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Presidente Procurador-Geral
Liszt Vieira Renato Rabe
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Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste livro, bem como pelas opiniões
nele expressas, que não são necessariamente as da UNESCO, nem comprometem a Organização. As indicações de
nomes e a apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer opinião por
parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país, território, cidade, região ou de suas autori-
dades, nem tampouco a delimitação de suas fronteiras ou limites.
ÍNDICE TEMÁTICO
Constituição Federal
Resolução CONAMA nº 1, Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório
41
de 23 de janeiro de 1986 de Impacto Ambiental -RIMA.
Resolução CONAMA nº 9,
Dispõe sobre a questão de audiências públicas. 44
de 3 de dezembro de 1987
Flora
Í N D I C E T E M Á T I C O
Águas
Fauna
Decreto nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967 Dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências. 191
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Í N D I C E T E M Á T I C O
Educação Ambiental
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 199
Educação Ambiental e dá outras providências.
Unidades de Conservação
Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação 209
da Natureza e dá outras providências.
Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas
250
1999 e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
Í N D I C E T E M Á T I C O
APRESENTAÇÃO
A edição da obra Legislação Ambiental Básica é uma iniciativa da Consultoria Jurídica do Ministério
do Meio Ambiente e tem como principal objetivo a consolição de atos referentes ao tema ambiental.
Em linhas gerais, a presente publicação engloba aspectos no que diz respeito à Política Nacional
do Meio Ambiente, flora e fauna, águas, educação ambiental, crimes e infrações administrativas
ambientais, bem como unidades de conservação, patrimônio genético, proteção e acesso ao conheci-
mento tradicional associado, repartição de benefícios e ainda organismos geneticamente modificados.
Obra pioneira da Consultoria Jurídica traz uma série de atos norteados no Capítulo VI – do Meio
Ambiente, de nossa Lei Maior, possibilitando consulta imediata e precisa sobre a legislação referenciada,
essencial àqueles que buscam conhecê-la por ser imprescindível nos tempos atuais.
Cabe salientar que os textos publicados neste livro não substituem os publicados no Diário Oficial da União.
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1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
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Constituição Federal
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
impondo-se ao Poder Público e à coletividade público competente, na forma da lei.
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações. § 3º As condutas e atividades consideradas lesi-
vas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
incumbe ao Poder Público: administrativas, independentemente da obriga-
I – preservar e restaurar os processos ecológicos ção de reparar os danos causados.
essenciais e prover o manejo ecológico das espé- § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata
cies e ecossistemas;
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
II – preservar a diversidade e a integridade do Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
patrimônio genético do País e fiscalizar as enti- nacional, e sua utilização far-se-á, na forma
dades dedicadas à pesquisa e manipulação de da lei, dentro de condições que assegurem a
material genético; preserva-ção do meio ambiente, inclusive quanto
III – definir, em todas as unidades da Federação, ao uso dos recursos naturais.
espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou
supressão permitidas somente através de lei, arrecadadas pelos estados, por ações discrimina-
vedada qualquer utilização que comprometa a tórias, necessárias à proteção dos ecossistemas
integridade dos atributos que justifiquem sua naturais.
proteção;
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de deverão ter sua localização definida em lei federal,
obra ou atividade potencialmente causadora de sem o que não poderão ser instaladas.
significativa degradação do meio ambiente, estu-
do prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para
a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade.
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da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada Parágrafo único. As atividades empresariais públi-
pelo(a) Lei nº 7.804, de 1989) cas ou privadas serão exercidas em consonância
Art. 4º A Política Nacional do Meio Ambiente com as diretrizes da Política Nacional do Meio
visará: Ambiente.
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§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e III deste Parágrafo único. (Revogado(a) pelo(a) Lei
artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou nº 7.804, de 1989)
suspensão será atribuição da autoridade adminis- Art. 17. Fica instituído, sob a administração do
trativa ou financeira que concedeu os benefícios, IBAMA: (Redação dada pelo(a) Lei nº 7.804, de
incentivos ou financiamento, cumprindo resolução 1989)
do CONAMA.
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e
§ 4º (Revogado(a) pelo(a) Lei nº 9.966, de 2000) Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro
§ 5º A execução das garantias exigidas do polui- obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se
dor não impede a aplicação das obrigações de dedicam à consultoria técnica sobre problemas
indenização e reparação de danos previstas no ecológicos e ambientais e à indústria e comércio
§ 1º deste artigo. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei de equipamentos, aparelhos e instrumentos des-
nº 11.284, de 2006) tinados ao controle de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras; (Acrescentado(a)
Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a inco-
pelo(a) Lei nº 7.804, de 1989)
lumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver
tornando mais grave situação de perigo existente, II - Cadastro Técnico Federal de Atividades
fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Recursos Ambientais, para registro obrigatório de
(Redação dada pelo(a) Lei nº 7.804, de 1989) pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a ati-
§ 1º A pena é aumentada até o dobro se: vidades potencialmente poluidoras e/ou a extra-
(Redação dada pelo(a) Lei nº 7.804, de 1989) ção, produção, transporte e comercialização de
produtos potencialmente perigosos ao meio
I - resultar: (Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 7.804, ambiente, assim como de produtos e subprodutos
de 1989) da fauna e flora. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio nº 7.804, de 1989)
ambiente; (Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 7.804, Art. 17-A. São estabelecidos os preços dos ser-
de 1989) viços e produtos do IBAMA, a serem aplicados
b) lesão corporal grave; (Acrescentado(a) pelo(a) em âmbito nacional, conforme Anexo a esta lei.
Lei nº 7.804, de 1989) (Redação dada pelo(a) Lei nº 9.960, de 2000)
II - a poluição é decorrente de atividade industrial Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e
ou de transporte; (Acrescentado(a) pelo(a) Lei Fiscalização Ambiental TCFA, cujo fato gerador é
nº 7.804, de 1989) o exercício regular do poder de polícia conferido
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ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil
Recursos Naturais Renováveis IBAMA para con- reais) e igual ou inferior a R$ 12.000.000,00
trole e fiscalização das atividades potencialmente (doze milhões de reais); (Acrescentado(a) pelo(a)
poluidoras e utilizadoras de recursos naturais. Lei nº 10.165, de 2000)
(Redação dada pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000)
III - empresa de grande porte, a pessoa jurídica
§ 1º (Revogado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, de que tiver receita bruta anual superior a
2000) R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais).
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000)
§ 2º (Revogado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, de
2000) § 2º O potencial de poluição (PP) e o grau de uti-
Art. 17-C. É sujeito passivo da TCFA todo aque- lização (GU) de recursos naturais de cada uma
le que exerça as atividades constantes do Anexo das atividades sujeitas à fiscalização encontram-
VIII desta lei. (Redação dada pelo(a) Lei se definidos no Anexo VIII desta lei.
nº 10.165, de 2000) (Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000)
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Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos prazos e III - R$ 900,00 (novecentos reais), se empresa
nas condições estabelecidas no artigo anterior de pequeno porte; (Acrescentado(a) pelo(a) Lei
será cobrada com os seguintes acréscimos: nº 10.165, de 2000)
(Redação dada pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000) IV - R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), se
I - juros de mora, na via administrativa ou judicial, empresa de médio porte; (Acrescentado(a)
contados do mês seguinte ao do vencimento, à pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000)
razão de um por cento; (Redação dada pelo(a) Lei V - R$ 9.000,00 (nove mil reais), se empresa de
nº 10.165, de 2000) grande porte. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei
II - multa de mora de vinte por cento, reduzida a nº 10.165, de 2000)
dez por cento se o pagamento for efetuado até o Parágrafo único. (Revogado(a) pelo(a) Lei
último dia útil do mês subseqüente ao do venci- nº 10.165, de 2000)
mento; (Redação dada pelo(a) Lei nº 10.165, de
Art. 17-J. (Revogado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, de
2000)
2000)
III - encargo de vinte por cento, substitutivo da
Art. 17-L. As ações de licenciamento, registro,
condenação do devedor em honorários de advo-
autorizações, concessões e permissões relaciona-
gado, calculado sobre o total do débito inscrito
das à fauna, à flora, e ao controle ambiental são
como Dívida Ativa, reduzido para dez por cento
de competência exclusiva dos órgãos integrantes
se o pagamento for efetuado antes do ajuiza-
do Sistema Nacional do Meio Ambiente.
mento da execução. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei
(Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória
nº 10.165, de 2000) nº 2.015-1, de 1999)
§ 1º-A. Os juros de mora não incidem sobre o Art. 17-M. Os preços dos serviços administrati-
valor da multa de mora. (Acrescentado(a) pelo(a) vos prestados pelo IBAMA, inclusive os referentes
Lei nº 10.165, de 2000) à venda de impressos e publicações, assim como
§ 1º Os débitos relativos à TCFA poderão ser par- os de entrada, permanência e utilização de áreas
celados de acordo com os critérios fixados na ou instalações nas unidades de conservação,
legislação tributária, conforme dispuser o regula- serão definidos em portaria do Ministro de
mento desta Lei. (Redação dada pelo(a) Lei Estado do Meio Ambiente, mediante proposta do
nº 10.165, de 2000) Presidente daquele Instituto. (Acrescentado(a)
pelo(a) Medida Provisória nº 2.015-1, de 1999)
Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas que exer-
çam as atividades mencionadas nos incisos I e II Art. 17-N. Os preços dos serviços técnicos do
do art. 17 e que não estiverem inscritas nos res- Laboratório de Produtos Florestais do IBAMA,
pectivos cadastros até o último dia útil do tercei- assim como os para venda de produtos da flora,
ro mês que se seguir ao da publicação desta lei serão, também, definidos em portaria do Ministro
incorrerão em infração punível com multa de: de Estado do Meio Ambiente, mediante proposta
(Redação dada pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000) do Presidente daquele Instituto. (Acrescentado(a)
pelo(a) Medida Provisória nº 2.015-1, de 1999)
I - R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa física;
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, de 2000) Art. 17-O. Os proprietários rurais que se benefi-
ciarem com redução do valor do Imposto sobre a
II - R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), se micro- Propriedade Territorial Rural ITR, com base em
empresa; (Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 10.165, Ato Declaratório Ambiental-ADA, deverão recolher
de 2000) ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri- V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um
buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, sistema permanente de acompanhamento dos
da Constituição, e tendo em vista o disposto na índices locais de qualidade ambiental;
Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e na Lei
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades
pelas leis nº 7.804, de 18 de julho de 1989, e do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a exis-
8.028, de 12 de abril de 1990, tência de áreas degradadas ou ameaçadas de
degradação, propondo medidas para sua recupe-
DECRETA:
ração; e
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“d”, “g”, “h”, “i” e “l” do caput do art. 5º, pode- VI - estabelecer normas, critérios e padrões rela-
rão ter as despesas de deslocamento e estada tivos ao controle e à manutenção da qualidade
pagas à conta de recursos orçamentários do do meio ambiente com vistas ao uso racional dos
Ministério do Meio Ambiente. recursos ambientais, principalmente os hídricos;
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XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, pro- Art. 9º Em caso de urgência, o presidente do
posições, recomendações e moções, visando o CONAMA poderá criar Câmaras Técnicas ad refe-
cumprimento dos objetivos da Política Nacional rendum do Plenário.
de Meio Ambiente; e SEÇÃO IV
XIX - elaborar o seu regimento interno. DO ÓRGÃO CENTRAL
§ 1º As normas e os critérios para o licenciamen- Art. 10. Caberá ao Ministério do Meio Ambiente,
to de atividades potencial ou efetivamente polui- por intermédio de sua Secretaria Executiva, pro-
doras deverão estabelecer os requisitos necessá- ver os serviços de apoio técnico e administrativo
rios à proteção ambiental. do CONAMA.
§ 2º As penalidades previstas no inciso IV deste Art. 11. Para atender ao suporte técnico e admi-
artigo somente serão aplicadas nos casos previa- nistrativo do CONAMA, a Secretaria Executiva do
mente definidos em ato específico do CONAMA, Ministério do Meio Ambiente deverá:
assegurando-se ao interessado a ampla defesa. I - solicitar colaboração, quando necessário, aos
§ 3º Na fixação de normas, critérios e padrões órgãos específicos singulares, ao Gabinete e às
relativos ao controle e à manutenção da qualida- entidades vinculadas ao Ministério do Meio
de do meio ambiente, o CONAMA levará em con- Ambiente;
sideração a capacidade de auto-regeneração dos II - coordenar, por meio do Sistema Nacional de
corpos receptores e a necessidade de estabelecer Informações sobre o Meio Ambiente-SINIMA, o
parâmetros genéricos mensuráveis. intercâmbio de informações entre os órgãos inte-
grantes do SISNAMA; e
§ 4º A Agenda Nacional de Meio Ambiente de
que trata o inciso XVII deste artigo constitui-se de III - promover a publicação e divulgação dos atos
documento a ser dirigido ao SISNAMA, recomen- do CONAMA.
dando os temas, programas e projetos considera- SEÇÃO V
dos prioritários para a melhoria da qualidade DA COORDENAÇÃO DOS ÓRGÃOS
ambiental e o desenvolvimento sustentável do SECCIONAIS FEDERAIS
País, indicando os objetivos a serem alcançados
num período de dois anos. Art. 12. Os Órgãos Seccionais, de que trata o art.
3º, inciso V, primeira parte, serão coordenados,
SEÇÃO III no que se referir à Política Nacional do Meio
DAS CÂMARAS TÉCNICAS Ambiente, pelo Secretário do Meio Ambiente.
Art. 8º O CONAMA poderá dividir-se em SEÇÃO VI
Câmaras Técnicas, para examinar e relatar ao
DOS ÓRGÃOS SECCIONAIS ESTADUAIS
Plenário assuntos de sua competência.
E DOS ÓRGÃOS LOCAIS
§ 1º A competência, a composição e o prazo de
Art. 13. A integração dos Órgãos Setoriais
funcionamento de cada uma das Câmaras
Estaduais (art. 30, inciso V, segunda parte) e dos
Técnicas constará do ato do CONAMA que a
Órgãos Locais ao SISNAMA, bem como a delega-
criar.
ção de funções do nível federal para o estadual
§ 2º Na composição das Câmaras Técnicas, inte- poderão ser objeto de convênios celebrados entre
gradas por até sete membros, deverão ser consi- cada Órgão Setorial Estadual e a SEMAM/PR,
deradas as diferentes categorias de interesse admitida a interveniência de Órgãos Setoriais
multi-setorial representadas no Plenário. Federais do SISNAMA.
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§ 4º Resguardado o sigilo industrial, os pedidos ciadoras dessas atividades, sem prejuízo da impo-
de licenciamento, em qualquer das suas modali- sição de penalidades, medidas administrativas de
dades, sua renovação e a respectiva concessão da interdição, judiciais, de embargo, e outras provi-
licença serão objeto de publicação resumida, paga dências cautelares.
pelo interessado, no jornal oficial do Estado e em
§ 4º O licenciamento dos estabelecimentos desti-
um periódico de grande circulação, regional ou
nados a produzir materiais nucleares ou a utilizar
local, conforme modelo aprovado pelo CONAMA.
a energia nuclear e suas aplicações, competirá à
Art. 18. O órgão estadual do meio ambiente e o Comissão Nacional de Energia Nuclear-CENEN,
IBAMA, este em caráter supletivo, sem prejuízo mediante parecer do IBAMA, ouvidos os órgãos
das penalidades pecuniárias cabíveis, determina- de controle ambiental estaduais ou municipais.
rão, sempre que necessário, a redução das ativi-
§ 5º Excluída a competência de que trata o pará-
dades geradoras de poluição, para manter as
grafo anterior, nos demais casos de competência
emissões gasosas ou efluentes líquidos e os resí-
federal o IBAMA expedirá as respectivas licenças,
duos sólidos nas condições e limites estipulados
após considerar o exame técnico procedido pelos
no licenciamento concedido.
órgãos estaduais e municipais de controle da
Art. 19. O Poder Público, no exercício de sua poluição.
competência de controle, expedirá as seguintes
licenças: Art. 20. Caberá recurso administrativo:
I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar do pla- I - para o Secretário de Assuntos Estratégicos, das
nejamento de atividade, contendo requisitos decisões da Comissão Nacional de Energia
básicos a serem atendidos nas fases de localiza- Nuclear-CNEN; e
ção, instalação e operação, observados os planos II - para o Secretário do Meio Ambiente, nos
municipais, estaduais ou federais de uso do solo; casos de licenciamento da competência privativa
II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início do IBAMA, inclusive nos de denegação de certifi-
da implantação, de acordo com as especificações cado homologatório.
constantes do Projeto Executivo aprovado; e Parágrafo único. No âmbito dos Estados, do
III - Licença de Operação (LO), autorizando, após Distrito Federal e dos Municípios, o recurso de
as verificações necessárias, o início da atividade que trata este artigo será interposto para a auto-
licenciada e o funcionamento de seus equipa- ridade prevista na respectiva legislação.
mentos de controle de poluição, de acordo com o Art. 21. Compete à SEMAM/PR propor ao
previsto nas Licenças Prévia e de Instalação. CONAMA a expedição de normas gerais para
§ 1º Os prazos para a concessão das licenças implantação e fiscalização do licenciamento pre-
serão fixados pelo CONAMA, observada a natu- visto neste decreto.
reza técnica da atividade. § 1º A fiscalização e o controle da aplicação de
§ 2º Nos casos previstos em resolução do CONA- critérios, normas e padrões de qualidade ambien-
MA, o licenciamento de que trata este artigo tal serão exercidos pelo IBAMA, em caráter suple-
dependerá de homologação do IBAMA. tivo à atuação dos Órgãos Seccionais Estaduais e
dos Órgãos Locais.
§ 3º Iniciadas as atividades de implantação e
operação, antes da expedição das respectivas § 2º Inclui-se na competência supletiva do
licenças, os dirigentes dos Órgãos Setoriais do IBAMA a análise prévia de projetos, de entidades
IBAMA deverão, sob pena de responsabilidade públicas ou privadas, que interessem à conserva-
funcional, comunicar o fato às entidades finan- ção ou à recuperação dos recursos ambientais.
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Art. 32. As instituições federais de crédito e espécies consideradas raras da biota regional;
financiamento darão prioridade aos pedidos
VIII - causar degradação ambiental mediante
encaminhados com apoio da SEMAM/PR, desti-
assoreamento de coleções d’água ou erosão ace-
nados à melhoria do uso racional do solo e das
lerada, nas Unidades de Conservação;
condições sanitárias e habitacionais das proprie-
dades situadas nas Áreas de Proteção Ambiental. IX - desrespeitar interdições de uso, de passagem
e outras estabelecidas administrativamente para
TÍTULO III a proteção contra a degradação ambiental;
DAS PENALIDADES X - impedir ou dificultar a atuação dos agentes
Art. 33. Constitui infração, para os efeitos deste credenciados pelo IBAMA, para inspecionar situa-
decreto, toda ação ou omissão que importe na ção de perigo potencial ou examinar a ocorrência
inobservância de preceitos nele estabelecidos ou de degradação ambiental;
na desobediência às determinações de caráter XI - causar danos ambientais, de qualquer natu-
normativo dos órgãos ou das autoridades admi- reza, que provoquem destruição ou outros efeitos
nistrativas competentes. desfavoráveis à biota nativa ou às plantas cultiva-
Art. 34. Serão impostas multas diárias de 61,70 das e criações de animais;
a 6.170 Bônus do Tesouro Nacional-BTN, propor- XII - descumprir resoluções do CONAMA.
cionalmente à degradação ambiental causada,
nas seguintes infrações: Art. 35. Serão impostas multas de 308,50 a
6.170 BTN, proporcionalmente à degradação
I - contribuir para que um corpo d’água fique em ambiental causada, nas seguintes infrações:
categoria de qualidade inferior à prevista na clas-
sificação oficial; I - realizar em Área de Proteção Ambiental, sem
licença do respectivo órgão de controle ambien-
II - contribuir para que a qualidade do ar ambien- tal, abertura de canais ou obras de terraplana-
tal seja inferior ao nível mínimo estabelecido em gem, com movimentação de areia, terra ou mate-
resolução; rial rochoso, em volume superior a 100m3, que
III - emitir ou despejar efluentes ou resíduos sóli- possam causar degradação ambiental;
dos, líquidos ou gasosos causadores de degrada- II - causar poluição de qualquer natureza que
ção ambiental, em desacordo com o estabelecido possa trazer danos à saúde ou ameaçar o bem-
em resolução ou licença especial; estar.
IV - exercer atividades potencialmente degrada- Art. 36. Serão impostas multas de 617 a 6.170
doras do meio ambiente, sem a licença ambiental BTN nas seguintes infrações:
legalmente exigível ou em desacordo com a
I - causar poluição atmosférica que provoque a
mesma;
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes
V - causar poluição hídrica que torne necessária de um quarteirão urbano ou localidade equiva-
a interrupção do abastecimento público de água lente;
de uma comunidade;
II - causar poluição do solo que torne uma área,
VI - causar poluição de qualquer natureza que urbana ou rural, imprópria para a ocupação
provoque destruição de plantas cultivadas ou sil- humana;
vestres;
III - causar poluição de qualquer natureza, que
VII - ferir, matar ou capturar, por quaisquer meios, provoque mortandade de mamíferos, aves, rép-
nas Unidades de Conservação, exemplares de teis, anfíbios ou peixes.
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Art. 37. O valor das multas será graduado de Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios,
acordo com as seguintes circunstâncias: excluirá a exigência de multas federais, na mesma
hipótese de incidência quando de valor igual ou
I - atenuantes:
superior.
a) menor grau de compreensão e escolaridade do
Art. 42. As multas poderão ter a sua exigibilida-
infrator;
de suspensa quando o infrator, por termo de
b) reparação espontânea do dano ou limitação da compromisso aprovado pela autoridade ambien-
degradação ambiental causada; tal que aplicou a penalidade, se obrigar à adoção
c) comunicação prévia do infrator às autoridades de medidas específicas para cessar e corrigir a
competentes, em relação a perigo iminente de degradação ambiental.
degradação ambiental; Parágrafo único. Cumpridas as obrigações assu-
d) colaboração com os agentes encarregados da midas pelo infrator, a multa será reduzida em até
fiscalização e do controle ambiental; noventa por cento.
II - agravantes: Art. 43. Os recursos administrativos interpostos
contra a imposição de multas, atendido o requisi-
a) reincidência específica;
to legal de garantia da instância, serão, no âmbi-
b) maior extensão da degradação ambiental; to federal, encaminhados à decisão do Secretário
do Meio Ambiente e, em última instância, ao
c) dolo, mesmo eventual;
CONAMA.
d) ocorrência de efeitos sobre a propriedade
alheia; Parágrafo único. Das decisões do Secretário do
Meio Ambiente, favoráveis ao recorrente, caberá
e) infração ocorrida em zona urbana; recurso ex officio para o CONAMA, quando se
f) danos permanentes à saúde humana; tratar de multas superiores a 3.085 BTN.
g) atingir área sob proteção legal; Art. 44. O IBAMA poderá celebrar convênios
com entidades oficiais dos Estados, delegando-
h) emprego de métodos cruéis na morte ou cap-
lhes, em casos determinados, o exercício das ati-
tura de animais.
vidades de fiscalização e controle.
Art. 38. No caso de infração continuada, carac-
terizada pela permanência da ação ou omissão TÍTULOS IV
inicialmente punida, será a respectiva penalidade DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
aplicada diariamente até cessar a ação degrada-
Art. 45. Este decreto entra em vigor na data de
dora.
sua publicação.
Art. 39. Quando a mesma infração for objeto de
punição em mais de um dispositivo deste decre- Art. 46. Revogam-se os decretos nºs 88.351, de
to, prevalecerá o enquadramento no item mais 1º de junho de 1983, 89.532, de 6 de abril de
específico em relação ao mais genérico. 1984, 91.305, de 3 de junho de 1985, 91.630,
de 28 de novembro de 1986, 94.085, de 10 de
Art. 40. Quando as infrações forem causadas por março de 1987 94.764 de 11 de agosto de 1987,
menores ou incapazes, responderá pela multa 94.998, de 5 de outubro de 1987 96.150 de 13
quem for juridicamente responsável pelos mesmos.
de junho de 1988, 97.558, de 7 de março de
Art. 41. A imposição de penalidades pecuniárias, 1989, 97.802, de 5 de junho de 1989, e 98.109,
por infrações à legislação ambiental, pelos de 31 de agosto de 1989.
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Art. 13. O diagnóstico a que se refere o inciso I flora e demais recursos naturais renováveis e
do art. 12 deverá conter, no mínimo: não-renováveis;
I - Unidades dos Sistemas Ambientais, definidas a III - definição de áreas para unidades de conser-
partir da integração entre os componentes da vação, de proteção integral e de uso sustentável;
natureza;
IV - critérios para orientar as atividades madeirei-
II - Potencialidade Natural, definida pelos serviços ra e não-madeireira, agrícola, pecuária, pesqueira
ambientais dos ecossistemas e pelos recursos e de piscicultura, de urbanização, de industrializa-
naturais disponíveis, incluindo, entre outros, a ção, de mineração e de outras opções de uso dos
aptidão agrícola, o potencial madeireiro e o recursos ambientais;
potencial de produtos florestais não-madeireiros,
V - medidas destinadas a promover, de forma
que inclui o potencial para a exploração de pro-
ordenada e integrada, o desenvolvimento ecoló-
dutos derivados da biodiversidade;
gico e economicamente sustentável do setor
III - Fragilidade Natural Potencial, definida por rural, com o objetivo de melhorar a convivência
indicadores de perda da biodiversidade, vulnera- entre a população e os recursos ambientais,
bilidade natural à perda de solo, quantidade e inclusive com a previsão de diretrizes para
qualidade dos recursos hídricos superficiais e implantação de infra-estrutura de fomento às ati-
subterrâneos; vidades econômicas;
IV - indicação de corredores ecológicos; VI - medidas de controle e de ajustamento de pla-
nos de zoneamento de atividades econômicas e
V - tendências de ocupação e articulação regio-
sociais resultantes da iniciativa dos municípios,
nal, definidas em função das tendências de uso
visando a compatibilizar, no interesse da proteção
da terra, dos fluxos econômicos e populacionais,
ambiental, usos conflitantes em espaços munici-
da localização das infra-estruturas e circulação da
pais contíguos e a integrar iniciativas regionais
informação;
amplas e não restritas às cidades; e
VI - condições de vida da população, definidas
VII - planos, programas e projetos dos governos
pelos indicadores de condições de vida, da situa-
federal, estadual e municipal, bem como suas res-
ção da saúde, educação, mercado de trabalho e
pectivas fontes de recursos com vistas a viabilizar
saneamento básico;
as atividades apontadas como adequadas a cada
VII - incompatibilidades legais, definidas pela zona.
situação das áreas legalmente protegidas e o tipo
CAPÍTULO IV
de ocupação que elas vêm sofrendo; e
DO USO, ARMAZENAMENTO,
VIII - áreas institucionais, definidas pelo mapea- CUSTÓDIA E PUBLICIDADE DOS
mento das terras indígenas, unidades de conser- DADOS E INFORMAÇÕES
vação e áreas de fronteira.
Art. 15. Os produtos resultantes do ZEE deverão
Art. 14. As Diretrizes Gerais e Específicas deve- ser armazenados em formato eletrônico, consti-
rão conter, no mínimo: tuindo banco de dados geográficos.
I - atividades adequadas a cada zona, de acordo Parágrafo único. A utilização dos produtos do ZEE
com sua fragilidade ecológica, capacidade de obedecerá aos critérios de uso da propriedade
suporte ambiental e potencialidades;
intelectual dos dados e das informações, devendo
II - necessidades de proteção ambiental e conser- ser disponibilizados para o público em geral, res-
vação das águas, do solo, do subsolo, da fauna e salvados os de interesse estratégico para o país e
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os indispensáveis à segurança e integridade do § 2º Para fins deste artigo, somente será conside-
território nacional. rado concluído o ZEE que dispuser de zonas devi-
damente definidas e caracterizadas e contiver
Art. 16. As instituições integrantes do Consórcio
Diretrizes Gerais e Específicas, aprovadas na
ZEE-Brasil, criado pelo Decreto de 28 de dezem-
forma do § 1º.
bro de 2001, constituirão rede integrada de
dados e informações, de forma a armazenar, § 3º A alteração do ZEE não poderá reduzir o per-
atualizar e garantir a utilização compartilhada centual da reserva legal definido em legislação
dos produtos gerados pelo ZEE nas diferentes ins- específica, nem as áreas protegidas, com unida-
tâncias governamentais. des de conservação ou não.
Art. 17. O Poder Público divulgará junto à socie- Art. 20. Para o planejamento e a implementação
dade, em linguagem e formato acessíveis, o con- de políticas públicas, bem como para o licencia-
teúdo do ZEE e de sua implementação, inclusive mento, a concessão de crédito oficial ou benefí-
na forma de ilustrações e textos explicativos, res- cios tributários, ou para a assistência técnica de
peitado o disposto no parágrafo único do art. 15, qualquer natureza, as instituições públicas ou pri-
in fine. vadas observarão os critérios, padrões e obriga-
ções estabelecidos no ZEE, quando existir, sem
CAPÍTULO V
prejuízo dos previstos na legislação ambiental.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 21. Os ZEE estaduais que cobrirem todo o
Art. 18. O ZEE, na forma do art. 6º, caput, deste território do Estado, concluídos anteriormente à
decreto, deverá ser analisado e aprovado pela vigência deste Decreto, serão adequados à legis-
Comissão Coordenadora do ZEE, em conformida- lação ambiental federal mediante instrumento
de com o Decreto de 28 de dezembro de 2001. próprio firmado entre a União e cada um dos
Parágrafo único. Após a análise dos documentos Estados interessados.
técnicos do ZEE, a Comissão Coordenadora do § 1º Será considerado concluído o ZEE elaborado
ZEE poderá solicitar informações complementa- antes da vigência deste decreto, na escala de
res, inclusive na forma de estudos, quando julgar 1:250.000, desde que disponha de mapa de ges-
imprescindíveis. tão e de diretrizes gerais dispostas no respectivo
Art. 19. A alteração dos produtos do ZEE, bem regulamento.
como mudanças nos limites das zonas e indica- § 2º Os ZEE em fase de elaboração serão subme-
ção de novas diretrizes gerais e específicas, pode- tidos à Comissão Coordenadora do ZEE para aná-
rão ser realizadas após decorridos prazo mínimo lise e, se for o caso, adequação às normas deste
de dez anos de conclusão do ZEE, ou de sua últi- decreto.
ma modificação, prazo este não exigível na hipó- Art. 22. Este decreto entra em vigor na data de
tese de ampliação do rigor da proteção ambien- sua publicação.
tal da zona a ser alterada, ou de atualizações
decorrentes de aprimoramento técnico-científico.
§ 1º Decorrido o prazo previsto no caput deste
artigo, as alterações somente poderão ocorrer
após consulta pública e aprovação pela comissão
estadual do ZEE e pela Comissão Coordenadora
do ZEE, mediante processo legislativo de iniciati-
va do Poder Executivo.
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IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, XVI - Qualquer atividade que utilizar carvão vege-
art. 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18 de novembro tal, derivados ou produtos similares, em quanti-
de 1966; dade superior a dez toneladas por dia.
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XVII - Projetos Agropecuários que contemplem Município, fixará as diretrizes adicionais que,
áreas acima de 1.000 ha ou menores, neste caso, pelas peculiaridades do projeto e características
quando se tratar de áreas significativas em ter- ambientais da área, forem julgadas necessárias,
mos percentuais ou de importância do ponto de inclusive os prazos para conclusão e análise dos
vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção estudos.
ambiental.
Art. 6º O estudo de impacto ambiental desenvol-
Art. 3º Dependerá de elaboração de estudo de verá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:
impacto ambiental e respectivo RIMA, a serem
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do
submetidos à aprovação do IBAMA, o licencia-
projeto completa descrição e análise dos recursos
mento de atividades que, por lei, seja de compe-
ambientais e suas interações, tal como existem,
tência federal.
de modo a caracterizar a situação ambiental da
Art. 4º Os órgãos ambientais competentes e os área, antes da implantação do projeto, conside-
órgãos setoriais do SISNAMA deverão compatibi- rando:
lizar os processos de licenciamento com as eta- a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o
pas de planejamento e implantação das ativida- clima, destacando os recursos minerais, a topo-
des modificadoras do meio ambiente, respeitados grafia, os tipos e aptidões do solo, os corpos
os critérios e diretrizes estabelecidos por esta d’água, o regime hidrológico, as correntes mari-
resolução e tendo por base a natureza, o porte e nhas, as correntes atmosféricas;
as peculiaridades de cada atividade.
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a
Art. 5º O estudo de impacto ambiental, além de fauna e a flora, destacando as espécies indicado-
atender à legislação, em especial os princípios e ras da qualidade ambiental, de valor científico e
objetivos expressos na Lei de Política Nacional do econômico, raras e ameaçadas de extinção e as
Meio Ambiente, obedecerá às seguintes diretrizes áreas de preservação permanente;
gerais:
c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do
I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas solo, os usos da água e a socioeconomia, desta-
e de localização de projeto, confrontando-as com cando os sítios e monumentos arqueológicos, his-
a hipótese de não execução do projeto; tóricos e culturais da comunidade, as relações de
II - Identificar e avaliar sistematicamente os dependência entre a sociedade local, os recursos
impactos ambientais gerados nas fases de ambientais e a potencial utilização futura desses
implantação e operação da atividade; recursos.
III - Definir os limites da área geográfica a ser II - Análise dos impactos ambientais do projeto e
direta ou indiretamente afetada pelos impactos, de suas alternativas, através de identificação, pre-
denominada área de influência do projeto, consi- visão da magnitude e interpretação da importân-
derando, em todos os casos, a bacia hidrográfica cia dos prováveis impactos relevantes, discrimi-
na qual se localiza; nando: os impactos positivos e negativos (benéfi-
cos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a
IV - Considerar os planos e programas governa- médio e longo prazos, temporários e permanen-
mentais, propostos e em implantação na área de tes; seu grau de reversibilidade; suas proprieda-
influência do projeto, e sua compatibilidade. des cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos
Parágrafo único. Ao determinar a execução do ônus e benefícios sociais.
estudo de impacto ambiental o órgão estadual III - Definição das medidas mitigadoras dos
competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o impactos negativos, entre elas os equipamentos
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rão à disposição dos interessados, nos centros de couber o Município, determinará o prazo para
documentação ou bibliotecas da SEMA e do esta- recebimento dos comentários a serem feitos
dual de controle ambiental correspondente, inclu- pelos órgãos públicos e demais interessados e,
sive o período de análise técnica, sempre que julgar necessário, promoverá a reali-
zação de audiência pública para informação
§ 1º Os órgãos públicos que manifestarem inte-
sobre o projeto e seus impactos ambientais e dis-
resse, ou tiverem relação direta com o projeto,
cussão do RIMA.
receberão cópia do RIMA, para conhecimento e
manifestação. Art. 12. Esta resolução entra em vigor na data
de sua publicação.
§ 2º Ao determinar a execução do estudo de
impacto ambiental e apresentação do RIMA, o
estadual competente ou o IBAMA ou, quando
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46 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
sem prejuízo de outras licenças legalmente exigí- III - cujos impactos ambientais diretos ultrapas-
veis. sem os limites territoriais do país ou de um ou
mais Estados;
§ 1º Estão sujeitos ao licenciamento ambiental
os empreendimentos e as atividades relacionadas IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, bene-
no Anexo 1, parte integrante desta resolução. ficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem
§ 2º Caberá ao órgão ambiental competente
energia nuclear em qualquer de suas formas e
definir os critérios de exigibilidade, o detalhamen-
aplicações, mediante parecer da Comissão
to e a complementação do Anexo 1, levando em Nacional de Energia Nuclear-CNEN;
consideração as especificidades, os riscos
ambientais, o porte e outras características do V- bases ou empreendimentos militares, quando
empreendimento ou atividade. couber, observada a legislação específica.
Art. 3º A licença ambiental para empreendimen- § 1º O IBAMA fará o licenciamento de que trata
tos e atividades consideradas efetiva ou poten- este artigo após considerar o exame técnico pro-
cialmente causadoras de significativa degradação cedido pelos órgãos ambientais dos Estados e
do meio dependerá de prévio estudo de impacto Municípios em que se localizar a atividade ou
ambiental e respectivo relatório de impacto sobre empreendimento, bem como, quando couber, o
o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual se dará parecer dos demais órgãos competentes da
publicidade, garantida a realização de audiências União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
públicas, quando couber, de acordo com a regu- Municípios, envolvidos no procedimento de licen-
ciamento.
lamentação.
§ 2º O IBAMA, ressalvada sua competência
Parágrafo único. O órgão ambiental competente,
supletiva, poderá delegar aos Estados o licencia-
verificando que a atividade ou empreendimento
mento de atividade com significativo impacto
não é potencialmente causador de significativa
ambiental de âmbito regional, uniformizando,
degradação do meio ambiente, definirá os estu-
quando possível, as exigências.
dos ambientais pertinentes ao respectivo proces-
so de licenciamento. Art. 5º Compete ao órgão ambiental estadual ou
do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos
Art. 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio empreendimentos e atividades:
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-
IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licencia- I - localizados ou desenvolvidos em mais de um
mento ambiental, a que se refere o artigo 10 Município ou em unidades de conservação de
da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de domínio estadual ou do Distrito Federal;
empreendimentos e atividades com significativo II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e
impacto ambiental de âmbito nacional ou regio- demais formas de vegetação natural de preserva-
nal, a saber: ção permanente relacionadas no art. 2º da Lei
I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em
no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na todas as que assim forem consideradas por nor-
plataforma continental; na zona econômica mas federais, estaduais ou municipais;
exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de III - cujos impactos ambientais diretos ultrapas-
conservação do domínio da União. sem os limites territoriais de um ou mais
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Municípios;
Estados; IV - delegados pela União aos Estados ou ao
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Distrito Federal, por instrumento legal ou convê- Parágrafo único - As licenças ambientais poderão
nio. ser expedidas isolada ou sucessivamente, de
acordo com a natureza, características e fase do
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou
empreendimento ou atividade.
do Distrito Federal fará o licenciamento de que
trata este artigo após considerar o exame técnico Art. 9º O CONAMA definirá, quando necessário,
procedido pelos órgãos ambientais dos licenças ambientais específicas, observadas a
Municípios em que se localizar a atividade ou natureza, características e peculiaridades da ativi-
empreendimento, bem como, quando couber, o dade ou empreendimento e, ainda, a compatibili-
parecer dos demais órgãos competentes da zação do processo de licenciamento com as eta-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos pas de planejamento, implantação e operação.
Municípios, envolvidos no procedimento de licen-
ciamento. Art. 10. O procedimento de licenciamento
ambiental obedecerá às seguintes etapas:
Art. 6º Compete ao órgão ambiental municipal,
ouvidos os órgãos competentes da União, dos I - Definição pelo órgão ambiental competente,
Estados e do Distrito Federal, quando couber, o com a participação do empreendedor, dos docu-
licenciamento ambiental de empreendimentos e mentos, projetos e estudos ambientais, necessá-
atividades de impacto ambiental local e daquelas rios ao início do processo de licenciamento cor-
que lhe forem delegadas pelo Estado por instru- respondente à licença a ser requerida;
mento legal ou convênio. II - Requerimento da licença ambiental pelo
Art. 7º Os empreendimentos e atividades serão empreendedor, acompanhado dos documentos,
licenciados em um único nível de competência, projetos e estudos ambientais pertinentes,
conforme estabelecido nos artigos anteriores. dando-se a devida publicidade;
Art. 8º O Poder Público, no exercício de sua compe- III - Análise pelo órgão ambiental competente,
tência de controle, expedirá as seguintes licenças: integrante do SISNAMA, dos documentos, proje-
tos e estudos ambientais apresentados e a reali-
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase prelimi- zação de vistorias técnicas, quando necessárias;
nar do planejamento do empreendimento ou ativi-
dade aprovando sua localização e concepção, ates- IV - Solicitação de esclarecimentos e complemen-
tando a viabilidade ambiental e estabelecendo os tações pelo órgão ambiental competente, inte-
requisitos básicos e condicionantes a serem atendi- grante do SISNAMA, uma única vez, em decor-
dos nas próximas fases de sua implementação; rência da análise dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados, quando cou-
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instala- ber, podendo haver a reiteração da mesma solici-
ção do empreendimento ou atividade de acordo tação caso os esclarecimentos e complementa-
com as especificações constantes dos planos, pro- ções não tenham sido satisfatórios;
gramas e projetos aprovados, incluindo as medi-
das de controle ambiental e demais condicionan- V - Audiência pública, quando couber, de acordo
tes, da qual constituem motivo determinante; com a regulamentação pertinente;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a opera- VI - Solicitação de esclarecimentos e complemen-
ção da atividade ou empreendimento, após a tações pelo órgão ambiental competente, decor-
verificação do efetivo cumprimento do que cons- rentes de audiências públicas, quando couber,
ta das licenças anteriores, com as medidas de podendo haver reiteração da solicitação quando
controle ambiental e condicionantes determina- os esclarecimentos e complementações não
dos para a operação. tenham sido satisfatórios;
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VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, § 2º Poderá ser admitido um único processo
quando couber, parecer jurídico; de licenciamento ambiental para pequenos
empreendimentos e atividades similares e vizi-
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de
nhos ou para aqueles integrantes de planos de
licença, dando-se a devida publicidade.
desenvolvimento aprovados, previamente, pelo
§ 1º No procedimento de licenciamento ambien- órgão governamental competente, desde que
tal deverá constar, obrigatoriamente, a certidão definida a responsabilidade legal pelo conjunto
da Prefeitura Municipal, declarando que o local e de empreendimentos ou atividades.
o tipo de empreendimento ou atividade estão em
§ 3º Deverão ser estabelecidos critérios para agi-
conformidade com a legislação aplicável ao uso e
lizar e simplificar os procedimentos de licencia-
ocupação do solo e, quando for o caso, a autori-
mento ambiental das atividades e empreendi-
zação para supressão de vegetação e a outorga
para o uso da água, emitidas pelos órgãos com- mentos que implementem planos e programas
petentes. voluntários de gestão ambiental, visando a
melhoria contínua e o aprimoramento do desem-
§ 2º No caso de empreendimentos e atividades penho ambiental.
sujeitos ao estudo de impacto ambiental - EIA, se
verificada a necessidade de nova complementa- Art. 13. O custo de análise para a obtenção da
ção em decorrência de esclarecimentos já presta- licença ambiental deverá ser estabelecido por dis-
dos, conforme incisos IV e VI, o órgão ambiental positivo legal, visando o ressarcimento, pelo
competente, mediante decisão motivada e com a empreendedor, das despesas realizadas pelo
participação do empreendedor, poderá formular órgão ambiental competente.
novo pedido de complementação. Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor
Art. 11. Os estudos necessários ao processo de acesso à planilha de custos realizados pelo órgão
licenciamento deverão ser realizados por profis- ambiental para a análise da licença.
sionais legalmente habilitados, às expensas do Art. 14. O órgão ambiental competente poderá
empreendedor. estabelecer prazos de análise diferenciados para
Parágrafo único. O empreendedor e os profissio- cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em fun-
nais que subscrevem os estudos previstos no ção das peculiaridades da atividade ou empreen-
caput deste artigo serão responsáveis pelas infor- dimento, bem como para a formulação de exigên-
mações apresentadas, sujeitando-se às sanções cias complementares, desde que observado o
administrativas, civis e penais. prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato
de protocolar o requerimento até seu deferimen-
Art. 12. O órgão ambiental competente definirá, to ou indeferimento, ressalvados os casos em que
se necessário, procedimentos específicos para as houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando
licenças ambientais, observadas a natureza, o prazo será de até 12 (doze) meses.
características e peculiaridades da atividade ou
empreendimento e, ainda, a compatibilização do § 1º A contagem do prazo previsto no caput
processo de licenciamento com as etapas de pla- deste artigo será suspensa durante a elaboração
nejamento, implantação e operação. dos estudos ambientais complementares ou pre-
paração de esclarecimentos pelo empreendedor.
§ 1º Poderão ser estabelecidos procedimentos
simplificados para as atividades e empreendi- § 2º Os prazos estipulados no caput poderão ser
mentos de pequeno potencial de impacto alterados, desde que justificados e com a concor-
ambiental, que deverão ser aprovados pelos res- dância do empreendedor e do órgão ambiental
pectivos Conselhos de Meio Ambiente. competente.
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Art. 15. O empreendedor deverá atender à soli- prorrogados, desde que não ultrapassem os pra-
citação de esclarecimentos e complementações, zos máximos estabelecidos nos incisos I e II.
formuladas pelo órgão ambiental competente,
§ 2º O órgão ambiental competente poderá esta-
dentro do prazo máximo de 4 (quatro) meses, a
belecer prazos de validade específicos para a
contar do recebimento da respectiva notificação.
Licença de Operação (LO) de empreendimentos
Parágrafo único. O prazo estipulado no caput ou atividades que, por sua natureza e peculiarida-
poderá ser prorrogado, desde que justificado e des, estejam sujeitos a encerramento ou modifi-
com a concordância do empreendedor e do órgão cação em prazos inferiores.
ambiental competente.
§ 3º Na renovação da Licença de Operação (LO)
Art. 16. O não-cumprimento dos prazos estipu- de uma atividade ou empreendimento, o órgão
lados nos artigos 14 e 15, respectivamente, sujei- ambiental competente poderá, mediante decisão
tará o licenciamento à ação do órgão que dete- motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de
nha competência para atuar supletivamente e o validade, após avaliação do desempenho ambien-
empreendedor ao arquivamento de seu pedido tal da atividade ou empreendimento no período
de licença. de vigência anterior, respeitados os limites esta-
belecidos no inciso III.
Art. 17. O arquivamento do processo de licencia-
mento não impedirá a apresentação de novo § 4º A renovação da Licença de Operação (LO) de
requerimento de licença, que deverá obedecer uma atividade ou empreendimento deverá ser
aos procedimentos estabelecidos no artigo 10, requerida com antecedência mínima de 120
mediante novo pagamento de custo de análise. (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de
validade, fixado na respectiva licença, ficando
Art. 18. O órgão ambiental competente estabe-
este automaticamente prorrogado até a manifes-
lecerá os prazos de validade de cada tipo de
tação definitiva do órgão ambiental competente.
licença, especificando-os no respectivo documen-
to, levando em consideração os seguintes aspec- Art. 19. O órgão ambiental competente, median-
tos: te decisão motivada, poderá modificar os condi-
cionantes e as medidas de controle e adequação,
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP)
suspender ou cancelar uma licença expedida,
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo crono-
quando ocorrer:
grama de elaboração dos planos, programas e
projetos relativos ao empreendimento ou ativida- I - violação ou inadequação de quaisquer condi-
de, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos. cionantes ou normas legais.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação II - omissão ou falsa descrição de informações
(LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo relevantes que subsidiaram a expedição da licen-
cronograma de instalação do empreendimento ça.
ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis)
III - superveniência de graves riscos ambientais e
anos.
de saúde.
III - O prazo de validade da Licença de Operação
Art. 20. Os entes federados, para exercerem suas
(LO) deverá considerar os planos de controle
competências licenciatórias, deverão ter imple-
ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos
mentado os Conselhos de Meio Ambiente, com
e, no máximo, 10 (dez) anos.
caráter deliberativo e participação social e, ainda,
§ 1º A Licença Prévia (LP) e a Licença de possuir em seus quadros ou a sua disposição pro-
Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade fissionais legalmente habilitados.
