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Hardware

PC&CIA # 81 # Abril 2008

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índice
i
Editora Saber Ltda.
Diretores
Hélio Fittipaldi
Thereza M. Ciampi Fittipaldi
28
MECATRÔNICA
FÁCIL
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Editor e Diretor Responsável
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Conselho Editorial
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Newton C. Braga
Auxiliar de Redação
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Hamilton Badin Junior, Notícias
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Monta-treko 11
Projetos com sensores de luz, sinalizador
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ASSINATURAS
Redes Neurais Artificiais 24
www.mecatronicafacil.com.br Como surgiram e quais as utilidades das RNAs
Fone: (11) 2095-5335/Fax: (11) 2098-3366
Atendimento das 8:30 às 17:30 h
Leis de controle
26
Veja para que servem e como são definidas
Associado da: as Leis de Controle

Energia alternativa 28
Processo simples para detectar energia
alternativa
Associação Nacional dos Editores de Revistas

Os inversores de frequência 30
Confira quais são suas características e funções

Associação Nacional das Editoras de

Pulsador LED de baixo consumo


Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas.
34
Instale este recurso em robôs, maquetes e
aplicações semelhantes

Motores de Passo
37
Leia os fundamentos deste dispositivo

Relés Photomos 40
Análise do componente com base na linha da Aromat

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n notícias

Robo
Jeef Eckert

Evitando Armadilhas
de Areia
Um estudo publicado nos proce- Sandbot do Georgia Tech - Imagem
dimentos da Academia Nacional de cortesia do Daniel Goldman
Ciências ofereceu a primeira visão
precisa do “problema de locomoção
de robôs em superfícies granulares”.
Traduzindo, isso significa “porque
eles patinam em sujeira, areia e pilhas
de folhas”. A resposta pode parecer
óbvia para aqueles motoristas que já
dirigiram um carro na praia, mas pode
não ser assim para os rapazes do
Georgia Tech.
Em cada evento, de acordo com
o professor assistente da Escola de
Física “Georgia Institute of Techno-
logy”, Daniel Goldman: a areia é um
terreno que oferece um desafio único.
Ela pode facilmente mudar de sólido
para fluido e requer estratégias de
locomoção diferentes”.
Experimentos foram feitos colo- Robô segue o caminho através de um campo de
cando-se o dispositivo em seis pernas sementes - Imagem cortesia de Daniel Goldman
em forma de C numa trilha de três
metros de comprimento cheia com
sementes que simulam as condições
que podem ser encontradas em deser-
tos, superficies extraterrestres e em
operações na agricultura. O resultado?
“Nós verificamos que quando um robô
move suas pernas rápidamente ou a
areia está muito compacta, ele passa
de uma transição de um movimento
rápido para praticamente nadar no
meio”. Os robôs descobriram que
podem atravessar facilmente o obstá-
culo de areia se mantiver em constante
a rpm e movimentos rápidos em que o
ângulo da cada perna muda.

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notícias n
Robô é Tema de
Trilha em Parque
Poucas semanas atrás, o governo Os parques não serão apenas de também irão ter centros de educação
da Coréia do Sul autorizou a constru- diversão e jogos. Certamente eles R&D. O Incheon Park não está agen-
ção do primeiro parque temático robó- terão divertimentos, salas de exibi- dado para ser utilizado antes de 2014,
tico, enfatizando a visão do país para ções, parques aquáticos e estádios assim você não deve fazer reservas
a indústria, sua primeira área para o para competições de robôs, mas nos hotéis ainda.
crescimento econômico. O Ministro da
Economia para o Conhecimento fixou Concepção do artista para o Parque Incheon de
uma área de 767286 m2 no “Incheon Robôs que, certamente, não vai parecer assim
Free Economic Zone” para o parque,
o que está com custos avaliados em
784,5 bilhões de wons (562,3 milhões
de dólares).
Provando que o governo coreano é
mais hábil do que nós, mais de ¾ do
investimento (680 bilhões de wons)
vem de fontes privadas, com o restante
fornecido pelo governo local. Este e
um segundo parque, a ser construído
mais tarde na província de South Gye-
ongsang, deverão criar 18 000 novos
empregos e gerar 2,8 trilhões de wons
e recursos industriais.

Darwinismo Robótico?
Pesquisadores da Robert Gordon cebola. Usando este sistema, produ- Skippy the mudskipper - Cortesia
University de Aberdeen, na Escócia, zimos um robô complexo capaz de do Aquarium of the Pacific, foto
dizem ter “causado um impacto no operar como um animal. de Hugh Ryono.
mundo da engenharia ao falar dos pri- O robô começou simplesmente se
meiros passos no desenvolvimento de movendo de uma forma primitiva e
um robô que possui a habilidade de então foi para uma série de planos de
evoluir da mesma forma que os ani- desenvolvimento de corpo, atuadores,
mais”. Eles afirmam que a técnica “ofe- sensores e meios, como um mudskip-
rece o potencial para se fazer máquinas per - trata-se da transição do peixe
que podem interagir com o ambiente e para anfíbio, um peixe que pode sair
realizar tarefas úteis em caso de dificul- da água e rastejar pelos terrenos pan-
dades ou circunstâncias perigosas”. tanosos. Assim, ele evoluiu a um qua-
Elas fazem isso desenvolvendo drúpede caminhante capaz de reagir
gradualmente o corpo do robô e ao a estímulos visuais, evitar obstáculos
mesmo tempo aumentando o seu e reagir a objetos predefinidos como
cérebro (um controle especial denomi- predadores ou presas. Infelizmente,
nado rede neural artificial), acrescen- nenhum detalhe foi oferecido sobre o
tando novas partes, uma sobre a outra modo como os upgrades revolucioná-
de modo a terminar numa estrutura em rios são feitos, e não foram fornecidas
camadas, como as que formam uma fotos que possam nos dar uma idéia.

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n notícias

Robo
Veículos Baja durante competição 2008

Baja Sae Brasil


reúne 73 equipes
Mauá adianta novidades da competição que
acontecerá em Piracicaba

A Competição Baja Sae Brasil - patrocínios e construir carros off-road, mento de lideranças”, diz o presidente
Petrobras será realizada de 19 a 22 chamados de Baja. Eles deverão ser da Sae Brasil - Besaliel Botelho. Ele
de março, no Esporte Clube Piracica- testados em provas dinâmicas por ainda ressalta que algumas empre-
bano de Automobilismo (ECPA), em especialistas da indústria da mobi- sas têm priorizado a contratação de
Piracicaba, SP, e desta vez o clima é lidade. “Além de praticarem os con- ex-participantes do Projeto por terem
de festa. A competição de estudan- ceitos teóricos adquiridos em sala de a certeza de que eles estarão bem
tes de engenharia chega a 15ª edição aula, os alunos serão submetidos às preparados após suas participa-
como um programa de desenvolvi- experiências da vida real, tais como ções. “Isso comprova a importância
mento de novos talentos da enge- trabalho em equipe, atendimento de da competição, um dos orgulhos da
nharia brasileira com 73 equipes prazos, busca de suporte financeiro equipe”, completa.
inscritas. para o projeto e atividades diversas, E, para mostrar que algumas ins-
Para disputar a competição, rea- muitas delas em áreas não explora- tituições de ensino já estão preocu-
lizada pela Sae Brasil, as equipes das nos cursos regulares, mas que padas com o desempenho de seus
foram desafiadas a projetar, buscar incentivam a criatividade e o surgi- alunos fora da sala de aula, o Instituto

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notícias n
Mauá de Tecnologia está participando tão. A estrutura do veículo é em aço projetar, construir, testar, promover
da disputa com duas equipes: a Mauá comum, os eixos são de aço-liga, a e competir com um veículo fora-de-
1 e 2. Este ano as equipes estão sob caixa de transmissão é de alumínio estrada (off-road), de estrutura tubu-
a coordenação do professor Renato de alta resistência, enquanto que as lar em aço, monoposto, com quatro
Romio e cada uma delas conta com proteções são de PET. ou mais rodas, capaz de transportar
dez integrantes, entre alunos vetera- Já a equipe Mauá 2 realizou pessoas de até 1,90 m de altura e
nos e calouros. alterações na estrutura do protótipo com até 113,4 kg.
“A equipe está bastante otimista visando garantir que a remoção, tanto Além da avaliação de projeto
quanto ao resultado. Todos se esfor- do conjunto de CVT quanto do motor, por meio de relatórios e apresenta-
çaram para melhorar o carro e obter seja simplificada. “Também busca- ção, os veículos serão submetidos a
um resultado positivo, afirmou o aluno mos a redução do peso do veículo e testes de tração, aceleração, veloci-
da 3ª série do curso de Engenharia uma melhora de eficiência global dos dade máxima e um enduro de quatro
Mecânica e capitão da equipe Mauá 1, conjuntos de transmissão e freios. horas, em pista de terra cheia de obs-
Gabriel Calfa Barni. Na equipe Mauá Um fator definitivo no Baja é a leveza táculos, na qual carros e pilotos são
2 a expectativa não é diferente. “Tra- do carro. Por isso, sempre procura- desafiados no aspecto resistência.
balhamos muito para corrigir os erros mos reduzir a massa do veículo; as Ao final da competição, as duas
da última edição e com isso preten- peças são aliviadas ao máximo, mas equipes que alcançarem as melho-
demos tirar a diferença para chegar sem que isso comprometa a resistên- res pontuações na soma geral das
ao pódio”, assinala o capitão da cia, uma vez que a principal prova da provas, ganham o direito de represen-
equipe e aluno da 3ª série do curso competição é um enduro de quatro tar o país na competição internacional
de Engenharia Mecânica, André Akio horas de duração, que leva o Baja que reúne mais de cem equipes de
Motidome Cintra do Prado. a seus limites, e a Mauá contabiliza diversos países. Nesta competição,
Umas das principais novidades grandes resultados nesta prova”, realizada há um ano, o Brasil se con-
que a equipe Mauá 1 adiantou será explicou o capitão da equipe Mauá 2. sagrou tetracampeão no Canadá.
a gaiola. Desenvolvida a partir de pro- Segundo ele, o Baja da Mauá apre- A edição 2009 espera reunir quase
jetos anteriores e com auxílio de soft- senta uma boa dirigibilidade, assim, 1,1 mil estudantes de 57 instituições
wares, a nova gaiola apresenta uma o grupo optou por efetuar pequenas de ensino do Brasil e Estados Unidos.
integridade estrutural superior às anti- mudanças visando melhoras sutis O Brasil conta com 72 equipes inscri-
gas usadas pela equipe. Com o obje- nesse item. Neste ano, a equipe tas, São Paulo possui 21 seguido do
tivo de diminuir o peso e facilitar sua também está utilizando um sistema de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
produção, a gaiola foi simplificada. telemetria para estudar o desempenho com nove equipes cada. Este ano os
“Seguindo as novas regras de do veículo e obter melhoras no projeto. Estados Unidos será representados
segurança, construímos um veículo Vale lembrar que no Baja Sae pela equipe Tigers, do Rochester Ins-
que privilegia a facilidade de cons- Brasil a fabricação deve ser feita com titute of Technology, de Nova York,
trução e a manutenção dos sistemas ferramentas- padrão da indústria, que já disputou de outras edições.
vitais do projeto. A dirigibilidade do com pouca ou nenhuma mão-de- Das 73 equipes inscritas somente
veículo foi um dos focos: a suspen- obra especializada e os participan- quatro são de instituições que partici-
são traseira possui novos amortece- tes devem trabalhar em equipe para pam pela primeira vez.
dores, o que deve facilitar seu ajuste,
e o sistema de freios foi remodelado Carro da Escola de Engenharia de São Carlos - USP
para que apresente maior capacidade
de frenagem com menor possibilidade
de falha. A linha principal seguida é a
de continuar o projeto que estreou em
2008 pela equipe Mauá Atacama, mas
utilizando algumas das soluções bem
sucedidas implementadas pela equipe
Mauá Borneo também em 2008”,
explica o capitão Gabriel Calfa Barni,
acrescentando que todas as peças do
carro foram projetadas pensando no
peso, porém sem jamais esquecer que
o carro campeão é o que melhor asso-
cia redução de peso com robustez.
“Os maiores ganhos em leveza
estão concentrados na gaiola que
foi projetada com a geometria mais
eficiente possível, dando ao veí-
culo um ganho de rigidez estrutural
e perda de peso”, completa o capi-

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n notícias

Robôs escavadores
construirão base lunar
Início das atividades no satélite natural
estão programadas para 2020

Robôs que construirão muros de proteção ao redor do espaço lunar

Uma base lunar poderá ser cons- à construção, bem como as cargas calculam é que dois robôs, pesando
truída por robôs escavadores. As infor- possam ser transportadas de forma 150 quilogramas cada um, levarão
mações são da patrocinadora Nasa eficiente, o ponto de descida e lança- cerca de seis meses para construir
como o estudo preparado pela Astro- mento deverá ficar próximo da base. um muro de proteção ao redor do
botic Technology Inc. com a assistência A dificuldade ainda se acentuará pela espaçoporto. Outro método é que
técnica da Carnegie Mellon University’s falta de atmosfera. robôs ainda menores possam juntar
Robotics Institute. A poeira levantada pelos fogue- pequenas pedras para pavimentar o
A base será composta por estra- tes, sem uma atmosfera para freá-la, local de pouso. “Isto poderá reduzir
das, estações de aterrisagem e edifí- poderá se transformar em um verda- a necessidade de se construir barrei-
cios semi-circulares com cerca de 2,5 deiro bombardeio sobre as instala- ras de proteção. Para que possamos
metros de altura. E, de acordo com o ções, submetendo-as a uma espécie escolher qual das duas é a melhor
presidente e diretor técnico da Astro- de jateamento de areia. solução, precisaremos enviar mis-
botic e professor da Universidade Car- Os pesquisadores da Carnegie sões de estudo para coletar informa-
negie Mellon, William Red Whittaker, Mellon vislumbraram duas saídas ções sobre a coesão do solo lunar e
a previsão para o início das atividades para esse problema: a primeira é a se podemos encontrar rochas dispo-
no solo lunar são para o ano de 2020. construção de um muro ao redor do níveis com as dimensões adequadas,”
Para isso, um dos problemas a espaçoporto; já a segunda é constitu- explica o pesquisador John Kohut.
serem resolvidos será o impacto que ída de uma criação de superfície dura Agora resta a Nasa definir o cro-
os foguetes que levarão as cargas no local de aterrissagem, uma espé- nograma dos estudos e o envio das
e astronautas terão sobre a própria cie de asfalto, construído com mate- missões de reconhecimento dos
base lunar. Para que os astronautas rial encontrado na própria Lua. Uma locais de pouso após a submissão do
possam ir rapidamente do foguete das soluções que os pesquisadores projeto.

