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Secretaria de Estado da Saúde

Coordenadoria de Controle de Doenças


INSTITUTO ADOLFO LUTZ

Processo : 0701-000.445/2010 – Pregão Eletrônico 013/2010


Interessado : Instituto Adolfo Lutz
Assunto : Contratação de Serviços de Limpeza Hospitalar

Trata o presente da resposta a interposição de


recurso efetuada durante a sessão publica pela empresa CENTRO SANEAMENTO
E SERVIÇOS AVANÇADOS LTDA , inscrita no CNPJ sob o nº 61.603.387/0001-
65: , que questiona a decisão do pregoeiro em habilitar a empresa HIGIENIX
HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA..

1 – RECURSO DA EMPRESA CENTRO SANEAMENTO E SERVIÇOS


AVANÇADOS LTDA (verbis).

“CENTRO SANEAMENTO E SERVIÇOS


AVANÇADOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº
61.603.387/0001-65, licitante do pregão em epígrafe, por seu representante legal
que esta subscreve, não se conformando com a decisão proferida pelo ilustríssimo
Pregoeiro, vem respeitosamente, ante V.Sa, no prazo legal, tempestivamente
apresentar RAZÕES DO RECURSO ADMINISTRATIVO, com fundamento no Inciso
XVIII do artigo 4º da Lei Federal nº 10.520 de 17 de julho de 2002, bem como os
demais procedimentais da Lei 8.666/93, objetivando a inabilitação da empresa
HIGIENIX HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA, aqui denominada HIGIENIX,
esperando seja recebido no duplo efeito, processado e, ao final, integralmente
provido.

HABILITAÇÃO TÉCNICA

O edital na clareza de suas determinações exige como forma de suprir a exigência


de capacitação técnica, a fim de provar a real condição técnica das empresas
interessadas no certame, que estas façam a prova de qualificação técnica através
da apresentação de:
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1. ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA

Neste quesito o edital de forma inequívoca exige para vê-se habilitado a


participação no certame que as empresas apresentem:

“Atestado (s) de bom desempenho anterior, comprovando quantitativos de 50% a


60% no mínimo na execução de serviços similares”
(definição oferecida pelo item1.4 letra a do edital) A análise substancial da exigência
em tela nos remete a um cálculo matemático simples e objetivo.

Tendo sido oferecido no edital, em especial no anexo III – Planilha Proposta de


Preços, a delimitação das áreas de execução das atividades a serem contratadas, a
operação matemática de que tratamos no parágrafo anterior é objetiva, para
habilitar-se ao certame o licitante interessado deve atender “a priori”, no mínimo
50% de cada área mencionada no referido anexo.

Para obtermos uma ordem de grandeza dos


fatos, a área de maior complexidade de execução das atividades de limpeza
hospitalar determinada no edital, encontra-se no item 9 do anexo III, qual seja a
determinação das áreas críticas de execução (crítica operacional), neste item o
edital evidencia que serão executadas as atividades de limpeza hospitalar de maior
complexidade operacional em um total de área crítica de 4.879,74 m2.

Sendo assim o atestado ou atestados


apresentados pelas empresas interessadas na disputa, devem de forma inexorável
constar um total de área crítica mínima de 2.439,87 m2.

Diante desta simples equação matemática nos


voltamos aos atestados apresentados pela empresa HIGIENIX, que para habilitar-se
ao certame apresentou 3 (três) atestados de capacidade técnica, sendo eles:

1. ATESTADO EMITIDO PELO INSTITUTO ADOLFO LUTZ, informando início das


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atividades em 15 de Janeiro de 2010, que apresenta como áreas críticas as


metragens de 383,42 m2 de área de laboratório e 68 m2 de área crítica, sem
qualquer menção de áreas semi-críticas.
A somatória da área crítica informada no atestado apresentado pela HIGIENIX
emitido pelo instituto ora licitante resulta em 451,42 m2;

2. ATESTADO EMITIDO PELA CPOS, informando início das atividades em 14 de


Setembro de 2009, que não consta quaisquer informação quanto à execução de
atividades em áreas críticas e semi-críticas;

3. ATESTADO EMITIDO PELA DIRETORIA DE ENSINO DA SECRETARIA DE


ESTADO DA EDUCAÇÃO, que trata da execução de serviços de limpeza predial, o
que não nos remete a qualquer similaridade com o objeto licitado, conforme
determina o próprio edital, qual seja a limpeza hospitalar.

Porquanto, os 3 (três) atestados apresentados pela HIGIENIX não a qualificam para


a disputa do presente certame, vez que não atendem a exigência editalícia de no
mínimo 50% dos quantitativos das áreas licitadas, sua comprovação de área crítica
não ultrapassa 10% do licitado e não há comprovação de nenhum quantitativo de
áreas semi-críticas, aliás este conceito de atendimento do quantitativo licitado não é
correspondido pela empresa HIGIENIX, ainda que desconsiderarmos a necessidade
de comprovação das áreas de maior complexidade operacional (áreas críticas e
semi-críticas) o que não é possível, pois mesmo na totalidade das áreas
mencionadas no anexo III que resulta em 33.857,56 m2, que corresponde à
comprovação mínima de 16.928,78 m2 (50% do total licitado), não é atendido pela
empresa HIGIENIX com base nos atestados de capacidade técnica enviados ao
órgão licitante.