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50 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Art. 21. Esta resolução entra em vigor na data - metalurgia de metais preciosos
de sua publicação, aplicando seus efeitos aos
- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas
processos de licenciamento em tramitação nos
órgãos ambientais competentes, revogadas as - fabricação de estruturas metálicas com ou sem
disposições em contrário, em especial os arts. 3º tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia
e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de - fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais
janeiro de 1986. não-ferrosos com ou sem tratamento de superfí-
ANEXO I cie, inclusive galvanoplastia
- pesquisa mineral com guia de utilização - fabricação de máquinas, aparelhos, peças, uten-
sílios e acessórios com e sem tratamento térmico
- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou e/ou de superfície
sem beneficiamento
Indústria de material elétrico, eletrônico e comu-
- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento nicações
- lavra garimpeira - fabricação de pilhas, baterias e outros acumula-
- perfuração de poços e produção de petróleo e dores
gás natural - fabricação de material elétrico, eletrônico e
equipamentos para telecomunicação e informática
Indústria de produtos minerais não-metálicos
- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodo-
- beneficiamento de minerais não-metálicos, não
mésticos
associados à extração
Indústria de material de transporte
- fabricação e elaboração de produtos minerais
não-metálicos tais como: produção de material - fabricação e montagem de veículos rodoviários
cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre e ferroviários, peças e acessórios
outros. - fabricação e montagem de aeronaves
Indústria metalúrgica - fabricação e reparo de embarcações e estrutu-
- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos ras flutuantes
2 . P O L Í T I C A N A C I O N A L D O M E I O A M B I E N T E 51
- fabricação de artefatos de papel, papelão, car- - fabricação de preparados para limpeza e poli-
tolina, cartão e fibra prensada mento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e
fungicidas
Indústria de borracha
- fabricação de tintas, esmaltes, lacas , vernizes,
- beneficiamento de borracha natural impermeabilizantes, solventes e secantes
- fabricação de câmara de ar e fabricação e - fabricação de fertilizantes e agroquímicos
recondicionamento de pneumáticos - fabricação de produtos farmacêuticos e veteri-
- fabricação de laminados e fios de borracha nários
- fabricação de sabões, detergentes e velas
- fabricação de espuma de borracha e de artefa-
tos de espuma de borracha , inclusive látex - fabricação de perfumarias e cosméticos
Indústria de couros e peles - produção de álcool etílico, metanol e similares
52 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
3. A FLORA
L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
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3 . A F L O R A 57
58 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
quando inexistir alternativa técnica e locacional zada em caso de utilidade pública. (Redação
ao empreendimento proposto. (Redação dada dada pelo(a) Medida Provisória nº 1.950-52, de
pelo(a) Medida Provisória nº 1.950- 52, de 2000 2000 e convalidada pela Medida Provisória
e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166- nº 2.166-67, de 2001)
67, de 2001) § 6º Na implantação de reservatório artificial é
§ 1º A supressão de que trata o caput deste arti- obrigatória a desapropriação ou aquisição, pelo
go dependerá de autorização do órgão ambiental empreendedor, das áreas de preservação perma-
estadual competente, com anuência prévia, nente criadas no seu entorno, cujos parâmetros e
quando couber, do órgão federal ou municipal de regime de uso serão definidos por resolução do
meio ambiente, ressalvado o disposto no § 2º CONAMA. (Redação dada pelo(a) Medida
deste artigo. (Redação dada pelo(a) Medida Provisória nº 1.950-52, de 2000 e convalidada
Provisória nº 1.950-52, de 2000 e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 7º É permitido o acesso de pessoas e animais
§ 2º A supressão de vegetação em área de pre- às áreas de preservação permanente, para obten-
servação permanente situada em área urbana, ção de água, desde que não exija a supressão e
dependerá de autorização do órgão ambiental não comprometa a regeneração e a manutenção
competente, desde que o município possua con- a longo prazo da vegetação nativa. (Redação
selho de meio ambiente com caráter deliberativo dada pelo(a) Medida Provisória nº 1.950-52, de
e plano diretor, mediante anuência prévia do 2000 e convalidada pela Medida Provisória
nº 2.166-67, de 2001)
órgão ambiental estadual competente fundamen-
tada em parecer técnico. (Redação dada pelo(a) Art. 5º (Revogado(a) pelo(a) Lei nº 9.985, de 2000)
Medida Provisória nº 1.950-52, de 2000 e conva- Art. 6º (Revogado(a) pelo(a) Lei nº 9.985, de 2000)
lidada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de
2001) Art. 7º Qualquer árvore poderá ser declarada
imune de corte, mediante ato do Poder Público,
§ 3º O órgão ambiental competente poderá auto-
por motivo de sua localização, raridade, beleza ou
rizar a supressão eventual e de baixo impacto
condição de porta-sementes.
ambiental, assim definido em regulamento, da
vegetação em área de preservação permanente. Art. 8º Na distribuição de lotes destinados à
(Redação dada pelo(a) Medida Provisória agricultura, em planos de colonização e de reforma
nº 1.950-52, de 2000 e convalidada pela Medida agrária, não devem ser incluídas as áreas flores-
Provisória nº 2.166-67, de 2001) tadas de preservação permanente de que trata
esta lei, nem as florestas necessárias ao abaste-
§ 4º O órgão ambiental competente indicará, cimento local ou nacional de madeiras e outros
previamente à emissão da autorização para a
produtos florestais.
supressão de vegetação em área de preservação
permanente, as medidas mitigadoras e compen- Art. 9º As florestas de propriedade particular,
satórias que deverão ser adotadas pelo empreen- enquanto indivisas com outras, sujeitas a regime
dedor. (Redação dada pelo(a) Medida Provisória especial, ficam subordinadas às disposições que
nº 1.950-52, de 2000 e convalidada pela Medida vigorarem para estas.
Provisória nº 2.166-67, de 2001) Art. 10. Não é permitida a derrubada de florestas,
§ 5º A supressão de vegetação nativa protetora situadas em áreas de inclinação entre 25 a 45
de nascentes, ou de dunas e mangues, de que graus, só sendo nelas tolerada a extração de
tratam, respectivamente, as alíneas “c” e “f” do toros, quando em regime de utilização racional,
art. 2º deste Código, somente poderá ser autori- que vise a rendimentos permanentes.
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3 . A F L O R A 59
60 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
de manejo florestal sustentável, de acordo com nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida
princípios e critérios técnicos e científicos estabe- Provisória nº 2.166-67, de 2001)
lecidos no regulamento, ressalvadas as hipóteses
V - a proximidade com outra Reserva Legal, Área
previstas no § 3º deste artigo, sem prejuízo das de Preservação Permanente, unidade de conser-
demais legislações específicas. (Redação dada vação ou outra área legalmente protegida.
pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de 2001 (Redação dada pelo(a) Medida Provisória
e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166- nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida
67, de 2001) Provisória nº 2.166-67, de 2001)
§ 3º Para cumprimento da manutenção ou com- § 5º O Poder Executivo, se for indicado pelo
pensação da área de reserva legal em pequena Zoneamento Ecológico Econômico-ZEE e pelo
propriedade ou posse rural familiar, podem ser Zoneamento Agrícola, ouvidos o CONAMA, o
computados os plantios de árvores frutíferas Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da
ornamentais ou industriais, compostos por espé- Agricultura e do Abastecimento, poderá:
cies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou (Redação dada pelo(a) Medida Provisória
em consórcio com espécies nativas. (Redação nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida
dada pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de Provisória nº 2.166-67, de 2001)
2001 e convalidada pela Medida Provisória
nº 2.166-67, de 2001) I - reduzir, para fins de recomposição, a reserva
legal, na Amazônia Legal, para até cinqüenta por
§ 4º A localização da reserva legal deve ser apro- cento da propriedade, excluídas, em qualquer
vada pelo órgão ambiental estadual competente caso, as Áreas de Preservação Permanente, os
ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental ecótonos, os sítios e ecossistemas especialmente
municipal ou outra instituição devidamente habi- protegidos, os locais de expressiva biodiversidade
litada, devendo ser considerados, no processo de e os corredores ecológicos; e (Redação dada
aprovação, a função social da propriedade, e os pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de 2001
seguintes critérios e instrumentos, quando hou- e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166-
ver: (Redação dada pelo(a) Medida Provisória 67, de 2001)
nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida II - ampliar as áreas de reserva legal, em até
Provisória nº 2.166-67, de 2001) cinqüenta por cento dos índices previstos neste
I - o plano de bacia hidrográfica; (Redação dada Código, em todo o território nacional. (Redação
pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de 2001 dada pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de
e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166- 2001 e convalidada pela Medida Provisória
67, de 2001) nº 2.166-67, de 2001)
II - o plano diretor municipal; (Redação dada § 6º Será admitido, pelo órgão ambiental compe-
pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de 2001 tente, o cômputo das áreas relativas à vegetação
e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166- nativa existente em área de preservação perma-
67, de 2001) nente no cálculo do percentual de reserva legal,
desde que não implique em conversão de novas
III - o zoneamento ecológico-econômico; (Redação áreas para o uso alternativo do solo, e quando a
dada pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, soma da vegetação nativa em área de preserva-
de 2001 e convalidada pela Medida Provisória ção permanente e reserva legal exceder a:
nº 2.166-67, de 2001) (Redação dada pelo(a) Medida Provisória
IV - outras categorias de zoneamento ambiental; nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida
e (Redação dada pelo(a) Medida Provisória Provisória nº 2.166-67, de 2001)
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3 . A F L O R A 61
I - oitenta por cento da propriedade rural locali- que couber, as mesmas disposições previstas
zada na Amazônia Legal; (Redação dada pelo(a) neste Código para a propriedade rural. (Redação
Medida Provisória nº 2.166-65, de 2001 e conva- dada pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65,
lidada pela Medida Provisória nº 2.166-67, de de 2001 e convalidada pela Medida Provisória
2001) nº 2.166-67, de 2001)
II - cinqüenta por cento da propriedade rural loca- § 11. Poderá ser instituída reserva legal em regi-
lizada nas demais regiões do País; e (Redação me de condomínio entre mais de uma proprieda-
dada pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de de, respeitado o percentual legal em relação a
2001 e convalidada pela Medida Provisória cada imóvel, mediante a aprovação do órgão
nº 2.166-67, de 2001) ambiental estadual competente e as devidas
III - vinte e cinco por cento da pequena proprie- averbações referentes a todos os imóveis envolvi-
dade definida pelas alíneas “b” e “c” do inciso I dos. (Redação dada pelo(a) Medida Provisória
do § 2º do art. 1º (Redação dada pelo(a) Medida nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida
Provisória nº 2.166-65, de 2001 e convalidada Provisória nº 2.166-67, de 2001)
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) Art. 17. Nos loteamentos de propriedades rurais,
§ 7º O regime de uso da área de preservação per- a área destinada a completar o limite percentual
manente não se altera na hipótese prevista no fixado na letra “a” do artigo antecedente, pode-
§ 6º (Redação dada pelo(a) Medida Provisória rá ser agrupada numa só porção em condomínio
nº 2.166-65, de 2001 e convalidada pela Medida entre os adquirentes.
Provisória nº 2.166-67, de 2001)
Art. 18. Nas terras de propriedade privada, onde
§ 8º A área de reserva legal deve ser averbada à seja necessário o florestamento ou o refloresta-
margem da inscrição de matrícula do imóvel, no mento de preservação permanente, o Poder
registro de imóveis competente, sendo vedada a Público Federal poderá fazê-lo sem desapropriá-
alteração de sua destinação, nos casos de trans- las, se não o fizer o proprietário.
missão, a qualquer título, de desmembramento
ou de retificação da área, com as exceções previs- § 1º Se tais áreas estiverem sendo utilizadas com
tas neste Código. (Redação dada pelo(a) Medida culturas, de seu valor deverá ser indenizado o
Provisória nº 2.166-65, de 2001 e convalidada proprietário.
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) § 2º As áreas assim utilizadas pelo Poder Público
§ 9º A averbação da reserva legal da pequena Federal ficam isentas de tributação.
propriedade ou posse rural familiar é gratuita, Art. 19. A exploração de florestas e formações
devendo o Poder Público prestar apoio técnico e sucessoras, tanto de domínio público como de
jurídico, quando necessário. (Redação dada domínio privado, dependerá de prévia aprovação
pelo(a) Medida Provisória nº 2.166-65, de 2001 pelo órgão estadual competente do Sistema
e convalidada pela Medida Provisória nº 2.166- Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, bem
67, de 2001) como da adoção de técnicas de condução, explo-
§ 10. Na posse, a reserva legal é assegurada por ração, reposição florestal e manejo compatíveis
Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo com os variados ecossistemas que a cobertura
possuidor com o órgão ambiental estadual ou fede- arbórea forme. (Redação dada pelo(a) Lei nº
ral competente, com força de título executivo e con- 11.284, de 2006)
tendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as § 1º Compete ao IBAMA a aprovação de que
suas características ecológicas básicas e a proibição trata o caput deste artigo: (Redação dada pelo(a)
de supressão de sua vegetação, aplicando-se, no Lei nº 11.284, de 2006)
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62 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
I - nas florestas públicas de domínio da União; Art. 21. As empresas siderúrgicas, de transporte
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) e outras, à base de carvão vegetal, lenha ou outra
II - nas unidades de conservação criadas pela União; matéria-prima florestal, são obrigadas a manter
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) florestas próprias para exploração racional ou a
formar, diretamente ou por intermédio de
III - nos empreendimentos potencialmente causa- empreendimentos dos quais participem, florestas
dores de impacto ambiental nacional ou regional, destinadas ao seu suprimento.
definidos em resolução do Conselho Nacional do
Meio Ambiente-CONAMA. (Acrescentado(a) Parágrafo único. A autoridade competente fixará
pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) para cada empresa o prazo que lhe é facultado
para atender ao disposto neste artigo, dentro dos
§ 2º Compete ao órgão ambiental municipal a
limites de 5 a 10 anos.
aprovação de que trata o caput deste artigo:
(Redação dada pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) Art. 22. A União, diretamente, através do órgão
I - nas florestas públicas de domínio do Município; executivo específico, ou em convênio com os
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) estados e municípios, fiscalizará a aplicação das
normas deste Código, podendo, para tanto, criar
II - nas unidades de conservação criadas pelo os serviços indispensáveis. (Redação dada pelo(a)
Município; (Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 11.284,
Lei nº 7.803, de 1989)
de 2006)
Parágrafo único. Nas áreas urbanas, a que se
III - nos casos que lhe forem delegados por con-
refere o parágrafo único, do art. 2º, desta lei, a
vênio ou outro instrumento admissível, ouvidos,
fiscalização é da competência dos municípios,
quando couber, os órgãos competentes da União,
dos Estados e do Distrito Federal. (Acrescen- atuando a União supletivamente. (Acrescentado
tado(a) pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) pela Lei nº 7.803, de 1989)
§ 3º No caso de reposição florestal, deverão ser Art. 23. A fiscalização e a guarda das florestas
priorizados projetos que contemplem a utilização pelos serviços especializados não excluem a ação
de espécies nativas. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei da autoridade policial por iniciativa própria.
nº 11.284, de 2006) Art. 24. Os funcionários florestais, no exercício
Art. 20. As empresas industriais que, por sua de suas funções, são equiparados aos agentes de
natureza, consumirem grandes quantidades de segurança pública, sendo-lhes assegurado o
matéria-prima florestal serão obrigadas a manter, porte de armas.
dentro de um raio em que a exploração e o trans-
Art. 25. Em caso de incêndio rural, que não se
porte sejam julgados econômicos, um serviço
organizado, que assegure o plantio de novas possa extinguir com os recursos ordinários, com-
áreas, em terras próprias ou pertencentes a ter- pete não só ao funcionário florestal, como a qual-
ceiros, cuja produção sob exploração racional, quer outra autoridade pública, requisitar os meios
seja equivalente ao consumido para o seu abas- materiais e convocar os homens em condições de
tecimento. prestar auxílio.
Parágrafo único. O não cumprimento do disposto Art. 26. Constituem contravenções penais, puní-
neste artigo, além das penalidades previstas veis com três meses a um ano de prisão simples
neste Código, obriga os infratores ao pagamento ou multa de uma a cem vezes o salário-mínimo
de uma multa equivalente a 10% (dez por cento) do mensal, do lugar e da data da infração ou ambas
valor comercial da matéria-prima florestal nativa as penas cumulativamente:
consumida além da produção da qual participe.
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3 . A F L O R A 63
d) causar danos aos Parques Nacionais, Estaduais q) transformar madeiras de lei em carvão, inclusive
ou Municipais, bem como às Reservas Biológicas; para qualquer efeito industrial, sem licença da
autoridade competente. (Acrescentado(a) pelo(a)
e) fazer fogo, por qualquer modo, em floresta e Lei nº 5.870, de 1973)
demais formas de vegetação, sem tomar as pre-
cauções adequadas; Art. 27. É proibido o uso de fogo nas florestas e
demais formas de vegetação.
f) fabricar, vender, transportar ou soltar balões
que possam provocar incêndios nas florestas e Parágrafo único. Se peculiaridades locais ou
demais formas de vegetação; regionais justificarem o emprego do fogo em prá-
g) impedir ou dificultar a regeneração natural de ticas agropastoris ou florestais, a permissão será
florestas e demais formas de vegetação; estabelecida em ato do Poder Público, circunscre-
vendo as áreas e estabelecendo normas de pre-
h) receber madeira, lenha, carvão e outros produtos
procedentes de florestas, sem exigir a exibição de caução.
licença do vendedor, outorgada pela autoridade Art. 28. Além das contravenções estabelecidas
competente, e sem munir-se da via que deverá no artigo precedente, subsistem os dispositivos
acompanhar o produto, até final beneficiamento;
sobre contravenções e crimes previstos no Código
i) transportar ou guardar madeiras, lenha, carvão Penal e nas demais leis, com as penalidades neles
e outros produtos procedentes de florestas, sem cominadas.
licença válida para todo o tempo da viagem ou
do armazenamento, outorgada pela autoridade Art. 29. As penalidades incidirão sobre os auto-
competente; res, sejam eles:
j) deixar de restituir à autoridade licenças extintas a) diretos;
pelo decurso do prazo ou pela entrega ao consu- b) arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes,
midor dos produtos procedentes de florestas; administradores, diretores, promitentes compra-
l) empregar, como combustível, produtos flores- dores ou proprietários das áreas florestais, desde
tais ou hulha, sem uso de dispositivo que impeça que praticadas por prepostos ou subordinados e
a difusão de fagulhas, suscetíveis de provocar no interesse dos preponentes ou dos superiores
incêndios nas florestas; hierárquicos;
m) soltar animais ou não tomar precauções c) autoridades que se omitirem ou facilitarem, por
necessárias para que o animal de sua proprieda- consentimento legal, na prática do ato.
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64 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Art. 30. Aplicam-se às contravenções previstas puderem acompanhar o inquérito, por seu volu-
neste Código as regras gerais do Código Penal e me e natureza, serão entregues ao depositário
da Lei das Contravenções Penais, sempre que a público local, se houver e, na sua falta, ao que for
presente Lei não disponha de modo diverso. nomeado pelo Juiz, para ulterior devolução ao
prejudicado. Se pertencerem ao agente ativo da
Art. 31. São circunstâncias que agravam a pena infração, serão vendidos em hasta pública.
além das previstas no Código Penal e na Lei das
Contravenções Penais: Art. 36. O processo das contravenções obedece-
rá ao rito sumário da Lei nº 1.508, de 19 de
a) cometer a infração no período de queda das dezembro de 1951, no que couber.
sementes ou de formação das vegetações preju-
dicadas, durante a noite, em domingos ou dias Art. 37. Não serão transcritos ou averbados no
feriados, em épocas de seca ou inundações; Registro Geral de Imóveis os atos de transmissão
“inter-vivos” ou “causa mortis“, bem como a
b) cometer a infração contra a floresta de preser- constituição de ônus reais, sobre imóveis da zona
vação permanente ou material dela provindo. rural, sem a apresentação de certidão negativa de
Art. 32. A ação penal independe de queixa, dívidas referentes a multas previstas nesta lei ou
mesmo em se tratando de lesão em propriedade nas leis estaduais supletivas, por decisão transita-
privada, quando os bens atingidos são florestas e da em julgado.
demais formas de vegetação, instrumentos de Art. 37-A. Não é permitida a conversão de flo-
trabalho, documentos e atos relacionados com a restas ou outra forma de vegetação nativa para
proteção florestal disciplinada nesta lei. uso alternativo do solo na propriedade rural que
Art. 33. São autoridades competentes para ins- possui área desmatada, quando for verificado
taurar, presidir e proceder a inquéritos policiais, que a referida área encontra-se abandonada,
lavrar autos de prisão em flagrante e intentar a subutilizada ou utilizada de forma inadequada,
ação penal, nos casos de crimes ou contraven- segundo a vocação e capacidade de suporte do
ções, previstos nesta lei, ou em outras leis e que solo. (Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória
tenham por objeto florestas e demais formas de nº 1.956-50, de 2000 e convalidado pela Medida
vegetação, instrumentos de trabalho, documen- Provisória nº 2.166-67, de 2001)
tos e produtos procedentes das mesmas:
§ 1º Entende-se por área abandonada, subutiliza-
a) as indicadas no Código de Processo Penal;
da ou utilizada de forma inadequada, aquela não
b) os funcionários da repartição florestal e de efetivamente utilizada, nos termos do § 3º, do
autarquias, com atribuições correlatas, designa- art. 6º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de
dos para a atividade de fiscalização. 1993, ou que não atenda aos índices previstos no
Parágrafo único. Em caso de ações penais simul- art. 6º da referida lei, ressalvadas as áreas de
tâneas, pelo mesmo fato, iniciadas por várias pousio na pequena propriedade ou posse rural
autoridades, o Juiz reunirá os processos na juris- familiar ou de população tradicional. (Acrescen-
dição em que se firmou a competência. tado(a) pelo(a) Medida Provisória nº 1.956-50,
de 2000 e convalidado pela Medida Provisória
Art. 34. As autoridades referidas no item “b”
do artigo anterior, ratificada a denúncia pelo nº 2.166-67, de 2001)
Ministério Público, terão ainda competência igual § 2º As normas e mecanismos para a comprova-
à deste, na qualidade de assistente, perante a ção da necessidade de conversão serão estabele-
Justiça comum, nos feitos de que trata esta lei. cidos em regulamento, considerando, entre
Art. 35. A autoridade apreenderá os produtos e outros dados relevantes, o desempenho da pro-
os instrumentos utilizados na infração e, se não priedade nos últimos três anos, apurado nas
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cial das comunidades locais, de acesso às flores- cas de determinada floresta, potencial ou efetiva-
tas públicas e aos benefícios decorrentes de seu mente geradores de produtos ou serviços flores-
uso e conservação; tais;
IV - a promoção do processamento local e o III - produtos florestais: produtos madeireiros e
incentivo ao incremento da agregação de valor não madeireiros gerados pelo manejo florestal
aos produtos e serviços da floresta, bem como à sustentável;
diversificação industrial, ao desenvolvimento tec-
nológico, à utilização e à capacitação de empreen- IV - serviços florestais: turismo e outras ações ou
dedores locais e da mão-de-obra regional; benefícios decorrentes do manejo e conservação
da floresta, não caracterizados como produtos
V - o acesso livre de qualquer indivíduo às infor- florestais;
mações referentes à gestão de florestas públicas,
nos termos da Lei nº 10.650, de 16 de abril de V - ciclo: período decorrido entre 2 (dois) momen-
2003; tos de colheita de produtos florestais numa
mesma área;
VI - a promoção e difusão da pesquisa florestal,
faunística e edáfica, relacionada à conservação, à VI - manejo florestal sustentável: administração da
recuperação e ao uso sustentável das florestas; floresta para a obtenção de benefícios econômicos,
VII - o fomento ao conhecimento e a promoção sociais e ambientais, respeitando-se os mecanis-
da conscientização da população sobre a impor- mos de sustentação do ecossistema objeto do
tância da conservação, da recuperação e do manejo e considerando-se, cumulativa ou alter-
manejo sustentável dos recursos florestais; nativamente, a utilização de múltiplas espécies
VIII - a garantia de condições estáveis e seguras madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos
que estimulem investimentos de longo prazo no não madeireiros, bem como a utilização de outros
manejo, na conservação e na recuperação das flo- bens e serviços de natureza florestal;
restas.
VII - concessão florestal: delegação onerosa, feita
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pelo poder concedente, do direito de praticar
promoverão as adaptações necessárias de sua manejo florestal sustentável para exploração de
legislação às prescrições desta lei, buscando produtos e serviços numa unidade de manejo,
atender às peculiaridades das diversas modalida- mediante licitação, à pessoa jurídica, em consór-
des de gestão de florestas públicas. cio ou não, que atenda às exigências do respecti-
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os vo edital de licitação e demonstre capacidade
Municípios, na esfera de sua competência e em para seu desempenho, por sua conta e risco e por
relação às florestas públicas sob sua jurisdição, prazo determinado;
poderão elaborar normas supletivas e comple-
VIII - unidade de manejo: perímetro definido a
mentares e estabelecer padrões relacionados à
partir de critérios técnicos, socioculturais, econô-
gestão florestal.
micos e ambientais, localizado em florestas públi-
Art. 3º Para os fins do disposto nesta lei, consi- cas, objeto de um Plano de Manejo Florestal
deram-se: Sustentável-PMFS, podendo conter áreas degra-
dadas para fins de recuperação por meio de plan-
I - florestas públicas: florestas, naturais ou plan-
tios florestais;
tadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros,
em bens sob o domínio da União, dos Estados, IX - lote de concessão florestal: conjunto de uni-
dos Municípios, do Distrito Federal ou das entida- dades de manejo a serem licitadas;
des da administração indireta;
X - comunidades locais: populações tradicionais e
II - recursos florestais: elementos ou característi- outros grupos humanos, organizados por gera-
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ções sucessivas, com estilo de vida relevante à das áreas protegidas referidas no inciso I do
conservação e à utilização sustentável da diversi- caput deste artigo.
dade biológica;
CAPÍTULO II
XI - auditoria florestal: ato de avaliação indepen-
DA GESTÃO DIRETA
dente e qualificada de atividades florestais e obri-
gações econômicas, sociais e ambientais assumi- Art. 5º O Poder Público poderá exercer direta-
das de acordo com o PMFS e o contrato de con- mente a gestão de florestas nacionais, estaduais
cessão florestal, executada por entidade reconhe- e municipais criadas nos termos do art. 17 da Lei
cida pelo órgão gestor, mediante procedimento nº 9.985, de 18 de julho de 2000, sendo-lhe
administrativo específico; facultado, para execução de atividades subsidiá-
rias, firmar convênios, termos de parceria, contra-
XII - inventário amostral: levantamento de infor- tos ou instrumentos similares com terceiros,
mações qualitativas e quantitativas sobre deter- observados os procedimentos licitatórios e
minada floresta, utilizando-se processo de amos- demais exigências legais pertinentes.
tragem;
§ 1º A duração dos contratos e instrumentos simi-
XIII - órgão gestor: órgão ou entidade do poder lares a que se refere o caput deste artigo fica limi-
concedente com a competência de disciplinar e tada a 120 (cento e vinte) meses.
conduzir o processo de outorga da concessão flo-
restal; § 2º Nas licitações para as contratações de que
trata este artigo, além do preço, poderá ser con-
XIV - órgão consultivo: órgão com representação siderado o critério da melhor técnica previsto no
do Poder Público e da sociedade civil, com a fina- inciso II do caput do art. 26 desta lei.
lidade de assessorar, avaliar e propor diretrizes
para a gestão de florestas públicas; CAPÍTULO III
XV - poder concedente: União, Estado, Distrito DA DESTINAÇÃO ÀS COMUNIDADES
Federal ou Município. LOCAIS
Art. 6º Antes da realização das concessões flores-
TÍTULO II tais, as florestas públicas ocupadas ou utilizadas por
DA GESTÃO DE FLORESTAS comunidades locais serão identificadas para a desti-
PÚBLICAS PARA PRODUÇÃO nação, pelos órgãos competentes, por meio de:
SUSTENTÁVEL I - criação de reservas extrativistas e reservas de
desenvolvimento sustentável, observados os
CAPÍTULO I requisitos previstos da Lei nº 9.985, de 18 de
DISPOSIÇÕES GERAIS julho de 2000;
Art. 4º A gestão de florestas públicas para produ- II - concessão de uso, por meio de projetos de
ção sustentável compreende: assentamento florestal, de desenvolvimento sus-
I - a criação de florestas nacionais, estaduais e tentável, agroextrativistas ou outros similares,
municipais, nos termos do art. 17 da Lei nº 9.985, nos termos do art. 189 da Constituição Federal e
de 18 de julho de 2000, e sua gestão direta; das diretrizes do Programa Nacional de Reforma
Agrária;
II - a destinação de florestas públicas às comuni-
dades locais, nos termos do art. 6º desta lei; III - outras formas previstas em lei.
III - a concessão florestal, incluindo florestas § 1º A destinação de que trata o caput deste arti-
naturais ou plantadas e as unidades de manejo go será feita de forma não onerosa para o bene-
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solo, o direito de comercializar créditos de carbo- aprovação do respectivo PMFS pelo órgão com-
no poderá ser incluído no objeto da concessão, petente do SISNAMA e a conseqüente obtenção
nos termos de regulamento. da licença de operação pelo concessionário.
§ 3º O manejo da fauna silvestre pelas comunida- § 6º O processo de licenciamento ambiental para
des locais observará a legislação específica. uso sustentável da unidade de manejo compreen-
de a licença prévia e a licença de operação, não se
Art. 17. Os produtos de uso tradicional e de sub- lhe aplicando a exigência de licença de instalação.
sistência para as comunidades locais serão
excluídos do objeto da concessão e explicitados § 7º Os conteúdos mínimos do relatório ambien-
no edital, juntamente com a definição das restri- tal preliminar e do EIA relativos ao manejo flores-
ções e da responsabilidade pelo manejo das tal serão definidos em ato normativo específico.
espécies das quais derivam esses produtos, bem § 8º A aprovação do plano de manejo da unida-
como por eventuais prejuízos ao meio ambiente e de de conservação referida no inciso I do art. 4º
ao poder concedente. desta lei, nos termos da Lei nº 9.985, de 18 de
SEÇÃO V julho de 2000, substitui a licença prévia prevista
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL no caput deste artigo, sem prejuízo da elaboração
de EIA nos casos previstos no § 1º deste artigo e
Art. 18. A licença prévia para uso sustentável da
da observância de outros requisitos do licencia-
unidade de manejo será requerida pelo órgão
mento ambiental.
gestor, mediante a apresentação de relatório
ambiental preliminar ao órgão ambiental compe- SEÇÃO VI
tente integrante do Sistema Nacional do Meio DA HABILITAÇÃO
Ambiente-SISNAMA.
Art. 19. Além de outros requisitos previstos na
§ 1º Nos casos potencialmente causadores de Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, exige-se
significativa degradação do meio ambiente, assim para habilitação nas licitações de concessão flo-
considerados, entre outros aspectos, em função restal a comprovação de ausência de:
da escala e da intensidade do manejo florestal e
da peculiaridade dos recursos ambientais, será I - débitos inscritos na dívida ativa relativos a
exigido estudo prévio de impacto ambiental-EIA infração ambiental nos órgãos competentes inte-
para a concessão da licença prévia. grantes do SISNAMA;
§ 2º O órgão ambiental licenciador poderá optar II - decisões condenatórias, com trânsito em jul-
pela realização de relatório ambiental preliminar gado, em ações penais relativas a crime contra o
e EIA que abranjam diferentes unidades de meio ambiente ou a ordem tributária ou a crime
manejo integrantes de um mesmo lote de conces- previdenciário, observada a reabilitação de que
são florestal, desde que as unidades se situem no trata o art. 93 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
mesmo ecossistema e no mesmo Estado. dezembro de 1940 - Código Penal.
§ 3º Os custos do relatório ambiental preliminar § 1º Somente poderão ser habilitadas nas licita-
e do EIA serão ressarcidos pelo concessionário ções para concessão florestal empresas ou outras
ganhador da licitação, na forma do art. 24 desta lei. pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasilei-
§ 4º A licença prévia autoriza a elaboração do ras e que tenham sede e administração no país.
PMFS e, no caso de unidade de manejo inserida § 2º Os órgãos do SISNAMA organizarão sistema
no PAOF, a licitação para a concessão florestal. de informações unificado, tendo em vista assegu-
§ 5º O início das atividades florestais na unidade rar a emissão do comprovante requerido no inciso
de manejo somente poderá ser efetivado com a I do caput deste artigo.
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§ 3º Para concessão florestal a pessoa jurídica de Art. 24. Os estudos, levantamentos, projetos,
pequeno porte, microempresas e associações de obras, despesas ou investimentos já efetuados na
comunidades locais, serão previstas em regula- unidade de manejo e vinculados ao processo de
mento formas alternativas de fixação de garan-
licitação para concessão, realizados pelo poder
tias e preços florestais.
concedente ou com a sua autorização, estarão à
Art. 22. Quando permitida na licitação a partici- disposição dos interessados.
pação de pessoa jurídica em consórcio, observar-
se-ão, adicionalmente aos requisitos referidos no § 1º O edital de licitação indicará os itens, entre
art. 19 desta lei, os seguintes requisitos: os especificados no caput deste artigo, e seus res-
I - comprovação de compromisso, público ou par- pectivos valores, que serão ressarcidos pelo ven-
ticular, de constituição de consórcio, subscrito cedor da licitação.
pelas consorciadas; § 2º As empresas de pequeno porte, microempre-
II - indicação da empresa-líder, que deverá aten- sas e associações de comunidades locais ficarão
der às condições de liderança estipuladas no dispensadas do ressarcimento previsto no § 1º
edital e será a representante das consorciadas deste artigo.
perante o poder concedente;
Art. 25. É assegurado a qualquer pessoa o aces-
III - apresentação dos documentos de que trata o so aos contratos, decisões ou pareceres relativos
inciso X do caput do art. 20 desta lei, por parte de
à licitação ou às próprias concessões.
cada consorciada;
IV - comprovação de cumprimento da exigência
constante do inciso XV do caput do art. 20 desta lei; SEÇÃO VIII
V - impedimento de participação de empresas DOS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
consorciadas na mesma licitação, por intermédio Art. 26. No julgamento da licitação, a melhor
de mais de 1 (um) consórcio ou isoladamente. proposta será considerada em razão da combina-
§ 1º O licitante vencedor ficará obrigado a promo- ção dos seguintes critérios:
ver, antes da celebração do contrato, a constituição I - o maior preço ofertado como pagamento ao
e registro do consórcio, nos termos do compromis- poder concedente pela outorga da concessão flo-
so referido no inciso I do caput deste artigo. restal;
§ 2º A pessoa jurídica líder do consórcio é respon- II - a melhor técnica, considerando:
sável pelo cumprimento do contrato de concessão
perante o poder concedente, sem prejuízo da res- a) o menor impacto ambiental;
ponsabilidade solidária das demais consorciadas.
b) os maiores benefícios sociais diretos;
§ 3º As alterações na constituição dos consórcios
deverão ser submetidas previamente ao poder c) a maior eficiência;
concedente para a verificação da manutenção d) a maior agregação de valor ao produto ou ser-
das condições de habilitação, sob pena de resci- viço florestal na região da concessão.
são do contrato de concessão.
§ 1º A aplicação dos critérios descritos nos incisos
Art. 23. É facultado ao poder concedente, desde I e II do caput deste artigo será previamente esta-
que previsto no edital, determinar que o licitante belecida no edital de licitação, com regras e fór-
vencedor, no caso de consórcio, constitua-se em mulas precisas para avaliação ambiental, econô-
empresa antes da celebração do contrato. mica, social e financeira.
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a) 70% (setenta por cento) ao órgão gestor para b) Estados: 20% (vinte por cento), destinados
a execução de suas atividades; proporcionalmente à distribuição da floresta pública
outorgada em suas respectivas jurisdições, para o
b) 30% (trinta por cento) ao Instituto Brasileiro do
apoio e promoção da utilização sustentável dos
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
recursos florestais, sempre que o ente beneficiá-
Renováveis-IBAMA, para utilização restrita em ati-
rio cumprir com a finalidade deste aporte;
vidades de controle e fiscalização ambiental de
atividades florestais, de unidades de conservação c) Municípios: 20% (vinte por cento), destinados
e do desmatamento; proporcionalmente à distribuição da floresta
pública outorgada em suas respectivas jurisdi-
II - o preço pago, excluído o valor mencionado no
ções, para o apoio e promoção da utilização sus-
inciso I do caput deste artigo, terá a seguinte des-
tentável dos recursos florestais, sempre que o
tinação:
ente beneficiário cumprir com a finalidade deste
a) Estados: 30% (trinta por cento), destinados aporte;
proporcionalmente à distribuição da floresta
d) FNDF: 20% (vinte por cento).
pública outorgada em suas respectivas jurisdições,
para o apoio e promoção da utilização sustentável § 2º (VETADO)
dos recursos florestais, sempre que o ente benefi- § 3º O repasse dos recursos a Estados e
ciário cumprir com a finalidade deste aporte; Municípios previsto neste artigo será condiciona-
b) Municípios: 30% (trinta por cento), destinados do à instituição de conselho de meio ambiente
pelo respectivo ente federativo, com participação
proporcionalmente à distribuição da floresta
social, e à aprovação, por este conselho:
pública outorgada em suas respectivas jurisdições,
para o apoio e promoção da utilização sustentável I - do cumprimento das metas relativas à aplica-
dos recursos florestais, sempre que o ente benefi- ção desses recursos referentes ao ano anterior;
ciário cumprir com a finalidade deste aporte; II - da programação da aplicação dos recursos do
c) Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal- ano em curso.
FNDF: 40% (quarenta por cento). Art. 40. Os recursos financeiros oriundos dos pre-
ços de cada concessão florestal da União serão
§ 1º Quando os recursos financeiros forem oriun-
depositados e movimentados exclusivamente por
dos dos preços da concessão florestal de unidades
intermédio dos mecanismos da conta única do
localizadas em florestas nacionais criadas pela
Tesouro Nacional, na forma do regulamento.
União nos termos do art. 17 da Lei nº 9.985, de 18
de julho de 2000, serão distribuídos da seguin- § 1º O Tesouro Nacional, trimestralmente, repas-
te forma: sará aos Estados e Municípios os recursos recebi-
dos de acordo com o previsto nas alíneas a e b do
I - o valor referido no § 3º do art. 36 desta lei será inciso II do caput e nas alíneas b e c do inciso II
destinado ao órgão gestor para a execução de do § 1º, ambos do art. 39 desta lei.
suas atividades;
§ 2º O Órgão Central de Contabilidade da União
II - o preço pago, excluído o valor mencionado no editará as normas gerais relativas à consolidação
inciso I do caput deste artigo, terá a seguinte des- das contas públicas aplicáveis aos recursos finan-
tinação: ceiros oriundos da concessão florestal e à sua
distribuição.
a) IBAMA: 40% (quarenta por cento), para utiliza-
ção restrita na gestão das unidades de conserva-
ção de uso sustentável;
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II - constatação de deficiências sanáveis, que con- § 3º A extinção da concessão pelas causas previs-
diciona a manutenção contratual ao saneamento tas nos incisos II, IV e V do caput deste artigo
de todos os vícios e irregularidades verificados, autoriza o poder concedente a executar as garan-
no prazo máximo de 6 (seis) meses; tias contratuais, sem prejuízo da responsabilidade
III - constatação de descumprimento, que, devida- civil por danos ambientais prevista na Lei
mente validada, implica a aplicação de sanções nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
segundo sua gravidade, incluindo a rescisão con- § 4º A devolução de áreas não implicará ônus
tratual, conforme esta lei. para o poder concedente, nem conferirá ao con-
§ 3º As entidades que poderão realizar auditorias cessionário qualquer direito de indenização pelos
florestais serão reconhecidas em ato administra- bens reversíveis, os quais passarão à propriedade
tivo do órgão gestor. do poder concedente.
Art. 43. Qualquer pessoa física ou jurídica, de § 5º Em qualquer caso de extinção da concessão,
forma justificada e devidamente assistida por o concessionário fará, por sua conta exclusiva, a
profissionais habilitados, poderá fazer visitas de remoção dos equipamentos e bens que não sejam
comprovação às operações florestais de campo, objetos de reversão, ficando obrigado a reparar
sem obstar o regular desenvolvimento das ativi- ou indenizar os danos decorrentes de suas ativida-
dades, observados os seguintes requisitos: des e praticar os atos de recuperação ambiental
determinados pelos órgãos competentes.
I - prévia obtenção de licença de visita no órgão
gestor; Art. 45. A inexecução total ou parcial do contra-
II - programação prévia com o concessionário. to acarretará, a critério do poder concedente, a
rescisão da concessão, a aplicação das sanções
SEÇÃO XIII contratuais e a execução das garantias, sem
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO prejuízo da responsabilidade civil por danos
Art. 44. Extingue-se a concessão florestal por ambientais prevista na Lei nº 6.938, de 31 de
qualquer das seguintes causas: agosto de 1981, e das devidas sanções nas esfe-
ras administrativa e penal.
I - esgotamento do prazo contratual;
§ 1º A rescisão da concessão poderá ser efetua-
II - rescisão;
da unilateralmente pelo poder concedente, quando:
III - anulação;
I - o concessionário descumprir cláusulas contra-
IV - falência ou extinção do concessionário e fale- tuais ou disposições legais e regulamentares con-
cimento ou incapacidade do titular, no caso de cernentes à concessão;
empresa individual;
II - o concessionário descumprir o PMFS, de forma
V - desistência e devolução, por opção do conces- que afete elementos essenciais de proteção do
sionário, do objeto da concessão. meio ambiente e a sustentabilidade da atividade;
§ 1º Extinta a concessão, retornam ao titular da
III - o concessionário paralisar a execução do
floresta pública todos os bens reversíveis, direitos e
PMFS por prazo maior que o previsto em contra-
privilégios transferidos ao concessionário, confor-
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso
me previsto no edital e estabelecido em contrato.
fortuito ou força maior, ou as que, com anuência
§ 2º A extinção da concessão autoriza, indepen- do órgão gestor, visem à proteção ambiental;
dentemente de notificação prévia, a ocupação
das instalações e a utilização, pelo titular da flo- IV - descumprimento, total ou parcial, da obriga-
resta pública, de todos os bens reversíveis. ção de pagamento dos preços florestais;
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3 . A F L O R A 83
V - o concessionário perder as condições econô- Art. 46. Desistência é o ato formal, irrevogável e
micas, técnicas ou operacionais para manter a irretratável pelo qual o concessionário manifesta
regular execução do PMFS; seu desinteresse pela continuidade da concessão.
VI - o concessionário não cumprir as penalidades § 1º A desistência é condicionada à aceitação
impostas por infrações, nos devidos prazos; expressa do poder concedente, e dependerá de
avaliação prévia do órgão competente para deter-
VII - o concessionário não atender a notificação
minar o cumprimento ou não do PMFS, devendo
do órgão gestor no sentido de regularizar o exer-
assumir o desistente o custo dessa avaliação e,
cício de suas atividades;
conforme o caso, as obrigações emergentes.
VIII - o concessionário for condenado em senten- § 2º A desistência não desonerará o concessioná-
ça transitada em julgado por crime contra o meio rio de suas obrigações com terceiros.
ambiente ou a ordem tributária, ou por crime pre-
videnciário; Art. 47. O contrato de concessão poderá ser res-
cindido por iniciativa do concessionário, no caso
IX - ocorrer fato superveniente de relevante inte- de descumprimento das normas contratuais pelo
resse público que justifique a rescisão, mediante poder concedente, mediante ação judicial espe-
lei autorizativa específica, com indenização das cialmente intentada para esse fim.
parcelas de investimento ainda não amortizadas
vinculadas aos bens reversíveis que tenham sido
realizados; SEÇÃO XIV
DAS FLORESTAS NACIONAIS,
X - o concessionário submeter trabalhadores a
ESTADUAIS E MUNICIPAIS
condições degradantes de trabalho ou análogas à
de escravo ou explorar o trabalho de crianças e Art. 48. As concessões em florestas nacionais,
adolescentes. estaduais e municipais devem observar o dispos-
§ 2º A rescisão do contrato de concessão deverá to nesta lei, na Lei nº 9.985, de 18 de julho de
ser precedida da verificação de processo adminis- 2000, e no plano de manejo da unidade de con-
trativo, assegurado o direito de ampla defesa. servação.
§ 3º Não será instaurado processo administrativo § 1º A inserção de unidades de manejo das flo-
de inadimplência antes da notificação do conces- restas nacionais, estaduais e municipais no PAOF
sionário e a fixação de prazo para correção das requer prévia autorização do órgão gestor da uni-
falhas e transgressões apontadas. dade de conservação.
84 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
3 . A F L O R A 85
na esfera federal, as atribuições de órgão consul- audiência e consulta pública, definir os critérios
tivo previstas por esta lei e, especialmente: para formalização dos contratos e celebrá-los
com concessionários de manejo florestal susten-
I - assessorar, avaliar e propor diretrizes para ges-
tável, quando delegado pelo poder concedente;
tão de florestas públicas da União;
II - manifestar-se sobre o PAOF da União; VI - gerir e fiscalizar os contratos de concessão
florestal;
III - exercer as atribuições de órgão consultivo do SFB.
VII - dirimir, no âmbito administrativo, as diver-
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e gências entre concessionários, produtores inde-
os Municípios disporão sobre o órgão competen- pendentes e comunidades locais;
te para exercer as atribuições de que trata este
capítulo nas respectivas esferas de atuação. VIII - controlar e cobrar o cumprimento das metas
fixadas no contrato de concessão;
Art. 52. A Comissão de Gestão de Florestas
Públicas será composta por representantes do IX - fixar os critérios para cálculo dos preços de
Poder Público, dos empresários, dos trabalhado- que trata o art. 36 desta lei e proceder à sua revi-
res, da comunidade científica, dos movimentos são e reajuste na forma desta lei, das normas per-
sociais e das organizações não-governamentais, tinentes e do contrato;
e terá sua composição e seu funcionamento defi-
nidos em regulamento. X - cobrar e verificar o pagamento dos preços flo-
restais e distribuí-los de acordo com esta lei;
Parágrafo único. Os membros da Comissão de
Gestão de Florestas Públicas exercem função não XI - acompanhar e intervir na execução do PMFS,
remunerada de interesse público relevante, com nos casos e condições previstos nesta lei;
precedência, na esfera federal, sobre quaisquer XII - fixar e aplicar as penalidades administrativas
cargos públicos de que sejam titulares e, quando e contratuais impostas aos concessionários, sem
convocados, farão jus a transporte e diárias. prejuízo das atribuições dos órgãos do SISNAMA
responsáveis pelo controle e fiscalização ambien-
tal;
CAPÍTULO IV
XIII - indicar ao poder concedente a necessidade
DO ÓRGÃO GESTOR
de extinção da concessão, nos casos previstos
Art. 53. Caberá aos órgãos gestores federal, nesta lei e no contrato;
estaduais e municipais, no âmbito de suas com- XIV - estimular o aumento da qualidade, produti-
petências: vidade, rendimento e conservação do meio
I - elaborar proposta de PAOF, a ser submetida ao ambiente nas áreas sob concessão florestal;
poder concedente; XV - dispor sobre a realização de auditorias flo-
II - disciplinar a operacionalização da concessão restais independentes, conhecer seus resultados e
florestal; adotar as medidas cabíveis, conforme o resultado;
XVI - disciplinar o acesso às unidades de manejo;
III - solicitar ao órgão ambiental competente a
licença prévia prevista no art. 18 desta lei; XVII - atuar em estreita cooperação com os
órgãos de defesa da concorrência, com vistas em
IV - elaborar inventário amostral, relatório impedir a concentração econômica nos serviços e
ambiental preliminar e outros estudos; produtos florestais e na promoção da concorrência;
V - publicar editais, julgar licitações, promover os XVIII - incentivar a competitividade e zelar pelo
demais procedimentos licitatórios, inclusive cumprimento da legislação de defesa da concor-
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3 . A F L O R A 87
b) adotar as providências necessárias para inter- IV - aprovar o regimento interno do SFB, a orga-
ligar os cadastros estaduais e municipais ao nização, a estrutura e o âmbito decisório de cada
Cadastro Nacional; diretoria;
VIII - apoiar e atuar em parceria com os seus con- V - elaborar e divulgar relatórios sobre as ativida-
gêneres estaduais e municipais. des do SFB;
§ 1º No exercício de suas atribuições, o SFB pro- VI - conhecer e julgar pedidos de reconsideração
moverá a articulação com os Estados, o Distrito de decisões de componentes das diretorias do
Federal e os Municípios, para a execução de suas SFB.
atividades de forma compatível com as diretrizes § 2º As decisões relativas às atribuições do SFB
nacionais de planejamento para o setor florestal são tomadas pelo Conselho Diretor, por maioria
e com a Política Nacional do Meio Ambiente. absoluta de votos.
§ 2º Para a concessão das florestas públicas sob Art. 57. O SFB terá, em sua estrutura, unidade
a titularidade dos outros entes da Federação, de de assessoramento jurídico, observada a legisla-
órgãos e empresas públicas e de associações de ção pertinente.
comunidades locais, poderão ser firmados convê-
Art. 58. O diretor-geral e os demais membros do
nios com o Ministério do Meio Ambiente, repre-
Conselho Diretor do SFB serão brasileiros, de
sentado pelo SFB.
reputação ilibada, experiência comprovada e ele-
§ 3º As atribuições previstas nos incisos II a V do vado conceito no campo de especialidade dos
caput deste artigo serão exercidas sem prejuízo cargos para os quais serão nomeados.
de atividades desenvolvidas por outros órgãos e
entidades da administração pública federal que § 1º (VETADO)
atuem no setor. § 2º O regulamento do SFB disciplinará a substi-
tuição do diretor-geral e os demais membros do
Conselho Diretor em seus impedimentos ou afasta-
mentos regulamentares e ainda no período de
CAPÍTULO II vacância que anteceder à nomeação de novo
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E
diretor.
