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Ciências Contábeis
Contabilidade Geral
Contabilidade Geral | 1
IMES FTC - EAD
Instituto Mantenedor de Faculdade de Tecnologia e
Ensino Superior Metropolitano S/C Ciências -
Ltda. Educação a Distância
Ronaldo Costa
Gerente de Desenvolvimento e Inovações
Jane Freire
Gerente de Ensino
Osmane Chaves
Coord. de Telecomunicações e Hardware
João Jacomel
Coord. de Produção de Material Didático
MATERIAL DIDÁTICO
Equipe
André Pimenta, Antonio França Filho, Amanda Rodrigues, Bruno Benn, Cefas Gomes, Clauder Frederico, Francisco França Júnior,
Hermínio Filho, Israel Dantas, Ives Araújo, John Casais, Márcio Serafim, Mariucha Silveira Ponte e Ruberval da Fonseca
Imagens
Corbis/Image100/Imagemsource
2 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SUMÁRIO
Contabilidade Geral | 3
CARTA DE APRESENTAÇÃO
É com imenso prazer que apresentamos este maravilhoso material que lhes proporcionará
a construção do conhecimento de forma ordenada, objetiva, sistematizada e, acima de tudo,
prazerosa.
A partir deste momento vocês irão conhecer a Contabilidade Geral pelo mundo virtual, que
lhes permitirá uma aprendizagem de forma fácil e interativa de modo a despertar a vontade de
conhecer cada vez mais esse formidável mundo das Ciências Contábeis.
4 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Bloco Temático 01
Estamos aqui, juntos mais uma vez, para cumprir uma nova e estimulante etapa na
construção do conhecimento.
Deste modo, convidamos a todos e a todas a participarem desta nova etapa com alegria,
de modo a renovar os votos da aprendizagem da Contabilidade como algo prazeroso e
gratificante.
Entender das Ciências Contábeis é compreender o mundo com um novo olhar. Um olhar
de quem quer e pode transformar este mundo através do conhecimento e da gestão
responsável das organizações.
Este novo caminhar remete a uma ampliação do horizonte de vida e de conduzir a vida.
Nesta etapa estudaremos a Contabilidade Geral e sua nuances, tais como: a organização e as
operações com mercadorias e suas implicações. Também trataremos de algumas contas que
surgem em decorrência dos fatos realizados em empresas comerciais, como: duplicatas a
receber, o desconto destas duplicatas e a provisão para devedores duvidosos.
Para iniciarmos os nossos estudos é necessário saber que as operações com mercadorias
são transações realizadas em empresas do comércio e que envolvem fatos como: compra,
venda, devolução, abatimento, transferência e descontos. Mas, antes de conhecermos detalhes
sobre estas operações, devemos conhecer como as sociedades são constituídas, não é?
No material impresso você tem explicações sobre como as sociedades são constituídas e
aqui, no AVA, uma complementação sobre este assunto: trataremos das fundações e
associações.
Além deste assunto, veremos: Registro das Operações Mercantis, Aspectos conceituais
dos Impostos Incidentes sobre as Compras e Vendas de Mercadorias e Impostos sobre as
Compras e Vendas das Indústrias e das Empresas Prestadoras de Serviços.
Contabilidade Geral | 5
1. FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES
Uma entidade pode ser constituída de diversas formas. Nos termos do Código Civil
Brasileiro (CC/2002) as pessoas jurídicas de direito privado são:
- as associações;
- as sociedades;
- as fundações;
- as organizações religiosas; e
- os partidos políticos.
Como o objetivo deste tópico é discorrer sobre as Fundações e Associações, não serão
abordadas as pessoas jurídicas de direito privado constituídas sob a forma de organizações
religiosas e partidos políticos. No que se refere aos tipos de sociedades, estas foram trabalhadas
no material impresso.
Em uma abordagem geral, as organizações sociais que não pertencem à esfera pública,
também denominada de Primeiro Setor (Estado), e nem ao setor privado, também conhecido
como Segundo Setor (Mercado), começam a ter lugar de destaque no Brasil e no mundo. Estas
organizações são consideradas como entidades do Terceiro Setor. Elas crescem em paralelo ao
Estado - primeiro setor, e as organizações privadas, classificadas como segundo setor.
Em uma visão simplista entende-se como Terceiro Setor as organizações que exercem
atividades de cunho social, que são públicas e não objetivam os lucros. Apesar das entidades
dotadas com estas características existirem no Brasil desde o período colonial, foi na década de
90 que elas cresceram de forma significativa.
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Observa-se na figura que existe a intercessão entre o Primeiro, Segundo e Terceiro
setores, significando uma parceria em suas atividades, não deixando de manter a autonomia
entre os mesmos.
FUNDAÇÕES
A fundação, em nosso Direito, é uma instituição de fins determinados (finalidade esta que
depende da vontade do instituidor), formada pela atribuição de personalidade jurídica a um
complexo de bens livres, que é o patrimônio, o qual será administrado por órgãos autônomos de
conformidade com as previsões do estatuto (PAES, 2006).
As fundações são entidades jurídicas que têm como fator preponderante o patrimônio,
o qual deve ser constituído por bens livres e suficientes, ou seja, disponíveis integralmente, e
ainda deve ser satisfatório para o desenvolvimento das atividades fundacionais de acordo com a
sua Escritura Pública. Estas entidades não são governamentais, não objetivam lucros e, sim,
benefícios assistenciais, religiosos, morais ou culturais.
ASSOCIAÇÕES
No que tange à associação, o Código Civil brasileiro determina, no seu artigo 53, que
“constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos”. No que tange à discussão acerca das associações, Paes (2003, p. 42) estabelece
que associação é “a forma pela qual certo número de pessoas, ao passo que se consagrem,
colocam, em comum, serviços, atividade e conhecimentos em prol de um mesmo ideal,
objetivando a consecução de determinado fim, com ou sem capital e sem intuitos lucrativos.”
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Existem algumas diferenças entre a associação e a fundação, as mais comuns
evidenciadas no quadro a seguir:
Sites recomendados:
- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm
- http://www2.pgr.mpf.gov.br/
- http://www.cnmp.gov.br/
- http://www.mpu.gov.br/
- http://www.ethos.org.br/DesktopDefault.aspx?Alias=Ethos&Lang=pt-BR
- http://www.filantropia.org.br/
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Sabemos que um dos objetivos da Contabilidade é um sistema de avaliação e informação
que se destina a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica,
financeira, física e de produtividade, com relação à entidade, que é o objeto de contabilização.
Desta forma, no registro das operações mercantis, ou seja, operações de compra e venda,
poderão ser utilizados dois tipos de métodos, o da conta mista ou o da conta desdobrada, e dois
tipos de sistemas, o sistema de inventário periódico ou o sistema de inventário permanente, de
acordo com o interesse de cada grupo de usuário.
CONTA MISTA
Exerce função patrimonial porque registra o valor dos estoques inicial e final, figurando
no balanço patrimonial junto com as demais contas do ativo.
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No método da conta mista teremos:
Mercadoria Fornecedores
a) 3.000,00 3.000,00 a)
No decorrer deste material utilizaremos, para fins explicativos, o método da Conta Mista.
Que tal conhecermos agora o método da conta desdobrada para podermos traçar uma
relação entre ambas?
CONTA DESDOBRADA
a) 4.000,00 4.000,00 a)
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No método da conta desdobrada, na apuração de resultado o saldo da conta “Compras”
será transferido primeiramente para a apuração do custo da mercadoria e, posteriormente, para
a Conta Mercadorias, através do estoque final.
Os sistemas para registro das mercadorias são as técnicas utilizadas para controle e
apuração dos custos das mercadorias ou produtos nos estoques, sendo eles o Sistema de
Inventário Periódico ou Sistema de Inventário Permanente.
O inventário periódico tem este nome porque a partir de sua adoção as empresas passam
a elaborar o inventário físico das mercadorias existentes em estoque somente no final de um
período, que normalmente corresponde a um ano. Assim, o resultado da conta Mercadorias
(resultado bruto ou exercício) só será conhecido no final desse período.
A combinação entre os dois métodos e os dois sistemas resulta em pelo menos três
maneiras diferentes que podem ser adotadas para o registro e controle das operações com
mercadorias:
Legalmente não há uma exigência que determine a adoção desse ou daquele método ou
sistema. As empresas são livres para escolher a maneira mais adequada às suas realidades,
normalmente em função do porte e dos interesses internos. As empresas de menor porte, por
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não necessitarem de detalhes em seus registros, normalmente utilizam com mais freqüência o
método da conta mista com inventário periódico, enquanto as empresas de maior porte, por
necessitarem de detalhes em seus registros, adotam o método da conta desdobrada com
inventário periódico ou com inventário permanente.
Sites recomendados:
- http://www.anefac.com.br/
- http://www.bacen.gov.br/
- http://www.cfc.org.br/
- http://www.cjf.gov.br/bvirtual/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/eac/revista/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/
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3. ASPECTOS CONCEITUAIS DOS IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE AS COMPRAS E VENDAS
DE MERCADORIAS
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Antes de comentarmos especificamente sobre a tributação nas operações de compra e
venda, vejamos alguns termos que são comuns no que tange aos aspectos fiscais relacionados
com as operações mercantis, dentre eles: Fato Gerador, Contribuinte ou Responsável, Base de
Cálculo e Alíquota. Dentro destas considerações, estaremos apresentando o significado dos
tributos que iremos estudar neste conteúdo.
FATO GERADOR
Os atos que levam à ocorrência do fato gerador são: emissão de notas fiscais, escrituração
de livros fiscais, inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), inscrição no Estado e
no Município, além de manter e conservar livros e documentos, prestar declarações em
formulários, etc.
CONTRIBUINTE OU RESPONSÁVEL
Já o responsável é a pessoa que a Lei escolher para responder pela obrigação tributária,
em substituição ao contribuinte de fato, dada a maior complexidade para alcançá-lo. O
responsável não arca com o ônus tributário, que é suportado pelo contribuinte de fato. Atua
como uma espécie de agente arrecadador do fisco e como seu depositário.
BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (percentual) para apurar o
valor do tributo a ser pago, ou seja, o valor sobre o qual incide a tributação é a base de cálculo.
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Alguns exemplos de base de cálculo:
Para a COFINS, a base de cálculo será o faturamento mensal.
Para o IRPJ, a base de cálculo será o lucro real, presumido ou arbitrado.
ALÍQUOTA
Atenção!
Vale destacar que algumas alíquotas são definidas em Lei Complementar e, em alguns
casos, a lei estabelece as alíquotas mínima e máxima que poderão ser cobradas. Desta
forma, para os tributos estaduais, municipais e do Distrito Federal, estas alíquotas são
estabelecidas por estas esferas, atentando para os limites impostos pela legislação,
podendo ser diferentes de um Estado para o outro e de um Município para o outro.
Alguns dos tributos citados acima ainda não serão abordados neste tópico e foram
utilizados apenas como exemplos, mas trataremos do ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINS. Para tanto,
dividiremos o assunto em três esferas: empresas comerciais (discutidas no material impresso),
industriais e prestadoras de serviços (apresentadas no AVA) e, assim, daremos um tratamento
específico a cada situação.
SÍNTESE DE TRIBUTAÇÃO
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Sites recomendados:
- http://www.cfc.org.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
Vamos ver como podem ser contabilizadas estas operações nas indústrias e nas
prestadoras de serviços?
EMPRESAS INDUSTRIAIS
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As indústrias são contribuintes do ICMS, PIS, COFINS e também do IPI. O IPI é considerado
imposto cobrado por fora, pois o seu cálculo é feito sobre o valor dos produtos e, na operação, é
adicionado ao valor do mesmo produto. O percentual do IPI varia de acordo com o tipo do
produto que está sendo industrializado. Este imposto só será recuperado (compensado) entre
indústrias, pois, para as demais empresas, o IPI será incorporado ao preço de custo das
mercadorias, ok? Já veremos esta operação na prática!
Pode-se, então, concluir que se a atividade principal for industrialização poderá ser
constituído no Ativo Circulante, direito de compensação do mesmo. Porém, se a empresa for,
por exemplo, comercial, não irá registrar o IPI como direito e sim adicioná-lo ao custo da
mercadoria, na Ficha de Estoque (próximo assunto).
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Vale ressaltar que alguns impostos são recuperáveis, ou seja, quando compramos uma
determinada mercadoria o imposto que pagamos na compra pode ser recuperado na venda.
Isto ocorre porque o imposto não é cumulativo. Desta forma, alguns impostos podem ser
recuperáveis (não cumulativos) e não recuperáveis (cumulativos).
Nesta situação, sendo o IPI (R$ 6.000,00) um imposto recuperável, como o ICMS (R$
10.200,00), o PIS (R$ 990,00) e a COFINS (R$ 4.560,00), então todos serão deduzidos do valor total
da operação para apurarmos o valor do estoque dos produtos. Logo, teremos o valor de R$
44.250,00 a ser registrado no estoque. E, contabilizando, teremos:
66.000,00 a) a) 44.250,00
a) 6.000,00 a) 10.200,00
a) 990,00 a) 4.560,00
No momento da venda dos produtos os saldos das contas de impostos a recuperar serão
transferidos para as respectivas contas de impostos a pagar, no passivo circulante. Observem
que isto ocorrerá em operações normais, ou seja, quando os valores das vendas são superiores
aos valores de compras, pois, se em um determinado mês a indústria comprou mais matéria-
prima do que o valor total de vendas dos produtos acabados, teremos, neste caso, um valor
superior de impostos a recuperar.
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2ª Situação: a indústria Geração de Bons Produtos utiliza os produtos adquiridos no
processo de industrialização e, posteriormente, vende todos os produtos existentes no estoque
pelo valor total de R$ 100.000,00, à vista. Sobre a venda dos produtos incidiram o ICMS (17%),
PIS (1,65%), COFINS (7,6%) e, por se tratar de uma indústria, teremos ainda o cálculo do IPI,
seguindo o mesmo critério da compra.
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Registro da receita de venda
110.000,00 a) a) 110.000,00
c) 17.000,00 d) 1.650,00
17.000,00 c) 1.650,00 d)
e) 7.600,00 f) 10.000,00
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Passivo Circulante Passivo Circulante
7.600,00 e) 10.000,00 f)
Vocês notaram que a quantidade de lançamentos aumentou, não foi? Mesmo assim,
continua sendo fácil. Basta prestar atenção e realizar os lançamentos com calma. Aí vão
algumas dicas:
Identifiquem as contas a serem movimentadas.
Analisem quais são as origens e aplicações dos recursos, para saber quais contas serão
creditadas e debitadas (Crédito=Origem / Débito=Aplicação).
Toda vez que lançarem uma conta a crédito, lancem imediatamente a sua contrapartida,
ou seja, a conta a débito, e vice-versa
Fazendo assim, o sucesso na realização dos lançamentos será certo!
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As alíquotas do ISS poderão diferenciar de acordo com o local onde a empresa está
prestando os serviços e giram em torno de 2% a 5%. Estas empresas, quando são
exclusivamente prestadoras de serviços, não revendem mercadorias ou produtos, mas podem
adquiri-los para utilização como insumos na prestação de serviços.
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Observe que o valor da aquisição foi totalmente reconhecido como custo, sem deduzir
nenhum dos impostos.
Pelo reconhecimento dos impostos sobre a receita será cobrado ISS 5%, PIS 1,65% e
COFINS 7,6%.
Logo após a apuração do resultado do exercício iremos fazer a compensação dos direitos
e obrigações dos impostos, creditando as contas de Ativo e debitando as contas de Passivo.
Note que, no caso das empresas prestadoras de serviços, não se movimentam as contas de
impostos a recuperar, pois não fazem parte do regime de não cumulatividade!
Sites recomendados:
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
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TEMA 02 - INVENTÁRIO DE MERCADORIAS E CONTAS A RECEBER
Antes de iniciarmos o nosso estudo sobre o sistema de inventário periódico, para melhor
compreensão vale relembrar as funções de algumas contas que serão utilizadas. Vamos lá?
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e fins lucrativos. Assim, um supermercado, por exemplo, é
uma empresa comercial varejista.
Compra ou Aquisição de Operação na qual a empresa mercantil adquire a propriedade
mercadorias sobre bens materiais, os quais são denominados mercadorias,
para revenda.
Consignação Transação na qual uma empresa emite mercadorias de sua
propriedade para que outra empresa realize a
comercialização das mesmas, obtendo, pela prestação do
serviço, uma comissão. Desta forma a empresa que recebe a
comissão tem uma receita, a qual é denominada comissão
ativa, enquanto a entidade que é proprietária das
mercadorias tem uma comissão passiva, ou seja, uma despesa
de vendas.
Desconto Condicional Este tipo de desconto decorre de análises do setor financeiro
ou Financeiro em parceria com a administração geral da empresa. O
desconto condicional é criado de acordo com a política de
crédito da empresa e, em geral, busca viabilizar algum
objetivo financeiro maior a partir da mudança de
comportamento dos clientes. Portanto, é estabelecido para
todos os clientes em determinado período de tempo.
Desconto Incondicional Como o próprio nome designa, o desconto incondicional é
ou Comercial aquele realizado sem o preestabelecimento de uma condição
por parte do fornecedor. Em regra, ele se dá por causa do
volume de mercadorias adquiridas, para manter a fidelidade
de um bom cliente, também conhecido como cliente
preferencial, ou interesse de realizar promoção para que o
produto tenha maior saída ou que o mesmo se torne mais
conhecido, dentre outras promoções.
Devolução de Transação na qual as mercadorias adquiridas regressam para
mercadorias o fornecedor. A devolução de uma mercadoria adquirida é
possível quando ela não está de acordo com pedido
realizado.
Duplicata É um título de crédito utilizado em comercializações cujo
recebimento se dá a prazo. A entidade emissora da duplicata
é o credor, enquanto aquele que a aceita é o devedor.
Fatura Documento comercial que comprova as vendas efetuadas a
prazo ao mesmo cliente e que, portanto, pode englobar uma
ou mais notas fiscais. A finalidade precípua da fatura é
informar ao cliente a relação das notas fiscais a fim de que ele
possa conferir as notas fiscais a prazo e as receptivas datas ou
data de pagamento, já que este será realizado em menos de
30 dias.
Imposto “por dentro” Chama-se de imposto “por dentro” aquele já embutido no
valor da operação. O ICMS – Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços - é um exemplo de imposto “por
dentro”.
Imposto “por fora” Denomina-se imposto “por fora” aquele que não está
embutido no valor da operação. O IPI (Imposto sobre Produto
Industrializado) é um exemplo de imposto “por fora”.
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Inventário Levantamento físico das unidades em estoque, que é
demonstrado por um documento contábil que mostra toda a
movimentação de estoques de mercadorias, ou seja, entradas
por aquisição, transferência ou consignação, e saídas por
devolução vendas, transferência e ou consignação. Assim, um
inventário pode ser periódico, quando é feito num período de
tempo delimitado pela empresa, ou permanente, quando o
controle de estoque é contínuo, ou seja, a cada
movimentação há adição ou diminuição do valor do estoque.
Mercadoria Bem comprado por um estabelecimento comercial - de um
produtor ou atacadista – com o objetivo de revenda.
Nota Fiscal Documento emitido quando ocorre qualquer movimentação
de mercadoria (venda, devolução, transferência, consignação,
dentre outras). Empresas que prestam serviços também
devem emitir nota fiscal, entretanto, se a empresa for
comercial varejista, ela poderá optar pela emissão do Cupom
Fiscal – documento que tem a mesma validade da nota, mas é
emitido automaticamente por máquina apropriada.
Nota Fiscal - Fatura Documento utilizado para evitar o trabalho do faturamento
depois da emissão da fatura, já que ele é, ao mesmo tempo,
uma nota fiscal e uma fatura.
Venda de mercadorias Transferência do direito de propriedade de um bem material,
adquirido de um fornecedor, ao seu cliente, que pode ser um
consumidor final ou um varejista.
Ferrari (2002)
Antes de iniciarmos o estudo sobre o sistema de inventário periódico, vamos fazer uma
retrospectiva para melhor compreender os sistemas de inventários?