Não bastasse, como forma de ludibriar este


conceituado corpo técnico de análise documental, a empresa HIGIENIX apresentou
no lugar do atestado de capacidade técnica emitido pela Fundação Pró-Sangue o
contrato de prestação de serviços firmado entre a licitante e o referido órgão, o que
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como é de conhecimento geral não é elemento comprobatório de capacitação


técnica.

A HIGIENIX usou desta “artimanha” por não


possuir atestado de bom desempenho emitido pela FUNDAÇÃO PRO-SANGUE,
ainda que tivesse obtido tal atestado este se quer serviria para comprovação da
capacitação real, em razão de que a execução prática da atividade desenvolvida
pela HIGIENIX para a FUNDAÇÃO PRO-SANGUE em nada se coaduna com a
prestação de serviços de limpeza hospitalar, visto que a notória sabedoria nos
revela de forma simplória que este órgão é apenas um local de coleta de
hemoderivados, sendo ainda que suas atividades iniciaram neste local há não mais
que 70 (setenta) dias, vez que seu contrato teve início em 22 de Fevereiro de 2010.

Nesta mesma seara não podemos deixar de


mencionar a principiologia contextual da legislação que norteia os processos
licitatórios (Lei 8.666/93), no que tange a vislumbração da pertinência e
compatibilidade para efeito de comprovação da capacitação técnica operacional, o
que nos leva a um outro raciocínio inevitável, o único atestado apresentado pela
HIGIENIX, que trata de limpeza hospitalar com área críticas é o documento emitido
pelo Instituto Adolfo Lutz, que além de não se compatibilizar com o quantitativo
mínimo exigido no edital, até porque quanto às áreas semi-críticas não contém
qualquer quantitativo, também encontra-se em situação de incompatibilidade de
prazos executórios, pois tal atividade é executada há menos de 100 (cem) dias, o
que destrói de pronto a possibilidade jurídica de atendimento dos preceitos legais de
pertinência e compatibilidade.

2. EQUIPE TÉCNICA

Avançando a análise documental, nos remetemos aos requisitos exigidos na letra


“e” do item 1.4 do edital, no que se revela a comprovação da equipe técnica:
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“Relação dos membros que integram a equipe


técnica da empresa, acompanhada dos respectivos Curriculum vitae, incluindo o
profissional de nível superior registrado no Conselho de Enfermagem”

As circunstâncias que se apresentam o não atendimento pela HIGIENIX desta


exigência do edital, cerra por completo qualquer possibilidade, ainda que ínfima, da
manutenção da recorrida no rol dos habilitados à disputa do certame.

A afirmação não tem condão de mera retórica


morfológica, é na exatidão dos fatos a concretização da situação, visto que para
comprovação da exigência em epígrafe esta recorrida utilizou-se de meios
duvidosos, senão vejamos:

a) A HIGIENIX apresentou Curriculum Vitae da profissional de enfermagem, sem


qualquer assinatura que valide as informações prestadas no documento;

b) A profissional apresentada como responsável técnica não possui experiência


profissional relevante, por ter apenas 22 anos de idade, sem qualquer menção de
experiência técnica real na atividade de enfermagem graduada, o que é totalmente
distinto das atividades de assistência à enfermagem revelada pela discrição do
próprio documento, vez que o documento apresentado comprova que não há
experiência profissional comprovada como enfermeira, até porque sua formação se
deu há menos de 5 (cinco) meses, pois formou-se em 2009;

c) Não há qualquer comprovação de vinculo, entre a inexperiente profissional


apresentada e a empresa licitante;

d) Ainda mais grave, não há qualquer comprovação de registro desta profissional


junto ao Conselho Regional de Enfermagem, conforme exige o edital.

Mais uma vez o que se vê nas ações da


empresa HIGIENIX, são atitudes que não visam à comprovação real das exigências
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técnicas do edital, apenas ilações documentais que se não observadas com atenção
redobrada, como o faz esta conceituada equipe em todos os processos que conduz,
correria o risco iminente de ser iludida pelas inverídicas informações prestadas nos
documentos ora apresentados.

Não menos importante, há de se analisar a


possibilidade jurídica ofertada pela legislação em comento, não apenas para excluir
a HIGIENIX do processo licitatório, mas pela intenção real de causar dano ao
processo licitatório é cabível a esta conceituada Administração Pública a abertura
de processo punitivo, como única forma de impedir que empresas deste nível
possam continuar a macular processos licitatórios, causando prejuízos incalculáveis
a ordem pública.

Nada mais é necessário dizer, porquanto da


clareza solar da ilegalidade, ensinada nas lições de JOSÉ CRETELLA JUNIOR:

“O edital vincula a Administração e o administrado. Desse modo, a Administração


tem de seguir à risca o estabelecido no edital (“suporta as regras que editaste”), o
que significa que o poder público não pode alterar as ‘regras do jogo’ durante as
sucessivas fases do procedimento prévio seletivo” (in Das Licitações Públicas, 15º
ed. Forense, 1998, p. 142). (grifo nosso)

A propósito do princípio da vinculação ao


instrumento convocatório, clássica é a afirmativa do saudoso Prof. Hely Lopes
Meirelles:
O edital é a lei interna da licitação, e, como tal,
vincula aos seus termos tanto os licitantes
quanto a Administração que o expediu. É
impositivo para ambas as partes e para todos
os interessados da licitação”. (grifo nosso)
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Conclui-se, que a empresa HIGIENIX não fez


prova escorreita e irrefutável de que possui capacidade operativa real para atender
à demanda do serviço licitado neste Pregão, abandonando a compatibilidade
quantitativa e as características dos serviços que o INSTITUTO ADOLFO LUTZ
pretende contratar. Este, aliás, é um atendimento já solidificado na jurisprudência
brasileira.

