You are on page 1of 127

Reconhecido:

A minha mãe, que me ensinou o caminho da


Verdade e nunca me deixou esquecê-lo.
A minha mulher que em tantos
momentos abdicou de tanto...
Às minhas meninas que
suportaram as “ausências”.
À “minha” classe da Escola Sabatina de 2009
que me incentivou e tanto por mim orou.
Ao nosso Bom Deus que nunca me abandonou;
antes sempre me “puxou”, mesmo
e principalmente, nos momentos de desânimo.

Escrito entre Setembro de 2009


em Fevereiro de 2010 em AVEIRO.
Autorizadas, E ENCORAJADAS, todas
as formas de Divulgação e Reprodução
desde que sem fins lucrativos.
O Autor.

“…de graça recebestes, de graça dai.”


Mateus 10:8 excerto

ÍNDICE
1
Reconhecido 1
Índice 2
Diagrama do Acampamento· 5
Deus Acampava no Centro 6
Israel em Números 7
Em Marcha 9
Quem eram os Levitas 12
As Tribos 13
A Tribo de José 13
A Tribo de Levi 14
A Divisão da Tribo de Levi 15
Os Gersonitas 15
Os Coatitas 15
Os Meraritas 16
O Arraial de Judá 17
A Tribo de Judá 17
A Tribo de Issacar 19
A Tribo de Zebulom 20
O Arraial de Rúben 21
A Tribo de Rúben 21
A Tribo de Simeão 24
A Tribo de Gade 25
O Arraial de Efraim 26
A Tribo de Efraim 26
A Tribo de Manassés 28
A Tribo de Benjamim 29
O Arraial de Dã 30
A Tribo de Dã 30
A Tribo de Aser 32
A Tribo de Naftali 33
Sinais da Presença Orientadora de Deus 34
A Nuvem 35
O Shofar 37
As Trombetas de Prata 37
A Utilização das Trombetas de Prata 38
O lugar da morada de Deus 39
Um Tipo de Cristo 40
A Tipologia 41
Visão Tipológica 42
O Tabernáculo 43
A Importância de Estudar o Tabernáculo 44
Capítulos da Bíblia que Falam do Tabernáculo 46
O Centro das Actividades dos Israelitas 47
Características do Tabernáculo 47
Construindo O Tabernáculo 49
As Portas do Tabernáculo 50
Os Materiais do Tabernáculo 50
A Madeira do Tabernáculo 50
As Cobertas do Santuário 50

2
As Cores 51
Os Móveis do Santuário 51
O Tabernáculo de Moisés 52
A Construção 52
Composição do Átrio 52
O Mobiliário do Tabernáculo 53
Do Pátio 53
A Tenda da Congregação 57
O Lugar Santo 58
Transição do Lugar Santo para o Lugar Santíssimo 65
O Lugar Santíssimo 66
As Vestes Sacerdotais 70
As Vestes do Sumo-sacerdote 70
As Vestes dos Sacerdotes 73
O Tabernáculo e o Homem 74
O Ritual do Santuário 75
O Serviço Diário 75
As Festas Anuais e o Seu Significado 77
Os Serviços Anuais 77
O Dia da Expiação 78
Os Restantes Serviços Anuais 80
As Ofertas 83
Os Animais Usados nas Ofertas 83
As Ofertas do Ritual Levítico 84
O Tabernáculo de David 88
Os Templos 90
O Templo de Salomão 92
Mapa do Sul do Levante em 830 a.C. 94
O Reino Dividido 94
A Divisão 95
O Exílio 95
A Diáspora 96
O Templo de Zorobabel 97
O Templo de Herodes 99
A Destruição do Templo de Herodes 100
O Lugar da Habitação de Deus no Novo Testamento 102
O Tabernáculo Celestial 103
O Ministério no Santuário Celestial 104
Considerações Sobre a Expiação 105
O Mediador Sacerdotal 106
O Ministério no Lugar Santo 106
O Ministério no Lugar Santíssimo 108
Conclusão 109
Post Fácio 111

3
O
ACAMPAMENTO
DE
ISRAEL
E
A
IMPORTÂNCIA
DO
TABERNÁCULO

Rui Lopes Graça

Aveiro, 2010

DIAGRAMAS DO ACAMPAMENTO
OCIDENTE
MANASSÉS EFRAIM BENJAMIM
4
GERSONITAS

NAFTALI
GADE

MERARITAS
COATITAS
RUBEN
N

D Ã
SUL

OR
TE
SIMEÃO

ASSER
MOISÉS – ARÃO – SACERDOTES (filhos de Arão)  

ISSACAR JUDÁ ZEBULOM  

ORIENTE

DE ACORDO COM A TRADIÇÃO JUDAICA AS BANDEIRAS OU ESTANDARTES DOS ARRAIAIS SERIAM COMO
DESCRITO ABAIXO:

JUDÁ – LEÃO DE OURO COM FUNDO ESCARLATE.