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notícias n
s Nathan Silva
r vence a primeira
etapa da Super
Fórmula 2.0
Campeonato segue para a segunda
etapa no dia 5 de abril

A Super Fórmula 2.0 é a mais “A fómula 2.0 é uma categoria focada


nova categoria de alta velocidade. para os jovens que saem do kart e
A competição compõe a progra- hoje em dia têm poucas opções de
mação do Campeonato Paulista de iniciar uma carreira no automobilismo
Velocidade no Asfalto, passando a aqui no país”, explica o idealizador e
integrar o calendário automobilístico promotor da competição - José Edu-
paulista a partir deste ano. As provas ardo Ávila.
tiveram início no dia 08 de março no Na Super Fórmula 2.0, os treinos
Autódromo de Interlagos e o paulista particulares serão livres e vão além
Nathan Silva foi absoluto na estreia dos finais de semana. Os pilotos têm
da Super Fórmula 2.0. Ele liderou a disponibilidade total para realizar
prova de ponta a ponta e tornou-se o testes. “Os treinos são livres porque é
primeiro vencedor da categoria uma categoria- escola, os participan-
A vitória foi bastante festejada pela tes precisam estudar”, comenta Ávila.
equipe GForce Engenering. “Havia A atração para este ano é o uso
óleo na pista e cheguei dar uma escor- do etanol como combustível oficial da
regada, mas consegui controlar e estou competição. “Em termos técnicos, o
contente”, afirmou Nathan. O que garan- grande diferencial do nosso campeo-
tiu sua vantagem sobre Victor Guerin nato é que utilizaremos o álcool como
foi a sabedoria em poupar melhor os combustível. Optamos pelo biocom-
pneus, vencendo a prova com mais de bustível pensando no futuro das
onze segundos de vantagem. competições de carro e numa maior
No total serão dez etapas, todas preservação do meio ambiente”, com-
disputadas em Interlagos. Depois da pleta Ávila. As primeiras etapas ainda
equalização e da lacração dos moto- serão disputadas com gasolina, mas
res, as equipes só poderão utilizar os durante o campeonato será feita a
equipamentos nos treinos oficiais que conversão.
antecedem cada prova. No próximo dia 5 de abril acontece
A expectativa dos organizadores é a segunda etapa do campeonato pau-
realizar um campeonato de ponta no lista que é promovido pela Medrar,
País, que atraia pilotos em busca de comercializado pela Point Comuni-
uma evolução entre o Kart e o mundo cação e Marketing e supervisionado
da Fórmula 1. Além disso, eles espe- pela Federação de Automobilismo de
ram contribuir para a melhor forma- São Paulo - FASP.
ção de pilotos e profissionais de Box
e revelar novos talentos, uma tradição
brasileira no mundo da velocidade.

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n notícias

Febrace tem início positivo


com o número de visitantes
A expectativa para 2009 é receber 12 mil visitantes entre os 17 e 19 de março

A Feira Brasileira de Ciências o tempo empregado na fabricação Trabalho finalista do evento


e Engenharia - Febrace - começou dos produtos, deixando as empresas
com o pé direito com a expectativa de mais competitivas. Ela é alimentada
receber 12 mil visitantes. Alunos do a partir de um processo de lamina-
ensino fundamental e médio lotaram ção, tornando-a assim uma máquina
as dependências da Escola Politéc- completa, que realiza a laminação e
nica da USP - Universidade de São se auto-alimenta. O projeto foi desen-
Paulo - para conhecer os 282 proje- volvido pelos alunos Marco Antonio
tos finalistas que ficaram expostos Pensak, Giovanny Simon Machado e
entre os dias 17 e 19 de março. Marcos Marx Millnitz de Jaraguá do
O objetivo da feira é estimular Sul - SC.
novas práticas nas escolas, melho- Outro destaque foi o “Motor a
rando a aprendizagem em Ciências reação por compressão através de enorme potencial”, ressalta Roseli.
e Engenharia. “Numa época em que ondas de choque e aceleração autô- E lembra que entre os projetos fina-
as economias mais desenvolvidas são noma dos estudantes Rafael Telis listas deste ano todos refletem esse
baseadas no conhecimento, estimular Gazzin Pessoa, de Belo Horizonte potencial. “Muitos se destacam pelo
a cultura investigativa, de inovação e - MG. A proposta do seu trabalho rigor científico e pelos resultados
empreendedorismo na educação se foi projetar e executar um motor que alcançados; outros ainda precisam
tornou imprescindível”, afirma a coor- separasse os motores aerotérmicos ser aprimorados, mas o que importa
denadora geral do evento, Roseli de atuais em quatro quesitos: custo, é que esses estudantes estão no
Deus Lopes. complexidade, eficiência e poluição caminho certo, e desenvolvendo sua
Nesse contexto, a Febrace tem a ambiental. Este projeto poderá afetar capacidade de criar, de refletir e de
proposta de ser uma ferramenta de a população de modo a trazer aerona- raciocinar criticamante” finaliza.
estímulo para os estudantes desen- ves mais eficiente ocorrendo a redu- Para a esperada cerimônia de
volverem projetos investigativos. “Ao ção dos custos dos voos com viagens premiação cerca de 300 avaliadores
terem seus projetos selecionados pela mais rápidas. entre professores da USP, profis-
feira, os alunos veem seus esforços Entre os concorrentes ao melhor sionais voluntários e universidades
reconhecidos e se sentem estimula- projeto de Engenharia também esta- parceiras da feira selecionaram os
dos a continuar realizando inovações”, va presente o Baby Alarm Plus, melhores das sete categorias. O
completa a coordenadora. desenvolvido por Marcelo Henrique evento foi realizado no dia 21 de
Um dos projetos finalistas foi a Caetano sob orientação de Luis Hen- março, e na ocasião os autores dos
“Guilhotina Inteligente” formada a rique Mendes de Oliveira da escola melhores trabalhos ganharam meda-
partir de peças Lego. A construção Senai Joao Batista Salles da Silva. lhas, certificados, estágios, entre
visa acelerar a produção e reduzir Marcelo construiu este dispositivo de outros prêmios (como a asinatura do
segurança para ser adaptado a uma Portal Mecatrônica Atual).
Projetistas da Guilhotina Inteligente cadeira de bebê utilizada em auto- Os trabalhos que mais se desta-
móveis. O sistema é baseado em um carem também se qualificaram para
alarme sonoro acionado por chaves participar da Intel-ISEF (Internatio-
específicas e estrategicamente posi- nal Science and Engeneering Fair),
cionadas na cadeira do bebê. A idéia competição internacional de estu-
é que ao esquecer a criança no carro dantes pré-univesitários, realizada
o Buzzer seja acionado. anualmente nos Estados Unidos. Só
“O resultado destes trabalhos ano passado, nove projetos foram
mostram, que independentemente do selecionados e três chegaram a ser
nível de escolariedade e da classe premiados.
social, esses estudantes têm um

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escola
e

Monta-treko
Confira alguns projetos com sensores de luz, além
das montagens de um transmissor experimental sem
bobinas, um sinalizador de FM e muito mais.

Newton C. Braga

Projeto 1
Telégrafo com oscilador utilizado com telefones. O receptor é ou grandes) ou ainda fonte de pelo
de áudio uma cápsula piezoelétrica ou um fone menos 500 mA. O transformador tem
Projeto de longo alcance que uti- piezoelétrico. O ajuste do tom trans- primário de 110 V ou 220 V e secun-
liza como transmissor um oscilador mitido é feito no potenciômetro de 100 dário de 6 a 12 V com 300 mA ou mais
de áudio com um transformador ele- k ohms. A alimentação pode ser feita de corrente. O manipulador é comum,
vador de tensão e como receptor um com tensões de 6 a 12 V. Observamos como descrito nos demais projetos de
fone piezoelétrico de alta impedância que a tensão obtida no secundário do telégrafo desta série.
(Figura 1). transformador é elevada, podendo
Em condições favoráveis os fios causar choques desagradáveis em
de interligação entre as estações caso de toque acidental. Na figura Lista de Materiais
podem alcançar vários quilômetros. 2 temos o circuito com base numa
Nesta versão de uma via, o fio pode ponte de terminais, já que se trata de
ser tanto desencapado, mas com iso- montagem com finalidade experimen- Q1 – BC548 – Transistor NPN de uso
ladores nos locais em que os prendem tal ou didática. A alimentação pode geral
se feita com pilhas comuns (médias Q2 – BD136 – Transistor PNP de uso
a postes, ou ainda encapado, do tipo
geral
1 T1 – Transformador – ver texto
Circuito de telégrafo com oscilador de áudio BZ – Cápsula piezoelétrica
B1 – 6 a 12 V – pilhas médias, grandes
ou fonte
M1 – Manipulador comum
P1 – 100 k ohms – potenciômetro (lin
ou log)
R1 – 10 k ohms x 1/8 W – resistor
– marrom, preto, laranja
R2 – 1 k ohms x 1/8 W – resistor – mar-
rom, preto, vermelho
C1 – 47 nF – capacitor cerâmico ou
poliéster

Diversos:
Suporte de pilhas, ponte de terminais,
fios, solda etc.

Mecatrônica Fácil - nº 46 11

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e escola
2
Circuito de telégrafo com oscilador de áudio

Competição
• Ver quem transmite uma mensa-
gem no menor tempo possível.

Projeto 2
Minicomunicador 3
observadas. O resistor R1 é de 1/8 W Diagrama completo do minicomunicador
Eis um circuito experimental com ou maior, e na verdade seu valor deve
apenas cinco componentes que tem por ser obtido experimentalmente em fun-
finalidade possibilitar a comunicação ção da tensão de alimentação, ficando
em uma via de duas pessoas separa- tipicamente entre 1k e 10k ohms. Uma
das por grandes distâncias, usando fios aplicação interessante para este circuito
comuns. Você pode estender os fios de é em um sistema secreto de comuni-
ligação ao tweeter (TW) ou transdutor cações com seus amigos, bastando
piezoelétrico a uma distância superior montar duas unidades iguais de modo
a 100 metros sem perda apreciável da a se poder estabelecer a comunicação
intensidade do sinal. Como não temos bilateral como num telefone.
etapas de amplificação e se trata de cir-
cuito experimental não podemos espe- Competição 4
Montagem em ponte de terminais
rar altorendimento. Isso significa que • Premiar a melhor montagem
na operação o tweeter ser usado como • Fazer um concurso para o melhor
telefone, junto ao ouvido. O circuito é ali- relatório técnico
mentado por pilhas comuns ou bateria • Desafiar a encontrar uma aplica-
e seu consumo de energia é extrema- ção diferente para o circuito
mente baixo. Na figura 3 observamos o
diagrama completo do aparelho. Lista de Materiais
TW é um tweeter do tipo piezo-
elétrico do qual tenha sido retirado
MIC - microfone de eletreto de dois
o pequeno transformador interno,
terminais
fazendo a conexão dos fios direta- B1 - 3 V a 9 V - 2 pilhas pequenas ou
mente à cápsula cerâmica de seu bateria
interior que é de alta impedância. R1 - 4,7 k ohms x 1/8 W - resistor - ama-
Se for usado um transdutor ele será relo, violeta, vermelho
ligado diretamente, pois não possui C1 - 220 nF a 470 nF - capacitor
transformador interno. Na figura 4 cerâmico ou de poliéster
vemos o aspecto da montagem, onde TW - Tweeter piezoelétrico
os poucos componentes usados são
soldados numa ponte de terminais Diversos
exceto o tweeter remoto. Ponte de terminais, suporte de pilhas ou
Tanto a polaridade das pilhas como conector de bateria, caixa para monta-
do microfone de eletreto precisam ser gem, fios, solda etc.