Jurisprudência: 145

Licitação. Capacidade técnica. Capacidade


operativa real. A qualificação técnica nos
Editais de licitação deve verificar não só a
capacidade técnica do licitante, como a sua
capacidade técnica afetiva de execução
(capacidade operativa real) (TCE/RJ. Cons.
Sérgio F. Quintella, TTCE/RJ, nº 28, abr./95, p.
103). (grifo nosso)

Nesta esteira de raciocínio, o ilustre Marçal


Justen Filho, em sua obra “ Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos “, Editora Aide - 3º Edição, define de forma clara o termo
CAPACITAÇÃO TÉCNICA REAL:

“....O ato convocatório poderá exigir


demonstrações práticas da aptidão do interessado, em parâmetros que dependerão
da natureza da prestação a ser executada. Isso pode envolver instalações
industriais adequadas, qualitativa e quantitativamente, à produção de bens
materiais; mão de obra qualificada; domínio de tecnologia específica; etc... Assim se
passa nos casos em que a atividade envolve riscos, especialidades, domínio de
técnica, conjugação de processos, etc...” (grifo nosso)

Logo, a licitante deverá provar que já


executou as funções solicitadas no edital, não se podendo aceitar subjetivismo na
aferição da capacidade técnica
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A aferição da capacidade técnica, deve ser


criteriosa quanto às semelhanças e compatibilidade em quantidades, prazos, etc...

Compatível é o que está matematicamente


aproximado. No caso em questão, 451,42 m2 não se aproxima de 2.439,87 m2, ou
seja, o resultado é bem inferior na aferição da capacitação técnica da licitante.

Por si só, não podemos permitir esta


desigualdade de tratamento entre licitantes, vez que torna-se desmedida e ilegítima
a manutenção da empresa HIGIENIX entre as empresas capacitadas para a
prestação de serviços da natureza licitada.

Mantê-la no bojo das empresas habilitadas para o


certame em epigrafe, é o mesmo que permitir que uma construtora apresente num
determinado certame, um atestado comprovando a construção de um pequeno
sobrado, para competir em um processo licitatório para construção de um conjunto
de edifícios, pois tal atestado não terá o condão de comprovar a real capacidade
operativa da empresa.
Ademais no que toca à compatibilidade, não
podemos admitir que resultado CINCO VEZES MENOR, nas quantidades de
metragens de áreas críticas ou quantidade ZERO nas áreas semi-críticas, possam
ser aceitos como comprovação de atendimento de qualificação técnica da empresa
em questão.

Não havendo comprovação de serviços ou


apresentação de quantitativos ao licitado, está cristalizado que deixou de existir a
compatibilidade em todos os atestados apresentados pela empresa HIGIENIX.

Com efeito, a Lei disciplinou a matéria da


qualificação técnica, permitindo a Administração impor exigências compatíveis com
o mínimo de segurança imprescindível para a satisfação do objeto contratual.
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A comprovação de que a aptidão para


desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e
prazos com o objeto licitado há que ser dimensionada a cada caso, de forma a
compatibilizar a experiência anterior com a necessária execução do objeto
almejado.
Carlos Ari Sundfeld in “Licitação e
Contrato Administrativo”, ed. Malheiros, 2ª Edição, pp. 108/109, define a fase da
habilitação, no qual é aferida de forma objetiva e concreta a qualificação daqueles
que pretendem contratar com a Administração:

A decisão sobre qualificação é um sim ou não,


inadmitindo gradações. Por ela, apura-se apenas a suficiência ou insuficiência das
condições subjetivas, não os diversos graus de suficiência. Provada a presença de
todas as condições a tanto necessárias, o licitante será habilitado. Na situação
inversa, será eliminado.” (grifo nosso)

Pelo demonstrado, se observa que a


empresa HIGIENIX está concorrendo com flagrante vantagem sobre as demais
licitantes, já que ao contrário das outras empresas que concorrem entre si, a
referida licitante aparentemente construiu uma situação documental favorável para
sua qualificação técnica, contrariando totalmente os dispositivos da Lei de Licitações
e os princípios que a norteiam.

Portanto, acreditamos não restarem


dúvidas, quanto a necessidade desta conceituada equipe técnica rever seu
posicionamento, em prol do interesse público, desclassificando o preço e
inabilitando técnica e juridicamente a empresa HIGIENIX.