GESTÃO DO SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO
Art. 59. Está impedido de exercer cargo de dire-
SEÇÃO I
ção no SFB quem mantiver, ou tiver mantido nos
DO CONSELHO DIRETOR
24 (vinte e quatro) meses anteriores à nomeação,
Art. 56. O Poder Executivo disporá sobre a estru- os seguintes vínculos com qualquer pessoa jurídi-
tura organizacional e funcionamento do SFB, ca concessionária ou com produtor florestal inde-
observado o disposto neste artigo. pendente:
§ 1º O SFB será dirigido por um Conselho Diretor,
I - acionista ou sócio com participação individual
composto por um diretor-geral e 4 (quatro) dire-
direta superior a 1% (um por cento) no capital
tores, em regime de colegiado, ao qual caberá:
social ou superior a 2% (dois por cento) no capi-
I - exercer a administração do SFB; tal social de empresa controladora;
II - examinar, decidir e executar ações necessárias II - membro do conselho de administração, fiscal
ao cumprimento das competências do SFB; ou de diretoria executiva;
III - editar normas sobre matérias de competência III - empregado, mesmo com o contrato de trabalho
do SFB; suspenso, inclusive das empresas controladoras ou
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das fundações de previdência de que sejam III - produzir, semestralmente e quando julgar
patrocinadoras. oportuno:
Parágrafo único. Também está impedido de exer- a) relatório circunstanciado de suas atividades e
cer cargo de direção no SFB membro do conselho encaminhá-lo à Diretoria-Geral do SFB e ao
ou diretoria de associação ou sindicato, regional Ministro de Estado do Meio Ambiente;
ou nacional, representativo de interesses dos b) apreciações sobre a atuação do SFB, encami-
agentes mencionados no caput deste artigo, ou nhando-as ao Conselho Diretor, à Comissão de
de categoria profissional de empregados desses Gestão de Florestas Públicas, aos ministros
agentes. de Estado do Meio Ambiente, da Fazenda, do
Art. 60. O ex-dirigente do SFB, durante os 12 Planejamento, Orçamento e Gestão e chefe da
(doze) meses seguintes ao seu desligamento do Casa Civil da Presidência da República, bem
cargo, estará impedido de prestar, direta ou indi- como às comissões de fiscalização e controle da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
retamente, independentemente da forma ou
publicando-as para conhecimento geral.
natureza do contrato, qualquer tipo de serviço às
pessoas jurídicas concessionárias, sob regula- § 1º O Ouvidor atuará junto ao Conselho Diretor
mentação ou fiscalização do SFB, inclusive do SFB, sem subordinação hierárquica, e exercerá
controladas, coligadas ou subsidiárias. as suas atribuições sem acumulação com outras
funções.
Parágrafo único. Incorre na prática de advocacia
administrativa, sujeitando-se o infrator às penas § 2º O Ouvidor será nomeado pelo Presidente da
previstas no art. 321 do Decreto-Lei nº 2.848, de República para mandato de 3 (três) anos, sem
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, o ex-diri- direito a recondução.
gente do SFB que descumprir o disposto no caput § 3º O Ouvidor somente poderá perder o mandato
deste artigo. em caso de renúncia, condenação judicial transi-
Art. 61. Os cargos em comissão e funções grati- tada em julgado ou condenação em processo
ficadas do SFB deverão ser exercidos, preferen- administrativo disciplinar.
cialmente, por servidores do seu quadro efetivo, § 4º O processo administrativo contra o Ouvidor
aplicando-se-lhes as restrições do art. 59 desta lei.
somente poderá ser instaurado pelo Ministro de
Estado do Meio Ambiente.
SEÇÃO II
§ 5º O Ouvidor terá acesso a todos os assuntos e
DA OUVIDORIA
contará com o apoio administrativo de que
Art. 62. O SFB contará com uma Ouvidoria, à necessitar.
qual competirá:
§ 6º Aplica-se ao ex-Ouvidor o disposto no art. 60
I - receber pedidos de informação e esclarecimen- desta lei.
to, acompanhar o processo interno de apuração
das denúncias e reclamações afetas ao SFB e res- SEÇÃO III
ponder diretamente aos interessados, que serão DO CONSELHO GESTOR
cientificados, em até 30 (trinta) dias, das provi- Art. 63. (Vetado)
dências tomadas;
SEÇÃO IV
II - zelar pela qualidade dos serviços prestados DOS SERVIDORES DO SFB
pelo SFB e acompanhar o processo interno de
apuração das denúncias e reclamações dos usuá- Art. 64. O SFB constituirá quadro de pessoal, por
rios, seja contra a atuação do SFB, seja contra a meio da realização de concurso público de pro-
atuação dos concessionários; vas, ou de provas e títulos, ou da redistribuição de
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V - doações, legados, subvenções e outros recur- saneado nos termos do § 2º deste artigo serão
sos que lhe forem destinados. submetidas a processo licitatório, no prazo de até
TÍTULO V 24 (vinte e quatro) meses a partir da data da
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS manifestação dos órgãos a respeito da vistoria
prevista no caput deste artigo, desde que não
Art. 69. Sem prejuízo do disposto nos incisos VI seja constatado conflito com comunidades locais
e VII do art. 23 da Constituição Federal, a execução pela ocupação do território e uso dos recursos
das atividades relacionadas às concessões flores-
florestais.
tais poderá ser delegada pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios à União, bem como pela § 5º Será dada a destinação prevista no art. 6º
União aos demais entes federados, mediante con- desta lei às unidades de manejo onde o correto
vênio firmado com o órgão gestor competente. andamento do manejo florestal for verificado e os
detentores dos PMFS forem comunidades locais.
Parágrafo único. É vedado ao órgão gestor conve-
niado exigir do concessionário sob sua ação com- § 6º Até que sejam submetidas ao processo lici-
plementar de regulação, controle e fiscalização tatório, as unidades de manejo mencionadas no
obrigação não prevista previamente em contrato. § 4º deste artigo permanecerão sob a responsa-
bilidade do detentor do PMFS, que poderá dar
Art. 70. As unidades de manejo em florestas continuidade às atividades de manejo mediante
públicas com PMFS aprovados e em execução até assinatura de contrato com o poder concedente.
a data de publicação desta Lei serão vistoriadas:
§ 7º O contrato previsto no § 6º deste artigo terá
I - pelo órgão competente do SISNAMA, para vigência limitada à assinatura do contrato de
averiguar o andamento do manejo florestal; concessão resultante do processo licitatório.
II - pelo órgão fundiário competente, para averi- § 8º Findo o processo licitatório, o detentor do
guar a situação da ocupação, de acordo com os PMFS que der continuidade à sua execução, nos
parâmetros estabelecidos na legislação específi- termos deste artigo, pagará ao órgão gestor com-
ca. petente valor proporcional ao preço da concessão
florestal definido na licitação, calculado com base
§ 1º As vistorias realizadas pelo órgão fundiário
no período decorrido desde a verificação pelo
competente serão acompanhadas por represen-
órgão competente do SISNAMA até a adjudica-
tante do Poder Público local. ção do vencedor na licitação.
§ 2º Nas unidades de manejo onde não for veri- Art. 71. A licitação para a concessão florestal das
ficado o correto andamento do manejo florestal, unidades de manejo mencionadas no § 4º do art.
os detentores do PMFS serão notificados para 70 desta lei, além de observar os termos desta
apresentar correções, no prazo estabelecido pelo Lei, deverá seguir as seguintes determinações:
órgão competente do SISNAMA.
I - o vencedor da licitação, após firmar o contrato
§ 3º Caso não sejam atendidas as exigências da de concessão, deverá seguir o PMFS em execu-
notificação mencionada no § 2º deste artigo, o ção, podendo revisá-lo nas condições previstas
PMFS será cancelado e a área correspondente em regulamento;
deverá ser desocupada sem ônus para o Poder
Público e sem prejuízo das demais penalidades II - o edital de licitação deverá conter os valores
previstas em lei. de ressarcimento das benfeitorias e investimentos
já realizados na área a serem pagos ao detentor
§ 4º As unidades de manejo onde o correto anda- do PMFS pelo vencedor do processo de licitação,
mento do manejo florestal for verificado ou descontado o valor da produção auferida previa-
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3 . A F L O R A 91
mente à licitação nos termos do § 8º do art. 70 Art. 77. Ao final dos 10 (dez) primeiros anos
desta lei. contados da data de publicação desta lei, cada
Art. 72. As florestas públicas não destinadas a concessionário, individualmente ou em consórcio,
manejo florestal ou unidades de conservação não poderá concentrar mais de 10% (dez por
ficam impossibilitadas de conversão para uso cento) do total da área das florestas públicas dis-
alternativo do solo, até que sua classificação de poníveis para a concessão em cada esfera de
acordo com o ZEE esteja oficializada e a conver- governo.
são seja plenamente justificada.
Art. 78. Até a aprovação do primeiro PAOF, fica
Art. 73. As áreas públicas já ocupadas e conver- o poder concedente autorizado a realizar conces-
tidas para uso alternativo do solo na data de sões florestais em:
publicação desta Lei estarão excluídas das con-
cessões florestais, desde que confirmada a sua I - unidades de manejo em áreas públicas que,
vocação para o uso atual por meio do ZEE apro- somadas, não ultrapassem 750.000 ha (setecen-
vado de acordo com a legislação pertinente. tos e cinqüenta mil hectares), localizadas numa
faixa de até 100 Km (cem quilômetros) ao longo
§ 1º Nos remanescentes das áreas previstas no da rodovia BR-163;
caput deste artigo, o Poder Público poderá auto-
rizar novos Planos de Manejo Florestal Susten- II - florestas nacionais ou estaduais criadas nos
tável, observada a legislação vigente. termos do art. 17 da Lei nº 9.985, de 18 de julho
de 2000, observados os seguintes requisitos:
§ 2º Fica garantido o direito de continuidade das
atividades econômicas realizadas, em conformi- a) autorização prévia do órgão gestor da unidade
dade com a lei, pelos atuais ocupantes em áreas de conservação;
de até 2.500 ha (dois mil e quinhentos hectares), b) aprovação prévia do plano de manejo da uni-
pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir da data de dade de conservação nos termos da Lei nº 9.985,
publicação desta lei. de 18 de julho de 2000;
Art. 74. Os parâmetros para definição dos tama- c) oitiva do conselho consultivo da unidade de
nhos das unidades de manejo a serem concedi- conservação, nos termos do § 3º do art. 48 desta
das às pessoas jurídicas de pequeno porte, micro lei;
e médias empresas, na forma do art. 33 desta lei,
d) previsão de zonas de uso restrito destinadas às
serão definidos em regulamento, previamente à
comunidades locais.
aprovação do primeiro PAOF.
Parágrafo único. As concessões de que tratam os
Art. 75. Após 5 (cinco) anos da implantação do
incisos I e II do caput deste artigo devem ser obje-
primeiro PAOF, será feita avaliação sobre os
to de licitação e obedecer às normas previstas
aspectos técnicos, econômicos, sociais e ambientais
nos arts. 8º e 12 a 47 desta lei.
da aplicação desta lei, a que se dará publicidade.
Art. 79. As associações civis que venham a
Art. 76. Em 10 (dez) anos contados da data de
participar, de qualquer forma, das concessões flo-
publicação desta Lei, a área total com concessões
restais ou da gestão direta das florestas públicas
florestais da União não poderá ultrapassar 20%
deverão ser constituídas sob as leis brasileiras e
(vinte por cento) do total de área de suas flores-
ter sede e administração no país.
tas públicas disponíveis para a concessão, com
exceção das unidades de manejo localizadas em Art. 80. O inciso XV do art. 29 da Lei nº 10.683,
florestas nacionais criadas nos termos do art. 17 de 28 de maio de 2003, passa a vigorar com a
da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. seguinte redação:
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3 . A F L O R A 93
§ 4º Na hipótese de compensação de reserva Art. 86. Esta lei entra em vigor na data de sua
legal, a servidão deve ser averbada na matrícula publicação.
de todos os imóveis envolvidos.
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3 . A F L O R A 95
ambiental competente, confere ao seu detentor a de assentamento para reforma agrária, agrope-
licença ambiental para a prática do manejo flo- cuários, industriais, de geração e transmissão de
restal sustentável. energia, de mineração e de transporte.
Art. 5º O detentor do PMFS submeterá ao órgão § 2º O requerimento de autorização de supressão
ambiental competente o plano operacional de que trata o caput será disciplinado em norma
anual, com a especificação das atividades a específica pelo órgão ambiental competente, deven-
serem realizadas no período de doze meses e o do indicar, no mínimo, as seguintes informações:
volume máximo proposto para a exploração
I - a localização georreferenciada do imóvel, das
neste período.
áreas de preservação permanente e de reserva
Art. 6º Anualmente, o detentor do PMFS encami- legal;
nhará ao órgão ambiental competente relatório,
II - o cumprimento da reposição florestal;
com as informações sobre toda a área de mane-
jo florestal sustentável, a descrição das atividades III - a efetiva utilização das áreas já convertidas;
realizadas e o volume efetivamente explorado no
IV - o uso alternativo a que será destinado o solo
período anterior de doze meses.
a ser desmatado.
Art. 7º O PMFS será submetido a vistorias técni-
§ 3º Fica dispensado das indicações georreferen-
cas para acompanhar e controlar rotineiramente
as operações e atividades desenvolvidas na área ciadas da localização do imóvel, das áreas de pre-
de manejo. servação permanente e da reserva legal, de que
trata o inciso I do § 2º, o pequeno proprietário
Art. 8º O Ministério do Meio Ambiente instituirá rural ou possuidor familiar, assim definidos no art.
procedimentos simplificados para o manejo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 4.771, de 1965.
exclusivo de produtos florestais não-madeireiros.
§ 4º O aproveitamento da matéria-prima nas
Art. 9º Estão isentas de PMFS: áreas onde houver a supressão para o uso alter-
I - a supressão de florestas e formações sucesso- nativo do solo será precedido de levantamento
ras para uso alternativo do solo, devidamente dos volumes existentes, conforme ato normativo
autorizada; e específico do IBAMA.
II - o manejo de florestas plantadas localizadas CAPÍTULO IV
fora de áreas de reserva legal. DA UTILIZAÇÃO DE
MATÉRIA-PRIMA FLORESTAL
CAPÍTULO III
DA SUPRESSÃO A CORTE RASO DE Art. 11. As empresas que utilizarem matéria-
FLORESTAS E FORMAÇÕES SUCESSORAS prima florestal são obrigadas a se suprir de recur-
PARA O USO ALTERNATIVO DO SOLO sos oriundos de:
Art. 10. A exploração de florestas e formações I - manejo florestal, realizado por meio de PMFS
sucessoras que implique a supressão a corte raso devidamente aprovado;
de vegetação arbórea natural somente será per-
II - supressão da vegetação natural, devidamente
mitida mediante autorização de supressão para o
autorizada;
uso alternativo do solo expedida pelo órgão com-
petente do SISNAMA. III - florestas plantadas; e
§ 1º Entende-se por uso alternativo do solo a IV - outras fontes de biomassa florestal, definidas
substituição de florestas e formações sucessoras em normas específicas do órgão ambiental com-
por outras coberturas do solo, tais como projetos petente.
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3 . A F L O R A 97
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3 . A F L O R A 99
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri- interligado ao Sistema Nacional de Cadastro Rural,
buições que lhe confere o art. 84, inciso IV, e é integrado:
tendo em vista o disposto na Lei nº 11.284, de 2
de março de 2006, I - pelo Cadastro-Geral de Florestas Públicas da
União;
DECRETA:
II - pelos cadastros de florestas públicas dos
CAPÍTULO I Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 1º O Cadastro Nacional de Florestas Públicas
Art. 1º Este decreto dispõe sobre o Cadastro será integrado por bases próprias de informações
Nacional de Florestas Públicas e regulamenta, em produzidas e compartilhadas pelos órgãos e enti-
âmbito federal, a destinação de florestas públicas dades gestores de florestas públicas da União,
às comunidades locais, o Plano Anual de Outorga dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Florestal-PAOF, o licenciamento ambiental para o § 2º O Cadastro-Geral de Florestas Públicas da
uso dos recursos florestais nos lotes ou unidades União será gerido pelo Serviço Florestal Brasileiro
de manejo, a licitação e os contratos de concessão e incluirá:
florestal, o monitoramento e as auditorias da ges-
tão de florestas públicas, para os fins do disposto I - áreas inseridas no Cadastro de Terras Indígenas;
na Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006. II - unidades de conservação federais, com exce-
ção das áreas privadas localizadas em categorias
de unidades que não exijam a desapropriação; e
CAPÍTULO II
III - florestas localizadas em imóveis urbanos ou
DO CADASTRO NACIONAL DE
rurais matriculados ou em processo de arrecadação
FLORESTAS PÚBLICAS
em nome da União, autarquias, fundações, empre-
Art. 2º O Cadastro Nacional de Florestas Públicas, sas públicas e sociedades de economia mista.
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§ 3º As florestas públicas em áreas militares ses de cobertura florestal, definidas pelo Instituto
somente serão incluídas no Cadastro-Geral de Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE.
Florestas Públicas da União mediante autorização
do Ministério da Defesa. Art. 5º O Serviço Florestal Brasileiro manterá
no Sistema Nacional de Informações Florestais
§ 4º As florestas públicas federais plantadas após banco de dados com imagens de satélite e outras
2 de março de 2006, não localizadas em áreas de formas de sensoriamento remoto que tenham
reserva legal ou em unidades de conservação, coberto todo o território nacional para o ano de
serão cadastradas mediante consulta ao órgão
2006.
gestor da respectiva floresta.
Art. 6º As florestas públicas identificadas nas
Art. 3º O Cadastro-Geral de Florestas Públicas
tipologias e classes de cobertura florestal, defini-
da União é composto por florestas públicas em
das nos termos do art. 4º, serão incluídas no
três estágios: Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União,
I - identificação; observada a data de vigência da Lei nº 11.284,
de 2006.
II - delimitação; e
Parágrafo único. Para fins de recuperação, o
III - demarcação. Serviço Florestal Brasileiro poderá incluir, no
§ 1º No estágio de identificação, constarão polí- Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União,
gonos georreferenciados de florestas, plantadas áreas degradadas contidas nos polígonos de flo-
ou naturais, localizadas em terras de domínio da restas públicas federais.
União. Art. 7º O Cadastro-Geral de Florestas Públicas
da União conterá, quando couber, em relação a
§ 2º No estágio de delimitação, os polígonos de
cada floresta pública, as seguintes informações:
florestas públicas federais serão averbados nas
matrículas dos imóveis públicos. I - dados fundiários, incluindo número de matrí-
cula do imóvel no cartório de registro de imóveis;
§ 3º No estágio de demarcação, os polígonos das
florestas públicas federais serão materializados II - Município e Estado de localização;
no campo e os dados georreferenciados serão III - titular e gestor da floresta pública;
inseridos no Cadastro-Geral de Florestas Públicas
da União. IV - polígono georreferenciado;
Art. 4º O Serviço Florestal Brasileiro editará reso- VIII - pretensões de posse eventualmente inciden-
lução sobre as tipologias e classes de cobertura tes sobre a floresta pública;
florestal, por bioma, para fins de identificação das IX - existência de conflitos fundiários ou sociais;
florestas públicas federais.
X - atividades desenvolvidas, certificações, nor-
Parágrafo único. A resolução de que trata o caput mas, atos e contratos administrativos e contratos
observará as caracterizações das tipologias e clas- cíveis incidentes nos limites da floresta pública; e
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3 . A F L O R A 101
XI - recomendações de uso formuladas pelo seja plenamente justificada, nos termos do art.
Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil-ZEE 72 da Lei nº 11.284, de 2006.
e com base no Decreto nº 5.092, de 21 de maio
§ 1º A floresta pública que após 2 de março de
de 2004.
2006 seja irregularmente objeto de desmatamen-
Art. 8º O Serviço Florestal Brasileiro definirá padrões to, exploração econômica ou degradação será
técnicos do Cadastro-Geral de Florestas Públicas da incluída ou mantida no Cadastro-Geral de
União, observado o código único estabelecido em Florestas Públicas da União.
ato conjunto do Instituto Nacional de Colonização e
§ 2º A inclusão a que se refere o § 1º dar-se-á
Reforma Agrária-INCRA e da Secretaria da Receita
quando comprovada a existência de floresta em 2
Federal, nos termos do § 3º do art. 1º da Lei
de março de 2006 em área pública desmatada,
nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972, de forma a
explorada economicamente ou degradada.
permitir a identificação e o compartilhamento de
suas informações com as instituições participantes § 3º A manutenção a que se refere o § 1º dar-se-
do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais-CNIR, a á quando a floresta pública constante do
Secretaria do Patrimônio da União e os Cadastros Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União for
Estaduais e Municipais de Florestas Públicas. irregularmente desmatada, explorada economi-
camente ou degradada.
§ 1º Na definição dos padrões técnicos do
Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União, § 4º Para os fins do disposto no caput, o Serviço
deve-se observar, no mínimo, o seguinte: Florestal Brasileiro publicará e disponibilizará por
meio da Internet o mapa da cobertura florestal do
I - definições e terminologias relativas à identifi- Brasil para o ano de 2006.
cação da cobertura florestal;
Art. 10. As atividades de pesquisa envolvendo
II - base cartográfica a ser utilizada; recursos florestais, recursos naturais não-renová-
III - projeções e formato dos dados georreferen- veis e recursos hídricos poderão ser desenvolvi-
ciados e tabelas; das nas florestas públicas mencionadas no art.
9º, desde que compatível com o disposto no con-
IV - informações mínimas do cadastro; trato de concessão e com as atividades nele auto-
V - meios de garantir a publicidade e o acesso rizadas, e que contem com autorização expressa
aos dados do cadastro; e dos órgãos competentes.
VI - normas e procedimentos de integração das Art. 11. As florestas públicas não incluídas no
informações com o Sistema Nacional de Cadastro Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União
Rural e os cadastros de florestas públicas dos não perdem a proteção conferida pela Lei
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. nº 11.284, de 2006.
§ 2º O Serviço Florestal Brasileiro regulamentará os Art. 12. Sem prejuízo da aplicação de sanções
mecanismos para a revisão dos polígonos de flores- administrativas e penais, cabe ao responsável
tas públicas para adaptá-los às alterações técni- pelo desmatamento, exploração ou degradação
cas, de titularidade ou àquelas que se fizerem neces- de floresta pública federal, mencionada no § 1º
sárias durante a definição dos lotes de concessão. do art. 9º, a recuperação da floresta de forma
Art. 9º As florestas públicas federais não destina- direta ou indireta, em observância ao § 1º do art.
das a manejo florestal ou unidades de conserva- 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
ção ficam impossibilitadas de conversão para uso Art. 13. O Cadastro-Geral de Florestas Públicas
alternativo do solo, até que sua recomendação de da União será acessível ao público por meio da
uso pelo ZEE esteja oficializada e a conversão Internet.
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3 . A F L O R A 103
União, nos termos do § 1º do art. 3º, observado o concessão florestal que um concessionário, indivi-
disposto no § 5º do mesmo artigo quanto às flo- dualmente ou em consórcio, poderá deter, relati-
restas públicas definidas no inciso II do § 2º do vo à área destinada à concessão florestal pelos
art. 2º. PAOF da União vigente e executados nos anos
anteriores, nos termos do art. 34, inciso II e pará-
Art. 20. O PAOF terá o seguinte conteúdo mínimo: grafo único, da Lei nº 11.284, de 2006;
I - identificação do total de florestas públicas X - descrição das atividades previstas para o seu
constantes do Cadastro-Geral de Florestas período de vigência, em especial aquelas relacio-
Públicas da União; nadas à revisão de contratos, monitoramento, fis-
II - área total já submetida a concessões florestais calização e auditorias; e
federais e previsão de produção dessas áreas; XI - previsão dos meios necessários para sua
implementação, incluindo os recursos humanos e
III - identificação da demanda por produtos e ser-
financeiros.
viços florestais;
Parágrafo único. A previsão a que se refere o inci-
IV - identificação da oferta de produtos e serviços so XI do caput será considerada na elaboração do
oriundos do manejo florestal sustentável nas projeto de lei orçamentária anual, enviado ao
regiões que abranger, incluindo florestas privadas, Congresso Nacional a cada ano.
florestas destinadas às comunidades locais e flo-
restas públicas submetidas à concessão florestal; Art. 21. A elaboração do PAOF da União consi-
derará, dentre os instrumentos da política para o
V - identificação georreferenciada das florestas meio ambiente, de que trata o art. 11, inciso I, da
públicas federais passíveis de serem submetidas a Lei nº 11.284, de 2006, as recomendações de
processo de concessão florestal, durante o perío- uso definidas no Decreto nº 5.092, de 2004.
do de sua vigência;
Art. 22. Para os fins de consideração das áreas
VI - identificação georreferenciada das terras de convergência com as concessões de outros
indígenas, das unidades de conservação, das setores, de que trata o art. 11, inciso V, da Lei
áreas destinadas às comunidades locais, áreas nº 11.284, de 2006, na elaboração do PAOF da
prioritárias para recuperação e áreas de interesse União serão considerados os contratos de con-
para criação de unidades de conservação de pro- cessão, autorizações, licenças e outorgas para
teção integral, que sejam adjacentes às áreas mineração, petróleo, gás, estradas, linhas de
destinadas à concessão florestal federal; transmissão, geração de energia, oleodutos,
gasodutos e para o uso da água.
VII - compatibilidade com outras políticas seto-
riais, conforme previsto no art. 11 da Lei Art. 23. O PAOF da União será concluído até o
nº 11.284, de 2006; dia 31 de julho do ano anterior ao seu período de
VIII - descrição da infra-estrutura, condições de vigência, em conformidade com os prazos para a
logística, capacidade de processamento e tecno- elaboração da lei orçamentária anual.
logia existentes nas regiões por ele abrangidas; § 1º Para os fins do disposto no § 1º do art. 11
da Lei nº 11.284, de 2006, o Serviço Florestal
IX - indicação da adoção dos mecanismos de
Brasileiro considerará os PAOF dos Estados, do
acesso democrático às concessões florestais fede-
Distrito Federal e dos Municípios, encaminhados
rais, incluindo:
até o dia 30 de junho de cada ano.
a) regras a serem observadas para a definição das
§ 2º Os PAOF encaminhados após a data previs-
unidades de manejo;
ta no § 1º serão considerados pela União somen-
b) definição do percentual máximo de área de te no ano seguinte ao de seu recebimento.
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Art. 24. Para os fins do disposto no art. 33 da Lei IV - descrição dos recursos hídricos das unidades
nº 11.284, de 2006, serão definidas unidades de de manejo;
manejo pequenas, médias e grandes, com base V - resultados do inventário florestal;
em critérios técnicos que atendam às peculiarida-
des regionais, definidos no PAOF, considerando os VI - descrição da área do entorno;
seguintes parâmetros: VII - caracterização e descrição das áreas de uso
I - área necessária para completar um ciclo de comunitário, unidades de conservação, áreas
produção da floresta para os produtos maneja- prioritárias para a conservação, terras indígenas e
dos, de acordo com o inciso V do art. 3º da Lei áreas quilombolas adjacentes às unidades de
nº 11.284, de 2006; manejo;
II - estrutura, porte e capacidade dos agentes VIII - identificação dos potenciais impactos
envolvidos na cadeia produtiva. ambientais e sociais e ações para prevenção e
mitigação dos impactos negativos; e
CAPÍTULO V IX - recomendações de condicionantes para exe-
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL cução de atividades de manejo florestal.
Art. 25. Para o licenciamento ambiental do uso dos CAPÍTULO VI
recursos florestais nos lotes ou unidades de manejo, DA LICITAÇÃO
será elaborado o Relatório Ambiental Preliminar-RAP.
Art. 29. Nas concessões florestais, os lotes e as
Art.26. Para o licenciamento ambiental do unidades de manejo serão definidos nos editais
manejo florestal, o concessionário submeterá à de licitação e incidirão em florestas públicas que
análise técnica do Instituto Brasileiro do Meio observem o seguinte:
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-
I - possuam previsão no PAOF, com o atendimento
IBAMA o Plano de Manejo Florestal Sustentável-
das diretrizes nele definidas;
PMFS, nos termos do art. 19 da Lei nº 4.771, de
1965, e do Decreto nº 5.975, de 2006. II - encontrem-se no Cadastro-Geral de Florestas
Públicas da União nos seguintes estágios:
Art. 27. Os empreendimentos industriais inciden-
tes nas unidades de manejo e as obras de infra- a) de identificação, para unidades de manejo
estrutura não inerentes aos PMFS observarão as localizadas em florestas nacionais; e
normas específicas de licenciamento ambiental. b) de delimitação, para as unidades de manejo
Art. 28. Na elaboração do RAP, será observado localizadas em florestas públicas federais e fora
um termo de referência, preparado em conjunto das florestas nacionais.
pelo IBAMA e pelo Serviço Florestal Brasileiro, § 1º Os lotes de concessão poderão ser compos-
com, no mínimo, o seguinte conteúdo: tos por unidades de manejo contíguas.
I - descrição e localização georreferenciada das § 2º As unidades de manejo contíguas, a serem sub-
unidades de manejo; metidas à concessão florestal pela União na vigência
II - descrição das características de solo, relevo, de um mesmo PAOF, devem necessariamente com-
tipologia vegetal e classe de cobertura; por um mesmo lote de concessão florestal.
III - descrição da flora e da fauna, inclusive com a Art. 30. A publicação de edital de licitação de
indicação daquelas ameaçadas de extinção e lotes de concessão florestal será precedida de
endêmicas; audiência pública, amplamente divulgada e con-
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3 . A F L O R A 105
vocada com antecedência mínima de quinze dias, Florestal Brasileiro ou no âmbito de suas unida-
e será dirigida pelo Serviço Florestal Brasileiro. des regionais, conforme justificativa técnica,
§ 1º O Serviço Florestal Brasileiro realizará as exceto as audiências públicas e outros atos, pre-
audiências públicas no local de abrangência do vistos em resolução do mesmo órgão.
respectivo lote, considerando os seguintes objeti- Art. 34. Para habilitação nas licitações de con-
vos básicos: cessão florestal federais, a comprovação de
I - identificar e debater o objeto da concessão flo- ausência de débitos inscritos na dívida ativa rela-
restal e as exclusões; tivos a infração ambiental, prevista no inciso I do
art. 19 da Lei nº 11.284, de 2006, dar-se-á por
II - identificar e debater os aspectos relevantes do
meio de documentos emitidos pelos órgãos inte-
edital de concessão, em especial, a distribuição e
forma das unidades de manejo e os critérios e grantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente-
indicadores para seleção da melhor oferta; SISNAMA da localização das unidades de mane-
jo pretendidas e da sede do licitante, cuja emis-
III - propiciar aos diversos atores interessados a são será preferencialmente por meio da internet,
possibilidade de oferecerem comentários e suges- nos termos do § 2º do mencionado art. 19 e do
tões sobre a matéria em discussão; e Decreto nº 5.975, de 2006.
IV - dar publicidade e transparência às suas ações. Art. 35. Os editais de licitação federais devem
§ 2º As datas e locais de realização das audiên- conter a descrição detalhada da metodologia
cias serão divulgadas pelos meios de comunica- para julgamento das propostas, levando-se em
ção de maior acesso ao público da região e pela consideração os seguintes critérios definidos no
internet. art. 26 da Lei nº 11.284, de 2006:
§ 3º Os documentos utilizados para subsidiar a I - maior preço ofertado como pagamento à
audiência pública serão disponibilizados para União pela outorga da concessão florestal;
consulta na Internet e enviados para as prefeitu-
II - melhor técnica, considerando:
ras e câmaras de vereadores dos Municípios
abrangidos pelo edital. a) menor impacto ambiental;
Art. 31. A justificativa técnica da conveniência b) maiores benefícios sociais diretos;
da concessão florestal federal será elaborada
c) maior eficiência; e
pelo Serviço Florestal Brasileiro e publicada pelo
Ministério do Meio Ambiente previamente ao edi- d) maior agregação de valor ao produto ou serviço
tal de licitação, caracterizando seu objeto e a uni- florestal na região da concessão.
dade de manejo.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no inci-
Art. 32. O edital de licitação das concessões flo- so II, considera-se:
restais federais será publicado com antecedência
I - menor impacto ambiental: o menor impacto
mínima de quarenta e cinco dias da abertura do
negativo ou o maior impacto positivo;
processo de julgamento das propostas.
II - maior eficiência: derivada do uso dos recursos
Parágrafo único. Além da publicidade prevista na
legislação aplicável, o edital será disponibilizado florestais; e
na Internet e locais públicos na região de abran- III - região da concessão: os Municípios abrangi-
gência do lote de concessão, definidos no edital. dos pelo lote de concessão.
Art. 33. Todos os atos inerentes ao processo de Art. 36. O Serviço Florestal Brasileiro definirá para
licitação serão realizados na sede do Serviço cada edital de licitação federal um conjunto de
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106 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
indicadores que permita avaliar a melhor oferta. III - bonificador: que indica parâmetros a serem
atingidos para bonificação na execução do con-
§ 1º O conjunto de indicadores será composto
trato pelo concessionário.
por pelo menos um indicador para cada um dos
critérios previstos no caput do art. 35 e para cada Art. 37. O preço calculado sobre os custos de
um dos componentes da melhor técnica, previstos realização do edital de licitação da concessão flo-
nas alíneas do inciso II do caput do mesmo artigo. restal federal de cada unidade de manejo, previs-
to no art. 36, inciso I, da Lei nº 11.284, de 2006,
§ 2º Os indicadores poderão ser utilizados para
será definido com base no custo médio do edital
fins de pontuação para definição da melhor pro-
por hectare e especificado no edital de licitação,
posta ou para fins de bonificação e deverão ter as
considerando os custos dos seguintes itens:
seguintes características:
I - inventário florestal;
I - ser objetivamente mensuráveis;
II - estudos preliminares contratados especifica-
II - relacionar-se a aspectos de responsabilidade
mente para compor o edital;
direta do concessionário; e
III - RAP e processo de licenciamento;
III - ter aplicabilidade e relevância para avaliar o
respectivo critério. IV - publicação e julgamento das propostas.
§ 3º Para cada indicador previsto no edital, serão § 1º Os custos relacionados às ações realizadas
definidos parâmetros para sua pontuação, pelo poder público e que, por sua natureza,
incluindo os valores mínimos aceitáveis para geram benefícios permanentes ao patrimônio
habilitação da proposta. público não comporão o custo do edital.
§ 4º Os editais de licitação deverão prever a fór- § 2º No cálculo do preço do custo de realização
mula precisa de cálculo da melhor oferta, com do edital para as unidades de manejo pequenas,
base nos indicadores a serem utilizados.
poderá ser aplicado fator de correção a ser deter-
§ 5º A metodologia de pontuação máxima deve- minado pelo Serviço Florestal Brasileiro.
rá ser montada de tal forma a garantir que:
§ 3º A forma e o prazo para o pagamento do
I - o peso de cada critério referido no art. 35 preço calculado sobre os custos de realização do
nunca seja menor que um ou maior que três; edital de licitação da concessão florestal da uni-
II - o peso de cada item, na definição do critério dade de manejo serão especificados no edital.
referido no inciso II do art. 35, nunca seja menor Art. 38. Em atendimento ao disposto no § 1º do
que um ou maior que três; art. 20 da Lei nº 11.284, de 2006, para unidades
III - o peso do critério técnica seja maior ou igual de manejo pequenas ou médias, poderão ser uti-
ao peso do critério preço. lizados resultados de inventários florestais de
áreas adjacentes ou com características florestais
§ 6º A utilização de indicadores terá pelo menos
semelhantes.
um dos seguintes objetivos:
Art. 39. Os parâmetros necessários para a defi-
I - eliminatório: que indica parâmetros mínimos a
nição do preço da concessão florestal federal,
serem atingidos para a qualificação do concor-
previstos no inciso II do art. 36 da Lei nº 11.284,
rente; de 2006, serão especificados no edital de licita-
II - classificatório: que indica parâmetros para a ção, observando os seguintes aspectos dos
pontuação no julgamento das propostas, durante produtos e serviços:
o processo licitatório; e I - unidades de medida;
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3 . A F L O R A 107
§ 2º A definição do preço mínimo da concessão Art. 43. Os bens reversíveis, que retornam ao
florestal no edital de licitação poderá ser feita a titular da floresta pública após a extinção da con-
partir de: cessão, serão definidos no edital de licitação e
deverão incluir pelo menos:
I - preços mínimos de cada produto ou serviço tal
como definido no caput; I - demarcação da unidade de manejo;
II - infra-estrutura de acesso;
II - estimativa de arrecadação anual total dos pro-
dutos e serviços; e III - cercas, aceiros e porteiras; e
IV - construções e instalações permanentes.
III - combinação dos dois métodos especificados
nos incisos I e II deste parágrafo.
CAPÍTULO VII
Art. 40. Nas concessões florestais federais, o DO CONTRATO DE CONCESSÃO
valor mínimo anual, definido no § 3º do art. 36 FLORESTAL FEDERAL
da Lei nº 11.284, de 2006, será de até trinta por
cento do preço anual vencedor do processo licita- Art. 44. Para os fins de aplicação do § 1º do art.
tório, calculado em função da estimativa de pro- 27 da Lei nº 11.284, de 2006, nas concessões
dução fixada no edital e os preços de produtos e florestais federais, são consideradas:
serviços contidos na proposta vencedora. I - inerentes ao manejo florestal as seguintes ati-
§ 1º O percentual aplicável para a definição do vidades:
valor mínimo será fixado no edital. a) planejamento e operações florestais, incluindo:
§ 2º O valor mínimo anual será fixado e expresso 1. inventário florestal;
no contrato de concessão em moeda corrente do
país, cabendo revisões e reajustes. 2. PMFS e planejamento operacional;
§ 3º O pagamento do valor mínimo anual será 3. construção e manutenção de vias de acesso e
compensado no preço da concessão florestal de ramais;
que trata o inciso II do art. 36 da Lei nº 11.284, 4. colheita e transporte de produtos florestais;
de 2006, desde que ocorra no mesmo ano. 5. silvicultura pós-colheita;
§ 4º O valor mínimo somente será exigível após a
6. monitoramento ambiental;
aprovação do PMFS pelo IBAMA, salvo quando o
atraso na aprovação for de responsabilidade do 7. proteção florestal;
concessionário.
II - subsidiárias ao manejo florestal as seguintes
Art. 41. O edital de licitação especificará prazo atividades:
máximo para o concessionário apresentar o PMFS
a) operações de apoio, incluindo:
ao órgão competente, após assinatura do contrato
de concessão, limitado ao máximo de doze meses. 1. segurança e vigilância;
Art. 42. O edital de licitação deverá prever a 2. manutenção de máquinas e infra-estrutura;
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3 . A F L O R A 109
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III - desconto no preço dos recursos florestais Florestal Brasileiro, nos termos do art. 67 da
auferidos da floresta pública. mesma lei.
3 . A F L O R A 111
112 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
por cento dessa área, ressalvadas as benfeitorias aplicável, informando-se ao Ministério Público
existentes na área urbana consolidada, à época com antecedência de trinta dias da respectiva
da solicitação da licença prévia ambiental. data.
§ 6º Não se aplicam as disposições deste artigo § 3º Na análise do plano ambiental de conserva-
às acumulações artificiais de água, inferiores a ção e uso de que trata este artigo, será ouvido o
cinco hectares de superfície, desde que não resul- respectivo comitê de bacia hidrográfica, quando
tantes do barramento ou represamento de cursos houver.
d’água e não localizadas em Área de Preservação § 4º O plano ambiental de conservação e uso
Permanente, à exceção daquelas destinadas ao poderá indicar áreas para implantação de pólos
abastecimento público.
turísticos e lazer no entorno do reservatório arti-
Art. 4º O empreendedor, no âmbito do procedi- ficial, que não poderão exceder a dez por cento
mento de licenciamento ambiental, deve elaborar da área total do seu entorno.
o plano ambiental de conservação e uso do
§ 5º As áreas previstas no parágrafo anterior
entorno de reservatório artificial em conformida-
somente poderão ser ocupadas respeitadas a
de com o termo de referência expedido pelo
legislação municipal, estadual e federal, e desde
órgão ambiental competente, para os reservató-
que a ocupação esteja devidamente licenciada
rios artificiais destinados à geração de energia e
pelo órgão ambiental competente.
abastecimento público.
Art. 5º Aos empreendimentos objeto de proces-
§ 1º Cabe ao órgão ambiental competente apro-
so de privatização, até a data de publicação desta
var o plano ambiental de conservação e uso do
resolução, aplicam-se às exigências ambientais
entorno dos reservatórios artificiais, considerando
vigentes à época da privatização, inclusive os cem
o plano de recursos hídricos, quando houver, sem
metros mínimos de Área de Preservação
prejuízo do procedimento de licenciamento
Permanente.
ambiental.
§ 2º A aprovação do plano ambiental de conser- Parágrafo único. Aos empreendimentos que dis-
vação e uso do entorno dos reservatórios artifi- põem de licença de operação aplicam-se as exi-
ciais deverá ser precedida da realização de con- gências nela contidas.
sulta pública, sob pena de nulidade do ato admi- Art. 6º Esta resolução entra em vigor na data de
nistrativo, na forma da Resolução CONAMA no sua publicação, incidindo, inclusive, sobre os pro-
09, de 3 de dezembro de 1987, naquilo que for cessos de licenciamento ambiental em andamento.
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3 . A F L O R A 113
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- a poluição das águas, solo e ar, pressuposto
CONAMA, no uso das competências que lhe são intrínseco ao reconhecimento e exercício do direi-
conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de to de propriedade, nos termos dos arts. 5º, caput
1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de (direito à vida) e inciso XXIII (função social da
6 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto propriedade), 170, VI, 186, II, e 225, todos da
nas leis nº 4.771, de 15 de setembro e 1965, Constituição Federal, bem como do art. 1.299, do
9.433, de 8 de janeiro de 1997, e o seu Regimento Código Civil, que obriga o proprietário e posseiro
Interno, e a respeitarem os regulamentos administrativos;
Considerando a função sócio-ambiental da pro- (Acrescentado(a) pelo(a) Resolução do CONAMA
priedade prevista nos arts. 5º, inciso XXIII, 170, nº 341, de 2003)
inciso VI, 182, § 2º, 186, inciso II e 225 da Considerando a função fundamental das dunas
Constituição e os princípios da prevenção, da pre- na dinâmica da zona costeira, no controle dos
caução e do poluidor-pagador; processos erosivos e na formação e recarga de
Considerando a necessidade de regulamentar aqüíferos. (Acrescentado(a) pelo(a) Resolução do
o art. 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de CONAMA nº 341, de 2003)
1965, no que concerne às Áreas de Preservação Considerando a excepcional beleza cênica e pai-
Permanente; sagística das dunas, e a importância da manuten-
Considerando as responsabilidades assumidas ção dos seus atributos para o turismo sustentá-
vel, resolve: (Acrescentado(a) pelo(a) Resolução
pelo Brasil por força da Convenção da Biodiver-
do CONAMA nº 341, de 2003)
sidade, de 1992, da Convenção Ramsar, de 1971
e da Convenção de Washington, de 1940, bem Art. 1º Constitui objeto da presente Resolução o
como os compromissos derivados da Declaração estabelecimento de parâmetros, definições e limi-
do Rio de Janeiro, de 1992; tes referentes às Áreas de Preservação
Permanente.
Considerando que as Áreas de Preservação
Permanente e outros espaços territoriais especial- Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, são ado-
mente protegidos, como instrumentos de relevante tadas as seguintes definições:
interesse ambiental, integram o desenvolvimento I - nível mais alto: nível alcançado por ocasião da
sustentável, objetivo das presentes e futuras gera- cheia sazonal do curso d’água perene ou intermi-
ções; tente;
Considerando a conveniência de regulamentar os II - nascente ou olho d’água: local onde aflora
arts. 2º e 3º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro naturalmente, mesmo que de forma intermitente,
de 1965, no que concerne às Áreas de Preser- a água subterrânea;
vação Permanente; (Acrescentado(a) pelo(a)
Resolução do CONAMA nº 341, de 2003) III - vereda: espaço brejoso ou encharcado, que
contém nascentes ou cabeceiras de cursos d’água,
Considerando ser dever do Poder Público e dos onde há ocorrência de solos hidromórficos, carac-
particulares preservar a biodiversidade, notada- terizado predominantemente por renques de
mente a flora, a fauna, os recursos hídricos, as buritis do brejo (Mauritia flexuosa) e outras for-
belezas naturais e o equilíbrio ecológico, evitando mas de vegetação típica;
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114 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
IV - morro: elevação do terreno com cota do topo por cento, aproximadamente seis graus e superfí-
em relação a base entre cinqüenta e trezentos cie superior a dez hectares, terminada de forma
metros e encostas com declividade superior a abrupta em escarpa, caracterizando-se a chapada
trinta por cento (aproximadamente dezessete por grandes superfícies a mais de seiscentos
graus) na linha de maior declividade; metros de altitude;
V - montanha: elevação do terreno com cota em XII - escarpa: rampa de terrenos com inclinação
relação a base superior a trezentos metros; igual ou superior a quarenta e cinco graus, que
VI - base de morro ou montanha: plano horizon- delimitam relevos de tabuleiros, chapadas e pla-
tal definido por planície ou superfície de lençol nalto, estando limitada no topo pela ruptura posi-
d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela tiva de declividade (linha de escarpa) e no sopé
cota da depressão mais baixa ao seu redor; por ruptura negativa de declividade, englobando
os depósitos de colúvio que localizam-se próximo
VII - linha de cumeada: linha que une os pontos
mais altos de uma seqüência de morros ou de ao sopé da escarpa;
montanhas, constituindo-se no divisor de águas; XIII - área urbana consolidada: aquela que aten-
VIII - restinga: depósito arenoso paralelo a linha de aos seguintes critérios:
da costa, de forma geralmente alongada, produ- a) definição legal pelo poder público;
zido por processos de sedimentação, onde se
encontram diferentes comunidades que recebem b) existência de, no mínimo, quatro dos seguintes
influência marinha, também consideradas comu- equipamentos de infra-estrutura urbana:
nidades edáficas por dependerem mais da natu-
1. malha viária com canalização de águas plu-
reza do substrato do que do clima. A cobertura
viais,
vegetal nas restingas ocorrem mosaico, e encon-
tra-se em praias, cordões arenosos, dunas e 2. rede de abastecimento de água;
depressões, apresentando, de acordo com o está-
gio sucessional, estrato herbáceo, arbustivos e 3. rede de esgoto;
arbóreo, este último mais interiorizado; 4. distribuição de energia elétrica e iluminação
IX - manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre pública ;
em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, 5. recolhimento de resíduos sólidos urbanos;
formado por vasas lodosas recentes ou arenosas,
às quais se associa, predominantemente, a vege- 6. tratamento de resíduos sólidos urbanos; e
tação natural conhecida como mangue, com c) densidade demográfica superior a cinco mil
influência flúvio-marinha, típica de solos limosos habitantes por km2.
de regiões estuarinas e com dispersão descontí-
Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente
nua ao longo da costa brasileira, entre os estados
a área situada:
do Amapá e Santa Catarina;
I - em faixa marginal, medida a partir do nível
X - duna: unidade geomorfológica de constituição
mais alto, em projeção horizontal, com largura
predominante arenosa, com aparência de cômoro
mínima, de:
ou colina, produzida pela ação dos ventos, situa-
da no litoral ou no interior do continente, poden- a) trinta metros, para o curso d’água com menos
do estar recoberta, ou não, por vegetação; de dez metros de largura;
XI - tabuleiro ou chapada: paisagem de topogra- b) cinqüenta metros, para o curso d’água com
fia plana, com declividade média inferior a dez dez a cinqüenta metros de largura;
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3 . A F L O R A 115
c) cem metros, para o curso d’água com cinqüen- a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos
ta a duzentos metros de largura; a partir da linha de preamar máxima;
d) duzentos metros, para o curso d’água com b) em qualquer localização ou extensão, quando
duzentos a seiscentos metros de largura; recoberta por vegetação com função fixadora de
dunas ou estabilizadora de mangues;
e) quinhentos metros, para o curso d’água com
mais de seiscentos metros de largura; X - em manguezal, em toda a sua extensão;
116 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
3 . A F L O R A 117
demais obras, planos, atividades ou projetos” de autônomo e prévio, e atendidos os requisitos pre-
utilidade pública e interesse social; resolve: vistos nesta resolução e noutras normas federais,
estaduais e municipais aplicáveis, bem como no
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Plano Diretor, Zoneamento Ecológico-Econômico
e Plano de Manejo das Unidades de Conservação,
Art. 1º Esta resolução define os casos excepcio- se existentes, nos seguintes casos:
nais em que o órgão ambiental competente pode
autorizar a intervenção ou supressão de vegeta- I - utilidade pública:
ção em Área de Preservação Permanente-APP a) as atividades de segurança nacional e proteção
para a implantação de obras, planos, atividades sanitária;
ou projetos de utilidade pública ou interesse b) as obras essenciais de infra-estrutura destina-
social, ou para a realização de ações considera- das aos serviços públicos de transporte, sanea-
das eventuais e de baixo impacto ambiental. mento e energia;
§ 1º É vedada a intervenção ou supressão de c) as atividades de pesquisa e extração de substân-
vegetação em APP de nascentes, veredas, man- cias minerais, outorgadas pela autoridade compe-
guezais e dunas originalmente providas de vege- tente, exceto areia, argila, saibro e cascalho;
tação, previstas nos incisos II, IV, X e XI do art. 3º
d) a implantação de área verde pública em área
da Resolução CONAMA nº 303, de 20 de março
urbana;
de 2002, salvo nos casos de utilidade pública dis-
postos no inciso I do art. 2º desta Resolução, e e) pesquisa arqueológica;
para acesso de pessoas e animais para obtenção
f) obras públicas para implantação de instalações
de água, nos termos do § 7º, do art. 4º, da Lei
necessárias à captação e condução de água e de
nº 4.771, de 15 de setembro de 1965.
efluentes tratados; e
§ 2º O disposto na alínea “c” do inciso I, do art.
g) implantação de instalações necessárias à cap-
2º desta resolução não se aplica para a interven-
tação e condução de água e de efluentes tratados
ção ou supressão de vegetação nas APP’s de
para projetos privados de aqüicultura, obedecidos
veredas, restingas, manguezais e dunas previstas
nos incisos IV, X e XI do art. 3º da Resolução os critérios e requisitos previstos nos §§ 1º e 2º
CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002. do art. 11, desta resolução.
