais vendidos atualmente estão na categoria
ficção.

4.7 CONSTRUÇÃO COLETIVA

O modo de produção do livro é fixado nas figuras do autor e da editora,


em um sistema restrito, onde as informações viajam em sentido único: do autor
(emissor) para o público leitor (receptor). Neste modelo poucos participam da
construção da informação. Na televisão e no rádio o processo é semelhante, e
a informação também viaja em um só sentido. Porém, ações como entrevistas
e participações ao vivo fazem com que haja alguma presença do público na
produção da informação. Tudo muda quando se trata da internet, que interliga
os sujeitos, possibilitando a comunicação em mão dupla. Deste modo todos
são produtores e consumidores de informação, constituindo um sistema aberto
e democrático.

O consumo de informação tem um custo. Nos livros este custo é


repassado ao usuário, assim como na televisão fechada. Já no rádio AM e FM,
na televisão aberta e na internet, o custo é pago por anunciantes. Ter um
serviço gratuito é um fator decisivo para a universalização da informação.
Outro fator importante para a universalização é o acesso. O livro desejado
precisa estar disponível para venda ou empréstimo na região geográfica do
usuário. Enquanto isso a internet está em todos os lugares ao mesmo tempo,
porque a tecnologia da rede permite a comunicação entre quaisquer pontos.

Informação democratizada e universalizada possibilita a construção


coletiva. Os benefícios deste modelo podem ser compreendidos através do
exemplo da enciclopédia Wikipédia. Com apenas 9 anos de existência, ela se
51

tornou a maior enciclopédia do planeta, com 3.314.663 artigos em língua


inglesa e outros 12.589.091 artigos distribuídos entre os mais de 250 idiomas
disponíveis (WIKIMEDIA, 2010). Tal volume de informação só se produz com
abundante mão de obra, neste caso proveniente dos próprios usuários, os
quais voluntariamente desenvolvem e atualizam os artigos.

Esta união de esforços também confere outra vantagem. Enquanto um


livro possui alguns indivíduos no seu processo de revisão, a Wikipédia possui
uma multidão de usuários lendo e revisando seus artigos a todo momento, em
um processo contínuo. Além disto, a enciclopédia conta com ferramentas de
controle adicionais: guarda cópia dos artigos para repor o conteúdo em caso de
vandalismo; bloqueia assuntos polêmicos para evitar opiniões pessoais;
sinaliza as páginas que carecem de fontes; mantém um espaço de discussão
em cada artigo, para que os usuários debatam antes de efetuarem correções;
restringe a edição de alguns artigos por usuários não registrados; etc. O
produto final é informação de qualidade, ampla e confiável.

Podemos ter uma idéia objetiva desta questão através dos dados do
estudo realizado pela revista científica Nature, e disponibilizados na
reportagem de Daniel Terdiman (2005). No estudo a enciclopédia Wikipédia foi
comparada com a renomada enciclopédia Britannica, que era seguidamente
citada como exemplo de referência precisa pelos críticos que menosprezavam
a Wikipédia. O resultado foi que a Britannica possuía uma média de 2,92 erros
por artigo, e a Wikipédia 3,86. Diferença de apenas 0,94 erro por artigo.

Os fóruns da internet também são exemplo do que a construção coletiva


é capaz. Através destas ferramentas os indivíduos opinam, sanam suas
dúvidas, trocam experiências, e geram informação. Além dos fóruns, a internet
possui chats temáticos, comunidades em redes sociais, blogs e outras
ferramentas análogas, que têm em comum um atributo precioso: permitir o
exercício do debate. No meio livro isto é impraticável.
52

Com o debate os indivíduos colocam em prática o próprio conhecimento,


desenvolvem seu potencial argumentativo, confrontam e criam idéias,
exercitam o pensamento na busca de soluções, enfim, participam de forma
ativa, aproximando o conhecimento à realidade.
53

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As novas tecnologias introduziram recursos no processo de


comunicação: o telefone permitiu que as pessoas se falassem a distância e em
tempo real; o rádio e a televisão aumentaram a atratividade e abrangência no
processo informativo, principalmente por causa do entretenimento; os
computadores revolucionaram o modo de armazenar e processar a informação,
se interligaram, e constituíram a internet; a internet agrupou recursos de todos
os outros meios, e em pouco tempo conquistou o mundo.

Atualmente o livro está produzindo uma parte ínfima do total de geração


de informação, e sua parcela está ficando cada vez menor. Além disto, a
velocidade de acesso a informação no meio livro já não acompanha o ritmo
acelerado da vida contemporânea. Outro fato relevante é que o volume
acumulado de informação em livro demonstra o limite tecnológico do próprio
meio para gerenciar sua informação, como uma espécie animal sucumbindo
em função de sua superpopulação. Enfim, o livro deixou de ser o meio mais
eficiente para guardar, organizar, e pesquisar informações.

A internet faz o que o livro faz, e ainda agrega outros recursos,


ferramentas e formatos de exibição. Os dispositivos tecnológicos
computadorizados funcionam como um livro, porém adicionando mais
praticidade e opções.

Quanto a didática, a internet possui alternativas muito mais amplas do


que o livro, e permite ao aprendiz o desenvolvimento do seu próprio material de
ensino. A internet ainda possui melhor acessibilidade que o livro. Ela também é
mais inclusiva, pois suas informações são gratuitas e podem ser acessadas de
qualquer ponto.

O caráter educacional não é mais hegemônico no livro, que hoje está


54

inserido em ramos como entretenimento, autoajuda e religião. Além disto, os


outros meios também possuem material educativo.

A internet mudou o sistema de construção de informação. Agora todo


sujeito é parte da autoria, e quando todos constroem junto, muito mais é
produzido. Este meio também possibilita o debate de idéias.

Não é exclusividade do livro ter confiabilidade. Os livros também


possuem falhas, e o seu lento processo para atualização de informações
retarda a correção de erros. Em contrapartida, meios como a internet, o rádio e
a televisão podem retificar uma informação a qualquer instante. Pode-se
mencionar ainda os sistemas de busca na internet, que permitem a checagem
de uma informação na hora, através de inúmeras e variadas fontes.

Se tivesse que resumir os motivos do fim da era do livro em uma única


causa, este estudo citaria a superação tecnológica. Os novos meios passaram
a manipular a informação de modo mais dinâmico, atraente e eficiente, e estas
vantagens naturalmente se traduziram na proliferação dos novos meios de
comunicação.
55

REFERÊNCIAS

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