Diante da mais detalhada explanação das


irregularidades cometidas pela empresa HIGIENIX, cabe-nos apenas clamar por
JUSTIÇA.
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Corroborando aos entendimentos, Maria


Adelaide de Campos França, nos empresta sua sabedoria composta na obra
Comentários a Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública, Saraiva,
2008:

“O objetivo da licitação é o de proporcionar à


Administração meios, para, ao instaurar a
competição entre os licitantes, assegurar a
seus administrados a possibilidade de
disputarem a participação nos negócios do
Governo e receberem o mesmo tratamento
jurídico,...”(grifamos)

Da mesma forma em conseqüência literal,


extirpar a HIGIENIX do processo é a única possibilidade de se vê presente a
isonomia, que é a garantia da competitividade, como no dizer de Flávio Amaral
Garcia, na obra Licitações e Contratos Administrativos, Lumem, 2009:

“A busca da melhor proposta (princípio da


competitividade) deve se dar num ambiente em
que os licitantes disputem em igualdade de
condições.” (grifamos)

Na certeza de que o processo licitatório não


pode se viciar, é imprescindível a exclusão da HIGIENIX, com vistas a garantir o
julgamento objetivo ainda na fase de habilitação, como ensina Ivan Barbosa Rigolin
e Marco Tullio Bottino, no livro Manual Prático das Licitações, Saraiva, 2009:

“Quer esse princípio significar que o


julgamento das licitações seja na fase de habilitação – onde não deixa de haver
julgamento pela Comissão: o de se a documentação apresentada preenche as
exigências do edital.” (grifamos)

2 – DAS CONTRA-RAZÕES INTERPOSTAS PELA EMPRESA HIGIENIX


HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA. (verbis):

“Tomando conhecimento do teor do recurso


impetrado pela empresa CENTRO SANEAMENTO E SERVIÇOS AVANÇADOS
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LTDA CNPJ: 61.603.387/0001-65, a empresa por hora declarada vencedora,


HIGIENIX HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA - CNPJ: 09.212.711/0001-02,
providenciou a contra-razão conforme abaixo:

“....1. Em 04/05/2010, a recorrente HIGIENIX foi habilitada do pregão n° 013/10:

“Em seguida, deliberou o pregoeiro proceder a abertura de prazo para manifestação


do interesse de interposição de recurso, a licitante CENTRO, manifestou sua
intenção, após vistas ao processo formalizou seus infundados memoriais”.

Cabe-nos destacar inicialmente que os serviços ora licitados trata-se de SERVIÇOS


COMUNS, motivo pelo qual foi aderida por esta Administração a modalidade
PREGÃO ELETRÔNICO.

2. Ab initio, vale aqui invocar as doutas lições de Marçal Justen Filho ao ressalvar
que:
“7) Jurisprudência do STJ acerca da Ausência de Impugnação
Tema que sempre desperta dúvidas é o da situação do interessado que omite
impugnação tempestiva. Existe interessante julgado do STJ em que se aprecia o
tema, fixando orientação mais precisa. Firmou-se que "A caducidade do direito à
impugnação (ou do pedido de esclarecimentos) de qualquer norma do Edital opera,
apenas, perante a Administração, eis que, o sistema de jurisdição única consignado
na Constituição da República impede que se subtraia da apreciação do Judiciário
qualquer lesão ou ameaça a direito. Até mesmo após abertos os envelopes (e
ultrapassada a primeira fase), ainda é possível aos licitantes propor as medidas
judiciais adequadas à satisfação do direito pretensamente lesado pela
Administração." (RSTJ, a. 11 (113), janeiro 1999, p. 44) (...).

8) Aceitação Automática das Condições do Edital


Muitas vezes, o edital contém cláusula prevendo que a apresentação da proposta
por parte do interessado importa sua plena concordância com o ato convocatório.
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Essa cláusula é válida, ainda que desnecessária. Mesmo se não existisse, chegar-
se-ia a idêntico resultado por força do art. 41, § 2º. Mas não se admite a regra que
proíbe a discordância. Em alguns casos, o edital determina, como condição de
participação na licitação, a apresentação de documento em que o licitante
expressamente exterioriza sua concordância. Essa cláusula é inválida se
interpretada no sentido de que a discordância do interessado acarretará sua
inabilitação ou desclassificação.”
3. Em nota de rodapé, o mesmo autor denota a posição do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo :

“Nesse sentido, já decidiu ser ‘flagrantemente ilegal a exigência feita pela autoridade
impetrada, embora com base no edital de concorrência, de apresentarem os
licitantes declaração comprometendo-se a aceitar integralmente todas as condições
impostas pela legislação em vigor e também pelo edital”.(RJTJESP 81/180).”
4. Partiremos das lições de Marçal Justen Filho que discorre acerca da modalidade
licitatória “pregão”, tendo em vista a natureza do serviço comum licitado:

(...) Quando se considera contratação por via de pregão, toma-se em vista


necessidade estatal relativamente simples, que pode ser atendida com alguma
facilidade. Daí deriva a desnecessidade de investigações profundas ou amplas
acerca da idoneidade dos interessados. Os requisitos de habilitação têm de ser
simples – tal como simples são as necessidades públicas que podem ser satisfeitas
através de “bens e serviços comuns”.