118 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
c) a regularização fundiária sustentável de área menos de vinte mil habitantes, mediante anuên-
urbana; cia prévia do órgão ambiental estadual compe-
tente, fundamentada em parecer técnico.
d) as atividades de pesquisa e extração de areia,
argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autori- § 3º Independem de prévia autorização do órgão
dade competente; ambiental competente:
3 . A F L O R A 119
120 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
3 . A F L O R A 121
II - ocupações localizadas em área urbana decla- a) levantamento da sub-bacia em que estiver inse-
rada como Zona Especial de Interesse Social-ZEIS rida a APP, identificando passivos e fragilidades
no Plano Diretor ou outra legislação municipal; ambientais, restrições e potencialidades, unidades
de conservação, áreas de proteção de mananciais,
III - ocupação inserida em área urbana que aten- sejam águas superficiais ou subterrâneas;
da aos seguintes critérios:
b) caracterização físico-ambiental, social, cultural,
a) possuir no mínimo três dos seguintes itens de econômica e avaliação dos recursos e riscos
infra-estrutura urbana implantada: malha viária, ambientais, bem como da ocupação consolidada
captação de águas pluviais, esgotamento sanitá- existente na área;
rio, coleta de resíduos sólidos, rede de abasteci- c) especificação dos sistemas de infra-estrutura
mento de água, rede de distribuição de energia; urbana, saneamento básico, coleta e destinação
de resíduos sólidos, outros serviços e equipamen-
b) apresentar densidade demográfica superior a
tos públicos, áreas verdes com espaços livres e
cinqüenta habitantes por hectare;
vegetados com espécies nativas, que favoreçam a
IV - localização exclusivamente nas seguintes fai- infiltração de água de chuva e contribuam para a
xas de APP: recarga dos aqüíferos;
a) nas margens de cursos de água, e entorno de d) indicação das faixas ou áreas que, em função
lagos, lagoas e reservatórios artificiais, conforme dos condicionantes físicos ambientais, devam res-
incisos I e III, alínea “a”, do art. 3º da Resolução guardar as características típicas da APP, respeita-
CONAMA nº 303, de 2002, e no inciso I do art. das as faixas mínimas definidas nas alíneas “a” e
3º da Resolução CONAMA nº 302, de 2002, “c” do inciso IV deste artigo;
devendo ser respeitada faixas mínimas de 15
e) identificação das áreas consideradas de risco
metros para cursos de água de até 50 metros de
de inundações e de movimentos de massa rocho-
largura e faixas mínimas de 50 metros para os
demais; sa, tais como, deslizamento, queda e rolamento
de blocos, corrida de lama e outras definidas
b) em topo de morro e montanhas conforme inci- como de risco;
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122 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
3 . A F L O R A 123
sementes, castanhas e frutos, desde que eventual ciada das APP, subscrito pelo administrador prin-
e respeitada a legislação específica a respeito do cipal, com comprovação do cumprimento das
acesso a recursos genéticos; obrigações estabelecidas em cada licença ou
autorização expedida.
X - plantio de espécies nativas produtoras de frutos,
sementes, castanhas e outros produtos vegetais em Art. 13. As autorizações de intervenção ou
áreas alteradas, plantados junto ou de modo misto; supressão de vegetação em APP ainda não execu-
tadas deverão ser regularizadas junto ao órgão
XI - outras ações ou atividades similares, reco-
ambiental competente, nos termos desta resolu-
nhecidas como eventual e de baixo impacto
ção.
ambiental pelo conselho estadual de meio
ambiente. Art. 14. O não-cumprimento ao disposto nesta
Resolução sujeitará os infratores, entre outras, às
§ 1º Em todos os casos, incluindo os reconheci-
penalidades e sanções, respectivamente, previs-
dos pelo conselho estadual de meio ambiente, a
tas na Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 e
intervenção ou supressão eventual e de baixo
no Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999.
impacto ambiental de vegetação em APP não
poderá comprometer as funções ambientais des- Art. 15. O órgão licenciador deverá cadastrar no
tes espaços, especialmente: Sistema Nacional de Informação de Meio Ambiente-
I - a estabilidade das encostas e margens dos cor- SINIMA as informações sobre licenças concedidas
pos de água; para as obras, planos e atividades enquadradas
como de utilidade pública ou de interesse social.
II - os corredores de fauna;
§ 1º O CONAMA criará, até o primeiro ano de
III - a drenagem e os cursos de água intermitentes; vigência desta resolução, Grupo de Trabalho no
âmbito da Câmara Técnica de Gestão Territorial e
IV - a manutenção da biota;
Biomas para monitoramento e análise dos efeitos
V - a regeneração e a manutenção da vegetação desta resolução.
nativa; e
§ 2º O relatório do Grupo de Trabalho referido no
VI - a qualidade das águas. parágrafo anterior integrará o Relatório de Qua-
lidade Ambiental de que tratam os incisos VII, X e
§ 2º A intervenção ou supressão, eventual e de XI do art. 9º da Lei nº 6.938 de 1981.
baixo impacto ambiental, da vegetação em APP
não pode, em qualquer caso, exceder ao percen- Art. 16. As exigências e deveres previstos nesta
tual de 5% (cinco por cento) da APP impactada Resolução caracterizam obrigações de relevante
localizada na posse ou propriedade. interesse ambiental.
§ 3º O órgão ambiental competente poderá exi- Art. 17. O CONAMA deverá criar Grupo de
gir, quando entender necessário, que o requeren- Trabalho para no prazo de um ano, apresentar
te comprove, mediante estudos técnicos, a inexis- proposta para regulamentar a metodologia de
tência de alternativa técnica e locacional à inter- recuperação das APP.
venção ou supressão proposta.
Art. 18. Esta resolução entra em vigor na data
SEÇÃO VI de sua publicação.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 12. Nas hipóteses em que o licenciamento
depender de EIA/RIMA, o empreendedor apre-
sentará, até 31 de março de cada ano, relatório
anual detalhado, com a delimitação georreferen-
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124 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- a) dois mil hectares em imóveis rurais localizados
CONAMA, no uso de suas competências previs- na Amazônia Legal;
tas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de b) mil hectares em imóveis rurais localizados nas
julho de 1990, e tendo em vista o disposto em demais regiões do país;
seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 168,
IV - supressão de florestas e formações sucesso-
de 10 de junho de 2005; e
ras em obras ou atividades potencialmente polui-
Considerando a necessidade de se definir quais doras licenciadas pelo IBAMA;
são os empreendimentos potencialmente causa-
dores de impacto ambiental nacional ou regional V - manejo florestal em área superior a cinqüen-
para fins do disposto no inciso III, § 1º, do art. 19 ta mil hectares.
da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965,
alterado pelo art. 83 da Lei nº 11.284, de 2 de Parágrafo único. A exploração de florestas e for-
março de 2006, que estabelece as competências mações sucessoras deverá respeitar as regras e
dos entes federados para autorizar a exploração limites dispostos em normas específicas para o
de florestas e formações sucessoras, resolve: bioma.
Art. 1º Para fins do disposto no inciso III, § 1º, Art. 2º Os entes federados poderão celebrar ins-
art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de trumentos de cooperação para exercerem as
1965, com redação dada pelo art. 83 da Lei competências previstas no art. 19 da Lei nº 4.771,
nº 11.284, de 2 de março de 2006, compete ao
de 1965, com redação dada pelo art. 83 da Lei
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
nº 11.284, de 2006.
Recursos Naturais Renováveis-IBAMA a aprova-
ção dos seguintes empreendimentos: Art. 3º A autorização para manejo ou supressão
de florestas e formações sucessoras em zona de
I - exploração de florestas e formações sucessoras
que envolvam manejo ou supressão de espécies amortecimento de unidade de conservação e nas
enquadradas no Anexo II da Convenção sobre Áreas de Proteção Ambiental-APAs somente
Comércio Internacional das Espécies da Flora e poderá ser concedida pelo órgão competente
Fauna Selvagens em Perigo de Extinção-CITES, mediante prévia manifestação do órgão respon-
promulgada pelo Decreto nº 76.623, de 17 de sável por sua administração.
novembro de 1975, com texto aprovado pelo Parágrafo único. O órgão ambiental responsável
Decreto Legislativo nº 54, de 24 de junho de pela administração da unidade de conservação
1975; deverá manifestar-se no prazo máximo de trinta
II - exploração de florestas e formações sucesso- dias a partir da solicitação do órgão responsável
ras que envolvam manejo ou supressão de flores- pela autorização.
tas e formações sucessoras em imóveis rurais que
Art. 4º A autorização para exploração de flores-
abranjam dois ou mais Estados;
tas e formações sucessoras que envolva manejo
III - supressão de florestas e outras formas de ou supressão de florestas e formações sucessoras
vegetação nativa em área maior que: em imóveis rurais numa faixa de dez quilômetros
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3 . A F L O R A 125
no entorno de terra indígena demarcada deverá Art. 5º Aplicam-se a esta resolução, no que cou-
ser precedida de informação georreferenciada à ber, as disposições da Resolução CONAMA
Fundação Nacional do Índio-FUNAI, exceto no nº 237, de 19 de dezembro de 1997.
caso da pequena propriedade rural ou posse rural
Art. 6º Esta resolução entra em vigor na data de
familiar, definidas no art. 1º, § 2º, inciso I da Lei
sua publicação.
nº 4.771, de 1965.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE- no prazo máximo de cento e oitenta dias, obser-
CONAMA, no uso de suas competências previs- vadas as normas florestais vigentes e, em espe-
tas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, cial:
regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 6 de
I - autorizações de Plano de Manejo Florestal
julho de 1990, e tendo em vista o disposto em
Sustentável PMFS, sua localização georreferen-
seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 168,
ciada e os resultados das vistorias técnicas;
de 10 de junho de 2005; e
Considerando a necessidade de integrar a atua- II - autorizações para a supressão da vegetação
ção dos órgãos do Sistema Nacional do Meio arbórea natural para uso alternativo do solo cuja
Ambiente-SISNAMA na execução da Política área deverá estar georreferenciada, nos termos
Florestal do país; da legislação em vigor, bem como a localização
do imóvel, das áreas de preservação permanente
Considerando a necessidade de regulamentar os e da reserva legal;
procedimentos e critérios de padronização e inte-
gração de sistemas, instrumentos e documentos III - Plano Integrado Floresta e Indústria-PIFI ou
de controle, transporte e armazenamento de pro- documento similar;
dutos e subprodutos florestais pela União,
Estados e Distrito Federal, especialmente para efi- IV - reposição florestal no que se refere a:
ciência dos procedimentos de fiscalização a) operações de concessão, transferência e com-
ambiental; pensação de créditos;
Considerando as disposições das Leis nos 4.771, b) apuração e compensação de débitos;
de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de
agosto de 1981, e 11.284, de 2 de março de V - documento para o transporte e armazena-
2006; mento de produtos e subprodutos florestais de
origem nativa;
Considerando, ainda, o disposto na Lei
nº 10.650, de 16 de abril de 2003, que dispõe VI - informações referentes às aplicações de san-
sobre o acesso público aos dados e informações ções administrativas, na forma do art. 4º da Lei
existentes nos órgãos e entidades integrantes do nº 10.650, de 16 de abril de 2003 e do 61-A do
SISNAMA, resolve: Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999,
Art. 1º Os órgãos integrantes do Sistema incluindo a tramitação dos respectivos processos
Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA disponibi- administrativos, bem como os dados constantes
lizarão na Rede Mundial de Computadores – dos relatórios de monitoramento, controle e fisca-
Internet as informações sobre a gestão florestal, lização das atividades florestais;
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126 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
3 . A F L O R A 127
se-á no prazo de até cento e oitenta dias a partir armazenamento de produtos e subprodutos flo-
da data de publicação desta resolução. restais de origem nativa observarão, no mínimo,
as seguintes diretrizes:
§ 2º Os sistemas eletrônicos e os modelos de
documentos para controle do transporte e arma- I - garantia do controle da origem, destino e res-
zenamento de produtos e subprodutos florestais pectivas transformações industriais dos produtos
de origem nativa serão cadastrados junto ao e subprodutos florestais de origem nativa;
IBAMA. II - garantia do acesso aos usuários, União,
Art. 4º O Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA Estados, Municípios e Distrito Federal e ao públi-
manterão atualizado um portal na internet, que co em geral às informações por meio da internet;
integre e disponibilize as informações sobre o III - geração, emissão e controle dos documentos
controle da atividade florestal, para atendimento por meio de sistema eletrônico e informatizado;
do disposto na legislação ambiental, em especial
as que tratem do fluxo interestadual de produtos IV - emissão, uso e conteúdo de responsabilidade
e subprodutos florestais. do usuário;
128 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
ANEXO
Identificação da instituição emissora do documento de transporte
A) Dados do emissor
1 - Emissor/Remetente/Vendedor 2 - CTF/CTE
3 - Endereço
4 - Bairro 5 - Município
A) Dados do emissor: refere-se a todos os dados de quem está emitindo o documento de transporte.
1. Emissor: nome da pessoa física ou jurídica responsável pela emissão do documento de transporte.
Usualmente é quem está vendendo o produto ou remetendo para o destinatário;
2. CTF: número de registro do Emissor no Cadastro Técnico Federal e CTE: número de registro do
Emissor no Cadastro Técnico Estadual;
3. Endereço: endereço completo do Emissor (ex. sede da empresa).
4. Bairro: complemento do endereço do Emissor.
5. Município: município onde está localizado o Emissor.
B) Dados da origem do produto transportado
6 - Origem 7 - Coordenadas
8 - Endereço
9 - Bairro 10 - Município
11 - Roteiro de Acesso
12 - Autorização 13 - Tipo
3 . A F L O R A 129
18 - Receptor/Destinatário/Comprador 19 - CTF/CTE
20 - Endereço
21 - Bairro 22 - Município
D) Dados do receptor: refere-se aos dados de quem vai receber o produto transportado. Normalmente
o comprador:
18. Receptor/Destinatário/Comprador: nome do receptor do produto (pessoa física ou jurídica).
19. CTF: número de registro do Receptor no Cadastro Técnico Federal e CTE: número de registro do
Receptor no Cadastro Técnico Estadual.
20. Endereço: endereço completo do Receptor (por exemplo, sede da empresa).
21. Bairro: complemento do endereço do Receptor.
22. Município: município onde se localiza o Receptor.
E) Dados do destino do produto florestal
23 - Destino 24 - Coordenadas
25 - Endereço
26 - Bairro 27 - Município
28 - Roteiro de Acesso
E) Dados do destino do produto florestal:
23. Destino: local onde o produto ou subproduto florestal será entregue.
24. Coordenadas: coordenadas do destino.
25. Endereço: endereço completo do destino.
26. Bairro: complemento do endereço do destino.
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130 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
35 - Código de controle
Código de Barra
F) Dados complementares:
29. Meio de transporte: tipo de veículo utilizado no transporte do produto florestal.
30. Placa/Registro: identificação do veículo (Ex. placa para carros, registro para embarcação).
31. No Doc. Fiscal: número do documento fiscal que acompanha o produto florestal.
32. Data de emissão: data de emissão do documento de transporte.
33. Data de validade: data de validade do documento de transporte (definido pelo órgão que emitir o
documento).
34. Rota de transporte: rota lógica de transporte entre ponto de origem e de destino.
35. Código de controle: código emitido pelo sistema (acompanha um código de barras).
36. Para uso da Fiscalização: campo de observações da fiscalização.
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4. ÁGUAS
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4 . Á G U A S 133
134 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são pla- I - assegurar às águas qualidade compatível com
nos de longo prazo, com horizonte de planeja- os usos mais exigentes a que forem destinadas;
mento compatível com o período de implantação II - diminuir os custos de combate à poluição das
de seus programas e projetos e terão o seguinte águas, mediante ações preventivas permanentes.
conteúdo mínimo:
Art. 10. As classes de corpos de água serão esta-
I - diagnóstico da situação atual dos recursos belecidas pela legislação ambiental.
hídricos;
SEÇÃO III
II - análise de alternativas de crescimento demo- DA OUTORGA DE DIREITOS DE
gráfico, de evolução de atividades produtivas e USO DE RECURSOS HÍDRICOS
de modificações dos padrões de ocupação do solo;
Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso
III - balanço entre disponibilidades e demandas
de recursos hídricos tem como objetivos assegu-
futuras dos recursos hídricos, em quantidade e
rar o controle quantitativo e qualitativo dos usos
qualidade, com identificação de conflitos poten-
ciais; da água e o efetivo exercício dos direitos de aces-
so à água.
IV - metas de racionalização de uso, aumento da
quantidade e melhoria da qualidade dos recursos Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder
hídricos disponíveis; Público os direitos dos seguintes usos de recursos
hídricos:
V - medidas a serem tomadas, programas a serem
desenvolvidos e projetos a serem implantados, I - derivação ou captação de parcela da água
para o atendimento das metas previstas; existente em um corpo de água para consumo
final, inclusive abastecimento público, ou insumo
VI - (VETADO)
de processo produtivo;
VII - (VETADO)
II - extração de água de aqüífero subterrâneo
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso para consumo final ou insumo de processo pro-
de recursos hídricos; dutivo;
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4 . Á G U A S 135
III - lançamento em corpo de água de esgotos e Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos
demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmen-
não, com o fim de sua diluição, transporte ou te, em definitivo ou por prazo determinado, nas
disposição final; seguintes circunstâncias:
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; I - não cumprimento pelo outorgado dos termos
da outorga;
V - outros usos que alterem o regime, a quantida-
de ou a qualidade da água existente em um II - ausência de uso por três anos consecutivos;
corpo de água. III - necessidade premente de água para atender
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, a situações de calamidade, inclusive as decorren-
conforme definido em regulamento: tes de condições climáticas adversas;
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de
para fins de geração de energia elétrica estará recursos hídricos far-se-á por prazo não exceden-
subordinada ao Plano Nacional de Recursos te a trinta e cinco anos, renovável.
Hídricos, aprovado na forma do disposto no inci- Art. 17. (VETADO)
so VIII do art. 35 desta lei, obedecida a disciplina
Art. 18. A outorga não implica a alienação par-
da legislação setorial específica. cial das águas, que são inalienáveis, mas o sim-
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às ples direito de seu uso.
prioridades de uso estabelecidas nos Planos de
Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em
que o corpo de água estiver enquadrado e a SEÇÃO IV
manutenção de condições adequadas ao trans- DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS
porte aquaviário, quando for o caso. Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos objetiva:
hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes. I - reconhecer a água como bem econômico e dar
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da auto- ao usuário uma indicação de seu real valor;
ridade competente do Poder Executivo Federal, II - incentivar a racionalização do uso da água;
dos Estados ou do Distrito Federal.
III - obter recursos financeiros para o financia-
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar mento dos programas e intervenções contempla-
aos Estados e ao Distrito Federal competência dos nos planos de recursos hídricos.
para conceder outorga de direito de uso de recur-
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos
so hídrico de domínio da União.
hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12
§ 2º (VETADO) desta lei.
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136 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
4 . Á G U A S 137
II - outorgar os direitos de uso de recursos hídri- I - coordenar a gestão integrada das águas;
cos, e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua
esfera de competência; II - arbitrar administrativamente os conflitos rela-
cionados com os recursos hídricos;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações
sobre Recursos Hídricos, em âmbito nacional; III - implementar a Política Nacional de Recursos
Hídricos;
IV - promover a integração da gestão de recursos
hídricos com a gestão ambiental. IV - planejar, regular e controlar o uso, a preser-
vação e a recuperação dos recursos hídricos;
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indi-
cará, por decreto, a autoridade responsável pela V - promover a cobrança pelo uso de recursos
efetivação de outorgas de direito de uso dos hídricos.
recursos hídricos sob domínio da União. Art. 33. Integram o Sistema Nacional de
Art. 30. Na implementação da Política Nacional Gerenciamento de Recursos Hídricos:
de Recursos Hídricos, cabe aos Poderes I - o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
Executivos Estaduais e do Distrito Federal, na sua
I-A. - a Agência Nacional de Águas;
esfera de competência:
II - os Conselhos de Recursos Hídricos dos
I - outorgar os direitos de uso de recursos hídri-
Estados e do Distrito Federal;
cos e regulamentar e fiscalizar os seus usos;
III - os Comitês de Bacia Hidrográfica;
II - realizar o controle técnico das obras de oferta
hídrica; IV - os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais,
do Distrito Federal e municipais cujas competências se
III - implantar e gerir o Sistema de Informações relacionem com a gestão de recursos hídricos;
sobre Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do
Distrito Federal; V - as Agências de Água. (Redação dada pela Lei
nº 9.984, de 2000)
IV - promover a integração da gestão de recursos
hídricos com a gestão ambiental.
CAPÍTULO II
Art. 31. Na implementação da Política Nacional DO CONSELHO NACIONAL DE
de Recursos Hídricos, os Poderes Executivos do RECURSOS HÍDRICOS
Distrito Federal e dos municípios promoverão a
Art. 34. O Conselho Nacional de Recursos
integração das políticas locais de saneamento
Hídricos é composto por:
básico, de uso, ocupação e conservação do solo e
de meio ambiente com as políticas federal e esta- I - representantes dos ministérios e secretarias da
duais de recursos hídricos. Presidência da República com atuação no geren-
ciamento ou no uso de recursos hídricos;
TÍTULO II II - representantes indicados pelos Conselhos
DO SISTEMA NACIONAL DE Estaduais de Recursos Hídricos;
GERENCIAMENTO DE RECURSOS III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;
HÍDRICOS IV - representantes das organizações civis de
CAPÍTULO I recursos hídricos.
DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO Parágrafo único. O número de representantes do
Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Poder Executivo Federal não poderá ceder à
Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os metade mais um do total dos membros do
seguintes objetivos: Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
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Art. 35. Compete ao Conselho Nacional de II - um secretário executivo, que será o titular do
Recursos Hídricos: órgão integrante da estrutura do Ministério do
I - promover a articulação do planejamento de Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
recursos hídricos com os planejamentos nacional, Amazônia Legal, responsável pela gestão dos
regional, estaduais e dos setores usuários; recursos hídricos.
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos
direitos de uso de recursos hídricos e para a Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações,
cobrança por seu uso. derivações, captações e lançamentos de pouca
expressão, para efeito de isenção da obrigatorie-
Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos dade de outorga de direitos de uso de recursos
Hídricos será gerido por: hídricos, de acordo com os domínios destes;
I - um presidente, que será o ministro titular do VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos uso de recursos hídricos e sugerir os valores a
Hídricos e da Amazônia Legal; serem cobrados;
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VII - celebrar convênios e contratar financiamentos III - instruir os expedientes provenientes dos
e serviços para a execução de suas competências; Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos
Comitês de Bacia Hidrográfica;
VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e sub-
IV - coordenar o Sistema de Informações sobre
metê-la à apreciação do respectivo ou respectivos
Recursos Hídricos;
Comitês de Bacia Hidrográfica;
V - elaborar seu programa de trabalho e respectiva
IX - promover os estudos necessários para a gestão
proposta orçamentária anual e submetê-los à apro-
dos recursos hídricos em sua área de atuação;
vação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para V - elaborar seu programa de trabalho e respecti-
apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica; va proposta orçamentária anual e submetê-los à
XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês aprovação do Conselho Nacional de Recursos
de Bacia Hidrográfica: Hídricos.
a) o enquadramento dos corpos de água nas clas- CAPÍTULO VI
ses de uso, para encaminhamento ao respectivo DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE
Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de RECURSOS HÍDRICOS
Recursos Hídricos, de acordo com o domínio des-
tes; Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta
Lei, organizações civis de recursos hídricos:
b) os valores a serem cobrados pelo uso de recur-
sos hídricos; I - consórcios e associações intermunicipais de
bacias hidrográficas;
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados
com a cobrança pelo uso de recursos hídricos; II - associações regionais, locais ou setoriais de
usuários de recursos hídricos;
d) o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de
interesse comum ou coletivo. III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa
com interesse na área de recursos hídricos;
IV - organizações não-governamentais com obje-
CAPÍTULO V tivos de defesa de interesses difusos e coletivos
DA SECRETARIA EXECUTIVA DO CONSELHO da sociedade;
NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS V - outras organizações reconhecidas pelo
Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Conselho Nacional ou pelos Conselhos Estaduais
Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo de Recursos Hídricos.
órgão integrante da estrutura do Ministério do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de
Amazônia Legal, responsável pela gestão dos Recursos Hídricos, as organizações civis de recur-
recursos hídricos. sos hídricos devem ser legalmente constituídas.
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Art 1º Esta lei cria a Agência Nacional de Águas- I - supervisionar, controlar e avaliar as ações e ati-
vidades decorrentes do cumprimento da legisla-
ANA, entidade federal de implementação da
ção federal pertinente aos recursos hídricos;
Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante
do Sistema Nacional de Gerenciamento de II - disciplinar, em caráter normativo, a implemen-
Recursos Hídricos, estabelecendo regras para a tação, a operacionalização, o controle e a avalia-
sua atuação, sua estrutura administrativa e suas ção dos instrumentos da Política Nacional de
fontes de recursos. Recursos Hídricos;
III - (VETADO)
CAPÍTULO II
DA CRIAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA E IV - outorgar, por intermédio de autorização, o
COMPETÊNCIA DA AGÊNCIA NACIONAL direito de uso do recursos hídricos em corpos de
DE ÁGUAS-ANA água de domínio da União, observado o disposto
nos arts. 5º, 6º, 7º e 8º;
Art 2º Compete ao Conselho Nacional de
Recursos Hídricos promover a articulação dos pla- V - fiscalizar os usos de recursos hídricos nos
nejamentos nacional, regionais, estaduais e dos corpos de água de domínio da União;
setores usuários elaborados pelas entidades que VI - elaborar estudos técnicos para subsidiar a
integram o Sistema Nacional de Gerenciamento definição, pelo Conselho Nacional de Recursos
de Recursos Hídricos e formular a Política Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso
Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei de recursos hídricos de domínio da União, com
nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. base nos mecanismos e quantitativos sugeridos
Art 3º Fica criada a ANA, autarquia sob regime pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do
especial, com autonomia administrativa e finan- inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997;
ceira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, VII - estimular e apoiar as iniciativas voltadas
com a finalidade de implementar, em sua esfera para a criação de Comitês de Bacia Hidrográfica;
de atribuições, a Política Nacional de Recursos
Hídricos, integrando o Sistema Nacional de VIII - implementar, em articulação com os
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Comitês de Bacia Hidrográfica, a cobrança pelo
uso de recursos hídricos de domínio da União;
Parágrafo único. A ANA terá sede e foro no
Distrito Federal, podendo instalar unidades admi- IX - arrecadar, distribuir e aplicar receitas auferidas
nistrativas regionais. por intermédio da cobrança pelo uso de recursos
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hídricos de domínio da União, na forma do dis- lidado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
posto no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997. 2001)
X - planejar e promover ações destinadas a pre- § 1º Na execução das competências a que se
venir ou minimizar os efeitos de secas e inunda- refere o inciso II deste artigo, serão considerados,
ções, no âmbito do Sistema Nacional de nos casos de bacia hidrográficas compartilhadas
Gerenciamento de Recursos Hídricos, em articula- com outros países, os respectivos acordos e tratados.
ção com o órgão central do Sistema Nacional de § 2º As ações a que se refere o inciso X deste artigo,
Defesa Civil, em apoio aos Estados e Municípios; quando envolverem a aplicação de racionamentos
XI - promover a elaboração de estudos para sub- preventivos, somente poderão ser promovidas
sidiar a aplicação de recursos financeiros da mediante a observância de critérios a serem defi-
União em obras e serviços de regularização de nidos em decreto do Presidente da República.
cursos de água, de alocação e distribuição de § 3º Para os fins do disposto no inciso XII deste
água, e de controle da poluição hídrica, em con- artigo, a definição de condições de operação de
sonância com o estabelecido nos planos de recur- reservatórios de aproveitamentos hidrelétricos
sos hídricos; será efetuada em articulação com o Operador
XII - definir e fiscalizar as condições de operação nacional do Sistema Elétrico-ONS.
de reservatórios por agentes públicos e privados, § 4º A ANA poderá delegar ou atribuir a agências
visando a garantir o uso múltiplo dos recursos de água ou de bacia hidrográfica a execução de
hídricos, conforme estabelecido nos planos de atividades de sua competência, nos termos do
recursos hídricos das respectivas bacias hidrográ- art. 44 da Lei nº 9.433, de 1997, e demais dispo-
ficas; sitivos legais aplicáveis.
XIII - promover a coordenação das atividades § 5º (VETADO)
desenvolvidas no âmbito da rede hidrometeroló- § 6º A aplicação das receitas de que trata o inci-
gica nacional, em articulação com órgãos e enti- so IX será feita de forma descentralizada, por
dades públicas ou privadas que a integram, ou meio das agências de que trata o Capítulo IV do
que dela sejam usuárias; Título II da Lei nº 9.433, de 1997, e, na ausência
ou impedimento destas, por outras entidades per-
XIV - organizar, implantar e gerir o Sistema tencentes ao Sistema Nacional de Gerenciamento
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos; de Recursos Hídricos.
XV - estimular a pesquisa e a capacitação de § 7º Nos atos administrativos de outorga de direi-
recursos humanos para a gestão de recursos to de uso de recurso hídricos de cursos de água
hídricos; que banham o semi-árido nordestino, expedidos
nos termos do inciso IV deste artigo, deverão
XVI - prestar apoio aos Estados na criação de
constar, explicitamente, as restrições decorrentes
órgãos gestores de recursos hídricos;
dos incisos III e V do art. 15 da Lei nº 9.433, de
XVII - propor ao Conselho Nacional de recursos 1997.
Hídricos o estabelecimento de incentivos, inclusi- Art 5º Nas outorgas de direito de uso de recursos
ve financeiros, à conservação qualitativa e quan- hídricos de domínio da União, serão respeitados
titativa de recursos hídricos. os seguintes limites de prazos, contados da data
XVIII - participar da elaboração do Plano de publicação dos respectivos atos administrativos
Nacional de Recursos Hídricos e supervisionar a de autorização:
sua implementação. (Acrescentado(a) pelo(a) I - até dois anos, para início da implantação do
Medida Provisória nº 2.049-21, de 2000 e conva- empreendimento objeto da outorga;
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4 . Á G U A S 145
II - até seis anos, para conclusão da implantação de Energia Elétrica-ANEEL deverá promover, junto
do empreendimento projetado; à ANA, a prévia obtenção de declaração de reser-
III - até trinta e cinco anos, para vigência da va de disponibilidade hídrica.
outorga de direito de uso. § 1º Quando o potencial hidráulico localizar-se
em corpo de água de domínio dos Estados ou do
§ 1º Os prazos de vigência das outorgas de direi-
Distrito Federal, a declaração de reserva de dispo-
to de uso de recursos hídricos serão fixados em nibilidade hídrica será obtida em articulação com
função da natureza e do porte do empreendimen- a respectiva entidade gestora de recursos hídri-
to, levando-se em consideração, quando for o cos.
caso, o período de retorno do investimento.
§ 2º A declaração de reserva de disponibilidade
§ 2º Os prazos a que se referem o incisos I e II hídrica será transformada automaticamente, pelo
poderão ser ampliados, quando o porte e a respectivo poder outorgante, em outorga de
importância social e econômica do empreendi- direito de uso de recursos hídricos à instituição
mento o justificar, ouvido o Conselho Nacional de ou empresa que receber da ANEEL a concessão
Recursos Hídricos. ou a autorização de uso do potencial de energia
hidráulica.
§ 3º O prazo de que trata o inciso III poderá ser
prorrogado, pela ANA, respeitando-se as prioridades § 3º A declaração de reserva de disponibilidade
hídrica obedecerá ao disposto no art. 13 da Lei
estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos.
nº 9.433, de 1997, e será fornecida em prazos a
§ 4º As outorgas de direito de uso de recursos serem regulamentados por decreto do Presidente
hídricos para concessionárias e autorizadas de da República.
serviços públicos e de geração de energia hidre- Art 8º A ANA dará publicidade aos pedidos de
létrica vigorarão por prazos coincidentes com os outorga de direito de uso de recursos hídricos de
dos correspondentes contratos de concessão ou domínio da União, bem como aos atos adminis-
ato administrativo de autorização. trativos que deles resultarem, por meio de publi-
cação na imprensa oficial e em pelo menos um
Art. 6º A ANA poderá emitir outorgas preventivas jornal de grande circulação na respectiva região.
de uso de recursos hídricos, com a finalidade de
declarar a disponibilidade de água para os usos CAPÍTULO III
requeridos, observado o disposto no art. 13 da Lei DA ESTRUTURA ORGÂNICA DA ANA
nº 9.433, de 1997.
Art 9º A ANA será dirigida por uma Diretoria
§ 1º A outorga preventiva não confere direito de Colegiada, composta por cinco membros, nomea-
uso de recursos hídricos e se destina a reservar a dos pelo Presidente da República, com mandatos
vazão passível de outorga, possibilitando, aos não coincidentes de quatro anos, admitida uma
investidores, o planejamento de empreendimen- única recondução consecutiva, e contará com
tos que necessitem desses recursos. uma Procuradoria.
§ 2º O prazo de validade da outorga preventiva § 1º O diretor-presidente da ANA será escolhido
será fixado levando-se em conta a complexidade pelo Presidente da República entre os membros da
do planejamento do empreendimento, limitando- Diretoria Colegiada, e investido na função por quatro
se ao máximo de três anos, findo o qual será con- anos ou pelo prazo que restar de seu mandato.
siderado o disposto nos incisos I e II do art. 5º.
§ 2º Em caso de vaga no curso do mandato, este
Art 7º Para licitar a concessão ou autorizar o uso será completado por sucessor investido na forma
de potencial de energia hidráulica em corpo de prevista no caput, que o exercerá pelo prazo
água de domínio da União, a Agência Nacional remanescente.
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Art 10. A exoneração imotivada de dirigentes da IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas
ANA só poderá ocorrer nos quatros meses iniciais ao Sistema Nacional de Gerenciamento de
dos respectivos mandatos. Recursos Hídricos;
§ 1º Após o prazo a que se refere o caput, os diri- V - examinar e decidir sobre pedidos de outorga
gentes da ANA somente perderão o mandato em de direito de uso de recursos hídricos de domínio
decorrência de renúncia, de condenação judicial da União;
transitada em julgado, ou de decisão definitiva
VI - elaborar e divulgar relatórios sobre as ativi-
em processo administrativo disciplinar.
dades da ANA;
§ 2º Sem prejuízo do que prevêem as legislações
VII - encaminhar os demonstrativos contábeis da
penal e relativa à punição de atos de improbida-
ANA aos órgãos competentes;
de administrativa no serviço público, será causa
da perda do mandato a inobservância, por qual- VII - decidir pela venda, cessão ou aluguel de
quer um dos dirigentes da ANA, dos deveres e bens integrantes do patrimônio da ANA; e
proibições inerentes ao cargo que ocupa.
IX - conhecer e julgar pedidos de reconsideração
§ 3º Para os fins do disposto no § 2º, cabe ao de decisões de componentes da Diretoria da
Ministro de Estado do Meio Ambiente instaurar o ANA.
processo administrativo disciplinar, que será con-
§ 1º A Diretoria deliberará por maioria simples de
duzido por comissão especial, competindo ao
Presidente da República determinar o afastamen- votos, e se reunirá com a presença de, pelo
to preventivo, quando for o caso, e proferir o jul- menos, três diretores, entre eles o diretor-presi-
gamento. dente ou seu substituto legal.
Art 11. Aos dirigentes da ANA é vedado o exer- § 2º As decisões relacionadas com as competên-
cício de qualquer outra atividade profissional, cias institucionais da ANA, previstas no art. 3º,
empresarial, sindical ou de direção político-parti- serão tomadas de forma colegiada.
dária. Art 13. Compete ao diretor-presidente:
§ 1º É vedado aos dirigentes da ANA, conforme I - exercer a representação legal da ANA;
dispuser o seu regimento interno, ter interesse
direto ou indireto em empresa relacionada com o II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada;
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos III - cumprir e fazer cumprir as decisões da
Hídricos.
Diretoria Colegiada;
§ 2º A vedação de que trata o caput não se apli-
IV - decidir ad referendum da Diretoria Colegiada
ca aos casos de atividades profissionais decorren-
tes de vínculos contratuais mantidos com entida- as questões de urgência;
des públicas ou privadas de ensino e pesquisa. V - decidir, em caso de empate, nas deliberações
Art 12. Compete à Diretoria Colegiada: da Diretoria Colegiada;
4 . Á G U A S 147
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4 . Á G U A S 149
Art 24. A Consultoria Jurídica do Ministério do nadas à produção de energia elétrica, ou que
Meio Ambiente e a Advocacia Geral da União tenham área invalidas por água dos respectivos
prestarão à ANA, no âmbito de suas competên- reservatórios, e a órgãos da administração direta
cias, a assistência jurídica necessária, até que seja da União.” (NR)
provido o cargo de Procurador da autarquia.
“§ 1º Da compensação financeira de que trata o
Art 25. O Poder Executivo implementará a caput“ (AC)
descentralização das atividades de operação e
manutenção de reservatórios, canais e adutoras “I - seis por cento do valor da energia produzida
de domínio da União, excetuada a infra-estrutura serão distribuídos entre os Estados, Municípios e
componente do Sistema Interligado Brasileiro, órgãos da administração direta da União, nos ter-
operado pelo Operador Nacional do Sistema mos do art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março
Elétrico-ONS. de 1990, com a redação dada por esta lei;”(AC)
Parágrafo único. Caberá à ANA a coordenação e “II - setenta e cinco centésimos por cento do
a supervisão do processo de descentralização de valor da energia produzida serão destinados ao
que trata este artigo. Ministério do Meio Ambiente, para aplicação na
implementação da Política Nacional de Recursos
Art 26. O Poder Executivo, no prazo de noventa Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento
dias, contado a partir da data de publicação de Recursos Hídricos, nos termos do art. 22 da Lei
desta Lei, por meio de decreto do Presidente da nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e do disposto
República, estabelecerá a estrutura regimental da nesta lei.” (AC)
ANA, determinando sua instalação.
“§ 2º A parcela a que se refere o inciso II do § 1º
Parágrafo único. O decreto a que se refere o constitui pagamento pelo uso de recursos hídricos
caput estabelecerá regras de caráter transitório, e será aplicada nos termos do art. 22 da Lei
para vigorarem na fase de implementação das nº 9.433, de 1997.” (AC)
atividades da ANA, por prazo não inferior a doze
Art 29. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março
e nem superior a vinte quatro meses, regulando a
de 1990, com a redação dada pela Lei nº 9.433,
emissão temporária, pela ANELL, das declarações
de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
de reserva de disponibilidade hídrica de que trata
o art. 7º. “Art. 1º A distribuição mensal da compensação
Art 27. A ANA promoverá a realização de con- financeira de que trata o inciso I do § 1º do art.
curso público para preenchimento das vagas 17 da Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, com
existentes no seu quadro de pessoal. a redação alterada por esta lei, será feita da
seguinte forma:” (NR)
Art 28. O art. 17 da Lei nº 9.648, de 27 de maio
de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação: “I - quarenta e cinco por cento aos Estados;”
“Art. 17. A compensação financeira pela utiliza- “II - quarenta e cinco por cento aos Municípios;”
ção de recursos hídricos de que trata a Lei “III - quatro inteiros e quatro décimos por cento
nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, será de ao Ministério do meio Ambiente;” (NR)
seis inteiros e setenta e cinco centésimos por “IV - três inteiros e seis décimos por cento ao
cento sobre o valor da energia elétrica produzida, Ministério de Minas e Energia;” (NR)
a ser paga por titular de concessão ou autoriza-
ção para exploração de potencial hidráulico aos “V - dois por cento ao Ministério da Ciência e
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios em Tecnologia.”
cujos territórios se localizarem instalações desti- § 1º Na distribuição da compensação financeira,
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150 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
o Distrito Federal receberá o montante correspon- “IV - os órgão dos poderes públicos federal, esta-
dente às parcelas de Estado e de Municípios.” duais, do Distrito Federal e municipais cujas com-
“§ 2º Nas usinas hidrelétricas beneficiadas por petências se relacionem com a gestão de recurso
reservatórios de montante, o acréscimo de ener- hídricos;” (NR)
gia por eles propiciado será considerado como “V - as Agências de Água.”
geração associada a este reservatórios regulariza-
dores, competindo à ANEEL efetuar a avaliação Art 31. O inciso IX do art. 35 da Lei nº 9.433, de
correspondente para determinar a proporção da 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
compensação financeira devida aos Estados,
“Art. 35 ............................................................
Distrito Federal e Municípios afetados por esse
reservatórios.” (NR) ........................................................................”
4 . Á G U A S 151
152 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
II - dois representantes de cada um dos seguintes II - dois, pelas instituições encarregadas da pres-
ministérios: tação de serviço público de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário;
a) da Integração Nacional;
III - dois, pelas concessionárias e autorizadas de
b) da Defesa; geração hidrelétrica;
c) do Desenvolvimento, Indústria e Comércio IV - dois, pelo setor hidroviário, sendo um indica-
Exterior; do pelo setor portuário;
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V - três, pela indústria, sendo um indicado pelo § 9º O regimento interno do Conselho Nacional
setor minerometalúrgico; e de Recursos Hídricos definirá a forma de partici-
pação de instituições diretamente interessadas
VI - um, pelos pescadores e usuários de recursos em assuntos que estejam sendo objeto de análi-
hídricos com finalidade de lazer e turismo. se pelo plenário.
§ 4º Os representantes referidos no inciso VII do Art. 3º Caberá à Secretaria de Recursos Hídricos
caput deste artigo, e seus suplentes, serão indica- do Ministério do Meio Ambiente, sem prejuízo
dos, respectivamente: das demais competências que lhe são conferidas,
I - dois, pelos comitês, consórcios e associações prover os serviços de Secretaria Executiva do
intermunicipais de bacias hidrográficas, sendo um Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
indicado pelos comitês de bacia hidrográfica e Art. 4º Compete à Secretaria Executiva do
outro pelos consórcios e associações intermunici- Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
pais;
I - prestar apoio administrativo, técnico e finan-
II - dois, por organizações técnicas de ensino e ceiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
pesquisa com interesse e atuação comprovada na
II - instruir os expedientes provenientes dos
área de recursos hídricos, com mais de cinco anos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos
de existência legal, sendo um indicado pelas Comitês de Bacia Hidrográfica; e
organizações técnicas e outro pelas entidades de
ensino e de pesquisa; e III - elaborar seu programa de trabalho e respec-
tiva proposta orçamentária anual e submetê-los à
III - dois, por organizações não-governamentais aprovação do Conselho Nacional de Recursos
com objetivos, interesses e atuação comprovada Hídricos.
na área de recursos hídricos, com mais de cinco
anos de existência legal. Art. 5º O Conselho Nacional de Recursos Hídri-
cos reunir-se á em caráter ordinário a cada seis
§ 5º Os representantes de que tratam os incisos meses, no Distrito Federal, e, extraordinariamente,
V, VI e VII do caput deste artigo serão designados sempre que convocado pelo presidente, por ini-
pelo Presidente do Conselho Nacional de ciativa própria ou a requerimento de um terço de
Recursos Hídricos e terão mandato de três anos. seus membros.
§ 6º O titular da Secretaria de Recursos Hídricos § 1º A convocação para a reunião ordinária será
do Ministério do Meio Ambiente será o Secretário feita com trinta dias de antecedência e para a
Executivo do Conselho Nacional de Recursos reunião extraordinária, com quinze dias de ante-
Hídricos. cedência.
§ 7º O presidente do Conselho Nacional de § 2º As reuniões extraordinárias poderão ser rea-
Recursos Hídricos será substituído, nas suas faltas lizadas fora do Distrito Federal, sempre que razões
e impedimentos, pelo secretário executivo do superiores assim o exigirem, por decisão do pre-
Conselho e, na ausência deste, pelo conselheiro sidente do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
mais antigo, no âmbito do colegiado, entre os § 3º O Conselho Nacional de Recursos Hídricos
representantes de que tratam os incisos I, II, III e reunir-se-á em sessão pública, com a presença da
IV do caput deste artigo. maioria absoluta de seus membros e deliberará
§ 8º A composição do Conselho Nacional de por maioria simples.
Recursos Hídricos poderá ser revista após dois § 4º Em caso de empate nas decisões, o presiden-
anos, contados a partir da publicação deste te do Conselho Nacional de Recursos Hídricos
decreto. exercerá o direito do voto de qualidade.
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§ 5º A participação dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será aprovado pela
Nacional de Recursos Hídricos não enseja qual- maioria absoluta de seus membros.
quer tipo de remuneração e será considerada de
relevante interesse público. Art. 8º A Secretaria Executiva do Conselho
Nacional de Recursos Hídricos promoverá a reali-
§ 6º Eventuais despesas com passagens e diárias
serão custeadas pelos respectivos órgãos e enti- zação de assembléias setoriais públicas, que
dades representados no Conselho Nacional de terão por finalidade a indicação, pelos participan-
Recursos Hídricos. tes, dos representantes e respectivos suplentes de
§ 7º Os representantes das organizações civis de que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 2º.
recursos hídricos constantes dos incisos II e III do Art. 9º Os representantes de que tratam os inci-
§ 4º do art. 2º deste Decreto poderão ter suas
sos I, II, III, IV e V do caput do art. 2º, e seus
despesas de deslocamento e estada pagas à
suplentes, deverão ser indicados no prazo de trin-
conta de recursos orçamentários do Ministério do
ta dias, contados a partir da publicação deste
Meio Ambiente. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto
nº 5.263/2004) decreto.
Art. 10. Este decreto entra em vigor na data de
Art. 6º O Conselho Nacional de Recursos Hídricos,
sua publicação.
mediante resolução, poderá constituir câmaras
técnicas, em caráter permanente ou temporário. Art. 11. Ficam revogados os decretos nº 2.612,
de 3 de junho de 1998, 3.978, de 22 de outubro
Art. 7º O regimento interno do Conselho
de 2001, e 4.174, de 25 de março de 2002.
