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ALVENARIAS

Série " Manual de Construção em Aço"

• Galpões para usos gerais


• Ligações em estruturas metálicas
• Edifícios de pequeno porte estruturados em aço
• Alvenarias
• Painéis de vedação
• Resistência ao fogo das estruturas de aço
• Tratamento de superfície e pintura
OTÁVIO LUIZ DO NASCIMENTO

Alvenarias
2a edição

INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA


CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO

RIO DE JANEIRO
2004
 2004 INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA/CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por quaisquer meio, sem a prévia autorização desta Entidade.

Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Informações do IBS/CBCA

N244a Nascimento, Otávio Luiz do


Alvenarias / Otávio luiz do nascimento. - Rio de Janeiro:
IBS/CBCA, 2002.

54p.; 29 cm. -- ( Série Manual de Construção em Aço)

Bibliografia

ISBN 85-89819-03-5

1.Alvenaria 2. Sistema de revestimento 3. Alvenaria de vedação


I. Títulos (série)

CDU 693(035)
2a edição

1a Edição , Julho 2002


2a Edição, Agosto 2004

Instituto Brasileiro de Siderurgia / Centro Brasileiro da Construção em Aço


Av. Rio Branco, 181 / 28o Andar
20040-007 - Rio de Janeiro - RJ
e-mail: cbca@ibs.org.br
site: www.cbca-ibs.org.br

Sobre o autor

Otávio Luiz do Nascimento


Graduado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Fundação Mineira de Educação
E Cultura - FEA - FUMEC;
Professor da FEA-FUMEC, nas disciplinas de Materiais de Construção para Engenharia Civil, Engenharia de
Produção e Arquitetura e Construção de Edifícios para Engenharia Civil.
Professor do Curso de Pós-graduação em Avaliação e Perícia na disciplina de patologia das Edificações.
Consultor especializado em Alvenarias e Revestimentos;
Diretor da Empresa CONSULTARE;
Capítulo 1
Principais conceitos
na definição das
alvenarias

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Principais conceitos na definição das alvenarias

1.1. Função das alvenarias 1.3. Dimensionamento das alvenarias

A principal função de uma alvenaria é de Em função do avanço da tecnologia das


estabelecer a separação entre ambientes, estruturas de concreto e aço e o conseqüente
e principalmente a alvenaria externa que tem aumento dos vãos entre pilares, torna-se indis-
a responsabilidade de separar o ambiente exter- pensável o cuidado para projetar estas alve-
no do interno e para cumprir esta função deverá narias, a identificação do tipo de estrutura e o
atuar sempre como freio, barreira e filtro seletivo, dimensionamento da alvenaria para a vedação
controlando uma série de ações e movimentos da estrutura, sendo as principais interferências
complexos quase sempre muito heterogêneos. descritas a seguir:

Propriedades das alvenarias: • Deformações imediatas devido à deformação


da estrutura;
• Resistência à umidade e aos movimentos térmicos; • Deformações em função da carga permanente;
• Resistência à pressão do vento; • Deformação futura (aproximadamente
• Isolamento térmico e acústico; 1000 dias, para estruturas de concreto);
• Resistência à infiltrações de água pluvial; • Variação da umidade e temperatura
• Controle da migração de vapor de água sobre a estrutura;
e regulagem da condensação; • Módulo de elasticidade real;
• Base ou substrato para revestimentos em geral; • Análise global das deformações (os valores
• Segurança para usuários e ocupantes; previstos para flecha das estruturas
• Adequar e dividir ambientes. geralmente interferem nas alvenarias).

1.2. Estrutura das alvenarias Cabe à engenharia o perfeito dimensiona-


mento destas estruturas e seus complementos
Quanto à estruturação podemos dividir (alvenarias, esquadrias, revestimentos, etc). Os
as alvenarias em grupos quanto à utilização e engenheiros calculistas deverão apresentar com
função, bem como sua estrutura adotada para mais precisão os valores das flechas imediatas
absorver esforços e cargas previamente em qualquer região das lajes e consequente-
definidas em projetos, ou somente de vedação, mente em longo prazo, não apenas a momentos
distintas principalmente entre “Alvenarias fletores e reação de apoio. Os limites de fissuração
auto-portantes” e “Alvenarias de vedação”. dos painéis de alvenaria de vedação, em função
dos valores de flecha, mostram a possibilidade de
• Alvenarias auto portante: são denomi- problemas em números muito inferiores ao L/300
nadas por auto-portante as alvenarias desti- (flecha admissível) adotado na NBR 6118, princi-
nadas a absorver as cargas das lajes e sobrecar- palmente em lajes planas e protendidas.
ga, sendo necessário para o seu dimensiona-
mento à utilização da NBR 10837 e NBR 8798, O CSTC1 (1980) estabelece como limite o
observando que sua espessura nunca deverá valor correspondente a L/1000, para a defor-
ser inferior a 14,0 cm (espessura do bloco) e mação da estrutura suporte após a execução
resistência à compressão mínima fbk ≥ 4,5 MPa. das alvenarias com abertura e L/500 para alve-
narias sem aberturas.
• Alvenarias de vedação: são denomi-
nadas de alvenaria de vedação as montagens de O ACI2 (1979), indica L/600 para defor-
elementos destinados às separações de ambi- mação da estrutura suporte após a execução
entes; são consideradas apenas de vedação por da alvenaria.
trabalhar no fechamento de áreas sob estru-
turas, sendo necessário cuidados básicos para o A POLI-USP3, indica em vários trabalhos
seu dimensionamento e estabilidade. os limites de L/1000 e L/2600 respectivamente

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para deformação da estrutura suporte após a para isso apresenta-se a classificação das alve-
execução das alvenarias. narias de vedação em função do sistema a ser
adotado principalmente pela estrutura de apoio.
A tabela a seguir mostra alguns
exemplos de deformações nas estruturas: Classificação quanto à função:
Flecha Flecha admissível para alvenaria (cm)
Vão
admissível CSTC ACI USP • Alvenaria com função estrutural;
entre
para • Alvenaria sem função estrutural (vedação);
pilares C/abert. S/abert. C/abert. S/abert. C/abert. S/abert.
estrutura
(m)
(cm) L/300 L/1000 L/500 L/600 L/600 L/1000 L/2600 • Alvenarias divisórias de bordo livre
4.0 1.33 0.40 0.80 0.66 0.66 0.40 0.15 (muros, platibandas, etc...);
6.0 2.00 0.60 1.20 1.00 1.00 0.60 0.23 • Alvenarias especiais (acústica, térmica,
8.0 2.66 0.80 1.60 1.33 1.33 0.80 0.30
impactos, etc.)

1 - CSTC - Centre Scientifique et Techinique de la Classificação quanto à espessura:


Construction.
2 - ACI - American Concrete Institute. • Alvenaria 0,10 m;
3 - POLI - USP - Escola Politécnica da USP. • Alvenaria 0,15 m;
• Alvenaria 0,20 m.
1.4. Classificação das alvenarias Algumas outras classificações podem ser
apresentadas em função da espessura do
A classificação das alvenarias torna-se bloco e do revestimento adotado.
necessária para a perfeita utilização dos recur-
sos disponíveis no sistema de dimensiona- Classificação quanto ao número de ligações:
mento, prevendo principalmente os sistemas
de fixação em função dos vãos; a classificação - Alvenaria com 4 ligações rígidas:
proposta sugere a definição do modelo estru- Apoio Superior
Ligação Rígida

Estrutura Metálica
tural a ser adotado nos cálculos e projetos de
alvenaria. Somente será adotada para as alvena-
rias de vedação, sendo que para alvenaria auto- Ligação Rígida Ligação Rígida

portante existe a norma de projeto e execução, Apoio Lateral Apoio Lateral

conforme NBR 10837 “Cálculo de alvenaria estru-


tural de Blocos vazados de concreto” e NBR 8798 Ligação Rígida
Apoio Base

“Execução e controle de obras em alvenaria - Alvenaria com 3 ligações rígidas:


estrutural de blocos de concreto” ABNT .
Ligação Deformável
Apoio Superior
O termo “Alvenaria de Vedação” classifica Estrutura Metálica

as paredes que funcionam como divisórias e


que não representam vínculos estruturais com Ligação Rígida Ligação Rígida

as estruturas periféricas. Porém, no Brasil e em Apoio Lateral Apoio Lateral


outros países com modelos construtivos menos
Apoio Base
evoluídos tecnologicamente, geralmente as Ligação Rígida

alvenarias apresentam vínculos estruturais com


a estrutura periférica apesar destas não estarem - Alvenaria com 1 ligação rígida:
Ligação Deformável
dimensionadas para este fim. Apoio Superior
Estrutura Metálica

As alvenarias em estudo neste caso apre-


Ligação Ligação
sentam as particularidades das ligações com as Deformável Deformável

estruturas reticuladas (pré-moldadas, aço, con- Apoio Lateral Apoio Lateral

creto armado, etc.) e suas condições de uso, Apoio Base


Ligação Rígida

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Principais conceitos na definição das alvenarias

Classificação quanto ao sistema de ligação Blocos cerâmicos vazados (NBR 7171)


alvenaria/estrutura:
Estes blocos, cujas especificações estão
estabelecidas na NBR-7171, são de emprego
• Sistema rígido – 4 ligações rígidas;
comum e técnica executiva de domínio público
• Sistema semi-rígido – 3 ligações rígidas; há muitos anos. Obtido a partir da queima
• Sistema deformável – 1 ligação rígida. de argilas, são facilmente encontrados em
qualquer ponto do país, devido inclusive a
Classificação quanto ao tipo exposição: facilidade de fabricação. Possuem variação
volumétrica de valores considerados baixos ao
absorver ou expelir água, além de baixa
• Interna revestida;
densidade e facilidade de manuseio, apresen-
• Interna aparente; tando, ainda, custo competitivo. Algum incon-
• Externa revestida; veniente é observado quanto ao item variação
dimensional, por se tratar de corte artesanal e
• Externa aparente;
secagem com queima diferenciada. Atualmente,
• Especiais. grande parte dos fabricantes busca certificações
para melhoria do desempenho de seus produtos.
Classificação quanto ao tipo de elemento de Na maioria dos casos as alvenarias com blocos
vedação: cerâmicos utilizam o bloco com furo na horizontal.

• Alvenaria (elementos unidos entre si na obra); Características básicas:

• Painéis;
Material:
• Chapas metálicas; Bloco cerâmico vazado.
• Divisórias. Compatibilidade com estrutura metálica:
Uso normal.
Classificação quanto ao tipo de bloco: Densidade média:
1300 kg/m3
No Brasil são utilizados os mais diversos
tipos de materiais para as alvenarias de Técnica assentamento:
vedação, com diferentes técnicas executivas e Mão-de-obra convencional.
sob influência das culturas locais.

Os principais tipos de blocos utilizados


estão listados a seguir:

• Bloco cerâmico vazado (tijolo furado);


• Bloco de concreto;
• Bloco de gesso;
• Tijolo cerâmico maciço (tijolo de barro);
• Bloco de concreto celular autoclavado;
• Tijolo de solo-cimento.

Nos próximos itens será feita uma breve


caracterização dos elementos de vedação.

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Blocos de concreto (NBR 7173) Blocos de gesso

São obtidos por prensagem e vibração de Estes blocos destinam-se a vedações verti-
concretos com consistência seca, dentro de for- cais internas. São de fácil manuseio, emprestando
mas de aço com dimensões regulares, devendo à obra precisão e permitindo diversas formas de
ser curados em ambiente com alta umidade por acabamento. São blocos pré-moldados, de ges-
pelo menos 7 dias. Normalmente são assenta- sos especiais, fabricados por processo de
dos na posição em que os furos estejam na ver- moldagem. Existe um tipo de bloco específico
tical, contribuindo para que pequenas áreas de para atender a cada tipo de vedação: os blocos
argamassa entrem em contato para a colagem azuis, HIDRÓFUGOS, são resistentes à água e
entre os blocos. Utilizados há muitos anos para devem ser utilizados em áreas úmidas (banheiros,
alvenaria autoportante e de vedação, deve-se cozinhas, lavabo); os blocos reforçados com fibra
evitar o uso quando se apresentarem ainda com de vidro, GRC, são utilizados para áreas onde
umidade elevada, devido ao alto índice de existe aglomeração de pessoas (restaurantes,
retração e variação dimensional. cinemas, lojas, shopping), e os blocos de maior
espessura, são recomendados para áreas de
No Brasil existem bons fornecedores aten- exigências especiais como corredores de edifí-
dendo as especificações da ABNT, porém, é cios comerciais, escolas e universidades, que
muito grande o número de fabricantes que negli- exigem condições acústicas melhoradas.
genciam sua fabricação, controle e qualidade.
Apresentam densidade maior que o tijolo furado. Características básicas:

Características básicas: Material:


Bloco de gesso.
Material:
Compatibilidade com estrutura metálica:
Bloco de concreto.
A utilização é possível desde que prevista
Compatibilidade com estrutura metálica: interface de proteção.
Uso normal.
Densidade média:
Densidade média: 1000 kg/m3
1800 kg/m3
Técnica assentamento:
Técnica assentamento: Mão-de-obra treinada.
Mão-de-obra treinada.

