Professional Documents
Culture Documents
Cálculo I
Manaus 2007
FICHA TÉCNICA
Governador
Eduardo Braga
Vice–Governador
Omar Aziz
Reitora
Marilene Corrêa da Silva Freitas
Vice–Reitor
Carlos Eduardo S. Gonçalves
Pró–Reitor de Planejamento
Osail de Souza Medeiros
Pró–Reitor de Administração
Fares Franc Abinader Rodrigues
Pró–Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários
Rogélio Casado Marinho
Pró–Reitor de Ensino de Graduação
Carlos Eduardo S. Gonçalves
Pró–Reitor de Pós–Graduação e Pesquisa
José Luiz de Souza Pio
Coordenador Geral do Curso de Matemática (Sistema Presencial Mediado)
Carlos Alberto Farias Jennings
Coordenador Pedagógico
Luciano Balbino dos Santos
NUPROM
Núcleo de Produção de Material
Coordenador Geral
João Batista Gomes
Editoração Eletrônica
Helcio Ferreira Junior
Revisão Técnico–gramatical
João Batista Gomes
Inclui bibliografia.
Palavra do Reitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
UNIDADE I – Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
TEMA 01 – Função ou Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE II – Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
TEMA 02 – Limites – Definição e Limites Laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
TEMA 03 – Continuidade de uma Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
TEMA 04 – Propriedades dos Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
TEMA 05 – Limites Infinitesimais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
TEMA 06 – Limites Trigonométricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
TEMA 07 – Limites Exponenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
UNIDADE IV – Integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
TEMA 14 – Integrais Primitivas e Indefinidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
TEMA 15 – Cálculo de Área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
TEMA 16 – Área entre Curva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
TEMA 17 – Mudança de Variável na Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
TEMA 18 – Integração por partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
TEMA 19 – Integrais Trigonométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
TEMA 20 – Integrais de Funções Racionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
PERFIL DOS AUTORES
Exemplos:
1. Verificar se o gráfico abaixo representa uma fun-
ção.
11
UEA – Licenciatura em Matemática
3
• O valor que f assume em x é f(x) = x . Esta
função associa a cada real x o número real
Solução: f(x) = x3.
3 3
Dado o gráfico, temos que: • f(–1) = (–1)3 = –1, f(0) = 0 = 0, f(1) = 1 = 1
• O gráfico de f é tal que Gf = {(x,y) / y = x3,
x∈IR}
Domínio de funções
O domínio de uma função representa o conjun-
to de valores para os quais ela existe. Dentre
os principais casos, temos:
a) O domínio de uma função polinomial é sem-
pre real.
Observe que existem retas verticais que tocam b) Para o domínio de uma função que possui
em mais de um ponto no gráfico, daí podemos variável no denominador, basta ser este dife-
concluir que f não é função ou aplicação. rente de zero.
2. Verificar se o gráfico abaixo é uma função ou c) Radical com índice par no numerador pos-
aplicação. sui radicando maior ou igual a zero.
d) Radical com índice par no denominador
possui radicando maior que zero.
Exemplos:
1. Qual é o domínio mais amplo para a função
?
Solução:
12
Cálculo I – Função
d)
e)
f) Gráfico de f:
A função f é dada pela regra .
Observação – Quando uma função vem
Quando x cresce, y também cresce sendo o
dada por uma regra do tipo x |→ y, y = f(x),
crescimento de Y mais lento que o de x
é comum referir-se à variável y como variá-
; quando x se vel dependente, e à variável x como variável
aproxima de zero, y também aproxima-se independente.
de zero, só que mais lentamente
6. Dada a função f(x) = – x2 + 2x, simplifique:
que .
a) b)
13
UEA – Licenciatura em Matemática
Solução:
9. Seja
a)
assim Tem–se:
a) Df = IR; Im f = {–1,1}
.
b) Gráfico de f
Observe: f(1) = –12 +2 = 1.
b) primeiro, vamos calcular f(x + h). Temos
f(x + h) = – (x + h)2 + 2(x + h) =
–x2 – 2xh – h2 + + 2x + 2h.
Então,
14
Cálculo I – Função
Solução: f(–1) = 3 – 0
(fog)(x) = 2x + 1 f(–1) = 3
f(x) = –2x + 3
4. Determine o domínio da função .
g(0) = ?
Solução:
(fog)(x) = 2x + 1
–2(g(x)) + 3 = 2x + 1
g(x) = –x + 1. Logo g(0) = 1 x+1=t x=t–1
3–x>0 x<3
D(f) = ]–;3[
1. Qual é o domínio mais amplo da função 1.4 Função polinomial do 1.o grau
?
Definição
Solução: Chama-se função polinomial do 1.o grau, ou
(1) 1 – x ≥ 0 ⇒ x ≤ 1 função afim, a qualquer função f de IR em IR
dada por uma lei da forma
(2) 2x + 1 ≠ 0 ⇒ x ≠ –1/2
f(x) = ax + b, em que a e b são números reais
Fazendo-se (1) (2), temos que:
dados e a ≠ 0.
Na função f(x) = ax + b, o número a é chama-
– do de coeficiente de x, e o número b é chama-
do termo constante.
D(f) = {x∈IR/ x ≤ 1 e x ≠ –1/2}
Gráfico
2. Determine o valor de k para que O gráfico de uma função polinomial do 1.o
fog(x) = gof(x), dadas f(x) = 2kx +1 e grau, y = ax + b, com a ≠ 0, é uma reta
g(x) = 2– 3x. oblíqua aos eixos Ox e Oy.
Solução: • Se a > 0, então f será crescente.
15
UEA – Licenciatura em Matemática
Solução:
a) O gráfico de f é a reta que passa pelos pon-
tos (0, 0) e (1, 2).
1. Esboce os gráficos.
a) f(x) = 2x.
b) g(x) = –2x
c) h(x) = 2 I x I
16
Cálculo I – Função
17
UEA – Licenciatura em Matemática
parábola y = –x2 + 2x – 5.
a) (1,–4) b) (0,–4)
c) (–1,–4) d) (2,–2) Exemplo:
e) (1,–3)
(USP) Construir o gráfico da função
Solução: f(x) = –x2 + 2x –1, no plano cartesiano.
1. y = –x2 + 2x – 5, então a = –1, b = 2 e Solução:
c = –5
(1) f(x) = –x2 + 2x –1, então a = –1, b = 2 e
2. = b2 – 4ac = 22 – 4.(–1).(–5) = –16
c = –1
3. (2) = b2 – 4ac, então = 22 – 4.(–1).(–1) = 0,
logo as raízes de f são
4.
a<0
Observação:
1. Função polinomial – Uma função f: IR → IR
dada por
f(x) = a0xn + a1xn–1+ ... + an – 1x + an
em que a0, a1, a2, ..., an são números fixos,
denomina-se função polinomial de grau n (n
IN).
a) f(x) = x2 – 4 é uma função polinomial de
grau 2, e seu gráfico é a parábola
18
Cálculo I – Função
19
UEA – Licenciatura em Matemática
a) b)
1. Calcule:
c) d)
a) f(–1) e sendo f(x) = –x2 + 2x
e)
b) g (0), g (2) e g( ) sendo
e)
b)
0
c) h(x) =
20
Cálculo I – Função
21
UEA – Licenciatura em Matemática
22
UNIDADE II
Limites
Cálculo I – Limites
vizinhanças do ponto x = 1, ponto este que não Quando o limite lateral à esquerda Le coincide
pertence ao domínio de f, constatamos que a com o limite lateral à direita Ld, diz–se que
função se aproxima rapidamente do valor L = existe o limite da função no ponto c e o seu
2, quando os valores de x se aproximam de x = valor é Ld = Le = L. Com notações simbólicas,
1, tanto por valores de x < 1 (à esquerda de 1) escrevemos:
25
UEA – Licenciatura em Matemática
lim f(x) = L
x→ c
26
Cálculo I – Limites
Exemplos:
1. Consideremos a função
à
Note que f não está definida no ponto x = 1. No
entanto, para x ≠ 1 temos f(x)=2(x+1) e, por-
tanto, é natural suspeitar que x→1lim f(x) = 4.
Mostremos por meio da definição que este é o
caso. De fato, se x ≠ 1 podemos escrever
|f(x)–4| = |2(x + 1) – 4| = 2|x – 1|.
Assim, dado ε > 0, se escolhermos δ = ε/2 à
27
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 03
28
Cálculo I – Limites
4. A função definida em IR é
à
Observação: descontínua em 1, pois
No gráfico, observamos que a função admite
um ponto de máximo local e um ponto de mí-
nimo local, ambos interiores ao intervalo.
Entretanto o ponto de máximo global da fun-
ção ocorre na extremidade b, e o ponto de
mínimo global ocorre na extremidade a do in-
tervalo.
Também é conveniente observar que o Teo-
rema só vale se a função é contínua num inter-
valo fechado. Se a continuidade for num inter-
valo aberto, não é possível garantir a existência
de máximo e mínimo globais.