A rapidez e sumariedade do procedimento do pregão resultam desses dois motivos


fundamentais. Sob um ângulo, é possível uma contratação satisfatória sem maiores
burocracias porque a natureza “comum” do objeto dispensa investigações mais
detidas acerca da proposta.”
5. O mesmo autor prossegue :

“Mas a adoção do entendimento favorável ao cabimento da correção de defeitos


relaciona-se com corrente hcrmenêutica cada vez mais consistente, orientada a
repelir a exclusão de ofertas válidas e satisfatórias em virtude de defeitos ou
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incorreções de pequena monta. O interesse público na obtenção de propostas de


valor reduzido não pode ser sacrificado em homenagem a exigências destituídas de
maior utilidade para quem quer que o seja. Essa concepção não se coaduna de
modo perfeito com a sistemática da Lei n° 8.666, que explicitamente rejeita a
possibilidade de juntada de documentos supervenientemente. Já a filosofia do
pregão é oposta, orientando-se à preservação das ofertas e à ampliação da
competição. Ou seja, reconhece-se que o espírito jurídico do procedimento do
pregão é distinto daquele vigente para as demais modalidades licitatórias. Daí
reputar-se que a sistemática albergada no regulamento federal é válida, ainda que
explicitamente não prevista na Lei n° 10.520. É que se reconhece que a ausência
de autorização explícita não equivale à adoção de regra proibitiva, sendo a solução
consagrada no regulamento federal plenamente compatível com os princípios
adotados legislativamente para o pregão.”

6. Logo, a CENTRO adotou posição formalista incompatível com a natureza do


pregão, ensejando a interposição da presente contra-razões, olvidando a aplicação
do princípio da instrumentalidade das formas.
7. Vejamos, a CENTRO afirma que a HIGIENIX deixou de atender o item 1.4 alinea
“b”, destacamos que o Recurso ora impugnado é omisso, nem todos os documentos
apresentados pela HIGIENIX foram citados pela recorrente em seus memoriais.

8. Logo, da simples leitura dos documentos enviados em prazo pela HIGIENIX,


constatamos que foram apresentados quantidades superiores ao estabelecido em
Edital, conforme a seguir:

FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE HEMOCENTRO – LIMPEZA HOSPITALAR


Área Critica – 731 m2
Área Semi-critica – 421 m2
Area Não Critica – 107 m2
Area Administrativa – 21 m2
Vidros Externos c/ risco – 147 m2
INSTITUTO ADOLFO LUTZ – UNIDADE RIO CLARO – LIMPEZA HOSPITALAR
Área Critica – 383,42 m2
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Area Interna Espaços Livres – 39,70 m2


Area Administrativa – 167,62 m2
Area Externa Piso Pavimentado – 25,70 m2
Area Externa Varrição de Passeio – 200 m2
Area Externa Coleta de Detrito – 598,30 m2
Vidros Externos c/ risco – 68 m2
Vidros Externos Area não critica – 83,57 m2
Vidros Externos Area não critica – 116,50
COMPANHIA PAULISTA DE OBRAS E SERVIÇOS – LIMPEZA HOSPITALAR
Area Semi-Critica – 1.807,30 m2
Area Administrativa – 4.950,00 m2
Area externa – 2.494,50 m2
Vidros externos – 1.168,00 m2

Salientamos que as áreas externas não


podem ser consideradas hospitalares pois área externa não requer cuidados
especiais e nem tampouco podemos deixar de registrar que o Centro de
Convivência Infantil deve ser tratado como limpeza asseio e conservação predial, a
fim de demonstrar nossa capacidade técnica para este tipo de serviço, anexamos a
documentação 2 atestados deste tipo de serviços conforme a seguir:

DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO GUARULHOS NORTE 1 – LIMPEZA PREDIAL

Area interna/ externa – 10.041,25 m2


Vidros internos/externos – 296,24 m2
CONJUNTO DESPORTIVO “BABY BARIONI” – LIMPEZA PREDIAL
Area interna – 7.508,00 m2
Area interna – Almoxarifado – 870,00 m2
Area interna – Oficinas – 230,00 m2
Area externa – Pisos Pavimentados – 14.023,75 m2
Vidros externos (trimestral) – 1.321,00 m2
Vidros externos (semestral) – 375,00 m2
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Diante da demonstração dos atestados apresentados chegamos a soma total de


48.195,55 m2, a área total licitada é de 33.857,49. O item 1.4 da qualificação
técnica alínea “b” exige a apresentação de 50 a 60 % da área envolvidas no
mínimo, apresentamos uma quantidade muito superior ao exigido em Edital, onde
era de 16.928,75 m2 foi apresentado 48.195,55 m2, ou seja três vezes mais ao
mínimo exigido.

9. Se não bastasse as levianas afirmações da recorrente CENTRO em relação aos


nossos atestados de capacidade técnica, a mesma ainda menciona que não
apresentamos o registro no COREN-SP, uma simples leitura no Edital percebemos
facilmente que o documento não foi exigido. A fim de dirimir quaisquer duvidas
registramos nesta contra-razões o item editalicio que trata desse assunto, conforme
a seguir:

e) Relação de membros que integram a equipe técnica da empresa, acompanhada


dos respectivos Curriculum Vitae , incluindo o profissional de nível superior
registrado no Conselho Regional de Enfermagem.
f) Registro ou inscrição da licitante, bem como do profissional técnico químico ou
engenheiro químico, responsável pela execução dos serviços, no Conselho
Regional de Química.

Ora, aqui fica muito claro que o intuito da recorrente é apenas atrapalhar o processo
licitatório, talvez pelo tempo que a mesma presta serviços neste Hospital, pois mais
uma vez demonstramos suas afirmações improcedentes e infundadas.