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Principais conceitos na definição das alvenarias

Tijolos cerâmicos maciços (NBR 7170) torna-se um produto com baixa densidade.
Não devem ser utilizados quando úmidos devi-
São produtos geralmente conhecidos do à variação dimensional na secagem.
pela maioria absoluta. Preconizados pela NBR Exibem propriedades de isolamento térmico-
7170, são de emprego comum e técnica fácil, acústico superior aos blocos de concreto e tijo-
obtidos da queima de argilas, facilmente lo furado. Pode-se considerar uma vedação
encontrado em qualquer ponto do país. com bloco celular como sendo alvenaria semi-
industrializada, devido à produtividade e
Características básicas: modelagem adotadas para o sistema.

Material: Características básicas:


Tijolo cerâmico maciço.
Material:
Compatibilidade com estrutura metálica: Bloco de concreto celular autoclavado.
Uso normal.
Compatibilidade com estrutura metálica:
Densidade média: Uso normal.
1500 kg/m3
Densidade média:
Técnica assentamento: 600 kg/m3
Mão-de-obra convencional.
Técnica assentamento:
Mão-de-obra especializada

Blocos de concreto celular autoclavado (NBR 13440)

São produtos totalmente industrializa-


dos, produzidos em poucas fábricas específi-
cas. Apresentam precisão nas dimensões e são
facilmente serrados, eliminando o desperdício Existem, ainda, outros tipos de blocos
por quebras. Devido ao processo de fabricação possíveis de serem utilizados com estrutura
com agente expansor e utilização de autoclave, metálica: sílico-calcários, solo-cimento, etc.

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1.5. Estabilidade das alvenarias para essante observar que a utilização da amar-
estruturas metálicas ração dos blocos também contribui para o
enrijecimento da alvenaria.
A estabilidade das alvenarias de vedação,
está correlacionada diretamente à segurança e Em determinadas situações poderão
durabilidade das edificações, devem resistir e ser previstos enrijecedores de espessura
transferir para a estrutura os esforços horizon- maior que a alvenaria, capazes de aumentar
tais de vento e no caso de estrutura metálica a espessura média do sistema.
podem funcionar como vedação.
Pilar metálico
O Brasil não dispõe de normas que defi- Alvenaria

nam o comportamento das alvenarias de


vedação. Assim, alguns parâmetros interna-
cionais e experiências acumuladas serão sugeri- Enrijecedores com espessura
maior que a alvenaria
Pilarete

das e apresentadas como metodologia básica


para o controle da estabilidade e durabilidade de
alvenaria de vedação evitando muitas patologias Limitações nas dimensões das alvenarias
como fissuras, infiltração, deslocamentos, etc.
A restrição à adoção de painéis contínuos
de grandes dimensões está diretamente ligada
Condições de estabilidade: ao efeito térmico, à rigidez e à estabilidade da
alvenaria. Em função do tipo de apoio pode-se
Limitações verticais - Índice de esbeltez (λ): apresentar as seguintes limitações:

O índice de esbeltez (λ) é a razão entre


altura efetiva da alvenaria (Hef) pela espessura • Alvenaria sistema rígido
do bloco (eb) (fixação rígida em 4 bordas):
Área útil da alvenaria ≤ 2000 x (espessura do bloco)2
Altura efetiva (Hef)
λ=
Espessura do bloco (eb) • Alvenaria sistema semi-rígido
Onde: (fixação rígida em 3 bordas):
Área útil da alvenaria ≤ 1500 x (espessura do bloco)2
Hef = Altura efetiva da alvenaria entre as
estruturas superiores e inferiores. No caso de bordo
livre, utilizar Hef = 2 x altura da base à borda. • Alvenaria deformável
(fixação rígida na base):
eb = Espessura do bloco/elemento de Altura máxima = 25 x espessura do bloco
montagem da alvenaria. Comprimento máximo = 2 x altura da alvenaria

A referência para considerar a alvenaria • Alvenaria bordo livre:


estável é λ ≤ 27, para alvenarias externas e Altura máxima = 12 x espessura do bloco eb
λ ≤ 30 em se tratando de alvenarias internas. Comprimento máximo ≤ 2 x altura da alvenaria
Caso o valor de λ ultrapasse o limite
recomendado, além da possibilidade de
aumentar a espessura do bloco, poderá ser Nota: As limitações de comprimento e
adotado o recurso de enrijecimento interno altura podem ser alteradas pela introdução de
da alvenaria com cintas e pilaretes. É inter- pilaretes armados embutidos na alvenaria.

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Principais conceitos na definição das alvenarias

A tabela a seguir é uma referência para Estas juntas, também denominadas juntas de
dimensões usuais de alvenarias: alívio ou controle, são necessariamente abertas, uti-
Alvenaria interna Alvenaria externa lizando perfis metálicos, pilaretes ou outros recur-
Espessura sos capazes de provocar a desconexão do pano.
do bloco Altura Comprimento Altura Comprimento
máxima máximo máxima máximo
(m)
(m) (m) (m) (m) Pilaretes duplos
0,09 3,0 6,0 2,5 5,0
Barras de transferência
0,14 5,0 10,0 3,5 7,0

0,19 6,5 13,0 5,0 10,0


Fonte: Tecnologia das Edificações - IPT.
Limitações no comprimento – Juntas de
dilatação:
Desconexão entre os
Em alvenarias sob ação do efeito térmico e pilaretes duplos
com grandes comprimentos deverão ser previs-
Perfil
tas juntas de dilatação para combater as tensões metálico

diferenciais e garantir a integridade das alvenarias.

O dimensionamento destas juntas é feito


levando em consideração os seguintes aspectos:
Alvenaria

• Deformações estruturais; 1.6. Mecanismos de fissuras em


• Materiais constituintes da alvenaria; alvenarias de vedação
• Módulo de elasticidade da alvenaria;
• Diferencial térmico da região;
Aparentemente as fissuras são as
• Tipo de fixação da alvenaria;
manifestações patológicas mais observadas ao
• Dimensões dos painéis de alvenaria.
longo de toda a história da engenharia. Estas
Uma referência para o dimensionamento patologias, além de provocar desconforto e receio
é fornecida no quadro a seguir que apresenta quanto à estabilidade da edificação para o usuário,
valores médios para o comprimento máximo da trazem o inconveniente da perda da estanquei-
alvenaria entre juntas de dilatação, em função dade e a degradação ao longo do tempo.
do tipo de exposição e da espessura do bloco:
Comprimento máximo As fissuras podem ser classificadas quan-
Espessura
entre juntas de dilatação (m) to a sua origem em duas categorias:
do elemento/
bloco (m)
Alvenaria interna Alvenaria externa
• Internas: ocorrem por retração das arga-
0,09 8,0 6,0
massas do próprio bloco e ação de tem-
0,14 10,0 9,0 peratura e umidade.
0,19 12,0 10,0
• Externas: ocorrem, principalmente, por
0,24 14,0 12,0
causas externas (choques, cargas suspen-
Notas: sas, transferência de cargas pela estrutura).
• Estes valores são para alvenarias até
3,5 m de altura. Uma outra classificação possível diz
• Será necessário juntas em toda respeito às fissuras estarem ou não estabi-
mudança de altura em painéis contínuos. lizadas, conforme o seguinte:

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• Ativas: são ocorrências verificadas em Pode-se concluir que, quanto menor
painéis de alvenaria, onde ocorrem ciclos a capacidade de resistência à compressão
de abertura e fechamento das mesmas do bloco, o surgimento de patologias nas
(efeito térmico, vibrações, trânsito, etc.). alvenarias é mais freqüente em um menor
espaço de tempo e com maior intensidade
• Inativas: ocorrem para alívio de tensões
superiores à resistência do material ou Extremamente relacionada com os con-
suas interfaces. ceitos acima, a ocorrência de fissuras de causa
externa aumentou muito, principalmente nas
No mecanismo de formação e desenvolvi- estruturas de concreto armado, em função da
mento de fissuras em alvenarias duas pro- menor rigidez observada nas estruturas atuais,
priedades podem ser consideradas fundamen- quando comparadas com as estruturas do pas-
tais: a deformabilidade e a resistência mecânica. sado. Pode-se enumerar algumas mudanças
Uma breve descrição é fornecida a seguir: significativas:

• Deformabilidade: é a propriedade da Características na No passado Atualmente


alvenaria relativa à capacidade de se Estrutura

manter íntegra ao longo do tempo. É de Número de pilares Maior Muito menor


Poucas ou nenhuma
extrema importância devido às ações a Vigas
Maior inércia e maior
e muito esbeltas
número
que está sujeito um painel de alvenaria
Alvenaria sobre laje Praticamente não existia Em grande número
devido aos deslocamentos da estrutura. Distância entre
Até 5 m Entre 6 a 12 m
A deformabilidade e o módulo de defor- pilares
mação do painel de alvenaria são funções Rigidez dos nós Grande Baixa
diretas do tipo do bloco e da argamassa e Velocidade de
Lenta Muito rápida
execução
das dimensões das juntas de assentamen-
Aplicação da carga Durante a execução
to. É importante observar, ainda, que a permanente e Lenta e gradual
e rápida
sobrecarga
capacidade de um painel se deformar sem
apresentar fissuras depende de aderência
promovida pela argamassa entre os blocos. A velocidade de execução em obras de
concreto armado não considera adequada-
• Resistência Mecânica: esta propriedade em mente a necessidade de interação entre diver-
painéis de alvenaria, é talvez a mais equivo- sos sistemas. A impossibilidade de reduzir o
cada pelo meio técnico, devido ao conceito ritmo da obra deve ser analisada dentro de um
de vedação. Porém, pode-se afirmar que sua contexto global resultando em projetos e em
capacidade de resistir a esforços torna-se um planejamento que sejam capazes de prever
cada vez mais importante, visto que a defor- métodos e técnicas executivas que minimizam
mação da estrutura nas primeiras idades, os possíveis efeitos negativos.
deformações lentas ao longo do tempo, a
fluência e a retração da estrutura, transferem Em relação à possibilidade de prever a
tensões aos painéis confinados entre as movimentação, a estrutura metálica traz facili-
estruturas, principalmente na engenharia dades em função do módulo de elasticidade
moderna cujos prazos foram esquecidos ou conhecido e controlado industrialmente, da
não observados. maior facilidade da execução de contra-flechas e
do conhecimento das deformações.
A resistência à compressão da alvenaria
depende diretamente da resistência do bloco utilizado, Qualquer que seja o material estrutural, é
enquanto que nos efeitos de tração e cisalhamento a possível indicar alguns fatores que predomi-
capacidade da argamassa é de extrema importância. nantemente contribuem para a fissuração:

15
Principais conceitos na definição das alvenarias

• Fixação da alvenaria no sistema rígido estrutura e dos dados de resistência à com-


em vãos de grandes dimensões; pressão do bloco e tração da argamassa são
importantes para a utilização de modelos
• Utilização de argamassas rígidas no
matemáticos que permitem um adequado
assentamento dos blocos;
dimensionamento das alvenarias de vedação.
• Adoção de juntas horizontais entre os ele-
mentos da alvenaria com pequena espes- Um exemplo de etapas de uma avaliação
sura; matemática, utilizando Método dos Elementos
• Ligação lateral com pilares insufi- Finitos (MEF), em uma casa onde ocorreram
cientes; fissuras nas alvenarias de uma edificação uni-
familiar é mostrado abaixo.
• Ineficiência ou inexistência de redutores
de tensão (vergas e contra vergas);
• Ausência de juntas de dilatação nas
alvenarias;
• Falta de projetos de alvenarias e revesti-
mento adequados.