29
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplos:
1.
2.
3.
4.
30
Cálculo I – Limites
Demonstração:
5. Seja ε > 0 um número qualquer. Como
lim
x→a
lim h(x)= , existem δ1,δ2>0 de modo que
f(x)=x→a
x∈A, 0<|x – a|<δ1 ⇒ – ε < f(x) < + ε,
6.
x∈A, 0<|x – a|<δ2 ⇒ – ε < f(x) < + ε,
7. Logo, se δ: = min{δ1,δ2} > 0 e se x∈A, a
condição 0 < |x – a| < δ implica
8.
ε < f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) < + ε,
Observações sobre as propriedades: Donde |g(x) – | < ε, ou seja, x→a
lim g(x) = .
Exemplo – Se para x próximo de 0, vale a
As propriedades que valem para duas funções,
relação de desigualdades cos(x) < sen(x)/x <
valem também para um número finito de fun-
1 então, quando x→0:
ções.
1 = Lim cos(x) < Lim sen(x)/x < Lim 1 = 1
As propriedades 3–1, 3–2 e 3–5 estabelecem
que, se existem os limites das parcelas, então Observações – Todas as propriedades vistas
existirá o limite da operação, mas a recíproca para o cálculo de limites são válidas também
deste fato não é verdadeira, pois o limite de para limites laterais e para limites no infinito.
uma operação pode existir sem que existam os Quando, no cálculo do limite de uma função,
limites das parcelas. aparecer uma das sete formas, que são deno-
minadas expressões indeterminadas,
4.2 Teoremas importantes
Teorema do anulamento – Se f é uma função
limitada e g é uma função tal que Lim g(x) = 0, nada se poderá concluir de imediato sem um
quando x→a, então: Lim f(x)·g(x) = 0. estudo mais aprofundado de cada caso.
1. Calcular .
31
UEA – Licenciatura em Matemática
Logo,
a) 1/5
b) 2/6
c) 3/4
2. Calcular . d) 4/3
e) 3/5
Nesse caso, devemos multiplicar e dividir a
fração pelo conjugado do numerador.
3. Calcule .
a) 10
b) 12
c) 15
d) 17
e) 19
4. Calcule
3. Calcular .
a) 2/5
b) 3/5
c) 3/2
d) 2/3
e) 2/4
4. Calcular .
5. Ache o valor de .
a) 1
b) –1
c) –2
d) 3
e) –4
6. O é igual a:
a) –4 b) 1
c) 4 d) 2
e) 3
7. Calcular .
1. Calcule x→
lim1 (log 10x).
a) 0 b) 1 a) x b) 2x
c) 2 d) 3 c) 4x d) 3x
e) 4 e) 5x
32
Cálculo I – Limites
8. O é igual a:
TEMA 05
a) 1/9
LIMITES INFINITESIMAIS
b) 1/27
c) 1/243 5.1 Limites infinitos
d) 1/81 Seja f a função definida por f(x)=1/x. Iremos
e) 1/54 analisar o comportamento numérico dessa fun-
ção por meio das tabelas abaixo.
9. O valor de é:
a) 2
b) 0
Quando x → 0, por valores maiores que zero
c) 8
(x → 0+) os valores da função crescem sem
d) 4 limite.
e)
10. O limite
e) vale 4.
11. O vale:
a) 0
b) 1
c) 2
d) 4
e) 6 Baseado nesse exemplo, podemos afirmar que
quando x tende a 0, esta função não tem os va-
lores aproximando-se de um limite bem defi-
12. O valor de é:
nido.
33
UEA – Licenciatura em Matemática
34
Cálculo I – Limites
4. Calcule .
Mas: a) 1
b) 4
c) 3
Logo:
d) 2
e) 0
m
De forma análoga, para g(x) = bmx +...b1x + b0,
temos: 5. Calcule os limites:
a)
b)
Exemplos:
1. c)
2. d)
3. e)
1. Calcule
a) 1/5 b) 2/6
c) 1/2 d) 3/4
e) 1/4
35
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 06
LIMITES TRIGONOMÉTRICOS
6.1 Introdução
1. Determinar .
Demonstração:
Para x → 0, temos sen x < x < tg x. Dividindo
a dupla desigualdade por sen x > 0, vem:
Invertendo, temos:
2. Determinar
Transformando, temos:
Mas:
lim 1 = x→0
x→0
lim cos x = 1
g(x) < f(x) < h(x) são funções contínuas e se
lim g(x) = x→a
x→a
lim h(x) = b então, x→a
lim f(x) = b. Logo,
3. Calcular
Transformando, temos:
6.2 Exemplos:
a)
b)
c)
a)
d) b)
36
Cálculo I – Limites
2. Determine:
a) TEMA 07
LIMITES EXPONENCIAIS
b)
7.1 Introdução
c)
b) 2,7182818.
d)
e)
f)
, temos:
Se ax – 1 = u, então ax + 1 = u.
Mas:
37
UEA – Licenciatura em Matemática
1. Calcule
a) e b) e7
Generalizando a propriedade acima, temos
c) 1/e3 d) ex
. e) e4
2. Calcule o
a) e b) –e
c) e2 d)
4
e) e
3. Calcule os limites:
1. Determinar
a)
b)
2. Determinar o .
c)
Fazendo temos x = 3 u e x → + ∞ impli-
ca u → +∞ assim:
Logo:
3. Calcular .
Transformando, temos:
38
Cálculo I – Limites
Augustin-Louis Cauchy
(Paris, 21 de agosto de 1789 – Paris, 23 de maio
de 1857) foi um matemático francês.
O primeiro avanço na matemática moderna
por ele produzido foi a introdução do rigor na
análise matemática. O segundo foi no lado
oposto – combinatorial. Partindo do ponto cen-
tral do método de Lagrange, na teoria das equa-
ções, Cauchy tornou-a abstrata e começou a
sistemática criação da teoria dos grupos. Não
se interessando pela eventual aplicação do
que criava, ele desenvolveu para si mesmo
um sistema abstrato. Antes dele, poucos bus-
caram descobertas proveitosas na simples
manipulação da álgebra.
Foi um dos fundadores da teoria de grupos fini-
tos. Em análise infinitesimal, criou a noção
moderna de continuidade para as funções de
variável real ou complexa. Mostrou a importância
da convergência das séries inteiras, com as
quais seu nome está ligado. Fez definições pre-
cisas das noções de limite e integral definida,
transformando-as em notável instrumento para
o estudo das funções complexas. Sua abor-
dagem da teoria das equações diferenciais foi
inteiramente nova, demonstrando a existência
de unicidade das soluções, quando definidas
as condições de contorno. Exerceu grande
influência sobre a física de então, ao ser o
primeiro a formular as bases matemáticas das
propriedades do éter, o fluido hipotético que
serviria como meio de propagação da luz.
A vida de Augustin Cauchy assemelha-se a
uma tragicomédia. Seu pai, Louis-François,
esteve muito próximo da guilhotina, apesar
de ser advogado, culto, estudioso da Bíblia,
católico fanático e tenente de polícia.
Augustin era o mais velho dos seis filhos (dois
homens e quatro mulheres). Seguia obsti-
nadamente os preceitos da Igreja Católica.
Seu eterno louvor à beleza e à santidade
cansava os que o ouviam.
39
UNIDADE III
Derivada
Cálculo I – Derivada
43
UEA – Licenciatura em Matemática
Então, temos:
Exemplo:
Calcular a razão incremental da função
f(x) = 3x – 1, relativa ao ponto x0 = 2
V(1) = 9m/s Solução:
f(x) = 3x – 1 e f(x0) = f(2) = 3 . 2 – 1 ⇒ f(x0) = 5
b) Então, temos:
⇒ ⇒
44
Cálculo I – Derivada
c) f(x) =
45
UEA – Licenciatura em Matemática
d) 36
e) n.d.a. TEMA 09
e)
a)
b)
c)
Se Q é um ponto qualquer do gráfico de f, de
d) abscissa x ≠ x0, a reta S = é uma secante
ao gráfico. O coeficiente angular da secante,
e) n.d.a.
que indicaremos por
c)
d)
e) n.d.a.
46
Cálculo I – Derivada
razão incremental
Na figura, temos:
Quando existe o limite finito s é uma reta secante à curva;
47
UEA – Licenciatura em Matemática
Definição: Solução:
Seja a função f (x) definida no intervalo [a, b], e
seja um ponto de abscissa x0 desse inetrvalo.
Denomina-se derivada da função f (x) no
ponto de abscissa x0, o limite, se existir e for
tende a zero.
f’(2 ) = 12
• Dada a função , calcular a deriva-
da de f’(x) no ponto x = 0.