Nos meados do século XVIII as grandes indústrias não existiam e, neste cenário, a
contabilidade de custos era voltada para o comércio e não para a indústria. Desta forma, os
custos eram calculados periodicamente, pelo menos na época da elaboração do Balanço
Patrimonial.
Para calcularmos os custos poderíamos usar uma fórmula, com a ajuda da qual eram
calculados os custos, pois não havia inventários permanentes de estoques.
Por este critério o custo das mercadorias vendidas é apurado por dedução, ou seja,
utilizamos a seguinte fórmula:
CMV= EI + C - EF
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Devemos saber:
A Conta Desdobrada
Para que possamos comparar os dois métodos por conta mista (disponível no material
impresso) e contas desdobradas (na situação a seguir), vamos utilizar o mesmo exemplo.
1ª Situação:
Pelo Estoque Inicial (EI), cujo valor corresponde ao final do período anterior = R$
23.000,00, temos:
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Ativo Circulante
Estoque de Mercadorias
S 23.000,00
CMV = EI + C – EF
CMV = R$ 23.000,00 + R$ 104.500,00 - R$ 22.500,00
CMV = R$105.000,00
Conta de Resultados
Custo da Mercadoria Vendida
c) 23.000,00 22.500,00 d)
104.500,00
105.000,00
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Observe que na conta “Estoque de Mercadorias” foi registrado apenas o valor dos
estoques inicial e final.
RCM = V – CMV
Em que,
V = Vendas
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
Assim, RCM = R$ 150.000,00 – R$ 105.000,00 = R$ 45.000,00
Conta de Resultados
RCM
f) 105.000,00 150.000,00 e)
45.000,00 S
Para apurar o Resultado Com Mercadoria basta encerrar o saldo das contas Receita de
Venda e CMV com a conta RCM.
Vale ressaltar que o Inventário Periódico por Contas Desdobradas é pouco utilizado. O
método mais utilizado é o das Contas Mistas!
Sites recomendados:
- http://www.cfc.org.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/
Contabilidade Geral | 29
2. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: PEPS E UEPS E SUA CONTABILIZAÇÃO EM
RAZONETES
Vale destacar que na aplicação deste sistema pode ser realizado um controle contínuo de
entradas e saídas de mercadorias do estoque. As operações de entradas e saídas são controladas
com o auxílio de Fichas de Estoque, as quais possuem quatros colunas (dentre elas a data) e três
destas colunas são subdivididas em mais nove colunas, assim dispostas: entrada (quantidade,
valor unitário e total); e saída (quantidade, valor unitário e total). Este método possui a
vantagem de estar sempre atualizado em relação ao saldo do estoque.
Para utilização do sistema de inventário permanente podemos contar com três critérios
diferentes. Para vocês, quais são?
30 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Os critérios para avaliação possuem a seguinte denominação:
• PEPS ou FIFO
• UEPS ou LIFO
• Média Ponderada Móvel
PEPS ou FIFO
A sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai. Também é conhecida por
FIFO, iniciais da frase em inglês First In, First Out. Este sistema utiliza a seguinte técnica para dar
baixa nos estoques: são baixadas, do estoque de mercadorias, nos casos de vendas, a
mercadorias que foram compradas primeiro, ou seja, vendem-se ou consomem-se antes as
primeiras mercadorias adquiridas.
DATA FATOS
01/08/X1 Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00
04/08/X1 Compra, a prazo, de 15 unidades, ao custo unitário de R$ 60,00
09/08/X1 Compra, a prazo, de 05 unidades, ao custo unitário de R$ 70,00
15/08/X1 Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitária de R$ 100,00
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Para elaboração da Ficha de Estoque, pelo critério PEPS, devemos observar:
32 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Atenção!
Existem situações em que podem ocorrer devoluções, tanto de compra como de venda de
mercadorias.
As devoluções referentes às vendas recebidas dos clientes serão escrituradas
negativamente entre parênteses na coluna das saídas, o valor das devoluções recebidas
deverá ser o valor do custo da respectiva saída do estoque.
As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores serão escrituradas negativamente
entre parênteses na coluna das entradas, o valor das devoluções efetuadas deverá ser o
valor do custo da respectiva entrada no estoque.
Desta forma, a soma das colunas entradas e saídas do controle de estoque representará o
valor das compras e vendas.
FATOS LANÇAMENTOS
Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00 S
Compra, a prazo, de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00 a)
Compra, a prazo, de 05 unidades ao custo unitário de R$ 70,00 b)
Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitário de R$ 100,00 c)
Ativo Circulante
Passivo Circulante
Estoque de Mercadorias
Fornecedores
S 500,00 1.610,00 c)
900,00 a)
a) 900,00
2500,00 b)
b) 350,00
S 80,00
Conta de Resultado
Receita de Vendas
2.800,00 c)
Contabilidade Geral | 33
Para iniciarmos o próximo assunto a ser estudado, vamos começar apurando o Resultado
Com Mercadorias (RCM)?
Para melhor compreender o RCM devemos saber que as Vendas representam o total
faturado contra o cliente, independente da forma de pagamento, à vista ou a prazo. O Custo
das Mercadorias Vendidas (CMV) é o valor de custo da mercadoria para a empresa.
RCM = V - CMV
Em que
Agora, que já sabemos um pouco sobre o RCM, que tal encontrarmos o seu valor neste
exemplo prático trabalhado? Vamos lá!
34 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Já sabemos que o RCM pode ser encontrado através da fórmula
RCM = V - CMV
Então teremos:
RCM = V – CMV
RCM = R$ 2.800,00 - R$ 1.610,00
RCM = R$ 1.190,00
Conta Transitória
Resultado Com Mercadorias
a) 1.610,00 2.800,00 b)
1.190,00
Só para fixar:
UEPS ou LIFO
A expressão UEPS significa Último que Entra, Primeiro que Sai, e é também conhecida
por LIFO, iniciais da frase inglesa Last In, First Out.
Neste critério de controle de estoque a organização vai dando baixa nas mercadorias do
estoque a partir das últimas compras, ou seja: vendem-se ou consomem-se, primeiramente, as
últimas mercadorias compradas.
Para que possamos estabelecer uma base de comparação e análise usaremos os mesmos
fatos da 1ª Situação, ok?
Contabilidade Geral | 35
2ª Situação: verificando as movimentações do mês de agosto de X1 da empresa Boas
Vendas, vamos elaborar a Ficha de Estoque pelo método do UEPS e, em seguida, contabilizar os
fatos. Seguem as movimentações:
DATA FATOS
01/08/X1 Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00
04/08/X1 Compra, a prazo, de 15 unidades, ao custo unitário de R$ 60,00
09/08/X1 Compra, a prazo, de 05 unidades, ao custo unitário de R$ 70,00
15/08/X1 Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitária de R$ 100,00
Vamos agora dar os primeiros passos na Ficha de Estoque para saber se compreendemos
realmente o método UEPS?
36 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FICHA DE ESTOQUE UEPS
Entradas Saídas Saldos
Valor Valor Valor
Data Quant. unitário Total Quant. unitário Total Quant. unitário Total
01/08/X1 10 50 500
10 50 500
04/08/X1 15 60 900 15 60 900
10 50 500
15 60 900
09/08/X1 5 70 350 05 70 350
05 70 350
15 60 900
15/08/X1 08 50 400 2 50 100
SOMA 20 1250 28 1.650 2 100
Na elaboração desta segunda Ficha de Estoque podemos notar que na venda dos 28
itens de mercadorias utilizamos inicialmente as 05 unidades compradas por último, referentes à
aquisição do dia 09/08/X1, no valor unitário de R$ 70,00; em seguida as 15 unidades da
mercadoria compradas em 04/08/X1, pelo preço unitário de R$ 60,00; e, por fim, foi dado baixa
em 08 itens constantes no saldo (para completar o total de 28 unidades vendidas), custando
cada elemento R$ 50,00. Neste critério, a Última mercadoria que Entrou foi a que Primeiro Saiu,
pois refere-se ao critério UEPS!
Atenção!
Assim como no método anterior, podem ocorrer situações em que existam devoluções de
compra e/ou de venda de mercadorias dos estoques.
As devoluções referentes às vendas recebidas dos clientes serão escrituradas
negativamente entre parênteses na coluna das saídas, o valor das devoluções recebidas
deverá ser o valor do custo da respectiva saída do estoque.
As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores serão escrituradas negativamente
entre parênteses na coluna das entradas, o valor das devoluções efetuadas deverá ser o
valor do custo da respectiva entrada no estoque.
Desta forma, a soma das colunas entradas e saídas do controle de estoque representará o
valor das compras e vendas.
Contabilidade Geral | 37
FATOS LANÇAMENTOS
Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00 S
Compra, a prazo, de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00 a)
Compra, a prazo, de 05 unidades ao custo unitário de R$ 70,00 b)
Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitário de R$ 100,00 c)
Conta de Resultado
Receita de Vendas
2.800,00 c)
RCM = V - CMV
Em que
38 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Vejamos a sua contabilização:
Conta Transitória
Resultado Com Mercadorias
a) 1.650,00 2.800,00 b)
1.150,00
Atenção!
PEPS x UEPS
Contabilidade Geral | 39
PEPS UEPS
Primeiro que Entra, Primeiro que Sai Último que Entra, Primeiro que Sai
Na venda de mercadoria devemos retirar Na venda de mercadoria devemos retirar dos
dos estoques as primeiras mercadorias estoques as últimas mercadorias que entraram
que entraram
Permitida pelo Imposto de Renda Não é permitida pelo Imposto de Renda
Utilização do custo do lote mais antigo no
Utilização do custo do lote mais novo no
momento da venda da mercadoria momento da venda da mercadoria
Desvantagem: existe a necessidade de Desvantagem: não se acaba de usar todo um
controlar vários lotes para sabermos o lote, abandona-se este e começa-se a usar o
custo do mais antigo; na prática, muitas último, mais recente, existindo, assim, diversos
vezes isto pode dificultar controles de lotes com saldos no qual se usa
parcialmente
Desvantagem: a tendência é de que as Desvantagem: a tendência é de que as últimas
primeiras compras possuam um custo compras possuam um custo mais alto
mais baixo e o valor das compras
aumentem com o tempo
Seguindo esta tendência, provocará um Seguindo esta tendência, gerará um custo
estoque com valor mais alto, um custo normalmente maior, conseqüentemente os
mais baixo e um lucro maior, fazendo com estoques e o lucro serão menores, fazendo
que a empresa pague mais impostos com que a empresa pague menos impostos
Agora que você já tem o conhecimento sobre os critérios PEPS e UEPS, vamos entender
um pouco sobre a Média Ponderada e sua contabilização.