12 Mecatrônica Fácil - nº 46 Me

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escola
e
Projeto 3
Transmissor experimental de uma montagem experimental de em intervalos de 100 em 100 kHz. O
sem bobinas curto alcance. Poderemos “pegar” o sinal gerado pelo oscilador é aplicado
Este circuito experimental de curto sinal deste transmissor praticamente às entradas das outras quatro portas
alcance se caracteriza por não utilizar em qualquer tipo de rádio, desde um do mesmo circuito integrado que fun-
bobinas. Embora ele tenha o mesmo simples radinho AM de ondas médias cionam como amplificadoras. Temos
princípio dos antigos transmissores ou curtas até um receptor de FM. assim na saída do circuito um sinal de
telegráficos, sem sintonia, e portanto Como o circuito não tem um padrão boa intensidade que, aplicado a uma
não deva ser usado com antenas exter- fixo de frequências, não é possível antena, já teria algumas dezenas de
nas, serve como meio de demonstração fazer sua modulação, ou seja, ligar centímetros de alcance. Para aumen-
para comunicações de curto alcance ou um microfone para transmitir a voz. tar um pouco este alcance levando-o
mesmo como um gerador de interferên- Isso significa que este transmissor a dois ou três metros ou mesmo mais,
cias para receptores próximos. só serve para emitir sinais em código aplicamos este sinal a um transistor
Para gerar sinais de rádio não pre- Morse, ou seja, é um transmissor de amplificador de média potência.
cisamos ter obrigatoriamente um cir- ondas contínuas (CW) de tipo muito A saída deste transistor é então
cuito ressonante formado por bobinas semelhante ao usado nas primeiras aplicada a uma antena telescópica ou
e capacitores. Na verdade, os primei- experiências de Marconi. um pedaço de fio de um a dois metros
ros transmissores de rádio que existi- de comprimento. A alimentação do
ram não usavam estes elementos. Como funciona circuito pode ser feita com tensões de
É evidente que a presença de um Um circuito integrado 4093B 6 a 12 volts a partir de pilhas ou uma
circuito ressonante formado por bobi- (CMOS) possui quatro portas que pequena fonte. O manipulador ligado
r nas e capacitores é importante para podem ser ligadas como osciladores. em série ao circuito interrompe o sinal
se garantir a produção de um sinal de Usamos então uma destas portas para e o estabelece de modo a podermos
frequência única. Caso contrário, em gerar um sinal que depende do valor de transmitir em código. Será interes-
lugar de uma só frequência teremos C1 e do ajuste de P1. Se bem que este sante que o leitor procure memorizar
diversas delas se espalhando pelo circuito gere uma frequência fixa entre e praticar o Código Morse.
espectro, o que não é conveniente em 100 kHz e 2 MHz, não podemos dizer
nossos dias. Além da perda de energia, que o transmissor vai operar nesta Montagem
pois ela se espalharia por frequências frequência. O que ocorre é que o sinal Na figura 6 você vê o diagrama
indesejáveis, teríamos a produção de gerado é retangular e por isso contém completo do transmissor.
interferências em toda a faixa. uma grande quantidade de sinais espú- A disposição dos componentes
O circuito que descrevemos se rios ou harmônicas que se estendem numa placa de circuito impresso é
enquadra na categoria de transmis- por todo o espectro das radiofrequên- mostrada na figura 7.
sores experimentais. Como seu sinal cias, como mostra a figura 5. O circuito integrado deve ser mon-
não tem uma frequência fixa, não Isso significa que, se sintonizarmos tado num soquete DIL ou DIP de 14
devemos usar este transmissor com este transmissor em 100 kHz, teremos pinos para maior segurança. Também
antenas externas. Trata-se portanto a produção de sinais em todas as pode ser feita a montagem numa matriz
frequências possíveis acima desta, de contatos, conforme ilustra a figura 8.
5
Espectro dos sinais transmitidos
6
Montagem numa placa de circuito impresso

Mecatrônica Fácil - nº 46 13

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e escola

7 9
Diagrama completo do transmissor Filtro para melhorar o desempenho

10
Transmissão entre duas salas

8
Montagem numa matriz de contatos

Lista de Materiais

Semicondutores
CI1 - 4093B - circuito integrado CMOS
Q1 - BD135 - transistor NPN de média
potência
Os resistores são todos de 1/8 W fora de estação. Aperte o manipulador
Resistores (1/8W, 5%)
ou maiores, e os capacitores devem e ajuste P1 para obter o sinal mais forte
R1 - 4,7 k ohms - amarelo, violeta,
ser cerâmicos de boa qualidade. C1 no receptor. Afaste-se com o receptor
vermelho
não é crítico podendo ter valores entre de modo a verificar o alcance. R2 - 10 k ohms - marrom, preto, laranja
120 pF e 330 pF. O mesmo ocorre Comprovado o funcionamento vo- R3 - 100 ohms - marrom, preto, marrom
em relação a C2 que pode ter valores cê pode fazer suas transmissões em P1 - 47k ohms - potenciômetro
entre 100 nF e 470 nF, sem problemas código. Uma maneira de tornar mais
para o desempenho do transmissor. interessantes estas transmissões é Capacitores
Para as pilhas deve ser usado um posicionando o transmissor e o receptor C1 - 120 pF - cerâmico
suporte apropriado, ou se for usada de modo que fiquem em dependências C2 - 100 nF - cerâmico
fonte, deve ter pelo menos 300 mA diferentes, veja a figura 10.
de corrente. O manipulador pode ser Para memorizar melhor o Código Diversos
improvisado com duas chapinhas que Morse comece transmitindo letras e M - manipulador - ver texto
se tocam, fechando o circuito, quando números. Somente depois que adquirir A - antena - ver texto
forem pressionadas. Veja como agre- prática aconselha-se passar à trans-
gar um filtro sintonizado de saída para missão de palavras e mensagens. Placa de circuito impresso, suporte de
pilhas ou fonte, soquete para o circuito
se obter um desempenho melhor do
integrado, caixa para a montagem, fios,
circuito na figura 9. Competição solda etc.
• Fazer uma competição para ver
Prova e uso qual tem maior alcance.
Para provar, ligue nas proximida- • Desafiar o aluno a colocar um
des um rádio de AM ou FM sintonizado microfone para modular o sinal.

14 Mecatrônica Fácil - nº 46 Me

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escola
e
Projeto 4
Sinalizador de FM tes numa ampla faixa de valores de Lista de Materiais
Este transmissor emite bips que modo a escolher o tom que seja mais
Semicondutores
podem ser captados por qualquer agradável. A segunda porta gera os
CI1 - 4093B - circuito integrado CMOS
rádio de FM numa frequência livre. intervalos entre os bips que são deter- Q1 - BF494 ou equivalente - transistor
Se escondermos o transmissor num minados pelo resistor R2 e pelo capa- de RF
objeto que deva ser vigiado, podemos citor C2. Estes componentes também
localizá-lo depois pelo sinal emitido. podem ter seus valores alterados con- Resistores (1/8W, 5%)
Uma possibilidade interessante de forme o desejo do leitor, e isso numa R1 - 39k ohms - laranja, branco laranja
uso é numa brincadeira em que o ampla faixa de valores. R2 - 2,2 M ohms - vermelho, vermelho,
sinalizador é escondido e os parti- Os sinais dos dois osciladores são verde
cipantes, cada qual munido de um combinados nas outras duas portas R3 - 10 k ohms - marrom, preto, laranja
rádio, deve localizá-lo pelos seus do circuito integrado que funcionam R4 - 6,8 k ohms - azul, cinza, laranja
sinais. Também podemos usá-lo em como amplificadoras. Obtemos na R5 - 47 ohms - amarelo, violeta, preto
robótica para indicar a posição de um saída pulsos ou bips que servem para
robô, facilitando sua localização. modular a etapa transmissora. Capacitores
Descrevemos a montagem de um A etapa transmissora consiste C1 - 47 nF - cerâmico
C2 - 2,2 uF/16V - eletrolítico
transmissor de FM com uns 100 a 200 basicamente num transistor que gera
C3 - 10 nF - cerâmico
metros de alcance, capaz de transmitir um sinal cuja frequência depende de
C4 - 2,2 nF - cerâmico
sinais na forma de bips numa frequên- L1 e CV. Ajustamos CV para que o
C5 - 4,7 pF - cerâmico
cia livre da faixa escolhida. O circuito circuito opere numa frequência livre C6 - 100 nF - cerâmico
é alimentado por pilhas comuns que da faixa de FM. A realimentação que CV - trimmer - ver texto
o mantém em funcionamento durante mantém o circuito em oscilação é
algumas horas. Desta forma, ele pode obtida pelo capacitor de 4,7 pF. Diversos
ser escondido em objetos que devam Os sinais gerados pela etapa L1 - Bobina - ver texto
ser vigiados, ou ainda ser usado numa transmissora são irradiados pela S1 - Interruptor simples
brincadeira de localização. Também antena e do comprimento desta B1 - 6 V - 4 pilhas pequenas ou médias
podemos usar o circuito como um antena depende do alcance do trans- A - antena - ver texto
alarme remoto substituindo o inter- missor. Podemos usar pedaços de
ruptor geral S1 por um sensor que o fio de 10 cm a 40 cm ou então uma Placa de circuito impresso, soquete para
dispara, fazendo-o emitir então o sinal antena telescópica. Não será conve- o circuito integrado, suporte para pilhas,
de alerta para um receptor de FM. niente usar antena maior para não caixa para montagem, fios, solda etc.
Os componentes usados na mon- instabilizar o circuito.
tagem são comuns e não temos ele-
mentos críticos que possam dificultar 11Circuito completo do transmissor sinalizador
sua realização pelos menos experien-
tes. Tudo que o leitor precisa saber
é fazer placas de circuito impresso
segundo o padrão que damos neste
projeto.

Características
• Tensão de alimentação: 6 ou 9 V
• Alcance: 100 a 200 metros
• Frequência de emissão: 88 a 108
MHz

Como funciona
Para gerar os bips em intervalos
regulares usamos dois osciladores
com base em duas portas NAND do
circuito integrado disparador 4093.
A primeira porta gera o tom de
áudio, cuja frequência é determi-
nada basicamente por R1 e C1. O
leitor poder alterar estes componen-

Mecatrônica Fácil - nº 46 15

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e escola

Montagem Ajuste e uso mentada com este transmissor,


Na figura 11 damos o diagrama Para ajustar o aparelho basta ligar principalmente em escolas, nos
completo do transmissor sinalizador. nas proximidades um receptor de FM cursos que possuam ativida-
A disposição dos componentes sintonizado numa frequência livre. des em Educação Tecnológica.
numa placa de circuito impresso pode Depois, cuidadosamente, ajustamos Depois de explicar como funcio-
ser vista figura 12. CV para que o sinal mais forte do nam os transmissores e de que
Os resistores são todos de 1/8W transmissor seja captado. modo pode-se ter uma diretivi-
e os capacitores devem ser cerâmi- Devemos ter cuidado nesta opera- dade na recepção conforme a
cos, salvo indicações que permitam ção para não confundir sinais espú- posição da antena, o professor
também o uso de tipos de poliéster. A rios ou harmônicas, que são mais combina com os alunos para
bobina é formada por quatro espiras fracos, com o sinal fundamental que que cada um traga um radinho
de fio 22 ou mesmo mais grosso, com é mais forte. O sinal espúrio some de FM de pilhas (não digital).
diâmetro de 1 cm sem núcleo. Para a logo quando nos afastamos com o Em seguida, escondendo o
alimentação podem ser usadas pilhas receptor. Se o leitor não gostar da transmissor em algum lugar na
médias ou grandes em suporte apro- tonalidade dos bips produzidos pode escola (no pátio, por exemplo),
priado. Não será conveniente usar alterar os componentes associados os alunos devem procurar seu
bateria de 9 V, pois o consumo do conforme explicamos. Uma vez com- sinal e uma vez sintonizado,
aparelho faria com que ela se esgo- provado o funcionamento, o apare- devem localizar o transmissor
tasse rapidamente. lho pode ser fechado numa caixa de escondido. Uma prenda pode
O transistor BF494 pode ser substi- plástico ou madeira para uso. ser colocada junto ao transmis-
tuído por equivalentes como o 2N2222 sor como, por exemplo, uma
e até de maior potência como o BD135, Competição caixa de doces!
caso em que o circuito pode ser ali- • Caça à Raposa - Esta é uma • Premiar a montagem que tiver
mentado com tensão de até 12 V. brincadeira que pode ser imple- maior alcance.

12
Montagem do transmissor numa placa de circuito impresso

16 Mecatrônica Fácil - nº 46 Me

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escola
e
Projeto 5
Oscilador de 10,7 MHz sor experimental de ondas curtas. numa placa de circuito impresso é
Este circuito utiliza como padrão Lembramos que, por se tratar de fornecida na figura 14.
de frequência um filtro cerâmico do circuito TTL, sua alimentação deve São usados três dos seis inver-
tipo encontrado em rádios de FM, nas ser feita com uma tensão exata de sores disponíveis nos circuitos inte-
etapas de frequência intermediária 5 volts. O único ajuste que o circuito grados 7404 ou 74LS04. Os outros
(FI). Podemos utilizar este oscilador necessita é no trimpot para se obter três inversores podem ser usados
para a calibração de rádios de FM, o ponto de oscilação. Na figura 13 em outras aplicações, já que eles têm
como clock para circuitos digitais, ou temos o diagrama completo do osci- funcionamento independente. O con-
ainda como base para um transmis- lador. A disposição dos componentes sumo do aparelho é baixo, exigindo
uma corrente de algumas dezenas de
miliampères e a saída consiste num
13
Diagrama completo do oscilador sinal retangular com aproximada-
mente 5 volts de amplitude.
Se ligarmos à saída deste circuito
uma pequena antena teremos um
pequeno transmissor com alguns
metros de alcance. Este transmissor
poder ser usado na prática de tele-
grafia. A modulação do sinal pode ser
feita com a aplicação de um sinal de
áudio via capacitor de isolamento no
pino 3 ou 4 do circuito integrado. O
resistor usado é de 1/8 W e qualquer
filtro cerâmico para 10,7 MHz de três
terminais pode ser experimentado
neste circuito.
Para prová-lo, basta injetar o sinal
14 em um receptor de FM ou sintonizar
Montagem numa placa de circuito impresso
este sinal num receptor de ondas
curtas colocado nas proximidades na
frequência correspondente.

Competição
• Usar como telégrafo e ver quem
transmite mais rápido uma men-
sagem
• Verificar qual tem maior alcance
e premiar o melhor

Lista de Materiais

Semicondutores
CI1 - 7404 ou 74LS04 - circuito inte-
grado TTL

Resistores
R1 - 470 ohms x 1/8W - amarelo,
violeta, marrom
P1 - 1 k ohms - trimpot

Diversos
X1 - Filtro cerâmico de 10,7 MHz
Placa de circuito impresso, fios, solda,
fonte de 5 volts etc.