48
Cálculo I – Derivada
, temos:
49
UEA – Licenciatura em Matemática
50
Cálculo I – Derivada
Exemplo:
f(x) = ⇒ f’(x) = 0
Obs.:
b) Derivada da função identidade
A derivada da função identidade f (x) = x é
1, ou seja: f(x) = x ⇒ f’(x) = 1
Demonstração: e) Derivada da função co-seno
A derivada da função f (x) = cosx é a função
f’(x) = –senx
f) Derivada da funçãoe exponencial
A derivada da função exponencial f(x) = ax
c) Derivada da função potência (a > 0 e a ≠ 1 é a função f’(x) = ax . ln a
Exemplo:
• f(x) = 5x ⇒ f’(x) = 5x . ln 5
g) Derivada da função logarítmica neperiana
A derivada da função f (x) = lnx é a função
d) Derivada da função seno
(x > 0)
A derivada da função f (x) = senx é a função
51
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplos:
2. Obtenha as derivadas das seguintes funções:
• (x > 0)
a) f(x) = 10 ⇒ f’(x) = 10
h)
52
Cálculo I – Derivada
53
UEA – Licenciatura em Matemática
c) Derivada do produto
f(x) = u(x).v(x) ⇒ f’(x) = u’(x).v(x)+u(x).v’(x)
d) Derivada do quociente
Sejam u e v funções deriváveis em um inter-
valo aberto I. Para todo x, x∈I e v(x) ≠ 0,
10.5 DERIVABILIDADE E CONTINUIDADE
tem-se que:
Uma função real y = f(x) é denominada função
derivável no ponto x0 quando existe (finita) a
derivada f’(x0). Quando f é derivável em todos
Obs.: As demonstrações b, c e d ficam para os pontos do seu domínio, dizemos que ela é
você fazer como exercícios. uma função derivável.
Propriedade:
1. Determinar a derivada da função f(x) = x5 . sen x.
Se a função f é derivável no ponto x0, então f é
Solução: contínua em x0.
u(x) = x5 ⇒ u’(x) = 5x4
Demonstração:
v(x) = sen x ⇒ v’(x) = cos x
Provar que f é contínua em x0 significa provar
f’(x) = u’(x) . v(x) + u(x) . v’(x) lim f(x) = f(x0)
que Δ→x
0
f’(x) = 5x4 . sen x + x5 . cos x Admitindo que é derivável em x0, existe:
Então:
lim f(x) = x→x
x→x0
lim f(x) =[f(x) – f(x0) + f(x0)]
0
54
Cálculo I – Derivada
3. Dada a função de f:
a) f(x) = 2x4 – 3x2 + 4, calcule f´(1)
b) , calcule f’(3)
Mas c) 4 d) 0
e) 1
e
5. A derivada da função f (x) = tgx, calculada no
Como os limites laterais são diferentes, não
ponto de abscissa vale:
existe f´(0). Portanto f não é derivável em x= 0,
entretanto f é contínua em x = 0.
a) 1
Reconhecimento prático b) 2
a) Uma função é contínua nos pontos em que
c)
não há “salto” nem “furo” no gráfico.
b) Uma função é derivável nos pontos em que d)
é contínua e existe uma reta tangente ao
gráfico, não perpendicular ao eixo x. Num e) 0
ponto em que há um “bico” no gráfico, a
função é contínua, mas não derivável. 6. Sendo g: IR → IR tal que g(x) = x5, obtenha:
a) g’(2);
b) a equação da reta tangente ao gráfico de g
no ponto de abscissa 2.
1. Observando o gráfico ao lado de uma função f 7. Encontre a derivada de cada uma das se-
definida em IR, responda se f é contínua e/ou guintes funções:
derivável em cada ponto seguinte: a) a(x) = x5 + x4 + 2
b) a(x) = x5 + x4 + 2
c) c(x) = x5 ln x
d) d(x) = (x2 + 3) sen x
e) e(x) = x5 sen x cos x
f) f(x) = 9x4
g) g(x) = 12x5 – 3x4 + 2x + 4
h) h(x) = log5 x
a) x = 0 b) x = 1
i) i(x) = 6log2 x
c) x = 2 d) x = 3
j)
2. Obtenha a equação da reta tangente ao gráfi-
55
UEA – Licenciatura em Matemática
k)
TEMA 11
l) A REGRA DA CADEIA
m) 11.1 Introdução
y = f(u) e u = g(x)
10. Seja f(x) = x2. Determine a equação da reta Exemplos:
que é tangente ao gráfico de f e paralela à reta
• Determinar a derivada das seguintes
. funções:
a) f(x) = (x2 + x)3
b) f(x) = cos 3x
Solução:
a) u = g(x) = x2 + x e f(u) = u3
g’(x) = 2x + 1 e f’(u) = 3u2 = 3(x2 + x)2
Como f’(x) = g’(x) . f’(u)
f’(x) = (2x + 1) . 3(x2 + x)2
b) u = g(x) = 3x e f(u) = cos u
g’(x) = 3 e f’(u) = –sen u = –sen 3x
f’(x) = g’(x) . f’(u) = 3(–sen 3x)
f’(x) = –3sen 3x
1. REGRAS DE DERIVAÇÃO
Decorreram pela regra da cadeia as seguintes
regras de derivação, em que v(x) é uma função
real derivável:
56
Matemática Elementar II – Conjuntos
Cálculo I Numéricos
– Derivada
2. DERIVADAS SUCESSIVAS
Seja f (x) a função cuja derivada primeira é f´(x).
Se f´(x) admite, também, a derivada f”(x), essa
recebe o nome de derivada segunda de f (x).
E assim por diante, define-se derivada terceira,
derivada quarta e derivada n-ésima da função f(x). 3. DERIVADA DA FUNÇÃO INVERSA
Exemplo:
Seja f(x) = 2x5. Então, temos:
f’(x) = 10x4
f’’(x) = 40x3
f’’’(x) = 120x2
Se f é uma função que admite inversa e é
f(4)(x) = 240x derivável no ponto x, com f(x) ≠ 0, então:
f(5)(x) = 240
f(6)(x) = 0
................ Ou seja, se a função é representada por y =
f(n)(x) = 0, ∀n ≥ 6 y(x), a sua inversa será dada por x = x (y). E,
assim:
Se x = x(y), então .
CONSEQUÊNCIAS:
1. Obter a equação da aceleração de uma par-
tícula que se movimenta segundo a lei horária 1. DERIVADA DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA
S = 2t2 + 4t + 5.
Solução:
S = f(t) = 2t2 + 4t + 5
v = f’(t) = 4t + 4
a = f”(t) = 4 (aceleração constante)
2. DERIVADA DA FUNÇÃO POTÊNCIA COM
EXPOENTE REAL
2. Determinar as equações da velocidade e da y = xα ⇒ y’ = α . xα−1 ; α∈IR e x > 0
aceleração de uma partícula em movimento
harmônico simples cuja posição é dada por 3. DERIVADA DA FUNÇÃO arc sen
SOLUÇÃO
57
UEA – Licenciatura em Matemática
f(x) = 3x – 6 ⇒ f’(x) = 3
(f–1)(x) = x + 2 ⇒ (f–1)(x) =
Então
c) f(x) = arc sen x2
• Se y = x2, determine a derivada da sua inversa.
SOLUÇÃO
Solução:
y = x2 e z = arc sen y
58
Cálculo I – Derivada
59
UEA – Licenciatura em Matemática
a)
f’(x0) = tg α > 0 f’(x1) = tg β > 0 x0. Nesse caso, x0 é ponto de máximo local.
60
Cálculo I – Derivada
c)
Exemplo:
Determinar os pontos críticos e estudar a vari-
ação da função f(x) = x3 – 3x, x∈IR.
Esboçar o gráfico.
Solução:
f cresce antes e depois de x0. Nesse caso, f(x) = x3 – 3x ⇒ f’(x) = 3x2 – 3
x0 é um ponto de Inflexão de f.
f’(x) = 0 ⇔ x = ±1 (pontos críticos)
d)
Gráfico de f
f(x) = x3 – 3x, x∈IR
x = –2 ⇒ f’(–2) > 0
x = 0 ⇒ f’(0) < 0
f decresce antes e depois de x0. Nesse x = 2 ⇒ f’(2) > 0
caso, x0 é ponto de inflexão de f.
Conclusão:
• Num intervalo em que f’(x) > 0, f é cres-
cente.
• Num intervalo em que f’(x) < 0, f é decres-
cente.
• Os pontos em que f’(x) = 0 podem ser de
máximo ou de mínimo ou de inflexão. Esses
pontos são chamados pontos críticos de f.
Conclusão:
f é crescente nos intervalos ]–∞,1] e ]1,+∞] e é
decrescente em [–1;1]. Os pontos críticos são
x = –1, ponto de máximo local, e x = 1, ponto
de mínimo local.
61
UEA – Licenciatura em Matemática
ordem em D, isto é, existem f´(x) e f”(x) em D. Concavidade para baixo: pontos do gráfico
Os sinais da derivada segunda f”(x) estão rela- ficam abaixo das retas tangentes.
cionados à concavidade do gráfico de f.