4 . Á G U A S 155
156 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
ácido, gás e aldeído. Além de estarem presentes XXI - ensaios ecotoxicológicos: ensaios realizados
em fezes humanas e de animais homeotérmicos, para determinar o efeito deletério de agentes físi-
ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes cos ou químicos a diversos organismos aquáticos;
ambientais que não tenham sido contaminados
XXII - ensaios toxicológicos: ensaios realizados
por material fecal;
para determinar o efeito deletério de agentes físi-
XII - condição de qualidade: qualidade apresenta- cos ou químicos a diversos organismos visando
da por um segmento de corpo d’água, num determi- avaliar o potencial de risco à saúde humana;
nado momento, em termos dos usos possíveis com XXIII - Escherichia coli (E.coli): bactéria pertencen-
segurança adequada, frente às Classes de Qualidade; te à família Enterobacteriaceae caracterizada
pela atividade da enzima ß-glicuronidase. Produz
XIII - condições de lançamento: condições e
indol a partir do aminoácido triptofano. É a única
padrões de emissão adotados para o controle de
espécie do grupo dos coliformes termotolerantes
lançamentos de efluentes no corpo receptor;
cujo habitat exclusivo é o intestino humano e de
XIV - controle de qualidade da água: conjunto de animais homeotérmicos, onde ocorre em densida-
medidas operacionais que visa avaliar a melhoria des elevadas;
e a conservação da qualidade da água estabele-
XXIV - metas: é o desdobramento do objeto em
cida para o corpo de água; realizações físicas e atividades de gestão, de
XV - corpo receptor: corpo hídrico superficial que acordo com unidades de medida e cronograma
recebe o lançamento de um efluente; preestabelecidos, de caráter obrigatório;
XVI - desinfecção: remoção ou inativação de XXV - monitoramento: medição ou verificação de
organismos potencialmente patogênicos; parâmetros de qualidade e quantidade de água,
que pode ser contínua ou periódica, utilizada
XVII - efeito tóxico agudo: efeito deletério aos para acompanhamento da condição e controle da
organismos vivos causado por agentes físicos ou qualidade do corpo de água;
químicos, usualmente letalidade ou alguma outra
XXVI - padrão: valor limite adotado como requisi-
manifestação que a antecede, em um curto perío-
to normativo de um parâmetro de qualidade de
do de exposição; água ou efluente;
XVIII - efeito tóxico crônico: efeito deletério aos XXVII - parâmetro de qualidade da água: subs-
organismos vivos causado por agentes físicos ou tâncias ou outros indicadores representativos da
químicos que afetam uma ou várias funções bio- qualidade da água;
lógicas dos organismos, tais como a reprodução,
XXVIII - pesca amadora: exploração de recursos
o crescimento e o comportamento, em um perío-
pesqueiros com fins de lazer ou desporto;
do de exposição que pode abranger a totalidade
de seu ciclo de vida ou parte dele; XXIX - programa para efetivação do enquadra-
mento: conjunto de medidas ou ações progressi-
XIX - efetivação do enquadramento: alcance da vas e obrigatórias, necessárias ao atendimento
meta final do enquadramento; das metas intermediárias e final de qualidade de
XX - enquadramento: estabelecimento da meta água estabelecidas para o enquadramento do
ou objetivo de qualidade da água (classe) a ser, corpo hídrico;
obrigatoriamente, alcançado ou mantido em um XXX - recreação de contato primário: contato
segmento de corpo de água, de acordo com os direto e prolongado com a água (tais como nata-
usos preponderantes pretendidos, ao longo do ção, mergulho, esqui-aquático) na qual a possibi-
tempo; lidade do banhista ingerir água é elevada;
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XXXI - recreação de contato secundário: refere-se desde que este não prejudique a qualidade da
àquela associada a atividades em que o contato água, atendidos outros requisitos pertinentes.
com a água é esporádico ou acidental e a possi-
bilidade de ingerir água é pequena, como na SEÇÃO I
pesca e na navegação (tais como iatismo); DAS ÁGUAS-DOCES
XXXII - tratamento avançado: técnicas de remo- Art. 4º As águas-doces são classificadas em:
ção e/ou inativação de constituintes refratários
aos processos convencionais de tratamento, os I - classe especial: águas destinadas:
quais podem conferir à água características, tais a) ao abastecimento para consumo humano, com
como: cor, odor, sabor, atividade tóxica ou pato- desinfecção;
gênica;
b) à preservação do equilíbrio natural das comu-
XXXIII - tratamento convencional: clarificação nidades aquáticas; e
com utilização de coagulação e floculação, segui-
da de desinfecção e correção de pH; c) à preservação dos ambientes aquáticos em
unidades de conservação de proteção integral.
XXXIV - tratamento simplificado: clarificação por
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
meio de filtração e desinfecção e correção de pH
quando necessário; a) ao abastecimento para consumo humano,
após tratamento simplificado;
XXXV - tributário (ou curso de água afluente):
corpo de água que flui para um rio maior ou para b) à proteção das comunidades aquáticas;
um lago ou reservatório; c) à recreação de contato primário, tais como
natação, esqui aquático e mergulho, conforme
XXXVI - vazão de referência: vazão do corpo
Resolução CONAMA nº 274, de 2000;
hídrico utilizada como base para o processo de
gestão, tendo em vista o uso múltiplo das águas d) à irrigação de hortaliças que são consumidas
e a necessária articulação das instâncias do cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao
Sistema Nacional de Meio Ambiente-SISNAMA e solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de
película; e
do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos-SINGRH; e) à proteção das comunidades aquáticas em
Terras Indígenas.
XXXVII - virtualmente ausentes: que não é per-
ceptível pela visão, olfato ou paladar; e III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
XXXVIII - zona de mistura: região do corpo recep- a) ao abastecimento para consumo humano,
tor onde ocorre a diluição inicial de um efluente. após tratamento convencional;
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4 . Á G U A S 159
Parágrafo único. Eventuais interações entre subs- podendo ser utilizado laboratório próprio, conve-
tâncias, especificadas ou não nesta Resolução, niado ou contratado, que deverá adotar os proce-
não poderão conferir às águas características dimentos de controle de qualidade analítica
capazes de causar efeitos letais ou alteração de necessários ao atendimento das condições exigí-
comportamento, reprodução ou fisiologia da veis.
vida, bem como de restringir os usos preponde- § 1º Os laboratórios dos órgãos competentes
rantes previstos, ressalvado o disposto no § 3º do deverão estruturar- se para atenderem ao dispos-
art. 34, desta resolução. to nesta resolução.
Art. 8º O conjunto de parâmetros de qualidade § 2º Nos casos onde a metodologia analítica dis-
de água selecionado para subsidiar a proposta de ponível for insuficiente para quantificar as concen-
enquadramento deverá ser monitorado periodica- trações dessas substâncias nas águas, os sedimen-
mente pelo Poder Público. tos e/ou biota aquática poderão ser investigados
quanto à presença eventual dessas substâncias.
§ 1º Também deverão ser monitorados os parâ-
metros para os quais haja suspeita da sua pre- Art. 10. Os valores máximos estabelecidos para
sença ou não conformidade. os parâmetros relacionados em cada uma das
classes de enquadramento deverão ser obedeci-
§ 2º Os resultados do monitoramento deverão ser
dos nas condições de vazão de referência.
analisados estatisticamente e as incertezas de
medição consideradas. § 1º Os limites de Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO), estabelecidos para as águas-
§ 3º A qualidade dos ambientes aquáticos pode-
doces de classes 2 e 3, poderão ser elevados,
rá ser avaliada por indicadores biológicos, quan-
caso o estudo da capacidade de autodepuração
do apropriado, utilizando-se organismos e/ou
do corpo receptor demonstre que as concentra-
comunidades aquáticas.
ções mínimas de oxigênio dissolvido (OD) previs-
§ 4º As possíveis interações entre as substâncias tas não serão desobedecidas, nas condições de
e a presença de contaminantes não listados nesta vazão de referência, com exceção da zona de
resolução, passíveis de causar danos aos seres mistura.
vivos, deverão ser investigadas utilizando-se
§ 2º Os valores máximos admissíveis dos parâme-
ensaios ecotoxicológicos, toxicológicos, ou outros
métodos cientificamente reconhecidos. tros relativos às formas químicas de nitrogênio e
fósforo, nas condições de vazão de referência,
§ 5º Na hipótese dos estudos referidos no pará- poderão ser alterados em decorrência de condi-
grafo anterior tornarem-se necessários em decor- ções naturais, ou quando estudos ambientais
rência da atuação de empreendedores identifica- específicos, que considerem também a poluição
dos, as despesas da investigação correrão as suas difusa, comprovem que esses novos limites não
expensas. acarretarão prejuízos para os usos previstos no
§ 6º Para corpos de água salobras continentais, enquadramento do corpo de água.
onde a salinidade não se dê por influência direta § 3º Para águas-doces de classes 1 e 2, quando o
marinha, os valores dos grupos químicos de nitro-
nitrogênio for fator limitante para eutrofização,
gênio e fósforo serão os estabelecidos nas classes
nas condições estabelecidas pelo órgão ambien-
correspondentes de água-doce.
tal competente, o valor de nitrogênio total (após
Art. 9º A análise e avaliação dos valores dos oxidação) não deverá ultrapassar 1,27 mg/L para
parâmetros de qualidade de água de que trata esta ambientes lênticos e 2,18 mg/L para ambientes
resolução serão realizadas pelo Poder Público,
lóticos, na vazão de referência.
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III - Nas águas-doces onde ocorrer pesca ou cultivo de organismos, para fins de consumo intensivo,
além dos padrões estabelecidos no inciso II deste artigo, aplicam-se os seguintes padrões em substi-
tuição ou adicionalmente:
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mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) f) resíduos sólidos objetáveis: virtualmente
amostras coletadas durante o período de um ano, ausentes;
com freqüência bimestral. A E. coli poderá ser
g) coliformes termotolerantes: para o uso de
determinada em substituição ao parâmetro coli-
recreação de contato secundário não deverá ser
formes termotolerantes de acordo com limites
excedido um limite de 2.500 coliformes termoto-
estabelecidos pelo órgão ambiental competente;
lerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de
III - cor verdadeira: até 75 mg Pt/L; pelo menos 6 amostras, coletadas durante o
IV - turbidez: até 100 UNT; período de um ano, com freqüência bimestral.
Para dessedentação de animais criados confina-
V - DBO 5 dias a 20ºC até 5 mg/L O2; dos não deverá ser excedido o limite de 1.000
VI - OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em
mg/L O2; 80% ou mais de pelo menos 6 amostras, coleta-
das durante o período de um ano, com freqüên-
VII - clorofila a: ate 30
cia bimestral. Para os demais usos, não deverá ser
VIII - densidade de cianobactérias: até 50.000 excedido um limite de 4000 coliformes termoto-
cel/mL ou 5 mm3/L; e, lerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de
IX - fósforo total: pelo menos 6 amostras coletadas durante o
período de um ano, com periodicidade bimestral.
a) até 0,030 mg/L, em ambientes lênticos; e,
A E. coli poderá ser determinada em substituição
b) até 0,050 mg/L, em ambientes intermediários, ao parâmetro coliformes termotolerantes de acor-
com tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tri- do com limites estabelecidos pelo órgão ambien-
butários diretos de ambiente lêntico. tal competente;
Art. 16. As águas-doces de classe 3 observarão h) cianobactérias para dessedentação de animais:
as seguintes condições e padrões: os valores de densidade de cianobactérias não
deverão exceder 50.000 cel/ml, ou 5mm3/L;
I - condições de qualidade de água:
a) não verificação de efeito tóxico agudo a orga- i) DBO 5 dias a 20ºC até 10 mg/L O2;
nismos, de acordo com os critérios estabelecidos j) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/L
pelo órgão ambiental competente, ou, na sua
ausência, por instituições nacionais ou interna- O2;
cionais renomadas, comprovado pela realização
l) turbidez até 100 UNT;
de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro
método cientificamente reconhecido; m) cor verdadeira: até 75 mg Pt/L; e,
b) materiais flutuantes, inclusive espumas não n) pH: 6,0 a 9,0.
naturais: virtualmente ausentes;
c) óleos e graxas: virtualmente ausentes;
d) substâncias que comuniquem gosto ou odor:
virtualmente ausentes;
e) não será permitida a presença de corantes pro-
venientes de fontes antrópicas que não sejam
removíveis por processo de coagulação, sedimen-
tação e filtração convencionais;
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PADRÕES
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PADRÕES
Etilbenzeno 25 µg/L
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PADRÕES
Monoclorobenzeno 25 µg/L
Substâncias tensoativas que reagem com o azul de metileno 0,2 mg/L LAS
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III - Nas águas salinas onde ocorrer pesca ou cultivo de organismos, para fins de consumo intensivo,
além dos padrões estabelecidos no inciso II deste artigo, aplicam-se os seguintes padrões em substi-
tuição ou adicionalmente:
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176 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
c) carbono orgânico total: até 5,00 mg/L, como C; e VIII - OD, em qualquer amostra, não inferior a 4
mg/ L O2;
d) OD,em qualquer amostra,não inferior a 5,0 mg/L O2.
e IX - pH: 6,5 a 8,5 não devendo haver uma
Art. 20. As águas salinas de classe 3 observarão
as seguintes condições e padrões: mudança do pH natural maior do que 0,2 unidades.
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PADRÕES
Monoclorobenzeno 25 µg/L
III - Nas águas salobras onde ocorrer pesca ou cultivo de organismos, para fins de consumo intensivo,
além dos padrões estabelecidos no inciso II deste artigo, aplicam-se os seguintes padrões em substi-
tuição ou adicionalmente:
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rantes de acordo com limites estabelecidos pelo de ensaio ecotoxicológico padronizado ou outro
órgão ambiental competente. método cientificamente reconhecido;
Art. 22. Aplicam-se às águas salobras de classe b) carbono orgânico total: até 5,00 mg/L, como C;
2 as condições e padrões de qualidade da classe
1, previstos no artigo anterior, à exceção dos c) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4
seguintes: mg/L O2; e
I - condições de qualidade de água: d) coliformes termotolerantes: não deverá ser
excedido um limite de 2.500 por 100 mililitros
a) não verificação de efeito tóxico agudo a orga-
em 80% ou mais de pelo menos seis amostras
nismos, de acordo com os critérios estabelecidos coletadas durante o período de um ano, com fre-
pelo órgão ambiental competente, ou, na sua qüência bimestral. A E. coli poderá ser determi-
ausência, por instituições nacionais ou interna- nada em substituição ao parâmetro coliformes
cionais renomadas, comprovado pela realização termotolerantes de acordo com limites estabele-
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cidos pelo órgão ambiental competente. II - exigir a melhor tecnologia disponível para o
tratamento dos efluentes, compatível com as con-
dições do respectivo curso de água superficial,
Art. 23. As águas salobras de classe 3 observa-
mediante fundamentação técnica.
rão as seguintes condições e padrões:
Art. 25. É vedado o lançamento e a autorização
I - pH: 5 a 9; de lançamento de efluentes em desacordo
II - OD, em qualquer amostra, não inferior a 3 com as condições e padrões estabelecidos nesta
mg/L O2; resolução.
III - óleos e graxas: toleram-se iridescências; Parágrafo único. O órgão ambiental competente
poderá, excepcionalmente, autorizar o lançamento
IV - materiais flutuantes: virtualmente ausentes; de efluente acima das condições e padrões esta-
V - substâncias que produzem cor, odor e turbi- belecidos no art. 34, desta resolução, desde que
dez: virtualmente ausentes; observados os seguintes requisitos:
I - comprovação de relevante interesse público,
VI - substâncias facilmente sedimentáveis que devidamente motivado;
contribuam para o assoreamento de canais de
navegação: virtualmente ausentes; II - atendimento ao enquadramento e às metas
intermediárias e finais, progressivas e obrigató-
VII - coliformes termotolerantes: não deverá ser exce- rias;
dido um limite de 4.000 coliformes termotolerantes
por 100 mL em 80% ou mais de pelo menos seis III - realização de Estudo de Impacto Ambiental-
amostras coletadas durante o período de um ano, EIA, às expensas do empreendedor responsável
com freqüência bimestral. A E. coli poderá ser pelo lançamento;
determinada em substituição ao parâmetro coli- IV - estabelecimento de tratamento e exigências
formes termotolerantes de acordo com limites esta- para este lançamento; e
belecidos pelo órgão ambiental competente; e
V - fixação de prazo máximo para o lançamento
VIII - carbono orgânico total até 10,0 mg/L, como C. excepcional.
CAPÍTULO IV Art. 26. Os órgãos ambientais federal, estaduais
DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE e municipais, no âmbito de sua competência,
LANÇAMENTO DE EFLUENTES deverão, por meio de norma específica ou no
Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora licenciamento da atividade ou empreendimento,
somente poderão ser lançados, direta ou indireta- estabelecer a carga poluidora máxima para o
mente, nos corpos de água, após o devido trata- lançamento de substâncias passíveis de estarem
mento e desde que obedeçam às condições, presentes ou serem formadas nos processos
padrões e exigências dispostos nesta resolução e produtivos, listadas ou não no art. 34, desta
resolução, de modo a não comprometer as metas
em outras normas aplicáveis.
progressivas obrigatórias, intermediárias e final,
Parágrafo único. O órgão ambiental competente estabelecidas pelo enquadramento para o corpo
poderá, a qualquer momento: de água.
I - acrescentar outras condições e padrões, ou § 1º No caso de empreendimento de significativo
torná-los mais restritivos, tendo em vista as con- impacto, o órgão ambiental competente exigirá,
dições locais, mediante fundamentação técnica; e nos processos de licenciamento ou de sua reno-
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4 . Á G U A S 183
vação, a apresentação de estudo de capacidade Art. 29. A disposição de efluentes no solo, mesmo
de suporte de carga do corpo de água receptor. tratados, não poderá causar poluição ou contami-
nação das águas.
§ 2º O estudo de capacidade de suporte deve
considerar, no mínimo, a diferença entre os padrões Art. 30. No controle das condições de lançamento,
estabelecidos pela classe e as concentrações exis- é vedada, para fins de diluição antes do seu lan-
tentes no trecho desde a montante, estimando a çamento, a mistura de efluentes com águas de
concentração após a zona de mistura. melhor qualidade, tais como as águas de abaste-
cimento, do mar e de sistemas abertos de refrige-
§ 3º Sob pena de nulidade da licença expedida, o ração sem recirculação.
empreendedor, no processo de licenciamento,
informará ao órgão ambiental as substâncias, Art. 31. Na hipótese de fonte de poluição gera-
entre aquelas previstas nesta resolução para dora de diferentes efluentes ou lançamentos
padrões de qualidade de água, que poderão estar individualizados, os limites constantes desta
contidas no seu efluente. resolução aplicar-se-ão a cada um deles ou ao
conjunto após a mistura, a critério do órgão
§ 4º O disposto no § 1º aplica-se também às ambiental competente.
substâncias não contempladas nesta resolução,
Art. 32. Nas águas de classe especial é vedado
exceto se o empreendedor não tinha condições
o lançamento de efluentes ou disposição de resí-
de saber de sua existência nos seus efluentes.
duos domésticos, agropecuários, de aqüicultura,
Art. 27. É vedado, nos efluentes, o lançamento industriais e de quaisquer outras fontes poluentes,
dos Poluentes Orgânicos Persistentes-POPs men- mesmo que tratados.
cionados na Convenção de Estocolmo, ratificada § 1º Nas demais classes de água, o lançamento
pelo Decreto Legislativo nº 204, de 7 de maio de de efluentes deverá, simultaneamente:
2004.
I - atender às condições e padrões de lançamen-
Parágrafo único. Nos processos onde possa ocor- to de efluentes;
rer a formação de dioxinas e furanos deverá ser II - não ocasionar a ultrapassagem das condições
utilizada a melhor tecnologia disponível para a e padrões de qualidade de água, estabelecidos
sua redução, até a completa eliminação. para as respectivas classes, nas condições da
vazão de referência; e
Art. 28. Os efluentes não poderão conferir ao
corpo de água características em desacordo com III - atender a outras exigências aplicáveis.
as metas obrigatórias progressivas, intermediárias § 2º No corpo de água em processo de recupera-
e final, do seu enquadramento. ção, o lançamento de efluentes observará as metas
progressivas obrigatórias, intermediárias e final.
§ 1º As metas obrigatórias serão estabelecidas
mediante parâmetros. Art. 33. Na zona de mistura de efluentes, o órgão
ambiental competente poderá autorizar, levando
§ 2º Para os parâmetros não incluídos nas metas em conta o tipo de substância, valores em desa-
obrigatórias, os padrões de qualidade a serem cordo com os estabelecidos para a respectiva clas-
obedecidos são os que constam na classe na qual se de enquadramento, desde que não comprome-
o corpo receptor estiver enquadrado. tam os usos previstos para o corpo de água.
§ 3º Na ausência de metas intermediárias pro- Parágrafo único. A extensão e as concentrações
gressivas obrigatórias, devem ser obedecidos os de substâncias na zona de mistura deverão ser
padrões de qualidade da classe em que o corpo objeto de estudo, nos termos determinados pelo
receptor estiver enquadrado. órgão ambiental competente, às expensas do
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leo será objeto de resolução específica, a ser 31 de março de cada ano, declaração de carga
publicada no prazo máximo de um ano, a contar poluidora, referente ao ano civil anterior, subscri-
da data de publicação desta Resolução, ressalva- ta pelo administrador principal da empresa e pelo
do o padrão de lançamento de óleos e graxas a responsável técnico devidamente habilitado,
ser o definido nos termos do art. 34, desta reso- acompanhada da respectiva Anotação de
lução, até a edição de resolução específica. Responsabilidade Técnica.
Art. 44. O CONAMA, no prazo máximo de um § 1º A declaração referida no caput deste artigo
ano, complementará, onde couber, condições e conterá, entre outros dados, a caracterização
padrões de lançamento de efluentes previstos qualitativa e quantitativa de seus efluentes,
nesta resolução. (Prazo prorrogado para até 18 baseada em amostragem representativa dos mes-
de março de 2007, de acordo com a resolução do mos, o estado de manutenção dos equipamentos
CONAMA nº 370, de 2006) e dispositivos de controle da poluição.
Art. 45. O não-cumprimento ao disposto nesta § 2º O órgão ambiental competente poderá esta-
Resolução acarretará aos infratores as sanções belecer critérios e formas para apresentação da
declaração mencionada no caput deste artigo,
previstas pela legislação vigente.
inclusive, dispensando-a se for o caso para
§ 1º Os órgãos ambientais e gestores de recursos empreendimentos de menor potencial poluidor.
hídricos, no âmbito de suas respectivas compe-
Art. 47. Equiparam-se a perito, os responsáveis
tências, fiscalizarão o cumprimento desta reso-
técnicos que elaborem estudos e pareceres apre-
lução, bem como quando pertinente, a aplicação
sentados aos órgãos ambientais.
das penalidades administrativas previstas nas
legislações específicas, sem prejuízo do san- Art. 48. O não-cumprimento ao disposto nesta
cionamento penal e da responsabilidade civil Resolução sujeitará os infratores, entre outras, às
objetiva do poluidor. sanções previstas na Lei nº 9.605, de 12 de feve-
reiro de 1998 e respectiva regulamentação.
§ 2º As exigências e deveres previstos nesta reso-
lução caracterizam obrigação de relevante inte- Art. 49. Esta resolução entra em vigor na data
resse ambiental. de sua publicação.
Art. 46. O responsável por fontes potencial ou Art. 50. Revoga-se a Resolução CONAMA
efetivamente poluidoras das águas deve apresen- nº 020, de 18 de junho de 1986.
tar ao órgão ambiental competente, até o dia
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5. FAUNA
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Art. 16. Fica instituído o registro das pessoas sujeitas ao pagamento de uma taxa anual equi-
físicas ou jurídicas que negociem com animais sil- valente a um vigésimo do salário mínimo mensal.
vestres e seus produtos.
Art. 23. Far-se-á, com a cobrança da taxa equi-
Art. 17. As pessoas físicas ou jurídicas, de que valente a dois décimos do salário mínimo mensal,
trata o artigo anterior, são obrigadas à apresen- o registro dos criadouros.
tação de declaração de estoques e valores,
Art. 24. O pagamento das licenças, registros e
sempre que exigida pela autoridade competente.
taxas previstos nesta Lei será recolhido ao Banco
Parágrafo único. O não-cumprimento do disposto do Brasil S.A. em conta especial, a crédito do
neste artigo, além das penalidades previstas nesta Fundo Federal Agropecuário, sob o título
lei, obriga o cancelamento do registro. “Recursos da Fauna”.
Art. 18. É proibida a exportação, para o exterior, Art. 25. A União fiscalizará diretamente pelo órgão
de peles e couros de anfíbios e répteis, em bruto. executivo específico, do Ministério da Agricultura,
Art. 19. O transporte interestadual e para o exte- ou em convênio com os Estados e Municípios, a
rior, de animais silvestres, lepidópteros, e outros aplicação das normas desta lei, podendo, para
insetos e seus produtos, depende de guia de trân- tanto, criar os serviços indispensáveis.
sito, fornecida pela autoridade competente. Parágrafo único. A fiscalização da caça pelos
Parágrafo único. Fica isento dessa exigência o órgãos especializados não exclui a ação da auto-
material consignado a Instituições Científicas ridade policial ou das Forças Armadas por inicia-
Oficiais. tiva própria.
Art. 20. As licenças de caçadores serão concedi- Art. 26. Todos os funcionários, no exercício da
das mediante pagamento de uma taxa anual equi- fiscalização da caça, são equiparados aos agentes
valente a um décimo do salário mínimo mensal. de segurança pública, sendo-lhes assegurado o
porte de armas.
Parágrafo único. Os turistas pagarão uma taxa
equivalente a 1 (um) salário mínimo mensal e a Art. 27. Constitui crime punível com pena de
licença será válida por 30 (trinta) dias. reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos a violação do
disposto nos artigos 2º, 3º, 17 e 18 desta lei.
Art. 21. O registro de pessoas físicas ou jurídicas, (Redação dada pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988)
a que se refere o art. 16, será feito mediante o
pagamento de uma taxa equivalente a meio salá- § 1º É considerada crime punível com a pena de
rio mínimo mensal. reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos a violação do
disposto no art. 1º e seus §§ 4º, 8º e suas alíneas
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas de “a”, “b” e “c”, 10 e suas alíneas “a”, “b”, “c”,
que trata este artigo pagarão, a título de licença, “d”, “e”, “f”, “g”, “h”, “i”, “j”, “l”, “m”, 14 e
uma taxa anual para as diferentes formas de
seu § 3º desta lei. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº
comércio, até o limite de 1 (um) salário mínimo
7.653, de 1988)
mensal.
§ 2º Incorre na pena prevista no caput deste arti-
Art. 22. O registro de clubes ou sociedades
go quem provocar, pelo uso direto ou indireto de
amadoristas, de que trata o art. 11, será concedido
agrotóxicos ou de qualquer outra substância quí-
mediante pagamento de uma taxa equivalente a mica, o perecimento de espécimes da fauna ictio-
meio salário mínimo mensal. lógica existente em rios, lagos, açudes, lagoas,
Parágrafo único. As licenças de trânsito com arma baias ou mar territorial brasileiro. (Acrescentado
de caça e de esporte, referidas no art. 12, estarão (a) pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988)
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§ 3º Incide na pena prevista no § 1º deste artigo por prepostos ou subordinados e no interesse dos
quem praticar pesca predatória, usando instru- proponentes ou dos superiores hierárquicos;
mento proibido, explosivo, erva ou substância
química de qualquer natureza. (Acrescentado(a) c) autoridades que por ação ou omissão consen-
pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988) tirem na prática do ato ilegal, ou que cometerem
§ 4º (Revogado(a) pelo(a) Medida Provisória abusos do poder.
nº 10, de 1988 e convalidado(a) pelo(a) Lei Parágrafo único. Em caso de ações penais simul-
nº 7.679, de 1988)
tâneas pelo mesmo fato, iniciadas por várias
§ 5º Quem, de qualquer maneira, concorrer para autoridades, o juiz reunirá os processos na juris-
os crimes previstos no caput e no § 1º deste arti- dição em que se firmar a competência.
go incidirá nas penas a eles cominadas.
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988) Art. 31. A ação penal independe de queixa,
§ 6º Se o autor da infração considerada crime mesmo em se tratando de lesão em propriedade
nesta Lei for estrangeiro, será expulso do país, privada, quando os bens atingidos são animais
após o cumprimento da pena que lhe foi imposta silvestres e seus produtos, instrumentos de traba-
(vetado), devendo a autoridade judiciária ou lho, documentos e atos relacionados com a pro-
administrativa remeter, ao Ministério da Justiça, teção da fauna disciplinada nesta lei.
cópia da decisão cominativa da pena aplicada, no
Art. 32. São autoridades competentes para ins-
prazo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado
de sua decisão. (Acrescentado(a) pelo(a) Lei taurar, presidir e proceder a inquéritos policiais,
nº 7.653, de 1988) lavrar autos de prisão em flagrante e intentar a
ação penal, nos casos de crimes ou de contravenções
Art. 28. Além das contravenções estabelecidas previstas nesta lei ou em outras leis que tenham
no artigo precedente, subsistem os dispositivos por objeto os animais silvestres, seus produtos,
sobre contravenções e crimes previstos no Código
instrumentos e documentos relacionados com os
Penal e nas demais leis, com as penalidades neles
contidas. mesmos, as indicadas no Código de Processo
Penal.
Art. 29. São circunstâncias que agravam a pena,
afora aquelas constantes do Código Penal e da Art. 33. A autoridade apreenderá os produtos da
Lei das Contravenções Penais, as seguintes: caça e/ou da pesca bem como os instrumentos
utilizados na infração, e se estes, por sua nature-
a) cometer a infração em período defeso à caça
za ou volume, não puderem acompanhar o inqué-
ou durante a noite;
rito, serão entregues ao depositário público local,
b) empregar fraude ou abuso de confiança; se houver, e, na sua falta, ao que for nomeado
c) aproveitar indevidamente licença de autoridade; pelo Juiz. (Redação dada pelo(a) Lei nº 7.653, de
1988)
d) incidir a infração sobre animais silvestres e
seus produtos oriundos de áreas onde a caça é Parágrafo único. Em se tratando de produtos
proibida. perecíveis, poderão ser os mesmos doados a ins-
tituições científicas, penais, hospitais e/ou casas
Art. 30. As penalidades incidirão sobre os auto-
res, sejam eles: de caridade mais próximas. (Redação dada
pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988)
a) diretos;
§ 2º (Suprimido(a) pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988)
b) arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes,
administradores, diretores, promitentes compradores I - (Suprimido(a) pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988)
ou proprietários das áreas, desde que praticada II - (Suprimido(a) pelo(a) Lei nº 7.653, de 1988)
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Art. 34. Os crimes previstos nesta lei são ina- dos pelo órgão público federal competente, no
fiançáveis e serão apurados mediante processo limite mínimo de 5 (cinco) minutos semanais, dis-
sumário, aplicando-se, no que couber, as normas tribuídos ou não, em diferentes dias.
do Título II, Capítulo V, do Código de Processo Art. 36. Fica instituído o Conselho Nacional de
Penal. (Redação dada pelo(a) Lei nº 7.653, de Proteção à Fauna, com sede em Brasília, como
1988) órgão consultivo e normativo da política de pro-
Art. 35. Dentro de 2 (dois) anos a partir da teção à fauna do país.
promulgação desta lei, nenhuma autoridade Parágrafo único. O Conselho, diretamente subor-
poderá permitir a adoção de livros escolares de dinado ao Ministério da Agricultura, terá sua
leitura que não contenham textos sobre a prote- composição e atribuições estabelecidas por
ção da fauna, aprovados pelo Conselho Federal decreto do Poder Executivo.
de Educação.
Art. 37. O Poder Executivo regulamentará a pre-
§ 1º Os programas de ensino de nível primário e sente lei, no que for julgado necessário à sua exe-
médio deverão contar pelo menos com 2 (duas) cução.
aulas anuais sobre a matéria a que se refere o
Art. 38. Esta lei entra em vigor na data de sua
presente artigo.
publicação, revogados o Decreto-Lei nº 5.894, de
§ 2º Igualmente os programas de rádio e televi- 20 de outubro de 1943, e demais disposições em
são deverão incluir textos e dispositivos aprova- contrário.
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6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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Art. 3º Como parte do processo educativo mais II- a concepção do meio ambiente em sua totali-
amplo, todos têm direito à educação ambiental, dade, considerando a interdependência entre o
meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob
incumbindo:
o enfoque da sustentabilidade;
I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagó-
225 da Constituição Federal definir políticas
gicas, na perspectiva da inter, multi e transdisci-
públicas que incorporem a dimensão ambiental, plinaridade;
promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e o engajamento da sociedade IV - a vinculação entre a ética, a educação, o tra-
na conservação, recuperação e melhoria do meio balho e as práticas sociais;
ambiente; V - a garantia de continuidade e permanência do
II - às instituições educativas, promover a educa- processo educativo;
ção ambiental de maneira integrada aos progra- VI - a permanente avaliação crítica do processo
mas educacionais que desenvolvem; educativo;
III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional VII - a abordagem articulada das questões
de Meio Ambiente-SISNAMA, promover ações de ambientais locais, regionais, nacionais e globais;
educação ambiental integradas aos programas
de conservação, recuperação e melhoria do meio VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade
ambiente; e à diversidade individual e cultural.
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Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados,
ambiental: do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações
não-govenamentais com atuação em educação
I - o desenvolvimento de uma compreensão inte-
ambiental.
grada do meio ambiente em suas múltiplas e
complexas relações, envolvendo aspectos ecoló- Art. 8º As atividades vinculadas à Política
gicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, Nacional de Educação Ambiental devem ser
econômicos, científicos, culturais e éticos; desenvolvidas na educação em geral e na edu-
cação escolar, por meio das seguintes linhas de
II - a garantia de democratização das informações atuação inter-relacionadas:
ambientais;
I - capacidade de recursos humanos;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma cons- II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e
ciência crítica sobre a problemática ambiental e experimentações;
social;
III - produção e divulgação de material educativo;
IV - o incentivo à participação individual e coleti-
IV - acompanhamento e avaliação.
va, permanente e responsável, na preservação
do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se § 1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional
a defesa da qualidade ambiental como um valor de Educação Ambiental serão respeitados os
inseparável do exercício da cidadania; princípios e objetivos fixados por esta lei.
V - o estímulo a cooperação entre as diversas § 2º A capacitação de recursos humanos voltar-
regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, se-á para:
com vistas à construção de uma sociedade ambien- I - a incorporação da dimensão ambiental na for-
talmente equilibrada, fundada nos princípios da mação, especialização e atualização dos educa-
liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, dores de todos os níveis e modalidades de ensi-
justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; no;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração II - a incorporação da dimensão ambiental na for-
com a ciência e a tecnologia; mação, especialização e atualização dos profis-
VII - o fortalecimento da cidadania, autodetermi- sionais de todas as áreas;
nação dos povos e solidariedade como funda- III - a preparação de profissionais orientados para
mentos para o futuro da humanidade. as atividades de gestão ambiental;
IV - a formação, especialização e atualização de
CAPÍTULO II profissionais na área de meio ambiente;
DA POLÍTICA NACIONAL DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL V - o atendimento da demanda dos diversos seg-
mentos da sociedade no que diz respeito à pro-
SEÇÃO I
blemática ambiental.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 3º As ações de estudos, pesquisas e experimen-
Art. 6º É instituída a Política Nacional de
Educação Ambiental. tações voltar-se-ão para:
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202 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
ambiental em parceria com a escola, a universi- Art. 17. A eleição de planos e programas, para
dade e as organizações não-governamentais; fins de alocação de recursos públicos vinculados
à Política Nacional de Educação Ambiental, deve
IV - a sensibilização da sociedade para a impor-
ser realizada levando-se em conta os seguintes
tância das unidades de conservação;
critérios:
V - a sensibilização ambiental das populações
I - conformidade com os princípios, objetivos e
tradicionais ligadas às unidades de conservação; diretrizes da Política Nacional de Educação Ambiental;
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; II - prioridade dos órgãos integrantes do SISNA-
VII - o ecoturismo. MA e do Sistema Nacional de Educação;
III - economicidade, medida pela relação entre a
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL magnitude dos recursos a alocar e o retorno social
DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL propiciado pelo plano ou programa proposto.
Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Parágrafo único. Na eleição a que se refere o
Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão caput deste artigo, devem ser contemplados, de
gestor, na forma definida pela regulamentação forma eqüitativa, os planos, programas e projetos
desta Lei. das diferentes regiões do país.
Art. 15. São atribuições do órgão gestor: Art. 18. (VETADO)
I - definição de diretrizes para implementação em Art. 19. Os programas de assistência técnica e
âmbito nacional; financeira relativos a meio ambiente e educação,
II - articulação, coordenação e supervisão de pla- em níveis federal, estadual e municipal, devem
nos, programas e projetos na área de educação alocar recursos às ações de educação ambiental.
ambiental em âmbito nacional;
CAPÍTULO IV
III - participação na negociação de financiamen- DISPOSIÇÕES FINAIS
tos a planos, programas e projetos na área de
educação ambiental. Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta
lei nº prazo de noventa dias de sua publicação,
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os
ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente
Municípios, na esfera de sua competência e nas
áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, e o Conselho Nacional de Educação.
normas e critérios para a educação ambiental, Art. 21. Esta lei entra em vigor na data de sua
respeitados os princípios e objetivos da Política publicação.
Nacional de Educação Ambiental.
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§ 1º Cabe ao Poder Público estabelecer mecanis- atividades e para o cumprimento dos objetivos da
mos de incentivo à aplicação de recursos privados Política Nacional de Educação Ambiental.
em projetos de Educação Ambiental.
Art. 8º A definição de diretrizes para implemen-
§ 2º O Órgão Gestor estimulará os Fundos de tação da Política Nacional de Educação Ambi-
Meio Ambiente e de Educação, nos níveis Federal, ental em âmbito nacional, conforme a atribuição
Estadual e Municipal a alocarem recursos para o do Órgão Gestor definida na lei, deverá ocorrer
desenvolvimento de projetos de Educação no prazo de oito meses após a publicação deste
Ambiental. decreto, ouvidos o CONAMA e o Conselho
Nacional de Educação-CNE.
Art. 7º O Ministério do Meio Ambiente, o
Ministério da Educação e seus órgãos vinculados, Art. 9º Este decreto entra em vigor na data de
na elaboração dos seus respectivos orçamentos, sua publicação.
deverão consignar recursos para a realização das
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7. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
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condição não degradada, que pode ser diferente I - contribuir para a manutenção da diversidade
de sua condição original; biológica e dos recursos genéticos no território
nacional e nas águas jurisdicionais;
XIV - restauração: restituição de um ecossistema
ou de uma população silvestre degradada o mais II - proteger as espécies ameaçadas de extinção
próximo possível da sua condição original; no âmbito regional e nacional;
XV - (VETADO) III - contribuir para a preservação e a restauração
da diversidade de ecossistemas naturais;
XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas
em uma unidade de conservação com objetivos IV - promover o desenvolvimento sustentável a
de manejo e normas específicos, com o propósito partir dos recursos naturais;
de proporcionar os meios e as condições para que V - promover a utilização dos princípios e práticas
todos os objetivos da unidade possam ser alcan- de conservação da natureza no processo de
çados de forma harmônica e eficaz; desenvolvimento;
XVII - plano de manejo: documento técnico VI - proteger paisagens naturais e pouco altera-
mediante o qual, com fundamento nos objetivos das de notável beleza cênica;
gerais de uma unidade de conservação, se esta-
belece o seu zoneamento e as normas que devem VII - proteger as características relevantes de
presidir o uso da área e o manejo dos recursos natureza geológica, geomorfológica, espeleológica,
naturais, inclusive a implantação das estruturas arqueológica, paleontológica e cultural;
físicas necessárias à gestão da unidade; VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degrada-
unidade de conservação, onde as atividades dos;
humanas estão sujeitas a normas e restrições
específicas, com o propósito de minimizar os X - proporcionar meios e incentivos para ativida-
impactos negativos sobre a unidade; e des de pesquisa científica, estudos e monitora-
mento ambiental;
XIX - corredores ecológicos: porções de ecossiste-
mas naturais ou seminaturais, ligando unidades XI - valorizar econômica e socialmente a diversi-
de conservação, que possibilitam entre elas o dade biológica;
fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando XII - favorecer condições e promover a educação
a dispersão de espécies e a recolonização de e interpretação ambiental, a recreação em conta-
áreas degradadas, bem como a manutenção de to com a natureza e o turismo ecológico;
populações que demandam para sua sobrevivência
áreas com extensão maior do que aquela das XIII - proteger os recursos naturais necessários à
subsistência de populações tradicionais, respei-
unidades individuais.
tando e valorizando seu conhecimento e sua cul-
tura e promovendo-as social e economicamente.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE Art. 5º O SNUC será regido por diretrizes que:
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA-SNUC I - assegurem que no conjunto das unidades de
Art. 3º O SNUC é constituído pelo conjunto das conservação estejam representadas amostras sig-
unidades de conservação federais, estaduais e nificativas e ecologicamente viáveis das diferen-
municipais, de acordo com o disposto nesta lei. tes populações, habitats e ecossistemas do terri-
tório nacional e das águas jurisdicionais, salva-
Art. 4º O SNUC tem os seguintes objetivos: guardando o patrimônio biológico existente;
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grande relevância ecológica e beleza cênica, pos- unidade, às normas estabelecidas pelo órgão res-
sibilitando a realização de pesquisas científicas e ponsável por sua administração e àquelas previs-
o desenvolvimento de atividades de educação e tas em regulamento.
interpretação ambiental, de recreação em conta-
Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como
to com a natureza e de turismo ecológico.
objetivo proteger ambientes naturais onde se
§ 1º O Parque Nacional é de posse e domínio asseguram condições para a existência ou repro-
públicos, sendo que as áreas particulares incluí- dução de espécies ou comunidades da flora local
das em seus limites serão desapropriadas, de e da fauna residente ou migratória.
acordo com o que dispõe a lei. § 1º O Refúgio de Vida Silvestre pode ser consti-
§ 2º A visitação pública está sujeita às normas e tuído por áreas particulares, desde que seja pos-
restrições estabelecidas no Plano de Manejo da sível compatibilizar os objetivos da unidade com
unidade, às normas estabelecidas pelo órgão res- a utilização da terra e dos recursos naturais do
local pelos proprietários.
ponsável por sua administração, e àquelas previs-
tas em regulamento. § 2º Havendo incompatibilidade entre os objeti-
vos da área e as atividades privadas ou não
§ 3º A pesquisa científica depende de autorização havendo aquiescência do proprietário às condi-
prévia do órgão responsável pela administração ções propostas pelo órgão responsável pela
da unidade e está sujeita às condições e restrições administração da unidade para a coexistência do
por este estabelecidas, bem como àquelas previs- Refúgio de Vida Silvestre com o uso da proprieda-
tas em regulamento. de, a área deve ser desapropriada, de acordo com
o que dispõe a lei.
§ 4º As unidades dessa categoria, quando criadas
pelo Estado ou Município, serão denominadas, § 3º A visitação pública está sujeita às normas e
respectivamente, Parque Estadual e Parque restrições estabelecidas no Plano de Manejo da
Natural Municipal. unidade, às normas estabelecidas pelo órgão res-
ponsável por sua administração, e àquelas previs-
Art. 12. O Monumento Natural tem como obje- tas em regulamento.
tivo básico preservar sítios naturais raros, singulares
ou de grande beleza cênica. § 4º A pesquisa científica depende de autorização
prévia do órgão responsável pela administração
§ 1º O Monumento Natural pode ser constituído da unidade e está sujeita às condições e restrições
por áreas particulares, desde que seja possível por este estabelecidas, bem como àquelas previs-
compatibilizar os objetivos da unidade com a uti- tas em regulamento.
lização da terra e dos recursos naturais do local
pelos proprietários. Art. 14. Constituem o Grupo das Unidades de
Uso Sustentável as seguintes categorias de uni-
§ 2º Havendo incompatibilidade entre os objeti- dade de conservação:
vos da área e as atividades privadas ou não
havendo aquiescência do proprietário às condi- I - Área de Proteção Ambiental;
ções propostas pelo órgão responsável pela
II - Área de Relevante Interesse Ecológico;
administração da unidade para a coexistência do
Monumento Natural com o uso da propriedade, a III - Floresta Nacional;
área deve ser desapropriada, de acordo com o
IV - Reserva Extrativista;
que dispõe a lei.
§ 3º A visitação pública está sujeita às condições V - Reserva de Fauna;
e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da VI - Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e
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mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, § 1º As populações de que trata este artigo obri-
desde que obedecidos os procedimentos de con- gam-se a participar da preservação, recuperação,
sulta estabelecidos no § 2º deste artigo. defesa e manutenção da unidade de conserva-
ção.
§ 6º A ampliação dos limites de uma unidade de
conservação, sem modificação dos seus limites § 2º O uso dos recursos naturais pelas popula-
originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ções de que trata este artigo obedecerá às
ser feita por instrumento normativo do mesmo seguintes normas:
nível hierárquico do que criou a unidade, desde
I - proibição do uso de espécies localmente
que obedecidos os procedimentos de consulta
ameaçadas de extinção ou de práticas que dani-
estabelecidos no § 2º deste artigo.
fiquem os seus habitats;
§ 7º A desafetação ou redução dos limites de
II - proibição de práticas ou atividades que impe-
uma unidade de conservação só pode ser feita
çam a regeneração natural dos ecossistemas;
mediante lei específica.
III - demais normas estabelecidas na legislação,
Art. 22-A. O Poder Público poderá decretar limi-
no Plano de Manejo da unidade de conservação
tações administrativas provisórias ao exercício de
e no contrato de concessão de direito real de uso.
atividades e empreendimentos efetiva ou poten-
cialmente causadores de degradação ambiental Art. 24. O subsolo e o espaço aéreo, sempre que
em área submetida a estudo para criação de influírem na estabilidade do ecossistema, inte-
unidade de conservação, quando, a critério do gram os limites das unidades de conservação.
órgão ambiental competente, houver risco de Art. 25. As unidades de conservação, exceto
dano grave aos recursos naturais ali existentes. Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular
(Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona
nº 239, de 2005, e convalidada pela Lei de amortecimento e, quando conveniente, corre-
nº 11.132, de 2005) dores ecológicos.
§ 1º Sem prejuízo da restrição e observada a res- § 1º O órgão responsável pela administração da
salva constante do caput, na área submetida a unidade estabelecerá normas específicas regula-
limitações administrativas, não serão permitidas mentando a ocupação e o uso dos recursos da
atividades que importem em exploração a corte zona de amortecimento e dos corredores ecológi-
raso da floresta e demais formas de vegetação cos de uma unidade de conservação.
nativa. (Redação dada pelo(a) Lei nº 11.132, de § 2º Os limites da zona de amortecimento e dos
2005) corredores ecológicos e as respectivas normas de
§ 2º A destinação final da área submetida ao dis- que trata o § 1º poderão ser definidas no ato de
posto neste artigo será definida no prazo de 7 criação da unidade ou posteriormente.
(sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica
Art. 26. Quando existir um conjunto de unidades
extinta a limitação administrativa. (Redação dada
de conservação de categorias diferentes ou não,
pelo(a) Lei nº 11.132, de 2005)
próximas, justapostas ou sobrepostas, e outras
§ 3º (Suprimido(a) pelo(a) Lei nº 11.132, de áreas protegidas públicas ou privadas, constituin-
2005) do um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser
Art. 23. A posse e o uso das áreas ocupadas feita de forma integrada e participativa, conside-
pelas populações tradicionais nas Reservas rando-se os seus distintos objetivos de conserva-
Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento ção, de forma a compatibilizar a presença da bio-
Sustentável serão regulados por contrato, confor- diversidade, a valorização da sociodiversidade e o
me se dispuser no regulamento desta lei. desenvolvimento sustentável no contexto regional.
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Parágrafo único. O regulamento desta lei disporá Parágrafo único. Até que seja elaborado o Plano
sobre a forma de gestão integrada do conjunto de Manejo, todas as atividades e obras desenvol-
das unidades. vidas nas unidades de conservação de proteção
integral devem se limitar àquelas destinadas a
Art. 27. As unidades de conservação devem garantir a integridade dos recursos que a unida-
dispor de um Plano de Manejo. de objetiva proteger, assegurando-se às popula-
§ 1º O Plano de Manejo deve abranger a área da ções tradicionais porventura residentes na área
unidade de conservação, sua zona de amorteci- as condições e os meios necessários para a satis-
mento e os corredores ecológicos, incluindo medi- fação de suas necessidades materiais, sociais e
das com o fim de promover sua integração à vida culturais.
econômica e social das comunidades vizinhas. Art. 29. Cada unidade de conservação do grupo
§ 2º Na elaboração, atualização e implementação de Proteção Integral disporá de um Conselho
do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, Consultivo, presidido pelo órgão responsável por
das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, sua administração e constituído por representan-
das Áreas de Proteção Ambiental e, quando cou- tes de órgãos públicos, de organizações da socie-
ber, das Florestas Nacionais e das Áreas de dade civil, por proprietários de terras localizadas
Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a em Refúgio de Vida Silvestre ou Monumento
ampla participação da população residente. Natural, quando for o caso, e, na hipótese previs-
§ 3º O Plano de Manejo de uma unidade de con- ta no § 2º do art. 42, das populações tradicionais
servação deve ser elaborado no prazo de cinco residentes, conforme se dispuser em regulamento
anos a partir da data de sua criação. e no ato de criação da unidade.