Sites recomendados:
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/eac/revista/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaldeauditoria.com.br/
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www4.usp.br/index.php/home
40 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
3. SISTEMA DE INVENTÁRIO PERMANENTE: MÉDIA PONDERADA E SUA
CONTABILIZAÇÃO EM RAZONETE
A Média Ponderada Móvel (MPM) é o terceiro critério de avaliação de estoque do sistema
de inventário permanente. Geralmente esta é a técnica mais usada, pois o custo médio será
sempre a divisão do saldo financeiro pelo saldo físico. O custo da MPM nos dá um custo
mediano, um lucro mediano e um estoque mediano.
Neste critério, o valor médio de cada unidade em estoque altera-se pelas compras de
outras mercadorias, se os preços forem diferentes. A utilização deste critério evita o controle de
custos por lotes de compras, como nos métodos anteriores, no entanto obriga a maior número
de cálculos, dando como custo de aquisição um valor médio ponderado das compras.
Este exemplo será chamado de 3ª Situação, pois, por finalidade didática e para fins de
comparação, usaremos os mesmos fatos contábeis aplicados nos outros critérios (PEPS e UEPS).
DATA FATOS
01/08/X1 Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00
04/08/X1 Compra, a prazo, de 15 unidades, ao custo unitário de R$ 60,00
09/08/X1 Compra, a prazo, de 05 unidades, ao custo unitário de R$ 70,00
15/08/X1 Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitária de R$ 100,00
Contabilidade Geral | 41
• A coluna destinada ao saldo indicará sempre as
quantidades em estoque com seus respectivos valores
médios, isto é, atualizados sempre em função das últimas
compras;
• Em novas operações somam-se os custos anteriores com
os da aquisição atual e divide-se o total pela quantidade
de unidades, obtendo-se, assim, o custo médio;
• Na venda de mercadoria devemos utilizar como valor
unitário de venda o valor constante na coluna do saldo, o
valor unitário, pois o mesmo já foi encontrado pela
média;
• Depois de concluídos todos os registros, finaliza-se o
preenchimento da ficha através da soma.
Que tal analisarmos nesse item operação por operação e de que forma foi escriturada na
Ficha de Estoque da Média Ponderada? Então vamos lá!
42 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
unitário de R$ 56,00 e um preço total de R$ 1.400,00; porém, com a nova compra de 05 itens a
um custo unitário de R$ 70,00, totalizando um pagamento de R$ 350,00, para acharmos o valor
médio ponderado do valor unitário da mercadoria basta dividir o valor total desembolsado
até o momento pela quantidade de mercadorias, ficando assim: R$ 1.750,00 ÷ 30 = R$ 58,33.
5º escrituração: no dia 15/08/X1 ocorreu uma venda, à vista, de 28 unidades pelo preço
de venda unitária de R$ 100,00. Para a escrituração na Ficha de Estoque não precisamos do
preço de venda unitário, pois damos baixa nas mercadorias pelo seu custo. Esta informação será
usada nos lançamentos contábeis e para apuração do RCM. Até o momento da nossa análise
temos, na coluna do saldo, 30 mercadorias a um custo unitário de R$ 58,33, totalizando um valor
de R$ 1.750,00, não é? Pois bem, se vou realizar uma venda de 28 itens, quanto será o custo
unitário de cada para que eu realize baixa do estoque? Para isto basta vocês verificarem, na
coluna do saldo, o custo unitário, pois nas outras operações vocês já tinham encontrado e
escriturado o valor médio ponderado. Desta forma, baixaremos na coluna de saídas:
Desta forma podemos concluir que, na venda dos 28 itens de mercadorias, utilizamos o
valor unitário de R$ 58,33, pois ele representa a média ponderada do preço da mercadoria
constante no estoque inicial, bem como as mercadorias que foram adquiridas em datas distintas
e com preços diferenciados.
Atenção!
Existem situações em que podem ocorrer devoluções, tanto de compra como de venda de
mercadorias.
As devoluções referentes às vendas recebidas dos clientes serão escrituradas
negativamente entre parênteses na coluna das saídas, o valor das devoluções recebidas
deverá ser o valor do custo da respectiva saída do estoque.
As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores serão escrituradas negativamente
entre parênteses na coluna das entradas, o valor das devoluções efetuadas deverá ser o
valor do custo da respectiva entrada no estoque.
Desta forma, a soma da coluna entradas e saídas do controle de estoque representará o
valor das compras e vendas.
Contabilidade Geral | 43
FATOS LANÇAMENTOS
Saldo inicial de 10 unidades ao custo unitário de R$ 50,00 S
Compra, a prazo, de 15 unidades ao custo unitário de R$ 60,00 a)
Compra, a prazo, de 05 unidades ao custo unitário de R$ 70,00 b)
Venda, à vista, de 28 unidades pelo preço de venda unitário de R$ 100,00 c)
Conta de Resultado
Receita de Vendas
2.800,00 c)
RCM = V - CMV
44 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Em que
Conta Transitória
Resultado Com Mercadorias
a) 1.633,33 2.800,00 b)
1.167,67
Agora eu gostaria de saber de vocês: qual dos critérios deve ser utilizado?
Contabilidade Geral | 45
CRITÉRIOS VENDA CMV RCM ESTOQUE FINAL
PEPS R$ 2.800,00 R$ 1.610,00 R$ 1.190,00 R$ 140,00
UEPS R$ 2.800,00 R$ 1.650,00 R$ 1.150,00 R$ 100,00
MÉDIA R$ 2.800,00 R$ 1.633,33 R$ 1.167,67 R$ 116,67
O PEPS possui um custo menor em virtude das compras realizadas no período, pois
compramos por preços diferentes e crescentes, e, no momento da baixa, retiramos dos estoques
as primeiras compras, ou seja, um estoque final com valor mais alto, um custo mais baixo e um
resultado (RCM) maior.
Atenção!
Sites recomendados:
- http://www.anefac.com.br/
- http://www.cfc.org.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.prossiga.br/nuca-ie-ufrj/economia/
- http://www.teses.usp.br/
46 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
4. ANTECIPAÇÃO DE RECEBIMENTOS COM DESCONTO DE DUPLICATAS
Contabilidade Geral | 47
descontou antecipadamente despesas financeiras (juros) de R$ 5.000,00 e comissões bancárias
pela contratação do serviço de R$ 1.000,00. Creditou na C/C Bancária o valor líquido de R$
34.000,00. A duplicata foi integralmente quitada na data do vencimento.
Não está ocorrendo a liquidação da duplicata, por isso o valor nominal do título deverá
ser contabilizado na conta retificadora da conta clientes (Duplicatas Descontadas).
Ativo Ativo
Duplicatas Descontadas Banco Conta Movimento
40.000,00 a) a) 34.000,00
Conta de Resultado
Despesa Financeira Conta de Resultado
Juros Passivos Despesa Financeira
a) 5.000,00 Comissões Bancárias
a) 1.000,00
Ativo Ativo
Duplicatas a Receber Duplicatas Descontadas
S 40.000,00 40.000,00 b) b) 40.000,00 40.000,00 S
48 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Pois é, estamos encerrando o 1º Bloco e espero que vocês tenham aproveitado ao máximo
as informações deste material! Agora vamos testar esses conhecimentos adquiridos
brincando um pouco?
Sites Recomendados:
- http://www.anefac.com.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.marion.pro.br/portal/modules/tinycontent/?id=1
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.prossiga.br/nuca-ie-ufrj/economia/
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/
PERGUNTAS
1 - As ________ são entidades jurídicas que têm como fator preponderante o patrimônio
e são acompanhadas e controladas pelo Ministério Público.
2 - Constituem-se as ________ pela união de pessoas que se organizam para fins não
econômicos.
3 - No registro das operações mercantis poderão ser utilizados dois tipos de métodos, o
da conta ________ ou o da conta ________, e dois tipos de sistemas, o sistema de inventário
________ e o sistema de inventário ________.
Contabilidade Geral | 49
7 - Existem três critérios de avaliação de estoque utilizados pelo Sistema de Inventário
Permanente. São eles: ________, ________ e ________ ________.
C T S P E U D D D A I R F A E
A U H I S T E R P V J F R D R
G O O C O F I N E V V E M A T
H Q Q T X R D V P A A B E R F
S A A O A E E G S L L P N B V
I X B F N S D T I O S L S O G
A I D U G W I Z S R A J U D B
I A F N V E A L T E D I R S N
R C T D R E T N E N A M R E P
T E A A E R X K D D R E C D J
S D D Ç E Y D M G E T D A S U
U S S O W H I T B S N I O D I
D E P E R I O D I C O A D E P
N T R S R F E B M I E P O L L
I N E R E D I Q I D D O S I O
D E W I C M S H T A S N A Q T
L R I S C O O G E S E D T U R
B R T O V I S S A P R E I I F
X D U P L I C A T A S R V D E
A C O S I A C O E C L A O A O
S S O T N E A V D P T D S C S
H E B L P T J D C S V A I A C
K T V A U N U N I O P R S 0 V
L N N Z J C H M B U O I E X A
M E C X J R L H U T Q P R A S
E L E M E R C A S B N I O C E
M E D I O O I I C V E M L V R
O V R I H C P G E E R L A F T
T I Y K N O I T N E D B V D R
Y U A S S O C I A Ç O E S R V
P E R S H S A I D A L F S T A
U E U U B U T O R S T W R A L
E C W Y I C O T A T S R D N B
D U Q T S G H E D R U T U O V
S T V E S E E A A G C G F T G
50 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Bloco Temático 02
Assim sendo, trataremos de peças contábeis que permitirão auxiliar a gerência no que se
refere à tomada de decisão gerencial. Vejamos o quanto será empolgante aprender sobre como
apurar o resultado da organização. Então daremos início agora a essa interessante experiência!