Propriedades:
I) Se f”(x) é positiva para todo x de um inter-
valo I, então f é côncava para cima em I.
tg α > tg β > tg y
f’(x1) > f’(x2) > f’(x3)
f’(x) é decrescente
Concavidade para cima: pontos do gráfico f”(x) < 0
ficam acima das retas tangentes f”(x) < 0, ∀x ∈ I ⇒ f côncava para baixo em I
tg α < tg β < tg y
f’(x1) < f’(x2) < f’(x3)
f’(x) é crescente
Ponto de Inflexão: f muda de concavidade
f”(x) > 0
A reta tangente corta o gráfico
f”(x) > 0, ∀x ∈ I ⇒ f côncava para cima em I f”(x0) = 0 e f’(x0) = tg α ≠ 0
62
Cálculo I – Derivada
Exemplos:
Solução:
f”(–1) = –2 < 0
f”(1) = 2 > 0
x = 0 ponto de inflexão. A função é côncava para
baixo em ]–∞;0] e côncava para cima em ]0;+∞;].
63
UEA – Licenciatura em Matemática
reta tangente deixa os pontos do gráfico acima segunda nos pontos críticos:
dela, logo x0 é um ponto de mínimo relativo de f.
Para x = 0 ⇒ f”(x) < 0. Então, x = 0 é ponto de
máximo local de f.
Para .
Então, é ponto de mínimo local de f.
Para .
Obs.: Verifique:
x = –2 ⇒ f’(x) < 0
x = –1 ⇒ f’(x) > 0
x = 1 ⇒ f’(x) < 0
Conclusão:
f’(x0) = 0 e f”(x0) > 0 ⇒ x0 é ponto de mínimo
de f.
f’(x0) = 00 e f”(x0) < 0 ⇒ x0 é ponto de máximo
de f. 1. Determine o maior e o menor valores de
Obs.: Se f’(x0) = 0 e f”(x0) = 0, não podemos f(x) = x3 + x32 – x + 1 no intervalo .
tirar conclusão a respeito do ponto x0. Neste
caso, convém analisar os sinais de f´antes e Solução:
depois de x0. Pode ocorrer que x0 seja ponto Cálculo dos extremos absolutos da função no
máximo, ou de mínimo ou de inflexão. intervalo considerado.
f’(x) = 3x2 + 2x – 1
Exemplo:
3x2 + 2x – 1 = 0 ⇒ x1 = –1 e x2 =
Indentificar os pontos críticos da função
f(x) = x6 – 6x2 + 4, x∈IR
Solução:
f(x) = x6 – 6x2 + 4 ⇒ f(x) = 6x5 – 12x ⇒
f”(x) = 30x4 – 12
64
Cálculo I – Derivada
ou
65
UEA – Licenciatura em Matemática
x < 4 ⇒ f’(x) > 0 ⇒ f(x) é crescente; função horária s(t) = 2t3 – 24t2 + 72t + 3 (s
x > 4 ⇒ f’(x) > 0 ⇒ f’(x) é crescente. dado em metros e t dado em segundos), deter-
mine em que instantes o ponto material tem
Então, x = 4 não é ponto de máximo local nem
velocidade:
de mínimo local.
a) crescente
f”(x) = 6(x – 4) ⇒ f”(4) = 6(4 – 4) = 6 . 0 = 0
b) decrescente
f”’(x) = 6 ⇒ f”’(4) ≠ 0
f’(4) = 3(4 – 4)2 = 3 . 02 = 0 8. O custo total de fabricação de x unidades de
Logo, x = 4 é abscissa de um ponto de inflexão um produto é dado por c(x) = (3x2 + 5x + 192)
horizontal. reais. Quantas unidades deverão ser fabri-
lim f(x) = +∞ e x→−∞
• x→+∞ lim f(x) = –∞ cadas para que o custo médio seja o menor
possível?
66
Cálculo I – Derivada
pedido.
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA b) f(x) = x3 + 2x, –1 ≤ x ≤ 2
Solução:
3x2 + 2 = 5 ⇒ x1 = 1 ou x2 = –1
C = 1 é um ponto tal que f’’(c) tem valor pedido.
• A reta s passa pelos pontos (a, f (a)) e (b, f (b)).
• Existe um ponto (c, f (c)), com a < c < b, tal
13.2 REGRA DE L´HOSPITAL
que a reta tangente ao gráfico de f, neste
ponto, é paralela à reta s. (limites do tipo e )
então
Exemplos:
Exemplo: 3. ?
Achar um número c, como no teorema do valor
67
UEA – Licenciatura em Matemática
4. ?
x = 0.
Quadro-resumo das derivadas e suas pro-
priedades.
Tabela de derivadas 1. Um homem anda à razão de 5 milhas por hora
em direção à base de uma torre de 60 pés de
altura. Com que rapidez ele se avizinha do
topo quando está a 80 pés da base da torre?
Solução:
Derivando, obtemos
ou
de variação de x).
68
Cálculo I – Derivada
= – 5 x 5280 pés por hora de 0,01cm por segundo. Com que velocidade
de variação cresce a área do prato qando o
raio tem 2cm?
? Solução:
por segundo
69
UEA – Licenciatura em Matemática
b)
c)
d)
ou α = –1 – .
Como queremos α no intervalo ]–1,2], só con-
e)
vém α = –1 + .
f)
g)
70
UNIDADE IV
Integrais
Cálculo I – Integrais
73
UEA – Licenciatura em Matemática
74
Cálculo I – Integrais
Exemplos:
1. Aplicando os teoremas acima para valores es-
pecíficos de n, temos: 4. Calcule .
a) Solução:
b)
c)
d)
5. Calcule
75
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplos: 1. Calcule:
y = ∫2xdx
e) ∫(2v5/4 + 6v1/4 + 3v–4 )dv
y = x2 + C
f) ∫(3x + 1)2dx
substituindo x = 2 e y = 6, temos,
g) ∫x(2x + 3)dx
6=4+C
C = 2 logo, y = x2 + 2, que dá a antiderivada h)
desejada.
i)
2. Em qualquer ponto (x,y) de uma determinada
76
Cálculo I – Integrais
d) ∫ sec2 xdx = tg x + k
j)
e) ∫ tg2 xdx = ∫(sec2 x – 1)dx = tg x – x + k
a)
2. Determine a função y = y(x), x > 0, tal que:
b)
a)
Solução:
b)
a) .
c)
Assim,
d)
b) .
e) b) ∫cos 3x dx = sen 3x + k
d) ∫e–x dx = –e–x + k
g)
4. Calcule ∫cos2 x dx
h) Solução:
cos 2x = cos2 x – sen2 x = 2cos2 x – 1
Então
1. Calcule
a) ou seja
b) ∫cos2 x dx = x+ sen 2x + k
c)
77
UEA – Licenciatura em Matemática
p)
1. Calcule: 3. Calcule
a) ∫ 1
0 e2x dx
a)
b)
b)
c) ∫1–1 e–x dx
d) c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)
l)
m)
n)
o)
78
Cálculo I – Integrais
(1)
79
UEA – Licenciatura em Matemática
80
Cálculo I – Integrais
Tal somatório é chamado uma soma de que , onde f(ci) é o valor fun-
Riemann, em homenagem ao matemático
cional mínimo absoluto no n-ésimo subinterva-
Georg Friedrich Bernhard Riemann
lo. Daremos agora uma definição mais geral
(1826–1866) .
que permite ser f(ξi) qualquer valor funcional
no n-ésimo subintervalo.
15.3 Definição de integral definida
Se f é uma função definida no intervalo fecha-
15.4 Definição da área de uma região plana
do [a,b], então a integral definida de f de a a
limitada por uma curva
b é denotada por
Seja f uma função contínua em [a,b] e f(x) ≥ 0
(3) para todo x em [a,b]. Seja R a região limitada
pela curva y = f(x), o eixo x e as retas x = a e
Se o limite existe, onde ξié qualquer número no x = b. Então, a medida da área da região R é
intervalo fechado [xi –1,xi], i = 1,2,...,n. dada por
81
UEA – Licenciatura em Matemática
15.5 Propriedades da integral cer que, se uma integral definida existir, então
Teorema: Sejam f,g integráveis em [a,b] e k ela será um único número. Se X for um número
uma constante. Então, em [a,b], então f será contínua em [a,x], pois é
x
contínua em [a,b]. Conseqüentemente, ∫a f(t)dt
a) f + g é integrável em [a,b] e
existe e é um número cujo valor depende de x,
∫a [f(x) + g(x)]dx = ∫a f(x)dx + ∫a g(x)dx
b b b x
Logo, ∫a f(t)dt define uma função F tendo como
b b
b) kf é integral em [a,b] e ∫a kf(x)dx = k ∫a f(x)dx seu domínio todos os números no intervalo
b fechado [a,b] e cujo valor funcional em qual-
c) Se f(x) ≥ 0 em [a,b], então ∫a f(x)dx ≥ 0
quer número x de [a,b] é dado por
d) Se c∈]a,b[ e f é integral em [a,c] em [c,b] x
F(x) = ∫a f(t)dt (4)
então ∫a f(x)dx = ∫a f(x)dx + ∫c f(x)dx
b c b
∫a
b
f1(x)dx ± ∫a
b
f2(x)dx ± ... ± ∫a
b
fn(x)dx Se, na expressão (4), f(t) ≥ 0 para todos os va-
lores de t em [a,b], então os valores funcionais
de f(x) poderão ser interpretados geometrica-
15.6 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO
mente com a medida da área da região limita-
da pela curva cuja equação é y = f(t), pelo eixo
15.6.1 Introdução t e pelas retas t = a e t = x. Veja a figura abaixo.
Historicamente, os conceitos básicos da inte-
gral definida foram usados pelos antigos gre-
gos, principalmente por Arquimedes (287–212
a.C.), há mais de 2000 anos, muito antes da
formulação do cálculo diferencial.