Na alínea “e” é claríssimo que as empresas devem apresentar um profissional de


nível superior registrado no Conselho Regional de Enfermagem, apresentamos tal
profissional em nossa relação de equipe técnica. Atendendo desta forma mais uma
vez o edital de forma ampla.
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10. O procedimento licitatório em atenção necessariamente deve se submeter à


principiologia constitucional atinente ao tema, especialmente ao prescrito na CF, art.
37, XXI, in verbis:
"XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
11. Outrossim, data maxima venia, o Sr. Pregoeiro deve escolher a proposta mais
vantajosa, procedimento este que a recorrente almeja o rigorismo e formalismo
inúteis por parte da Administração.
12. De acordo com o edital temos estampado o direito público do licitante a
oportunidade de sanar eventuais falhas [inexistentes] na documentação.

13. É de notar a natureza estritamente exaustiva dos artigos 30 e 31 da Lei n°


8.666/93, aplicável subsidiariamente ao pregão, a Administração somente poderá
exigir os documentos expressamente ali elencados; nenhum a mais.

14. Além disso, talvez já prevendo a tendência de sempre aumentar o número de


exigências, até mesmo na Constituição de 1988 o constituinte fez constar dispositivo
expresso sobre o assunto, pois nos termos do inciso XXI do art. 37, exigências
relativas à qualificação técnica e econômica não podem extrapolar aquelas
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

15. Exigências excessivas servem tão-somente para comprometer a garantia


constitucional de igualdade de condições a todos os concorrentes. A verificação da
qualificação técnica e da qualificação econômica-financeira, conforme consta dos
arts. 30 e 31 da Lei nº 8.666/93 tem por objetivo unicamente assegurar que o
licitante estará apto a dar cumprimento às obrigações assumidas com a
Administração, não podendo a sua comprovação ser feita mediante a formulação de
exigências desarrazoadas, que podem mais se prestar para comprometer a
observância do princípio constitucional da isonomia, resvalando seus efeitos sempre
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na direção de um possível negócio menos vantajoso para a Administração Pública,


considerando ser a causa principal da diminuição do número de concorrentes, além
da possibilidade de esconder um eventual viés de direcionamento. Por tudo isso,
devem ser evitadas exigências excessivas.

16. Portanto, a regra é exigir tão-somente aquilo que consta no artigo 30 da Lei n°
8.666/93 para a qualificação técnica.

17. Na jurisprudência, já é clássico o acórdão proferido pelo TJRS no AgP 11.363


(publicado na RDP 14:240)

“Visa a concorrência pública fazer com que maior número de licitantes se habilitem
para o objetivo de facilitar aos órgãos públicos a obtenção de coisas e serviços mais
convenientes a seus interesses. Em razão desse escopo, exigências demasiadas e
rigorismos inconsentâneos com a boa exegese de lei devem ser arredados. Não
deve haver nos trabalhos nenhum rigorismo e na primeira fase da habilitação deve
ser de absoluta singeleza o procedimento licitatório”.

18. Como afirma DIOGO DE FIGUEIREDO MOREIRA NETO , o princípio da


competitividade “é hoje considerado o mais importante, o que contém toda
teleologia do instituto, não sendo, os demais, senão instrumentais em relação a ele”

19. Sobreleva invocar, a este respeito, o seguinte asserto de HELY LOPES


MEIRELLES (Licitação e Contrato Administrativo, 911 ed., São Paulo, RT, 1990, p.
22), segundo o qual a Administração não deve “inabilitar licitantes, ou desclassificar
propostas diante de simples omissões ou irregularidades na documentação ou na
proposta – desde que tais omissões ou irregularidades sejam irrelevantes e não
causem prejuízo à Administração ou aos concorrentes. A regra é a dominante nos
processos judiciais: não se decreta nulidade onde não houve dano para qualquer
das partes - pas de nullité sans grief, no dizer dos franceses”.
20. Marçal Justen Filho comenta sobre a interpretação das exigências editalícias
bem como sobre a possibilidade de ser aplicado o princípio da instrumentalidade
das formas nos procedimentos administrativos:
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“Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que "Em direito público, só
se declara nulidade de ato ou de processo quando da inobservância de formalidade
legal resulta prejuízo.
16.5) Interpretação das exigências e superação de defeitos
Nesse panorama, deve-se interpretar a Lei e o Edital como veiculando exigências
instrumentais. A apresentação de documentos, o preenchimento de formulários, a
elaboração das propostas não se constituem em condutas ritualísticas. Não se trata
de verificar a habilidade dos envolvidos em conduzir-se do modo mais conforme ao
texto da lei. Todas as exigências são o meio de verificar se o licitante cumpre os
requisitos de idoneidade e se sua proposta é satisfatória e vantajosa.
Portanto, deve-se aceitar a conduta do sujeito que evidencie o preenchimento das
exigências legais, ainda quando não seja adotada a estrita regulação imposta
originariamente na Lei ou no Edital. Na medida do possível, deve promover, mesmo
de ofício, o suprimento de defeitos de menor monta. Não se deve conceber que
toda e qualquer divergência entre o texto da Lei ou do Edital conduz à invalidade, à
inabilitação ou à desclassificação.
(...)

"O formalismo no procedimento licitatório não significa que se possa desclassificar


propostas eivadas de simples omissões ou defeitos irrelevantes. Segurança
concedida. Voto vencido

A importância do julgado decorre da orientação consagrada pelo Poder Judiciário.


