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MAIAS

A civilização Maia, muito provavelmente, foi a mais antiga das civilizações pré-colombianas, embora
jamais tenha atingido o nível urbano e imperial dos Astecas e Incas.
Os Maias floresceram no século IV d.C. na Península de Yucatán, onde hoje ficam o México, Belize e
Guatemala. Jamais foram um império, embora possuíssem uma cultura comum.
Sempre se organizaram em cidades-estados, porém, na época da conquista espanhola, encontravam-se
quase na decadência total.

Sociedade
Rigidamente dividida em três classes às quais o indivíduo pertencia desde o nascimento. Primeiro, a
família real, incluindo ocupantes dos principais postos do governo e os comerciantes; em seguida,
servidores do Estado, como dirigentes das cerimônias e responsáveis pela defesa e cobrança de impostos,
na camada mais baixa,os braçais e agricultores.

Governo
No período de apogeu da civilização maia, é muito provável que as cidades
maias tivessem sido sociedades teocráticas e pacíficas. As guerras que ocorriam na maioria delas
eram para obterem prisioneiros para serem sacrificados aos deuses.

Religião
A religião dos maias assemelhava-se à de outros povos da região, cultuavam divindades ligados à caça, à
agricultura e os astros. Os maias acreditavam que o destino do homem era regido pelos deuses, e para eles
ofereciam alimentos, sacrifícios humanos e animais.

Economia
A base econômica dos maias era a agricultura, principalmente do milho, praticada com a ajuda da
irrigação, utilizando técnicas rudimentares e itinerantes, o que contribuiu para a destruição de florestas
tropicais nas regiões onde habitavam, desenvolveram também atividades comerciais cuja classe dos
comerciantes gozavam de grandes privilégios.

Atividades agrícolas e comerciais


Os maias cultivavam o milho (três espécies), algodão, tomate, cacau, batata e frutas. Domesticaram o
peru e a abelha que serviam para enriquecer sua dieta, à qual somavam também a caça e a pesca.
É importante observar que por serem os recursos naturais escassos não lhes garantindo o excedente que
necessitavam a tendência foi desenvolverem técnicas agrícolas, como terraços, por exemplo, para vencer
a erosão. Os pântanos foram drenados para se obter condições adequadas ao plantio.
Ao lado desses progressos técnicos, observamos que o cultivo de milho se prendia ao uso das queimadas.
Durante os meses da seca, limpavam o terreno, deixando apenas as árvores mais frondosas. Em seguida,
ateavam fogo para limpá-lo deixando o campo em condições de ser semeado. Com um bastão faziam
buracos onde se colocavam as sementes.
Dada a forma com que era realizado o cultivo a produção se mantinha por apenas dois ou três anos
consecutivos. Com o desgaste certo do solo, o agricultor era obrigado a procurar novas terras. Ainda hoje
a técnica da queimada, apesar de prejudicar o solo, é utilizada em diversas regiões do continente
americano.
As Terras Baixas concentraram uma população densa em áreas pouco férteis. Com produção pequena
para as necessidades da população, foi necessário não apenas inovar em termos de técnicas agrícolas,
como também importar de outras regiões produtos como o milho, por exemplo.
O comércio era dinamizado com produtos como o jade, plumas, tecidos, cerâmicas, mel, cacau e
escravos, através das estradas ou de canoas.
A língua maia
São inúmeros os dialetos falados na área correspondente ao Yucatàn, Guatemala, El Salvador e Belize.
De qualquer forma, os lingüistas dividem-nos em dois grandes ramos: o huasteca e o maia. Este segundo
ramo se subdividiu em outras línguas (como o Chol, Chintal, Mopan, etc).
A língua maia, falada no Yucatãn, sofreu inúmeras transformações com as invasões toltecas e também
devido às influência da língua nahuatl falada pelos astecas.
Em seus monumentos deixaram uma série de inscrições que até hoje não foram decifradas. Infelizmente
muitos documentos maias foram destruídos chegando até nós apenas três livros. São eles o Códice de
Dresde, o Códice de Madri e o Códice de Paris.
Os livros maias eram confeccionados em uma única folha que era dobrada como uma sanfona. O papel
era feito com uma fibra vegetal coberta por uma fina camada de cal. O conteúdo desses livros é de
natureza calendárica e ritual, servindo para adivinhações.
Um dos cronistas que viveu na época da conquista, o Bispo Diego de Landa, refere-se aos livros que os
maias utilizavam permitindo-lhes saber o que havia sucedido há muitos anos. Portanto, a escrita
representava um elemento importante na preservação de suas tradições culturais. Mas, infelizmente
grande parte deles foram destruídos como se pode constatar na afirmação do próprio bispo:
"...Encontramos um grande número de livros escritos nesses caracteres, e como nada tivesse a não ser
flagrantes superstições e mentiras do demônio, nós os queimamos a todos".

Cultura
Desenvolveram a escrita hieroglífica, trabalhavam a cerâmica que era variada e
de excepcional qualidade. Na arquitetura, construíram pirâmides e sepulcros, além de serem grandes
conhecedores da Matemática e da Astronomia.