No século dezessete, quase simultaneamente,
mas trabalhando independentemente, Newton
e Leibniz mostraram como o Cálculo poderia
ser usado para se encontrar a área de uma Vamos, agora, enunciar e provar um teorema
região limitada por uma curva ou um conjunto importante que dá a derivada da função F defi-
de curvas, determinando uma integral definida nida como uma integral definida tendo um limi-
por antidiferenciação. O procedimento envolve te superior variável. Esse teorema é chamado
o que é conhecido como os teoremas funda- de primeiro teorema fundamental do Cálculo.
mentais do Cálculo. Antes de enunciar e
prová-los, vamos discutir as integrais definidas 15.6.2 Primeiro teorema fundamental do Cálculo
com um limite superior variável. Seja f uma função contínua no intervalo fecha-
Seja f uma função contínua no intervalo fecha- do [a,b], e seja x qualquer número em [a,b]. Se
do [a,b]. Então o valor da integral definida F for a função definida por
b
∫a f(x)dx depende somente da função f e dos x
F(x) = ∫a f(t)dt (5)
números a e b, não do símbolo x usado aqui
como variável independente, por exemplo, então,
b b b
podemos ter ∫a f(t)dt, ∫a f(u)du, ∫a f(r)dr, etc. F’(x) = f(x) (5.1)
Se f for contínua no intervalo fechado [a,b], (Se x = a, a derivada em (5) pode ser a deriva-
então, pelo teorema acima, a integral definida da à direita e se x = b, a derivada em (5) pode
b
∫a f(t)dt existe. Vamos, primeiramente, estabele- ser a derivada à esquerda.)
82
Cálculo I – Integrais
Prova – Considere dois números x1 e x1 + Δx e igualdade (9) estabelece o que queríamos pro-
[a,b]. Então var.
∫a1 f(t)dt
x
F(x1) = O teorema fundamental do cálculo estabelece
x
e que a integral definida ∫a f(t)dt, com limite supe-
rior variável x, é uma antiderivada de f.
∫a1
x +Δx
F(x1 + Δx) = f(t)dt
A equação ( 5.1 )do teorema pode ser escrita
então,
da seguinte forma, substituindo F’(x) por
F(x1 + Δx) – F(x1) = ∫a1 f(t)dt – ∫a1 f(t)dt
x +Δx x
(6)
:
Pela propriedade d) do teorema acima
∫a1 f(t)dt + ∫x11 f(t)dt = ∫a1 f(t)dt
x x +Δx x +Δx
Substituindo essa igualdade em (6), obtemos Vamos usar agora esse teorema para provar o
segundo teorema fundamental do Cálculo.
F(x1 + Δx) – F(x1) = ∫x11
x +Δx
f(t)dt (7)
Pelo terorema do valor médio para integrais, 15.6.3 Segundo Teorema Fundamental do Cálculo
existe um número x no intervalo fechado limita-
do por x1 e x1 + Δx tal que Seja f uma função contínua no intervalo fecha-
∫
x1 +Δx
f(t)dt = f(χ)Δx do [a,b], e seja g uma função tal que
x1
g’(x) = f(x) (10) para todo x em [a,b].
Dessa relação e de (7), obtemos b
Então, ∫a f(t)dt = g(b) – g(a).
F(x1 + Δx) – F(x1) = f(χ)Δx
(Se x = a, a derivada em (10) pode ser uma
F(x1 + Δx) – F(x1) = f(χ) derivada à direita, e se x = b, a derivada em
(10) pode ser uma derivada à esquerda.)
Δx
Prova – Se f for contínua em todos os números
Tomando o limite quando Δx tende a zero,
em [a,b], sabemos do teorema anterior que a
temos x
integral definida ∫a f(t)dt, com limite superior va-
(8) riável x, define uma função F cuja derivada em
[a,b] é f. Como, por hipótese, g’(x) = f(x) se-
O primeiro membro de (8) é F’(x1). Para deter- gue, como já demonstramos, que
minar Δ→0
lim f = (x), lembre que x está no intervalo x
g(x) = ∫a f(t)dt + k
fechado limitado por x1 e x1 + Δx e como
onde k é uma constante. Tomando x = b e
lim x = x1 e Δ→0
Δ→0 1
lim (x1 = Δx) = x1 segue do teo-
x = a, sucessivamente, nessa equação, obte-
rema do “Sanduíche” que Δ→0 lim χ = x1. Assim,
χ χ mos
lim f( ) = x→x
temos Δx→0 lim f ( ). Como f é contínua em
1 b
lim f (χ) = f(x1); assim Δx→0
x1, x→x lim χ = f(x1) e de (8) g(x) ∫a f(t)dt + k (11)
1
temos que F’(x1) = f(x1) (9) e
Se a função f não estiver definida para valores de a
g(x) = ∫a f(t)dt + k (12)
x menores do que a, mas for contínua à direita de
De (11) e (12),
a, então, na argumentação acima, se x1 = a em b a
(8) Δx precisa tender a 0 pela direita. Assim, o g(b) – g(a) = ∫a f(t)dt – ∫a f(t)dt
primeiro membro de (9) será F’+(x1). Analo- Mas, como observamos anteriormente
a b
gamente, se f não estiver definida para valores ∫a f(t)dt = 0; assim g(b) – g(a) = ∫a f(t)dt que é
de x maiores do que b, mas for contínua à o que queríamos provar.
esquerda de b, então se x1 = b em ( 8 ), Δx Se f não estiver definida para valores de x
deve tender a zero pela esquerda. Logo, tere- maiores do que b, mas for contínua à esquer-
mos F’–(x1) no primeiro membro de (9). da de b, a derivada em (10) será a derivada à
Como x1 é um número qualquer em [a,b], a esquerda, e teremos g’–(b) = F’–(b), de onde
83
UEA – Licenciatura em Matemática
segue (11). Da mesma forma, se f não estiver g(x), pois o teorema permite-nos escolher qual-
definida para valores de x menores do que a, quer antiderivada, inclusive aquela para a qual
mas for contínua à direita de a, então a deriva- C = 0.
da em ( 10) será a derivada à direita, e teremos
g’+(a) = F’+(a), de onde segue (12). Exemplos:
Estamos, agora, em posição de encontrar o 1. Calcule:
valor exato de uma integral definida, aplicando
o segundo teorema fundamental do cálculo.
Quando aplicarmos esse teorema, usaremos a
notação [g(b) – g(a)] Solução:
Daí escolhemos
84
Cálculo I – Integrais
1
= (3 . 4) – (3 . 2) g) ∫0(x + 1)2dx
= 12 – 6 = 6
h)
b)
d)
e)
f)
1. Calcule:
1
a) ∫0(x + 3)dx
b)
c)
d)
e)
Pode-se provar que esta fórmula permanece
f) válida mesmo se desprezar a hipótese de as
funções f e g serem não-negativas.
85
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplos:
1. Calcule a área da região limitada pelas curvas
y = x2 + 1 e y = 2x – 2 entre x = –1 e x = 2.
Solução:
Para melhor visualizar a situação, iniciemos re-
presentando a região conforme ilustra a figura
abaixo. Aplicamos, então, a fórmula de inte- Região limitada por y = x3 e y = x2
gração, com f(x) = x2 + 1,
Observemos que, para 0 ≤ x ≤ 1, o gráfico
g(x) = 2x –2, a = –1 e b = 2.
y = x2 situa-se acima do de y = x3 (pois o
Obtendo,
quadrado de uma fração entre 0 e 1 é maior
Área que o seu cubo). Logo, a região em estudo é
2 2
= ∫–1 [x 2 + 1) – (2x – 2)]dx = ∫1 [x 2 – 2x + 3)dx limitada, acima, pela curva y = x2; abaixo, pela
curva y = x3 e, nas extremidades, por x = 0 e
x = 1. Por conseguinte,
1
Área = ∫0
área
86
Cálculo I – Integrais
b
Como f(x) ≤ 0 em [a,b], ∫a f(x)dx ≤ 0. área
b
área A = –∫a f(x)dx
2. Seja A o conjunto hachurado área
b)
área
c d b b
A= ∫a f(x)dx – ∫c f(x)dx + ∫d f(x)dx = ∫a |f(x)|dx Nas questões abaixo, desenhe o conjunto A
Observe: dado e calcule a área.
b c b
A= ∫a f(x)dx = ∫a f(x)dx + ∫d f(x)dx = 1. A é o conjunto do plano limitado pelas retas
soma das áreas dos conjuntos acima do eixo x = 1, x = 3, pelo eixo 0x e pelo gráfico de y = x3.