Mecatrônica Fácil - nº 46 17

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e escola

Projeto 6
Oscilador de 30 a 60 MHz A disposição dos componentes um “sopro” sonoro e no televisor na
Este circuito gera um sinal na faixa numa placa de circuito impresso é forma de interferência na imagem. A
superior de ondas curtas chegando mostrada na figura 16. Uma alterna- frequência de operação é ajustada
à faixa inferior de VHF, conforme a tiva econômica para montagem seria em CV.
bobina escolhida. Uma aplicação uma placa universal ou mesmo uma
possível para o circuito é como injetor ponte de parafusos, lembrando que Competição
de sinais que alcança o canal 2 de TV para maior estabilidade as ligações • Caça à raposa com rádio de onda
ou mesmo um transmissor de con- e terminais dos componentes devem curta – ver projeto anterior
trole remoto de onda contínua de um ser os mais curtos possíveis. • Usar como telégrafo e fazer desa-
canal. Com um modulador em tom A bobina tem espiras de acordo fio para o envio de mensagem
ele pode ter sua aplicação estendida com a faixa de frequências e é enro- • Premiar o de maior alcance
para um controle remoto multicanal. lada com fio de 18 a 22 numa forma
A alimentação poderá ser feita de 1 cm de diâmetro sem núcleo. Lista de Materiais
com duas ou quatro pilhas pequenas, Enrole num lápis como referência. O
ou ainda uma bateria de 9 V. Usando número de espiras deve ser conforme
uma pequena antena (15 a 30 cm) o abaixo:
alcance como transmissor pode che- • 30 a 45 MHz - 9 espiras Semicondutores
gar aos 50 metros. Com 9 V o alcance • 45 a 60 MHz - 6 espiras Q1 - BF494 ou equivalente - transistor
será ainda maior. O transistor admite O trimmer (capacitor ajustável) pode NPN de RF
equivalentes como o BF495 ou qual- ter qualquer capacitância máxima entre
Resistores (1/8 W, 5%)
quer um de RF de uso geral NPN. 20 e 50 pF e o capacitor C2 ter 22 pF
R1 - 12 k ohms - marrom, vermelho,
Para modulação, o sinal de baixa para a faixa de 45 a 60 MHz e 33 pF ou laranja
frequência pode ser aplicado através 47 pF para a faixa de 30 a 45 MHz. R2 - 8,2 k ohms - cinza, vermelho,
de um capacitor cerâmico de 10 a 470 Podemos experimentar o circuito vermelho
nF na base ou no emissor do tran- ligando-o nas proximidades de um R3 - 100 ohms - marrom, preto, marrom
sistor, conforme sua intensidade e rádio de ondas curtas ou mesmo de
frequência. Confira o diagrama com- um televisor sintonizado no canal dois. Capacitores
pleto do oscilador na figura 15. No rádio o sinal aparece na forma de C1 - 10 nF - cerâmico
C2 - 22 pF a 47 pF - cerâmico - ver
15 texto
Diagrama completo do oscilador C3 - 100 nF - cerâmico
CV - trimmer - ver texto

Diversos
L1 - Bobina - ver texto
S1 - Interruptor simples
B1 - 3 a 9 V - pilhas ou bateria
Ponte de terminais, suporte de pilhas
ou conector de bateria, fios, caixa para
montagem, solda etc.

16
Montagem do oscilador

18 Mecatrônica Fácil - nº 46 Me

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escola
e
Projeto 7
Transmissor elementar antena um simples pedaço de fio fixa, mas sim um ruído. Desta forma,
A produção de sinais de rádio ou de uns 50 cm de comprimento, e não o ligue a antenas externas ou
ondas eletromagnéticas, que podem para demonstrações com alcances longas. Os sinais também poderão
se propagar pelo espaço e levar infor- pequenos, nem mesmo isso será ser sintonizados na faixa de ondas
mações, é tão simples que poucos necessário, pois os sinais não irão curtas de 3 MHz a 10 MHz, se o leitor
sabem que pode ser conseguida com além de alguns metros. Com este possui um receptor que tenha essas
apenas três componentes improvi- procedimento evitamos que ocorram faixas.
sados. Essa possibilidade pode ser interferências em rádios e televisores Fora de uso, não deixe o fio
explorada em demonstrações, como ligados nas proximidades. Trata-se, encostado na lima, pois além de não
trabalho escolar, aulas de ciências e evidentemente, de um aparelho indi- haver emissão, a pilha gasta-se rapi-
em feiras de ciências. cado apenas para demonstrações damente pelo excesso de corrente.
Os sinais, que podem atravessar e experiências a curta distância. Na
obstáculos como tábuas, divisórias figura 17 temos o diagrama completo Competição
de madeira e paredes, podem ser de nosso transmissor elementar. •Ver qual tem maior alcance
captados num rádio portátil comum Na figura 18 vemos o aspecto •Desafiar para transmitir uma
transistorizado. Experimentalmente geral da montagem. mensagem por sinais telegráfi-
o montador pode demonstrar os efei- A bobina é enrolada em um bas- cos de uma sala para outra
tos citados, mas como montagem de tão de ferrite (que pode ser aprovei-
uso prático ela serve para transmitir tado de qualquer rádio transistorizado
Lista de Materiais
sinais em código para um amigo que velho fora de uso) e tanto pode ser
em um apartamento ou sala adja- cilíndrica como chata. Esta bobina
cente, através da parede. tem um enrolamento formado por B1 - 1 pilha grande
O transmissor é simples, como aproximadamente quarenta voltas de X1 - 1 lima
dissemos, e como receptor pode ser fio comum ou esmaltado de qualquer L1 - Bobina - ver texto
usado qualquer rádio portátil. espessura e outro enrolamento com
cinco voltas do mesmo fio. Diversos
Funcionamento Os fios de conexão à pilha são sol- Terminal antena/terra, fio esmaltado,
Interrupções de corrente rápidas dados nos seus terminais. Se forem fios, solda etc.
podem gerar oscilações de cargas elé- usados fios esmaltados, eles devem ser
tricas que produzem ondas de rádio, ou raspados no ponto de soldagem. Para
seja, ondas eletromagnéticas de altas operar o transmissor é simples: ligue 17
frequências, que se propagam pelo nas proximidade (um a dois metros) um Diagrama do transmissor elementar
espaço com a velocidade da luz. Pode- rádio AM fora de estação, sintonizado
se produzir tais “vibrações” de uma em qualquer ponto da escala. Raspe
maneira fácil esfregando um fio ligado o fio na lima. Deve ser transmitido um
a uma pilha, numa lima comum. ruído. O leitor verá que estes sinais
Como “carga” indutiva para refor- podem atravessar obstáculos, pois se
çar as oscilações, ou seja, produzir os o rádio estiver do outro lado de uma
sinais desejados temos uma bobina parede eles ainda serão captados.
enrolada num bastão de ferrite. A codificação dos sinais, para
Na realidade, este circuito não gera mensagens possam ser transmitidas,
um sinal de frequência fixa. Seus sinais pode ser feita em Morse. Nesta codi-
se espalham numa ampla faixa produ- ficação uma “raspada” de curta dura- 18
zindo assim um “ruído radioelétrico” ção significa um ponto e uma raspada O transmissor elementar montado
ou EMI (Electromagnetic Interference mais longa um traço. Pontos e traços
– Interferência eletromagnética). Sua são combinados de formar letras,
operação como transmissor realmente números e sinais gráficos.
para longos alcance é proibida pois ele Para uma operação com um
interfere em muitos tipos de aparelhos alcance um pouco maior, a antena é
de comunicação. No entanto, foram um pedaço de fio comum de aproxi-
iguais a este os primeiros aparelhos madamente 50 cm a 1 metro. A liga-
usados por Marconi, Landel de Moura ção à terra pode ser feita em qualquer
e outros pesquisadores que acabaram objeto de metal de maior porte.
por inventar o rádio. Conforme explicamos, este trans-
No nosso sistema, usaremos como missor não emite sinais de frequência

Mecatrônica Fácil - nº 46 19

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e escola

Projeto 8
Chave acionada por luz O relé indicado no projeto origi- O interruptor S1 é opcional se o
Descrevemos um projeto didático nal é para corrente de até 2 A, mas aparelho for utilizado em demonstra-
que serve para ilustrar a montagem de esse componente pode ser trocado ções, já que para desligar podemos
um circuito que aciona um relé quando por outros de maior capacidade de simplesmente retirar as pilhas do
a luz que incide num sensor é interrom- corrente. A alimentação do circuito é suporte.
pida, ou quando escurece. O circuito é feita com 6 V e o sensor é um LDR Para provar o aparelho ligue a ali-
alimentado por pilhas e especialmente comum de grande sensibilidade. mentação e ajuste P1 para que o relé
indicado para montagem em matriz de Essa sensibilidade poderá ser ajus- permaneça desativado usando houver
contacto ou placa de circuito impresso. tada conforme a aplicação, através luz incidente no LDR. Quando a luz
O circuito fotoelétrico apresentado tam- de um potenciômetro. diminuir ou for cortada, o relé deve ser
bém é ideal para trabalhos escolares ou Na condição em que o relé se acionado.
feiras de ciências. encontra desenergizado, o consumo Ligue os contatos do relé ao equi-
é baixo. Com o relé ativado, a cor- pamento que deseja controlar. Esses
19 rente drenada da fonte é da ordem de contatos funcionam como um inter-
Diagrama completo da chave
acionada por luz
100 mA. É claro que o consumo será ruptor.
menor se relés com menores corren-
tes de acionamento forem usados. Competição
Para maior diretividade e sensibili- • Premiar quem criar o melhor sis-
dade, o LDR poderá ser instalado num tema de alarme utilizando o cir-
tubinho com uma lente convergente cuito descrito
na frente. Na figura 19 você encontra
o diagrama completo desse aparelho.
A disposição dos componentes Lista de Materiais
numa placa de circuito impresso é
vista na figura 20. Q1, Q2 – BC548 – transistores NPN
Os transistores admitem equiva- de uso geral
lentes e o LDR pode ser ligado ao cir- D1 – 1N4148 – diodo de silício
cuito através de fios isolados longos, R1, R2 – 1 k ohms x 1/8 W – resistores
até 10 metros de comprimento. – marrom, preto, vermelho
P1 – 1 M ohms – potenciômetro, lin ou
log
20 LDR – LDR comum
Montagem numa placa
C1 – 100 uF – capacitor eletrolítico
de circuito impresso
K1 – Relé de 6 V (MCH2RC1 ou equiva-
lente – Metaltex)
S1 – Interruptor simples
B1 – 6 V – 4 pilhas ou fonte

Diversos
Placa de circuito impresso, suporte de
pilhas, fios, solda, caixa para montagem
etc.

20 Mecatrônica Fácil - nº 46 Me

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e
Projeto 9
Fototransistor como LDR xima a de um LDR, nas aplicações vão ser usados com conexão à base.
Em diversas aplicações em que se comuns. O circuito usado para esta Para experimentar o circuito procure
necessita de um sensor de luz o LDR finalidade é dado na figura 19. uma aplicação em que seja usado um
é o escolhido pela sua sensibilidade Na figura 20 analise a disposição LDR comum e faça a subsituição. Ob-
e baixo custo. No entanto, na falta dos componentes usados numa ponte serve a polaridade, já que o ponto A
de um LDR podemos usar um foto- de terminais. deve funcionar com uma tensão positiva
transistor, mas para isso precisamos Observe que o fototransistor usa- em relação a B. Em lugar do transistor
modificar seu modo de operação com do tem sua base desligada, o que é Darlington BC517, o leitor pode usar
um aumento de sensibilidade. O cir- comum neste tipo de aplicação.Mui- dois BC548 na ligação equivalente.
cuito que apresentamos tem por fina- tos fototransistores, na realidade, são
lidade permitir que um fototransistor vendidos com apenas dois terminais Competição
comum seja usado em lugar de um (a base é cortada) prevendo que não • Desafiar os alunos a encontrarem
LDR nas aplicações em que a alimen- o maior número de aplicações
tação seja feita por tensão contínua e 22 em que os fototransistores po-
Montagem do circuito
não supere os 12 volts. Usando um numa ponte de terminais dem ser utilizados
transistor Darlington de alto ganho • Elaborar pesquisa sobre o efeito
(30 000) aumentamos a sensibilidade fotoelétrico e premiar a melhor
de um fototransistor de modo que ele
se comporte de maneira bem pró- Lista de Materiais
21
Circuito do fotossensor Semicondutores
Q1 - qualquer foto-transistor
Q2 - BC517 - transistor Darlington
NPN de pequena potência

Diversos
Ponte de terminais, fios, solda etc.

Mecatrônica Fácil - nº 46 21

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e escola

Projeto 10

Controle remoto a raio de luz experimentados. Pode-se até substituir O 2N3055 pode ser obtido prin-
Uma lanterna, farolete, um espe- este relé por uma lâmpada pequena cipalmente em televisores antigos.
lho ou mesmo um fósforo são os que vai acender sempre que o sensor Retire o transistor com cuidado e
transmissores que acionam este sis- foi iluminado. Esta substituição pode depois remova sua capa protetora,
tema de controle remoto ou alarme de ser interessante se o aparelho for usado nunca tocando na pastilha de silício.
luz. Com ele ‚ possível ligar ou desli- apenas em demonstrações. O circuito ‚ Se o transistor aproveitado estiver bom
gar algum tipo de aparelho ou ainda alimentado por pilhas comuns. o aparelho funcionará. Nos pontos A,
acionar um alarme ou uma fechadura B e C são ligados os aparelhos con-
elétrica. Numa feira de ciências ele Montagem trolados. Temos com o relé indicado
pode ser usado para mostrar como Na figura 23 vemos o diagrama a possibilidade de ligar ou desligar os
funcionam os fotosensores como os completo do aparelho usado. aparelhos conforme sejam usados os
usados em alarmes, portas automáti- A disposição dos componentes contatos C e NF ou C e NA.
cas e mesmo nos controles remotos. principais numa placa de circuito
Em robótica e mecatrônica ele pode impresso é mostrada na figura 24.
23
ser usado para acionar dispositivos O relé pode ser qualquer tipo Diagrama completo do aparelho
simples à distância sem a necessi- econômico e sensível para 6 volts
dade de se ter um controle remoto com bobina de no máximo 100 mA
complexo ou sujeito a interferências. (menor corrente de bobina impli-
Uma aplicação prática interes- cará em maior sensibilidade para o
sante para este circuito é como circuito). A finalidade do potenciô-
alarme que acionará alguma campai- metro ou trim pot P1 é fazer o ajuste
nha quando alguém iluminar o sensor de sensibilidade. Os transistores
ou acender uma luz. Outra aplicação Q1 e Q2 admitem equivalentes e o
é como despertador solar, acionando fototransistor FT tanto pode ser um
um rádio ou outro dispositivo de aviso 2N3055 com a junção exposta como
quando amanhecer. Enfim, trata- um fototransistor “de verdade” de
se de um circuito que ativa um relé qualquer tipo.
quando o sensor é iluminado.