A Matemática dos Maias


Os Maias foram os inventores do conceito de abstração matemática. Criaram um número equivalente ao
zero e nossos calendários são baseados no calendário dos Maias.
Com sua aritmética, os Maias faziam cálculos astronômicos de notável exatidão. Conheciam os
movimentos do Sol, da Lua, de Vênus e provavelmente de outros astros.
Criaram também um sistema de numeração de base 20 simbolizado por pontos e barras. Os astrônomos
Maias determinaram o ano solar de 365 com o ano bissexto a cada 4 anos. Através de dois calendários
sobrepostos (o sagrado com 260 dias e o laico com 365 dias ) criaram um calendário circular que situava
os acontecimentos em ordem cronológica.
Dentre suas construções de pedra destaca-se o templo de Kukulkan (no México) que foi usado como
observatório astronômico. As quatro faces do templo estão voltadas para os pontos cardeais e representam
as estações do ano. Nos dias 21 de março e 23 de setembro, quando o dia tem exatamente a mesma
duração da noite, o sol (que incide às 17h e 30min sobre o templo em forma de pirâmide) projeta uma
sombra nos degraus que forma a imagem de Kukulkan, o deus da serpente emplumada.

Principais Ruínas Maias


Palenque
Amada por muitos que declaram ser a ruína Maya mais bonita, Palenque assenta-se orgulhosamente no
Parque Nacional de Palenque no Estado de Chiapas.
Palenque caracteriza-se pelos muitos efeitos decorativos não achados em qualquer outro lugar. Alguns
destes motivos parecem quase chineses e dão lugar a especulação imaginativa sobre o contato Maya com
a Ásia Oriental. Isto é muito improvável, mas há algo em Palenque que dá lugar a vôos da fantasia,
mistério e assombro.
Cortez passou a cerca de 30 milhas da cidade, e nunca soube que esteve lá. O primeiro europeu a visitar
este lugar foi um monge espanhol em 1773. Escreveu um livro em que reivindica ter descoberto um posto
avançado de Atlântida. O próximo europeu a descrever o lugar, um funcionário real espanhol em 1784,
escreveu uma descrição que permaneceu perdida nos Arquivos Reais durante um século. O próximo a vir,
Capitão Antonia Del Rio em 1786, escreveu um relatório que esteve também perdido, até que
inesperadamente uma cópia foi publicada em 1822.
Enquanto isso, uma expedição mexicana esteve lá em 1807. Eles escreveram um relatório, encaminhado
ao governo que esteve perdido durante 30 anos. Então em 1831, o Conde de Waldeck, um excêntrico
herdeiro de uma família que tinha vivido dias muito melhores, chegou e montou seu Quartel General em
cima de uma pirâmide que ainda hoje é chamada o Templo do Conde. Ele passou dois anos desenhando e
escrevendo sobre o lugar. Seu trabalho foi fantástico. O conde viveu até os 109 anos, o que talvez, tenha a
ver ou não com os mistérios de Palenque.
O Templo das Inscrições é talvez a mais interessante pirâmide de Palenque, além de ser a mais alta.
Alojou a cripta de Pa Kal, poderoso sacerdote maia, descoberto em 1952. A cripta esteve intacta durante
um milênio.
O Templo do Sol data de 642. Tem um dos telhados melhor preservados de qualquer local maia. Os
telhados foram ricamente decorados com fachadas falsas que dão uma idéia de grandeza aos edifícios
maias.
O Templo do Jaguar é talvez o exemplo mais intrigante de semelhanças com a arte Asiática. O templo
exibe um motivo tipo "Cruz Folhada" que é quase idêntico ao achado em Angkor Wat em Camboja, e
alguns dos baixos relevos têm motivos bem parecidos com os usados pela arte hindu.

Chichen Itza
Chichen Itza significa " boca do poço de Itza ". Chichen é a mais conhecida, melhor restaurada e mais
impressionante das ruinas Mayas. Chichen foi construída por volta do ano 550 DC.
Chichen teve dois poços principais, ou cenotes: um sagrado e o outro profano. O profano era usado para
satisfazer as necessidades quotidianas. O poço sagrado, com 195 pés de largura e 120 pés de
profundidade, era usado em rituais religiosos, e oferendas eram feitas continuamente a ele.
Mergulhadores recobraram esqueletos e muitos objetos rituais de suas profundidades.
El Castillo é o "Templo do Tempo", que esclarece o sistema astronômico Maya. Foi construído nos anos
800, pouco antes da invasão Tolteca.

Com impressionantes 78 pés de altura, El Castillo era de fato um enorme calendário solar. Se você fizer
cálculos, verá que os 91 degraus de cada lado, vezes os 4 lados (cada um representando uma estação),
mais 1 degrau para alcançar o topo da plataforma, soma 365, um degrau para cada dia do ano solar.
Durante os equinócios, a sombra da pirâmide parece mostrar a uma serpente que escala os degraus em
Março, e desce os degraus Setembro.

Declínio
Quando se deu a conquista dos maias a partir de 1523, existiam Estados distintos: os da Península de
Yucatán e os da atual Guatemala, já em decadência. Na região da atual Guatemala, os povos maias foram
logo vencidos por Pedro Alvarado, enviado de cortês. Os maias deYucatán resistiram até 1546, porém,
foram submetidos ao trabalho forçado, perderam sua identidade cultural e a população primitiva foi
praticamente destruída.

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