O quadro abaixo descreve os tipos de fissuras


mais incidentes nas edificações:
Abertura da Efeito na alvenaria e Tratamento
Residencial
fissura (mm) uso da edificação recomendado

< 0,1 Insignificante Nenhum Nenhum

0,1 a 0,3 Muito leve Nenhum Nenhum


Sistema de Simulação matemática através de
0,3 a 1 Leve Apenas estética correção
superficial c/ tela
elementos finitos
Sistema de cor-
Leve e reção superficial
1 a 1,5 Apenas estética
moderada c/ tela de reforço Nestes estudos, a partir dos carregamen-
e mastique
tos existentes e efeitos térm i c o s a t u a n t e s ,
Danos aos materiais
Análise do com- obtem-se os valores de tensões e deformações
> 1,5 Moderada portamento das
componentes
juntas e outros a que o elemento estará submetido, comparando
estes resultados com as resistências dos
materiais/ elementos.
A análise das deformações da estrutura e
sua influência nas alvenarias e revestimentos
estão sendo cada vez mais utilizadas para evi-
tar o desenvolvimento das fissuras. A seguir é
fornecida tabela com módulos de deformação
para alguns tipos de paredes de alvenaria que
juntamente com informações do material da

Módulo de deformação
Alvenaria de vedação Fonte bibliográfica
(MPa)

Com blocos cerâmicos 1400 a 2500 ABCI

Com blocos concreto 6800 a 9000 ABCI

Com blocos Sílico-calcário 2700 a 4300 Franco (1987)

16
Capítulo 2
Projeto de alvenaria

17
Projeto de alvenaria

O projeto de alvenaria muitas vezes • Detalhes construtivos de fixação das


está relacionado somente com a produção esquadrias, peças suspensas, etc;
de alvenarias modulares e econômicas. No
entanto, além de proporcionar racionalidade • Detalhes arquitetônicos que interfiram
ao sistema, o projeto deve antecipar as inter- nas características e na execução
ferências e equalizar todas as questões da alvenaria, tais como sacadas, beirais,
de estabilidade, utilização, durabilidade e platibandas, ressaltos e reentrâncias
manutenção. para proteção da fachada.

2.1. Projeto para produção da alvenaria


de vedação Projeto Estrutural

Cabe ao projetista da alvenaria coletar • Tipo e dimensões dos


as informações necessárias no projeto componentes estruturais;
arquitetônico, estrutural, instalações hidro-
sanitárias, instalações elétricas, impermeabi- • Carregamentos considerados para
lização, etc., quanto às condições de carga dos elementos de vedação;
exposição, principalmente das fachadas, das
condições de solicitação a que estarão sub- • Verificar se na concepção estrutural
metidas tanto as fachadas quanto às vedações a alvenaria funciona como auxiliar
internas, quanto à disponibilidade de materi- de contravento da estrutura metálica;
ais, prazos e custos e demais informações per-
tinentes, realizando assim o detalhamento • Identificar a presença de juntas estruturais;
mais preciso da alvenaria a ser executada.
Segue lista das principais informações a • Perfis metálicos do contravento
serem coletadas para a elaboração do projeto em relação à forma e interferência
de produção da alvenaria. com a alvenaria.

Projeto Arquitetônico
Projeto de Instalações
• Dimensões das paredes (comprimentos,
largura e espessura das paredes • Disposição e localização dos ramais
acabadas); hidráulicos, previsão de kits hidráulicos;

• Dimensões internas dos compartimentos; • Utilização de shafts verticais;

• Posição relativa da alvenaria em relação • Instalação de peças sanitárias;


aos perfis metálicos (entre os vãos da
estrutura ou exterior a ela); • Passagem de tubulação elétrica;

• Localização das aberturas (portas, • Pontos de luz, tomadas e interruptores;


janelas e instalações especiais);
• Instalação de incêndio;
• Definição se a estrutura metálica será ou
não completamente revestida; • Instalação de gás;

• Instalação telefônica;
• Tipo e padrão de qualidade dos
revestimentos; • Equipamentos especiais.

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Outras Informações contravergas pré-fabricadas ou moldadas
no local e o seu posicionamento;
• Condições de implantação e orientação
da edificação; • Definição quanto ao uso de shafts ou
embutimentos de instalações ou de dutos
• Materiais e mão-de-obra disponíveis; de prumada;

• Equipamentos; • Definição dos prazos entre as etapas do


processo executivo;
• Planejamento global da obra;
• Parâmetros de controle e tolerâncias de
• Prazos e custos;
cada etapa.
• Condições ambientais, umidade do ar, Cabe ressaltar que a existência do projeto
temperatura, índice pluviométrico; para produção da alvenaria não torna
necessariamente o processo racionalizado
• Sons e ruídos. e não garante a integridade da alvenaria e
a redução do desperdício. O treinamento
e a qualificação da mão-de-obra aliada a
2.2. Conteúdo do projeto para a
um planejamento e controle das ativi-
produção da alvenaria
dades é de extrema importância.
A partir das informações coletadas, o pro-
jetista define o Projeto de Alvenaria que deve 2.3. Roteiro para elaboração do
conter os seguintes itens: projeto de alvenaria

• Especificação dos componentes da 2.3.1. Avaliação da estabilidade:


alvenaria (blocos, composição, dosagem
da argamassa de assentamento e do A partir das particularidades da estrutura
micro concreto de enrijecedores); da edificação, suas deformações e dos materi-
ais a serem utilizados, serão definidos requisi-
• Locação da primeira fiada a partir do tos quanto a estabilidade, tendo sempre como
eixo de referência predefinido; base as definições dadas no capítulo anterior.
Segue abaixo o detalhamento de pilaretes
• Planta de primeira e segunda fiada com e cintas.
a distribuição dos componentes;
Detalhe pilarete:
• Elevações das paredes identificando o
posicionamento das instalações e das • Dimensões: 9 a 14 cm x 15 cm.
aberturas, bem como eventuais enrijece-
• Armação: 4 ∅ 6,3 mm e estribos para
dores existentes (cintas e pilaretes);
manter as barras nas posições adequadas.
• Material de preenchimento: concreto no
• Amarrações entre as fiadas;
traço 1 : 2 : 2 (cimento: areia : brita 0), em volume.
• Definição dos sistemas de fixação da alve-
4 ∅ 6,3mm
naria na estrutura metálica adjacente (vigas Detalhe genérico:
e pilares), indicada em planta baixa;

• Necessidade de juntas de controle: posi-


9 a 14 cm

cionamento e dimensão;

• Definição quanto ao uso de vergas e


15 cm

19
Projeto de alvenaria

• Esperas: deverão ser deixadas esperas - Quantidade: 4 barras.


para as armações do pilarete, conforme anota- - Dimensões da espera: 40 cm.
do a seguir:
• Detalhes:
- Diâmetro da espera: 6,3 mm.
- Quantidade: 4 barras. Esperas (4 ∅ 6,3mm)
- Dimensões da espera: 30 cm + 6 cm
(se necessário).

• Em caso de sistema deformável e semi- Perfil


rígido, deverá ser observado um espaço de 2 ou 3 metálico

cm entre a viga de aço e os pilaretes, deixando-se


Comprimento da espera
barras de espera engraxadas.

• Para o caso do sistema rígido não é


necessária a barra engraxada. • No caso de ligação deformável as bar-
ras de espera devem ser engraxadas
Detalhe Cinta:

• Dimensões: 9 ou 14 cm x 19 cm. Detalhe genérico :


• Armação: 4 ∅ 6,3 mm e estribos para
manter as barras nas posições adequadas. Pilaretes

• Material de preenchimento: concreto no


traço 1 : 2 : 2 (cimento: areia : brita 0), em volume.

Detalhe genérico: 4 ∅ 6,3mm

Cintas
19 cm

9 a 14 cm

• Posição: serão adotadas cintas nas alve-


narias nas seguintes posições:

- Cinta de coroamento no bordo livre das


alvenarias.
- Cintas sob vãos de janelas (ver ele-
vações dos painéis). 2.3.2. Ligação da alvenaria com a
estrutura metálica
• Esperas: nas cintas ligadas a perfis
metálicos deverão ser colocadas esperas, con- O termo “Ligações” das alvenarias é
forme detalhes a seguir: conhecido na engenharia como todas as
soluções adotadas para unir ou desunir as
- Diâmetro da espera: 6,3 mm. alvenarias no contato com a estrutura suporte.

20
Para definição do modelo de ligação, tela soldada e o ferro dobrado, concluindo que
torna-se necessário o conhecimento dos a utilização de ferro liso “ferro cabelo” uni-dire-
mecanismos de fixação e suas capacidades de cionado não altera as características
desempenho. A escolha do sistema está direta- da ligação; a seguir apresenta-se a tabela que
mente ligada ao tipo e vão da estrutura a ser comprova a eficiência e a necessidade de
fechada com a alvenaria de vedação. provocar a ligação por arraste e não apenas
aderência da barra, através do ensaio de
Normalmente a engenharia utiliza nos sis- arrancamento por tração direta do sistema
temas rígidos e semi-rígidos simplesmente o de fixação numa alvenaria já com carga
atrito lateral ou o dispositivo conhecido como de compressão.
ferro-cabelo, fios de aço com diâmetro de 3 a 8
mm. Outras alternativas são telas soldadas e
Resistência ao
fitas metálicas. Sistema de fixação
arrancamento (Kgf)
Tipo de ruptura

Ferro CA 60 5 mm (reto) 240 Interface fio/argamassa

Fita metálica 340 Interface fio/argamassa

Ferro dobrado 540 Corpo da argamassa


de amarração

Tela soldada 760 Corpo da argamassa

Tela soldada galvanizada Ferro dobrado de amarração


Já para o sistema deformável, são uti-
As eficiências destes dispositivos são lizadas cantoneiras com folha de EPS ou arga-
variáveis. Em série realizada com protótipos massa expansiva para isolar a alvenaria da
foi avaliado o desempenho destes sistemas. estrutura metálica.
Os resultados são mostrados nos quadros a seguir:
2.4. Considerações para a perfeita escolha
da ligação alvenaria/pilar.
Resistência ao
Sistema Local da ruptura
arrancamento (Kgf)
Fita metálica perfurada 220 fita • A aderência junto ao pilar é um fator
Fita metálica corrugada 400 fita considerável no desempenho.
Ferro de amarração Ø 5,0 mm 400 fixação

Tela soldada Ø 1,65 mm 800 corpo do fio • A distância entre apoios define o sis-
tema de ligação:

Resistência ao cisalhamento da junta - Vãos até 4,5 m – atrito lateral (rugosi-


horizontal reforçada com dispositivo metálico dade – chapisco – Tipo Vinculada
(Medeiros 1999)
- Vãos entre 4,5 e 6,5 m – fixação lateral
Fixação
Resistência ao com tela soldada ou ferro dobrado de
cisalhamento (Kgf)
amarração – Tipo Vinculada.
Sem fixação metálica 500
- Vãos ≥ 6,5 m – fixação lateral e superior
Ferro cabelo 800 com folha de EPS (cantoneiras) ou arga-
massa expansiva – Tipo Desvinculada.
Ferro dobrado de amarração 1800

Tela soldada 2100 • A utilização do conhecido ferro-cabelo


não é eficiente no sistema de ligação
Os resultados apresentados mostram quando utilizado sozinho.
uma grande diferença e maior eficiência para a

21
Projeto de alvenaria

• O preenchimento das juntas verticais acordo com a espessura da parede (largura


próximas ao apoio contribui com dos blocos), conforme tabela a seguir:
a ligação.
Dimensões da tela
• A espessura do bloco é fator determi- Espessura do bloco
largura x comprimento (mm)
nante. 70 mm 60 x 500

90 mm 80 x 500
• A ligação alvenaria/estrutura metálica é 120 mm 110 x 500
mais bem controlada que em estruturas 150 mm 120 x 500
de concreto armado levando em 190 mm 180 x 500 ou duas tiras 60 x 500
consideração a velocidade de execução.

• A utilização de argamassa de assenta- Para paredes com blocos de 190mm de


mento entre 4 e 8 MPa se comportam largura podem ser usadas duas telas
bem com o sistema de fixação. de 60x500mm, principalmente no caso de
blocos vazados, onde a área de ancoragem fica
• A utilização de ferro dobrado de amar- reduzida.
ração com a tela e argamassa deformável
(até 8 MPa) formam o melhor desem- Devem ficar embutidos na junta vertical
penho para o sistema de vedação. de argamassa entre parede e pilar 100mm dos
500mm do comprimento da tela, com a dobra
• O atrito lateral no pilar pode ser melho- voltada para cima.
rado com aplicação de argamassa colante
com adição de polímero para adesão Como regra geral pode-se definir
química. o tamanho da tela com largura inferior a 10,
15 e 20mm da largura do bloco e comprimen-
• A tolerância ideal para deslocamentos to horizontal no mínimo de 400mm.
máximos da estrutura onde deverá
apoiar a alvenaria, será de L/1000 para
deformação da estrutura após a execução
da alvenaria com vãos.

• As alvenarias são muito mais respon-


sáveis pelo comportamento geral da edi-
ficação que apenas a vedação.

2.5. Cuidados na execução das ligações

Antes do início da execução da fixação


das alvenarias, deve ser feito um preparo
da estrutura metálica conforme será visto
posteriormente no item 3.3.