Contabilidade Geral | 51
Despesas Antecipadas compreendem as aplicações em gastos que venham a ter
realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial.
Seguros: a apropriação é feita linearmente, mas a mesma deve ser efetuada no mesmo
método de apropriação utilizado pela seguradora.
Juros: a apropriação deve ser feita do mesmo modo que foi feito pela instituição que
concedeu o empréstimo ou financiamento.
O saldo das contas deve ser conciliado mensalmente no levantamento dos balancetes e
balanços ou até mesmo em períodos menores. Todos os arquivos referentes às conciliações
devem ser guardados para possível conferência posterior, devendo ser feita confrontando com
documentos contábeis. Se forem apuradas diferenças, estas deverão ser apuradas e
regularizadas fazendo-se o lançamento de acerto dos saldos.
Inventário:
As despesas antecipadas, conforme a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76), serão
classificadas no Ativo Circulante. Todavia, tais despesas não possuem muita representatividade
52 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
em relação a outros ativos. Deste modo, no Balanço, elas são apresentadas pelo seu valor
absoluto.
Segundo a Lei das Sociedades por Ações, tais ativos contemplam os pagamentos que a
companhia efetua de forma antecipada e cujos benefícios serão, na realidade, auferidos no
exercício social seguinte.
Você sabia?
No Ativo Circulante
Sabemos que o Princípio da Competência diz que as despesas devem ser incluídas na
apuração do resultado no período em que ocorrerem, independente de seu pagamento. Assim,
as despesas que forem efetuadas nesse período não devem compor o resultado do exercício,
ainda que já tenham sido pagas.
Atenção!
Contabilidade Geral | 53
Exemplificando...
A organização ALFA contratou seguro para a sua sede pelo período de doze meses (1º de
maio de 2007 a 30 de abril de 2008), no valor $ 12.000. Esta despesa, paga antecipadamente em
10 de maio, irá compor o Ativo Circulante.
Na contratação:
Como não existe a configuração de despesa ato do pagamento do seguro, deve-se
contabilizar na Conta de Prêmio de Seguros a Apropriar, contra a Conta Caixa:
Razonete:
Débito Crédito
(1) 12.000,00
Caixa (Ativo)
Débito Crédito
XXXXXXXXX 12.000,00 (1)
D – Despesas de Seguros
C – Prêmios de Seguros a Apropriar (Ativo Circulante) ......................... $ 1.000
54 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Razonete:
Débito Crédito
(1) 12.000,00 8.000,00 (2)
Sd = 4.000,00
Débito Crédito
(2) 8.000,00
ATIVO CIRCULANTE
DESPESAS A VENCER / ANTECIPADAS
Contabilidade Geral | 55
Atenção!
Os adiantamentos a funcionários para despesas não devem ser classificados nesse grupo,
pois ainda não representam as despesas formalizadas.
Em relação às Receitas Antecipadas podemos dizer que são receitas que a companhia
recebe de uma obrigação de terceiros, pela venda de um bem ou pela prestação de um serviço.
Estes valores recebidos como receitas antecipadas serão classificadas em Resultado de Exercícios
Futuros. Assim, registra-se o que foi recebido antecipadamente, diminuído dos custos e
despesas correspondentes a serem apropriadas em períodos seguintes e que, de algum modo,
sejam restituíveis.
• Aluguéis;
• Comissão sobre Fianças;
• Comissão de Abertura de Crédito;
• Outras Despesas Operacionais.
Contabilização:
56 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Vamos ao exemplo prático:
Sua contabilização:
D – Caixa ou Bancos
C – Aluguéis recebidos antecipadamente..............................................$ 5.000
II) Pela apropriação ao resultado do período em janeiro de 2008:
Sites recomendados:
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cosif.com.br
Despesas Operacionais se configuram por serem despesas pagas pela empresa para a
realização de operações que possuam relação direta com o objeto da companhia. São despesas
administrativas e de comercialização, indispensáveis à colocação dos produtos no mercado.
Estas despesas são dedutíveis perante a legislação do Imposto de Renda. Deste modo, para a
apuração do Resultado Operacional, são deduzidas das receitas, além dos custos, as demais
despesas, tais como:
Contabilidade Geral | 57
• Despesas de vendas
• Despesas gerais e administrativas
• Despesas financeiras
• Outras despesas operacionais
• Propaganda e publicidade;
• Despesas com a constituição da provisão para créditos de liquidação
duvidosa;
• Despesas com créditos insolventes;
• Encargos de depreciação de bens utilizados para vendas;
• Despesas de pessoal de vendas;
• Encargos sociais do pessoal de vendas;
• Aluguéis de salas ou lojas de vendas;
• Material de expediente do setor de vendas;
• Viagens, estadas e representações dos vendedores;
• Água, luz, telefone das lojas ou setor de vendas;
• Comissões sobre vendas;
• Corretagem sobre vendas;
• Arrendamento mercantil de bens utilizados para vendas;
• Despesas de Correios de bens utilizados para vendas;
• Despesas com copiadora relativas a vendas;
• Frete sobre mercadoria vendida, quando ocorre por conta do vendedor;
• Brindes;
• Embalagens;
• Devolução de vendas de períodos anteriores;
• Honorários da diretoria responsável por vendas;
• Seguros;
• Outras despesas relativas a vendas.
58 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
• Transporte;
• Férias;
• Assistência médica;
• Energia elétrica;
• Água;
• Telefone, telex, fax;
• Seguros;
• Serviços de terceiros;
• Higiene e limpeza;
• Revistas e publicações;
• Material de escritório utilizado pelo setor administrativo;
• Arrendamento mercantil de bens utilizados pela administração;
• Honorários da diretoria administrativa;
• Viagens e estadias do pessoal administrativo;
• Contribuições e doações;
• Impostos e taxas;
• Provisões;
• Encargos com depreciação;
• Encargos com amortização;
• Encargos com exaustão;
• Outras despesas gerais e administrativas.
Atenção!
Contabilidade Geral | 59
Atenção!
Curiosidade!
Nas Despesas das Entidades Sem Fins Lucrativos não há preocupação com o custo,
tampouco a obtenção de lucro pela diferença entre o custo e a sua recuperação. De igual
forma, não há diferença entre o que foi adquirido para imediata aplicação e o que é
destinado a consumir futuramente ou mesmo a incorporação ao patrimônio. Considera-se
despesa tudo o que é inerente à atividade financeira de pagar. Assim, o aumento do
patrimônio dessas entidades ocorre com a aquisição de bens incorporados ao patrimônio,
o que, nessas entidades, considera-se despesas (FRANCO, 2006).
Receitas Operacionais
60 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
As Receitas Operacionais são classificadas em:
• Receitas Brutas;
• Receitas Líquidas;
• Receitas Financeiras.
Receitas Brutas
Em outra definição, temos que receita bruta é o produto da venda de bens e serviços nas
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em
conta alheia, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.
§ 1° Integra a receita bruta o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei
n° 4.506/64, art. 44).
Receitas Líquidas
Para o cálculo das Receitas líquidas somam-se os valores recebidos e, depois, deduzem-se
os impostos incidentes sobre vendas (como o ICMS), os descontos incondicionais e as vendas
canceladas.
Há que se atentar para não haver confusão entre Receita Líquida e Faturamento Líquido,
pois faturamento líquido é o total do faturamento abatido dos impostos em substituição, tais
Contabilidade Geral | 61
como IPI Faturado e ICMS Substituição, que possuem categoria diferente dos impostos sobre
vendas - ICMS.
Assim, dizemos que as Outras Despesas Operacionais não estão contidas no grupo de
vendas, administrativas e financeiras.
As Outras Receitas Operacionais não possuem relação direta com os objetivos sociais da
empresa. São receitas de natureza secundária aos objetivos sociais da organização.
Neste grupo incluímos outras receitas de caráter eventual, ou não, tais como: lucros de
participações em outras sociedades, receitas de juros, descontos obtidos.
Portanto, podemos dizer que as Outras Receitas Operacionais representam receitas que
estão no contexto operacional, mas que, igualmente a outras despesas operacionais, não estão
diretamente relacionadas com contas especificadas anteriormente.
62 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sites recomendados
- http://www.asscontcontabilidade.com.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cosif.com.br/
- http://www.fadepe.com.br/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
Outras Despesas Não Operacionais são de natureza eventual e possuem vínculo com as
operações normais da empresa. São despesas esporádicas e os seus valores não possuem
correlação direta com as operações tradicionais da empresa (PADOVEZE, 2004).
Procedendo a Conciliação:
Os saldos das contas devem ser conciliados mensalmente, sendo que as eventuais
diferenças devem ser circularizadas até que a regularização das pendências seja documentada.
Depois será procedida a correção dos saldos, mediante o lançamento de acerto.
• Despesas financeiras;
• Juros sobre o capital;
• Perdas de capital;
• Despesas operacionais diversas.
Analiticamente...
Despesas Financeiras:
Neste caso, essa conta deverá registrar nos subtítulos apropriados o valor das despesas
financeiras. Para uma adequada conciliação os saldos, bem como a movimentação dos
subtítulos, devem ser conciliados com seus correspondentes lançamentos em contas
patrimoniais.
Contabilidade Geral | 63
pendências serão regularizadas com o seu registro na contabilidade. Assim, devem ser
contabilizadas as despesas pendentes comprovadas por documentos.
Esta conta deve registrar o valor dos juros pagos sobre o capital social, conforme a
legislação em vigor. Quanto às conciliações, o saldo e as movimentações devem ser conciliados
com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais.
• Perdas de Capital:
Diferenças Negativas na Avaliação de Aplicações em Ouro;
Diferenças Negativas na Avaliação de Moedas Estrangeiras;
Diferenças Negativas na Avaliação de Depósitos e Cauções.
A conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor das perdas de capital. No que
tange à conciliação, o saldo e as movimentações sobre os subtítulos da conta devem ser
conciliados com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais.