EFRAIM – BOI NEGRO EM FUNDO DOURADO.
RUBEN – HOMEM EM FUNDO DOURADO.
DÃ – ÁGUIA DOURADA EM FUNDO AZUL.

5
DEUS “ACAMPAVA” NO CENTRO
Foi Moisés, de acordo com as instruções divinas que dividiu os levitas em três ordens da descendência dos
filhos de Levi, isto é, Gerson, Coate, e Merari.
Núm. 3:15-17: “Conta os filhos de Levi, segundo a casa de seus pais, pelas suas famílias; contarás a todo o
homem da idade de um mês para cima. E Moisés os contou conforme ao mandado do SENHOR, como lhe foi
ordenado. Estes, pois, foram os filhos de Levi pelos seus nomes: Gérson, e Coate e Merari.”
Todos eles (os Levitas) estavam sob a supervisão geral de Eleazar, o filho de Arão, secundado por auxiliares
que tinham a seu cargo uma secção cada.
Núm. 3:32: “E o príncipe dos príncipes de Levi será Eleazar, filho de Arão, o sacerdote; terá a
superintendência sobre os que têm cuidado da guarda do santuário.”

ISRAEL EM NÚMEROS

6
ESTANDARTES
TRIBOS E ESTANDARTES
JUDÁ RUBEN DÃ EFRAIM

JUDÁ 74.600
ZEBULOM 57.400 186.400  
ISSACAR 54.400
 
RUBEN 46.500
SIMEÃO 59.300 151.450  
GADE 45.650
 
DÃ 45.650
ASER 62.700   157.600
NAFTALI 41.500
EFRAIM 40.500
MANASSÉS 32.200 108.100
BENJAMIM 35.400
TOTAL 603.550

COATITAS 8.600
GERSONITAS 7.500 22.300
MERATITAS 6.200

TOTAL GERAL 625.850

De acordo com os escritos de Moisés haviam 603.550 homens de guerra espalhados pelas doze tribos
comuns, (Núm. 2:32), aos quais acresciam 22.300 indivíduos do sexo masculino com idade superior a um mês
contados entre os levitas. (Núm. 3:22, 28 e 34)
Por homem de guerra entendia-se todos os homens com 20 anos ou mais aptos para ir à guerra. (Núm. 1:3)
A este total de 625.850 indivíduos do sexo masculino, há a acrescentar todas as mulheres e crianças bem
como os levitas (rapazes) até 1 mês e todos os homens das doze tribos incapacitados para o alistamento militar.
Saíram do Egipto e registaram como foram as suas jornadas no deserto e o acampamento das tribos em
redor do Tabernáculo, em locais especificados pelo Senhor.
Êxo. 12:37-38: “Assim partiram os filhos de Israel de Ramsés para Sucote, cerca de seiscentos mil a pé,
somente de homens, sem contar os meninos. E subiu também com eles muita mistura de gente, e ovelhas, e bois,
uma grande quantidade de gado.”
De acordo com Ellen White:
“Nesta multidão havia não somente os que eram movidos pela fé no Deus de Israel, mas também um
número muito maior dos que desejavam somente escapar das pragas, ou que seguiam o andar das multidões
em movimento, meramente levados pela agitação e curiosidade.” (Patriarcas e Profetas pág. 281)
Assim, como a própria afirma, o número dos Israelitas que empreendeu a travessia do deserto era superior a
dois milhões de pessoas.
“Quando chegou o tempo para o livramento de Israel, Satanás se pôs a resistir aos propósitos de Deus. Era
seu firme intuito que aquele grande povo, que contava mais de dois milhões de almas, fosse conservado na
ignorância e superstição.” (Idem pág. 334)
Cada uma das doze tribos tinha uma área específica no acampamento onde habitar.