Com o objetivo de evitar o aparecimento


de fissuras indesejáveis nas interfaces entre
parede e pilar é recomendável o uso de telas
soldadas como componente de ligação.

Os tamanhos podem ser definidos de

22
A execução de fixação é muito impor- Ao assentar o tijolo deve-se posicionar as
tante para o sucesso do sistema de fixação telas com cuidado sobre a argamassa obser-
lateral, o erro na fixação pode levar ao com- vando uma espessura em torno de 10mm ade-
prometimento da deformação levando à ocor- quando o nivelamento e cobrimento da tela
rência de fissura. Pela grande importância antes de assentar o próximo bloco.
deve-se observar o posicionamento a cada
Argamassa colante Tela metálica soldada
fiada garantindo o centro entre os tijolos. fixada com cantoneira

Posicionar as telas conforme projeto ou


em todas as fiadas pares.

Utilizar uma cantoneira para fixar a tela Pilar

com aba mínima de 20mm e chapa 2mm, com


os seguintes comprimentos:

2.6. Fixação superior das alvenarias


Dimensões da tela Comprimento da
largura (mm) cantoneira ( mm)
60 50 A rugosidade das vigas não é levada em
80 60 consideração para o sistema de fixação das alve-
110 80 narias, sendo necessário apenas a limpeza efi-
120 100 ciente e a remoção de todo material solto, graxas
180 100 e poeiras.
A ligação da alvenaria com a viga deverá
ser cuidadosamente definida no projeto sendo
As cantoneiras serão fixadas com pisto- que existem três tipos de fixação: Sistema Rígido,
las de pressão e pinos de aço zincado ou Sistema Semi-rígido e Sistema Deformável.
através de soldagem. A utilização desses sistemas é definida
em função de seus vãos.

- Vãos de até 4,5 m - sistema rígido


- Vãos de 4,5 a 6,5 m – sistema
Cantoneira
semi-rígido
5 cm metálica - Vãos ≥ 6,5 m – sistema deformável
Perfil metálico
Cantoneira • Sistema Rígido
Viga metálica

Alvenaria

Alvenaria

Cantoneira Cantoneira

23
Projeto de alvenaria

Outros detalhes: O preenchimento deve ser executado


após a conclusão de todas as alvenarias e
Utiliza-se neste processo o sistema de não antes de 7 dias do término da alvenaria,
encunhamento, através do confinamento e elevada de baixo para cima do prédio com
rígido da alvenaria sob a estrutura, tendo o a fixação de cima para baixo.
cuidado de observar a distância entre os
pilares (sistema rígido). O encunhamento • Sistema deformável
superior não deverá ser realizado antes de
7 dias do término da alvenaria, utilizando
argamassa de assentamento e adição de adi-
tivo com alumina ou similar tipo expansor,
para evitar a retração excessiva da argamas- Viga
sa, garantindo a fixação e estabilidade à
2 a 3 cm Espuma de
alvenaria.
Poliuretano
Expandindo
• Sistema semi-rígido
ou placa de EPS

Alvenaria

Viga

1,5 a 3,5 cm Argamassa


com aditivo
expansor

Alvenaria

Para o sistema deformável adota-se o


processo de confinamento lateral pelas can-
toneiras, em função da necessidade de
absorver todos os efeitos de movimentação
da estrutura.
Este sistema pode ser adotado também
lateralmente Pilar/Estrutura quando o tipo de
estrutura for deformável e a alvenaria apre-
sentar índice de esbeltez λ ≤ 25.

Este sistema, quando adotado, considera


pequenas deformações térmicas e estrutu-
rais sobre o painel de alvenaria, sendo
necessário a utilização de argamassas de
cimento e água com aditivo expansor (arga-
massa não retrátil).

24
Capítulo 3
Execução e inspeção de
alvenarias de vedação
para estrutura metálica

25
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

3.1.Diretrizes para alvenaria - Promover a efetivação do controle de


racionalizada recebimento de materiais.

Em primeiro lugar deve-se deixar claro o - Padronizar a forma de armazenamento


que vem a ser Alvenaria Racionalizada. e transporte pelo canteiro.
Racionalização construtiva nada mais é do que
a otimização do uso dos recursos disponíveis - Estabelecer mecanismos de
em todas as fases da construção, ou seja, a retroalimentação ao setor de projetos.
minimização do desperdício com adoção de
soluções construtivas, visando sempre a quali- • Padronizar a produção através da
dade de execução da alvenaria. elaboração de procedimentos
de execução dos serviços.
As principais diretrizes de ações a serem
seguidas para a melhor implementação da • Treinamento e motivação contínua
alvenaria racionalizada são basicamente: da mão de obra.
Diretrizes de projeto, Diretrizes de execução e
Diretrizes de controle. Diretrizes de controle

• Definição das responsabilidades de


Diretrizes de projeto
cada elemento no processo de produção.
• Durante a concepção da edificação,
• Padronização do acompanhamento das
deve-se viabilizar a compatibilização da atividades através da elaboração de pro-
alvenaria de vedação com a estrutura jetos de procedimentos de inspeção dos
metálica, assim como as esquadrias, serviços.
instalações e seus revestimentos.
• Estabelecer os mecanismos de recebi-
• Estudar a possibilidade do uso de com- mento de cada atividade corrigindo even-
ponentes de alvenaria com modulação tuais não conformidades.
flexível (concreto celular autoclavado,
cerâmicos seccionáveis, etc). 3.2. Lista de verificação quanto ao
recebimento da estrutura metálica
• Buscar a elaboração do projeto de pro-
dução da alvenaria simultaneamente com Antes da execução das paredes de alve-
projeto executivo com o objetivo de naria, faz-se necessário um levantamento das
racionalizar. características da estrutura metálica. Uma vez
que inserida em uma estrutura metálica, é de
se esperar que a técnica de produção da
Diretrizes de execução parede esteja diretamente vinculada às carac-
terísticas e à qualidade da execução da estru-
• Organizar o setor de suprimentos para o tura que delimita o vão.
cumprimento das seguintes atividades:
Alguns itens devem ser verificados para
- Promover a compra técnica procuran- que a alvenaria seja executada de forma eficaz:
do atender as especificações.
• Corrosão – Deverá ser verificada se a
- Selecionar fornecedores obedecendo camada de cobrimento não está solta,
critérios de qualidade. como a camada de Primer (a base de

26
zinco), podendo ser usada uma espátula. Deve-se limpar toda a estrutura metálica,
retirando qualquer tipo de restos de material
• Limpeza – Deverá ser tirada toda poeira aderidos, promover sua rugosidade com arga-
ou qualquer tipo de material que esteja massa polimérica colante com adição de
aderido na estrutura, gordura etc. fixador, aplicados com desempenadeira dentada.

• Prumo – Verifica-se o prumo da estrutu-


ra que deverá ser a mesma utilizada na
execução da alvenaria, não ultrapassan-
do a H/900 (onde H é a altura efetiva da
alvenaria).

• Qualidade da solda – Verifica-se se a


solda está bem aplicada e com sua
função obedecida.

• Qualidade do encontro viga/pilar –


Após essa etapa deve-se aguardar 72
deverá ser inspecionado visualmente se
horas para o início do serviço de assentamen-
existem pontos distantes permitindo a
to propriamente dito.
percolação de água.

3.4. Locação e execução da alvenaria


• Parafuso – quanto a qualidade, se está
solto, frouxo ou mal parafusado, per-
Um conjunto de três etapas compõe a
mitindo também a entrada de água.
execução propriamente dita da alvenaria de
3.3. Preparação da superfície da vedação: locação da primeira fiada, a elevação
estrutura para receber a alvenaria e a fixação.

As etapas de preparo da superfície que 3.4.1. Locação


irá receber a alvenaria podem ser divididas em Exemplo de projeto de locação (ver ilus-
quatro: a limpeza do local, a melhoria da tração da próxima página).
aderência alvenaria/estrutura metálica,
a definição das aberturas (portas, janelas) e a A etapa que vai garantir a qualidade dos
fixação das alvenarias aos pilares. serviços de assentamento da alvenaria é a
locação, sendo de suma importância sua corre-
O preparo da superfície estrutura/alve- ta implementação.
naria deve ter início pela limpeza cuidadosa do
local em que será executada a alvenaria. A locação visa posicionar as paredes de
alvenaria com o objetivo de otimizar o con-
A estrutura de aço deve ser totalmente sumo da argamassa de revestimento e a cor-
preparada, pois é de suma importância a reção de defeitos possíveis decorrentes da exe-
aderência lateral, para os casos de sistema rígi- cução da estrutura metálica.
do e semi-rígido.
A mão de obra deve ser totalmente
No caso de estruturas deformáveis, deve qualificada, resultando assim no ganho de pro-
ser feita uma limpeza do local, onde será fixa- dutividade, uniformidade e qualidade dos
da a placa de EPS com cola adesiva. serviços.

27
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

BANHEIRO

QUARTO

Bloco inteiro na região de encontros (estrutura/alvenaria), vãos e amarração.

Alinhamento da Alvenaria

A primeira atividade na locação consiste na Inicialmente, marca-se as faces das pare-


materialização dos eixos de referência, preferen- des, a partir dos eixos de referência, usando-se
cialmente os mesmos que foram utilizados para a sempre valores das cotas acumuladas, materi-
locação da estrutura. A locação deverá ser iniciada alizando-os pelo posicionamento dos blocos
pelas paredes de fachada, considerando o prumo de extremidade. Faz-se então a verificação da
do conjunto que esteja executado. distribuição dos blocos nessa fiada, a fim de
corrigir distorções.
Como regra geral, recomenda-se que a
locação da alvenaria seja feita com o próprio bloco Faz-se o assentamento dos blocos de
que será empregado na elevação, no caso de blo- extremidade após ser definido o espaçamento
cos vazados, é comum o preenchimento destes, na entre eles. Devidamente posicionados e assen-
primeira fiada, com o intuito de melhorar as carac- tados, passa-se uma linha unindo suas faces
terística de fixação de rodapés, prática que pode ser externas, determinando, assim, o alinhamento
substituída pelo uso de parafusos com buchas. da primeira fiada, que deverá ser completada.
2 barras de aço
Pode-se esticar duas linhas, garantindo o
10mm, CA 60,
fixados com alinhamento e o prumo da fiada.
resina epóxi
em furos de
ø 12mm a
1ª fiada
cada 2 blocos Deverá ser obedecido o mesmo nível entre
preenchida
com as fiadas de blocos, a fim de se possibilitar a amar-
argamasa

10 cm
ração entre as paredes perpendiculares entre si e
manter sua marcação constante e correta.
Viga metálica
2 blocos

28
A argamassa utilizada na primeira fiada Concluída a locação, faz-se a avaliação e
deverá ser a mesma que será utilizada na ele- inspeção da execução (descrito no item 4.6).
vação da alvenaria, sendo que a espessura da
argamassa na locação poderá ser de 1 a 3 cm, 3.4.2. Elevação da alvenaria (execução)
a fim de absorver defeitos na superfície da laje.
Situações importantes devem ser obser-
Assentam-se os blocos da fiada de vadas para o início da elevação como a defor-
locação com a junta vertical preenchida, garan- mação das lajes acima do pavimento.
tindo assim, maior resistência a choques e per-
mitir melhor distribuição de esforços entre a Recomenda-se o uso de junta vertical
estrutura metálica e a alvenaria. em toda a execução da alvenaria

Nos casos de vãos internos com


comprimento ≤ 4,5m ou λ ≤ 25
pode-se adotar o não preenchimento
das juntas verticais.
Nesse caso deve-se então usar a junta
só nas três primeiras fiadas com o intuito
de aumentar a ligação do pilar.
Foto da locação – 1 ª fiada

O alinhamento na direção horizontal é


dado pela fiada de locação. Para o assenta-
mento da segunda e demais fiadas, recomen-
da-se a utilização de escantilhões, a partir dos
quais pode-se esticar uma linha de náilon entre
os espaçamentos por ele definidos.

Alvenaria 1ª fiada Com o alinhamento definido, são assen-


tados todos os componentes da fiada, passan-
do para a fiada seguinte até que atinja a aber-
tura ou a última fiada da alvenaria, nos casos
das paredes sem aberturas.

Gabarito de porta
Feito, deve-se locar as paredes internas,
cujo posicionamento é dado de acordo com a
locação das paredes de fachada e das carac-
terísticas geométricas das peças estruturais.