Como funciona 24
Montagem numa placa de circuito impresso
O mais interessante deste projeto
é que o sensor é improvisado com um
transistor 2N3055 do qual tenhamos
tirado o invólucro. Este fato permite ao
leitor mostrar que as junções eletrônicas
dos transistores são sensíveis à luz.
Assim, quando as junções do
transistor recebem luz, elas liberam
portadores de carga que resultam
numa pequena corrente. Esta cor-
rente é amplificada por dois outros
transistores de tal maneira que sua
intensidade é aumentada a ponto de
poder acionar o relé.
O relé nada mais é do que um
interruptor eletromagnético. Quando
percorrida por uma corrente, a bobina
do relé cria um forte campo magné-
tico que atrai lâminas de metal. Estas
lâminas encostam umas nas outras
de modo a deixar passar a corrente.
O relé usado no projeto pode con-
trolar cargas que dependem de seus
contatos, mas equivalentes podem ser

22 Mecatrônica Fácil - nº 46 Me

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escola
e
Projeto 11

O LDR Sugestão de trabalhos


Na falta do fototransistor o circui- Monte um estande em que o
to também funcionará com um LDR fotossensor fique apontado para o
ou fotorresistor comum. Dependen- local em que passam os visitantes
do do tipo de LDR, a sensibilidade e para onde também seja apontado
pode até ser maior. o foco de uma lâmpada comum tipo
spot. Quando passar alguma pessoa
Prova e uso com roupa clara que reflita mais luz,
Para provar o aparelho basta o sensor vai captar esta luz e dispa-
ajustar P1 para que o relé fique pres- rar o circuito tocando um alarme.
tes a disparar. Depois, iluminando
FT devemos ter o acionamento do Competição
relé com a produção de um pequeno • Criar um sistema que seja capaz
estalo. Ligue na saída do relé apa- de reconhecer cores. Quem
relhos como lâmpadas, motores ou conseguir ganha o prêmio. f
outros para mostrar como eles po-
dem ser ligados e desligados. Para
obter maior sensibilidade e diretivi- Lista de Materiais
dade monte FT num tubinho opaco
com uma lente. A posição da lente Semicondutores
deve ser experimentada até se obter FT - 2N3055 sem invólucro - transistor
o melhor desempenho. de potência - ver texto
Obs.: este circuito é do tipo sem Q1, Q2 - BC548 ou equivalente - tran-
sistor NPN de uso geral
trava, ou seja, o relé só se mantém
D1 - 1N4148 - diodo de uso geral
acionado durante o tempo em que a
luz estiver incidindo sobre o sensor. Diversos
P1 - 1 M ohms - trim pot ou potenciô-
Explicação metro
Se o aparelho for usado em K1 - Relê de 6 V x 100 mA
demonstrações ou com finalidade S1 - Interruptor simples
didática o leitor precisará saber exa- B1 - 6 V - quatro pilhas pequenas,
tamente como fazer as explicações médias ou grandes
técnicas, analisando seu princípio de Ponte de terminais, suporte de pilhas,
funcionamento. Explique o princípio terminais tipo parafuso, caixa para
de funcionamento dos fotossensores montagem, fios, solda etc.
de silício e mostre como a corrente
que passa por um sensor aumenta
quando ele é iluminado.
Esclareça que este tipo de sen-
sor pode ser usado em alarmes,
sistemas de abertura de portas e
controles remotos.
Em robótica e mecatrônica este ti-
po de circuito pode ser usado para de-
tectar a posição de partes mecânicas,
ou ainda funcionar como um verdadei-
ro “olho eletrônico”. Se você usar um
LED infravermelho pode mostrar que
este tipo de sensor, além de mais sen-
sível que o olho humano, pode “ver”
luz de comprimentos de onda que nós
não podemos. Assim, os fotossenso-
res deste tipo podem ser usados com
radiação infravermelha.

Mecatrônica Fácil - nº 46 23

MF46_Montatreko2.indd 23 25/3/2009 13:00:45


e escola

Redes Pa
rte
Neurais 1

Artificiais
Veja nesta primeira parte do artigo as funções e
Hamilton Badin Junior
Tecnólogo em Mecatrônica
hamilton.badin@gmail.com

características dos neurônios

Algoritmos A maior fonte de motivação tem A figura 1 representa o diagrama


Um algoritmo é uma sequência sido o cérebro humano. As funções de blocos de três estágios do siste-
finita de instruções específicas onde cerebrais têm sido estudadas cien- ma nervoso biológico, em especial
cada uma pode ser executada meca- tificamente por diversos ramos do o humano. As setas bidirecionadas
nicamente em um período de tempo e saber. Nasceu assim a neurociência entre os receptores e a rede neural,
quantidade de esforço limitado. com o objetivo de estudar o funcio- e entre a rede neural e os atuadores,
namento do Sistema Nervoso. Já a indicam a presença de realimenta-
Sistemas inteligentes psicologia, depois de ter se eman- ção no sistema.
Com o surgimento de problemas cipado da filosofia e de vários con- O entendimento sobre a estrutura
cada vez mais complexos, os custos ceitos religiosos, tem por objetivo cerebral tornou-se mais fácil a partir
(monetário e computacional) para estudar cientificamente o comporta- do pioneiro estudo de Santiago Ra-
criação de algoritmos capazes de mento do indivíduo e se relacionar món y Cajál, que incidiu sobre a estru-
resolvê-los tornam-se inviáveis, uma com as estruturas cerebrais. E, a tura fina do sistema nervoso central, e
vez que a limitação de transforma- ciência cognitiva procura estudar as introduziu a idéia dos neurônios como
ção do entendimento humano para funções cerebrais com a finalidade constituintes estruturais do cérebro.
um código de programa ou circuito de desenvolver o conceito de “inte-
eletrônico torna escassa a oferta de ligência artificial”. Neurônio
sistemas aplicáveis. O cérebro é o centro do sistema Os neurônios biológicos são mais
Com os estudos sobre sistemas nervoso biológico e recebe continu- lentos que as portas lógicas em si-
inteligentes, códigos e funções mais amente informações, analisando-as lício. Os eventos em circuitos de
simples puderam ser agregados em e tomando decisões apropriadas. silício acontecem na ordem dos na-
conjuntos que, com grande poder de Os receptores convertem estímulos nossegundos, que na rede biológica
generalização, permitem a execução do organismo ou ambiente externo na ordem dos milissegundos. Entre-
de tarefas e resolução de problemas em impulsos elétricos que transmi- tanto, o cérebro compensa a relati-
emulando características biológicas tem informações ao cérebro, que va lentidão celular pelo paralelismo
do cérebro. por sua vez emite impulsos elétricos massivo, onde bilhões de neurônios
aos atuadores que os convertem em interligam-se formando mais de 60
Motivação respostas discerníveis como saída trilhões de conexões (sinapses), re-
Com a evolução das máquinas, o do sistema presentado na figura 2.
homem tem fomentado o desejo de
1
criar equipamentos inteligentes ca- Diagrama de blocos do sistema
pazes de operar independentemente nervoso biológico
da interação humana. Máquinas que
possam obter conhecimentos através
de experiências próprias e decidir por
si só a melhor forma de operação. Má-
quinas que possam ser consideradas
autônomas, inteligentes e cognitivas.

24 Mecatrônica Fácil nº46

MF46_neurais.indd 24 25/3/2009 11:30:48


escola
e
Em análise sobre eficiência, o Adaptabilidade
cérebro humano possui uma eficiên- Uma característica de extrema im-
cia energética de 10 -16 joules (J) por portância nas redes neurais é sua plasti-
operação por segundo, enquanto cidade. Durante a criação da rede neural,
que circuitos eletrônicos conseguem ou no caso dos seres vivos durante seu
apenas 10 -6 joules (J) por operação/ crescimento, a rede possui a capacidade
segundo. de se adaptar ao meio externo. Porém
As sinapses são estruturas de quando a rede cessa seu crescimento, o
conexão entre os neurônios, sendo aprendizado não termina e a plasticidade
as mais comuns as sinapses quími- pode ocorrer de duas formas: a criação
cas, onde um impulso elétrico que de novos neurônios, ou a mais comum,
chega à sinapse é transformado em adaptação das sinapses já existentes, ou
impulso químico, transferindo a infor- seja, os neurônios sofrem alterações em
mação ao neurônio subsequente, o suas sinapses adaptando toda a rede às
qual irá receber a descarga química mudanças do meio externo.
e transformá-la novamente em im-
pulso elétrico. Curiosidade
Ela pode ser descrita como uma Antigamente acreditava-se que os
conexão simples que pode impor neurônios morriam com o decorrer do
ao neurônio receptivo excitação ou tempo. No entanto, na década de no-
inibição, mas não ambas. Esta in- venta, pesquisadores comprovaram
formação inibitória ou excitatória é que na verdade os neurônios passam
processada no núcleo neuronal. E por um processo de encolhimento, pro-
deste princípio parte toda a teoria duzindo a falsa visão de menor densida-
das redes neurais artificiais. de neuronal no córtex cerebral. Porém,
Dependendo da posição do neu- a morte dos neurônios pode realmente
rônio na rede e de suas experiências ocorrer com o consumo de substâncias
anteriores armazenadas em sua nocivas como drogas e o álcool. Mas
estrutura, sinais de entrada podem mesmo assim, a capacidade de adap-
ser considerados excitatórios ou ini- tabilidade garante a subsistência do or-
bitórios. Esta relação em alto grau de ganismo regido por esta rede, alterando
interação executa a generalização as células remanescentes.
de problemas e os remetem às res-
postas esperadas pelo organismo. Próxima edição
Podemos exemplificar as reações do Na parte 2 apresentaremos o
corpo humano como, por exemplo, a neurônio artificial, o objeto elementar
recusa de um alimento em que não das redes neurais artificiais (RNA).
nos agrada o sabor. Não perca! f
2
Neurônios e sinapses (ligações)
Destritos são ramificações do
neurônio onde armazenam-se
informações

Axônio é uma fibra fina ue


transmite informações
Ligações sinápticas são o espaço
de conexões entre neurônios.

Dendritos

Ligação sináptica

Axônio do outro neurônio

O núcleo do neurônio sele-


ciona as informações que
interessam

Mecatrônica Fácil nº46 25


e escola

Leis de Controle
Confira neste artigo o que são as Leis de Controle,
para que servem e como são definidas

1
Uma lei de controle é um con- Diagrama de controle de malha aberta
junto de regras que são utilizadas para
determinar os comandos a serem
enviados a um sistema baseado no
estado desejado para o mesmo. As
Leis de Controle são usadas para
ditar como um robô se move dentro
de seu ambiente, enviando comandos
2
para um atuador. Diagrama de controle de malha fechada
O objetivo geralmente é seguir
um percurso pré-definido que é dado,
como a posição do robô ou o perfil de
velocidade como uma função do tempo.
Ela pode ser definida como controle
de malha aberta ou controle de malha
fechada (feedback ou realimentação).
3
Controle de Loop Aberto ajusta os comandos de controle con- Resposta ao degrau em LabVIEW utilizando
Um controle de malha aberta en- forme o necessário, como ilustrado o MathScript Node
via comandos para o atuador sem pelo diagrama de blocos de controle
utilizar os dados coletados pelos da figura 2. Esse é o método de con-
sensores do robô. Isto significa que trole mais robusto para robôs móveis,
a trajetória desejada é dividida em pois permite que o robô se adapte a
pequenos segmentos de linhas retas qualquer mudança em seu ambiente.
e arcos, onde o robô move-se da po- O diagrama de blocos da figura 3
sição inicial para a posição final. Isso é um exemplo de algoritmo de contro-
pode ser representado no diagrama le escrito em LabVIEW que apresen-
de blocos de controle mostrado na ta a cinemática do robô (ou planta)
figura 1. com uma função de transferência. O
Uma grande desvantagem deste controlador emprega controle propor- de uma maneira diferente. O controle
método de controle é a dificuldade cional simples, o que significa que o proporcional reduzirá o tempo de su-
para modelar o comportamento do comando para o atuador possui um bida, que é o tempo que o robô leva
robô de modo que ele siga o caminho valor que é proporcional à medição para alcançar a posição e orientação
desejado. Outro fator negativo é que do estado atual do robô. desejada. O controle integral é utili-
o robô não será capaz de se adaptar zado para reduzir o erro de estado
ou trocar a trajetória se houver qual- Controle PID estacionário do robô e, finalmente, o
quer mudança no seu ambiente. Controle Proporcional Integral De- controle derivativo é usado para au-
rivativo (PID) é a forma mais comum mentar a estabilidade da resposta. O
Controle de Malha Fechada de controle de malha fechada e con- diagrama de blocos de um algoritmo
Um controlador de malha fechada siste em criar comandos de controle de controle PID simples é apresen-
(feedback) utiliza a informação obtida calculando as respostas proporcio- tado na figura 4. Nesta ilustração, a
nos sensores do robô para determinar nal, integral e derivativa do robô. O caixa pontilhada é o controlador PID
os comandos que serão enviados ao comando de controle resultante é do sistema e a função PID.vi do La-
atuador. Ele compara o estado atual uma soma dessas três componentes bVIEW pode ser usada desta forma
do robô com o estado desejado e e cada componente afeta o sistema para controlar o robô.

26 Mecatrônica Fácil - Nº 46 Me

MF46_leis_de_controle.indd 26 25/3/2009 12:13:59


4
escola
e
Controle Adaptativo Diagrama de blocos de um algoritmo de
Em um controlador PID simples controle PID simples
os ganhos do controle permanecem
constantes; no entanto, existem situ-
ações em que os valores dos ganhos i kr
do controle podem depender do esta-
do do robô. Nestes casos um contro- kp
le adaptativo pode ser usado, o qual
utiliza um modelo do sistema para
determinar os comandos de controle.
A saída do robô é comparada com a
resposta predita do mesmo e o mo-
delo de comportamento do robô é
atualizado durante essa operação. i
A figura 5 ilustra um diagrama de
blocos de um controle adaptativo, e a
figura 6 exibe como um sistema de
5
controle adaptativo é implementado Diagrama de blocos de controle de um
em LabVIEW. Estas figuras mostram sistema de controle adaptativo
como ambos os comandos de contro-
le e a resposta do robô são utilizados
para ajustar o modelo da cinemática
do robô. Esses ajustes são emprega-
dos para modificar os comandos de
controle do robô.