7
Quando os seus antepassados tinham partido para sul rumo ao Egipto aproximadamente 400 anos antes,
tinham subdividido a família por doze, cada uma dessas subdivisões encabeçada por um dos filhos de Jacob, a
quem Deus tinha alterado o nome para Israel.
Enquanto escravos no Egipto, mantiveram as suas divisões familiares, e com o decorrer dos anos as famílias
dos doze filhos de Jacob/Israel foram-se transformando em famílias tribais ou tribos.
Um bom exemplo disto encontra-se em Josué:
Josué 7:14: “Amanhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o SE NHOR tomar
se chegará, segundo as famílias; e a família que o SENHOR tomar se chegará por casas; e a casa que o SENHOR
tomar se chegará homem por homem.”
As doze tribos, em grupos de três, eram divinamente colocadas, cada grupo em cada um dos quatro lados e a
uma certa distância ao redor do tabernáculo.
Isto porque quatro das tribos (Judá, Rúben, Efraim e Dã) vieram a ser reconhecidas como líderes tribais.
(Núm. 2:1-31)
Cada uma delas encabeçava um “Arraial” cada um dos quais tinha um estandarte ou bandeira diferentes dos
da própria tribo, o qual as identificava como cabeça, enquanto as outras mantinham o individual também
chamado insígnia.
Núm. 2:2: “Os filhos de Israel armarão as suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as
insígnias da casa de seus pais; ao redor, defronte da tenda da congregação, armarão as suas tendas.”
É importante notar que Jacob (o patriarca das 12 tribos) tinha profetizado que a posição de primazia na sua
família pertenceria à tribo de Judá:
Gén. 49:10: “O ceptro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele
se congregarão os povos.”
Judá ocupava a área maior no lado oriental, o da entrada do tabernáculo, atrás das tendas de Arão.
À sua direita, ficava a tribo de Issacar e do outro lado Zebulom.
Judá com 74.600, juntando Issacar com 54.400 e Zebulom com 57.400, formavam um “batalhão” de 186.400
homens de guerra.
Rúben com 46.500, aos quais se somavam os 59.300 de Simeão e 45.650 de Gade acampavam a sul sendo a
sua “ala” composta por 151.450 homens de guerra.
A Oeste acampava Efraim, 40.500 que era cabeça das tribos de Manassés com 32.200 e Benjamim com
35.400 sendo este “exército” formado por 108.100 homens.
Dã com 62.700 homens de guerra acampava a norte juntamente com os 41.500 de Aser e 53.400 de Naftali
albergando este “arraial” 157.600 homens de guerra.
Isto dá, como vimos, um total de 603.550 homens acima de vinte anos, capazes para a guerra, não incluindo
a tribo de Levi. (Núm. 2:32)
Embora se fale sempre das “Doze Tribos de Israel”, reparemos que existem 13 quando identificamos as
posições no acampamento:
Três acampadas em cada um dos quatro lados do Tabernáculo e, numa primeira fila, a Tribo de Levi dividida
em quatro grupos, também eles posicionados um grupo em cada um dos referidos quatro lados.
Dois factos contribuem para este aparente “ERRO”:
1. A grande tribo de José tinha sido dividida em duas com os nomes de seus filhos Efraim e Manassés e
cada um deles passou a ser considerado como uma tribo individual.
Ora isto teria aumentado o número das tribos treze, contudo:
2. Houve um privilégio especial dado à tribo de Levi quando eles apoiaram Moisés colocando-se a seu lado
e "ao lado do Senhor", quando Israel se rebelou por ocasião do episódio do bezerro de ouro no sopé do
monte Sinai. (Êxo. 32:26)

8
EM MARCHA
A impressionante história do povo de Israel é uma fonte de profundos ensinamentos espirituais.
Uma análise mais aprofundada permite recolher elementos que não apenas nos surpreendem, mas
demonstram que Deus não deixa nada ao acaso e todas as Suas acções são de grande significado e importância
para nós.
É o que acontece quando nos debruçamos sobre as tribos de Israel e as suas particularidades.
Como exposto no esboço apresentado, Deus determinou, portanto uma ordem de marcha para o seu povo a
qual era tal como a seguir se descreve:
1. Estandarte de Judá. (Núm. 10:14)
2. Gersonitas e Meraritas (Núm. 10:17)
3. Estandarte de Rúben. (Núm. 10:18)
4. Coatitas. (Núm. 10:21)
5. Estandarte de Efraim. (Núm. 10:22)
6. Estandarte de Dã. (Núm. 10:25)
Devido às suas funções, os Gersonitas e os Meraritas viajavam a seguir ao “Arraial” de Judá, enquanto que os
Coatitas seguiam o de Rúben, por forma a que quando chegassem encontrassem já o Tabernáculo montado e
pudessem de imediato aí colocar os móveis sagrados que estavam à sua responsabilidade.
E, nesta fase deste estudo, a ordem de marcha das tribos duas delas vão merecer alguma da nossa particular
atenção:
Judá e Dã.
Assim, vamos tomar como ponto de partida nomes dos filhos de Jacob, segundo o relato bíblico, e seguindo a
ordem de nascimento que era um facto absolutamente fundamental no conceito de família que havia naquele
tempo e para o nosso estudo. (Gén. 29:32 a 30:24 e 35:16)
1. RUBEN. 7. GADE.
2. SIMEÃO. 8. ASER.
3. LEVI. 9. ISSACAR.
4. JUDÁ. 10. ZEBULOM.
5. DÃ. 11. JOSÉ.
6. NAFTALI. 12. BENJAMIM.