Atentar para marcação das portas,


podendo-se utilizar gabaritos que possibilitam
a locação precisa e a regularidade das laterais.
Estes gabaritos também servem como escan-
tilhão, delimitando o alinhamento das fiadas
de alvenaria. Para a execução de janelas, já
existem no mercado gabaritos que permitem a
obtenção de vãos precisos. Alinhamento na direção horizontal

29
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

As juntas horizontais de argamassa Os blocos que serão posicionados junto


deverão ter espessura de 10mm, não variando as estruturas metálicas ( pilar, etc.) deverão ser
para menos que 8mm nem mais que 18mm. assentados com argamassa da junta vertical já
Observa-se que juntas pouco espessas levam a colocada sobre ele, de modo que ela seja com-
um mau desempenho do conjunto devido primida fortemente junto a estrutura já previa-
a sua baixa capacidade de absorver defor- mente tratada para receber a alvenaria, como
mações, enquanto as juntas espessas pro- vimos anteriormente.
movem uma queda de resistência mecânica do
conjunto, além de um maior consumo
de material.
A argamassa da junta horizontal é coloca-
da sobre a fiada já assentada, podendo ser
aplicada por toda espessura da parede,
utilizando-se colher de pedreiro, ou preferen-
cialmente, deverá ser aplicada de modo a
construir dois cordões contínuos, um em cada
extremidade do comprimento da parede, Junta vertical preenchida
usando para esse caso, uma das seguintes
ferramentas: bisnaga, meia-cana ou desempe-
nadeira. É recomendado junta fresca de 1,5cm,
ficando com 1,0cm de espessura depois
de seca.

Bloco sendo comprimido

A cada fiada executada deverá ser verifi-


cado o alinhamento e o prumo a fim de corri-
gir quaisquer eventuais problemas.

Juntas horizontais preenchidas

A situação recomendável é de que haja


amarração entre as paredes, pois esse tipo de
ligação apresenta melhor desempenho por
permitir a redistribuição das tensões atuantes
na alvenaria, portanto todas as juntas verticais
entre os blocos devem ser preenchidas. Verificação do alinhamento e prumo

30
As juntas verticais dos blocos da última semi-rígido e deformável .Conforme citado no
fiada deverão ser preenchidas e para que haja capítulo anterior.
uma adequada fixação do vão entre a alvenaria
e a estrutura, deverá ser deixado um espaça-
mento compatível com o sistema de fixação A fixação superior da alvenaria deve ser
superior da alvenaria especificado no projeto. postergada o máximo possível.

Situação ideal: executar fixação após a


conclusão de toda a estrutura, elevação das
alvenarias e execução de pisos.

A fixação das alvenarias deve ser execu-


tada dos pavimentos superiores em direção
aos inferiores.

Espaçamento entre a alvenaria e a estrutura Caso alguma alvenaria termine em bordo


Recomendações adicionais para elevação da livre, deverá ser executada cinta de borda.
alvenaria
3.5. Detalhes construtivos
• No embutimento dos eletrodutos, os
3.5.1. Aberturas
blocos deverão ser assentados com furos
na vertical. As aberturas, geralmente portas e
janelas, deverão receber um tipo de reforço
• Em paredes com previsão de caixas de para evitar futuras fissuras (45º) naquela região
em forma de vergas e contravergas .
instalações, ao alcançar a altura, deve-se
posicionar um gabarito de madeira do As contravergas deverão ser executadas
tamanho da caixa para que o vão fique quando o vão ultrapassar a 0,50m
moldado.

Utiliza-se o processo de execução da


• Se existirem flexas nas vigas ou lajes, as
alvenaria conforme visto anteriormente até a
duas últimas fiadas deverão ser assentadas uma fiada antes da altura dos peitoris, de
sem nível, compensan0do as diferenças forma a executar a contraverga.
com a variação da espessura das juntas de
argamassa.

3.4.3. Fixação da alvenaria

Quanto à fixação superior da alvenaria


junto a estrutura metálica, deve-se levar em
conta situações diferentes quanto ao elemento
estrutural que a envolve como sistema rígido,
contraverga

31
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

Deve-se atentar então, para os casos em


• O apoio mínimo para a realização das que a abertura não atingirá a viga metálica ou
vergas e contravergas é de 0,20m. a laje, onde se sugere agir da seguinte forma:

• Especificam-se vergas contínuas em Faz-se uma semiverga, com espessura de


vãos sucessivos cujas distâncias 5cm , armada com ferro CA60 – 10mm e
sejam inferiores a 0,60m. posteriormente faz-se um enchimento (tipo
encunhamento) com elemento pré-moldado
até a altura da viga metálica. Esse preenchi-
• A seção transversal das vergas
mento pode ser adquirido diretamente da
e contravergas devem ser no mínimo
fábrica ou confeccionado no canteiro de obra.
correspondentes à dos blocos.

Segue-se alguns valores que são


2 ø CA 60
recomendáveis para a execução de vergas e Viga metálica
> 30 cm > 30 cm
Elemento
contravergas em relação ao tipo de bloco, com- pré-moldado
de fechamento
primento da parede e tamanho do vão. 2 ø CA 60

> 30 cm > 30 cm

Blocos de concreto

vergas contravergas
Vergas com aberturas inferiores a 2,40m:
Comprimento
Até 8 >8 Até 8 >8 deve-se realizar os mesmos procedimentos
da parede (m)
das contravergas; será necessário então,
Abertura do vão (m) < 2,5 <2,5 <2,5 2,5 a 3 um escoramento dos blocos para o
Apoio mínimo (m) 0,3 0,4 0,4 0,6 assentamento e moldagem no local da verga.

Vergas com aberturas superiores a 2,40m :


Blocos de concreto celular autoclavado deve-se tomar a verga como
vergas contravergas
uma viga, sendo sua armadura
dimensionada como tal.
Comprimento
Até 8 >8 Até 8 >8
da parede(m)
No caso de blocos de concreto celular
Abertura do vão (m) < 2,5 Até 3,2 <2,5 Até 3,2
autoclavados, blocos de concreto e blocos
Apoio mínimo (m) 0,3 0,4 0,3 0,4
cerâmicos, a moldagem pode ser feita in loco,
utilizando os blocos canaletas ou a pré-fabri-
cação com concreto celular.
Blocos cerâmicos

vergas contravergas

Comprimento
Até 8 >8 Até 8 >8
da parede(m)

Abertura do vão (m) < 2,5 Até 3,2 <2,5 Até 3,2 Vergas
Apoio mínimo (m) 0,3 0,3 0,3 0,4

No caso do projeto especificar que a


abertura atingirá a viga ou a laje não será
necessário obviamente a execução da verga, o
que é uma situação desejável já que o proces-
so está voltado para a racionalização.

32
3.5.2. Embutimento 3.5.3. Juntas de controle
Recomenda-se a utilização de SHAFT, téc- Quando as paredes de alvenaria tiverem
nica mais racional, para o embutimento das grandes dimensões utiliza-se juntas de cont-
instalações. role, que tem o objetivo de limitar o compri-
mento das paredes, conforme tabela, evitando
Instalações hidráulicas concentrações de tensões.

No caso onde as instalações hidráulicas A execução das juntas de controle deve ser
estão distribuídas por uma superfície, seria realizada a medida que a parede vai sendo ele-
recomendável a execução de paredes duplas, uti- vada, para que os painéis separados pelas juntas
lizando-se componentes de pequena espessura. não percam a estabilidade, permitindo o controle
quanto a torção e oscilações transversais.
A primeira alvenaria seria elevada para a
fixação da árvore hidráulica e em seguida, Depois da concretagem do pilarete, a
eleva-se a segunda alvenaria deixando os cada 30cm , deverá ser fixada a barra de trans-
furos para os pontos de água. ferência, com uma metade dentro de um
pilarete e a outra metade encapada ou
Quando se optar pelo corte direto na esmaltada no outro pilarete, conforme figura.
alvenaria, faz-se um detalhamento construtivo
das paredes, objetivando localizar e dimen- Entre os pilaretes deve ser colocada uma
sionar os rasgos das instalações. placa de EPS, para a absorção das tensões.
Barra de transferência:
Para os blocos de concreto, cerâmicos e Placa de EPS . ∅ 8.0 mm. A cada 2 fiadas
. Comprimento da barra: 35 cm
sílico-calcários, recomenda-se que o corte seja . Metade da barra engraxada.
. Espaço entre os pilaretes: 10 mm
feito com a ajuda de uma serra de disco de corte.

Para os blocos de concreto celular auto-


clavado, recomenda-se o uso do rasgador
manual, que vai permitir rasgar sem danificar.

Instalações elétricas

No caso de instalações elétricas é


possível a passagem dos eletrodutos por den- Pilarete duplo

tro dos furos de alguns blocos já disponíveis Será executada uma junta de revestimen-
no mercado. to nas estruturas semi-rígidas.

Instalações de água quente 3.6. Inspeção e avaliação da execução da


alvenaria
Deve-se prever o isolamento da tubu-
lação, que poderá ser feito com a utilização de A qualidade do processo de racionaliza-
argamassas adicionadas de isolante térmico ção em uma atividade é um dos pontos de
(vermiculita e outros), argamassas específicas maior desafio.
pré-dosadas ou tubos de espuma rígida.
Segue-se uma proposta de inspeção e
Recomenda-se ainda o uso de shafts nas avaliação para as etapas de execução da alve-
prumadas de luz, gás, telefone e mesmo naria de vedação.
sanitárias.

33
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica
Controle das condições para a execução da alvenaria (Check list)
Itens de verificação Tolerância Metodologia Responsável
Limpeza da estrutura Verificar se não existe nenhum tipo de material Encarregado ou
(pilar, vigas) Visual
aderido na estrutura, limpar. mestre

Limpar a laje que irá receber a alvenaria, pode-se Encarregado ou


Limpeza da laje suporte Visual utilizar uma vassoura. mestre.

Utilizar trena Engenheiro


Marcação dos eixos Verificar se os eixos estão no lugar preciso.
precisa +/-
de referência ou mestre.
1,0mm

Conferir o alinhamento das faces das vigas e


pilares. Observando a tolerância de 5mm para Encarregado ou
Alinhamento 5mm a 10mm
eixos de alvenaria e vigas internas e 10mm para o mestre
mesmo deslocamento às vigas externas.

Esquadro 2mm Verificar o esquadro dos ambientes admitindo um Encarregado ou


desvio máximo de 2mm, na ponta do lado maior. mestre.

Encarregado ou
Nivelamento 3mm Verificar o nivelamento da fiada de locação . mestre.

+/-5mm Encarregado ou
Vão de porta Verificar a abertura do vão conforme o projeto .
mestre

Avaliar a regularidade da parede, limpeza das Encarregado ou


Aspecto geral Visual rebarbas, o preenchimento das juntas mestre.
verticais.

Verificar a aplicação da argamassa nas laterais


Aplicação da argamassa dos blocos e a espessura das juntas horizontais, Encarregado ou
Visual
conforme o projeto da alvenaria. mestre

Verificar o nivelamento do levante com régua de


alumínio. Sendo a cada 2m de régua, 5mm de Encarregado ou
Nivelamento 3mm
tolerância. mestre

< h/900 Verificar com a elevação à meia altura e após a Encarregado ou


Prumo e praticidade
retirada do andaime. mestre

visual Verificar se o acabamento dos cantos estão sendo Encarregado ou


Amarração
executados conforme descrito no projeto. mestre

Vãos de porta e janelas +/- 5mm Verificar abertura do vão conforme projeto, assim Encarregado ou
como assentamento de vergas e contravergas mestre

Abertura para fixação Encarregado ou


+/- 10mm Verificar tipo de fixação conforme Item 3.2.7 mestre
superior

Fixação das paredes Checar o total preenchimento do vão que deve Encarregado ou
internas e fachada visual cobrir toda a largura do bloco. mestre

Verificar se estão conforme dimensionados


Pilaretes e cintas +/- 10mm Encarregado ou
no projeto.
mestre

34
Capítulo 4
Sistema de revestimento

35
Sistema de revestimento

O sistema de revestimento corresponde ações principais em se tratando de estrutura


ao acabamento final da edificação: sendo a metálica:
parte que fica visível aos usuários e propri-
etários. A integridade deste sistema é, pois, de • Estrutura metálica revestida (oculta)
grande importância para a confiabilidade na
utilização das estruturas metálicas e na satis- • Estrutura metálica aparente.
fação das pessoas que interagem com a edifi-
cação. Para tal fazem-se necessários cuidados
que garantirão a qualidade e a durabilidade da
edificação.