§ 4º O Plano de Manejo poderá dispor sobre as Art. 30. As unidades de conservação podem ser
atividades de liberação planejada e cultivo de geridas por organizações da sociedade civil de
organismos geneticamente modificados nas interesse público com objetivos afins aos da uni-
Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de dade, mediante instrumento a ser firmado com o
amortecimento das demais categorias de unidade órgão responsável por sua gestão.
de conservação, observadas as informações con- Art. 31. É proibida a introdução nas unidades de
tidas na decisão técnica da Comissão Técnica conservação de espécies não autóctones.
Nacional de Biossegurança-CTNBio sobre:
§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo as
I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e
Áreas de Proteção Ambiental, as Florestas
parentes silvestres;
Nacionais, as Reservas Extrativistas e as Reservas
II - as características de reprodução, dispersão e de Desenvolvimento Sustentável, bem como os
sobrevivência do organismo geneticamente animais e plantas necessários à administração e
modificado; às atividades das demais categorias de unidades
III - o isolamento reprodutivo do organismo gene- de conservação, de acordo com o que se dispuser
ticamente modificado em relação aos seus ances- em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
trais diretos e parentes silvestres; e § 2º Nas áreas particulares localizadas em
IV - situações de risco do organismo genetica- Refúgios de Vida Silvestre e Monumentos
mente modificado à biodiversidade. Naturais podem ser criados animais domésticos e
cultivadas plantas considerados compatíveis com
Art. 28. São proibidas, nas unidades de conser- as finalidades da unidade, de acordo com o que
vação, quaisquer alterações, atividades ou
dispuser o seu Plano de Manejo.
modalidades de utilização em desacordo com os
seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus Art. 32. Os órgãos executores articular-se-ão
regulamentos. com a comunidade científica com o propósito de
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Art. 40. Acrescente-se à Lei nº 9.605, de 1998, § 3º A Reserva da Biosfera pode ser integrada por
o seguinte art. 40-A: unidades de conservação já criadas pelo Poder
Público, respeitadas as normas legais que discipli-
“Art. 40-A. (VETADO)”
nam o manejo de cada categoria específica.
“§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação
de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, § 4º A Reserva da Biosfera é gerida por um
as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Conselho Deliberativo, formado por representantes
Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as de instituições públicas, de organizações da
Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvol- sociedade civil e da população residente, conforme
vimento Sustentável e as Reservas Particulares do se dispuser em regulamento e no ato de consti-
Patrimônio Natural.” (AC) tuição da unidade.
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7 . U N I D A D E S D E C O N S E R V A Ç Ã O 221
Art. 42. As populações tradicionais residentes III - as espécies arbóreas declaradas imunes de
em unidades de conservação nas quais sua per- corte pelo Poder Público;
manência não seja permitida serão indenizadas IV - expectativas de ganhos e lucro cessante;
ou compensadas pelas benfeitorias existentes e
devidamente realocadas pelo Poder Público, em V - o resultado de cálculo efetuado mediante a
operação de juros compostos;
local e condições acordados entre as partes.
§ 1º O Poder Público, por meio do órgão compe- VI - as áreas que não tenham prova de domínio
tente, priorizará o reassentamento das popula- inequívoco e anterior à criação da unidade.
ções tradicionais a serem realocadas. Art. 46. A instalação de redes de abastecimento
§ 2º Até que seja possível efetuar o reassenta- de água, esgoto, energia e infra-estrutura urbana
mento de que trata este artigo, serão estabeleci- em geral, em unidades de conservação onde
estes equipamentos são admitidos depende de
das normas e ações específicas destinadas a
prévia aprovação do órgão responsável por sua
compatibilizar a presença das populações tradi-
administração, sem prejuízo da necessidade de
cionais residentes com os objetivos da unidade,
elaboração de estudos de impacto ambiental e
sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de outras exigências legais.
subsistência e dos locais de moradia destas popu-
lações, assegurando-se a sua participação na Parágrafo único. Esta mesma condição se aplica à
elaboração das referidas normas e ações. zona de amortecimento das unidades do Grupo
de Proteção Integral, bem como às áreas de pro-
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, as normas priedade privada inseridas nos limites dessas uni-
regulando o prazo de permanência e suas condi- dades e ainda não indenizadas.
ções serão estabelecidas em regulamento.
Art. 47. O órgão ou empresa, público ou privado,
Art. 43. O Poder Público fará o levantamento responsável pelo abastecimento de água ou que
nacional das terras devolutas, com o objetivo de faça uso de recursos hídricos, beneficiário da pro-
definir áreas destinadas à conservação da nature- teção proporcionada por uma unidade de conser-
za, no prazo de cinco anos após a publicação vação, deve contribuir financeiramente para a
desta lei. proteção e implementação da unidade, de acordo
com o disposto em regulamentação específica.
Art. 44. As ilhas oceânicas e costeiras destinam-
se prioritariamente à proteção da natureza e sua Art. 48. O órgão ou empresa, público ou privado,
destinação para fins diversos deve ser precedida responsável pela geração e distribuição de ener-
de autorização do órgão ambiental competente. gia elétrica, beneficiário da proteção oferecida
por uma unidade de conservação, deve contribuir
Parágrafo único. Estão dispensados da autorização financeiramente para a proteção e implementação
citada no caput os órgãos que se utilizam das cita- da unidade, de acordo com o disposto em regu-
das ilhas por força de dispositivos legais ou quan- lamentação específica.
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Art. 49. A área de uma unidade de conservação Art. 55. As unidades de conservação e áreas pro-
do Grupo de Proteção Integral é considerada tegidas criadas com base nas legislações anterio-
zona rural, para os efeitos legais. res e que não pertençam às categorias previstas
nesta lei serão reavaliadas, no todo ou em parte,
Parágrafo único. A zona de amortecimento das
no prazo de até dois anos, com o objetivo de defi-
unidades de conservação de que trata este artigo,
nir sua destinação com base na categoria e fun-
uma vez definida formalmente, não pode ser
ção para as quais foram criadas, conforme o dis-
transformada em zona urbana. posto no regulamento desta lei.
Art. 50. O Ministério do Meio Ambiente organi- Art. 56. (VETADO)
zará e manterá um Cadastro Nacional de Unida-
des de Conservação, com a colaboração do IBAMA Art. 57. Os órgãos federais responsáveis pela
e dos órgãos estaduais e municipais competentes. execução das políticas ambiental e indigenista
deverão instituir grupos de trabalho para, no
§ 1º O Cadastro a que se refere este artigo con- prazo de cento e oitenta dias a partir da vigência
terá os dados principais de cada unidade de con- desta lei, propor as diretrizes a serem adotadas
servação, incluindo, dentre outras características com vistas à regularização das eventuais super-
relevantes, informações sobre espécies ameaça- posições entre áreas indígenas e unidades de
das de extinção, situação fundiária, recursos conservação.
hídricos, clima, solos e aspectos socioculturais e
Parágrafo único. No ato de criação dos grupos de
antropológicos.
trabalho serão fixados os participantes, bem
§ 2º O Ministério do Meio Ambiente divulgará e como a estratégia de ação e a abrangência dos
colocará à disposição do público interessado os trabalhos, garantida a participação das comuni-
dados constantes do Cadastro. dades envolvidas.
Art. 51. O Poder Executivo Federal submeterá à Art. 57-A. O Poder Executivo estabelecerá os
apreciação do Congresso Nacional, a cada dois limites para o plantio de organismos genetica-
anos, um relatório de avaliação global da situação mente modificados nas áreas que circundam as
das unidades de conservação federais do país. unidades de conservação até que seja fixada sua
Art. 52. Os mapas e cartas oficiais devem indicar zona de amortecimento e aprovado o seu respec-
as áreas que compõem o SNUC. tivo Plano de Manejo.
Art. 53. O IBAMA elaborará e divulgará periodi- Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
camente uma relação revista e atualizada das não se aplica às Áreas de Proteção Ambiental e
espécies da flora e da fauna ameaçadas de extin- Reservas de Particulares do Patrimônio Nacional.
ção no território brasileiro.
Art. 58. O Poder Executivo regulamentará esta
Parágrafo único. O IBAMA incentivará os compe-
lei, no que for necessário à sua aplicação, no
tentes órgãos estaduais e municipais a elabora-
prazo de cento e oitenta dias a partir da data de
rem relações equivalentes abrangendo suas res-
pectivas áreas de jurisdição. sua publicação.
Art. 59. Esta lei entra em vigor na data de sua
Art. 54. O IBAMA, excepcionalmente, pode per-
publicação.
mitir a captura de exemplares de espécies amea-
çadas de extinção destinadas a programas de Art. 60. Revogam-se os arts. 5º e 6º da Lei
criação em cativeiro ou formação de coleções nº 4.771, de 15 de setembro de 1965; o art. 5º
científicas, de acordo com o disposto nesta lei e da Lei nº 5.197, de 3 de janeiro de 1967; e o art.
em regulamentação específica. 18 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri- estudos técnicos preliminares e realizar, quando
buições que lhe conferem o art. 84, inciso IV, e o for o caso, a consulta pública e os demais proce-
art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII, da Constituição dimentos administrativos necessários à criação
Federal, e tendo em vista o disposto na Lei da unidade.
nº 9.985, de 18 de julho de 2000, Art. 5º A consulta pública para a criação de uni-
DECRETA : dade de conservação tem a finalidade de subsi-
diar a definição da localização, da dimensão e
Art. 1º Este decreto regulamenta os arts. 22, 24, dos limites mais adequados para a unidade.
25, 26, 27, 29, 30, 33, 36, 41, 42, 47, 48 e 55 da
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, bem como § 1º A consulta consiste em reuniões públicas ou,
os arts. 15, 17, 18 e 20, no que concerne aos con- a critério do órgão ambiental competente, outras
selhos das unidades de conservação. formas de oitiva da população local e de outras
partes interessadas.
CAPÍTULO I § 2º No processo de consulta pública, o órgão
DA CRIAÇÃO DE UNIDADE DE
executor competente deve indicar, de modo claro
CONSERVAÇÃO
e em linguagem acessível, as implicações para a
Art. 2º O ato de criação de uma unidade de con- população residente no interior e no entorno da
servação deve indicar: unidade proposta.
I - a denominação, a categoria de manejo, os
objetivos, os limites, a área da unidade e o órgão CAPÍTULO II
responsável por sua administração; DO SUBSOLO E DO ESPAÇO AÉREO
224 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
7 . U N I D A D E S D E C O N S E R V A Ç Ã O 225
conceitos e metodologias, fixando diretrizes para conselho de unidade de conservação não pode se
o diagnóstico da unidade, zoneamento, progra- candidatar à gestão de que trata o Capítulo VI
mas de manejo, prazos de avaliação e de revisão deste decreto.
e fases de implementação. § 5º O mandato do conselheiro é de dois anos,
Art. 15. A partir da criação de cada unidade de renovável por igual período, não remunerado e
conservação e até que seja estabelecido o Plano considerado atividade de relevante interesse
de Manejo, devem ser formalizadas e implemen- público.
tadas ações de proteção e fiscalização. § 6º No caso de unidade de conservação munici-
Art. 16. O Plano de Manejo aprovado deve estar pal, o Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente, ou órgão equivalente, cuja composição
disponível para consulta do público na sede da
obedeça ao disposto neste artigo, e com compe-
unidade de conservação e no centro de documen- tências que incluam aquelas especificadas no art.
tação do órgão executor. 20 deste decreto, pode ser designado como con-
selho da unidade de conservação.
CAPÍTULO V
DO CONSELHO Art. 18. A reunião do conselho da unidade de
conservação deve ser pública, com pauta preesta-
Art. 17. As categorias de unidade de conservação belecida no ato da convocação e realizada em
poderão ter, conforme a Lei nº 9.985, de 2000, local de fácil acesso.
conselho consultivo ou deliberativo, que serão
Art. 19. Compete ao órgão executor:
presididos pelo chefe da unidade de conservação,
o qual designará os demais conselheiros indica- I - convocar o conselho com antecedência mínima
dos pelos setores a serem representados. de sete dias;
§ 1º A representação dos órgãos públicos deve II - prestar apoio à participação dos conselheiros
contemplar, quando couber, os órgãos ambientais nas reuniões, sempre que solicitado e devidamen-
dos três níveis da Federação e órgãos de áreas te justificado.
afins, tais como pesquisa científica, educação, Parágrafo único. O apoio do órgão executor indi-
defesa nacional, cultura, turismo, paisagem, cado no inciso II não restringe aquele que possa
arquitetura, arqueologia e povos indígenas e ser prestado por outras organizações.
assentamentos agrícolas.
Art. 20. Compete ao conselho de unidade de
§ 2º A representação da sociedade civil deve con- conservação:
templar, quando couber, a comunidade científica
e organizações não-governamentais ambientalis- I - elaborar o seu regimento interno, no prazo de
tas com atuação comprovada na região da unida- noventa dias, contados da sua instalação;
de, população residente e do entorno, população II - acompanhar a elaboração, implementação e
tradicional, proprietários de imóveis no interior revisão do Plano de Manejo da unidade de con-
da unidade, trabalhadores e setor privado atuan- servação, quando couber, garantindo o seu cará-
tes na região e representantes dos Comitês de ter participativo;
Bacia Hidrográfica.
III - buscar a integração da unidade de conserva-
§ 3º A representação dos órgãos públicos e da
sociedade civil nos conselhos deve ser, sempre ção com as demais unidades e espaços territoriais
que possível, paritária, considerando as peculiari- especialmente protegidos e com o seu entorno;
dades regionais. IV - esforçar-se para compatibilizar os interesses
§ 4º A Organização da Sociedade Civil de dos diversos segmentos sociais relacionados com
Interesse Público-OSCIP com representação no a unidade;
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226 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
V - avaliar o orçamento da unidade e o relatório conservação e no Diário Oficial, nos termos da Lei
financeiro anual elaborado pelo órgão executor nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
em relação aos objetivos da unidade de conser- Parágrafo único. Os termos de referência para a
vação; apresentação de proposta pelas OSCIP serão
VI - opinar, no caso de conselho consultivo, ou definidos pelo órgão executor, ouvido o conselho
ratificar, no caso de conselho deliberativo, a con- da unidade.
tratação e os dispositivos do termo de parceria Art. 24. A OSCIP deve encaminhar anualmente
com OSCIP, na hipótese de gestão compartilhada relatórios de suas atividades para apreciação do
da unidade; órgão executor e do conselho da unidade.
7 . U N I D A D E S D E C O N S E R V A Ç Ã O 227
228 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Art. 34. Os empreendimentos implantados antes § 2º O termo de compromisso será assinado pelo
da edição deste Decreto e em operação sem as órgão executor e pelo representante de cada
respectivas licenças ambientais deverão requerer, família, assistido, quando couber, pela comunida-
no prazo de doze meses a partir da publicação de rural ou associação legalmente constituída.
deste Decreto, a regularização junto ao órgão
§ 3º O termo de compromisso será assinado no
ambiental competente mediante licença de ope-
prazo máximo de um ano após a criação da uni-
ração corretiva ou retificadora. dade de conservação e, no caso de unidade já
criada, no prazo máximo de dois anos contado da
CAPÍTULO IX publicação deste decreto.
DO REASSENTAMENTO DAS
POPULAÇÕES TRADICIONAIS § 4º O prazo e as condições para o reassenta-
mento das populações tradicionais estarão defini-
Art. 35. O processo indenizatório de que trata o dos no termo de compromisso.
art. 42 da Lei nº 9.985, de 2000, respeitará o
modo de vida e as fontes de subsistência das
populações tradicionais. CAPÍTULO X
DA REAVALIAÇÃO DE UNIDADE DE
Art. 36. Apenas as populações tradicionais resi- CONSERVAÇÃO DE CATEGORIA
dentes na unidade no momento da sua criação NÃO PREVISTA NO SISTEMA
terão direito ao reassentamento.
Art. 40. A reavaliação de unidade de conserva-
Art. 37. O valor das benfeitorias realizadas pelo ção prevista no art. 55 da Lei nº 9.985, de 2000,
Poder Público, a título de compensação, na área será feita mediante ato normativo do mesmo
de reassentamento será descontado do valor nível hierárquico que a criou.
indenizatório.
Parágrafo único. O ato normativo de reavaliação
Art. 38. O órgão fundiário competente, quando será proposto pelo órgão executor.
solicitado pelo órgão executor, deve apresentar,
no prazo de seis meses, a contar da data do pedi-
do, programa de trabalho para atender às CAPÍTULO XI
demandas de reassentamento das populações DAS RESERVAS DA BIOSFERA
tradicionais, com definição de prazos e condições
para a sua realização. Art. 41. A Reserva da Biosfera é um modelo de
gestão integrada, participativa e sustentável dos
Art. 39. Enquanto não forem reassentadas, as recursos naturais, que tem por objetivos básicos a
condições de permanência das populações tradi- preservação da biodiversidade e o desenvolvi-
cionais em Unidade de Conservação de Proteção mento das atividades de pesquisa científica, para
Integral serão reguladas por termo de compromisso, aprofundar o conhecimento dessa diversidade
negociado entre o órgão executor e as popula- biológica, o monitoramento ambiental, a educa-
ções, ouvido o conselho da unidade de conserva- ção ambiental, o desenvolvimento sustentável e a
ção. melhoria da qualidade de vida das populações.
§ 1º O termo de compromisso deve indicar as Art. 42. O gerenciamento das Reservas da
áreas ocupadas, as limitações necessárias para Biosfera será coordenado pela Comissão Bra-
assegurar a conservação da natureza e os deve- sileira para o Programa “O Homem e a Biosfera”
res do órgão executor referentes ao processo – COBRAMAB, de que trata o Decreto de 21 de
indenizatório, assegurados o acesso das popula- setembro de 1999, com a finalidade de planejar,
ções às suas fontes de subsistência e a conserva- coordenar e supervisionar as atividades relativas
ção dos seus modos de vida. ao Programa.
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7 . U N I D A D E S D E C O N S E R V A Ç Ã O 229
Art. 43. Cabe à COBRAMAB, além do estabele- Biosfera pela proposição de projetos pilotos em
cido no Decreto de 21 de setembro de 1999, pontos estratégicos de sua área de domínio; e
apoiar a criação e instalar o sistema de gestão de
V - implantar, nas áreas de domínio da Reserva
cada uma das Reservas da Biosfera reconhecidas
no Brasil. da Biosfera, os princípios básicos constantes do
art. 41 da Lei nº 9.985, de 2000.
§ 1º Quando a Reserva da Biosfera abranger o
território de apenas um Estado, o sistema de ges- Art. 45. Compete aos comitês regionais e esta-
tão será composto por um conselho deliberativo duais:
e por comitês regionais. I - apoiar os governos locais no estabelecimento de
§ 2º Quando a Reserva da Biosfera abranger o políticas públicas relativas às Reservas da Biosfera; e
território de mais de um Estado, o sistema de ges- II - apontar áreas prioritárias e propor estratégias
tão será composto por um conselho deliberativo para a implantação das Reservas da Biosfera,
e por comitês estaduais. bem como para a difusão de seus conceitos e
§ 3º À COBRAMAB compete criar e coordenar a funções.
Rede Nacional de Reservas da Biosfera.
CAPÍTULO XII
Art. 44. Compete aos conselhos deliberativos DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
das Reservas da Biosfera:
Art. 46. Cada categoria de unidade de conserva-
I - aprovar a estrutura do sistema de gestão de ção integrante do SNUC será objeto de regula-
sua Reserva e coordená-lo; mento específico.
II - propor à COBRAMAB macrodiretrizes para a Parágrafo único. O Ministério do Meio Ambiente
implantação das Reservas da Biosfera; deverá propor regulamentação de cada categoria
de unidade de conservação, ouvidos os órgãos
III - elaborar planos de ação da Reserva da
executores.
Biosfera, propondo prioridades, metodologias,
cronogramas, parcerias e áreas temáticas de Art. 47. Este decreto entra em vigor na data da
atuação, de acordo como os objetivos básicos sua publicação.
enumerados no art. 41 da Lei nº 9.985, de 2000; Art. 48. Fica revogado o decreto nº 3.834, de 5
IV - reforçar a implantação da Reserva da de junho de 2001.
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Parágrafo único. Informações sobre as atividades, convênios, atas ou qualquer outro documento
estudos e projetos que estejam sendo executados formal firmados pelos órgãos ambientais, a título
com recursos da compensação ambiental deve- de compensação ambiental prevista no art. 36 da
rão estar disponibilizadas ao público, asseguran- Lei nº 9.985, de 2000.
do-se publicidade e transparência às mesmas.
Art. 15. O valor da compensação ambiental fica
Art. 13. Nos materiais de divulgação produzidos fixado em meio por cento dos custs previstos
com recursos da compensação ambiental deve- para a implantação do empreendimento até que
rão constar a fonte dos recursos com os dizeres: o órgão ambiental estabeleça e publique meto-
“recursos provenientes da compensação ambien- dologia para definição do grau de impacto
tal da Lei nº 9.985, de 2000 - Lei do SNUC”. ambiental.
Art. 14. Não serão reavalidados os valores com- Art. 16. Esta resolução entra em vigor na data
binados ou pagos, nem haverá a obrigatoriedade de sua publicação.
de destinação de recursos complementares cons- Art. 17. Revoga-se a Resolução CONAMA nº 2,
tantes em acordos, termos de compromisso, de 18 de abril de 1996.
Termos de Ajustamento de Conduta-TAC, contratos,
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8. CRIMES E INFRAÇÕES
ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS
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238 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Art. 10. As penas de interdição temporária de b) coagindo outrem para a execução material da
direito são a proibição de o condenado contratar infração;
com o Poder Público, de receber incentivos fiscais
ou quaisquer outros benefícios, bem como de c) afetando ou expondo a perigo, de maneira
participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, grave, a saúde pública ou o meio ambiente;
no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
crimes culposos.
e) atingindo áreas de unidades de conservação
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a
quando estas não estiverem obedecendo às pres- regime especial de uso;
crições legais.
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assenta-
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no paga-
mento em dinheiro à vítima ou à entidade pública mentos humanos;
ou privada com fim social, de importância, fixada g) em período de defeso à fauna;
pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem
superior a trezentos e sessenta salários mínimos. h) em domingos ou feriados;
O valor pago será deduzido do montante de i) à noite;
eventual reparação civil a que for condenado o
infrator. j) em épocas de seca ou inundações;
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na 1) no interior do espaço territorial especialmente
autodisciplina e senso de responsabilidade do protegido;
condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, m) com o emprego de métodos cruéis para abate
freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, ou captura de animais;
permanecendo recolhido nos dias e horários de
folga em residência ou em qualquer local destina- n) mediante fraude ou abuso de confiança;
do a sua moradia habitual, conforme estabeleci- o) mediante abuso do direito de licença, permis-
do na sentença condenatória. são ou autorização ambiental;
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: p) no interesse de pessoa jurídica mantida. total
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do ou parcialmente, por verbas públicas ou benefi-
agente; ciada por incentivos fiscais;
8 . C R I M E S E I N F R A Ç Õ E S A D M I N I S T R A T I V A S A M B I E N T A I S 239
Art. 18. A multa será calculada segundo os crité- § 2º A interdição será aplicada quando o estabe-
rios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda lecimento, obra ou atividade estiver funcionando
que aplicada no valor máximo, poderá ser sem a devida autorização, ou em desacordo com
aumentada até três vezes, tendo em vista o valor a concedida, ou com violação de disposição legal
da vantagem econômica auferida. ou regulamentar.
Art. 19. A perícia de constatação do dano § 3º A proibição de contratar com o Poder Público
ambiental, sempre que possível, fixará o montan- e dele obter subsídios, subvenções ou doações
te do prejuízo causado para efeitos de prestação não poderá exceder o prazo de dez anos.
de fiança e cálculo de multa. Art. 23. A prestação de serviços à comunidade
Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito pela pessoa jurídica consistirá em:
civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no I - custeio de programas e de projetos ambien-
processo penal, instaurando-se o contraditório. tais;
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre II - execução de obras de recuperação de áreas
que possível, fixará o valor mínimo para repa- degradadas;
ração dos danos causados pela infração, consi-
derando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou III - manutenção de espaços públicos;
pelo meio ambiente. IV - contribuições a entidades ambientais ou cul-
Parágrafo único. Transitada em julgado a senten- turais públicas.
ça condenatória, a execução poderá efetuar-se Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utiliza-
pelo valor fixado nos termos do caput, sem pre- da, preponderantemente, com o fim de permitir,
juízo da liquidação para apuração do dano efeti- facilitar ou ocultar a prática de crime definido
vamente sofrido. nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada,
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa seu patrimônio será considerado instrumento
ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acor- do crime e como tal perdido em favor do Fundo
do com o disposto no art. 3º, são: Penitenciário Nacional.
I - multa; CAPÍTULO III
II - restritivas de direitos; DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO
INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO
III - prestação de serviços à comunidade. ADMINISTRATIVA OU DE CRIME
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pes- Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos
soa jurídica são:
seus produtos e instrumentos, lavrando-se os res-
I- suspensão parcial ou total de atividades; pectivos autos.
II - interdição temporária de estabelecimento, § 1º Os animais serão libertados em seu habitat
obra ou atividade; ou entregues a jardins zoológicos, fundações ou
III - proibição de contratar com o Poder Público, entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a
bem como dele obter subsídios, subvenções ou responsabilidade de técnicos habilitados.
doações. § 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada madeiras, serão estes avaliados e doados a insti-
quando estas não estiverem obedecendo às dis- tuições científicas, hospitalares, penais e outras
posições legais ou regulamentares, relativas à com fins beneficentes. (Redação dada pelo(a)
proteção do meio ambiente. Medida Provisória nº 62, de 2002, prejudicada
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240 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
pelo Ato de 20 de novembro de 2002 pela não de suspensão do processo será prorrogado, até o
conversão em lei) período máximo previsto no artigo referido no
caput, acrescido de mais um ano, com suspensão
§ 3º Os produtos e subprodutos da fauna não
perecíveis serão destruídos ou doados a institui- do prazo da prescrição;
ções científicas, culturais ou educacionais. III - no período de prorrogação, não se aplicarão
as condições dos incisos II, III e IV do § 1º do arti-
§ 4º Os instrumentos utilizados na prática da
go mencionado no caput;
infração serão vendidos, garantida a sua descarac-
terização por meio da reciclagem. IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à
lavratura de novo laudo de constatação de repa-
§ 5º Tratando-se de madeiras, serão levadas a
ração do dano ambiental, podendo, conforme seu
leilão, e o valor arrecadado, revertido ao órgão
resultado, ser novamente prorrogado o período de
ambiental responsável por sua apreensão. suspensão, até o máximo previsto no inciso II
(Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória deste artigo, observado o disposto no inciso III;
nº 62, de 2002, prejudicada pelo Ato de 20 de
novembro de 2002 pela não conversão em lei). V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a
declaração de extinção de punibilidade depende-
CAPÍTULO IV rá de laudo de constatação que comprove ter o
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL acusado tomado as providências necessárias à
reparação integral do dano.
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta lei,
a ação penal é pública incondicionada. CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
Parágrafo único. (Vetado)
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor poten- SEÇÃO I
cial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de DOS CRIMES CONTRA A FAUNA
pena restritiva de direitos ou multa, prevista no Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar
art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
1995, somente poderá ser formulada desde que migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em
tenha havido a prévia composição do dano
desacordo com a obtida:
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei,
salvo em caso de comprovada impossibilidade. Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
8 . C R I M E S E I N F R A Ç Õ E S A D M I N I S T R A T I V A S A M B I E N T A I S 241
242 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
III - transporta, comercializa, beneficia ou indus- “Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação pri-
trializa espécimes provenientes da coleta, apanha mária ou secundária, em estágio avançado ou
e pesca proibidas. médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica,
ou utilizá-la com infringência das normas de pro-
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: teção:
I - explosivos ou substâncias que, em contato Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou
com a água, produzam efeito semelhante; multa, ou ambas as penas cumulativamente.
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena
pela autoridade competente: será reduzida à metade.” (Redação dada pela Lei
nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006)
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada
Art. 36. Para os efeitos desta lei, considera-se de preservação permanente, sem permissão da
pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, autoridade competente:
apanhar, apreender ou capturar espécimes dos
grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vege- Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou
tais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveita- ambas as penas cumulativamente.
mento econômico, ressalvadas as espécies amea- Art. 40. Causar dano direto ou indireto às
çadas de extinção, constantes nas listas oficiais Unidades de Conservação e às áreas de que trata
da fauna e da flora. o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de
1990, independentemente de sua localização:
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
realizado: Pena - reclusão, de um a cinco anos.
I - em estado de necessidade, para saciar a fome § 1º Entende-se por Unidades de Conservação
do agente ou de sua família; de Proteção Integral as Estações Ecológicas,
as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos
Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida
da ação predatória ou destruidora de animais,
Silvestre. (Redação dada pelo(a) Lei nº 9.985,
desde que legal e expressamente autorizado pela
de 2000)
autoridade competente;
§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies
III - (VETADO)
ameaçadas de extinção no interior das Unidades
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim de Conservação de Proteção Integral será consi-
caracterizado pelo órgão competente. derada circunstância agravante para a fixação
da pena. (Redação dada pelo(a) Lei nº 9.985, de
2000)
SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A FLORA § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida
à metade.
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considera-
da de preservação permanente, mesmo que em Art. 40-A. (VETADO) (Acrescentado(a) pelo(a)
formação, ou utilizá-la com infringência das nor- Lei nº 9.985, de 2000)
mas de proteção:
§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental,
ambas as penas cumulativamente. as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas,
será reduzida à metade. as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvol-
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246 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou
impugnação contra o auto de infração, contados
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006)
da data da ciência da autuação;
§ 1º Se o crime é culposo: (Acrescentado(a) II - trinta dias para a autoridade competente
pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) julgar o auto de infração, contados da data da
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou
(Acrescentado(a) pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006) impugnação;
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão
(dois terços), se há dano significativo ao meio condenatória à instância superior do SISNAMA,
ambiente, em decorrência do uso da informação ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério
falsa, incompleta ou enganosa. (Acrescentado(a) da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
pelo(a) Lei nº 11.284, de 2006).
IV - cinco dias para o pagamento de multa, con-
tados da data do recebimento da notificação.
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8 . C R I M E S E I N F R A Ç Õ E S A D M I N I S T R A T I V A S A M B I E N T A I S 247
Art. 72. As infrações administrativas são punidas § 5º A multa diária será aplicada sempre que o
com as seguintes sanções, observado o disposto cometimento da infração se prolongar no tempo.
no art. 6º:
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos inci-
I - advertência; sos IV e V do caput obedecer disposto no art. 25
desta Lei.
II - multa simples;
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do
III - multa diária;
caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodu- atividade ou o estabelecimento não estiverem
tos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
equipamentos ou veículos de qualquer natureza § 8º As sanções restritivas de direito são:
utilizados na infração;
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
V - destruição ou inutilização do produto;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios
VII - embargo de obra ou atividade; fiscais;
VIII - demolição de obra; IV - perda ou suspensão da participação em linhas
de financiamento em estabelecimentos oficiais de
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
crédito;
X - (VETADO) V - proibição de contratar com a Administração
XI - restritiva de direitos. Pública, pelo período de até três anos.
248 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
8 . C R I M E S E I N F R A Ç Õ E S A D M I N I S T R A T I V A S A M B I E N T A I S 249
1998 e convalidado(a) pelo(a) Medida Provisória promisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos
nº 2.163-41, de 2001) que deram causa à celebração do instrumento, a
aplicação de sanções administrativas contra a
III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor
pessoa física ou jurídica que o houver firmado.
do investimento previsto e o cronograma físico de
(Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória
execução e de implantação das obras e serviços
nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a) pelo(a)
exigidos, com metas trimestrais a serem atingi-
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
das; (Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória
nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a) pelo(a) § 4º A celebração do termo de compromisso de que
Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) trata este artigo não impede a execução de even-
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa tuais multas aplicadas antes da protocolização do
física ou jurídica compromissada e os casos de requerimento. (Acrescentado(a) pelo(a) Medida
rescisão, em decorrência do não-cumprimento Provisória nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a)
das obrigações nele pactuadas; (Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
pelo(a) Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998 § 5º Considera-se rescindido de pleno direito o
e convalidado(a) pelo(a) Medida Provisória
termo de compromisso, quando descumprida qual-
nº 2.163-41, de 2001)
quer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito
V - o valor da multa de que trata o inciso anterior ou de força maior. (Acrescentado(a) pelo(a) Medida
não poderá ser superior ao valor do investimento Provisória nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a)
previsto; (Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provi- pelo(a) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
sória nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a)
pelo(a) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) § 6º O termo de compromisso deverá ser firmado
em até noventa dias, contados da protocolização
VI - o foro competente para dirimir litígios entre do requerimento. (Acrescentado(a) pelo(a) Medida
as partes. (Acrescentado(a) pelo(a) Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a)
Provisória nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a) pelo(a) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
pelo(a) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 7º O requerimento de celebração do termo de
§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até compromisso deverá conter as informações
o dia 30 de março de 1998, envolvendo construção, necessárias à verificação da sua viabilidade técni-
instalação, ampliação e funcionamento de estabeleci- ca e jurídica, sob pena de indeferimento do
mentos e atividades utilizadoras de recursos ambien- plano. (Acrescentado(a) pelo(a) Medida
tais, considerados efetiva ou potencialmente poluido- Provisória nº 1.710-1, de 1998 e convalidado(a)
res, a assinatura do termo de compromisso deverá ser pelo(a) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessa- § 8º Sob pena de ineficácia, os termos de com-
das, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante promisso deverão ser publicados no órgão oficial
requerimento escrito protocolizado junto aos órgãos competente, mediante extrato. (Acrescentado(a)
competentes do SISNAMA, devendo ser firmado pelo pelo(a) Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998 e
dirigente máximo do estabelecimento. (Acrescen- convalidado(a) pelo(a) Medida Provisória
tado(a) pelo(a) Medida Provisória nº 1.710-1, de nº 2.163-41, de 2001))
1998 e convalidado(a) pelo(a) Medida Provisória
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
nº 2.163-41, de 2001)
nº prazo de noventa dias a contar de sua publicação.
§ 3º Da data da protocolização do requerimento
Art. 81. (VETADO)
previsto no parágrafo anterior e enquanto perdu-
rar a vigência do correspondente termo de com- Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
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252 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
tal integrante do SISNAMA, a partir da efetiva Art. 5º O valor da multa de que trata este decre-
constatação pelo agente autuante da gravidade to será corrigido, periodicamente, com base nos
do dano decorrente da infração. índices estabelecidos na legislação pertinente,
§ 9º As sanções restritivas de direito aplicáveis sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais),
às pessoas físicas ou jurídicas são: e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta
milhões de reais).
I - suspensão de registro, licença, permissão ou
autorização; Art. 6º O agente autuante, ao lavrar o auto-de-
infração, indicará a multa prevista para a condu-
II - cancelamento de registro, licença, permissão ta, bem como, se for o caso, as demais sanções
ou autorização; estabelecidas neste decreto, observando:
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios I - a gravidade dos fatos, tendo em vista os moti-
fiscais; vos da infração e suas conseqüências para a
IV - perda ou suspensão da participação em saúde pública e para o meio ambiente;
linhas de financiamento em estabelecimentos ofi- II - os antecedentes do infrator, quanto ao cum-
ciais de crédito; e
primento da legislação de interesse ambiental; e
V - proibição de contratar com a Administração
III - a situação econômica do infrator.
Pública, pelo período de até três anos.
§ 10. Independentemente de existência de culpa, Art. 7º A autoridade competente deve, de ofício
é o infrator obrigado à reparação do dano causa- ou mediante provocação, independentemente do
do ao meio ambiente, afetado por sua atividade. recolhimento da multa aplicada, majorar, manter
§ 11. Nos casos de desmatamento ilegal de vege- ou minorar o seu valor, respeitados os limites
tação natural, o agente autuante, verificando a estabelecidos nos artigos infringidos, observando
necessidade, embargará a prática de atividades os incisos do artigo anterior.
econômicas na área ilegalmente desmatada
Parágrafo único. A autoridade competente, ao
simultaneamente à lavratura do auto de infração.
analisar o processo administrativo de auto-de-
§ 12. O embargo do Plano de Manejo Florestal
infração, observará, no que couber, o disposto
Sustentável - PMFS não exonera seu detentor da
execução de atividades de manutenção ou recu- nos arts. 14 e 15 da Lei nº 9.605, de 12 de feve-
peração da floresta, permanecendo o Termo de reiro de 1998.
Responsabilidade de Manutenção da Floresta Art. 8º O pagamento de multa por infração
válido até o prazo final da vigência estabelecida ambiental imposta pelos Estados, Municípios,
no PMFS.
Distrito Federal ou Territórios substitui a aplicação
Art. 3º Reverterão ao Fundo Nacional do Meio de penalidade pecuniária pelo órgão federal, em
Ambiente-FNMA, dez por cento dos valores arre- decorrência do mesmo fato, respeitados os limi-
cadados em pagamento de multas aplicadas pelo tes estabelecidos neste decreto.
órgão ambiental federal, podendo o referido per-
centual ser alterado, a critério dos demais órgãos Art. 9º O cometimento de nova infração por
arrecadadores. agente beneficiado com a conversão de multa
simples em prestação de serviços de preservação,
Art. 4º A multa terá por base a unidade, o hectare, melhoria e recuperação da qualidade do meio
o metro cúbico, o quilograma ou outra medida ambiente, implicará a aplicação de multa em
pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. dobro do valor daquela anteriormente imposta.
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Art. 10. Constitui reincidência a prática de nova utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da
infração ambiental cometida pelo mesmo agente fauna silvestre nativa ou em rota migratória, bem
no período de três anos, classificada como: como produtos e objetos dela oriundos, prove-
I - específica: cometimento de infração da mesma nientes de criadouros não autorizados ou sem a
natureza; ou devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente.
II - genérica: o cometimento de infração ambien-
tal de natureza diversa. § 2º No caso de guarda doméstica de espécime
silvestre não considerada ameaçada de extinção,
Parágrafo único. No caso de reincidência específi-
pode a autoridade competente, considerando as
ca ou genérica, a multa a ser imposta pela práti-
circunstâncias, deixar de aplicar a multa, nos ter-
ca da nova infração terá seu valor aumentado ao
mos do § 2º do art. 29 da Lei nº 9.605, de 1998.
triplo e ao dobro, respectivamente.
§ 3º No caso de guarda de espécime silvestre,
CAPÍTULO II deve a autoridade competente deixar de aplicar
DAS SANÇÕES APLICÁVEIS ÀS INFRAÇÕES as sanções previstas neste Decreto, quando o
COMETIDAS CONTRA O MEIO AMBIENTE agente espontaneamente entregar os animais ao
SEÇÃO I órgão ambiental competente.
DAS SANÇÕES APLICÁVEIS ÀS INFRAÇÕES § 4º São espécimes da fauna silvestre todos
CONTRA A FAUNA aqueles pertencentes às espécies nativas, migra-
Art. 11. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar tórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres,
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida
migratória, sem a devida permissão, licença ou ocorrendo dentro dos limites do território brasilei-
autorização da autoridade competente, ou em ro ou em águas jurisdicionais brasileiras.
desacordo com a obtida: Art. 12. Introduzir espécime animal no país, sem
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por unidade parecer técnico oficial favorável e licença expedi-
com acréscimo por exemplar excedente de: da pela autoridade competente:
I - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acrés-
espécie constante da lista oficial de fauna brasi- cimo por exemplar excedente de:
leira ameaçada de extinção e do Anexo I da I - R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade;
Comércio Internacional das Espécies da Flora e
Fauna Selvagens em Perigo de Extinção-CITES; e II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de
espécie constante da lista oficial de fauna brasi-
II - R$ 3.000,00 (três mil reais), por unidade de leira ameaçada de extinção e do Anexo I da
espécie constante da lista oficial de fauna brasi- CITES; e
leira ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES.
III - R$ 3.000,00 (três mil reais), por unidade de
§ 1º Incorre nas mesmas multas: espécie constante da lista oficial de fauna brasileira
I - quem impede a procriação da fauna, sem licen- ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES.
ça, autorização ou em desacordo com a obtida;
Art. 13. Exportar para o exterior peles e couros
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abri- de anfíbios e répteis em bruto, sem autorização
go ou criadouro natural; ou da autoridade competente:
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acrés-
adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, cimo por exemplar excedente de:
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254 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
III - R$ 3.000,00 (três mil reais), por unidade de Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com acréscimo
espécie constante da lista oficial de fauna brasi- de R$ 200,00 (duzentos reais), por exemplar
leira ameaçada de extinção e do Anexo II da excedente.
CITES. Art. 17. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir
Art. 14. Coletar material zoológico para fins ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
científicos sem licença especial expedida pela domesticados, nativos ou exóticos:
autoridade competente:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
Multa de R$ 200,00 (duzentos reais), com acrés- R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por
cimo por exemplar excedente de: exemplar excedente:
I - R$ 50,00 (cinqüenta reais), por unidade; I - R$ 200,00 (duzentos reais), por unidade;
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de II - R$ 10.000 00 (dez mil reais), por unidade de
espécie constante da lista oficial de fauna brasi- espécie constante da lista oficial de fauna brasileira
leira ameaçada de extinção e do Anexo I da ameaçada de extinção e do Anexo I da CITES; e
CITES;
III - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de
III - R$ 3.000,00 (três mil reais), por unidade de espécie constante da lista oficial de fauna brasi-
espécie constante da lista oficial de fauna brasi-
leira ameaçada de extinção e do Anexo II da
leira ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES.
CITES.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas,
I - quem utilizar, para fins comerciais ou esporti- quem realiza experiência dolorosa ou cruel em
vos, as licenças especiais a que se refere este arti- animal vivo, ainda que para fins didáticos ou cien-
go; e tíficos, quando existirem recursos alternativos.
II - a instituição científica, oficial ou oficializada,
Art. 18. Provocar, pela emissão de efluentes
que deixar de dar ciência ao órgão público fede-
ral competente das atividades dos cientistas ou carreamento de materiais, o perecimento de
licenciados no ano anterior. espécimes da fauna aquática existentes em rios,
lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicio-
Art. 15. Praticar caça profissional no país: nais brasileiras:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a
acréscimo por exemplar excedente de:
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
I - R$ 500,00 (quinhentos reais), por unidade;
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas, quem:
II - R$ 10.000,00 (dez mil reais), por unidade de
espécie constante da lista oficial de fauna brasi- I - causa degradação em viveiros, açudes ou esta-
leira ameaçada de extinção e do Anexo I da ções de aqüicultura de domínio público;
CITES; e II - explora campos naturais de invertebrados
III - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por unidade de aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
espécie constante da lista oficial de fauna brasi- autorização da autoridade competente; e
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III - fundeia embarcações ou lança detritos de Art. 23. É proibida a importação ou a exportação
qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou de quaisquer espécies aquáticas, em qualquer
corais, devidamente demarcados em carta náutica. estágio de evolução, bem como a introdução de
espécies nativas ou exóticas em águas jurisdicio-
Art. 19. Pescar em período no qual a pesca seja
nais brasileiras, sem autorização do órgão ambiental
proibida ou em lugares interditados por órgão
competente:
competente:
Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a
Multa de R$ 700 00 (setecentos reais) a
R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).
R$ 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de
R$ 10,00 (dez reais), por quilo do produto da Art. 24. Explorar campos naturais de invertebra-
pescaria. dos aquáticos e algas, bem como recifes de coral
sem autorização do órgão ambiental competente
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas,
ou em desacordo com a obtida:
quem:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
I - pescar espécies que devam ser preservadas ou
R$ 10.000,00 (dez mil reais).
espécimes com tamanhos inferiores aos permiti-
dos; SEÇÃO II
II - pescar quantidades superiores às permitidas DAS SANÇÕES APLICÁVEIS ÀS INFRAÇÕES
ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, CONTRA A FLORA
técnicas e métodos não permitidos; e Art. 25. Destruir ou danificar floresta considerada
III - transportar comercializar, beneficiar ou indus- de preservação permanente, mesmo que em for-
trializar espécimes provenientes da coleta, apanha mação, ou utilizá-la com infringência das normas
e pesca proibida. de proteção:
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a
Art. 20. Pescar mediante a utilização de explosi-
R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), por hectare
vos ou substâncias que, em contato com a ou fração.
água, produzam efeitos semelhantes, ou substân-
cias tóxicas, ou ainda, por outro meio proibido Art. 26. Cortar árvores em floresta considerada
de preservação permanente, sem permissão da
pela autoridade competente: autoridade competente:
Multa de R$ 700 00 (setecentos reais) a Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) a
R$ 100.000,00 (cem mil reais), com acréscimo de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por hectare ou fra-
R$ 10,00 (dez reais), por quilo do produto da ção, ou R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro
pescaria. cúbico.
Art. 27. Causar dano direto ou indireto às
Art. 21. Exercer pesca sem autorização do órgão
Unidades de Conservação e às áreas de que trata
ambiental competente: o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 2.000,00 1990, independentemente de sua localização:
(dois mil reais). Multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a
Art. 22. Molestar de forma intencional toda R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).
espécie de cetáceo em águas jurisdicionais brasi- Art. 28. Provocar incêndio em mata ou floresta:
leiras:
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais),
Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). por hectare ou fração queimada.
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Art. 29. Fabricar, vender, transportar ou soltar Art. 34. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
balões que possam provocar incêndios nas flores- qualquer modo ou meio, plantas de ornamenta-
tas e demais formas de vegetação, em áreas ção de logradouros públicos ou em propriedade
urbanas ou qualquer tipo de assentamento privada alheia:
humano:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por árvore.
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00
Art. 35. Comercializar motosserra ou utilizá-la
(dez mil reais), por unidade.
em floresta ou demais formas de vegetação, sem
Art. 30. Extrair de florestas de domínio público licença ou registro da autoridade ambiental com-
ou consideradas de preservação permanente, sem petente:
prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer
Multa simples de R$ 500,00 (quinhentos reais),
espécie de minerais:
por unidade comercializada.
Multa simples de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos
Art. 36. Penetrar em Unidades de Conservação
reais), por hectare ou fração.
conduzindo substâncias ou instrumentos próprios
Art. 31. Cortar ou transformar em carvão madeira para caça ou para exploração de produtos ou
de lei, assim classificada em ato do Poder Público, subprodutos florestais, sem licença da autoridade
para fins industriais, energéticos ou para qualquer competente:
outra exploração, econômica ou não, em desacordo
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais).
com as determinações legais:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), por metro Art. 37. Destruir ou danificar florestas nativas ou
cúbico. plantadas ou vegetação fixadora de dunas, prote-
tora de mangues, objeto de especial preservação:
Art. 32. Receber ou adquirir, para fins comerciais
ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais),
produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição por hectare ou fração.
de licença do vendedor, outorgada pela autorida- Art. 38. Explorar vegetação arbórea de origem
de competente, e sem munir-se da via que deve- nativa, localizada em área de reserva legal ou
rá acompanhar o produto até final benefi- fora dela, de domínio público ou privado, sem
ciamento: aprovação prévia do órgão ambiental competente
Multa simples de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 500,00 ou em desacordo com a aprovação concedida:
(quinhentos reais); por unidade, estéreo, quilo,
Multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 300,00 (tre-
mdc ou metro cúbico.
zentos reais), por hectare ou fração, ou por uni-
Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas, dade, estéreo, quilo, mdc ou metro cúbico.
quem vende, expõe à venda, tem em depósito,
Art. 39. Desmatar, a corte raso, área de reserva
transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e
outros produtos de origem vegetal, sem licença legal:
válida para todo o tempo da viagem ou do arma- Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por
zenamento, outorgada pela autoridade compe- hectare ou fração. (Redação dada pelo(a) Decreto
tente. nº 5.523, de 2005)
Art. 33. Impedir ou dificultar a regeneração natu- Parágrafo único. Incorre na mesma multa quem
ral de florestas ou demais formas de vegetação: desmatar vegetação nativa em percentual superior
Multa de R$ 300,00 (trezentos reais), por hecta- ao permitido pela Lei nº 4.771, de 15 de setem-
re ou fração. bro de 1965, ainda que não tenha sido realizada
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a averbação da área de reserva legal obrigatória elaborado pelo órgão ambiental competente,
exigida na citada Lei. (Acrescentado(a) pelo(a) identificando a dimensão do dano decorrente da
Decreto nº 5.523, de 2005) infração.