Constatamos assim que Jacob teve 12 filhos de diferentes mulheres.


Pela ordem de nascimento Judá foi o quarto filho e Dã o quinto.

9
Depois do tempo passado na escravidão do Egipto, Deus decidiu entrar em cena e libertar o Seu povo,
respondendo a um clamor de quatro séculos.
Após uma série de milagres e livramentos incríveis, o povo colocou-se em marcha rumo à Terra Prometida.
No entanto, Deus não lhes permite que avancem de qualquer maneira.
Pelo contrário, Ele deu indicações específicas de como as diferentes tribos se deveriam ordenar em quatro
“arraiais” de três, nomeando uma de cada grupo como “cabeça”.
Ficámos assim com quatro “estandartes” assim organizados quanto à marcha:
1. JUDÁ. 3. EFRAÍM.
1.1. ISSACAR. 3.1. MANASSÉS.
1.2. ZEBULOM. 3.2. BENJAMIM.
2. RUBEN. 4. DÃ.
2.1. SIMEÃO. 4.1. ASER.
2.2. GADE. 4.2. NAFTALI

Fica aqui bem claro que Deus ordenou que o estandarte de Judá marchasse em primeiro lugar e o de
Dan em último, fechando o cortejo pelo deserto.
A tribo de Levi não é mencionada por ter sido separada em exclusivo para o serviço do tabernáculo.
A de José não aparece incluída.
Estas duas ausências foram colmatadas com os nomes dos dois filhos de José: Efraím e Manassés.
Apelo à análise do leitor para o seguinte:
Haveria alguma preferência especial, da parte de Deus, pelos membros de Judá e desprezo pelos de
Dan?
Não é difícil para ninguém constatar o seguinte:
Quem vai à frente é observado por todos os outros!
Assim, Judá seria vista, sempre, por todas as outras tribos que, seguindo na sua rectaguarda, tinham
os olhos voltados para a frente por sobre essa enorme massa de gente.
Então, porquê Judá na frente?
Por uma simples, solene e majestosa razão:
JESUS SERIA O PRINCIPAL E MAIOR DESCENDENTE DE JUDÁ!
Seria desta tribo que surgiria o Salvador do mundo. (ver Mateus 1:1-16, com especial enfase os versículos
2 e 16, bem como Apocalipse 5:5)
Simbólicamente, era Jesus que seguia na frente, era Ele quem dirigia e comandava o povo pelos
difíceis caminhos do deserto.
E todos os outros, seguindo atrás, estariam sempre com os olhos postos no Grande Comandante.
Vejamos agora, com algum detalhe, porque é que Dã seguia em último lugar.
Pouco tempo antes da sua morte, Jacob chamou os seus filhos para sobre cada um proferir a sua
bênção.
Eis as palavras que dirigiu a Dã:
Gén: 49:16 e 17: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dan será serpente junto ao
caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por
detrás”.
Por certo não é preciso recordar quem, recorrentemente, é associado na Bíblia à imagem da
serpente, contudo, para confirmar basta ver Génesis 3:1-14, Apocalipse 12:9, 20:2, etc.
Mas note-se, ainda em relação a Dã, a sentença do profeta.
Amós 8:14: “Os que juram pela culpa de Samaria, dizendo: Vive o teu deus, ó Dã; e vive o caminho
de Berseba; esses mesmos cairão, e não se levantarão jamais”.
A propósito da culpa de Samaria, ideia esta associada a um tal “deus de Dã”, veja o seguinte texto:
Oseias 8:5 e 6: “O teu bezerro, ó Samaria, te rejeitou; a minha ira se acendeu contra eles; até
quando serão eles incapazes da inocência? Porque isso vem de Israel, um artífice o fez, e não é Deus; mas
em pedaços será desfeito o bezerro de Samaria”.
Para facilitar a concentração no essencial do sentido do texto permiti-me sublinhar a ideia central.
Esta adoração errada entre o professo povo de Deus é, noutro local, explicada com algum detalhe.
Leia atentamente este texto.
I Reis 12:26-30: “E disse Jeroboão no seu coração: Agora tornará o reino à casa de David. Se este
povo subir para fazer sacrifícios na casa do Senhor, em Jerusalém, o coração deste povo se tornará a seu
senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão, e tornarão a Roboão, rei de Judá. Assim o rei tomou
conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vê aqui