Na definição dos procedimentos e cuida-


dos a serem tomados na execução das
camadas do sistema de revestimento devem
ser considerados os seguintes aspectos:

• Concepção estrutural da edificação

- Sistema estrutural
4.1 Estrutura metálica revestida
- Deformações previstas
Nas situações em que a estrutura metáli-
- Tipo de aço ca será revestida, além de todas as preocu-
pações necessárias na execução do revesti-
• Sistema de alvenarias mento é importante que sejam tomados cuida-
dos para garantir a aderência do sistema de
- Tipo de elemento de vedação revestimento nos perfis metálicos (devido à
sua baixa porosidade e conseqüente baixa
- Sistema adotado no dimensionamento capacidade de ancoragem mecânica).
(rígido, semi-rígido ou deformável)
É também de extrema importância a
• Projeto arquitetônico avaliação das deformações e interfaces entre
materiais diferentes (perfis estruturais – aço /
- Tipo de revestimento alvenaria – cerâmica) definindo-se tratamentos
adequados e juntas de alívio.
- Interfaces entre revestimentos
4.1.1. Limpeza da base
- Detalhes arquitetônicos
A base para aplicação do sistema de
• Interferências com projetos revestimento abrange tanto os perfis metálicos
de instalações quanto a alvenaria propriamente dita. Para a
garantia da aderência do revestimento à base
• Solicitações atuantes no deve-se promover uma adequada limpeza con-
sistema de revestimento forme o seguinte:

• Estrutura metálica: remover quaisquer


Para que sejam feitas considerações materiais pulverulentos sobre a superfície do per-
gerais sobre o sistema de revestimento, será fil, bem como produto de eventual oxidação,
adotado que, basicamente, existem duas situ- restos de argamassa, utilizando escova de aço.

36
Ligação
• Alvenaria: deverão ser removidos mate- Pilar

riais e substâncias aderidos à alvenaria.


Alvenaria
A limpeza poderá ser executada com vassoura
de piaçava seguida, se necessário, da lavagem Espaço vazio a
da base. Algumas situações necessitam de ser preenchido Plano vertical
da base
procedimentos específicos a saber:
Para executar o preenchimento destes
- Gorduras e graxas: escovar a superfície vazios poderão ser utilizados blocos de concre-
com escova de cerdas duras, com água e to celular autoclavado (facilidade de serem cor-
detergente e enxaguar com água em tados nas dimensões necessárias), blocos de
abundância. concreto ou cerâmicos. A fixação destes blocos
à estrutura deverá ser feita através de uma
- Eflorescências: escovar a superfície a argamassa colante, tipo AC II aditivada com
seco, com escova de cerdas de aço, e polímero acrílico modificado (com índice de
proceder a limpeza com solução de ácido resina superior a 50%).
muriático ( 5% de concentração) enxaguan-
do com água limpa em abundância. Esta argamassa de fixação deve ser
preparada misturando-se, inicialmente, o
- Pregos e arames: deverão ser removi- polímero com água em uma proporção não
dos, caso contrário, devem ser cortados e inferior a 1:4 (polímero : água), em volume.
tratados com tinta anti-corrosiva. Esta mistura será adicionada à argamassa
colante em pó, na quantidade necessária para
- Bolor ou mofo: escovação com solução fornecer trabalhabilidade à massa.
de fosfato trissódico (30 g Na3PO4 em
1 litro de água) ou solução de hipoclorito Um detalhe genérico do perfil metálico já
de sódio (4% de cloro ativo). preenchido é mostrado a seguir.
Argamassa colante
aditivada com
polímero acrílico
É importante observar que sempre que modificado
Viga ou pilar
forem utilizados quaisquer produtos para metálico Enchimento com blocos de
concreto celular, cerâmico
limpeza da alvenaria, esta deve estar previa- ou concreto adaptados ao
vão entre as mesas
mente saturada e, após a aplicação, deve ser
enxaguada com água em abundância. Em determinadas situações é possível
que não seja feito o enchimento dos perfis
4.1.2. Enchimento dos perfis metálicos metálicos, envolvendo o pilar com alvenaria ou
com painéis (gesso acartonado, por exemplo),
Em função da estrutura metálica ser conforme detalhe a seguir:
Painel
inteiramente revestida faz-se necessário o
prévio preenchimento dos espaços correspon-
Perfil metálico Alvenaria
dentes às almas das vigas e pilares, definindo
o plano vertical a ser revestido.

Material de ligação
Alvenaria-estrutura
Viga Alvenaria
Espaço vazio a ser
preenchido Garantir amarração
entre os blocos

Alvenaria Alvenaria

Material de ligação
Corte na viga Alvenaria-estrutura
Perfil metálico

37
Sistema de revestimento

4.1.3. Tratamento dos perfis metálicos argamassa colante aditivada com polímero
modificado durante o tratamento do perfil
Em função da baixa porosidade do perfil metálico.
Pilar metálico
metálico, torna-se bastante precária a Alvenaria Material de ligação
Alvenaria-estrutura
ancoragem mecânica de uma argamassa sobre
ele (baixa migração de pasta de aglomerante
para os poros do perfil). Desta forma, antes do
lançamento da argamassa de revestimento, Tela de PVC ou
Argamassa colante
aditivada com
Fibra de vidro polímero acrílico
toda a estrutura metálica deverá ser tratada Enchimento
modificado

como uma argamassa com capacidade de Perfil metálico

colagem química através dos seguintes pro- Enchimento Material de ligação


Alvenaria-estrutura
cedimentos:

• Promover a limpeza do perfil metálico Argamassa de


regularização
conforme instruções anteriores. Tela de PVC
ou Fibra de vidro
massa colante aditivada com
polímero acrílico modificado

• Aplicação da argamassa colante aditiva-


Em alguns dos alinhamentos correspon-
da com polímero modificado (a mesma
dentes à transição alvenaria/estruturas, serão
utilizada para fixação dos enchimentos
adotadas alternativas como juntas de movi-
descrita no item anterior) sobre todo o
mentação, conforme será indicado em item
perfil metálico utilizando uma desempe-
posterior 5.1.9.
nadeira dentada formando cordões.
4.1.5. Chapisco
• Aguardar, pelo menos , 24 horas para
secagem desta argamassa antes de
Antes do lançamento da argamassa de
lançar a próxima camada do sistema de
regularização, toda a alvenaria deverá ser
revestimento.
coberta por uma camada de chapisco. O
Perfil
metálico
chapisco consiste de uma argamassa fluída, no
Material de ligação
traço 1:3 (cimento : areia), em volume, lançada
Enchimento
Alvenaria-estrutura vigorosamente sobre a base, com auxílio de
uma colher de pedreiro.

As principais finalidades desta camada


consistem em homogeneizar a absorção da
Argamassa colante aditivada com Alvenaria
polímero acrílico modificado alvenaria e criar uma superfície irregular alta-
mente rugosa (aumenta resistência do sistema
4.1.4. Transição perfil metálico/alvenaria:
de revestimento às tensões de cisalhamento).

A transição do perfil metálico/alvenaria Antes da execução do chapisco algumas


corresponde a uma interface entre materiais de atividades devem estar concluídas a saber:
características diferentes que deverá ser trata-
da com utilização de telas adequadas, criando • Todas as instalações elétricas e hidráuli-
uma região capaz de suportar as movimen- cas devem estar concluídas e testadas.
tações diferenciais a que está sujeita.
• A alvenaria deve estar fixada superior-
Recomenda-se que sejam utilizadas telas mente conforme projeto, recomendando
de PVC ou fibra de vidro, as quais devem que seja concluída há pelo menos 14 dias,
ser posicionadas nos pontos de contato preferencialmente após o máximo car-
alvenaria/estrutura metálica e fixadas com regamento da estrutura.

38
• Remoção das rebarbas da argamassa 4.1.6. Reforços localizados na argamassa
entre juntas da alvenaria. de regularização

• Limpeza da alvenaria, conforme Deverão ser previstos reforços com tela


recomendações anteriores, estando a galvanizada (fio 22 e malha de 1”) na argamas-
base completamente seca. sa de revestimento em algumas situações que
serão relacionadas a seguir:
• Eventuais furos, decorrentes de rasgos
das instalações das tubulações, devem • Nas vigas revestidas:
ser telados com tela galvanizada,
sendo o espaço preenchido com cacos de
tijolos e argamassa.

Na execução do chapisco algumas orien- 20 cm

tações devem ser seguidas conforme anotado


a seguir:
Viga metálica

Tela
• Antes do lançamento da argamassa de galvanizada
chapisco, aspergir água com brocha
sobre alvenaria, tomando-se cuidado Tela de PVC ou
Região de Fibra de vidro
para não saturar a superfície. encunhamento

• A aplicação do chapisco deve ser feita


Argamassa de
de modo a cobrir parcialmente a alvenaria, regularização
de forma não contínua e irregular.

• O chapisco deverá ser aplicado em uma


espessura que garanta alta rugosidade. • Nos pilares revestidos:
Perfil
Enchimento metálico
• O chapisco deverá ser curado, por
aspersão de água, por pelo menos 1 dia.

• Não aplicar o chapisco com temperatura


do substrato elevada, nem insolação dire- 20 cm 20 cm
ta (criar proteção). Argamassa de regularização Tela Galvanizada

• Aguardar um período de 2 a 3 dias após Observação: a necessidade de transpasse


a aplicação para a secagem do chapisco, da tela galvanizada para os dois lados do pilar
antes de promover o lançamento da arga- será definida pelo projeto de posicionamento
massa de regularização. das juntas de movimentação.
Alvenaria
Pilar
metálico
• A argamassa do chapisco, após a
secagem, não deverá apresentar desagre-
gação ao toque.

20 cm 20 cm

Tela Galvanizada Argamassa de regularização

39
Sistema de revestimento

• Nas cintas, pilaretes e tirantes de concreto, • O tratamento dos perfis metálicos e das
porventura existentes nas alvenarias, transpas- interfaces estrutura/alvenaria deve estar
sando 20 cm para cada lado da estrutura. concluído há, pelo menos, 1 dia.
Alvenaria Cinta, Pilarete ou tirante

• As taliscas que definem o plano do


revestimento devem estar fixadas com a
mesma argamassa a ser utilizada na
regularização.
20 cm 20 cm

Tela galvanizada Argamassa de A definição da argamassa a ser utilizada


regularização
deve ser feita em função das disponibilidades
Tela em volta do tubo
de materiais na região e de espaço e equipa-
Tubulação de
grande diâmetro
Enchimento com
cacos de tijolo
mentos no canteiro de obra, bem como do
Pilarete Alvenaria cronograma da obra. Podem ser empregadas
argamassas viradas em obra de cimento e
areia ou de cimento, cal e areia ou argamassas
industrializadas( sacos, granel) ou dosadas em
20 cm 20 cm central, sendo importante que sejam atendidas
Tela galvanizada Argamassa de
regularização as normas de especificação pertinentes e as
• Em trechos da alvenaria com pilaretes seguintes propriedades (função das solici-
para embutimento de tubulações. tações a que estarão submetidas):
Traços de referência
Situação Propriedades
A fixação desta tela é feita antes da exe- (em volume)

cução da argamassa de regularização, porém Revestimento


• Retração de água:65%
• Teor de ar incorporado: 1:4 (cimento:areia)
1:2:8 (cim.:cal:areia)
após a execução do chapisco, através de Externo base 8 a 15%
para aplicação • Consistência: 280 a 320mm 1:1:6 (cim.:cal:areia)
equipamento de fixação à pólvora de baixa de placas de • Resistência à compressão:
revestimento ou 4 a 12 MPa Argamassa Ind. II -
velocidade (sobre estrutura metálica ou con- pintura • Resistência à tração direta: Normal/Alta - b
0,30MPa
creto) ou com parafuso e bucha (alvenaria)
• Retenção de água: 60%
podendo ser utilizado prego de cerca galva- • Teor de ar incorporado: 1:5 (cimento:areia)
Revestimento
nizado para ajudar no posicionamento da tela. Interno base
8 a 15% 1:2:9 (cim.:cal:areia)
• Consistência: 280 a 320mm
para aplicação
É muito importante que esta tela fique leve- e placa de
• Resistência a compressão:
Argamassa Ind. II -
4 a 8 MPa
mente frouxa. revestimento.
• Resistência a tração direta: Normal/Alta - b
0,30MPa

• Retenção de água: 60%


4.1.7. Argamassa de regularização • Teor de ar incorporado: 1:6 ( cimento/areia)
Revestimento 8 a15% 1:2:10 (cim.:cal:areia)
Interno base • Consistência: 280 a 320 MPa
A argamassa de regularização é a camada para aplicação • Resistência a compressão:
Argamassa Ind. II -
de pintura. 4 a 8 MPa
do sistema de revestimento que define o plano • Resistência a tração direta: Normal/Alta - b
0,20 MPa
vertical no qual será aplicado o acabamento
final. No preparo da argamassa devem ser
O início da execução desta camada de observados alguns aspectos importantes:
argamassa está condicionada a outras ativi-
dades, a saber: • O preparo da argamassa deve ser
mecânico.
• A estrutura, as alvenarias e o encunha-
mento devem estar concluídos há, pelo • Quando houver utilização de cal na
menos, 14 dias. argamassa, a mesma deverá ser
preparada através de argamassa inter-
• O chapisco deve estar concluído há 2 a 3 mediária com a areia e a cal que deverá
dias. descansar por, no mínimo, 16 horas,

40
sendo em seguida adicionado o cimento - Para espessuras maiores (> 40mm)
e a água para a consistência necessária. deverá ser aguardado o dia seguinte
Estão disponíveis no mercado cales devendo o revestimento ser armado com
aditivadas que dispensam este descan- tela galvanizada (fio 22 e malha de 1”) ade-
so. quadamente fixada.