Controle de Lógica Fuzzy


A maioria dos controles usa termos
numéricos para definir os comandos
de controle, mas a lógica fuzzy utiliza
regras descritivas (como: se o robô
está virando para esquerda, vire as volante mudará. Um conceito similar
pode ser esperado de um robô móvel 6
rodas para direita) para implementar Sistema de controle adaptativo implemen-
os comandos de controle. e tem um conjunto de vi’s no LabVIEW tado em LabVIEW
A ideia por trás disto é imitar a forma que estão disponíveis para ajudar a
como uma humano controla algo, ape- criar um controlador de lógica fuzzy.
sar de não possuir o modelo exato de Quando desenvolver aplicações
um sistema. Tome como um exemplo robóticas, a lógica fuzzy poderá ser
simples, a forma como alguém dirige usada para tomar uma decisão in-
um carro. Se o carro está se movendo teligente, como reconhecimento de
para frente, o volante está centrado. padrão ou diagnóstico de falhas. O
Entretanto, se o carro começar a virar Toolkit LabVIEW PID Control que faz
para a esquerda, o motorista virará o parte do Módulo LabVIEW Real-Ti-
volante para a direita para corrigir o me, adiciona algoritmos de controle
curso do carro. Quanto mais o carro sofisticados para desenvolver aplica-
vira para esquerda, mais o motorista ções de controle.
virará o volante para corrigir o carro. Ao combinar as funções de controle 7
Isso pode ser representado pelo PID e de lógica fuzzy com funções de A lógica fuzzy utiliza comandos descritivos
gráfico da figura 7 onde o ambiente análises de medições em LabVIEW, o para definir os comandos de controle
do carro é dividido em três estados usuário pode desenvolver rapidamente
diferentes (esquerda, reto, direita), programas para controle automatizado.
que pode ser mapeado para um valor Além disso, ao integrar essas ferra-
de pertinência entre 0 e 1. O veículo mentas de controle com plataformas
pode estar em um estado no qual ele embarcadas como o NI CompactRIO,
vira muito pouco para um lado, mas é ele poderá criar sistemas de controle
aceitável e não precisa ser corrigido. poderosos, robustos e determinísticos
Essa é a área onde o carro pode es- para aplicações robóticas. f
tar em uma mistura de dois estados.
Dependendo de qual estado o carro *Artigo cedido pela National
está, o quanto um motorista irá virar o Instruments (www.ni.com).

Mecatrônica Fácil - Nº 46 27

MF46_leis_de_controle.indd 27 25/3/2009 12:14:14


e escola

Como detectar
energia
alternativa
“Fontes de energia alternativa” é um tema excelente
para trabalhos de educação tecnológica em cursos de
nível fundamental e médio. É simples obter pequenas
quantidades de energia de fontes não convencionais
como batatas, laranjas, água e sal, luz ambiente etc.
No entanto, para se programar experiências com estas
fontes existe um pequeno obstáculo a ser enfrentado:
como acusar a presença desta energia, que normal-
mente é gerada em quantidades muito pequenas.
O processo simples que descrevemos aqui pode resul-
tar em algumas experiências bastante interessantes
para serem implementadas nas escolas. Newton C. Braga

Uma maneira simples para ve- O que explicar? Em um copo com água e sal
rificar se uma fonte alternativa de Nos cursos de Educação Tecno- são colocadas duas plaquinhas de
energia elétrica está funcionando é lógica de nível fundamental pode-se metal, que devem ficar separadas.
convertendo-se esta energia em som: falar da conversão de energia, anali- Quanto maiores forem as placas
nossos ouvidos não podem perceber sando o princípio de funcionando dos maior será a intensidade da corren-
eletricidade, mas podem ouvir sons. alto-falantes. te obtida.
Para esta finalidade, tudo que Uma explicação sobre a natureza O polo positivo é a placa de cobre
precisamos é de uma lima comum de das ondas sonoras será interssante. e o negativo pode ser uma placa de
qualquer tipo e um alto-falante em bom Depois, para cada fonte de ener- zinco ou alumínio.
estado (de qualquer tipo ou tamanho). gia utilizada, deve-se estudar seu A combinação dos metais usados
A lima serve para produzir varia- princípio de funcionamento, com a vai determinar a quantidade de ener-
ções de corrente no alto-falante, as posterior montagem prática. gia que pode ser obtida.
quais fazem vibrar seu cone e assim Esfregando a ponta do fio da gar-
produzir sons. Montagem ra J1 na lima, deve haver a produção
Se a fonte de energia alternativa Na figura 1 temos a montagem do de som no alto-falante (indicando a
estiver funcionando, haverá corrente, aparelho usado para a detecção de produção de energia). O som corres-
e havendo corrente haverá som. energia. ponde às variações da tensão ao se
A intensidade do som será tanto Cuide para que os fios sejam bem esfregar o fio na lima.
maior quanto mais energia for gerada soldados no alto-falante e bem presos Infelizmente, para este tipo de
pela fonte alternativa. à lima. pilhas obtemos tensões de 0,5 a
Este dispositivo só deve ser usado As garras - jacaré J1 e J2 são op- 1,0 V aproximadamente, o que não é
para a detecção de energia de fontes cionais, mas se puder usá-las, sem suficiente para alimentar aparelhos e
de baixa intensidade, cujas tensões dúvida terá uma facilidade adicional dispositivos de maior consumo como
não ultrapassem 2 volts e correntes na conexão nas fontes de energias. lâmpadas, LEDs ou motores.
de alguns milésimos de ampère (mi- Na figura 3 mostramos outros dois
liampères) no máximo. Experiências tipos de fontes de energia alternativa
Com fontes mais potentes há o ris- Na figura 2 vemos a utilização do do tipo químico.
co de sobrecarga no alto-falante, que detector numa fonte de energia quími- A primeira consiste numa “biopi-
pode ser danificado. ca, uma pilha de água e sal. lha” em que usamos uma batata.

28 Mecatrônica Fácil nº46

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escola
e
Podemos também usar frutas cítri- As moedas devem ser de metais
cas como, por exemplo, um limão ou diferentes e o leitor deve procurar a
mesmo uma laranja. combinação que resulte na maior
Os fios de metal diferentes espe- quantidade de energia.
tados numa batata em contato com a Para produzir maior quantidade
substância condutora em seu interior de energia com uma célula experi-
geram uma tensão de 0,4 a 0,8 volts, mental podemos usar como metais
o suficiente para acionar o detector. o cobre e o zinco e como solução,
A segunda consiste numa pilha fei- água com ácido sulfúrico. No en-
ta com duas moedas e um pedaço de tanto, neste caso, o professor é que
papel poroso (guardanapo de papel, deve manusear a solução devido à
por exemplo) molhado em água e sal. presença de ácido.
1
Montagem simples do Conclusão
detector de energia Outras fontes alternativas de ener-
gia podem ser pesquisadas, tais co-
mo as que envolvem energia solar ou
mesmo dínamos experimentais.
A programação dos experimentos
e montagens depende unicamente da
imaginação do professor, do aluno ou
dos leitores que desejarem fazer ex-
periências com fontes alternativas de
energia. f
2
Gerando energia com água e sal

3
Obteção de energia através
de uma batata

Mecatrônica Fácil nº46 29

MF46_detectando.indd 29 25/3/2009 11:31:29


a automação industrial
2

Os inversores
D

de frequência
O controle da velocida-
de e do torque de motores
encontrados nas aplica-
ções industriais feito dire-
tamente a partir da rede O que é um Inversor
de energia exige recursos 1
de Frequência? Conexão do inversor a um motor
que a tecnologia atual Os motores usados nas aplica-
pode oferecer com vanta- ções industriais podem ser basica-
gens. Um desses recursos mente de dois tipos: monofásicos
é o inversor de frequência ou trifásicos. Em ambos os casos, o
controle de velocidade e torque é de
que, além de possibilitar
grande importância em uma infinida-
um controle preciso do de de aplicações.
torque e velocidade tam- Uma forma de se controlar com
bém proporciona outras precisão torque e velocidade de um
vantagens como melhor motor, quer seja a partir de uma en- Analisemos os blocos e suas fun-
aproveitamento da ener- trada de alimentação monofásica, ções:
gia e a segurança. quer seja a partir de uma entrada de
alimentação trifásica, é através de um a) Retificador
Neste artigo veremos o inversor de frequência. Este bloco retifica a energia trifá-
que são os inversores de Os inversores de frequência pos- sica (alternada) disponível para a ali-
frequência e como fun- suem uma entrada ligada à rede de mentação do inversor. A configuração
cionam. energia comum de alimentação e uma mais comum é a de uma ponte de dio-
saída que é aplicada ao dispositivo dos em onda completa com uma dis-
que deve ser alimentado, no caso um posição conforme ilustra a figura 3.
motor, conforme mostra a figura 1. Um capacitor de filtro é usado pa-
Para se conseguir uma alimenta- ra filtrar a tensão contínua obtida na
ção para o motor com frequência e saída deste bloco. O capacitor funcio-
tensão variáveis, os inversores em- na como um “reservatório de energia”
pregam um circuito complexo forma- suavizando as variações da tensão
do por dispositivos semicondutores com a corrente drenada pela carga.
de potência, dispositivos lógicos de
controle, sistemas de proteção e de b) Inversor de potência
monitoramento do funcionamento. Este bloco gera a tensão trifásica
Para entendermos melhor como de alimentação do motor a partir da
funciona um inversor típico será inte- tensão contínua do bloco anterior.
ressante partir de sua configuração Conforme exibe o circuito simplifica-
básica, dada pelo diagrama de blo- do da figura 4, são usados transis-
cos da figura 2. tores (IGBTs) que chaveiam a tensão
Os blocos básicos têm funções a partir dos sinais de gerador PWM
específicas e podem ter configura- (Modulação por Largura de Pulso).
ções levemente diferentes conforme Os sinais gerados são trens de
as características elétricas desejadas pulsos, mas ao serem aplicados nu-
e a tecnologia usada pelo fabricante. ma carga indutiva como um motor, o

Mecatrônica Fácil - nº 46 Mec


30

MF046_Inversoresdefrequencia.ind30 30 25/3/2009 11:51:17


automação industrial a
2
Diagrama de blocos de um inversor de frequência

3 4
resultado é uma forma de onda apro- Bloco retificador trifásico de um Bloco de potência de alimentação
ximadamente senoidal. inversor de frequência trifásica

c) Controle
O bloco de controle gera os pul-
sos que atuam sobre os transistores
de chaveamento. As formas de onda
e freqüência do sinal gerado por este
circuito vão determinar a velocidade
e potência aplicada ao motor. Na fi-
gura 5 temos as formas de onda que
encontramos neste circuito. Veja que
sua aplicação numa carga indutiva
resulta numa forma de onda aproxi- f) Driver
madamente senoidal. Este bloco gera os sinais que ex-
citam os transistores de potência de
d) Proteção contra Surtos saída. São usados transistores ou ou-
Sabe-se que a tensão da rede de tros dispositivos de menor potência, 5
Formas de onda aplicadas ao motor
energia pode conter surtos e transien- atuando como intermediários entre o
tes. Para a proteção desses disposi- circuito que gera o sinal e o circuito
tivos e do próprio circuito são usados final de potência.
elementos como varistores, TVS e
outros componentes do mesmo tipo. g) Auto-Boost
Este bloco monitora as condições
e) Proteção Interna de carga do motor, determinando o
Este bloco monitora as tensões nível de tensão que deve ser aplicado
presentes na saída do retificador. para se gerar o torque necessário à
Diante de uma variação perigosa, o aplicação.
circuito sinaliza o bloco de controle
de modo que ele possa fazer a pro- h) Programação
teção, por exemplo, desligando a ali- Trata-se de um painel que apre-
mentação. senta informações gerais como avisos

Mecatrônica Fácil - nº 46
31

MF046_Inversoresdefrequencia.ind31 31 25/3/2009 11:51:25


a automação industrial
6 7 8
Circuito de chaveamento a partir de Pontos de chaveamento do sinal PWM Cu
sinais PWM

de erro e onde é feita a programação


do modo de funcionamento do motor.