Essa conta deverá registrar nos subtítulos apropriados o valor das demais despesas
operacionais que não puderam ser lançadas nas demais contas deste grupamento. Quanto à
conciliação, o saldo e as movimentações sobre os subtítulos da conta devem ser conciliados
com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais.
64 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
são classificadas como receitas não operacionais as reversões das reservas de reavaliação e das
provisões para perdas prováveis na alienação de investimentos.
Devem ser contabilizados os valores que não puderam ser lançados nas demais contas de
receitas não operacionais. As Receitas devem ser contabilizadas pelo Regime de Competência.
Para a correta conciliação, o saldo das contas deve ser conciliado quando do levantamento dos
balancetes e balanços.
Detalhando...
Essa conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor da Reversão de Provisões
Operacionais. Para se fazer uma conciliação da maneira correta, o saldo e as movimentações
sobre os subtítulos da conta devem ser conciliados com seus correspondentes lançamentos em
contas patrimoniais na época do levantamento dos balancetes mensais, dos balanços
patrimoniais ou balancetes intermediários. A regularização das pendências será efetuada por
meio de seu registro na contabilidade, com a correta contabilização das despesas pendentes.
A conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor da Reversão de Provisões Não
Operacionais. O modo correto de se fazer a conciliação será de forma que o saldo e as
movimentações sobre os subtítulos da conta devam ser conciliados com seus correspondentes
lançamentos em contas patrimoniais. Tal conciliação de saldos deverá ser efetuada
obrigatoriamente na época do levantamento dos balancetes mensais, dos balanços patrimoniais
ou balancetes intermediários.
Contabilidade Geral | 65
Essa conta deve registrar nos subtítulos apropriados o valor dos créditos que não
puderam ser lançados nas demais rubricas. O saldo e as movimentações sobre os subtítulos da
conta devem ser conciliados com seus correspondentes lançamentos em contas patrimoniais. A
conciliação será tem obrigatoriamente de ser feita a tempo do levantamento dos balancetes
mensais, dos balanços patrimoniais ou balancetes intermediários.
Sites recomendados
- http://www.asscontcontabilidade.com.br
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cosif.com.br/
- http://www.fadepe.com.br
- http://www.fag.edu.br
Atenção!
“Não se deve confundir custo com saída, nem receita com entrada de dinheiro, também o
resultado não pode ser confundido com saldo obtido em dinheiro. Se o resultado das
atividades foi positivo, tendo-se verificado aumento de patrimônio, ele estará
representado por aumentos em bens ou direitos ou redução de obrigações, que formam o
referido patrimônio” (FRANCO, 2006).
66 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Para que possamos apurar o Resultado do Exercício com eficácia é importante que
tenhamos, antes, conhecimento acerca dos Regimes Contábeis, que são: o Regime de
Competência e o Regime de Caixa
REGIME DE COMPETÊNCIA
No que tange às Despesas, aplica-se a mesma lógica, ou seja, o que importa é a despesa
efetivada em determinado período contábil, independente do período do seu pagamento.
A Legislação do Imposto de Renda entende que este é o Regime correto para que a
organização possa apurar seu resultado de forma transparente e segura, atendendo, deste
modo, ao Princípio da Competência.
Como exemplo, temos uma receita a receber decorrente da prestação de serviço que não
foi faturado ao destinatário e, assim, não recebido, porém deverá ser registrada:
D – Serviços a Faturar
C – Receita de Serviços ....................................................................... $ 5.0000
Contabilidade Geral | 67
Período seguinte – Pelo Faturamento do Serviço Prestado
Outro exemplo que podemos utilizar seria o pagamento das despesas de salário. Apesar
do pagamento normalmente ser efetuado no mês seguinte, a despesa será apropriada no
período em que foi incorrida - mês anterior, já que o fato gerador desta despesa, ou seja, o
trabalho dos funcionários, ocorreu no mês anterior.
Vejamos:
D – Despesas de Salários
C – Salários a Pagar ......................................................................... $ 600.0000
D – Salários a Pagar
C – Caixa ou Bancos c/ Movimento................................................... $ 600.0000
http://www.ctoc.pt/downloads/files/1196446895_40a43_contabilidade.pdf
REGIME DE CAIXA
Exemplificando…
Vejamos
68 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Caixa ou Bancos (Ativo)
Débito Crédito
(1) 4.000
Curiosidade!
No Brasil, as empresas com fins lucrativos são obrigadas a apurar seus Resultados pelo
Regime de Competência. Já as entidades sem fins lucrativos, adotam comumente o
Regime de Caixa.
Que tal vocês se aprofundarem um pouco mais sobre o Regime de Competência e fazerem
o diferencial, agregando conhecimento? Acessem o site!
http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=cosifxirpj
Contabilidade Geral | 69
E agora... Vamos praticar!
Regime de Caixa:
Situações
1. Vendas de mercadorias a prazo...................................................................$ 50.000
2. Provisão da folha de pagamento..................................................................$ 25.000
3. Recebimento de clientes (em dinheiro, referente às vendas a prazo do mês de outubro de
2007)............................................................................................. $ 5.000
4. Pagamento antecipado, em dinheiro, do aluguel de janeiro de
2008................................................................................................................. $ 3.000
Situação 3
D – Caixa (Ativo Circulante)
C – Receita de Vendas (Resultado do Exercício) ................................... $ 5.000
Situação 4
D – Despesas de Aluguéis (Resultado do Exercício)
C – Caixa (Ativo Circulante) .................................................................... $ 3.000
70 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Notamos que houve um lucro de $ 2.000 no período, ao adotar Regime de Caixa.
Situação 1
D – Clientes (Ativo Circulante)
C – Receita de Vendas (Resultado do Exercício) .................................. $ 50.000
Situação 2
D – Despesas de Salários (Resultado do Exercício)
C – Salários a Pagar (Passivo Circulante) ............................................. $ 25.000
Situação 3
D – Caixa (Ativo Circulante)
C – Clientes (Ativo Circulante) ................................................................ $ 5.000
Situação 4
D – Aluguéis a Vencer (Ativo Circulante – Despesas do Exercício Seguinte)
C – Caixa (Ativo Circulante) ................................................................... $ 3.000
Clientes (Ativo)
Débito Crédito
(1) 50.000 5.000 (3)
(Sd) 45.000
Contabilidade Geral | 71
Apuração do Resultado do Exercício - ARE
Débito Crédito
(6) 25.000 50.000 (5)
25.000 (Sd)
Como vimos, todas as organizações, sejam elas do primeiro, segundo ou terceiro setor,
necessitam apurar seus resultados confrontando as despesas com as receitas no sentido de
verificarem se auferiram lucro ou prejuízo.
Para proceder a essa apuração é necessário que algumas fases sejam seguidas:
Curiosidade!
72 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
SITES RECOMENDADOS
- http://www.asscontcontabilidade.com.br
-
http://www.asscontcontabilidade.com.br/portal/index.php?option=com_content&task=vi
ew&id=84&Itemid=31
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.ctoc.pt/downloads/files/1196446895_40a43_contabilidade.pdf
- http://www.cosif.com.br/
- http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=cosifxirpj
- http://www.direitovirtual.com.br/artigos.php?details=1&id=50
- http://www.fadepe.com.br
http://www.fag.edu.br/professores/jackson/Contabilidade%20Basica/DEMONSTRA%80%
E5ESFINANCEIRAS%20FAG.DOC
- http://www.netlegis.com.br/indexRC.jsp?arquivo=/detalhesDestaques.jsp&cod=2225
- http://www.netsaber.com.br/apostilas/apostilas/945.doc
- http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0871/mm/m0082772.html
- http://www.portaltributario.com.br/guia/rec_bruta.html
- http://www.rau-tu.unicamp.br/contabeis/read.php?tid=13&qid=763&key
- http://www.receita.pb.gov.br/Informativos/paraibasim/Cartilha_pbsim.doc
- http://www.sinprorp.org.br/Jornais/filantropia103.htm
- http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm
Contabilidade Geral | 73
TEMA 04 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: DRE E DVA
A partir deste momento iremos nos aprofundar um pouco mais e trabalharemos com as
demonstrações contábeis que exprimem o resultado do exercício e informam a capacidade de
geração de valor e a forma de distribuição da riqueza das empresas.
Mãos à obra!
O lucro será expresso como resultado de uma organização quando, no confronto entre
receitas e despesas, as primeiras superarem as segundas. Se, porventura, ocorrer o inverso, ou
seja, houver superação das despesas em relação às receitas, a entidade incorrerá em prejuízo.
Demonstrações Financeiras
74 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
• Limitada: caracteriza-se por seu capital dividido em quotas (sócios); não
precisa publicar em jornal, mas deverá apresentar as demonstrações
financeiras junto ao Imposto de Renda ou para atender ao novo Código Civil.
Apuração de Resultado
A cada exercício social a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios. Para saber
se obteve lucro ou prejuízo, a Contabilidade confronta a receita (vendas) com as despesas. A
apuração de resultado é realizada de forma destacada na Demonstração do Resultado do
Exercício (resumo ordenado das despesas e receitas do período).
Receita e Despesa
A Receita pode ser mensurada através do valor de troca do produto ou do serviço, que se
reflete no valor que será recebido no presente ou no futuro. Deste modo, nas Demonstrações
Contábeis, tanto a Receita quanto o Lucro devem ser reconhecidos conforme os critérios a
seguir:
o O produto deve ter tido seu valor acrescentado pela organização;
o É necessária a mensuração do nível da receita;
o As despesas correspondentes devem ser estimadas com certo nível de
precisão.
A Despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa para obter Receita, ou seja, é todo o
consumo de bens e serviços no processo de obtenção de Receita. Assim como a Receita, a
Despesa também possui o conceito de fluxo. Para as organizações, as Despesas conferem
redução de lucros. Em outras palavras, pode-se inferir que as Despesas reduzem o patrimônio da
entidade – reduzem os ativos líquidos.