• A utilização de adições e aglutinantes • Sempre que seja necessária a con-


deverá ser precedida de uma série de tinuidade nos serviços da execução da
ensaios que ateste a qualidade dos mate- argamassa de regularização de um dia
riais. para o outro, deve-se garantir a aderência
entre a argamassa já executada e a nova
• Recomenda-se que no preparo da arga- através de ponte de aderência (mistura
massa seja adicionada fibra de nylon 6.6 de cimento e resina). Além disso, sempre
à massa na proporção de 500g de fibra que a argamassa for interrompida deverá
por m3 de argamassa. ser feita em ângulo de 45º apertada.

A execução da argamassa de regulariza-


ção se dará pela definição das mestras, segui- Argamassa do
dia anterior
da pelo preenchimento do espaço entre elas e
Base
operações de acabamento. Algumas infor- Ponte de
Aderência
mações são importantes na realização destas
etapas: Argamassa“nova”

• Promover a limpeza da base antes do • Na execução desta camada de regulariza-


lançamento da argamassa. ção em quinas, as duas faces da edificação
devem ser feitas de uma única vez, con-
• A espessura do revestimento deve aten- forme esquema a seguir:
der às recomendações da tabela abaixo:
Base

1ª Etapa: argamassa
interrompida 50 cm
Revestimento Espessura ( mm) antes da quina a
2ª Etapa: executar a
45º e apertada
argamassa na quina,
Parede interna 5≤ e ≤20 com ponte de aderência
na ligação entre as
Parede externa 20≤ e ≤30 argamassas.

Ponte de Aderência 50 cm

Sempre que forem ncessárias espessuras • O acabamento da superfície da argamassa


maiores que as recomendadas na tabela ante- de regularização é função do tipo de acaba-
rior, o revestimento deverá ser executado em mento final que será adotado, a saber:
camadas da ordem de 20mm, no mesmo traço,
seguindo os procedimentos a seguir: - Base para aplicação de placas de revesti-
mento: textura áspera obtida pelo sarrafea-
- Chapar a primeira camada alisando com mento seguido, se necessário, de leve desem-
a colher de pedreiro apenas o necessário peno com desempenadeira de madeira.
para desfazer as conchas.
- Base para aplicação de sistemas de pin-
- Após o tempo necessário para a arga- tura: textura lisa obtida pelo sarrafeamen-
massa “puxar”, chapar a segunda camada to seguido de desempeno com desempe-
executando o acabamento final. nadeira de madeira.

41
Sistema de revestimento

• A argamassa de regularização não deve 4.1.8. Revestimento final


ser utilizada por tempo superior ao da
pega do cimento, de modo geral 1,5 Diversos são os materiais para acaba-
horas a 2 horas. mento final da edificação. Nos itens a seguir
serão feitas considerações sobre os três
• Após o término da execução da arga- grandes grupos usualmente utilizados: placas
massa de regularização as taliscas devem cerâmicas, placas de rocha e pintura.
ser removidas e o espaço vazio deve ser
preenchido com a mesma argamassa de Em qualquer um destes grupos é muito
regularização. importante que o material escolhido seja com-
patível com as solicitações do ambiente no qual ele
• A argamassa de regularização após con- será aplicado para que sejam garantidas a quali-
cluída deve apresentar as seguintes dade e durabilidade do sistema de revestimento.
características:
Placas cerâmicas
- Prumo: o desvio de prumo de revesti-
mento da argamassa sobre paredes O termo placas cerâmicas abrange uma
internas, ao final da sua execução não infinidade de materiais com diferentes pro-
deve exceder H/900, sendo H a altura da priedades. Em função de estarmos tratando de
parede, em metros. revestimentos de paredes, sempre que for
necessário será feita a diferenciação em ter-
- Planicidade: verificar a planicidade do mos dos seguintes produtos e situações:
revestimento interno, após eliminação
• Cerâmica para revestimento interno
dos grãos de areia soltos, considerando
as irregularidades graduais e as irregula- • Cerâmica para fachadas
ridades abruptas da superfície, sendo que
• Pastilhas para revestimento interno ou
as ondulações não devem superar a 3mm
externo
em relação a uma régua com 2m de com-
primento. A irregularidades abruptas não • Porcelanato para revestimento interno
devem superar 2mm em relação a régua ou externo
com 20cm de comprimento.
O início do assentamento deve ocorrer,
- Fissuras: as fissuras devem ser avali- no mínimo, 21 dias após o término da arga-
adas em 1 m2 a cada 100 m2. Em base massa de regularização.
para aplicação de pinturas recomenda-se O revestimento cerâmico deverá ser
a ausência de fissuras/m2, enquanto que assentado com argamassa colante industrializa-
em bases para aplicação de cerâmicas é da. A classe da argamassa a ser utilizada é
aceitável até o limite de 3 fissuras/m2. função do tipo de cerâmica e ou local de apli-
cação conforme tabela a seguir:
Para dar continuidade à execução do sis-
tema de revestimento deve ser respeitado os
prazos de maturação da argamassa de regulariza- Situação Classe argamassa colante
ção, antes da aplicação do revestimento final, a Cerâmica revestimento interno AC-I
saber: Cerâmica revestimento externo AC-II
Pastilha (interno ou externo) AC-III
Revestimento final Tempo mínimo Porcelanato (interno ou externo) AC-III

Cerâmica – revestimento externo 21 dias


Cerâmica – revestimento interno 14 dias A argamassa deve atender às especifi-
Placas de rocha 28 dias
Pintura 30 dias
cações da NBR 14081 em função da classe à
* Salvo recomendação contrária do fabricante.
qual ela pertence.

42
O assentamento das peças cerâmicas é tempo é fornecido na embalagem do pro-
feito com a utilização de desempenadeira den- duto ficando entre 10 a 15 minutos.
tada e pode ser executado de duas formas:
• Tempo em aberto: tempo que a arga-
• Assentamento em camada única: a massa pode ficar extendida na base sem
argamassa colante de assentamento é que perca suas propriedades adesivas.
aplicada somente sobre a argamassa de Formação de película superficial esbran-
regularização. quiçada, secagem superficial ( não suja
os dedos) e ausência de esmagamento
• Assentamento em dupla camada: a arga- completo dos cordões em placa recém-
massa colante de assentamento é aplicada assentada são sinais que o tempo em
sobre a argamassa de regularização e no aberto foi excedido. Esta argamassa deve
verso da placa (lado liso da desempenadeira). ser removida e descartada.

O quadro a seguir relaciona as formas de • Tempo de utilização: tempo que a arga-


assentamento: massa pode ser utilizada após o preparo
(≅1,5 a 2 horas). Neste período não deve
Formato dos ser adicionada mais água à argamassa e
Dimensão Forma de
Situação
das peças
dentes da
assentamento após este intervalo de tempo ela deve ser
desempenadeira
descartada.
Cerâmica para Quadrados
< 400 cm2* Camada única
revestimento 8x8x8
interno e
O assentamento das placas de revesti-
externo e Quadrados mento deve seguir as seguintes etapas:
≥ 400 cm2 Dupla camada
Porcelanatos 8x8x8

Quadrados Dupla • Limpeza da base.


Pastilhas Quaisquer
6x6x6 camada**

• Aplicação da argamassa colante sobre a


*Peças cerâmicas < 400cm+ fornecidas em conjunto de dimensões maiores
devem ser assentadas em dupla camada.
base com lado liso da desempenadeira
** Produto fornecido em placas. O assentamento e o rejuntamento são feitos seguida de aplicação do lado denteado
simultaneamente.
filetando a massa. Sob condições de forte
As peças cerâmicas a serem utilizados insolação, pode-se aspergir água sobre a
devem atender às recomendações da NBR base antes da aplicação da argamassa
13818 e, no momento do assentamento devem colante.
estar seca e com o verso isento de poeiras e
engobe pulverulento. • Em caso de dupla camada, aplicação da
argamassa, com o lado liso da desempe-
O preparo da argamassa colante deve ser nadeira, no verso da placa.
feito através de mistura mecânica, em caixote
plástico, utilizando a quantidade de água • Sempre que as garras do verso da placa
recomendada pelo fabricante na embalagem apresentarem reentrâncias > 1mm, inde-
do produto. pendente das dimensões das placas,
deverá ser feito preenchimento destas no
Em se utilizando a argamassa colante, instante do assentamento.
deve-se estar atento a três tipos de tempos que
devem ser respeitados: • Assentamento da placa com esmaga-
mento completo dos filetes da argamassa
• Tempo de repouso: tempo que a arga- colante através de movimentos de vai-e-
massa deve ser deixada em repouso após vem perpendiculares aos cordões. Em
o preparo e antes de ser utilizada. Este seguida, com o martelo de borracha,

43
Sistema de revestimento

bater cuidadosamente a peça de modo a mecânico, utilizando a quantidade de


garantir 100% do preenchimento do verso água recomendada pelo fabricante na
da placa. embalagem do produto e caixote plásti-
co (estanque). Caso necessário, aguardar
• Limpeza do excesso de argamassa nas tempo de repouso do produto.
juntas entre as peças e sobre as peças.
• O preenchimento das juntas com arga-
As juntas de assentamento são os massas industrializadas para rejuntamen-
espaçamentos deixados entre duas peças de to deve ser feito com a utilização de
revestimento adjacentes durante a sua apli- desempenadeira de neoprene em movi-
cação. Na execução e preenchimento destas mentos de vai-e-vem diagonais em
juntas devem ser observados os seguintes relação às juntas. O acabamento deve ser
aspectos: efetuado com mangueira de plástico ou
similar, de modo a obter um rejunte ínte-
• As dimensões das juntas deverão ser gro, sem pontos falhos e com uniformi-
especificadas em função das dimensões dade de cor.
da placa de revestimento, das condições
de exposição e características dos materi- • Logo após o rejuntamento, proceder a
ais, estando compreendidas entre 4mm e limpeza do excesso de material sobre a
10 m m . Pa r a a m b i e n t e s e x t e r n o s , peça de revestimento com um pano
recomenda-se que as juntas não sejam úmido ou estopa. Não usar substâncias
inferiores a 5 mm e, em se tratando de ácidas para a limpeza.
pastilhas, as juntas são definidas pelo
fabricante (produto fornecido em placas). Placas de rocha

• Para garantia da regularidade das Mármores e granitos são as placas de


dimensões recomenda-se a utilização de rocha normalmente utilizadas para revestimen-
espaçadores que deverão ser removidos to de paredes. Qualquer que seja o tipo de
após o assentamento. placa de rocha utilizada sempre é interessante
que seja feita uma análise petrográfica do
• O material de preenchimento das juntas material de modo a identificar a adequação da
deve ser escolhido em função das carac- placa à finalidade e ao ambiente, bem como
terísticas dos materiais cerâmicos e do identificar a presença de materiais deletérios e
ambiente. De modo geral, são utilizadas microfissuras.
argamassas industrializadas para rejunta-
mento à base de cimento Portland. Para O assentamento das placas de rocha deve
ambientes externos a argamassa deve ser feito conforme as recomendações a seguir:
apresentar adição de polímeros e fungici-
das e características de impermeabili- • O assentamento deverá ser feito uti-
dade. Em se tratando de porcelanatos, lizando argamassa colante tipo AC III. A
é muito importante a presença de sua aplicação e preparo deve ser feito
polímeros capazes de garantir de aderên- conforme indicado no item anterior. Em
cia desta argamassa à placa de revesti- função das dimensões das placas nor-
mento. Em algumas situações faz-se malmente utilizadas (não inferiores a
necessária a utilização de produtos à 40cm x 60cm), a forma de assentamento
base de resina epóxi. deve ser a dupla camada, com a arga-
massa sendo aplicada no verso da placa,
• O preparo do material de rejuntamento no instante do assentamento, com o lado
deve ser feito através de misturador denteado da desempenadeira.