i) Interface (I/O)
Através deste bloco o inversor se
comunica com dispositivos externos,
por exemplo, um computador ou ainda exemplo, fazendo com que ele gire Inversores Escalares
microcontroladores ligados a sensores. no sentido e velocidade desejados. e Vetoriais
Conforme vimos, para manter o
j) Controle Controlando a Velocidade torque quando a velocidade varia,
Neste bloco são tomadas as deci- Um inversor de frequência possi- basta ter a relação V/F constante.Os
sões em função da programação, de bilita o controle da velocidade de um inversores que seguem este padrão
sinais externos e de sinais internos motor trifásico através da frequência de funcionamento são ditos esca-
como os de proteção. da tensão gerada. A frequência de lares. Porém, em aplicações AC de
operação de um inversor normal- frequência muito baixa não é possível
Chaveamento mente está entre 0,5 Hz e 400 Hz, manter o torque constante em baixas
Para analisar como o circuito gera dependendo do modelo e da marca. rotações, dada a própria curva de
uma tensão senoidal trifásica a partir Deve-se, entretanto, notar que rendimento do motor.
de sinais PWM tomemos como ponto quando a velocidade de um motor é Para estes motores é preciso ha-
de partida o circuito simplificado da alterada pela variação da frequência, ver uma compensação mais complexa
figura 6. seu torque também é modificado. da relação tensão/frequência, que le-
Temos então seis transistores Para se manter o torque cons- ve em conta outros fatores como, por
funcionando como chaves numa con- tante basta fazer com que a relação exemplo, a carga do motor. Para esta
figuração em ponte. tensão/freqüência ou V/F seja cons- finalidade são preferidos os inverso-
Na operação, os seis transistores tante. res que variam tanto a tensão como a
devem ser ligados 3 a 3 de tal forma frequência, mas segundo uma curva
a se obter oito combinações que re- V/F = constante que considere o rendimento do motor,
sultam em três formas de onda senoi- principalmente nas baixas rotações.
dais defasadas de 120 graus. Dessas Por exemplo, se a tensão apli- Estes inversores usam tacôme-
oito combinações, existem três que cada num motor for de 200 V tros ou encoders para sensoriar a
são proibidas pois levam o circuito a quando a frequência for 100
T1
uma condição de curto. São aquelas Hz (V/F = 2), alterando a fre- Pontos de chaveamento
em que transistores que estão em sé- quência para 250 Hz, a tensão
rie conduzem ao mesmo tempo. aplicada deve ser 500 V. Tempo V1 V2 V3 Transistores
Na figura 7 temos, então, os pon- Na figura 8 temos a curva
tos de chaveamento e as formas de V/F de um inversor de frequ- 1 0 +V -V T1,T2,T3
onda correspondentes. Colocamos ência comum. 2 -V +V 0 T2,T3,T4
isso na tabela 1. A faixa de valores de ten-
Observe que, se o chaveamento são e freqüência em que deve 3 -V 0 +V T3,T4,T5
for feito da forma indicada, serão ge- operar um motor é programa- 4 0 -V +V T4,T5,T6
rados sinais defasados de 120 graus. da no bloco de controle. Pro- 5 +V -V 0 T5,T6,T1
Esses sinais são aplicados às gramar um inversor significa
bobinas de um motor trifásico, por “parametrizar” o inversor. 6 +V 0 -V T6, T1,T2

Mecatrônica Fácil - nº 46 Mec


32

MF046_Inversoresdefrequencia.ind32 32 25/3/2009 11:51:32


automação industrial a
8 9 10
Curva V/F de um inversor comum Ligação de um inversor de frequência Programação da rampa

velocidade do motor, obtendo assim O número de parâmetros a serem • Parâmetro P003: Programa a
uma informação adicional que é pro- programados depende da marca e ti- frequência mínima de saída,
cessada para se gerar as tensões e po, sendo os mais comuns em nosso variando tipicamente entre 0 e
frequências de controle. mercado os da Siemens, ABB, WEG, 650 Hz.
Yaskawa, Allen Bradley etc. • Parâmetro P013 : Programa a
Instalação de Inversores Para a programação fazemos nor- frequência máxima de saída.
Existem variações sobre o modo malmente o acionamento de um certo Pode variar entre 0 e 650 Hz.
como cada inversor é instalado, mas número de teclas em uma sequência • Parâmetro P031: Programa a fre-
a configuração geral é a mesma. A que é determinada pelo fabricante. quência do JOG. O JOG ou im-
figura 9 mostra um exemplo prático. Damos a seguir um exemplo típico: pulso é um recurso usado para
Os principais cuidados na instala- fazer uma máquina funcionar em
ção são: Primeiro parâmetro velocidades baixas, facilitando o
a) Sempre observar a ordem das liga- Acionar a tecla para ativar a en- posicionamento de peças antes
ções. Trocas de fios podem causar a trada do parâmetro. Usamos teclas dela entrar em funcionamento
queima do inversor. de seta para localizar o valor do pa- normal. Um exemplo disso é a
b) Se existir uma interface de comu- râmetro, o qual é mostrado no painel. fixação de um rolo de papel na
nicação RS-232 ou RS-485, o cabo Quando o valor é encontrado, pres- máquina antes dele começar a
de conexão de sinais deve ser o mais sionando-se a tecla de entrada o va- ser utilizado no processo.
curto possível. lor se fixa. • Parâmetro P002: Programa a ram-
c) O aterramento do inversor deve ser pa de aceleração, ou seja, o tem-
feito com extremo cuidado. A resistên- Segundo parâmetro po que o motor leva para atingir
cia de aterramento deve ser menor do Com um novo toque na tecla, ha- a velocidade máxima, conforme
que 5 ohms (norma IEC536). bilita-se a entrada de novo parâme- ilustra a figura 10. Pode variar
d) A ventilação do inversor deve ser tro. Depois disso, novamente com as entre 0 e 650 segundos.
excelente. Em muitos casos são utili- setas, localizamos seu valor e o fixa- • Parâmetro P003: Programa o
zados recursos de ventilação forçada mos. Os principais parâmetros que tempo de parada.
(com ventiladores ou “fans”) encontramos nos inversores são: • Parâmetro P076: Programa a
e) Cabos de alimentação e interface frequência do circuito PWM.
devem passar por dutos separados. • Parâmetro P009 Esta frequência pode variar em
f) A qualidade da energia fornecida Ajuste 0 – somente os parâ- alguns tipos de 2 em 2 kHz. De-
ao circuito deve ser observada. A pre- metros P001 a P009 podem ser ve ser escolhido o menor valor
sença de harmônicas numa linha de alterados possível para que seja evitada
alimentação pode causar sérios pro- Ajuste 1 – os parâmetros de EMI. No entanto, o uso de freqü-
blemas de funcionamento ao inversor P001 a P009 podem ser alte- ências muito baixas pode fazer
e ao próprio motor alimentado. rados e os demais podem ser com que ruídos audíveis sejam
g) Se dispositivos de controle como somente lidos produzidos no circuito
PCs, PLCs ou CNCs forem usados, Ajuste 2 – todos os parâmetros
deverão ter terra comum com o inver- podem ser alterados, exceto Conclusão
sor de frequência. P009 que resseta ao ser desli- O uso de inversores de frequên-
h) Se cargas fortemente indutivas gado cia torna-se cada vez mais comum,
fizerem parte da instalação, deverão Ajuste 3 – todos os parâmetros inclusive em aplicações que fogem à
ser previstos supressores de tran- podem ser alterados indústria como o controle de sistemas
sientes e surtos. • Parâmetro P084: Programa a de ar condicionado etc. Com eles,
tensão nominal do motor. além do controle preciso dos motores,
Parametrização • Parâmetro P083: Programa a temos um aproveitamento melhor da
“Parametrizar” um inversor é pro- corrente nominal do motor. Esse energia e muito mais segurança. f
gramá-lo para uma determinada mo- valor será usado pelo sistema
dalidade de operação. de proteção contra sobrecarga.

Mecatrônica Fácil - nº 46
33

MF046_Inversoresdefrequencia.ind33 33 25/3/2009 11:51:41


p projeto

Pulsador LED
de baixo consumo
Muitos projetos de mecatrônica, robótica e modelismo
são alimentados por pilhas. Para estes projetos incluir
efeitos luminosos como, por exemplo, LEDs que piscam,
pode ser problemático por afetar a durabilidade das
pilhas. O projeto que apresentamos visa justamente
contornar este problema. Ele fornece uma sinalização
luminosa constante, mas com consumo baixo de ener-
gia. Os LEDs piscam constantemente em intervalos
regulares mas, apesar da intensidade das piscadas, o
consumo de energia é muito pequeno.
O leitor pode instalar este circuito em robôs, brinque-
dos, maquetes, estradas de ferro miniatura, presépios
e outras aplicações semelhantes.
Newton C. Braga
do

ador
Alimentando LEDs diretamente projeto, além de compacta, a unidade
modelo 1
a partir de pilhas, dado o consumo é bastante econômica, podendo ope- Formas de onda nas saídas do circuito
elevado destes dispositivos, o des- rar com LEDs de qualquer cor.
gaste é rápido. Uma maneira de se
reduzir o consumo de energia na Características
alimentação de LEDs é fazendo-os • Tensão de alimentação: 3 a 12
piscar com um ciclo ativo controlado. volts
Fazendo o LED piscar com pulsos • Consumo: 2 a 6 mA
de curta duração, mas de intensidade • Número de LEDs: 1 a 3
normal, o consumo será proporcional • Frequência das pulsações: 0,1 a
à duração destes pulsos. É exata- 10 por segundo
mente isso que obtemos com o cir-
cuito apresentado neste artigo. Como funciona
Com um pulso muito curto, mas de A base do circuito é um oscilador
boa intensidade, conseguimos uma com ciclo ativo controlado, elaborado baixo. No caso, P1 ajusta a frequência
sinalização e visualização eficiente, em torno de uma porta NAND dispa- atuando sobre o tempo de carga do ca-
mas podemos reduzir o consumo de radora de duas entradas das quatro pacitor, e com isso o tempo em que a
energia em até 10 vezes, prolongan- existentes em um CI 4093 CMOS. saída permanece no nível alto.
do assim a durabilidade das pilhas Neste circuito, C1 carrega-se e Este tempo é muito maior do que
usadas na sua alimentação. descarrega-se alternadamente numa o fixado por R2, que determina a des-
O circuito pode operar com ten- velocidade que depende dos resisto- carga (ou o tempo em que a saída
sões de 3 a 12 volts e, conforme o res associados, no caso R1, R2 e P1. permanece no nível baixo).
brilho desejado para as piscadas, em Com o uso dos diodos D1 e D2, os O sinal tem então a forma de onda
função da alimentação os resistores caminhos para as correntes de carga e mostrada na figura 1.
R3, R4 e R5 podem ser alterados. descarga são diferentes, de modo que Este sinal é levado às outras três
Em virtude de usarmos apenas um temos períodos diferentes em que a sa- portas do circuito integrado que faz sua
circuito integrado de baixo custo neste ída se mantém no nível alto ou no nível inversão para aplicação aos LEDs.

34 Mecatrônica Fácil - nº 46

MF046_Pulsadordebaixoconsumo.ind34 34 25/3/2009 12:27:12


projeto p
2 Montagem
Diagrama completo do pulsador
Na figura 2 temos o diagrama
completo do pulsador.
A disposição dos componentes
numa placa de circuito impresso é
apresentada na figura 3.
Para o circuito integrado, se o
leitor for iniciante, será mais seguro
usar um soquete apropriado.
Os LEDs podem ser de qualquer
cor, mas na sua instalação o leitor de-
verá observar cuidadosamente sua
polaridade.
Os capacitores eletrolíticos são
para uma tensão um pouco maior do
que a empregada na alimentação.
O leitor pode alterar o valor de C1,
se quiser modificar a frequência das
piscadas.
3
Placa de circuito impresso
Prova e uso
Para provar o circuito, basta ligar
sua alimentação. Ajuste a frequência
das piscadas no potenciômetro ou
trimpot P1.
Se a frequência desejada não for
conseguida, o leitor poderá alterar C1.
Se o brilho dos LEDs for pequeno
para a aplicação desejada, reduza os
valores dos resistores em série com
estes componentes.
Comprovado o funcionamento, o
aparelho estrá pronto para ser usado.
Uma sugestão interessante con-
siste no emprego do aparelho com
LEDs potentes luz estroboscópica
experimental para a realização de ex-
periências de óptica.
Com um capacitor C1 de baixo
valor podemos medir a velocidade de
rotação de ventiladores e outros dis-
positivos pelo efeito estroboscópico,
utilizando então o aparelho em um
interessante trabalho de física.
O resultado final é que temos nos Os resistores R3, R4 e R5 determi- Outra sugestão é a instalação do
LEDs pulsos de curta duração (dura- nam as correntes circulantes pelos aparelho em um modelo de avião ou
ção constante dada por R2) e com um LEDs nos pulsos, e portanto o brilho outro tipo de maquete (de uma as-
espaçamento que depende do ajuste obtido em cada piscada. tronave, por exemplo), caso em que
de P1. O LED brilha então por uma Para alimentação de 5 ou 6 V, os LEDs vermelho e verde são coloca-
fração de segundo em cada ciclo, o resistores podem ser de 470 ohms. dos nas asas simulando o sistema de
que garante um baixo consumo para Para 9 volts sugerimos o uso de resis- sinalização existente nos aviões de
a unidade. tores de 560 ohms a 1 k ohms, e para verdade.
Como o circuito 4093 tem três por- 12 V recomendamos valores de 1 k a Na figura 4 damos uma sugestão
tas disponíveis para excitar os LEDs, 1,2 k ohms. Se forem usados LEDs de como três LEDs podem ser insta-
uma vez que a quarta é usada como de alta potência, que suportam cor- lados num modelo de avião.
oscilador, podemos alimentar até rentes da ordem de 50 mA ou mais, A alimentação, neste caso, pode
três LEDs. É claro que, dependendo os resistores em questão poderão ser ser feita com duas pilhas pequenas
da aplicação, podemos usar apenas reduzidos sensivelmente. É claro que ou quatro pilhas pequenas. Mesmo
uma ou duas portas, e assim excitar o consumo ficará aumentado na mes- ligadas permanentemente, estas pi-
menor quantidade de LEDs. ma proporção. lhas durarão semanas.

Mecatrônica Fácil - nº 46 35

MF046_Pulsadordebaixoconsumo.ind35 35 25/3/2009 12:27:41


p projeto
Para mais LEDs, o consumo au- Lista de Materiais
menta e a melhor solução é usar um
segundo circuito integrado com todas
Semicondutores Diversos
as portas ligadas no pino 3 do primei-
CI1 - 4093 - circuito integrado CMOS Placa de circuito impresso, soquete para
ro, uma vez que só será necessário
LED1 a LED3 - LEDs vermelhos ou de o circuito integrado, suporte de pilhas
um oscilador.
qualquer cor comuns ou conector de bateria, fios, solda etc.
É claro que o leitor pode montar D1, D2 - 1N4148 ou equivalentes
um segundo oscilador, obtendo as- - diodos de uso geral P.S: Uma aplicação interessante é
sim piscadas aleatórias. f colocar os LEDs no painel do carro
Resistores (1/8 W, 5%) onde eles ficarão piscando na ausência
4
Instalando o pulsador num R1 - 100 k Ω - marrom, preto, amarelo do dono, simulando a ativação de um
modelo de avião R2 - 10 k Ω a 47 k Ω - conforme alarme que certamente afastará os
duração dos pulsos ladrões, que não conhecendo o sistema,
R3, R4, R5 - 1 k Ω - marrom, preto, preferirão atacar outra vítima.
vermelho - conforme intensidade dos
pulsos - ver texto
P1 - 1 M Ω - trimpot ou potenciômetro

Capacitores
C1 - 470 nF a 10 μF - poliéster ou
eletrolítico - conforme o valor
C2 - 100 μF/12 V - eletrolítico

36 Mecatrônica Fácil - nº 46

MF046_Pulsadordebaixoconsumo.ind36 36 25/3/2009 12:28:38


dispositivos
d

Motores
de Passo
Os motores de passo são usados numa infinidade de equipa-
mentos modernos, tais como: impressoras, scanners, drives
de disquetes em computadores, automatismos diversos,
robótica e mecatrônica. Conhecer o funcionamento destes
motores é de vital importância.
Neste artigo abordamos alguns fundamentos relevantes do
funcionamento dos motores de passo.