0x menos a soma das áreas dos conjuntos
abaixo do eixo 0x. 2. Aé o conjunto do plano limitado pelas retas
x = 1, x = 4, y =0, e pelo gráfico y = x.
3. [f(ci) – g(ci)]Δxi = área do retângulo hachurado.
Resolva:
8. A é o conjunto do plano limitado pelas retas
a) Calcule a área da região limitada pelo gráfi- x = –1, x – 2, y = 0 e pelo gráfico de
co de f(x) = x3, pelo eixo x e pelas retas y = x2 + 2x + 5.
x = –1 e x = 1.
1
b) Calcule = ∫–1 x3 dx 9. A é o conjunto do plano limitado pelo eixo 0x,
pelo gráfico de y = x3 – x, 1 ≤ x ≤ 1.
Solução:
10. A é o conjunto do plano limitado pela reta y = 0
a) área =
e pelo gráfico de y = x3 – x, com 0 ≤ x ≤ 2.
87
UEA – Licenciatura em Matemática
∫cosec x cotg xdx = –cosec x + C Como a variável x foi substituída por uma nova
variável u, esta maneira de calcular integrais
17.2 Definição indefinidas é conhecida como mudança de
As fórmulas para integrais indefinidas acima, variável, ou método de substituição. Pode-
têm objetivo limitado, porque não podemos mos resumir nosso estudo como segue, quan-
usá-las diretamente para calcular integrais co- do supomos que f e g tenham as propriedades
mo ou ∫cos 4xdx. descritas previamente.
88
Cálculo I – Integrais
e trazer então para fora, isto é, para a 1. Calcular ∫(2x3 + 1)7 x2dx
= ∫cos u du
= sen u + C
Freqüentemente, há mais de uma maneira de
sen 4x + C fazer uma substituição em uma integral inde-
=
finida. Para ilustrar, outro método para calcu-
89
UEA – Licenciatura em Matemática
2. Calcular
Solução:
Note que o integrando contém o termo xdx. Se
o fator x estivesse ausente, ou elevado a uma
potência mais alta, o problema seria mais com- 4. Calcular
plicado. Para integrandos que envolvem um
radical, em geral substituímos a expressão sob Solução:
o sinal de radical. Assim, Para a fórmula ∫cos u du = sen u + C, fazemos
u = 7 – 6x2, du = –12x dx a substituição
Em seguida, introduzimos o fator –12 no inte-
grando, compensando com a multiplicação da
= 2∫cos u du = 2sen u + C
3. Calcular
Solução:
90
Cálculo I – Integrais
1. Calcule a integral fazendo a substituição dada: Mas aplicando uma segunda vez o TFC2, tam-
a) ∫cos 3xdx, u = 3x bém temos,
g(b) g(b)
∫g(a) f(u) du = F(u)]g(a) = F(g(b)) – F(g(a))
b)
Exemplos:
c)
1. Sendo calcule.
Solução:
4. Calcule a integral indefinida:
a) ∫2x(x2 + 3)4dx Usando a substituição u = 2x + 1 e .
d) Portanto
e)
f) ∫(1 – 2y1,3)dt
g) ∫cos 2θdθ
k)
l) ∫cos4x senx dx
m)
n)
o)
91
UEA – Licenciatura em Matemática
3. Calcule
Solução:
Vamos fazer u = 1n x, pois sua diferencial
7. Calcular .
ocorre na integral.
Solução:
Quando x = 1, u = 1n1 = 0, quando x = e, u O integrando sugere a regra da potência
e 1n e e = 1.Assim
Solução: de integração x = 0 e :
Comecemos escrevendo a integral como
(i) Se x = 0, então u = 1 + sen 0 = 1 + 0 = 1
(ii) Se , então
A expressão na integral sugere a
seguinte substituição u = 5x – 1, du = 5dx. Substituindo no integrando e mudando os li-
A forma de du sugere introduzirmos o fator 5 mites de integração, obtemos:
no integrando, compensando pela multipli-
cação da integral por , como segue:
92
Cálculo I – Integrais
a
O próximo teorema usa a Regra da Substi- (b) f ímpar, ∫–a f(x)dx = 0
tuição para Integrais Definidas para simplificar
o cálculo de integrais de funções que possuam Quando f é positiva e par, a parte (a) diz que a
propriedades de simetria. área sob y = f(x) de –a até a é o dobro da área
de 0 até a devido à simetria. Lembre-se de que
b
17.5.2 Integrais de funções simétricas uma integral ∫a f(x)dx pode ser expressa como
a área acima do eixo x e acima da curva.
Teorema – Suponha que f é contínua em Assim, a parte (b) diz que a integral é 0, pois as
[–a,a]. áreas se cancelam.
a) Se f for par [f(–x) = f(x)], então
a a Exemplos:
∫–a f(x)dx = 2∫–a f(x)dx
1. Uma vez que f(x) = x6 + 1 satisfaz f(–x) = f(x),
b) Se f for ímpar [f(–x) = –f(x)], então
ela é par, portanto
a
∫–a f(x)dx = 0 2 2
∫–2 (x6 + 1)dx = 2∫0 (x6 + 1)dx
Prova:
Dividimos a integral em duas:
a 0 a
∫–a f(x)dx = ∫–a f(x)dx + ∫0 f(x)dx =
–a a
= –∫ 0 f(x)dx + ∫0 f(x)dx (1) 2. Uma vez que satisfaz
Na primeira integral da última igualdade, faze-
mos a substituição u = –x. Então du = –dx, e f(–x) = –f(x), ela é impar, e portanto
quando x = –a, u = a. Portanto
–a a a
–∫ 0 f(x)dx = –∫0 f(–u)(–du) = ∫0 f(–u)du
a a a
∫–a f(x)dx = ∫0 f(–u)du + ∫0 f(x)dx (2)
3. Calcular
a) Se f for par, então f(–u) = f(u); logo, da 1
a) ∫–1 (x4 + 3x2 + 1)dx
Equação (2) segue que 1
a a a a b) ∫1 (x5 + 3x3 + x)dx
∫–a f(x)dx = ∫0 f(u)du + ∫0 f(x)dx = 2∫0 f(x)dx 5
c) ∫–5 (2x3 + 3x2 + 7x)dx
b) Se f for ímpar, então f(–u) = –f(u), e a
Solução:
Equação (2) nos dá
a a a a) Como o integrado é uma função par, po-
∫–a f(x)dx = –∫0 f(u)du + ∫0 f(x)dx = 0 demos aplicar a parte a) do teorema acima:
O Teorema está ilustrado abaixo. 1 1
∫–1 (x4 + 3x2 + 1)dx = ∫0 (x4 + 3x2 + 1)dx
94
Cálculo I – Integrais
grando em duas partes, referimo-nos ao uso integral à direita tornou-se mais complexa que
da fórmula como integração por partes. É a integral original. Isso indica uma escolha
importante a escolha adequada de dv. Em incorreta de dv.
geral, fazemos dv representar a parte mais
complicada do integrando que possa ser 2. Calcular:
prontamente integrada. O exemplo a seguir a) ∫x sec2 x dx
ilustra esse método de integração.
Exemplo: b)
du = dx
95
UEA – Licenciatura em Matemática
v = –cos x du = exdx
obtemos,
e integrando novamente por partes obtemos:
= x ∫ln x – ∫dx
∫ex sen x dx = ex (–cos x) – ∫(–cos x)ex dx
= x ln x – x + C
∫ex sen x dx = –ex cos x + ∫ex cos dx (2)
Observação – Algumas vezes, pode ser neces- Utilizando a equação (2) para fazer a substitu-
sário aplicar a integração por partes mais de ição no membro direito da equação (1), obtemos
uma vez no mesmo problema.
∫ex cos x dx = ex sen x – [–ex cos x + ∫ex cos x dx]
4. Calcular ∫x2e2x dx ou,
Para calcular a integral no membro direito da Poderíamos também ter calculado a integral
última equação, devemos novamente integrar utilizando dv = ex dx para a primeira e para a
por partes. Procedendo exatamente como no segunda aplicação da função integração por
exemplo 1, temos: partes.