44
• Sistemas auxiliares de fixação (parafu- - O acabamento do mastique deve ser
sos, dispositivos retentores / sustenta- feito com espátula ou com o próprio dedo
dores) deverão ser previstos sempre que protegido por luva de borracha.
as placas de rocha estiverem em altura - Detalhe da junta preenchida:
superior a 2 m em relação ao piso adja- Mastique
Apoio
Placa de rocha
cente. Estes dispositivos devem ser ade- Flexível

quadamente dimensionados e quantifica-


dos em função das dimensões das placas.
Além disso o material destes deve ser
constituído por material inalterável nas
condições do ambiente de aplicação
(aços inoxidáveis, galvanizados).
Argamassa Argamassa de
colante regularização

• As juntas de assentamento entre as pla-


Pintura
cas adjacentes devem possuir espessura
de 5 a 10 mm e serão preenchidas com
Na execução do sistema de pintura sobre
argamassa de rejuntamento industrializa-
argamassa de regularização devem ser obser-
da ou mastiques (silicones ou poliure-
vados os seguintes aspectos:
tanos). Na utilização de argamassa de
rejuntamento, seguir as recomendações
anotadas no item anterior. Na utilização • A escolha do sistema de pintura a ser
de mastiques alguns cuidados devem ser utilizado deve ser compatível com as
seguidos, a saber: solicitações do ambiente em que será
aplicado. Em ambientes externos é
- O material deve ser adequado para uti- imprescindível que, no mínimo seja uti-
lização em pedras e compatível com as lizado sistema à base de resina acrílica,
condições de exposição. lembrando que as texturas apresentam
melhor desempenho.
- Deverá ser colocado um corpo de apoio,
• Para o inicio da aplicação do sistema de
sob pressão, no interior da junta. Este
pintura é importante que a base apre-
ajuda a limitar o consumo do produto,
sente-se íntegra e limpa. A argamassa de
garantir o coeficiente de forma e impedir
regularização deverá ser lixada de modo
a adesão ao fundo.
a remover saliências e partes soltas e a
poeira deverá ser eliminada por escova-
- Antes da aplicação do produto proteger
mento.
as laterais das juntas com fita crepe.
• Os sistemas de revestimento em pintura
- A junta deverá estar seca e isenta normalmente são constituídos pelas
de poeiras e outras sujeiras no instante seguintes camadas:
de aplicação do produto de modo que
Tinta
seja garantida a aderência do produto
Massa de regularização
às bordas.

Produto preparador da
- A aplicação do produto é feita com pis- superfície (se necessário)

tola aplicadora, devendo ser feita de


forma cuidadosa devido à dificuldade de
Argamassa de regularização
remoção do produto sobre a placa.

45
Sistema de revestimento

• A massa corrida (regularização) deverá Junta de movimentação horizontal


ser aplicada em 2 a 3 demãos finas, lixan-
do até obter o nivelamento desejado. As juntas de movimentação horizontais
estão posicionadas no alinhamento da tran-
• Antes da aplicação da tinta remover a sição viga metálica / alvenaria, a cada pavi-
poeira do lixamento da massa corrida mento, interna e externamente, conforme
através de escovamento e pano leve- detalhe genérico a seguir:
mente úmido.

• A tinta deverá ser aplicada conforme as


recomendações do fabricante.

• A temperatura do ambiente em que o Argamassa de


regularização
produto está sendo aplicado deve estar
entre 10ºC e 40ºC e a umidade relativa do
ar abaixo de 80%, não sendo recomen-
dada a aplicação sob insolação direta,
ventos fortes e em dias chuvosos.

• A diluição dos produtos deve ser feita Sistema de


conforme recomendações do fabricante, revestimento final
na embalagem do produto (proporção e Viga Metálica

diluente).

• O intervalo entre demãos solicitado Junta de


Região de
pelo fabricante na embalagem do produ- Movimentação
Encunhamento
to deverá ser respeitado.

4.1.9. Juntas de movimentação


nos revestimentos

As juntas de movimentação têm por


finalidade subdividir o sistema de revestimen-
to aliviando as tensões provocadas pelas
movimentações da base e do próprio sistema
de revestimento. A junta de movimentação corresponde a
uma interrupção no sistema de revestimento,
Em se tratando de uma edificação em sendo feita através de um corte que vai desde
estrutura metálica, o posicionamento destas à base até o revestimento final. A largura desta
juntas estará preferencialmente associado junta é definida em função das características
aos alinhamentos das transições entre do sistemas estrutural e alvenaria, bem como
os perfis metálicos e as alvenarias. Nos do acabamento final, estando compreendida
itens a seguir serão feitas as principais entre 10 mm e 20 mm. Ela pode ser executada
considerações sobre o seu posicionamento, durante a execução da argamassa de r e g u l a -
dimensões e preenchimento. r i z a ç ã o ou cortada, após a argamassa já estar
endurecida com ferramenta elétrica de corte.

46
No que diz respeito a juntas de movimen-
Pilar metálico
tação horizontal, é possível a ocorrência de
algumas situações específicas conforme anota-
Alvenaria
do a seguir:
Tela
galvanizada
• Em edificações em que tenha sido ado-
tado o sistema rígido no dimensionamen-
to da alvenaria, algumas vezes é possível
o estudo de reforços específicos de Em função dos vãos entre pilares normal-
modo a eliminar a necessidade desta mente adotados nas estruturas metálicas, a
junta. Em sistemas flexíveis, esta possi- definição de juntas de movimentação a cada
bilidade não existe. pilar costuma ser suficiente (espaçamento
entre juntas verticais da ordem de 6 m). A exe-
• Em revestimentos internos, a junta cução e dimensões deverão ser feitas con-
pode ser eliminada em situações em que forme considerações para a junta horizontal.
seja prevista a utilização de forros ou
rodatetos, conforme detalhe genérico Preenchimento das juntas de movimentação
abaixo:
O preenchimento das juntas de movi-
mentação deve ser executado com materiais
Viga flexíveis capazes de absorver as deformações
metálica
do sistema de revestimento. De modo geral
Rodaleto fixado é utilizado corpo de apoio de polietileno expandi-
no sistema
do e um mastique (silicone ou poliuretano).
de revestimento

Encunhamento

Sistema
Alvenaria de revestimento
Argamassa de
interrompido na viga regularização

Sistema de
revestimento final

Junta de movimentação vertical


Viga
metálica

As juntas de movimentação vertical, de Corpo de apoio


modo geral, estão posicionadas na transição
Mastique
Região de
entre o pilar metálico e a alvenaria, conforme encunhamento
detalhes genéricos a seguir:

Pilar metálico
Enchimento
Pilar metálico

Alvenaria

Tela
galvanizada
Argamassa
de regularização Revestimento final Corpo de Apoio Mastique

Tela galvanizada

47
Sistema de revestimento

Algumas recomendações são feitas para revestimento, garantindo-se a mesma


a execução do preenchimento destas juntas: dimensão especificada no projeto, deven-
do ser preenchidas com selantes estrutu-
• O sistema de revestimento final deve rais ou perfis pré-fabricados para esta
estar concluído. finalidade.
• As juntas devem estar limpas, sem resí-
duos de argamassa, partículas soltas e • Juntas de Dessolidarização: estas juntas
sinais de umidade. Além disso, em sis- são responsáveis pela desconexão
temas de pinturas não podem apresentar entre revestimentos finais de materiais
esborcinamento. diferentes e quinas de revestimentos em
placas (cerâmica e rocha).
• Antes da aplicação do mastique, as bor-
Material 1
das das peças de revestimento devem ser Mastique

protegidas com fita crepe. Nos sistemas Material 2

de pintura, recomenda-se que a fita seja


posicionada da ordem de 2 mm em
relação à borda da junta.
2 mm Fita Crepe
Comprimento
Revestimento final

Profundidade Argamassa de
Mastique regularização Corpo de apoio

4.2. Estrutura metálica aparente

Argamassa de
Nas situações em que a estrutura metáli-
regularização Corpo de apoio
ca não será revestida, ficando total ou parcial-
• O corpo de apoio deve ser colocado sob mente aparente, o sistema de revestimento
pressão no interior da junta de modo a torna-se mais simples, sendo a parte mais
ficar adequadamente posicionado, garan- importante o tratamento da ligação sistema de
tindo o coeficiente de forma de produto revestimento / perfis metálicos.
(relação comprimento:profundidade).
Para execução do sistema de revestimen-
• O mastique deverá ser aplicado com a to nesta situação, a limpeza da alvenaria, o
utilização de pistola aplicadora devendo chapisco, a utilização de telas de reforço em
ser feito o corte no bico do tubo do regiões de tubulações e estruturas de concreto
selante em ângulo de 45º na medida da (cintas, pilaretes e tirantes), a execução da
junta. Devido à dificuldade de remoção argamassa de regularização e a aplicação do
do mastique sobre o revestimento, a apli- acabamento final devem ser feitos conforme as
cação deve ser feita de forma cuidadosa. recomendações feitas para a estrutura metálica
revestida.
• O acabamento do mastique deverá ser
feito com espátula ou com o próprio dedo
protegido por luva de borracha.

Outros tipos de juntas de alívio

• Juntas Estruturais da Edificação e


Juntas entre Pilaretes Duplos: estas jun-
tas devem ser respeitadas em todas as
camadas constituintes do sistema de

48
• Viga Metálica Aparente: 4.2.1 Tratamento das ligações
revestimento / estrutura metálica

A definição da forma em que será feito o


Argamassa de
regularização
tratamento das ligações do revestimento com
a estrutura metálica depende da posição relati-
va do sistema de revestimento em relação aos
Mastique perfis. As interfaces entre os dois materiais
Viga serão conectadas através de mastiques ou tin-
metálica tas elastoméricas. Diversas situações são apre-
sentadas a seguir:
Mastique

• Pilar metálico aparente:

Mastique Corpo de apoio


Revestimento
Argamassa de
final
Preenchimento
Alvenaria
Revestimento
final
Argamassa de
regularização

Pilar Metálico
Cantoneira
Metálica Material de ligação
Argamassa de
Alvenaria
regularização

Pintura
elastomérica
Viga
metálica
Revestimento
final

Mastique
Mastique Argamassa de
regularização
Fita Crepe Material
de ligação
Corpo de
apoio
Alvenaria Cantoneira
Metálica Pilar Metálico
Alvenaria
Revestimento
final

Argamassa de
regularização Pintura
Revestimento Elastomérica
final

Pintura
Viga
elastomérica Argamassa de
metálica regularização

Material de
ligação
Alvenaria
Pintura
elastomérica

Cantoneira Metálica

Pilar Metálico
Alvenaria
Revestimento
final

49
Sistema de revestimento

4.3. Resumo do estudo das ligações alvenaria X estrutura

ITEM TIPO DE LIGAÇÃO

Semi-rigído Deformável

Estrutura Para vãos até 6,5m


L > 6,5m
de apoio entre apoios. Para vãos superiores a
6,5m e alvenaria sobre
lajes deformavéis.

Tela soldada
a cada 60 cm

Cantoneiras fixadas com pistola


de pressão e pinos de aço
ou soldadas

Ligação
lateral
pilar/alvenaria

Ferro cabelo
Placa de EPS
Micro concreto

Perfil Metálico Pilar em perfis de


chapa dobrada

Ferro cabelo a cada 60cm

Ligação superior
viga/alvenaria

Argamassa de cimento e água com Espuma de poliuretano


aditivo expansor (não retrátil) expandido ou placa de EPS.

50
4.4. Cuidados nas ligações revestimento / estrutura metálica

ITEM DETALHE

Tratamento com
pintura elastomérica
(pilar não revestido)

Tratamento com
pintura elastomérica
(pilar não revestido)

Ligação
lateral
pilar/alvenaria

51
Referência Bibliográfica

ABCI – Manual Técnico de Alvenaria. São Paulo: ABCI/PROJETO, 1990.

ACI – American Concrete Institute - Allocuable Deflections: Manual of Concrete –1979.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – Catálogo ABNT 1995/ Rio de Janeiro.

CSTC – Centre Scientifique Et Techinique de la Construction.


Fissuration de Maçonneires CSTC. Note D’information Techinique 65. Bruxelas, 1980.

Lordsleem Júnior, Alberto Casado - Primeiros Passos da Qualidade no Canteiro de Obras.


In: Execução e Inspeção de Alvenaria Racionalizada.São Paulo: O nome da Rosa Editora, 2000.

Siqueira Filho, F.S. e Dias, E. M. – Racionalização da Construção: Produção de fachadas e


Impermeabilização. Distrito Federal: CREA/DF, 1999.

Thomas, Ercio - Trincas em Edifício: causas, prevenção e recuperação.


São Paulo: Pini: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo:
Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 1989.

USP – O Emprego de Telas Metálicas Soldadas como Componente de Ligação entre


Alvenaria e Estrutura. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo –
Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1999.

Von Krüger, Paulo Gustavo – Análise de Painéis de Vedação nas Edificações em Estrutura
Metálica. Ouro Preto: Universidade Federal de Ouro Preto – Departamento de Engenharia
Civil – Programa de Pós-Graduação.

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