Algumas Despesas, como custo dos produtos vendidos, são vinculadas a receitas e
reconhecidas na mesma oportunidade de reconhecimento de receitas decorrentes das mesmas
transações que as despesas. Algumas Despesas, a exemplo de salários de vendedores, têm o seu
reconhecimento no período em que são pagas ou quando são criadas obrigações de
pagamentos que dizem respeito a bens ou serviços utilizados ao mesmo tempo em que foram
adquiridas.
Contabilidade Geral | 75
A classificação da Despesa deve ser feita conforme a sua natureza, ou seja, despesas fixas
ou variáveis, em relação à produção, ao volume de vendas, etc. A Despesa é refletida no Balanço
através de uma redução do Caixa (à vista) ou aumento de uma dívida – Passivo (a prazo) ou
ainda na redução de Ativo como depreciação.
Despesa x Custo
Portanto, as interpretações feitas pelos decisores a partir das informações geradas pela
DRE confirmam a importância desta demonstração contábil. A Contabilidade é uma Ciência que
procura quantificar os recursos das organizações - espelhando os direitos contra as organizações
e os interesses que nelas existem -, promover a quantificação desses recursos, direitos e
interesses, bem como considerar as variações em momentos determináveis.
Pode-se, então, inferir que tais definições são pilares de ênfase no Balanço e na DRE,
como medidas de níveis e variações de riqueza. Ao demonstrar o resultado econômico das
entidades, as informações contidas na DRE devem ser oportunas e confiáveis para fins de
tomadas de decisão e devem, também, provocar mais benefícios do que custos e ser relevantes
para quem delas necessita.
76 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A Demonstração do Resultado do Exercício é a demonstração contábil que confronta as
despesas e as receitas da entidade e apura qual o resultado líquido do período. Se a entidade for
recém criada e não tiver encerrado seu exercício social, a DRE poderá ser substituída por um
balanço atualizado, no qual devem constar detalhadamente as receitas e despesas efetuadas.
Deste modo, entendemos que a DRE é considerada como um dos mais importantes
demonstrativos contábeis, pois contém informações mais dinâmicas sobre os fatos
administrativos, demonstrando também a eficiência administrativa ao evidenciar se as empresas
conferiram resultados positivos ou negativos.
Atkinson et. al (2000, p. 37) admite a importância da informação contábil ao afirmar que:
“através de ferramentas que permitem uma interpretação dos números da empresa a
contabilidade poderá executar o seu papel de gerar informações aos empresários para que estes
tomem decisões mais acertadas e em tempo hábil”.
Assim sendo, a DRE consolida-se como uma ferramenta gerencial para as organizações,
qualquer que seja o seu porte e ramo de atuação.
Conforme o Art. 187 da Lei 6.404/76 - Lei das Sociedades Por Ações, alterada pela Lei
11.638/07, a DRE, confrontando as receitas com as despesas em determinado exercício,
apresenta:
Contabilidade Geral | 77
Outrossim, temos que o Princípio da Realização da Receita preconiza que: as receitas
serão reconhecidas no exercício em que serão realizadas; quando do fornecimento de bens ou
serviços em troca de dinheiro ou outro tipo de ativo, como títulos a receber. Desse modo,
entende-se que a contabilização das vendas de bens e de serviços e o conseqüente registro das
contas a receber são orientados por este principio.
Nos mesmos períodos em que forem lançadas as receitas e os rendimentos deverão estar
registrados todos os custos, despesas, encargos e riscos correspondentes àquelas receitas
(FIPECAFI, 2008)?
Como sabemos, o objetivo da DRE é fornecer aos usuários das demonstrações financeiras
das entidades as informações necessárias referentes ao resultado de cada exercício social.
Neste sentido, objetivando o melhor atendimento ao usuário, a Lei das Sociedades por
Ações estabelece a apresentação da DRE contendo por início o valor total da receita apurada
nas operações de venda, da qual se deduz o custo total em relação a essas vendas, procedendo à
apuração da margem bruta, que se traduz no lucro bruto.
Após a dedução das despesas operacionais totais obtém-se o lucro operacional, que se
configura em um dado essencial na análise das informações de uma organização.
78 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
atividades-fim da organização, apurando-se em seguida o resultado antes do Imposto de
Renda.
Finalmente, chegou o momento em que iremos visualizar o que foi descrito acima, com a
apresentação da estrutura da DRE.
DISCRIMINAÇÃO
RECEITA BRUTA
(-) Deduções
RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo das Vendas ou dos Serviços
RESULTADO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
Vendas
Administrativas
Financeiras (deduzem-se as receitas)
Outras despesas ou receitas
RESULTADO OPERACIONAL
Receitas Não Operacionais
(-) Despesas Não Operacionais
(+/-) Ganho/Perda
RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Provisão para o Imposto de Renda
LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA
(-) Participações (Debêntures, Empregados...)
RESULTADO LÍQUIDO
Contabilidade Geral | 79
Sites recomendados
- http://www.sinprorp.org.br/Jornais/filantropia103.htm
https://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/aplicacoes/atspo/pgdarf.app/ajud
a/Conte_do_PGDAS/ManualdoCalculo/ConceitosCalc.htm
http://www.fadepe.com.br/restrito/conteudo/pos_4_audi_fisc_trib_apostila_fund_contab
.doc
DESPESAS FINANCEIRAS
Juros Passivos 3.000
RECEITAS FINANCEIRAS
Juros Ativos 25.000
80 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sites recomendados
- http://www.bacen.gov.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
Contabilidade Geral | 81
Diante do exposto, a Contabilidade deve produzir informações que sejam úteis,
relevantes, confiáveis e tempestivas aos seus usuários.
O art. 176 da Lei nº 6.404/76, alterado pela Lei 11.638/07, determina que, ao fim de cada
exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as
seguintes demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício;
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
Vale lembrar que até o exercício de 2007 a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos (DOAR) também era obrigatória, no entanto, a partir do exercício de 2008, houve
substituição da DOAR pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Outra demonstração que
não era obrigatória e passou a ser, para as companhias abertas, é Demonstração do Valor
Adicionado (DVA).
Para elaboração deste tópico foi observado o que determina a Lei das Sociedades
Anônimas e a Resolução CFC nº 686/90.
Vamos conhecer e, em alguns casos, relembrar o objetivo e características destas
demonstrações?
82 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Balanço Patrimonial - BP
Esta demonstração contábil é constituída pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio
Líquido, em que:
a) ativo circulante;
b) ativo realizável a longo prazo;
c) ativo permanente, dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido.
Em relação às contas do Passivo, elas serão classificadas nos seguintes grupos:
a) passivo circulante;
b) passivo exigível a longo prazo;
c) resultados de exercícios futuros.
- capital social;
- reservas de capital;
- ajustes de avaliação patrimonial;
- reservas de lucros;
- ações em tesouraria; e
- prejuízos acumulados.
Contabilidade Geral | 83
• as contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de
realização; e
• as contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de
exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos
para os grupos e os subgrupos.
Pode-se dizer, então, que o Balanço Patrimonial encerra a seqüência dos procedimentos
contábeis, apresentando, de forma ordenada, os três elementos que compõem o patrimônio da
empresa, que são bens, direitos e obrigações.
Da análise de balanço podem-se extrair informações que serão úteis para um objetivo
econômico da organização. Neste sentido, entendemos que a utilização da análise de Balanço é
um instrumento fundamental para as tomadas de decisões nas empresas.
Neste sentido, a análise das demonstrações contábeis pode ser realizada de várias
formas, tais como: análise propriamente dita, análise por quocientes, análise vertical, análise
horizontal ou comparação com padrões, sendo importante frisar que nenhum índice deve ser
considerado isoladamente. Este tópico sobre o Balanço Patrimonial foi só para relembrar! Vamos
agora conhecer um pouco mais sobre as outras demonstrações contábeis obrigatórias?
Neste item, apenas reforçaremos o entendimento sobre este demonstrativo. Para maior
detalhamento será necessário voltar ao tópico específico sobre ele, ok?
84 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
De acordo com o art. 187 da Lei nº 6.404/76, a DRE discriminará:
Contabilidade Geral | 85
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA
De forma resumida, a Lei nº 6.404/76, em seu art. 186, estabelece que a DLPA
discriminará:
Uma informação importante: sabemos que os lucros e/ou prejuízos do exercício são
destinados para o Balanço Patrimonial, especificamente para o grupo de Patrimônio Líquido,
não é?
86 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
As empresas de capital aberto são obrigadas, por exigência da CVM, a elaborar a
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
Conforme FIPECAFI (2000), as Demonstrações do Fluxo de Caixa (DFC) têm como objetivo
primário prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos em dinheiro, de
uma empresa, ocorridos durante um determinado período. Desta forma, o Fluxo de Caixa
assume importante papel no planejamento financeiro das empresas. Portanto, constitui-se em
um exercício dinâmico que deve ser constantemente revisto, atualizado e utilizado na tomada
de decisões.
Embora, no Brasil, a DFC tenha se tornado obrigatória, somente a partir de 2008, esta
demonstração, seguindo uma tendência internacional, tornou-se obrigatória desde no ano de
1998. Antes, teve seu início no Canadá, em 1985, devido à sua importância e utilidade para os
usuários internos da Contabilidade.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa mostra a origem do dinheiro que entrou no caixa da
empresa, como também mostra a aplicação do dinheiro que saiu do caixa em determinado
período. Mostra, também, o Resultado do Fluxo Financeiro da empresa.
O objetivo da DFC é informar acerca dos resultados das operações de caixa das
organizações e sua posição de solvência ou insolvência. Neste sentido, Thiesen (2000) afirma
Contabilidade Geral | 87
que a DFC mostra, direta ou indiretamente, as mudanças que tiveram reflexo no caixa, suas
origens e aplicações.
Na elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa deverão ser utilizadas técnicas que
permitam que haja a projeção das entradas e das saídas da organização de modo objetivo.
Assim sendo, a DFC bem elaborada conterá informações confiáveis para que o processo
decisório possa transcorrer com a segurança necessária.
A seguir serão relacionadas, em dois grupos, as principais transações que afetam o Caixa.
88 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
• Pagamentos de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da Dívida;
• Aquisição de itens do Ativo Permanente;
• Compras à Vista e Pagamentos de Fornecedores;
• Pagamentos de Despesa/Custo, Contas a Pagar e Outros.