Art. 40. Fazer uso de fogo em áreas agropasto- Art. 42. Executar pesquisa, lavra ou extração de
ris sem autorização do órgão competente ou em resíduos minerais sem a competente autorização,
permissão, concessão ou licença ou em desacor-
desacordo com a obtida:
do com a obtida:
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais), por hectare ou
Multa de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), por
fração. hectare ou fração.
SEÇÃO III Parágrafo único. Incorre nas mesmas multas,
DAS SANÇÕES APLICÁVEIS À POLUIÇÃO E A quem deixar de recuperar a área pesquisada ou
OUTRAS INFRAÇÕES AMBIENTAIS explorada, nos termos da autorização, permissão,
licença, concessão ou determinação do órgão
Art. 41. Causar poluição de qualquer natureza
competente.
em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem a Art. 43. Produzir, processar, embalar, importar,
mortandade de animais ou a destruição significa- exportar, comercializar, fornecer, transportar,
tiva da flora: armazenar, guardar, ter em depósito ou usar
produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva
Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000.000,00 à saúde humana ou ao meio ambiente, em
(cinqüenta milhões de reais), ou multa diária. desacordo com as exigências estabelecidas em
leis ou em seus regulamentos:
§ 1º Incorre nas mesmas multas, quem:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).
para ocupação humana;
§ 1º Incorre nas mesmas penas, quem abandona
II - causar poluição atmosférica que provoque a os produtos ou substâncias referidas no caput, ou
retirada, ainda que momentânea, dos habitantes os utiliza em desacordo com as normas de segu-
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à rança.
saúde da população;
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou
III - causar poluição hídrica que torne necessária radioativa, a multa é aumentada ao quíntuplo.
a interrupção do abastecimento público de água
Art. 44. Construir, reformar, ampliar, instalar ou
de uma comunidade;
fazer funcionar, em qualquer pacote do território
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; nacional, estabelecimentos, obras ou serviços
V - lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos potencialmente poluidores, sem licença ou auto-
ou detritos, óleos ou substâncias oleosas em rização dos órgãos ambientais competentes, ou
desacordo com as exigências estabelecidas em contrariando as normas legais e regulamentos
leis ou regulamentos; e pertinentes:
VI - deixar de adotar, quando assim o exigir a auto- Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
ridade competente, medidas de precaução em caso R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).
de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
Art. 45. Disseminar doença ou praga ou espécies
§ 2º As multas e demais penalidades de que trata que possam causar dano à agricultura, à pecuária,
este artigo serão aplicadas após laudo técnico à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
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§ 1º Incorre na mesma pena, quem comercializa, Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a
transporta, armazena, guarda ou mantém em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
depósito pneu usado ou reformado, importado Art. 51. Promover construção em solo não edifi-
nessas condições. cável, ou no seu entorno, assim considerado em
§ 2º Ficam isentas do pagamento da multa a que razão de seu valor paisagístico, ecológico, artísti-
se refere este artigo as importações de pneumáti- co, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueo-
lógico, etnográfico ou monumental, sem autori-
cos reformados classificados nas NCM
zação da autoridade competente ou em desacor-
4012.1100, 4012.1200, 4012.1300 e 4012.1900,
do com a concedida:
procedentes dos Estados Partes do MERCOSUL,
ao amparo do Acordo de Complementação Multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a
Econômica nº 18. R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Art. 48. Alterar ou promover a conversão de Art. 52. Pichar, grafitar ou por outro meio cons-
qualquer item em veículos ou motores novos ou purcar edificação ou monumento urbano:
usados, que provoque alterações nos limites e Multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 50.000,00
exigências ambientais previstas em lei: (cinqüenta mil reais).
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000,00 Parágrafo único. Se o ato for realizado em monu-
(dez mil reais), por veículo, e correção da irregu- mento ou coisa tombada, em virtude de seu valor
laridade.
artístico, arqueológico ou histórico, a multa é
aumentada em dobro.
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Art. 61. O órgão competente pode expedir atos I - no Sistema Nacional de Informações Ambien-
normativos, visando disciplinar os procedimentos tais-SISNIMA, de que trata o art. 9º, inciso VII, da
necessários ao cumprimento deste decreto. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; e (Acres-
Art. 61-A. Os órgãos ambientais integrantes do centado(a) pelo(a) Decreto nº 5.523, de 2005)
Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA e II - em seu sítio na rede mundial de computado-
a Capitania dos Portos do Comando da Marinha res. (Acrescentado(a) pelo(a) Decreto nº 5.523,
ficam obrigados a dar, mensalmente, publicidade de 2005)
das sanções administrativas aplicadas com fun-
damento neste Decreto: (Acrescentado(a) pelo(a) Art. 62. Este decreto entra em vigor na data de
Decreto nº 5.523, de 2005) sua publicação.
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III - acompanhar, em articulação com órgãos V - dar anuência aos Contratos de Utilização
federais, ou mediante convênio com outras insti- do Patrimônio Genético e de Repartição de
tuições, as atividades de acesso e de remessa de Benefícios quanto ao atendimento dos requisitos
amostra de componente do patrimônio genético previstos nesta medida provisória e no seu regula-
e de acesso a conhecimento tradicional associado; mento;
IV - deliberar sobre: VI - promover debates e consultas públicas sobre
os temas de que trata esta medida provisória;
a) autorização de acesso e de remessa de amos-
tra de componente do patrimônio genético, VII - funcionar como instância superior de recurso
mediante anuência prévia de seu titular; em relação a decisão de instituição credenciada
e dos atos decorrentes da aplicação desta medida
b) autorização de acesso a conhecimento tradi-
provisória;
cional associado, mediante anuência prévia de
seu titular; VIII - aprovar seu regimento interno.
c) autorização especial de acesso e de remessa de § 1º Das decisões do Conselho de Gestão caberá
amostra de componente do patrimônio genético recurso ao plenário, na forma do regulamento.
à instituição nacional, pública ou privada, que
§ 2º O Conselho de Gestão poderá organizar-se
exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento
em câmaras temáticas, para subsidiar decisões
nas áreas biológicas e afins, e à universidade
do plenário.
nacional, pública ou privada, com prazo de duração
de até dois anos, renovável por iguais períodos, Art. 12. A atividade de coleta de componente do
nos termos do regulamento; patrimônio genético e de acesso a conhecimento
tradicional associado, que contribua para o avan-
d) autorização especial de acesso a conhecimento
ço do conhecimento e que não esteja associada à
tradicional associado à instituição nacional, públi-
bioprospecção, quando envolver a participação
ca ou privada, que exerça atividade de pesquisa e
de pessoa jurídica estrangeira, será autorizada
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e à
universidade nacional, pública ou privada, com pelo órgão responsável pela política nacional de
prazo de duração de até dois anos, renovável por pesquisa científica e tecnológica, observadas as
iguais períodos, nos termos do regulamento; determinações desta medida provisória e a legis-
lação vigente.
e) credenciamento de instituição pública nacional
de pesquisa e desenvolvimento ou de instituição Parágrafo único. A autorização prevista no caput
pública federal de gestão para autorizar outra deste artigo observará as normas técnicas defini-
instituição nacional, pública ou privada, que das pelo Conselho de Gestão, o qual exercerá
supervisão dessas atividades.
exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento
nas áreas biológicas e afins: Art. 13. Compete ao presidente do Conselho
1. a acessar amostra de componente do patrimônio de Gestão firmar, em nome da União, Contrato de
genético e de conhecimento tradicional associado; Utilização do Patrimônio Genético e de Repar-
tição de Benefícios.
2. a remeter amostra de componente do patri-
mônio genético para instituição nacional, públi- § 1º Mantida a competência de que trata o caput
deste artigo, o presidente do Conselho de Gestão
ca ou privada, ou para instituição sediada no
subdelegará ao titular de instituição pública fede-
exterior;
ral de pesquisa e desenvolvimento ou instituição
f) credenciamento de instituição pública nacional pública federal de gestão a competência prevista
para ser fiel depositária de amostra de compo- no caput deste artigo, conforme sua respectiva
nente do patrimônio genético; área de atuação.
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9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 269
associado, acessado com base em autorização deste artigo fica responsável a ressarcir o titular
que não estabeleceu esta hipótese, a instituição da área por eventuais danos ou prejuízos, desde
beneficiária obriga-se a comunicar ao Conselho que devidamente comprovados.
de Gestão ou a instituição onde se originou o
processo de acesso e de remessa, para a formali- § 11. A instituição detentora de Autorização
zação de Contrato de Utilização do Patrimônio Especial de Acesso e de Remessa encaminhará ao
Genético e de Repartição de Benefícios. Conselho de Gestão as anuências de que tratam
os §§ 8º e 9º deste artigo antes ou por ocasião
§ 6º A participação de pessoa jurídica estrangei-
ra em expedição para coleta de amostra de com- das expedições de coleta a serem efetuadas durante
ponente do patrimônio genético in situ e para o período de vigência da Autorização, cujo des-
acesso de conhecimento tradicional associado cumprimento acarretará o seu cancelamento.
somente será autorizada quando em conjunto Art. 17. Em caso de relevante interesse público,
com instituição pública nacional, ficando a coor- assim caracterizado pelo Conselho de Gestão, o
denação das atividades obrigatoriamente a cargo ingresso em área pública ou privada para acesso
desta última e desde que todas as instituições a amostra de componente do patrimônio genéti-
envolvidas exerçam atividades de pesquisa e
co dispensará anuência prévia dos seus titulares,
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins.
garantido a estes o disposto nos arts. 24 e 25
§ 7º A pesquisa sobre componentes do patrimô- desta medida provisória.
nio genético deve ser realizada preferencialmen-
§ 1º No caso previsto no caput deste artigo, a
te no território nacional.
comunidade indígena, a comunidade local ou o
§ 8º A Autorização de Acesso e de Remessa de proprietário deverá ser previamente informado.
amostra de componente do patrimônio genético § 2º Em se tratando de terra indígena, observar-
de espécie de endemismo estrito ou ameaçada de se-á o disposto no § 6º do art. 231 da Constitui-
extinção dependerá da anuência prévia do órgão ção Federal.
competente.
Art. 18. A conservação ex situ de amostra de
§ 9º A Autorização de Acesso e de Remessa dar- componente do patrimônio genético deve ser
se-á após a anuência prévia: realizada no território nacional, podendo, suple-
mentarmente, a critério do Conselho de Gestão,
I - da comunidade indígena envolvida, ouvido o ser realizada no exterior.
órgão indigenista oficial, quando o acesso ocorrer
em terra indígena; § 1º As coleções ex situ de amostra de compo-
nente do patrimônio genético deverão ser cadas-
II - do órgão competente, quando o acesso ocor- tradas junto à unidade executora do Conselho de
rer em área protegida; Gestão, conforme dispuser o regulamento.
III - do titular de área privada, quando o acesso § 2º O Conselho de Gestão poderá delegar o
nela ocorrer; cadastramento de que trata o § 1º deste artigo a
IV - do Conselho de Defesa Nacional, quando o uma ou mais instituições credenciadas na forma
acesso se der em área indispensável à segurança das alíneas “d” e “e” do inciso IV do art. 11
nacional; desta medida provisória.
Art. 19. A remessa de amostra de componente
V - da autoridade marítima, quando o acesso se
do patrimônio genético de instituição nacional,
der em águas jurisdicionais brasileiras, na plata-
pública ou privada, para outra instituição nacio-
forma continental e na zona econômica exclusiva.
nal, pública ou privada, será efetuada a partir de
§ 10. O detentor de Autorização de Acesso e de material em condições ex situ, mediante a infor-
Remessa de que tratam os incisos I a V do § 9º mação do uso pretendido, observado o cumpri-
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mento cumulativo das seguintes condições, além ciada, observado o cumprimento cumulativo das
de outras que o Conselho de Gestão venha a condições estabelecidas nos incisos I a IV e §§ 1º
estabelecer: e 2º deste artigo.
I - depósito de sub-amostra representativa de Art. 20. O Termo de Transferência de Material
componente do patrimônio genético em coleção terá seu modelo aprovado pelo Conselho de Gestão.
mantida por instituição credenciada, caso ainda
não tenha sido cumprido o disposto no § 3º do
art. 16 desta medida provisória; CAPÍTULO VI
DO ACESSO À TECNOLOGIA E
II - nos casos de amostra de componente do
TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
patrimônio genético acessado em condições in
situ, antes da edição desta medida provisória, o Art. 21. A instituição que receber amostra de
depósito de que trata o inciso I será feito na componente do patrimônio genético ou conheci-
forma acessada, se ainda disponível, nos termos mento tradicional associado facilitará o acesso à
do regulamento; tecnologia e transferência de tecnologia para a
conservação e utilização desse patrimônio ou
III - fornecimento de informação obtida durante a
desse conhecimento à instituição nacional res-
coleta de amostra de componente do patrimônio
ponsável pelo acesso e remessa da amostra e da
genético para registro em base de dados mencio-
informação sobre o conhecimento, ou instituição
nada na alínea “b” do inciso III do art. 14 e alí-
por ela indicada.
nea “b” do inciso IX do art. 15 desta medida pro-
visória; Art. 22. O acesso à tecnologia e transferência de
tecnologia entre instituição nacional de pesquisa
IV - prévia assinatura de Termo de Transferência
e desenvolvimento, pública ou privada, e institui-
de Material.
ção sediada no exterior, poderá realizar-se, entre
§ 1º Sempre que houver perspectiva de uso outras atividades, mediante:
comercial de produto ou processo resultante da
I - pesquisa científica e desenvolvimento tecnoló-
utilização de componente do patrimônio genético
gico;
será necessária a prévia assinatura de Contrato
de Utilização do Patrimônio Genético e de II - formação e capacitação de recursos humanos;
Repartição de Benefícios. III - intercâmbio de informações;
§ 2º A remessa de amostra de componente do
IV - intercâmbio entre instituição nacional de pes-
patrimônio genético de espécies consideradas de
quisa e instituição de pesquisa sediada no exterior;
intercâmbio facilitado em acordos internacionais,
inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o V - consolidação de infra-estrutura de pesquisa
país seja signatário, deverá ser efetuada em con- científica e de desenvolvimento tecnológico;
formidade com as condições neles definidas, VI - exploração econômica, em parceria, de pro-
mantidas as exigências deles constantes. cesso e produto derivado do uso de componente
§ 3º A remessa de qualquer amostra de compo- do patrimônio genético; e
nente do patrimônio genético de instituição
VII - estabelecimento de empreendimento con-
nacional, pública ou privada, para instituição
junto de base tecnológica.
sediada no exterior, será efetuada a partir de
material em condições ex situ, mediante a infor- Art. 23. A empresa que, no processo de garantir
mação do uso pretendido e a prévia autorização o acesso à tecnologia e transferência de tecnologia
do Conselho de Gestão ou de instituição creden- à instituição nacional, pública ou privada, respon-
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9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 271
sável pelo acesso e remessa de amostra de com- provisória, sujeitará o infrator ao pagamento de
ponente do patrimônio genético e pelo acesso à indenização correspondente a, no mínimo, vinte
informação sobre conhecimento tradicional asso- por cento do faturamento bruto obtido na comer-
ciado, investir em atividade de pesquisa e desen- cialização de produto ou de royalties obtidos de
volvimento no país, fará jus a incentivo fiscal para terceiros pelo infrator, em decorrência de licencia-
a capacitação tecnológica da indústria e da agro-
mento de produto ou processo ou do uso da tec-
pecuária, e a outros instrumentos de estímulo, na
nologia, protegidos ou não por propriedade inte-
forma da legislação pertinente.
lectual, sem prejuízo das sanções administrativas
CAPÍTULO VII e penais cabíveis.
DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS Art. 27. O Contrato de Utilização do Patrimônio
Art. 24. Os benefícios resultantes da exploração Genético e de Repartição de Benefícios deverá
econômica de produto ou processo desenvolvido indicar e qualificar com clareza as partes contra-
a partir de amostra de componente do patrimô- tantes, sendo, de um lado, o proprietário da área
nio genético e de conhecimento tradicional asso- pública ou privada, ou o representante da comu-
ciado, obtidos por instituição nacional ou instituição nidade indígena e do órgão indigenista oficial, ou
sediada no exterior, serão repartidos, de forma
o representante da comunidade local e, de outro,
justa e eqüitativa, entre as partes contratantes,
conforme dispuser o regulamento e a legislação a instituição nacional autorizada a efetuar o
pertinente. acesso e a instituição destinatária.
Parágrafo único. À União, quando não for parte Art. 28. São cláusulas essenciais do Contrato
no Contrato de Utilização do Patrimônio Genético de Utilização do Patrimônio Genético e de
e de Repartição de Benefícios, será assegurada, Repartição de Benefícios, na forma do regula-
no que couber, a participação nos benefícios a mento, sem prejuízo de outras, as que disponham
que se refere o caput deste artigo, na forma do sobre:
regulamento. I - objeto, seus elementos, quantificação da
amostra e uso pretendido;
Art. 25. Os benefícios decorrentes da exploração
econômica de produto ou processo, desenvolvido II - prazo de duração;
a partir de amostra do patrimônio genético ou de III - forma de repartição justa e eqüitativa de
conhecimento tradicional associado, poderão benefícios e, quando for o caso, acesso à tecnolo-
constituir-se, dentre outros, de: gia e transferência de tecnologia;
I - divisão de lucros; IV - direitos e responsabilidades das partes;
II - pagamento de royalties; V - direito de propriedade intelectual;
III - acesso e transferência de tecnologias; VI - rescisão;
272 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
Parágrafo único. Serão nulos, não gerando qual- VIII - suspensão de registro, patente, licença ou
quer efeito jurídico, os Contratos de Utilização do autorização; (Regulamentado(a) pelo(a) Decreto
Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios nº 5.459, de 2005)
firmados em desacordo com os dispositivos desta
IX - cancelamento de registro, patente, licença ou
medida provisória e de seu regulamento.
autorização; (Regulamentado(a) pelo(a) Decreto
nº 5.459, de 2005)
CAPÍTULO VIII
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS X - perda ou restrição de incentivo e benefício fis-
cal concedidos pelo governo; (Regulamentado(a)
Art. 30. Considera-se infração administrativa con- pelo(a) Decreto nº 5.459, de 2005)
tra o patrimônio genético ou ao conhecimento
tradicional associado toda ação ou omissão que XI - perda ou suspensão da participação em linha
viole as normas desta medida provisória e demais de financiamento em estabelecimento oficial de
disposições legais pertinentes. (Regulamentado(a) crédito; (Regulamentado(a) pelo(a) Decreto nº 5.459,
pelo(a) Decreto nº 5.459, de 2005) de 2005)
9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 273
274 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 275
§ 6º O membro que faltar a duas reuniões segui- com prazo de duração de até dois anos, renovável
das ou a três intercaladas, sem as corresponden- por iguais períodos, a instituição pública ou priva-
tes substituições pelo suplente, será afastado do da nacional que exerça atividade de pesquisa e
Conselho de Gestão. desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e a
§ 7º O presidente do Conselho de Gestão poderá universidade nacional, pública ou privada;
convidar especialistas para participar de reunião d) autorização especial de acesso a conhecimen-
plenária ou de câmara temática para subsidiar to tradicional associado, com prazo de duração
tomada de decisão. de até dois anos, renovável por iguais períodos, a
Art. 3º Nos termos da Medida Provisória instituição pública ou privada nacional que exer-
nº 2.186-16, de 2001, compete ao Conselho de ça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas
Gestão do Patrimônio Genético, atendida a sua áreas biológicas e afins, e a universidade nacio-
natureza deliberativa e normativa: nal, pública ou privada;
276 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 277
inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o Patrimônio Genético ou de acesso a conhecimento
País seja signatário, de acordo com o § 2º do art. tradicional associado, incluindo informação sobre
19 da Medida Provisória nº 2.186-16, de 2001; o uso pretendido;
XII - criar e manter: V - apresentação das anuências prévias de que
a) cadastro de coleções ex situ, conforme previsto trata o art. 16, §§ 8º e 9º, da Medida Provisória
no art. 18 da Medida Provisória nº 2.186-16, de nº 2.186-16, de 2001;
2001;
VI - apresentação de anuência prévia da comuni-
b) base de dados para registro de informações dade indígena ou local envolvida, quando se tra-
obtidas durante a coleta de amostra de compo- tar de acesso a conhecimento tradicional associa-
nente do patrimônio genético; do, em observância aos arts. 8º, § 1º, art. 9º, inci-
c) base de dados relativos às Autorizações de so II, e art. 11, inciso IV, alínea “b”, da Medida
Acesso e de Remessa de amostra de componen- Provisória nº 2.186-16, de 2001;
te do patrimônio genético e de acesso a conheci-
Parágrafo único. O projeto de pesquisa a que se
mento tradicional associado, aos Termos de
refere o inciso IV deste artigo deve conter:
Transferência de Material e aos Contratos de
Utilização do Patrimônio Genético e de I - histórico, justificativa, definição dos objetivos,
Repartição de Benefícios; métodos e resultados esperados a partir da
XIII - divulgar, periodicamente, lista das amostra ou da informação a ser acessada;
Autorizações de Acesso e de Remessa, dos II - itinerário detalhado no Território Nacional,
Termos de Transferência de Material e dos indicando as datas previstas para o início e térmi-
Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e no da atividade;
de Repartição de Benefícios.
III - discriminação do tipo de material ou informa-
Art. 8º Poderá obter as autorizações de que trata ção a ser acessado e quantificação aproximada
o art. 11, inciso IV, alíneas “a” e “b”, da Medida de amostras a serem obtidas;
Provisória nº 2.186-16, de 2001, a instituição
que atenda aos seguintes requisitos, entre outros IV - indicação das fontes de financiamento, dos
que poderão ser exigidos pelo Conselho de Gestão: respectivos montantes e divisão das responsabili-
dades de cada parte;
I - comprovação de que a instituição:
V - curriculum vitae dos pesquisadores e técnicos
a) constituiu-se sob as leis brasileiras;
envolvidos, caso não estejam disponíveis na
b) exerce atividades de pesquisa e desenvolvi- Plataforma Lattes, mantida pelo CNPq.
mento nas áreas biológicas e afins;
VII - indicação do destino das amostras de
II - qualificação técnica para o desempenho de componentes do patrimônio genético ou das
atividades de acesso e remessa de amostra de informações relativas ao conhecimento tradi-
componente do patrimônio genético ou de acesso cional associado;
ao conhecimento tradicional associado, quando
VIII - indicação da instituição fiel depositária cre-
for o caso;
denciada pelo Conselho de Gestão onde serão
III - estrutura disponível para o manuseio de depositadas as subamostras de componente do
amostra de componente do Patrimônio Genético; patrimônio genético;
IV - projeto de pesquisa que descreva a atividade IX - quando se tratar de acesso com finalidade
de coleta de amostra de componente do de pesquisa científica, apresentação de termo de
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278 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
II - localização geográfica e cronograma das eta- III - estrutura disponível para o manuseio de amos-
pas do projeto, especificando o período em que tras de componentes do patrimônio genético;
serão desenvolvidas as atividades de campo e, IV - portfólio dos projetos e das atividades de
quando se tratar de acesso a conhecimento tradi- rotina que envolvam acesso e remessa a compo-
cional associado, identificação das comunidades nentes do patrimônio genético desenvolvidas
indígenas ou locais envolvidas; pela instituição;
III - discriminação do tipo de material ou informa- V - apresentação das anuências prévias de que
ção a ser acessado e quantificação aproximada trata o art. 16, §§ 8º e 9º, da Medida Provisória
de amostras a serem obtidas; nº 2.186-16, de 2001, quando se tratar de aces-
IV - indicação das fontes de financiamento, dos so a componente do patrimônio genético;
respectivos montantes e das responsabilidades e
VI - apresentação de anuência prévia da comuni-
direitos de cada parte;
dade indígena ou local envolvida, em observância
V - identificação da equipe e curriculum vitae dos aos arts. 8º, § 1º, art. 9º, inciso II, e art. 11, inciso
pesquisadores envolvidos, caso não estejam dis- IV, alínea “b”, da Medida Provisória nº 2.186-16,
poníveis na Plataforma Lattes, mantida pelo de 2001, quando se tratar de acesso a conheci-
CNPq. mento tradicional associado;
§ 3º A instituição beneficiada pela autorização de Parágrafo único. Os projetos de pesquisa incluí-
que trata este artigo deverá encaminhar ao dos no portfólio a que se refere o inciso IV deste
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9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 279
artigo, diretamente beneficiados pela solicitação, III - indicação das fontes de financiamento;
deverão conter: IV - identificação da equipe e curriculum vitae dos
I - histórico, justificativa, definição dos objetivos, pesquisadores envolvidos, caso não estejam dis-
métodos e resultados esperados a partir da poníveis na Plataforma Lattes, mantida pelo
amostra ou da informação a ser acessada; CNPq.
II - itinerário detalhado no Território Nacional, § 2º A instituição beneficiada pela autorização de
indicando as datas previstas para o início e térmi- que trata este artigo deverá encaminhar ao
no da atividade, a ser encaminhado ao Conselho Conselho de Gestão ou à instituição credenciada
de Gestão; na forma do art. 14 da Medida Provisória
nº 2.186-16, de 2001, relatórios cuja periodicida-
III - discriminação do tipo de material ou informa- de será fixada na autorização, não podendo exce-
ção a ser acessado e quantificação aproximada der o prazo de doze meses.
de amostras a serem obtidas; § 3º O relatório a que se refere o § 2º deverá con-
IV - indicação das fontes de financiamento, dos ter, no mínimo:
respectivos montantes e divisão das responsabili- I - informações detalhadas sobre o andamento
dades de cada parte; dos projetos e atividades integrantes do portfólio;
V - curriculum vitae dos pesquisadores e técnicos II - indicação das áreas onde foram realizadas as
envolvidos, caso não estejam disponíveis na coletas, por meio de coordenadas geográficas;
Plataforma Lattes, mantida pelo CNPq.
III - listagem quantitativa e qualitativa das espé-
VII - indicação do destino do material genético ou cies ou morfotipos coletados em cada área;
das informações relativas ao conhecimento tradi-
cional associado e da equipe técnica e da infra- IV - cópia dos registros das informações relativas
estrutura disponível para gerenciar os termos de ao conhecimento tradicional associado;
transferência de material a serem assinados pre- V - comprovação do depósito das subamostras
viamente à remessa de amostra para outra insti- em instituição fiel depositária credenciada pelo
tuição nacional, pública ou privada, ou sediada Conselho de Gestão;
no exterior;
VI - apresentação dos Termos de Transferência de
VIII - termo de compromisso assinado pelo repre- Material;
sentante legal da instituição, comprometendo-se
VII - indicação das fontes de financiamento, dos
a acessar patrimônio genético ou conhecimento
respectivos montantes e das responsabilidades e
tradicional associado apenas para fins de pesqui-
sa científica sem potencial de uso econômico. direitos de cada parte; e
280 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 281
Art. 10. Para o credenciamento de instituição 1. cadastro de coleções ex situ, conforme previsto
pública nacional de pesquisa e desenvolvimento no art. 18 da Medida Provisória nº 2.186-16, de
ou de instituição pública federal de gestão para 2001;
autorizar outra instituição nacional, pública ou 2. base de dados para registro de informações
privada, que exerça atividade de pesquisa e obtidas durante a coleta de amostra de compo-
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, nente do patrimônio genético;
para acessar e remeter amostra de componente
do patrimônio genético e para acessar conheci- 3. base de dados relativos às Autorizações de
mento tradicional associado de que tratam os Acesso e de Remessa, aos Termos de Transferência
de Material e aos Contratos de Utilização do
itens 1 e 2 da alínea “e” do inciso IV do art. 11,
Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios;
da Medida Provisória nº 2.186-16, de 2001, o
Conselho de Gestão deverá receber solicitação d) na divulgação de lista de Autorizações de Acesso
que atenda, pelo menos, os seguintes requisitos: e de Remessa, dos Termos de Transferência de
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9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 283
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atri- Art. 4º São autoridades competentes para a fis-
buição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da calização, na forma deste decreto, os agentes
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. públicos do seguinte órgão e entidade, no âmbito
30, § 1º, da Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de suas respectivas competências:
de agosto de 2001,
I - o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
DECRETA : Recursos Naturais Renováveis-IBAMA;
CAPÍTULO I II - o Comando da Marinha, do Ministério da
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Defesa.
Art. 1º Considera-se infração administrativa con- § 1º Os titulares do órgão e entidade federal de
tra o patrimônio genético ou ao conhecimento que trata os incisos I e II do caput poderão firmar
tradicional associado toda ação ou omissão que convênios com os órgãos ambientais estaduais e
viole as normas da Medida Provisória nº 2.186- municipais integrantes do Sistema Nacional de
16, de 23 de agosto de 2001, e demais disposi- Meio Ambiente-SISNAMA, para descentralizar as
ções pertinentes. atividades descritas no caput.
Parágrafo único. Aplicam-se a este decreto as § 2º O exercício da competência de fiscalização
definições constantes do art. 7º da Medida de que trata o caput pelo Comando da Marinha
Provisória nº 2.186-16, de 2001, e da Convenção ocorrerá no âmbito de águas jurisdicionais brasi-
sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo leiras e da plataforma continental brasileira, em
Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998, bem coordenação com os órgãos ambientais, quando
se fizer necessário, por meio de instrumentos de
como as orientações técnicas editadas pelo
cooperação.
Conselho de Gestão do Patrimônio Genético.
Art. 5º O agente público do órgão e entidade
SEÇÃO I mencionados no art. 4º que tiver conhecimento
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO de infração prevista neste decreto é obrigado a
promover a sua apuração imediata, sob pena de
Art. 2º As infrações contra o patrimônio genético responsabilização.
ou ao conhecimento tradicional associado serão
apuradas em processo administrativo próprio de Art. 6º O processo administrativo para apuração
de infração contra o patrimônio genético ou ao
cada autoridade competente, mediante a lavratura
conhecimento tradicional associado deve obser-
de auto de infração e respectivos termos, assegu- var os seguintes prazos máximos:
rado o direito de ampla defesa e ao contraditório.
I - vinte dias para o autuado oferecer defesa ou
Art. 3º Qualquer pessoa, constatando infração
impugnação contra o auto de infração, contados
contra o patrimônio genético ou ao conhecimento
da data da ciência da autuação;
tradicional associado, poderá dirigir representação
às autoridades relacionadas no art. 4º, para efeito II - trinta dias para a autoridade competente jul-
do exercício do seu poder de polícia. gar o auto de infração, contados da data da ciên-
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284 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
9 . P A T R I M Ô N I O G E N É T I C O 285
§ 3º As sanções previstas nos incisos I e III a XIII § 1º As doações de que trata este artigo não exi-
poderão ser aplicadas independente da previsão mem o donatário de solicitar a respectiva autori-
única de pena de multa para as infrações admi- zação, caso deseje realizar acesso ao patrimônio
nistrativas descritas neste decreto. genético ou ao conhecimento tradicional associa-
Art. 11. A sanção de advertência será aplicada do a partir do material recebido em doação.
às infrações de pequeno potencial ofensivo, a cri-
tério da autoridade autuante, quando ela, consi- § 2º Os valores arrecadados em leilão serão
derando os antecedentes do autuado, entender revertidos para os fundos previstos no art. 33 da
esta providência como mais educativa, sem pre- Medida Provisória nº 2.186-16, de 2001, na pro-
juízo das demais sanções previstas no art. 10. porção prevista no art. 14 deste decreto.
Art. 12. A sanção de multa será aplicada nas § 3º Os veículos e as embarcações utilizados dire-
hipóteses previstas neste Decreto e terá seu valor tamente na prática da infração serão confiados a
arbitrado pela autoridade competente, podendo fiel depositário na forma dos arts. 627 a 647, 651
variar de:
e 652 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
I - R$200,00 (duzentos reais) a R$100.000,00 (cem 2002, a critério da autoridade autuante, podendo
mil reais), quando se tratar de pessoa física; ou ser liberados mediante pagamento da multa.
II - R$10.000,00 (dez mil reais) a R$50.000.000,00 Art. 14. Os valores arrecadados em pagamento
(cinqüenta milhões de reais), se a infração for das multas de que trata este decreto reverterão:
cometida por pessoa jurídica, ou com seu concurso.
I - quando a infração for cometida em área sob
Art. 13. Os produtos, amostras, equipamentos,
jurisdição do Comando da Marinha:
veículos, petrechos e demais instrumentos utiliza-
dos diretamente na prática da infração terão sua a) cinqüenta por cento ao Fundo Naval; e
destinação definida pelo Conselho de Gestão do
Patrimônio Genético, levando-se em conta os b) o restante, repartido igualmente entre o Fundo
seguintes critérios: Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, regulado pela Lei nº 8.172, de 18 de
I - sempre que possível, os produtos, amostras, janeiro de 1991, e o Fundo Nacional de Meio
equipamentos, veículos, petrechos e instrumentos Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de
de que trata este artigo deverão ser doados a ins-
julho de 1989;
tituições científicas, culturais, ambientalistas, edu-
cacionais, hospitalares, penais, militares, públicas II - nos demais casos os valores arrecadados
ou outras entidades com fins beneficentes; serão repartidos, igualmente, entre o Fundo Nacional
II - quando a doação de que trata o inciso I não de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o
for recomendável, por motivo de saúde pública, Fundo Nacional do Meio Ambiente.
razoabilidade ou moralidade, os bens apreendi- § 1º Os recursos de que trata este artigo deverão
dos serão destruídos ou leiloados, garantida a ser utilizados exclusivamente na conservação da
sua descaracterização por meio da reciclagem, diversidade biológica, incluindo a recuperação,
quando possível; ou criação e manutenção de bancos depositários, o
III - quando o material apreendido referir-se a fomento à pesquisa científica, o desenvolvimento
conhecimento tradicional associado, deverá ele tecnológico associado ao patrimônio genético e a
ser devolvido à comunidade provedora, salvo se capacitação de recursos humanos associados ao
esta concordar com a doação às entidades men- desenvolvimento das atividades relacionadas ao
cionadas no inciso I. uso e à conservação do patrimônio genético.
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286 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
§ 2º Entende-se como utilizado na conservação § 1º Incorre nas mesmas penas quem acessa
da diversidade biológica, a aplicação dos recursos componente do patrimônio genético a fim de
repassados ao Fundo Naval na aquisição, opera- constituir ou integrar coleção ex situ para bio-
ção, manutenção e conservação pelo Comando prospecção ou desenvolvimento tecnológico, sem
da Marinha de meios utilizados na atividade de autorização do órgão competente ou em desa-
fiscalização de condutas e atividades lesivas ao cordo com a autorização obtida.
meio ambiente, dentre elas as lesivas ao patrimô-
nio genético ou ao conhecimento tradicional § 2º A pena prevista no caput será aumentada de
associado. um terço quando o acesso envolver reivindicação
de direito de propriedade industrial relacionado a
CAPÍTULO II produto ou processo obtido a partir do acesso ilí-
DAS INFRAÇÕES CONTRA O cito junto ao órgão competente.
PATRIMÔNIO GENÉTICO § 3º A pena prevista no caput será aumentada da
Art. 15. Acessar componente do patrimônio metade se houver exploração econômica de pro-
genético para fins de pesquisa científica sem duto ou processo obtidos a partir de acesso ilíci-
autorização do órgão competente ou em desa- to ao patrimônio genético.
cordo com a obtida:
§ 4º A pena prevista no caput será aplicada em
Multa mínima de R$10.000 (dez mil reais) e dobro se o acesso ao patrimônio genético for rea-
máxima de R$100.000,00 (cem mil reais), quan- lizado para práticas nocivas ao meio ambiente ou
do se tratar de pessoa jurídica, e multa mínima de práticas nocivas à saúde humana.
R$200,00 (duzentos reais) e máxima de
§ 5º Se o acesso ao patrimônio genético for rea-
R$5.000,00 (cinco mil reais), quando se tratar de
lizado para o desenvolvimento de armas biológi-
pessoa física.
cas e químicas, a pena prevista no caput será tri-
§ 1º A pena prevista no caput será aplicada em plicada e deverá ser aplicada a sanção de interdi-
dobro se o acesso ao patrimônio genético for rea- ção parcial ou total do estabelecimento, ativida-
lizado para práticas nocivas ao meio ambiente ou de ou empreendimento.
práticas nocivas à saúde humana. Art. 17. Remeter para o exterior amostra de
§ 2º Se o acesso ao patrimônio genético for rea- componente do patrimônio genético sem autori-
lizado para o desenvolvimento de armas biológi- zação do órgão competente ou em desacordo
cas e químicas, a pena prevista no caput será tri- com a autorização obtida:
plicada e deverá ser aplicada a sanção de interdi- Multa mínima de R$10.000,00 (dez mil reais) e
ção parcial ou total do estabelecimento, ativida- máxima de R$5.000.000,00 (cinco milhões de
de ou empreendimento. reais), quando se tratar de pessoa jurídica, e
Art. 16. Acessar componente do patrimônio multa mínima de R$5.000,00 (cinco mil reais) e
genético para fins de bioprospecção ou desenvol- máxima de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais),
vimento tecnológico, sem autorização do órgão quando se tratar de pessoa física.
competente ou em desacordo com a obtida: § 1º Pune-se a tentativa do cometimento da
Multa mínima de R$15.000,00 (quinze mil reais) infração de que trata o caput com a multa corres-
e máxima de R$10.000.000,00 (dez milhões de pondente à infração consumada, diminuída de
reais), quando se tratar de pessoa jurídica, e um terço.
multa mínima de R$5.000,00 (cinco mil reais) e § 2º Diz-se tentada uma infração, quando, inicia-
máxima de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais), da a sua execução, não se consuma por circuns-
quando se tratar de pessoa física. tâncias alheias à vontade do agente.
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Multa mínima de R$10.000,00 (dez mil reais) e Art. 28. Aplicam-se subsidiariamente a este
decreto o disposto no Código Penal, no Código
máxima de R$100.000,00 (cem mil reais), quan-
de Processo Penal, na Lei nº 9.784, de 29 de
do se tratar de pessoa jurídica, e multa mínima de
janeiro de 1999, na Lei nº 9.605, de 12 de feve-
R$200,00 (duzentos reais) e máxima de reiro de 1998, e no Decreto nº 3.179, de 21 de
R$5.000,00 (cinco mil reais), quando se tratar de setembro de 1999.
pessoa física.
Art. 29. Este decreto entra em vigor na data de
sua publicação.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 25. As multas previstas neste Decreto podem
ter a sua exigibilidade suspensa, quando o autua-
do, por termo de compromisso aprovado pela
autoridade competente, obrigar-se à adoção de
medidas específicas para adequar-se ao disposto
na Medida Provisória nº 2.186-16, de 2001, em
sua regulamentação e demais normas oriundas
do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético.
§ 1º Cumpridas integralmente as obrigações
assumidas pelo autuado, desde que comprovado
em parecer técnico emitido pelo órgão competen-
te, a multa será reduzida em até noventa por
cento do seu valor, atualizado monetariamente.
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seu uso, conforme as normas estabelecidas na XXII - propor a realização de pesquisas e estudos
regulamentação desta lei, bem como quanto aos científicos no campo da biossegurança de OGM e
seus derivados; seus derivados;
XIV - classificar os OGM segundo a classe de XXIII - apresentar proposta de regimento interno
risco, observados os critérios estabelecidos no ao Ministro da Ciência e Tecnologia.
regulamento desta lei;
§ 1º Quanto aos aspectos de biossegurança do
XV - acompanhar o desenvolvimento e o progres-
OGM e seus derivados, a decisão técnica da
so técnico-científico na biossegurança de OGM e
CTNBio vincula os demais órgãos e entidades da
seus derivados;
administração.
XVI - emitir resoluções, de natureza normativa,
sobre as matérias de sua competência; § 2º Nos casos de uso comercial, entre outros
aspectos técnicos de sua análise, os órgãos de
XVII - apoiar tecnicamente os órgãos competen- registro e fiscalização, no exercício de suas atri-
tes no processo de prevenção e investigação de buições em caso de solicitação pela CTNBio, obser-
acidentes e de enfermidades, verificados no curso varão, quanto aos aspectos de biossegurança do
dos projetos e das atividades com técnicas de OGM e seus derivados, a decisão técnica da CTNBio.
ADN/ARN recombinante;
§ 3º Em caso de decisão técnica favorável sobre
XVIII - apoiar tecnicamente os órgãos e entidades a biossegurança no âmbito da atividade de pes-
de registro e fiscalização, referidos no art. 16 quisa, a CTNBio remeterá o processo respectivo
desta lei, no exercício de suas atividades relacio-
aos órgãos e entidades referidos no art. 16 desta
nadas a OGM e seus derivados;
lei, para o exercício de suas atribuições.
XIX - divulgar no Diário Oficial da União, previa-
§ 4º A decisão técnica da CTNBio deverá conter
mente à análise, os extratos dos pleitos e, poste-
resumo de sua fundamentação técnica, explicitar
riormente, dos pareceres dos processos que lhe
as medidas de segurança e restrições ao uso do
forem submetidos, bem como dar ampla publici-
OGM e seus derivados e considerar as particula-
dade no Sistema de Informações em Biosse-
ridades das diferentes regiões do país, com o
gurança-SIB a sua agenda, processos em trâmite, objetivo de orientar e subsidiar os órgãos e enti-
relatórios anuais, atas das reuniões e demais dades de registro e fiscalização, referidos no art.
informações sobre suas atividades, excluídas as 16 desta lei, no exercício de suas atribuições.
informações sigilosas, de interesse comercial,
apontadas pelo proponente e assim consideradas § 5º Não se submeterá a análise e emissão de
pela CTNBio; parecer técnico da CTNBio o derivado cujo OGM
já tenha sido por ela aprovado.
XX - identificar atividades e produtos decorrentes
do uso de OGM e seus derivados potencialmente § 6º As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em
causadores de degradação do meio ambiente ou qualquer das fases do processo de produção agrí-
que possam causar riscos à saúde humana; cola, comercialização ou transporte de produto
geneticamente modificado que tenham obtido a
XXI - reavaliar suas decisões técnicas por solicita-
liberação para uso comercial estão dispensadas
ção de seus membros ou por recurso dos órgãos
de apresentação do CQB e constituição de CIBio,
e entidades de registro e fiscalização, fundamen-
salvo decisão em contrário da CTNBio.
tado em fatos ou conhecimentos científicos
novos, que sejam relevantes quanto à biossegu- Art. 15. A CTNBio poderá realizar audiências
rança do OGM ou derivado, na forma desta lei e públicas, garantida participação da sociedade civil,
seu regulamento; na forma do regulamento.
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§ 4º A emissão dos registros, das autorizações e ções sob sua responsabilidade, dentro dos
do licenciamento ambiental referidos nesta lei padrões e normas de biossegurança, definidos
deverá ocorrer no prazo máximo de 120 (cento e pela CTNBio na regulamentação desta lei;
vinte) dias.
III - encaminhar à CTNBio os documentos cuja
§ 5º A contagem do prazo previsto no § 4º deste relação será estabelecida na regulamentação
artigo será suspensa, por até 180 (cento e oiten- desta lei, para efeito de análise, registro ou auto-
ta) dias, durante a elaboração, pelo requerente, rização do órgão competente, quando couber;
dos estudos ou esclarecimentos necessários.
IV - manter registro do acompanhamento indivi-
§ 6º As autorizações e registros de que trata este dual de cada atividade ou projeto em desenvolvi-
artigo estarão vinculados à decisão técnica da mento que envolvam OGM ou seus derivados;
CTNBio correspondente, sendo vedadas exigên-
cias técnicas que extrapolem as condições esta- V - notificar à CTNBio, aos órgãos e entidades de
belecidas naquela decisão, nos aspectos relacio- registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta
nados à biossegurança. Lei, e às entidades de trabalhadores o resultado
de avaliações de risco a que estão submetidas as
§ 7º Em caso de divergência quanto à decisão
pessoas expostas, bem como qualquer acidente
técnica da CTNBio sobre a liberação comercial de
ou incidente que possa provocar a disseminação
OGM e derivados, os órgãos e entidades de regis-
de agente biológico;
tro e fiscalização, no âmbito de suas competên-
cias, poderão apresentar recurso ao CNBS, no VI - investigar a ocorrência de acidentes e as
prazo de até 30 (trinta) dias, a contar da data de enfermidades possivelmente relacionados a OGM
publicação da decisão técnica da CTNBio. e seus derivados e notificar suas conclusões e
providências à CTNBio.
CAPÍTULO V
DA COMISSÃO INTERNA CAPÍTULO VI
DE BIOSSEGURANÇA-CIBIO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES
EM BIOSSEGURANÇA-SIB
Art. 17. Toda instituição que utilizar técnicas e
Art. 19. Fica criado, no âmbito do Ministério da
métodos de engenharia genética ou realizar pes-
Ciência e Tecnologia, o Sistema de Informações
quisas com OGM e seus derivados deverá criar
em Biossegurança-SIB, destinado à gestão das
uma Comissão Interna de Biossegurança-CIBio,
informações decorrentes das atividades de análi-
além de indicar um técnico principal responsável
se, autorização, registro, monitoramento e acom-
para cada projeto específico.
panhamento das atividades que envolvam OGM
Art. 18. Compete à CIBio, no âmbito da institui- e seus derivados.
ção onde constituída:
§ 1º As disposições dos atos legais, regulamenta-
I - manter informados os trabalhadores e demais res e administrativos que alterem, complementem
membros da coletividade, quando suscetíveis de ou produzam efeitos sobre a legislação de bios-
serem afetados pela atividade, sobre as questões segurança de OGM e seus derivados deverão ser
relacionadas com a saúde e a segurança, bem divulgadas no SIB concomitantemente com a
como sobre os procedimentos em caso de aci- entrada em vigor desses atos.
dentes;
§ 2º Os órgãos e entidades de registro e fiscaliza-
II - estabelecer programas preventivos e de inspe- ção, referidos no art. 16 desta lei, deverão ali-
ção para garantir o funcionamento das instala- mentar o SIB com as informações relativas às
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atividades de que trata esta lei, processadas no Art. 22. Compete aos órgãos e entidades de
âmbito de sua competência. registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta
lei, definir critérios, valores e aplicar multas de
CAPÍTULO VII R$2.000,00 (dois mil reais) a R$1.500.000,00
DA RESPONSABILIDADE CIVIL (um milhão e quinhentos mil reais), proporcional-
E ADMINISTRATIVA mente à gravidade da infração.
Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas § 1º As multas poderão ser aplicadas cumulativa-
previstas nesta lei, os responsáveis pelos danos mente com as demais sanções previstas neste
ao meio ambiente e a terceiros responderão, soli- artigo.
dariamente, por sua indenização ou reparação
§ 2º No caso de reincidência, a multa será aplica-
integral, independentemente da existência de
da em dobro.
culpa.
Art. 21. Considera-se infração administrativa § 3º No caso de infração continuada, caracteriza-
toda ação ou omissão que viole as normas previs- da pela permanência da ação ou omissão inicial-
tas nesta Lei e demais disposições legais pertinentes. mente punida, será a respectiva penalidade apli-
cada diariamente até cessar sua causa, sem pre-
Parágrafo único. As infrações administrativas serão juízo da paralisação imediata da atividade ou da
punidas na forma estabelecida no regulamento interdição do laboratório ou da instituição ou
desta lei, independentemente das medidas caute- empresa responsável.
lares de apreensão de produtos, suspensão de
venda de produto e embargos de atividades, com Art. 23. As multas previstas nesta Lei serão apli-
as seguintes sanções: cadas pelos órgãos e entidades de registro e fis-
calização dos Ministérios da Agricultura, Pecuária
I - advertência;
e Abastecimento, da Saúde, do Meio Ambiente e
II - multa; da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca
III - apreensão de OGM e seus derivados; da Presidência da República, referidos no art. 16
desta lei, de acordo com suas respectivas compe-
IV - suspensão da venda de OGM e seus derivados; tências.
V - embargo da atividade; § 1º Os recursos arrecadados com a aplicação de
VI - interdição parcial ou total do estabelecimen- multas serão destinados aos órgãos e entidades
to, atividade ou empreendimento; de registro e fiscalização, referidos no art. 16
desta lei, que aplicarem a multa.
VII - suspensão de registro, licença ou autoriza-
ção; § 2º Os órgãos e entidades fiscalizadores da
administração pública federal poderão celebrar
VIII - cancelamento de registro, licença ou autori-
convênios com os Estados, Distrito Federal e
zação;
Municípios, para a execução de serviços relacio-
IX - perda ou restrição de incentivo e benefício nados à atividade de fiscalização prevista nesta
fiscal concedidos pelo governo; lei e poderão repassar-lhes parcela da receita
X - perda ou suspensão da participação em linha obtida com a aplicação de multas.
de financiamento em estabelecimento oficial de § 3º A autoridade fiscalizadora encaminhará
crédito; cópia do auto de infração à CTNBio.