Tratou-se de assegurar a necessidade de interpretar as exigências da lei e do ato
convocatório como instrumentais em relação à satisfação do interesse público.
Mesmo vícios formais - de existência irrefutável - podem ser superados quando não
importar prejuízo ao interesse público ou ao dos demais licitantes. Não se configura
lesão ao interesse de outro licitante restrito apenas à questão de ser derrotado. É
imprescindível evidenciar que os defeitos ou vícios da proposta ou documentação
traduzem frustração ao espírito competitivo, à lisura da disputa ou à razão que
conduziu a adoção de certa exigência. Esse tratamento deve ser reservado a todos
os licitantes, em igualdade de condições.
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(...)

21. Alexandre de Moraes , em sua obra:


“Finalidade do procedimento licitatório - proposta mais vantajosa para a
Administração Pública: STJ - "Tenho me manifestado firme entendimento no sentido
de que o procedimento licitatório há de ser o mais abrangente possível, dando azo à
participação do maior número possível de concorrentes. A escolha final há de recair
sempre na proposta mais vantajosa para a Administração" (STJ - Pleno - MS n°
5.602/ DF - Rel. Min. Presidente Américo Luz, Diário da Justiça, Seção I, 4 fev.
1998, p. 4).”

22. Isto posto, pede e reitera a V.Exa. o acolhimento integral das presentes contra-
razões de recurso, mantendo a decisão, visto que eivada das nulidades absolutas
retro apontadas, habilitando a empresa HIGIENIX HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS
LTDA., declarando-a vencedora e adjudicando-lhes os serviços, incidindo, “in casu”
a Súmula 473 do Colendo Supremo Tribunal Federal”.

3 – DA ANALISE DA ADMINISTRAÇÃO DO IAL SOBRE O RECURSO


APRESENTADO
3.1 – DA ANALISE DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Preliminarmente cabe mencionar que o recurso foi interposto dentro dos


ditames dispostos pelo instrumento convocatório em seu sub-item: 2

“Havendo interposição de recurso, na forma indicada no subitem “1” deste


item, o Pregoeiro, por mensagem lançada no sistema, informará aos
recorrentes que poderão apresentar memoriais contendo as razões de
recurso, no prazo de 3 (três) após o encerramento da sessão pública, e às
demais licitantes que poderão apresentar contra razões, em igual número de
dias, os quais começarão do término do prazo para apresentação de
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memoriais, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos, no Setor de


Compras, do Instituto Adolfo Lutz, sito á Av. Dr. Arnaldo, 355 -3º andar – sala
82 - Cerqueira César-SP, e 2.1. Os memoriais de recurso e as contra-razões
serão oferecidos por meio eletrônico, no sítio www.bec.sp.gov.br ou
www.bec.fazenda.sp.gov.br opção RECURSO, e a apresentação de
documentos relativos às peças antes indicadas, se houver, será efetuada
mediante protocolo no Setor de Compras, do Instituto Adolfo Lutz, sito à Av.
Dr. Arnaldo, 355 -3º andar – sala 82 Cerqueira César-SP, observados os
prazos estabelecidos no subitem 2, deste item.
O que assiste razão quanto ao atendimento do requisito da
tempestividade já que o pedido foi protocolado dentro do prazo estabelecido.

Assim sendo, atendidos os pressupostos


de admissibilidade de interposição de recurso, este pregoeiro tomou
conhecimento, para à luz dos preceitos legais e das normas editalícias, que
regem a matéria para analisar os méritos aduzidos pela recorrente.

4 – DA ANALISE DO MÉRITO:

Insta salientar, que o procedimento licitatório


na modalidade de pregão eletrônico tem por atos normativos regentes pela Lei
Federal nº 10.520/2002, bem como a Lei 8666/93 que deverá ser aplicada de forma
subsidiária conforme previsto do artº 9º da Lei 10.520/2002.

Isso posto, traz-se à luz, para maior elucidação


dos fatos as seguintes considerações que rebatem as argumentações elaboradas
pela recorrente:
Após o recebimento do recurso e das contra
rações apresentadas, houve detalhada análise dos documentos originais enviados
pela licitante vencedora, constatou-se que:

Conforme o instrumento editalício em seu item


IV, subitem1.4, alínea “b”:
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(...)“b) Atestado(s) de bom desempenho anterior, emitido(s)


por pessoa(s) jurídica(s) de direito publico ou privado, em
nome do licitante, comprovando quantitativos de 50% a 60%
no mínimo na execução de serviços similares; esses atestados
deverão conter, necessariamente, a especificação dos
serviços executados e o prazo de execução.

“Nota 2: A referida comprovação poderá ser efetuada pelo


somatório das quantidades realizadas em tantos contratos
dispuser o licitante.”

Para expor a decisão da comissão técnica do


presente pregão é necessário preliminarmente, discorrer sobre o nosso
entendimento sobre o princípio da Licitação, que sofre uma constante releitura que
deve permitir ao Estado maximizar o efeito positivo nas aquisições e contratações
de obras e serviços públicos.

A finalidade da licitação não é distribuir


riquezas a pretexto da isonomia, mas servir de instrumento para a seleção de
proposta mais vantajosa, o que implica em eventualmente limitar a amplitude do
princípio da isonomia, sem olvidar que, a licitação, é um dos elementos formadores
do gasto governamental, apresentando profundos reflexos na formação da renda.