Devemos escolher cuidadosamente as substi-
tuições ao calcular uma integral do tipo dado
O próximo exemplo mostra outra maneira de no exemplo 5. Suponhamos que, no cálculo da
calcular uma integral aplicando duas vezes a integral à direita da equação (1) da solução,
fórmula de integração por partes. tivéssemos escolhido
dv = ex dx u = sen x
5. Calcular ∫e cos dx
2 2
v=e x du = cos x dx
Podemos fazer tanto dv = cos x dx, como dv = e" A integração por partes, então, conduziria a
dx, pois qualquer uma dessas duas expressões
é facilmente integrável. Escolhamos ∫ex sen x dx = (sen x)ex – ∫ex cos x dx
= ex sen x – ∫ex cos x dx
dv = cosx dx u = ex
Se substituímos em (1), obtemos
v = sen x du = ex dx
Então, ∫ex cos x dx = ex sen x – [ex sen x – ∫ex cos x dx]
que se reduz a
∫ex cos x dx = ex sen x – ∫(sen x)ex dx
∫ex cos x dx = ∫ex cos x dx
∫ex cos x dx = ex sen x – ∫ex sen x dx (1)
Aplicamos, em seguida, a integração por partes Embora se trate de uma afirmação verdadeira,
à integral no membro direito de (1). Como não é evidentemente um cálculo da integral
escolhemos uma forma trigonométrica para dv dada.
na primeira integração por partes, escolhere-
mos também uma forma trigonométrica na 6. Calcular ∫sec3 x dx
segunda. Fazendo Solução:
x
dv = sen x dx u=e As escolhas possíveis de dv são
96
Cálculo I – Integrais
dx, sec xdx, sec2 x dx, sec3 x dx O membro esquerdo da equação reduz-se a
A expressão mais complexa que pode ser in- n ∫sen x dx. Dividindo ambos os membros por
tegrada facilmente é sec3 x dx. Fazemos então n, obtemos
dv = sec2 x dx u = sec x
v = tg x du = sec x tg x dx
daí, 8. Aplique a fórmula de redução do exemplo 7
para calcular ∫sen4 x dx.
∫sec3 x dx = sec x tg x – ∫sec x tgx x dx
Em lugar de aplicar outra integração por par- Aplicando a fórmula com n = 4, obtemos
tes, mudemos a forma da integral à direita va-
lendo-nos da identidade 1 + tg2 x = sec2 x
que nos dá Solução:
∫sec x dx = secx tgx – ∫sec x (sec x – 1)dx
3 2
Aplicando a fórmula de redução, com n = 2,
Somando ∫sec3 x dx a ambos os membros da para a integral à direita, temos
última equação, obtemos
2∫sec3x dx = secx tgx + ∫sec x dx
Calculando agora ∫sec x dx e dividindo ambos
os membros da equação resultante por 2 (e
acrescentando, então, a constante de integra- Conseqüentemente,
ção), obtemos
h) ∫ x (ln x)2 dx
i) ∫ (ln x)2 dx TEMA 19
j) ∫ x e2x dx
INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS
l) ∫ ex cos x dx
m) ∫ e–2x sen x dx
19.1 Introdução
n) ∫ x3 e xx2 dx
Os teoremas para a antiderivada das funções
o) ∫ x3 cos x2 dx
seno e co-seno seguem imediatamente dos
p) ∫ e–x cos 2x dx teoremas correspondentes para diferenciação.
q) ∫ x2 sen x dx Teorema: ∫senxdx = –cos x + C
Prova: Dx(–cos x) = –(–sen x)
2. Calcule:
= sen x
∫ 0 x ex dx
1
a)
Teorema: ∫cos xdx = sen x + C
∫ 1 ln x dx
2
b)
Prova: Dx(sen x) = cos x
c) Os teoremas a seguir são conseqüências dos
teoremas para as derivadas das funções tan-
∫t
x
d) 2
e–stdt(s ≠ 0)
0 gente, co-tangente, secante e co-secante. As
demonstrações também são imediatas, obti-
das com o cálculo da derivada do segundo
membro das fórmulas.
Teorema: ∫sec2 xdx = tgx + C
Teorema: ∫cosec2 xdx = –cotgx + C
Teorema: ∫sectg xdx = sec x + C
Teorema: ∫cosec x cot xdx = –cosec x + C
Exemplo:
Calcule ∫(3sec x tg x – 5cosec2 x)dx.
Solução:
4.
98
Cálculo I – Integrais
=
A seguir, listamos substituições trigonométri-
= 2∫cosec x cotg xdx – 3∫sen xdx cas que são eficazes para as expressões radi-
= 2(–cosec x) – 3 (cos x) + C cais dadas por causa de certas identidades
trigonométricas. Em cada caso, a restrição de
= –2(cosec x) + 3cos x + C
θ é imposta para assegurar que a função que
2. Calcule ∫(tg2 x + cotg2 x + 4)dx. define a substituição seja um a um.
Solução:
Substituição trigonométrica
∫(tg2 x + cotg2 x + 4)dx =
= ∫[(sec2 x – 1) +(cosec2 x – 1)]dx Expressão substituição identidade
Solução:
99
UEA – Licenciatura em Matemática
=∫(cossec2 θ – 1)dθ
= cotg θ – θ + C
Como esta é uma integral indefinida, devemos
retomar à variável x original. Isso pode ser feito A parte da elipse no primeiro quadrante é dada
usando-se identidades trigonométricas para pela função
expressar cotθ em termos de ou pelo
0≤x≤a
desenho de um diagrama, como na Figura
abaixo, onde θ é interpretado como um ângu- Assim,
lo de um triângulo retângulo.
Portanto
, temos e assim
= πab
100
Cálculo I – Integrais
Então, dx = 2 sec2θ dθ e
Assim, temos:
Assim, temos:
Escrevendo C1 = C – ln a, temos
5. Encontre .
Solução:
Usamos a Figura abaixo para determinar que assim, a substituição trigonométrica é apropri-
ada. Embora não seja exatamente
uma expressão da tabela de substituições tri-
gonométricas, ela se torna parte delas quando
fazemos a substituição preliminar u = 2x. Quan-
do combinamos esta com a substituição da tan-
gente,
temos , o que dá e
e assim
Portanto,
101
UEA – Licenciatura em Matemática
du = –senθdθ .
Quando θ = 0, u = 1; TEMA 20
Portanto
20.1 Introdução
Recorde que, se q é uma função racional,
c)
d)
Teoricamente, é possível escrever qualquer
ou para reais A e B e n
102
Cálculo I – Integrais
Regra b
Para cada fator (ax2 + bx + c)n com n ≥ 1 e
103
UEA – Licenciatura em Matemática
104
Cálculo I – Integrais
3. Calcular 4. Calcular
Solução: Solução:
O denominador pode ser fatorado como se- Aplicando a Regra b, com n = 2, temos:
gue:
2x3–x2+8x–4=x2(2x–1)+4(2x–1)=(x2+4)(2x–1)
Aplicando a Regra b) ao fator quadrático irre-
dutível x2 + 4, vemos que uma das frações par- Multiplicando pelo menor divisor comum
ciais tem a forma (x2 + 1)2 temos:
. Pela Regra a), há
5x3 – 3x2 + 7x – 3 = (Ax + B)(x2 + 1)+ Cx + D
5x3 – 3x2 + 7x – 3 = Ax3 + Bx2 +(A + C)x +(B + D)
também uma fração parcial correspon-
Em seguida, comparamos os coeficientes:
dente ao fator 2x – 1. Conseqüentemente,
Coeficientes de x3: 5 = A
Coeficientes de x2: –3 = B
Coeficientes de x: 7 = A + C
Tal como em exemplos anteriores, isso conduz
a (*) Termos constantes: –3 = B + D
ou C = –5
1. Calcule:
a)
b)
Pode-se, agora, calcular a integral dada inte-
grando o membro direito da última equação, o
que nos dá c)
d)
105
UEA – Licenciatura em Matemática
f) (x2 – 6x + 9) + 13 – 9 = (x – 3)2 + 4
Assim,
g)
2. Calcule: Então,
a)
b)
c)
d)
e)
f) 1. Calcule:
a)
20.3 Integrais que envolvem expressões
quadráticas
b)
A decomposição em frações parciais pode con-
duzir a integrandos que contêm uma expres-
c)
são irredutível como ax2 + bx + c . Se b ≠ 0,
é necessário, às vezes, completar o quadrado
como segue: d)
e)
f)
Calcular . Exemplos:
1. Joga-se uma pedra verticalmente para cima de
Solução: um ponto situado a 45m acima do solo e com
A expressão quadrática x2 – 6x + 13 é irredutí- velocidade inicial de 30m/s. Desprezando a re-
vel, pois b2 – 4ac = –16 < 0. Completamos o sistência do ar, determine:
106
Cálculo I – Integrais
107
UEA – Licenciatura em Matemática
∫1 (–20q + 200)dq.
5
Logo,
anteriores:
= –10 . 52 + 200 . 5 – (–10 . 12 + 200 . 1)
R$ 560,00 – R$ 240,00 = R$ 320,00
∫1 (–20q + 200)dq = 750 – 190 = 560
5
d) A interpretação gráfica da variação total do
Assim, a variação da receita no intervalo é lucro obtida no item anterior.
de R$ 560,00. A interpretação gráfica é dada pela área
b) A variação total do custo. entre a curva da receita marginal,
A variação total da receita no intervalo 1 ≤ q R’(q) = –20q + 200,
∫1 C’(q)dq = C(5) – C(1)
5
≤ 5 será dada por e a curva do custo marginal,
ou seja, devemos encontar o valor de ∫20q C’(q) = 20q, no intervalo 1 ≤ q ≤ 5.
dq.
Calculando, primeiramente, a integral inde-
finida correspondente ∫20q dq, temos
= ∫ 1(–40q+200)dq
5
2. Joga-se uma pedra diretamente para baixo
Calculando primeiramente a integral inde- com uma velocidade inicial de 5m/s. Determi-
finida correspondente ∫(–40q + 200)dq: ne:
a) Sua distância do solo após t segundos.
b) A velocidade ao cabo de 3 segundos.
c) Quando o objeto atinge o solo.
108
Cálculo I – Integrais
109
Respostas dos Exercícios
Cálculo I – Respostas dos Exercícios
UNIDADE I UNIDADE II
Função Limites
TEMA 01 TEMA 02
Pág. 28
Pág. 20
1. a. 1
b. Não existe
1. a) –3 e 3/4 c. 1
b) 0 , 2/3 e d. Não existe
c) 4
d) 6/a 2. Não, pois f não está definida para x = 1
2. a) x + 1
a) 2 TEMA 03
b)
CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO
c)
d) 0
Pág. 30
3. a) 2
b) 2x + h 1. contínua
a) –4x – 2h 2. descontínua
b) 0 3. descontínua
c) 4. descontínua
5. a = –1
4. Demonstração
5. Demonstração
TEMA 04
Pág. 32
1. b 2. d 3. c
4. e 5. c 6. c
7. b 8. e 9. d
10. c 11. b 12. e
113
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 05 TEMA 07
Pág. 35 Pág. 38
1. c 1. e
2. a 2. d
3. b 3. a) e3
4. e b) e– m
5. a. – c) e4
b. +
c.
d. 0
e. 2/3
TEMA 06
LIMITES TRIGONOMÉTRICOS
Pág. 36
1. a) 3/2
b) b) 3
2. a) 2/3
b) b) 1/5
c) 1/3
3. a) 1
b) 1/16
c) 5
d) –1
e) 2
f)
114
Cálculo I – Respostas dos Exercícios
UNIDADE III
Derivada TEMA 09
A RETA TANGENTE AO
TEMA 08
GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO
Pág. 50
Pág. 36
1. a) 4
b) y = 4x – 4
1. a)
2. a) 1/2
b)
b)
c) 3. y – 4 = 5 (x – 4)
4. a) y = 4x – 3
2. a) 6
5. a) 7
b) 10
b) –3
c) –1
6. –sen x
d) 2
3. a) f’(x) = 2x – 2
b) f’(x) = 1
c) TEMA 10
d) f’(x) = 3
REGRAS DE DERIVAÇÃO
4. x = 1
5. 5
Pág. 53
1. a) f’(x) = 2x + 1
Pag. 45
b)
1. b c) f’(x) = 15x4
2. b d) f’(x) = 6x + 2
3. c e) f’(x) = 2ax + b
4. b
f)
5. d
6. d 2. 6
3. y = 4x – 13
4. a’(x) = 3x2 + 1
115
UEA – Licenciatura em Matemática
b) j)
c) k)
3
d) d’(x) = 24x – 6x + 7
5. e) 2x + y + 1 = 0 l)
6. a) 11 m/seg
m)
b) 14 m/seg²
7. a) a (t) = 36 t 8. y = –x e y = x
b) a (2) = 72 km/h²
8. π + 1 9. a)
9. 32
b)
c)
Pág. 55
10.
1. a) contínua e derivável
b) contínua, mas não derivável
c) não é contínua nem derivável
d) contínua e derivável TEMA 11
2. 12x – 9y + 3 3 – 2π = 0
3. a) f’(1) = 2 A REGRA DA CADEIA
b) f’(3) = 15/16
4. d)
Pág. 58
5. b)
6. a) g’(2) = 80
1. 0
b) y = 80x - 128
2. 12x – 9y + 3 3 – 2π = 0
7. a) a’(x) = 5x4 + 4x3
3. b) 2
b) b’(x) = cos x + sen x
4. c) 41%
c) c’(x) = 5x4 ln x + x4
d) d’(x) = (3x2 + 1)sen x + (x3 + x)cos x 5. a)
116
Cálculo I – Respostas dos Exercícios
b) t < 4
6.
8. 8 unidades, o custo médio será de R$ 53,00 e
3 2 2 3
7. f’(x) = sen x . sec x + 3x . cos x . tg x o custo total de R$ 424,00
8. coeficiente angular: 4 ; y = 4 (x – 2)
9. d) 22 m/s
10. R$ 25,00
11. m (0) = 260 reais TEMA 13
Pág. 70
1. 150 cm²/seg
2. 24 cm/s
TEMA 12 3. 80πm3/s
Pág. 66
6. m/s
1. 100 cm²
2. Produto máximo para x = 15 e z = 15 7. a) 8/9
3. É um quadrado cujo lados medem em 8 m b) sec2 a
4. f é decrescente em ]–∞, 1]. Os pontos críticos c) 1/2
são x = 0, ponto de inflexão e x = 1, ponto de
d) 0
mínimo absoluto de f.
e) 2
5. crescente em e decrescente em f) 1
decrescente em [1, 3]
b) (1, 5 ) e (3, 1 )
c)
7. a) t > 4
117
UEA – Licenciatura em Matemática
UNIDADE IV b)
Integrais
c)
TEMA 14
d) π/4
INTEGRAIS PRIMITIVAS E INDEFINIDAS e) π/6
f)
Pág. 76 2. a) –cos x + k
b)
1. a) 2x2 + 3x + C
b) 3t3 – 2t2 + 3t + C c)
c)
d)
d) 2u3/2 + 2u1/2 + C
e)
e)
f)
f) 3x2 – 3x + x + C
g) g)
h) h)
i) i)
j) j)
k) k)
2. a) l)
b) y = 3x + ln x – 1 m)
c) n) –2 cos x + k
d) o)
p)
3. a) 3/4
Pág. 78 b) 2
c) 2/3
1. a)
d) π/4
118
Cálculo I – Respostas dos Exercícios
TEMA 15
CÁLCULO DE ÁREA
Pág. 85
1. a) 7/2
b) 4/9
c) 253/6 3. Área = 4/3
d) 20/3
e)
f) 19/24
g) 7/3
h) 45/8
TEMA 16
4. Área = 32/3
ÁREA ENTRE CURVA
Pág. 87
1. Área = 20
5. Área = 4
2. Área = 14/3
119
UEA – Licenciatura em Matemática
8. Área = 21
TEMA 17
Pág. 91
1. a)
b)
c)
2. a)
b)
120
Cálculo I – Respostas dos Exercícios
c)
TEMA 18
d)
INTEGRAÇÃO POR PARTES
e)
f) Pág. 97
x
1. a) (x – 1)e + k
g) b) –xcos x + sen x + k
c) ex (x2 – 2x + 2) + k
h)
d)
i)
e) x(ln x – 1) + k
j) f)
g) xtg + ln |cos x| + k
k)
h)
l)
i) x(ln x2) – 2x(ln x – 1) + k
m) ln|ln x| + C
j)
n)
l)
o) m)
n)
o)
Pág. 94
p)
1. 14/3
2. 0 q) –x2 cos x + 2x sen x + 2cos x + k
3. 1/3 2. a) 1
4. 5/36 b) 2ln 2 – 1
5. c)
6. 1 –
d)
7. 0
121
UEA – Licenciatura em Matemática
g)
TEMA 19
h)
INTEGRAIS TRIGONOMÉTRICAS
2. a)
Pág. 102
b)
1. a) c)
b)
d)
c)
e)
d)
e) f)
f)
g)
Pág. 106
h)
1. a)
b)
TEMA 20
c)
INTEGRAIS DE FUNÇÕES RACIONAIS
d)
Pág.105
e)
1. a) f)
b)
c)
Pág. 108
d)
1. a) s(t) = –16t2 + 500t
e) b) s(50) = 3,906m
2. a) s(t) = –16t2 – 16t + 96
b) t = 2s
f)
122
Cálculo I – Respostas dos Exercícios
c) –80ft/sec
3. 3m/s2
4. a)
b)
5. a)
b)
c)
6. a)
b)
c)
d) 3A variação do lucro é dada pela área entre
as curvas de receita marginal e custo mar-
ginal no intervalo 1 ≤ q ≤ 3
123
REFERÊNCIAS
125