O que são os motores pequenos e não são cumulativos.


1
de passo? Um motor de passo pode ser posicio- Precisão de posicionamento de
Podemos dizer que os motores de nado com uma precisão de 1 milési- um motor de passo
passo, assim como os motores co- mo de radiano tipicamente, conforme
muns, são dispositivos que convertem sugere a figura 1.
energia elétrica em energia mecânica c) O controle sem realimentação
disponível na forma de torque. (open loop) é possível devido ao uso
No entanto, os motores de passo de sinais digitais para esta finalidade.
possuem algumas características pró- d) As respostas à partida, à para-
prias que os diferencia dos motores da e à reversão são muito rápidas.
comuns, a saber: Tudo isso torna o motor de passo
a) Os motores de passo funcionam um elemento sem equivalente em di-
como dispositivos posicionadores, po- versas aplicações.
is podem parar em uma posição per-
feitamente controlada. Aplicações típicas
2
b) Os motores de passo também Na figura 2 temos uma aplicação Aplicação industrial de um motor de passo
podem funcionar como motores de industrial de um motor de passo, que
velocidade perfeitamente controla- consiste numa bomba de líquido com
da, sendo energizados numa deter- fluxo constante. O motor de passo é
minada ordem. controlado por um circuito processa-
Estas características ainda são dor que recebe informações sobre o
acrescidas a outras que os tornam fluxo de líquido, mantendo-o desta
ideais para aplicações em informáti- forma constante.
ca, eletrônica industrial e de controle, Na figura 3 mostramos a aplicação
robótica e mecatrônica: do motor de passo no posicionamen-
a) Eles podem ter seu eixo posi- to da cabeça de leitura e gravação de
cionado em um ângulo proporcional um drive de disco flexível.
ao número de impulsos de entrada. Outra aplicação importante é ilus-
b) Os erros que ocorrem no po- trada na figura 4, onde o motor de
sicionamento do seu eixo são muito passo é usado tanto para posicionar

Mecatrônica Fácil - nº 46 37

MF46_Motordepasso.indd 37 25/3/2009 11:56:30


dispositivos
d 3 4 5
Motor de passo no posicionamento Motor de passo em uma impressora Motor de passo em um braço robótico
de uma cabeça de leitura

6
Estrutura de um motor de passo de
o papel, avançando-o ou recuando Outra característica é sua opera- relutância variável
como também para movimentar com ção com ângulos de passo grandes,
precisão a cabeça de impressão so- entre 45 e 90 graus.
bre o papel.
Em robótica e mecatrônica o mo- c) Híbridos:
tor de passo pode ser empregado Estes motores têm uma construção
em precisos controles de movimento do tipo exemplificado na figura 8.
com a estrutura em blocos exibida O rotor é energizado axialmente.
na figura 5. Tanto o rotor quanto o estator são
multipolares.
Tipos de motores de passo A principal vantagem deste motor
Existem três tipos básicos de mo- é a sua precisão com passos de 1,8
tores de passo, que são: graus nos tipos mais comuns, e che-
• Relutância variável gando mesmo a 0,36 graus nos tipos
• Ímã permanente de maior precisão.
7
• Híbrido Estrutura de um motor de passo
Modos de Excitação de ímã permanente
Analisemos as principais caracte- Os motores de passo são forma-
rísticas de cada um. dos por 4 bobinas que devem ser
excitadas numa certa ordem, ou ain-
a) Relutância variável: da de acordo com o posicionamento
Na figura 6 temos uma vista em desejado.
corte da construção de um motor de A configuração típica destas bobi-
passo de relutância variável. nas é apresentada na figura 9 onde
Conforme podemos ver, é a ação também vemos os modos de ligação
emas das bobinas criando campos que mais comuns, que são o unipolar e
posiciona os dentes de material fer- o bipolar.
romagnético acoplados a um eixo A excitação de fase destas bobi-
móvel. nas depende da aplicação e pode ser
O rotor multipolo deste motor é feita das seguintes maneiras:
feito de ferro macio, enquanto que o
estator é multilaminado. O rotor deste a) Uma fase ou onda (wave) 8
Estrutura de um motor de passo híbrido
tipo possui uma inércia pequena. Nesta excitação cada bobina é
energizada separadamente em se-
b) Ímã permanente: quência de acordo com o movimento
Na figura 7 temos uma vista em de posicionamento do rotor, conforme
corte de um motor deste tipo. mostra a figura 10.
Este motor gira quando o campo
magnético das bobinas energizadas b) Duas fases
interage com um conjunto de ímãs Nesta modalidade de operação,
permanentes. exemplificada na figura 11, as bo-
O rotor é energizado radialmente. binas são energizadas duas a duas
Este tipo de motor é indicado para de modo que o rotor possa parar em
aplicações onde não se exige preci- posições intermediárias dadas pela
são, e o custo seja importante porque resultante das forças de atração en-
tem um preço baixo. tre as bobinas.

38 Mecatrônica Fácil - nº 46

MF46_Motordepasso.indd 38 25/3/2009 11:56:38


dispositivos
d
9 11
Configurações típicas de bobinas Excitação de duas fases

10
Excitações de motor de uma fase

12
Excitação de uma-duas fases

c) Uma - Duas fases


Nesta modalidade de funciona-
mento, uma e duas fases são excita-
das alternadamente levando o rotor
ao movimento ou posição desejada,
veja a figura 12.

d) Duas fases ou micropasso 13


Nesta modalidade temos a apli- Excitação por micropasso
cação de níveis de tensão diferen-
ciados na bobina, o que permite o
posicionamento do rotor em pontos
intermediários aos polos das bobinas
energizadas, observe a figura 13.
O escalonamento das tensões apli-
cadas às bobinas vai determinar quan-
tos pontos intermediários entre dois
passos (90 graus) podem ser obtidos.

Conclusão
A escolha do tipo e do modo de
operação depende da aplicação. As-
sim, para saber usar corretamente um
motor de passo há outras informações
importantes que serão abordadas
oportunamente em novos artigos. f

Mecatrônica Fácil - nº 46 39

MF46_Motordepasso.indd 39 25/3/2009 11:56:47


dispositivos
d

Relés
PhotoMOS
Conhecer novos componentes e saber como usá-los é
fundamental para o sucesso de todo profissional que
Newton C. Braga
deseja que seu equipamento seja o mais avançado pos-
sível. Os Relés de Estado Sólido PhotoMOS, que podem
substituir os relés mecânicos comuns, apresentam uma
série de vantagens que muitos projetistas ainda não
conhecem.
Neste artigo analisamos este componente com base nos
tipos disponíveis da AROMAT (*), dando ao leitor os fun-
damentos para sua utilização em novos projetos.

1
Os relés de estado sólido Como Funciona Estrutura de um fotorrelé
apresentam inúmeras vantagens Os relés de estado sólido Photo- photoMOS
sobre os tipos mecânicos comuns. MOS são formados por um emissor
No entanto, as poucas desvanta- infravermelho que atua sobre um cir-
gens existentes em alguns casos, cuito fotossensível que tem por base
como o isolamento e a própria re- um transistor MOS, conforme mostra
sistência de contato, podem limitar a figura 1.
suas aplicações. Esses componentes são hermeti-
Com a possibilidade de se usar camente instalados em um pequeno
transistores MOS, cujas caracterís- invólucro que tanto pode ser DIL de 8
ticas são bem diferentes dos tran- pinos como do tipo SMD, ou mesmo
sistores bipolares, SCRs e outros de outras configurações exigidas pela
componentes encontrados em outras aplicação e a potência do circuito con-
versões de relés ópticos, as carac- trolado, veja a figura 2. 2
Aspecto e pinagem do
terísticas elétricas passam a ser en- O resultado desta disposição de relé PhotoMOS
focadas de outra forma e a gama de elementos é a obtenção de caracte-
utilizações do componente cresce. rísticas que são extremamente im-
Isso significa que, com os relés portantes para o desenvolvimento de
PhotoMOS, podemos reunir as van- projetos como:
tagens do isolamento e da sensibi-
lidade dos tipos que fazem uso de a) resistência em condução
semicondutores comuns com a baixa muito baixa.
resistência de contato em plena con- Esta resistência, que equivale
dução, que é a melhor característica à resistência de contato dos re-
dos relés mecânicos. lés comuns, chega a valores tão

40 Mecatrônica Fácil nº46

MF46_reles.indd 40 25/3/2009 11:30:07


dispositivos
d
baixos como 0,05 ohms, para ti-
pos de 60 V em operação DC, o
que significa uma tensão de offset
menor que 1 μV quando o circuito
está fechado.

S
b) velocidade de
operação alta
Embora os transistores MOS se-
jam dispositivos algo lentos devido
às capacitâncias intrínsecas entre a
comporta e o substrato, a velocidade
de um PhotoMOS é ainda maior do
que as obtidas para os tipos mecâni-
cos comuns. Valores da ordem de 0,1
ms são frequentes.

c) Corrente muito baixa


de fuga
A corrente de fuga com o circuito
aberto para os tipos comuns chega a
ser da ordem de apenas 30 pA (pico-
ampères).

d) Alta sensibilidade
A corrente exigida para o acio-
namento, que corresponde ao acen-
dimento do LED infravermelho, é
baixa. Para os tipos comuns esta
corrente é da ordem de 0,31 mA so-
mente.

e) Corrente de carga
elevada
Os transistores de efeito de cam-
po MOS, pela sua baixa resistência
de condução, podem trabalhar com
correntes bastante elevadas.
Assim, mesmo sendo usados tipos
em invólucros bastante pequenos, as
correntes obtidas para os relés Pho-
toMOS em invólucros DIL de 8 pinos
são razoáveis.
Correntes na faixa de 120 mA a
300 mA são comuns para uma dissi-
pação de 500 mW.

Como Usar

Configurações:
As configurações básicas dos re-
lés PhotoMOS não são muito diferen-
tes das empregadas para se disparar
um relé comum.
O que se deve ter em mente é que
em lugar de uma bobina temos um
LED, que deve ser percorrido por uma
corrente contínua de intensidade sufi-
ciente para haver o disparo, observe
a figura 3.

Mecatrônica Fácil nº46 41

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dispositivos
d
3 4 5
Ligação do fotoemissor Ligação da carga no reléphotoMOS Excitando um relé comum
no relé photoMOS

Isso significa a necessidade de um verá haver algum tipo de prote- • Operação de checagem (Relés
circuito de acionamento apropriado e ção. Um diodo ligado da forma HE)
de um resistor limitador de corrente indicada na figura 6 é a melhor • Telefonia (Relés GU)
de valor também apropriado. O valor proteção para o LED. • Gerenciamento de energia (Re-
deste resistor dependerá das exigên- c) Se a tensão de entrada que lés HS)
cias de corrente do LED emissor usa- aciona o LED tiver ondulações • Comutação de alta velocidade
do no fotorrelé. é preciso observar que estas (Relés HF)
Para a saída temos de levar em onduções fiquem sempre acima • Interfaceamento
conta que em lugar de contato temos do limiar de acionamento, veja a • Controle de cargas indutivas
um transistor MOS acionando uma figura 7. Estes relés têm como desta-
carga, conforme ilustra a figura 4. Caso contrário, isso pode afetar ques a sensibilidade, baixa re-
Isso implica na necessidade de o funcionamento do circuito de saí- sistência de contato, velocidade
se usar dispositivos de proteção se da que não mais terá sua resistência de operação e capacidade de
a carga for indutiva. O uso de diodos baixa no acionamento constante, mas controle.
ou de circuitos RC de amortecimen- variando. Dependendo das condições Em especial destacamos o relé
to é recomendado, de acordo com a em que isso ocorre a dissipação do AQV210EH que pode operar com
figura 5. componente pode aumentar a ponto uma tensão de pico AC de 350 V,
de colocar em risco sua integridade. tem uma corrente de carga (DC) de
Cuidados: 130 mA e uma resistência on de 23
Os cuidados com o uso de relé Aromat ohms (tip).
PhotoMOS não são muito diferentes A Aromat, cujo distribuidor no Bra- Este relé de uso geral pode ser
daqueles tomados com um relé co- sil é a Metaltex, tem uma ampla linha usado numa infinidade de aplicações
mum. de Relés PhotoMOS com caracterís- práticas, envolvendo o controle de
a) Não coloque em curto os ter- ticas que permitem sua utilização nu- pequenas cargas tais como: lâm-
minais do PhotoMOS quando o ma gama grande de projetos. padas, pequenos motores, circuitos
relé está energizado. Este pro- Na verdade são mais de 100 tipos eletrônicos de aviso como oscilado-
cedimento pode causar a quei- diferentes que prevêem utilizações res etc.
ma do circuito interno. em campos como: Os leitores interessados em mais
b) Se existir a possibilidade de • Medidas de precisão (Relés HF) informações sobre este componente
picos inversos de tensão serem • Medidas em geral (relés HE) podem consultar a Metaltex (www.
aplicados no LED emissor, de- • Comutação (relés HE) metaltex.com.br). f
6 7
Ligação de um diodo de Curva de resposta
proteção na entrada

42 Mecatrônica Fácil nº46

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