10
teus
1. deuses,
JUDÁó. Israel, que te fizeram subir da terra do Egipto. E pôs 7. um em
SIMEÃO
Betel,
. e colocou o outro em Dã.
E 2.
este feito
RUBÉNse tornou
. em pecado; pois que o povo ia até Dã para 8. adorar
LEVIo. bezerro”.
3. A Bíblia
GADE.é clara quanto a quem cabia parte desta culpa. 9. ISSACAR.
4. Juízes
ASER 18:30:
. “e os filhos de Dã levantaram para si aquela 10. imagemZEBULOM
de escultura...”
.
5. Recuando
NAFTALI.ao penúltimo texto, vemos que era atribuído 11. àquelesJOSÉ
bezerros
. o louvor por o povo ter
sido
6. liberto
MANASSÉS
da escravidão
. no Egipto. 12. BENJAMIM.
Que contraste com a redacção que Deus deu aos Seus Santos e Eternos mandamentos, quando diz:
Novamente Êxo.Judá
20:2: (pode
“Eu sou
ler-se,
o Senhor
Jesus) teu
ao comando
Deus, quedate marcha.
tirei da terra do Egipto, da casa da servidão”.
Mas, há umaA Escritura
alteração demonstra
fundamental:que Dã se afastou dos caminhos de Deus, dando lugar ao paganismo e à
Aparece
idolatria.
Manassés, filho de José, e… desaparece Dã.
Ou seja, emNãoúltima
admira, instância,
portanto,o afastamento
que Deus tenhade Deus
colocado
provoca
estaatribo
perdanodaúltimo
vida eterna.
lugar do cortejo, numa posição
Quando,
tal, onde
pelastodas
nossasas outras
escolhas tribos,
nos desviamos
voltadas para
do caminho
a frente, que
não Deus
a contemplassem
indica e construímos
(nem às deuses
suas obras)
que
colocamosenquanto
no lugardeambulavam
do Criador, Elepelonãodeserto.
permitirá a nossa entrada no lar eterno.
Caro leitor,
Mas,seespantosamente,
sente que a sua vida encontramos
ainda nãoumaestámaior
de acordo
e maiscomtrágica
o propósito
evidênciadivino,
da desaprovação
não desanime;
de Deus
mas
actue de em
imediato
relaçãoe procure
ao comportamento
alterar o rumo da tribo
da sua
devida,
Dã. enquanto há tempo!
Quero relembrar-lhe
O livro de Apocalipse
um dos mais apresenta
famososumamembros
relaçãodadas
tribo
tribos
de Dan:
representadas na Nova Jerusalém, aquelas
Sansão
que (veja
foram seladas
Juízes 13). por Deus, livres das marcas do pecado e da destruição final.
Sim, um homem
Veja as tribos
separadoe a ordem
por Deus pela
para
qual
umsão
serviço
mencionadas
especial,na mas
revelação
que fracassou
dada a por
João.
ter feito escolhas contra
a vontade de Deus.
Mas eis que, depois de passar por um descalabro terrível, no último momento os seus olhos e a sua mente de
novo se voltaram para o Deus que por tanto tempo esquecera, e Ele atendeu a sua oração. (Juízes 16:28-30)
Semelhantemente, a sua vida não tem de terminar em tragédia como a de Sansão; pois ainda está a tempo
de suplicar ao Senhor que transforme a sua vida e não o conte entre os da tribo de Dan!

QUEM ERAM OS LEVITAS


A escolha da tribo de Levi separando-a para o serviço sacerdotal, o que repôs o número das tribos
“ORDINÁRIAS” em doze ocorreu na sequência de dois motivos intimamente ligados entre si.

1. POR TER SIDO LEAL E SE TER ENVOLVIDO NUM ACTO DE DEDICAÇÃO:


Na noite de terror no Egipto, quando foram mortos os primogénitos de todas as famílias egípcias, os
primogénitos dos filhos de Israel foram preservados porque um cordeiro foi morto em substituição de cada um
eles.
Imediatamente após a libertação do povo, Deus chamou Moisés para lhe ordenar que daí em diante fossem
consagrados ao serviço do Senhor todos os primogénitos.
Êxo. 13:2: “Santifica-me todo o primogénito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e
de animais; porque meu é”.
Eles tinham sido salvos da morte enquanto os outros ao seu redor tinham morrido.
Daí em diante, foram separados para o serviço de Deus.