Em relação, ao item IV, subitem 1.4, alínea “b”:


do instrumento, notadamente na Decisão nº 767/98, a Corte de Contas Federal
consignou que a lei de licitações

"não proíbe o estabelecimento de requisitos de


capacitação técnico-operacional, mas, sim, retira a
limitação específica relativa à exigibilidade de
atestados destinados a comprová-la, deixando
que a decisão quanto a essa questão fique a
critério da autoridade licitante, que deve decidir
quanto ao que for pertinente, diante de cada
caso concreto, nos termos do art. 30, II".(GN)
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Nesta ótica, deve ser considerado o art. 30 da


Lei nº 8.666/93, que estabelece critérios de duas vertentes para a qualificação
técnica: os requisitos genéricos, atinentes a todos os processos licitatórios; e os
requisitos específicos, a serem impostos em face das peculiaridades do caso
concreto. Deverá, pois, o licitante, nos termos da lei, comprovar a sua aptidão para
o desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades
e prazos com o objeto da licitação, no que se insere, portanto, a capacidade
técnico-operacional em executar o objeto pretendido nos estritos moldes exigidos
pelo órgão licitante. A lei não diz exatamente como exigir essa comprovação,
devendo tal atividade ser deferida ao administrador, que deverá atuar de molde a
atender o interesse público e com o necessário bom-senso.

Diante dos entendimentos acima mencionados


e ainda efetuando consulta na Douta Consultoria Jurídica da Pasta, sobre este
feito , a comissão analisou criteriosamente os documentos referentes a Habilitação
apresentados pela empresa declarada ora vencedora, e foi constatado que os
mesmos possuem um total de 23.663,80 m², correspondendo a mais de 60% da
área contratada.

Foram considerados no total desta somatória


os seguintes atestados conforme a Nota 2 constantes no Edital da presente
licitação: Instituto Adolfo Lutz do Lab de Rio Claro, Diretoria de Ensino Região
Guarulhos Norte 1 e da Companhia Paulista de Obras e Serviços, pois o
documento apresentado da Fundação Pró-Sangue (Termo de Contrato), não faz
referência a Atestado de Capacidade Técnica.

Com relação ao registro no COREN não


apresentado pela empresa declarada vencedora, também citado em sua peça pela
recorrente, de acordo com o edital em seu item IV, subitem 1.4, alínea “e”:

(...) e) Relação de membros que integram a equipe


técnica da empresa, acompanhada dos respectivos
Curriculum Vitae , incluindo o profissional de nível
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superior registrado no Conselho Regional de


Enfermagem.(GN)

O texto não faz menção à apresentação do


registro do profissional, apenas que o profissional de nível superior registrado
no Conselho Regional de Enfermagem seja integrante da equipe técnica da
empresa.

Pelo exposto, fica mantida a decisão desta


pregoeira em habilitar a empresa HIGIENIX HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA,
fundamentada no princípio da razoabilidade que recomenda, em linhas gerais, certa
ponderação dos valores jurídicos tutelados pela norma aplicável à situação de fato,
este principio fundamenta decisões de caráter subjetivo com a finalidade
contundente a gestão efetiva e ainda fazer prevalecer o interesse coletivo, é
oportuno lembrar o ensinamento do prof. Dr. Marçal Justen Filho,

“o princípio da razoabilidade, prestigia a


“instrumentalidade das normas jurídicas em
relação aos fins a que se orientam” e “exclui
interpretações que tornem inútil a(s) finalidade(s)
buscada(s) pela norma”. (JUSTEN FILHO, Marçal.
Comentários à Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, 9a Ed., São Paulo: Dialética, 2002,
p. 66- 67).

À consideração da Sra. Diretora Geral do Instituto Adolfo Ltuz.

São Paulo, 19 de maio de 2010.

Paula Janaina Cavalcante


Pregoeira
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Eliana Gomes
Diretor

Despacho n°.: 175/2010

Processo : 0701-000.445/2010 – Pregão Eletrônico 013/2010


Interessado : Instituto Adolfo Lutz
Assunto : Contratação de Serviços de Limpeza Hospitalar
Data: 19/05/2010

Conheço o teor do recurso administrativo


tempestivo, impetrado pela empresa CENTRO SANEMANTO E SERVIÇOS
AVANÇADOS LTDA., CNPJ: 61.603.387/0001-65, no Pregão Eletrônico nº
013/2010.
Acolho o relatório do pregoeiro e INDEFIRO o
recurso manifestado pela empresa em questão.

Diante do exposto, Adjudico e Homologo o


Pregão Eletrônico n° 013/2010, processo n° 0701.000.445/2010, que trata da
Contratação de Serviços de Limpeza Hospitalar para atender às necessidades do
Laboratório Central, nos termos do Parágrafo Único, Inciso VII do Artigo 3, do
Decreto n° 47.267 de 06/11/2002 e Artigo 13, Inciso VII da Resolução CC - 27 de
25/05/2006, pelo critério menor preço, o objeto do certame à empresa HIGIENIX
HIGIENIZAÇÃO E SERVIÇOS LTDA , no valor mensal de R$ 97.145,02 (noventa e
sete mil, cento e quarenta e cinco reais e dois centavos).

Publique-se.
Secretaria de Estado da Saúde
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Ao Instituto Adolfo Lutz para prosseguimento

Dra. Clélia Maria S. S. Aranda


Coordenadora do CCD
PJC/

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