•
TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAIXA
Agora veremos algumas transações que não afetam o caixa, ou seja, não há encaixe e
nem desembolso:
Depreciação, Amortização e Exaustão. São meras reduções de Ativo, sem afetar o caixa:
a) das operações;
b) dos financiamentos;
c) dos investimentos;
Contabilidade Geral | 89
Vale ressaltar que a obrigatoriedade da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e da
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) passou a ser exigida a partir do exercício de
2008, através da Lei nº 11.638/07.
Em relação à Demonstração dos Fluxos de Caixa, a companhia fechada com patrimônio
líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será
obrigada a elaborar e publicar esta demonstração.
A DVA só é obrigatória para a companhia aberta.
90 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Sites recomendados
- http://www.bacen.gov.br/
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.ibracon.com.br/
- http://www.portaltributario.com.br/
- http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
Vimos, no tópico anterior, que a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) passou a ser
obrigatória para as empresa de capital aberto a partir do exercício de 2008.
Conforme já previa a lei 4.604/76 – a Lei das S/A -, as companhias, em geral, deviam, ao
final de cada exercício social, apresentar o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração dos Lucros
ou Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e a
Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR).
A Lei 11.638/07 substituiu a Demonstração das Origens e Aplicação dos Recursos (DOAR)
pela Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC) e passou a exigir, também, a Demonstração do
Valor Adicionado (DVA).
A Reforma da Lei das S.A determina que as empresas brasileiras deverão se enquadrar aos
novos processos de internacionalização da contabilidade, adequando-se aos padrões
internacionais (IFRS) necessários à mundialização de informações de caráter gerencial para as
organizações.
A Demonstração do Valor Adicionado possui em sua estrutura, sugerida pela NBC T 3.7,
aprovada pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC n.º 1.010/05, as mesmas
informações da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), mas separadas de modo a
permitir uma visão social dos resultados das organizações.
Contabilidade Geral | 91
A Demonstração do Valor Adicionado torna possível a avaliação do nível de
produtividade da organização, bem como o seu desempenho social no setor econômico em que
está inserida.
Apesar de a DVA informar o valor da riqueza criado pela organização e a forma de sua
distribuição, ela não pode ser confundida com a Demonstração do Resultado do Exercício, que
possui informações quase que exclusivamente direcionadas para os sócios e acionistas, já que a
DVA informa o modo de distribuição de suas riquezas entre o governo, funcionários,
fornecedores externos e os próprios sócios e acionistas.
92 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
os funcionários, com o meio ambiente e até mesmo com o Governo e passaram a promover
projetos sociais de desenvolvimento sustentável nas comunidades em que estão inseridas.
Esses valores são divididos pelos setores da economia que abarcam os diversos meios de
atividade social. Através da análise da Distribuição do Valor Adicionado de todas as empresas
em âmbito nacional é possível qualificar os setores da economia que melhor interagem com a
sociedade e estruturar, através da soma de todos os valores adicionados pelas empresas, o valor
do Produto Interno Bruto (PIB).
Você está percebendo que a informação contábil está cada vez mais próxima da
sociedade? Sim! E isto é possível através das informações contidas na DVA que demonstra, no
Balanço Social, a importância das organizações e o quanto podem colaborar, tanto para a
economia quanto para o desenvolvimento social.
Contabilidade Geral | 93
A Demonstração do Valor Adicionado como instrumento gerencial
A Contabilidade de Custos, por exemplo, utiliza-se das informações da DVA para análise
gerencial de custos no sentido de evidenciar e interpretar as variações existentes nos principais
tópicos deste demonstrativo, no que tange aos custos das empresas.
94 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A utilização da Demonstração do Valor Adicionado como instrumento gerencial é
demonstrada a seguir:
• Ao comparar o valor das saídas com o valor das entradas, as organizações podem
mensurar a eficiência e a eficácia organizacional quando da utilização dos fatores
de produção, a DVA serve como índice de avaliação do desempenho na geração
da riqueza da organização;
• A DVA se traduz em um índice de avaliação do desempenho social quando
evidencia, na distribuição da riqueza gerada, a participação dos empregados, do
Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas;
• A DVA evidencia também a real contribuição da organização, pela ótica de
desempenho, para a geração de riqueza da economia em que está inserida.
As alterações trazidas pela Lei no 11.638, aprovada em 28/12/2007, que entrou em vigor
a partir de 01/01/2008, promoveu alterações relevantes na Lei no 6.404/76. A Inclusão da
Demonstração do Valor Adicionado foi uma dessas alterações.
Em seu art. 176, IV, a referida Lei trata da obrigatoriedade da inclusão da DVA no
conjunto de demonstrações financeiras elaboradas, divulgadas e que devem ser aprovadas pela
assembléia geral ordinária.
Contabilidade Geral | 95
Art. 176. (...)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
A DVA demonstra a geração de valor e sua distribuição para pagamento de insumos, para
pagamento de salários de empregados, impostos ao governo, dividendos, juros sobre o capital
próprio aos acionistas e reinvestimentos da empresa.
Em relação à DRE, A DVA evidencia o valor adicionado da entidade - a geração de riqueza
e a forma como esta riqueza foi distribuída entre os agentes. Já a DRE evidencia o resultado do
período, detalhando seus componentes.
A Lei no 11.638/07, em seu art. 7º, permite que, no primeiro exercício social, a DVA seja
divulgada sem a indicação dos valores referentes ao ano anterior. Todavia, a Comissão de
Valores Mobiliários - CVM entende que as companhias que já vinham divulgando estas
demonstrações deverão divulgá-las com a indicação dos valores dos exercícios anteriores.
Art. 7º da Lei no 11.638/07:
“As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 da Lei no 6.404, de 15
de dezembro de 1976, poderão ser divulgadas, no primeiro ano de vigência desta Lei, sem a
indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior”.
96 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
No Grupo de Insumos Adquiridos de Terceiros devem constar:
Contabilidade Geral | 97
Lembrando mais uma vez que a Demonstração do Valor Adicionado deve ser compatível
com a Demonstração do Resultado do Exercício. Deve, também, conter representação
percentual participativa.
GRUPO COMPONENTES
1 a receita bruta e as outras receitas;
2 os insumos adquiridos de terceiros;
3 os valores retidos pela entidade;
4 os valores adicionados recebidos (dados) em transferência a outras entidades;
5 valor total adicionado a distribuir; e
6 distribuição do valor adicionado.
Atenção!
O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos
adquiridos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do
Produto Interno Bruto (PIB).
Vamos ao passo-a-passo?
98 | CIÊNCIAS CONTÁBEIS
GRUPO 1
GRUPO 2
GRUPO 3
3 - Nos valores constantes dos itens “a”, “b” e “c”, acima, devem ser considerados todos os
tributos incluídos na aquisição, recuperáveis ou não.
GRUPO 4
Contabilidade Geral | 99
GRUPO 5
GRUPO 6
Além das informações contidas nos itens 1 ao 6, a entidade deve acrescentar ou detalhar
outras linhas na Demonstração do Valor Adicionado quando o montante e a natureza de um
item ou o somatório de itens similares forem de tal magnitude que a apresentação em separado
ajuda na apresentação mais adequada da Demonstração do Valor Adicionado.
3 – RETENÇÕES
3.1. Depreciação, amortização e exaustão (xxx) (xxx)
7.2. Tributos
Federais xxx Y% xxx Y%
Estaduais xxx Y% xxx Y%
Municipais xxx Y% xxx Y%
Menos: incentivos fiscais (xxx) Y% (xxx) Y%
7.3. Financiadores
Juros xxx Y% xxx Y%
Aluguéis xxx Y% xxx Y%
Produtos A e B 146.457
31.01.00.00 Receita de vendas 147.380
31.02.00.00 Deducoes de Vendas (923)
2007
Geração do valor adicionado R$ mil
Receita de vendas, vendas canceladas e receitas não operacionais
2007
Geração do valor adicionado R$ mil
Receita de vendas, vendas canceladas e receitas não operacionais 146.457
A Demonstração do Valor Adicionado pode ser considerada como principal item que
compõe o Relatório da Diretoria (MARION, 2007).
Sites recomendados
- http://www.classecontabil.com.br/
- http://www.cvm.gov.br/
- http://www.eac.fea.usp.br/
- http://www.fipecafi.com.br/
- http://www.ibracon.com.br/
- http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
- http://www.receita.fazenda.gov.br/
- http://www.redecontabil.com.br/
- http://www.teses.usp.br/
BIBLIOGRÁFICAS
SITES
http://www.virtnet.com.br/administracao/historia.html-
http://www.comciencia.br/reportagens/aguas/aguas09.htm
http://www.consciencia.org/racionalidade_origem_civilizacao_ocidental-michel.shtml
http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?codigo=TL0002&area=d8
http://www.aditepp.org.br/gtindicadores/pdf/gt3.pdf
www.luventicus.org/articulos/03U011/durkheim.html
http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi-
bin/PRG_0599.EXE/6393_3.PDF?NrOcoSis=17730&CdLinPrg=pt
http://www.carlosmota.info/docs/Karl%20Marx.pdf
http://www.economista.hpg.ig.com.br/Geral/4/interna_hpg3.html
http://www.economiabr.net/economia/1_hpe5.html
http://www.mundode.com/Economia/hpe6.html
http://www.geocities.com/sjuvella/Maquiavel.html
http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/autores2/index09.htmlhttp://www.logoshp.hpg.ig.com.br/fil
obac.htm
http://www.brasil.terravista.pt/magoito/1866/Historia/descartes.html
http://www.ime.unicamp.br/~calculo/modulos/history/descartes/descartes.html
http://www.terra.com.br/voltaire/cultura/descartes5.htm#13http://www.hystoria.hpg.ig.com.br/
hoblock.html
http://nossocurso.hypermart.net/evol/hobb.htm
http://www.economiabr.net/economia/1_hpe6.html
http://www.hystoria.hpg.ig.com.br/marx2.html
http://www.calidad.org/articles/mar97/3mar97.html
http://www.utp.br/lead/download/Capitulo%201%20ap%20ADMinfo.doc
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