2. EM SUBSTITUIÇÃO:
Quando os Levitas foram escolhidos como a tribo consagrada, tomaram o lugar de cada primogénito das
famílias de Israel num acto de substituição:

11
Núm. 3:41: “E para mim tomarás os levitas (eu sou o SENHOR), em lugar de todo o primogénito dos filhos de
Israel, e os animais dos levitas, em lugar de todo o primogénito entre os animais dos filhos de Israel.”
Levi foi o terceiro filho de Jacob e Lia (Gén. 29:34) e a sua tribo foi eleita por Deus para  se ocuparem das
questões do culto em Israel.  
Moisés e Arão eram da tribo de Levi. (Êxo. 2:1, 4:14, 6:16-27)   
A tribo de Levi foi separada por Deus das outras e foram-lhe atribuídas, a Arão e seus filhos (Núm. 3:10), as
responsabilidades de conduzir os sacrifícios e aos restantes membros da tribo, as de desmanchar, transportar e
erigir o tabernáculo, durante o tempo da peregrinação. (Núm. 1:47-54)
Os levitas foram dedicados a um ministério de auxílio aos sacerdotes. (Núm. 3:5 e ss)  
Cada levita substituiu o primogénito de cada família das outras tribos de Israel, que Deus poupara por
ocasião da primeira Páscoa, no Egipto. (Êxo. 13:2 e 13)
Conforme Números 3:40 e ss, dado o número de primogénitos de Israel ter ultrapassado em 273 o número
de levitas, que eram 22.000, foi estipulada por Deus uma taxa remidora de cinco ciclos por primogénito.
Cada uma das três famílias de Levi tinha deveres especiais.  
Os filhos de Coate, que no censo de Números 4:36 somavam 2.750 homens com idades compreendidas entre
os 30 e os 50 anos, estavam incumbidos de transportar os móveis, depois de cuidadosamente cobertos pelos
sacerdotes.  
Os filhos de Gérson, em número de 2.630, segundo o mesmo censo (Núm. 4:40) cuidavam das cobertas,
cortinas e véus.  
Os filhos de Merari, que totalizavam 3.200 de acordo com o já referido censo (Núm. 4:4) tinham a tarefa de
transportar e erguer a armação do tabernáculo e do seu átrio.  
Esta divisão de tarefas está detalhada nos Capítulos 3 e 4 de Números.
O serviço dos restantes levitas começava quando atingiam a idade de vinte e cinco anos e mantinha-se até
aos cinquenta. (Núm. 8:24-26)  
Quando David estabeleceu um local permanente para a arca da aliança, a idade para o início do serviço foi
antecipada para os vinte anos, visto não haver já necessidade de levitas maduros como carregadores. (I Cró. 23:24)
Os levitas não possuíam herança na terra; nenhuma porção da Terra Prometida lhes coube para seu uso
exclusivo. (Núm. 18:23, 24;  Deut. 12:12 e ss)  
Eles eram sustentados pelos dízimos do povo, enquanto que os sacerdotes  recebiam as porções das ofertas
não consumidas pelos sacrifícios, os primogénitos dos rebanhos, bovino e ovino, e o dízimo levítico. (Núm. 18:2 e ss,
Deut. 18:1-4)  
Os levitas tinham permissão para residir em quarenta e oito cidades separadas para o seu uso. (Núm. 35:1 e ss;
Josué 21:1 e ss)
Cercando cada uma destas cidades era assinalada uma área de pastagem que estava reservada para os
levitas. (Lev. 25:32-34)
O livro de Deuteronómio dá grande ênfase às responsabilidades dos israelitas para com os filhos de Levi.
(12:12, 18 e 19;  14:28 e 29)
A frase “OS SACERDOTES LEVITAS” (Deut. 17:9, 18;  18:1; 24:8; 27:9; Josué 3:3; 8:33) lembra que, ainda que o
ofício sacerdotal fosse desempenhado pela família de Arão, este era, antes de qualquer coisa, levita.  
A estes, a lei atribuía numerosos deveres para além do cuidado do santuário:
1) Servir como juízes. (Deut. 17:8 e 9)
2) Regular o controle dos leprosos. (Deut. 24:8)  
3) Guardar o livro da lei. (Deut. 17:18)
AS TRIBOS
A TRIBO DE JOSÉ

O arranjo tribal em Israel baseava-se na descendência dos 12 filhos de Jacó. (Gén. 29:32 – 30:24; 35:16-18)
Estes “doze chefes de família” deram origem a “as doze tribos de Israel”. (Gén. 49:1-28; Actos 7:8)
No entanto, Jacó abençoou os dois filhos de José, Manassés, o mais velho, e Efraim, o mais novo, e disse:
Gén. 48:5: “Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egipto, antes que eu viesse a ti no
Egipto, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão;”
ESTANDARTE DA TRIBO:
Este é o estandarte que a Tradição Judaica atribui à tribo de José.