XI - intervenção no estabelecimento; § 4º Quando a infração constituir crime ou con-
XII - proibição de contratar com a administração travenção, ou lesão à Fazenda Pública ou ao con-
pública, por período de até 5 (cinco) anos. sumidor, a autoridade fiscalizadora representará
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junto ao órgão competente para apuração das Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, comer-
responsabilidades administrativa e penal. cializar, importar ou exportar OGM ou seus deri-
vados, sem autorização ou em desacordo com as
CAPÍTULO VIII normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos
DOS CRIMES E DAS PENAS e entidades de registro e fiscalização:
Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
com o que dispõe o art. 5º desta lei:
CAPÍTULO IX
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
multa. Art. 30. Os OGM que tenham obtido decisão téc-
Art. 25. Praticar engenharia genética em célula nica da CTNBio favorável a sua liberação comercial
germinal humana, zigoto humano ou embrião até a entrada em vigor desta lei poderão ser
humano: registrados e comercializados, salvo manifestação
contrária do CNBS, no prazo de 60 (sessenta)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e dias, a contar da data da publicação desta lei.
multa.
Art. 31. A CTNBio e os órgãos e entidades de
Art. 26. Realizar clonagem humana: registro e fiscalização, referidos no art. 16 desta
lei, deverão rever suas deliberações de caráter
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e normativo, no prazo de 120 (cento e vinte) dias,
multa. a fim de promover sua adequação às disposições
Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio desta lei.
ambiente, em desacordo com as normas estabe- Art. 32. Permanecem em vigor os Certificados de
lecidas pela CTNBio e pelos órgãos e entidades Qualidade em Biossegurança, comunicados e
de registro e fiscalização: decisões técnicas já emitidos pela CTNBio, bem
como, no que não contrariarem o disposto nesta
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e lei, os atos normativos emitidos ao amparo da Lei
multa. nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995.
§ 1º (VETADO) Art. 33. As instituições que desenvolverem ativi-
dades reguladas por esta lei na data de sua
§ 2º Agrava-se a pena:
publicação deverão adequar-se as suas disposi-
I - de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar ções no prazo de 120 (cento e vinte) dias, conta-
dano à propriedade alheia; do da publicação do decreto que a regulamentar.
II - de 1/3 (um terço) até a metade, se resultar Art. 34. Ficam convalidados e tornam-se perma-
nentes os registros provisórios concedidos sob a
dano ao meio ambiente;
égide da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003.
III - da metade até 2/3 (dois terços), se resultar Art. 35. Ficam autorizadas a produção e a
lesão corporal de natureza grave em outrem; comercialização de sementes de cultivares de
IV - de 2/3 (dois terços) até o dobro, se resultar a soja geneticamente modificadas tolerantes a
morte de outrem. glifosato registradas no Registro Nacional de
Cultivares-RNC do Ministério da Agricultura,
Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear Pecuária e Abastecimento.
e licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso:
Art. 36. Fica autorizado o plantio de grãos de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. soja geneticamente modificada tolerante a glifo-
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302 L E G I S L A Ç Ã O A M B I E N T A L B Á S I C A
sato, reservados pelos produtores rurais para uso 1989, e suas alterações, exceto para os casos em
próprio, na safra 2004/2005, sendo vedada a que eles sejam desenvolvidos para servir de
comercialização da produção como semente. matéria-prima para a produção de agrotóxicos.
Parágrafo único. O Poder Executivo poderá pror- Art. 40. Os alimentos e ingredientes alimentares
rogar a autorização de que trata o caput deste destinados ao consumo humano ou animal que
artigo. (Prazo prorrogado(a) pelo(a) Decreto contenham ou sejam produzidos a partir de OGM
nº 5.534, de 2005) ou derivados deverão conter informação nesse
Art. 37. A descrição do Código 20 do Anexo VIII sentido em seus rótulos, conforme regulamento.
da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, acres- Art. 41. Esta lei entra em vigor na data de sua
cido pela Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de publicação.
2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 42. Revogam-se a Lei nº 8.974, de 5 de
Art. 38. (VETADO)
janeiro de 1995, a Medida Provisória nº 2.191-9,
Art. 39. Não se aplica aos OGM e seus derivados de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º,
o disposto na Lei nº 7.802, de 11 de julho de 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003.
ANEXO VIII
Código Categoria Descrição Pp/gu
Silvicultura; exploração econômica da madeira ou lenha e sub-
produtos florestais; importação ou exportação da fauna e flora
nativas brasileiras; atividade de criação e exploração econômica
de fauna exótica e de fauna silvestre; utilização do patrimônio
genético natural; exploração de recursos aquáticos vivos; intro-
Uso de
dução de espécies exóticas, exceto para melhoramento genético
20 Recursos Médio
vegetal e uso na agricultura; introdução de espécies genetica-
Naturais
mente modificadas previamente identificadas pela CTNBio como
potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio ambiente; uso da diversidade biológica pela biotecnologia
em atividades previamente identificadas pela CTNBio como poten-
cialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente.
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri- § 1º Para os fins deste decreto, consideram-se ati-
buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, vidades e projetos no âmbito de entidade os con-
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o duzidos em instalações próprias ou sob a respon-
disposto na Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, sabilidade administrativa, técnica ou científica da
entidade.
DECRETA :
§ 2º As atividades e projetos de que trata este
CAPÍTULO I artigo são vedados a pessoas físicas em atuação
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES autônoma e independente, ainda que mante-
E GERAIS nham vínculo empregatício ou qualquer outro
com pessoas jurídicas.
Art. 1º Este decreto regulamenta dispositivos da
§ 3º Os interessados em realizar atividade previs-
Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, que esta- ta neste decreto deverão requerer autorização à
belece normas de segurança e mecanismos de Comissão Técnica Nacional de Biossegurança-
fiscalização sobre a construção, o cultivo, a pro- CTNBio, que se manifestará no prazo fixado em
dução, a manipulação, o transporte, a transfe- norma própria.
rência, a importação, a exportação, o armazena-
Art. 3º Para os efeitos deste decreto, considera-se:
mento, a pesquisa, a comercialização, o consumo,
a liberação no meio ambiente e o descarte de I - atividade de pesquisa: a realizada em labora-
organismos geneticamente modificados-OGM e tório, regime de contenção ou campo, como parte
seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo do processo de obtenção de OGM e seus deriva-
ao avanço científico na área de biossegurança e dos ou de avaliação da biossegurança de OGM e
biotecnologia, a proteção à vida e à saúde huma- seus derivados, o que engloba, no âmbito experi-
na, animal e vegetal, e a observância do princípio mental, a construção, o cultivo, a manipulação, o
da precaução para a proteção do meio ambiente, transporte, a transferência, a importação, a expor-
tação, o armazenamento, a liberação no meio
bem como normas para o uso mediante autoriza-
ambiente e o descarte de OGM e seus derivados;
ção de células-tronco embrionárias obtidas de
embriões humanos produzidos por fertilização in II - atividade de uso comercial de OGM e seus
vitro e não utilizados no respectivo procedimen- derivados: a que não se enquadra como ativida-
to, para fins de pesquisa e terapia. de de pesquisa, e que trata do cultivo, da produ-
ção, da manipulação, do transporte, da transfe-
Art. 2º As atividades e projetos que envolvam rência, da comercialização, da importação, da
OGM e seus derivados, relacionados ao ensino exportação, do armazenamento, do consumo, da
com manipulação de organismos vivos, à pesqui- liberação e do descarte de OGM e seus derivados
sa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à
para fins comerciais;
produção industrial ficam restritos ao âmbito de
entidades de direito público ou privado, que III - organismo: toda entidade biológica capaz de
serão responsáveis pela obediência aos preceitos reproduzir ou transferir material genético, inclusive
da Lei nº 11.105, de 2005, deste decreto e de vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;
normas complementares, bem como pelas even-
tuais conseqüências ou efeitos advindos de seu IV - ácido desoxirribonucléico-ADN, ácido ribonu-
descumprimento. cléico-ARN: material genético que contém infor-
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mações determinantes dos caracteres hereditá- ausência espontânea de clivagem após período
rios transmissíveis à descendência; superior a vinte e quatro horas a partir da fertili-
zação in vitro, ou com alterações morfológicas
V - moléculas de ADN/ARN recombinante: as que comprometam o pleno desenvolvimento do
moléculas manipuladas fora das células vivas embrião;
mediante a modificação de segmentos de
XIV - embriões congelados disponíveis: aqueles
ADN/ARN natural ou sintético e que possam
congelados até o dia 28 de março de 2005,
multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as
depois de completados três anos contados a par-
moléculas de ADN/ARN resultantes dessa multi-
tir da data do seu congelamento;
plicação; consideram-se também os segmentos
de ADN/ARN sintéticos equivalentes aos de XV - genitores: usuários finais da fertilização in
ADN/ARN natural; vitro;
VI - engenharia genética: atividade de produção XVI - órgãos e entidades de registro e fiscaliza-
e manipulação de moléculas de ADN/ARN recom- ção: aqueles referidos no caput do art. 53;
binante; XVII - tecnologias genéticas de restrição do uso:
VII - organismo geneticamente modificado-OGM: qualquer processo de intervenção humana para
organismo cujo material genético-ADN/ARN geração ou multiplicação de plantas genetica-
tenha sido modificado por qualquer técnica de mente modificadas para produzir estruturas
engenharia genética; reprodutivas estéreis, bem como qualquer forma
VIII - derivado de OGM: produto obtido de OGM de manipulação genética que vise à ativação ou
e que não possua capacidade autônoma de repli- desativação de genes relacionados à fertilidade
cação ou que não contenha forma viável de das plantas por indutores químicos externos.
OGM; § 1º Não se inclui na categoria de OGM o resul-
IX - célula germinal humana: célula-mãe responsá- tante de técnicas que impliquem a introdução
vel pela formação de gametas presentes nas glân- direta, num organismo, de material hereditário,
dulas sexuais femininas e masculinas e suas des- desde que não envolvam a utilização de molécu-
cendentes diretas em qualquer grau de ploidia; las de ADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive
X - fertilização in vitro: a fusão dos gametas rea- fecundação in vitro, conjugação, transdução,
lizada por qualquer técnica de fecundação extra- transformação, indução poliplóide e qualquer
corpórea; outro processo natural.
XI - clonagem: processo de reprodução assexua- § 2º Não se inclui na categoria de derivado de
da, produzida artificialmente, baseada em um OGM a substância pura, quimicamente definida,
único patrimônio genético, com ou sem utilização obtida por meio de processos biológicos e que
de técnicas de engenharia genética; não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN
recombinante.
XII - células-tronco embrionárias: células de
embrião que apresentam a capacidade de se
transformar em células de qualquer tecido de um CAPÍTULO II
organismo; DA COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL
DE BIOSSEGURANÇA
XIII - embriões inviáveis: aqueles com alterações
genéticas comprovadas por diagnóstico pré Art. 4º A CTNBio, integrante do Ministério da
implantacional, conforme normas específicas Ciência e Tecnologia, é instância colegiada multi-
estabelecidas pelo Ministério da Saúde, que tive- disciplinar de caráter consultivo e deliberativo,
ram seu desenvolvimento interrompido por para prestar apoio técnico e de assessoramento
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ao governo federal na formulação, atualização e VII - relacionar-se com instituições voltadas para
implementação da Política Nacional de Biossegu- a biossegurança de OGM e seus derivados, em
rança-PNB de OGM e seus derivados, bem como âmbito nacional e internacional;
no estabelecimento de normas técnicas de segu-
VIII - autorizar, cadastrar e acompanhar as ativi-
rança e de pareceres técnicos referentes à autori-
dades de pesquisa com OGM e seus derivados,
zação para atividades que envolvam pesquisa
nos termos da legislação em vigor;
e uso comercial de OGM e seus derivados, com
base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à IX - autorizar a importação de OGM e seus deri-
saúde humana e ao meio ambiente. vados para atividade de pesquisa;
Parágrafo único. A CTNBio deverá acompanhar o X - prestar apoio técnico consultivo e de assesso-
desenvolvimento e o progresso técnico e científi- ramento ao Conselho Nacional de Biossegu-
co nas áreas de biossegurança, biotecnologia, rança-CNBS na formulação da Política Nacional
bioética e afins, com o objetivo de aumentar sua de Biossegurança de OGM e seus derivados;
capacitação para a proteção da saúde humana,
dos animais e das plantas e do meio ambiente. XI - emitir Certificado de Qualidade em Biosse-
gurança-CQB para o desenvolvimento de ativida-
SEÇÃO I des com OGM e seus derivados em laboratório,
DAS ATRIBUIÇÕES instituição ou empresa e enviar cópia do proces-
so aos órgãos de registro e fiscalização;
Art. 5º Compete à CTNBio:
XII - emitir decisão técnica, caso a caso, sobre a
I - estabelecer normas para as pesquisas com biossegurança de OGM e seus derivados, no
OGM e seus derivados; âmbito das atividades de pesquisa e de uso
II - estabelecer normas relativamente às ativida- comercial de OGM e seus derivados, inclusive a
des e aos projetos relacionados a OGM e seus classificação quanto ao grau de risco e nível de
derivados; biossegurança exigido, bem como medidas de
segurança exigidas e restrições ao uso;
III - estabelecer, no âmbito de suas competências,
critérios de avaliação e monitoramento de risco XIII - definir o nível de biossegurança a ser apli-
cado ao OGM e seus usos, e os respectivos pro-
de OGM e seus derivados;
cedimentos e medidas de segurança quanto ao
IV - proceder à análise da avaliação de risco, caso seu uso, conforme as normas estabelecidas neste
a caso, relativamente a atividades e projetos que Decreto, bem como quanto aos seus derivados;
envolvam OGM e seus derivados;
XIV - classificar os OGM segundo a classe de
V - estabelecer os mecanismos de funcionamen- risco, observados os critérios estabelecidos neste
to das Comissões Internas de Biossegurança- decreto;
CIBio, no âmbito de cada instituição que se dedi- XV - acompanhar o desenvolvimento e o progres-
que ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvol- so técnico-científico na biossegurança de OGM e
vimento tecnológico e à produção industrial que seus derivados;
envolvam OGM e seus derivados;
XVI - emitir resoluções, de natureza normativa,
VI - estabelecer requisitos relativos a biossegu- sobre as matérias de sua competência;
rança para autorização de funcionamento de
laboratório, instituição ou empresa que desenvol- XVII - apoiar tecnicamente os órgãos competen-
verá atividades relacionadas a OGM e seus deri- tes no processo de prevenção e investigação de
vados; acidentes e de enfermidades, verificados no curso
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XXI - reavaliar suas decisões técnicas por solicita- a) Ministério da Ciência e Tecnologia;
ção de seus membros ou por recurso dos órgãos b) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
e entidades de registro e fiscalização, fundamen- cimento;
tado em fatos ou conhecimentos científicos c) Ministério da Saúde;
novos, que sejam relevantes quanto à biossegu-
rança de OGM e seus derivados; d) Ministério do Meio Ambiente;
e) Ministério do Desenvolvimento Agrário;
XXII - propor a realização de pesquisas e estudos
científicos no campo da biossegurança de OGM e f) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
seus derivados; Comércio Exterior;
XXIII - apresentar proposta de seu regimento g) Ministério da Defesa;
interno ao Ministro de Estado da Ciência e h) Ministério das Relações Exteriores;
Tecnologia.
i) Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
Parágrafo único. A reavaliação de que trata o inci- Presidência da República;
so XXI deste artigo será solicitada ao presidente III - um especialista em defesa do consumidor,
da CTNBio em petição que conterá o nome e indicado pelo Ministro de Estado da Justiça;
qualificação do solicitante, o fundamento instruí-
do com descrição dos fatos ou relato dos conhe- IV - um especialista na área de saúde, indicado
cimentos científicos novos que a ensejem e o pelo Ministro de Estado da Saúde;
pedido de nova decisão a respeito da biossegu- V - um especialista em meio ambiente, indicado
rança de OGM e seus derivados a que se refiram. pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente;
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Parágrafo único. A periodicidade das reuniões do e devidamente instruído, terá seu extrato pré-
ordinárias poderá, em caráter excepcional, ser vio publicado no Diário Oficial da União e divul-
alterada por deliberação da CTNBio. gado no SIB.
Art. 22. As reuniões da CTNBio serão gravadas, Art. 29. O processo será distribuído a um dos
e as respectivas atas, no que decidirem sobre membros, titular ou suplente, para relatoria e ela-
pleitos, deverão conter ementa que indique boração de parecer.
número do processo, interessado, objeto, motiva- Art. 30. O parecer será submetido a uma ou
ção da decisão, eventual divergência e resultado.
mais subcomissões setoriais permanentes ou
Art. 23. Os extratos de pleito deverão ser divul- extraordinárias para formação e aprovação do
gados no Diário Oficial da União e no SIB, com, no parecer final.
mínimo, trinta dias de antecedência de sua colo-
cação em pauta, excetuados os casos de urgên- Art. 31. O parecer final, após sua aprovação nas
cia, que serão definidos pelo presidente da subcomissões setoriais ou extraordinárias para as
CTNBio. quais o processo foi distribuído, será encaminhado
ao plenário da CTNBio para deliberação.
Art. 24. Os extratos de parecer e as decisões
técnicas deverão ser publicados no Diário Oficial Art. 32. O voto vencido de membro de subco-
da União. missão setorial permanente ou extraordinária
deverá ser apresentado de forma expressa e fun-
Parágrafo único. Os votos fundamentados de
cada membro deverão constar no SIB. damentada e será consignado como voto diver-
gente no parecer final para apreciação e delibe-
Art. 25. Os órgãos e entidades integrantes da ração do plenário.
administração pública federal poderão solicitar
participação em reuniões da CTNBio para tratar Art. 33. Os processos de liberação comercial de
de assuntos de seu especial interesse, sem direito OGM e seus derivados serão submetidos a todas
a voto. as subcomissões permanentes.
Parágrafo único. A solicitação à Secretaria Art. 34. O relator de parecer de subcomissões e
Executiva da CTNBio deverá ser acompanhada de do plenário deverá considerar, além dos relatórios
justificação que demonstre a motivação e com- dos proponentes, a literatura científica existente,
prove o interesse do solicitante na biossegurança bem como estudos e outros documentos protoco-
de OGM e seus derivados submetidos à delibera- lados em audiências públicas ou na CTNBio.
ção da CTNBio.
Art. 35. A CTNBio adotará as providências neces-
Art. 26. Poderão ser convidados a participar das sárias para resguardar as informações sigilosas,
reuniões, em caráter excepcional, representantes
de interesse comercial, apontadas pelo proponente
da comunidade científica, do setor público e de
e assim por ela consideradas, desde que sobre essas
entidades da sociedade civil, sem direito a voto.
informações não recaiam interesses particulares
SEÇÃO V ou coletivos constitucionalmente garantidos.
DA TRAMITAÇÃO DE PROCESSOS § 1º A fim de que seja resguardado o sigilo a que
Art. 27. Os processos pertinentes às competên- se refere o caput deste artigo, o requerente deverá
cias da CTNBio, de que tratam os incisos IV, VIII, dirigir ao presidente da CTNBio solicitação expres-
IX, XII, e XXI do art. 5º, obedecerão ao trâmite sa e fundamentada, contendo a especificação das
definido nesta Seção. informações cujo sigilo pretende resguardar.
Art. 28. O requerimento protocolado na § 2º O pedido será indeferido mediante despacho
Secretaria Executiva da CTNBio, depois de autua- fundamentado, contra o qual caberá recurso ao
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plenário, em procedimento a ser estabelecido no Art. 41. Não se submeterá a análise e emissão
regimento interno da CTNBio, garantido o sigilo de parecer técnico da CTNBio o derivado cujo
requerido até decisão final em contrário. OGM já tenha sido por ela aprovado.
§ 3º O requerente poderá optar por desistir do Art. 42. As pessoas físicas ou jurídicas envolvidas
pleito, caso tenha seu pedido de sigilo indeferido em qualquer das fases do processo de produção
definitivamente, hipótese em que será vedado à agrícola, comercialização ou transporte de produto
CTNBio dar publicidade à informação objeto do geneticamente modificado que tenham obtido a
pretendido sigilo. liberação para uso comercial estão dispensadas
Art. 36. Os órgãos e entidades de registro e fis- de apresentação do CQB e constituição de CIBio,
calização requisitarão acesso a determinada salvo decisão em contrário da CTNBio.
informação sigilosa, desde que indispensável ao
exercício de suas funções, em petição que funda- SEÇÃO VII
mentará o pedido e indicará o agente que a ela DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
terá acesso. Art. 43. A CTNBio poderá realizar audiências
SEÇÃO VI públicas, garantida a participação da sociedade
DA DECISÃO TÉCNICA civil, que será requerida:
Art. 37. Quanto aos aspectos de biossegurança I - por um de seus membros e aprovada por maio-
de OGM e seus derivados, a decisão técnica da ria absoluta, em qualquer hipótese;
CTNBio vincula os demais órgãos e entidades da II - por parte comprovadamente interessada na
administração. matéria objeto de deliberação e aprovada por
maioria absoluta, no caso de liberação comercial.
Art. 38. Nos casos de uso comercial, entre outros
aspectos técnicos de sua análise, os órgãos de § 1º A CTNBio publicará no SIB e no Diário Oficial
registro e fiscalização, no exercício de suas atri- da União, com antecedência mínima de trinta
buições em caso de solicitação pela CTNBio, dias, a convocação para audiência pública, dela
observarão, quanto aos aspectos de biosseguran- fazendo constar a matéria, a data, o horário e o
ça de OGM e seus derivados, a decisão técnica da local dos trabalhos.
CTNBio. § 2º A audiência pública será coordenada pelo
Art. 39. Em caso de decisão técnica favorável presidente da CTNBio que, após a exposição
sobre a biossegurança no âmbito da atividade de objetiva da matéria objeto da audiência, abrirá as
pesquisa, a CTNBio remeterá o processo respecti- discussões com os interessados presentes.
vo aos órgãos e entidades de registro e fiscaliza- § 3º Após a conclusão dos trabalhos da audiên-
ção, para o exercício de suas atribuições. cia pública, as manifestações, opiniões, sugestões
e documentos ficarão disponíveis aos interessa-
Art. 40. A decisão técnica da CTNBio deverá
dos na Secretaria Executiva da CTNBio.
conter resumo de sua fundamentação técnica,
explicitar as medidas de segurança e restrições ao § 4º Considera-se parte interessada, para efeitos
uso de OGM e seus derivados e considerar as do inciso II do caput deste artigo, o requerente do
particularidades das diferentes regiões do país, processo ou pessoa jurídica cujo objetivo social
com o objetivo de orientar e subsidiar os órgãos seja relacionado às áreas previstas no caput e nos
e entidades de registro e fiscalização, no exercício incisos III, VII e VIII do art 6º.
de suas atribuições.
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IX - Ministro de Estado das Relações Exteriores; Art. 51. O CNBS poderá avocar os processos relati-
vos às atividades que envolvam o uso comercial
X - Ministro de Estado da Defesa; de OGM e seus derivados para análise e decisão,
XI - Secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da em última e definitiva instância, no prazo de trinta
Presidência da República. dias, contados da data da publicação da decisão
técnica da CTNBio no Diário Oficial da União.
§ 1º O CNBS reunir-se-á sempre que convocado
por seu presidente ou mediante provocação da § 1º O CNBS poderá requerer, quando julgar
maioria dos seus membros. necessário, manifestação dos órgãos e entidades
§ 2º Os membros do CNBS serão substituídos, em de registro e fiscalização.
suas ausências ou impedimentos, pelos respecti- § 2º A decisão técnica da CTNBio permanecerá
vos secretários executivos ou, na inexistência do suspensa até a expiração do prazo previsto no
cargo, por seus substitutos legais. caput sem a devida avocação do processo ou até
§ 3º Na ausência do presidente, este indicará a decisão final do CNBS, caso por ele o processo
Ministro de Estado para presidir os trabalhos. tenha sido avocado.
§ 4º A reunião do CNBS será instalada com a pre- § 3º O CNBS decidirá no prazo de sessenta dias,
sença de, no mínimo, seis de seus membros e as contados da data de recebimento, por sua
decisões serão tomadas por maioria absoluta dos Secretaria-Executiva, de cópia integral do proces-
seus membros. so avocado.
§ 5º O regimento interno do CNBS definirá os
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser suspen-
procedimentos para convocação e realização de
so para cumprimento de diligências ou emissão
reuniões e deliberações.
de pareceres por consultores ad hoc, conforme
Art. 50. O CNBS decidirá, a pedido da CTNBio, decisão do CNBS.
sobre os aspectos de conveniência e oportunida-
de socioeconômicas e do interesse nacional na Art. 52. O CNBS decidirá sobre os recursos dos
liberação para uso comercial de OGM e seus deri- órgãos e entidades de registro e fiscalização rela-
vados. cionados à liberação comercial de OGM e seus
§ 1º A CTNBio deverá protocolar, junto à derivados, que tenham sido protocolados em sua
Secretaria Executiva do CNBS, cópia integral do Secretaria Executiva, no prazo de até trinta dias
processo relativo à atividade a ser analisada, com contados da data da publicação da decisão técni-
indicação dos motivos desse encaminhamento. ca da CTNBio no Diário Oficial da União.
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§ 1º O recurso de que trata este artigo deverá ser V - fiscalizar o cumprimento das normas e medi-
instruído com justificação tecnicamente funda- das de biossegurança estabelecidas pela CTNBio;
mentada que demonstre a divergência do órgão
VI - promover a capacitação dos fiscais e técnicos
ou entidade de registro e fiscalização, no âmbito
incumbidos de registro, autorização, fiscalização e
de suas competências, quanto à decisão da licenciamento ambiental de OGM e seus derivados;
CTNBio em relação aos aspectos de biosseguran-
ça de OGM e seus derivados. VII - instituir comissão interna especializada em
biossegurança de OGM e seus derivados;
§ 2º A eficácia da decisão técnica da CTNBio per-
manecerá suspensa até a expiração do prazo pre- VIII - manter atualizado no SIB o cadastro das
visto no caput sem a devida interposição de instituições e responsáveis técnicos que realizam
recursos pelos órgãos de fiscalização e registro atividades e projetos relacionados a OGM e seus
derivados;
ou até o julgamento final pelo CNBS, caso recebi-
do e conhecido o recurso interposto. IX - tornar públicos, inclusive no SIB, os registros,
autorizações e licenciamentos ambientais conce-
§ 3º O CNBS julgará o recurso no prazo de ses-
didos;
senta dias, contados da data do protocolo em sua
Secretaria Executiva. X - aplicar as penalidades de que trata este decreto;
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser suspen- XI - subsidiar a CTNBio na definição de quesitos
so para cumprimento de diligências ou emissão de avaliação de biossegurança de OGM e seus
de pareceres por consultores ad hoc, conforme derivados.
decisão do CNBS.
§ 1º As normas a que se refere o inciso IV consis-
tirão, quando couber, na adequação às decisões
CAPÍTULO IV
DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DE da CTNBio dos procedimentos, meios e ações em
REGISTRO E FISCALIZAÇÃO vigor aplicáveis aos produtos convencionais.
Art. 53. Caberá aos órgãos e entidades de regis- § 2º Após manifestação favorável da CTNBio, ou
tro e fiscalização do Ministério da Saúde, do do CNBS, em caso de avocação ou recurso, cabe-
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci- rá, em decorrência de análise específica e decisão
mento e do Ministério do Meio Ambiente, e da pertinente:
Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da I - ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Presidência da República entre outras atribuições, Abastecimento emitir as autorizações e registros
no campo de suas competências, observadas a e fiscalizar produtos e atividades que utilizem
decisão técnica da CTNBio, as deliberações do
OGM e seus derivados destinados a uso animal,
CNBS e os mecanismos estabelecidos neste
na agricultura, pecuária, agroindústria e áreas
decreto:
afins, de acordo com a legislação em vigor e
I - fiscalizar as atividades de pesquisa de OGM e segundo as normas que vier a estabelecer;
seus derivados;
II - ao órgão competente do Ministério da Saúde
II - registrar e fiscalizar a liberação comercial de emitir as autorizações e registros e fiscalizar pro-
OGM e seus derivados; dutos e atividades com OGM e seus derivados
III - emitir autorização para a importação de OGM destinados a uso humano, farmacológico, domis-
e seus derivados para uso comercial; sanitário e áreas afins, de acordo com a legisla-
ção em vigor e as normas que vier a estabelecer;
IV - estabelecer normas de registro, autorização,
fiscalização e licenciamento ambiental de OGM e III - ao órgão competente do Ministério do Meio
seus derivados; Ambiente emitir as autorizações e registros e fis-
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calizar produtos e atividades que envolvam OGM decorrentes das atividades de análise, autorização,
e seus derivados a serem liberados nos ecossiste- registro, monitoramento e acompanhamento das
mas naturais, de acordo com a legislação em atividades que envolvam OGM e seus derivados.
vigor e segundo as normas que vier a estabelecer,
§ 1º As disposições dos atos legais, regulamenta-
bem como o licenciamento, nos casos em que a
res e administrativos que alterem, complementem
CTNBio deliberar, na forma deste decreto, que o
ou produzam efeitos sobre a legislação de bios-
OGM é potencialmente causador de significativa
segurança de OGM e seus derivados deverão ser
degradação do meio ambiente;
divulgadas no SIB concomitantemente com a
IV - à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca entrada em vigor desses atos.
da Presidência da República emitir as autoriza-
ções e registros de produtos e atividades com § 2º Os órgãos e entidades de registro e fiscaliza-
OGM e seus derivados destinados ao uso na ção deverão alimentar o SIB com as informações
pesca e aqüicultura, de acordo com a legislação relativas às atividades de que trata este decreto,
em vigor e segundo este decreto e as normas que processadas no âmbito de sua competência.
vier a estabelecer.
Art. 59. A CTNBio dará ampla publicidade a suas
Art. 54. A CTNBio delibera, em última e definitiva atividades por intermédio do SIB, entre as quais,
instância, sobre os casos em que a atividade é sua agenda de trabalho, calendário de reuniões,
potencial ou efetivamente causadora de degrada- processos em tramitação e seus respectivos rela-
ção ambiental, bem como sobre a necessidade do tores, relatórios anuais, atas das reuniões e
licenciamento ambiental. demais informações sobre suas atividades, excluí-
Art. 55. A emissão dos registros, das autorizações das apenas as informações sigilosas, de interesse
e do licenciamento ambiental referidos neste comercial, assim por ela consideradas.
Decreto deverá ocorrer no prazo máximo de
cento e vinte dias. Art. 60. O SIB permitirá a interação eletrônica
entre o CNBS, a CTNBio e os órgãos e entidades
Parágrafo único. A contagem do prazo previsto no federais responsáveis pelo registro e fiscalização
caput será suspensa, por até cento e oitenta dias, de OGM.
durante a elaboração, pelo requerente, dos estu-
dos ou esclarecimentos necessários. CAPÍTULO VI
Art. 56. As autorizações e registros de que trata DAS COMISSÕES INTERNAS
este Capítulo estarão vinculados à decisão técnica DE BIOSSEGURANÇA-CIBio
da CTNBio correspondente, sendo vedadas Art. 61. A instituição que se dedique ao ensino,
exigências técnicas que extrapolem as condições à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecno-
estabelecidas naquela decisão, nos aspectos rela- lógico e à produção industrial, que utilize técnicas
cionados à biossegurança. e métodos de engenharia genética ou realize pes-
Art. 57. Os órgãos e entidades de registro e fis- quisas com OGM e seus derivados, deverá criar
calização poderão estabelecer ações conjuntas uma Comissão Interna de Biossegurança-CIBio,
com vistas ao exercício de suas competências. cujos mecanismos de funcionamento serão esta-
belecidos pela CTNBio.
CAPÍTULO V Parágrafo único. A instituição de que trata o
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES caput deste artigo indicará um técnico principal
EM BIOSSEGURANÇA responsável para cada projeto especifico.
Art. 58. O SIB, vinculado à Secretaria Executiva Art. 62. Compete a CIBio, no âmbito de cada
da CTNBio, é destinado à gestão das informações instituição:
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ca, da defesa agropecuária e do meio ambiente normas estabelecidas pela CTNBio e pelos órgãos
sobre acidente que possa provocar a dissemina- e entidades de registro e fiscalização.
ção de OGM e seus derivados;
XX - deixar a instituição de adotar meios neces- SEÇÃO II
sários para plenamente informar à CTNBio, às DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
autoridades da saúde pública, do meio ambiente, Art. 70. As infrações administrativas, independen-
da defesa agropecuária, à coletividade e aos temente das medidas cautelares de apreensão
demais empregados da instituição ou empresa de produtos, suspensão de venda de produto e
sobre os riscos a que possam estar submetidos,
embargos de atividades, serão punidas com as
bem como os procedimentos a serem tomados no
seguintes sanções:
caso de acidentes com OGM e seus derivados;
XXI - deixar de criar CIBio, conforme as normas I - advertência;
da CTNBio, a instituição que utiliza técnicas e II - multa;
métodos de engenharia genética ou realiza pes-
quisa com OGM e seus derivados; III - apreensão de OGM e seus derivados;
XXII - manter em funcionamento a CIBio em IV - suspensão da venda de OGM e seus derivados;
desacordo com as normas da CTNBio; V - embargo da atividade;
XXIII - deixar a instituição de manter informados, VI - interdição parcial ou total do estabelecimen-
por meio da CIBio, os trabalhadores e demais to, atividade ou empreendimento;
membros da coletividade, quando suscetíveis de
serem afetados pela atividade, sobre as questões VII - suspensão de registro, licença ou autorização;
relacionadas com a saúde e a segurança, bem como VIII - cancelamento de registro, licença ou autori-
sobre os procedimentos em caso de acidentes; zação;
XXIV - deixar a instituição de estabelecer progra- IX - perda ou restrição de incentivo e benefício
mas preventivos e de inspeção, por meio da fiscal concedidos pelo governo;
CIBio, para garantir o funcionamento das instala-
ções sob sua responsabilidade, dentro dos X - perda ou suspensão da participação em linha
padrões e normas de biossegurança, definidos de financiamento em estabelecimento oficial de
pela CTNBio; crédito;
XXV - deixar a instituição de notificar a CTNBio, XI - intervenção no estabelecimento;
os órgãos e entidades de registro e fiscalização, e XII - proibição de contratar com a administração
as entidades de trabalhadores, por meio da CIBio, pública, por período de até cinco anos.
do resultado de avaliações de risco a que estão
submetidas as pessoas expostas, bem como qual- Art. 71. Para a imposição da pena e sua gradação,
quer acidente ou incidente que possa provocar a os órgãos e entidades de registro e fiscalização
disseminação de agente biológico; levarão em conta:
XXVI - deixar a instituição de investigar a ocorrên- I - a gravidade da infração;
cia de acidentes e as enfermidades possivelmente
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumpri-
relacionados a OGM e seus derivados e notificar
mento das normas agrícolas, sanitárias, ambien-
suas conclusões e providências à CTNBio;
tais e de biossegurança;
XXVII - produzir, armazenar, transportar, comer-
III - a vantagem econômica auferida pelo infrator;
cializar, importar ou exportar OGM e seus deriva-
dos, sem autorização ou em desacordo com as IV - a situação econômica do infrator.
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Parágrafo único. Para efeito do inciso I, as infra- Decreto, facultado o repasse de parcela da recei-
ções previstas neste decreto serão classificadas ta obtida com a aplicação de multas.
em leves, graves e gravíssimas, segundo os
Art. 75. As sanções previstas nos incisos III, IV, V,
seguintes critérios:
VI, VII, IX e X do art. 70 serão aplicadas somente
I - a classificação de risco do OGM; nas infrações de natureza grave ou gravíssima.
II - os meios utilizados para consecução da infração; Art. 76. As sanções previstas nos incisos VIII, XI
III - as conseqüências, efetivas ou potenciais, para e XII do art.70 serão aplicadas somente nas infra-
a dignidade humana, a saúde humana, animal e ções de natureza gravíssima.
das plantas e para o meio ambiente; Art. 77. Se o infrator cometer, simultaneamente,
IV - a culpabilidade do infrator. duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
cumulativamente, as sanções cominadas a cada
Art. 72. A advertência será aplicada somente nas qual.
infrações de natureza leve.
Art. 78. No caso de infração continuada, carac-
Art. 73. A multa será aplicada obedecendo a terizada pela permanência da ação ou omissão
seguinte gradação: inicialmente punida, será a respectiva penalidade
I - de R$2.000,00 (dois mil reais) a R$60.000,00 aplicada diariamente até cessar sua causa, sem
(sessenta mil reais) nas infrações de natureza leve; prejuízo da paralisação imediata da atividade ou
da interdição do laboratório ou da instituição ou
II - de R$60.001,00 (sessenta mil e um reais) a
empresa responsável.
R$500.000,00 (quinhentos mil reais) nas infra-
ções de natureza grave; Art. 79. Os órgãos e entidades de registro e fisca-
III - de R$500.001,00 (quinhentos mil e um reais) lização poderão, independentemente da aplicação
a R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil das sanções administrativas, impor medidas cau-
reais) nas infrações de natureza gravíssima. telares de apreensão de produtos, suspensão de
venda de produto e embargos de atividades
§ 1º A multa será aplicada em dobro nos casos de sempre que se verificar risco iminente de dano à
reincidência. dignidade humana, à saúde humana, animal e
§ 2º As multas poderão ser aplicadas cumulativa- das plantas e ao meio ambiente.
mente com as demais sanções previstas neste SEÇÃO III
decreto. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 74. As multas previstas na Lei nº 11.105, de Art. 80. Qualquer pessoa, constatando a ocor-
2005, e neste decreto serão aplicadas pelos rência de infração administrativa, poderá dirigir
órgãos e entidades de registro e fiscalização, de representação ao órgão ou entidade de fiscaliza-
acordo com suas respectivas competências. ção competente, para efeito do exercício de poder
§ 1º Os recursos arrecadados com a aplicação de de polícia.
multas serão destinados aos órgãos e entidades Art. 81. As infrações administrativas são apuradas
de registro e fiscalização que aplicarem a multa. em processo administrativo próprio, assegurado o
§ 2º Os órgãos e entidades fiscalizadores da direito a ampla defesa e o contraditório.
administração pública federal poderão celebrar Art. 82. São autoridades competentes para lavrar
convênios com os Estados, Distrito Federal e auto de infração, instaurar processo administrativo
Municípios, para a execução de serviços relacio- e indicar as penalidades cabíveis, os funcionários
nados à atividade de fiscalização prevista neste dos órgãos de fiscalização previstos no art. 53.
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Art. 83. A autoridade fiscalizadora encaminhará Art. 91. Os alimentos e ingredientes alimentares
cópia do auto de infração à CTNBio. destinados ao consumo humano ou animal que
Art. 84. Quando a infração constituir crime ou contenham ou sejam produzidos a partir de OGM
contravenção, ou lesão à Fazenda Pública ou ao e seus derivados deverão conter informação nesse sen-
consumidor, a autoridade fiscalizadora represen- tido em seus rótulos, na forma de decreto específico.
tará junto ao órgão competente para apuração Art. 92. A CTNBio promoverá a revisão e se
das responsabilidades administrativa e penal. necessário, a adequação dos CQB, dos comunica-
Art. 85. Aplicam-se a este decreto, no que cou- dos, decisões técnicas e atos normativos, emiti-
berem, as disposições da Lei nº 9.784, de 1999. dos sob a égide da Lei nº 8.974, de 5 de janeiro
de 1995, os quais não estejam em conformidade
CAPÍTULO IX com a Lei nº 11.105, de 2005, e este decreto.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 93. A CTNBio e os órgãos e entidades de
Art. 86. A CTNBio, em noventa dias de sua ins- registro e fiscalização deverão rever suas delibe-
talação, definirá: rações de caráter normativo no prazo de cento e
I - proposta de seu regimento interno, a ser sub- vinte dias, contados da publicação deste decreto,
metida à aprovação do Ministro de Estado da a fim de promover sua adequação às disposições
Ciência e Tecnologia; nele contidas.
II - as classes de risco dos OGM; Art. 94. Este decreto entra em vigor na data de
III - os níveis de biossegurança a serem aplicados sua publicação.
aos OGM e seus derivados, observada a classe de Art. 95. Fica revogado o Decreto nº 4.602, de 21
risco do OGM. de fevereiro de 2003.
Parágrafo único. Até a definição das classes de
risco dos OGM pela CTNBio, será observada, para
efeito de classificação, a tabela do Anexo deste
decreto.
Art. 87. A Secretaria Executiva do CNBS subme-
terá, no prazo de noventa dias, proposta de
regimento interno ao colegiado.
Art. 88. Os OGM que tenham obtido decisão
técnica da CTNBio favorável a sua liberação
comercial até o dia 28 de março de 2005 pode-
rão ser registrados e comercializados, observada
a Resolução CNBS nº 1, de 27 de maio de 2005.
Art. 89. As instituições que desenvolvam ativida-
des reguladas por este decreto deverão adequar-
se às suas disposições no prazo de cento e vinte
dias, contado da sua publicação.
Art. 90. Não se aplica aos OGM e seus derivados
o disposto na Lei nº 7.802, de 11 de julho de
1989, exceto para os casos em que eles sejam
desenvolvidos para servir de matéria-prima para
a produção de agrotóxicos.
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IV - o acesso em linguagem acessível à informa- XIV - a preservação dos direitos culturais, o exer-
ção e ao conhecimento dos documentos produzi- cício de práticas comunitárias, a memória cultural
dos e utilizados no âmbito da Política Nacional de e a identidade racial e étnica.
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais;
OBJETIVO GERAL
V - o desenvolvimento sustentável como promo-
ção da melhoria da qualidade de vida dos povos Art. 2º A PNPCT tem como principal objetivo
e comunidades tradicionais nas gerações atuais, promover o desenvolvimento sustentável dos
garantindo as mesmas possibilidades para as Povos e Comunidades Tradicionais, com ênfase
gerações futuras e respeitando os seus modos de no reconhecimento, fortalecimento e garantia
vida e as suas tradições; dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais,
VI - a pluralidade socioambiental, econômica e econômicos e culturais, com respeito e valoriza-
cultural das comunidades e dos povos tradicio- ção à sua identidade, suas formas de organização
nais que interagem nos diferentes biomas e ecos- e suas instituições.
sistemas, sejam em áreas rurais ou urbanas;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
VII - a promoção da descentralização e transver-
salidade das ações e da ampla participação da Art. 3º São objetivos específicos da PNPCT:
sociedade civil na elaboração, monitoramento e I - garantir aos povos e comunidades tradicionais
execução desta Política a ser implementada pelas seus territórios, e o acesso aos recursos naturais
instâncias governamentais; que tradicionalmente utilizam para sua reprodu-
VIII - o reconhecimento e a consolidação dos ção física, cultural e econômica;
direitos dos povos e comunidades tradicionais;
II - solucionar e/ou minimizar os conflitos gerados
IX - a articulação com as demais políticas públi- pela implantação de Unidades de Conservação
cas relacionadas aos direitos dos Povos e de Proteção Integral em territórios tradicionais e
Comunidades Tradicionais nas diferentes esferas estimular a criação de Unidades de Conservação
de governo; de Uso Sustentável;
X - a promoção dos meios necessários para a efe- III - implantar infra-estrutura adequada às reali-
tiva participação dos Povos e Comunidades dades sócioculturais e demandas dos povos e
Tradicionais nas instâncias de controle social e comunidades tradicionais;
nos processos decisórios relacionados aos seus IV - garantir os direitos dos povos e das comuni-
direitos e interesses; dades tradicionais afetados direta ou indireta-
mente por projetos, obras e empreendimentos;
XI - a articulação e integração com o Sistema
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; V - garantir e valorizar as formas tradicionais de
educação e fortalecer processos dialógicos como
XII - a contribuição para a formação de uma sen-
contribuição ao desenvolvimento próprio de cada
sibilização coletiva por parte dos órgãos públicos povo e comunidade, garantindo a participação e
sobre a importância dos direitos humanos, eco- controle social tanto nos processos de formação
nômicos, sociais, culturais, ambientais e do con- educativos formais quanto nos não-formais;
trole social para a garantia dos direitos dos povos
e comunidades tradicionais; VI - reconhecer, com celeridade, a auto-identifica-
ção dos povos e comunidades tradicionais, de
XIII - a erradicação de todas as formas de discrimina- modo que possam ter acesso pleno aos seus
ção, incluindo o combate à intolerância religiosa; e direitos civis individuais e coletivos;
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VII - garantir aos povos e comunidades tradicionais XVII - apoiar e garantir a inclusão produtiva com
o acesso aos serviços de saúde de qualidade e a promoção de tecnologias sustentáveis, respei-
adequados às suas características socioculturais, tando o sistema de organização social dos povos
suas necessidades e demandas, com ênfase nas e comunidades tradicionais, valorizando os recur-
concepções e práticas da medicina tradicional; sos naturais locais e práticas, saberes e tecnolo-
VIII - garantir no sistema público previdenciário a gias tradicionais.
adequação às especificidades dos povos e comu-
nidades tradicionais, no que diz respeito às suas DOS INSTRUMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO
atividades ocupacionais e religiosas e às doenças Art. 4º São instrumentos de implementação da
decorrentes destas atividades; Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável
IX - criar e implementar, urgentemente, uma polí- dos Povos e Comunidades Tradicionais:
tica pública de saúde voltada aos povos e comu- I - os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos
nidades tradicionais; Povos e Comunidades Tradicionais;
X - garantir o acesso às políticas públicas sociais II - a Comissão Nacional de Desenvolvimento
e a participação de representantes dos povos e Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais,
comunidades tradicionais nas instâncias de con- instituída pelo Decreto de 13 de julho de 2006;
trole social;
III - os fóruns regionais e locais; e
XI - garantir nos programas e ações de inclusão
social recortes diferenciados voltados especifica- IV - o Plano Plurianual.
mente para os povos e comunidades tradicionais;
DOS PLANOS DE
XII - implementar e fortalecer programas e ações DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
voltados às relações de gênero nos povos e
comunidades tradicionais, assegurando a visão e DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
a participação feminina nas ações governamen- Art. 5º Os Planos de Desenvolvimento Susten-
tais, valorizando a importância histórica das tável dos Povos e Comunidades Tradicionais têm
mulheres e sua liderança ética e social; por objetivo fundamentar e orientar a implemen-
XIII - garantir aos povos e comunidades tradicio- tação da PNPCT e consistem no conjunto das
nais o acesso e a gestão facilitados aos recursos ações de curto, médio e longo prazo, elaboradas
financeiros provenientes dos diferentes órgãos de com o fim de implementar, nas diferentes esferas
governo; de governo, os princípios e os objetivos estabele-
cidos por esta política:
XIV - assegurar o pleno exercício dos direitos indi-
viduais e coletivos concernentes aos povos e I - os Planos de Desenvolvimento Sustentável dos
comunidades tradicionais, sobretudo nas situa- Povos e Comunidades Tradicionais poderão ser
ções de conflito ou ameaça à sua integridade; estabelecidos com base em parâmetros ambien-
tais, regionais, temáticos, étnico-socio-culturais e
XV - reconhecer, proteger e promover os direitos deverão ser elaborados com a participação eqüi-
dos povos e comunidades tradicionais sobre os tativa dos representantes de órgãos governamen-
seus conhecimentos, práticas e usos tradicionais; tais e dos povos e comunidades tradicionais
XVI - apoiar e garantir o processo de formaliza- envolvidos;
ção institucional, quando necessário, consideran- II - a elaboração e implementação dos Planos de
do as formas tradicionais de organização e repre- Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
sentação locais; e Comunidades Tradicionais poderá se dar por meio
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de fóruns especialmente criados para esta finali- I - dar publicidade aos resultados das Oficinas
dade ou de outros cuja composição, área de Regionais que subsidiaram a construção da
abrangência e finalidade sejam compatíveis com PNPCT, realizadas no período de 13 a 23 de
o alcance dos objetivos desta política; e setembro de 2006;
III - o estabelecimento de Planos de Desenvol- II - estabelecer um Plano Nacional de Desenvol-
vimento Sustentável dos Povos e Comunidades vimento Sustentável para os Povos e Comunidades
Tradicionais não é limitado, desde que respeitada Tradicionais, o qual deverá ter como base os
a atenção equiparada aos diversos segmentos dos resultados das Oficinas Regionais mencionados
povos e comunidades tradicionais, de modo a no inciso I; e
não convergirem exclusivamente para um tema, III - propor um Programa Multi-setorial destinado
região, povo ou comunidade. à implementação do Plano Nacional mencionado
no inciso II no âmbito do Plano Plurianual.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 6º A Comissão Nacional de Desenvolvi-
mento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais deverá, no âmbito de suas compe-
tências e no prazo máximo de noventa dias: