E nos quatro cantos do mundo, Fico perdido, sem rumo, na merda Buscando tudo que não sei E faço a vida passar mais rápido Preso nas telas da tv, eu sei É ridículo, patético... uma cura fácil Para um mal da alma
Andando sem rumo, sem arte, sem progresso
Ou desejo, nem mesmo o mais idiota Dos homens que procura a felicidade Pode encontrar esperança no vazio As palavras evaporam, a esperança Vai embora, a alegria, embora E resta o medo, o desespero e o pânico
Vendo fotografias sorridentes,
Não apareço no papel, na película Ou no digital, escondo minha fragilidade Numa timidez imaginada, esculpida Transformada em muralha, Com pedras e arame farpado Para barrar o meu pesadelo
Só meu futuro me aguarda, sozinho
Em um retiro fictício ela me espera Com uma promessa de imortalidade Sem consciência, sem culpa, sem perdão E me olha nos olhos e sorri.
É nesse olhar que enlouqueço,
Meu juízo, aos quatro ventos se estilhaça Percebo que viver é uma mentira Quando se está preso em si mesmo Mas qual a alternativa, há respostas? Imagino tolices, e ilusões e mentiras coloridas
Acalma a cabeça, põe a vida no lugar
Qual a alternativa, há respostas? Mesmo sem perguntas, qual a saída? Entregar os pontos, desistir? O caminho dos mais tolos, Sem saída, sem respostas, sem conseqüências.
Sou imortal, imoral e indeciso
Sou humano, ranzinza e egoísta Sou um iludido, que não quer abrir os olhos Mas preciso, mas preciso... Se soubesse como, talvez um dia, Abriria minha alma, mas agora, Nesse momento negro, Tenho medo, fecho as pálpebras E ando sem rumo, sem eira nem beira.