12
REPRESENTANTES:
No relato dos homens enviados a espiar Canaã, Gadi filho de Susi, é citado como o espia da tribo de José, por
Manassés. (Núm. 13:11)
NOTAS INTERESSANTES:
A única razão que pode explicar de alguma forma este facto prende-se certamente com a origem destas duas
tribos pois elas são uma subdivisão da tribo de José. (Gén. 48:4 e 5)
Quando as várias tribos receberam a herança de terras na Terra da Promessa (Josué 13-19), não havia uma
“tribo” de José.
Em vez disso, os filhos de José, Manassés e Efraim, foram contados como se fossem duas tribos distintas em
Israel.
Apesar disto, A TRADIÇÃO JUDAICA atribui às tribos de Efraim e Manassés um único estandarte.
Contudo este facto, não aumentou, como já vimos o número das tribos de Israel para 13.
Deus “separara” para o seu serviço exclusivo a tribo de Levi.
Núm 1:49: “Porém não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos de Israel.”
Haviam portanto 12 tribos não levitas em Israel. (Josué 3:12 e 13; Juí. 19:29; I Reis 11:30-32; Actos 26:7)

JOSÉ – O HOMEM
Do Hebraico Tiberiano “Yôsēp̄” – "O SENHOR ACRESCENTA".

Filho preferido de Jacob, apesar de não ser o seu primogénito, mas o primeiro filho de Raquel a
mulher a quem mais amava, José nunca escondeu a sua posição de superioridade em relação aos
outros irmãos, que se foi manifestando através de sonhos nos quais a sua figura desempenhava
sempre lugares de destaque e/ou liderança. (Gén. 37:1-28)

O favoritismo de que era alvo por parte do pai, valeu-lhe a inveja dos irmãos, que
vieram a vendê-lo por 20 moedas de prata (sheqel), como escravo, a mercadores ismaelitas,
os quais levaram José para o Egipto no período da XVII dinastia. (Gén.37:18-28)
Já no Egipto veio a ser comprado por Potifar, capitão da guarda de Faraó, (Gén. 39:1) de
quem, dado o seu carácter, veio a conquistar total confiança a ponto de ter vindo a ser
nomeado chefe dos criados e posteriormente administrador da casa. (Gén. 39: 5 e 6)
Veio a ser preso, após acusação injusta de tentativa de sedução da mulher de Potifar,
(Gén. 39: 19 e 20) motivada, precisamente por ter resistido ao assédio desta em função do
seu já referido carácter. (Gén. 39: 10-15)

Contudo, já na prisão veio a, através de inspiração Divina, revelar o significado de um sonho


ao Copeiro-mor e graças ao testemunho deste, após readmitido na Côrte, veio a desvendar
também o sonho das “VACAS MAGRAS E DAS VACAS GORDAS” para o próprio Faraó tendo vindo, por tal
facto, a ser por este nomeado governador do Egipto. (Génesis Capítulos 40 e 41)

A TRIBO DE LEVI

- Do hebraico “LAVAH” - Levi, que significa “UNIR, JUNTAR”.


“Desta vez se unirá mais a mim meu marido”.
Gén. 29:34: “E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim,
porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi.”

ESTANDARTE DA TRIBO:
A Tradição Judaica atribui o estandarte aqui reproduzido à tribo de Levi.

13
NOTAS INTERESSANTES:
Nos livros de Crónicas há diversos detalhes do ministério dos levitas. (I Crónicas Capítulo 6)  
Neste capítulo há um destaque para três levitas:
1. Hemã.
2. Asafe.
3. Etã.
Os três, bem como os seus filhos, foram mais tarde encarregues  por David da música do templo. (I Cró. 6:31 e
ss;  15:16 e ss)  
Há referências ao trabalho levítico também nos Capítulos 9, 15 e 23 de I Crónicas e em II Crónicas nos
Capítulos 5 a 8, 17, 24, 29 e 35.  
Podem ainda encontrar-se relações entre o ofício levítico e o ofício profético:
a) Jaaziel, um levita dos filhos de Asafe, profetizou a vitória de Josafá. (II Cró. 20:14)  
b) Jedutum o levita, é chamado “VIDENTE DO REI”. (II Cró. 35:15)
Os profetas maiores fazem algumas referências ao papel dos levitas.  
O profeta Isaías falou acerca de Deus reunir os israelitas dispersos (ou talvez gentios convertidos) para O
servirem na qualidade de sacerdotes e levitas:
“Vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas; e elas virão, e verão a minha glória. (...) E também
deles tomarei alguns para sacerdotes e para levitas, diz o Senhor. (Isa. 66:18 e 21)
O profeta Jeremias descreve uma nova aliança que o Senhor fará, a partir de um “RENOVO DE JUSTIÇA” que
brotaria da descendência de David. (Jer. 33:16)  
No versículo 18, o profeta acrescenta:
“Nem aos sacerdotes levíticos faltará varão diante de mim para oferecer holocaustos, e queimar ofertas de
cereais e oferecer sacrifícios continuamente”.
O profeta Ezequiel descreve uma aguda separação entre os sacerdotes levíticos, a quem denomina “FILHOS DE
ZADOQUE”, e os levitas infiéis. (Eze. 40:46; 43:19)  
Os filhos de Zadoque são os sacerdotes levitas que permaneceram fiéis a Deus. (Eze. 44:15 e 48:11)  
Os levitas infiéis são denunciados como idólatras e, face à sua infidelidade, não poderiam voltar a aproximar-
se do altar, nem manusear as coisas sagradas. (Eze. 44:10-14)
No livro de Esdras encontramos diversas referências aos levitas.  
Eles desempenharam uma parte proeminente no lançamento dos alicerces do novo templo (Esdras 3:8 e ss) e
quando da dedicação do mesmo. (Esdras 6:16 e ss)
O mesmo Esdras exortou a que se desfizessem dos casamentos com estrangeiras, engano no qual os
sacerdotes e levitas também vinham incorrendo. (Esdras 9:1 e ss e 10:5 e ss)
Em Neemias encontramos os levitas envolvidos na reconstrução dos muros em Jerusalém (Neemias 3:17) e,
após o seu término, na instrução da Lei ao povo (Neemias 8:7-9), tendo uma participação preponderante na
vida da nação. (Neemias 11:3 e ss, 12:27 e ss)  
Este mesmo livro conta que durante a ausência de Neemias de Jerusalém, o ministério levítico sofreu um
acentuado declínio.  
Um certo Tobias, amonita, recebeu permissão para se instalar num dos aposentos do templo, reservado para
guardar os dízimos dos levitas. (Neemias 13:4 e ss)  
Quando Neemias regressou, encontrou os levitas dispersos, longe do ofício para o qual tinham sido
separados. (Neemias 13:10 e ss)
O livro de Malaquias parece descrever exactamente este período de ausência de Neemias.
O profeta denuncia a falta de empenho com que os sacerdotes tratavam o seu ofício e como colocavam os
seus interesses pessoais acima dos do Senhor dos Exércitos. (Mal. 2:4 e ss)
No Novo Testamento, Barnabé é mencionado como um levita. (Actos 4:36)
No Apocalipse a Tribo de Levi retoma lugar na lista das tribos mencionadas na selagem dos 144.000 sendo
citada em oitavo lugar.
A DIVISÃO DA TRIBO DE LEVI

1. OS GERSONITAS
14
CENSO:
Foram entre eles recenseados 7.500 homens com mais de 1 mês de idade, sendo que destes 2.630 estavam
qualificados para serviço activo, ou seja, tinham entre 30 e 50 anos. (Núm. 3:22; 4:40)
LOCALIZAÇÃO:
Esta ordem acampava do lado ocidental do Tabernáculo. (Núm. 3:23)
EM VIAGEM:
Os Gersonitas e os Meratitas, devido ás funções que desempenhavam, viajavam juntos imediatamente a
seguir ao primeiro estandarte, o de Judá. (Núm. 10:17)
REPRESENTANTES:
O seu príncipe era Eliasafe filho de Lael. (Núm. 3:24)
TERRITÓRIO:
As cidades atribuídas a este ramo da família dos levitas foram 13 repartidas pelas tribos de Issacar, Aser,
Naftali e a outra meia tribo de Manassés. (Josué 21: 6)
NOTAS INTERESSANTES:
As funções atribuídas aos gersonitas eram carregar as partes debaixo do Tabernáculo bem como montar as
cortinas, a tenda, as cobertas e o suporte para a porta do mesmo e ainda os suportes do átrio, a entrada do
átrio, as suas cordas e instrumentos de serviço. (Núm. 3:25 e 26; 4:22-28)
Para facilitar o transporte destes materiais, foram-lhes atribuídos 2 carros e 4 bois. (Núm. 7:7)

2. OS COATITAS
CENSO:
Nesta “sub-tribo” foram recenseados 8.600 homens com idade superior a 1 mês (Núm. 3:28) e com 30 a 50
anos de idade, 2.750 os quais estavam assim qualificados para serviço activo. (Núm. 4:36)
LOCALIZAÇÃO:
Acampavam do lado sul do Tabernáculo. (Núm. 3:29)
EM VIAGEM:
Os coatitas viajavam imediatamente a seguir ao estandarte de Ruben. (Núm. 10:21)
REPRESENTANTES:
O líder dos coatitas era Elisafã. (Núm. 3:30)
TERRITÓRIO:
Após o estabelecimento do povo na terra prometida foram concedidas 10 cidades aos Coatitas nas tribos de
Efraim, Dã e na meia tribo de Manassés. (Josué 21:5)
NOTAS INTERESSANTES:
O seu ofício era carregar a Arca, a mesa dos pães da Preposição, o castiçal, os altares para os holocaustos e
os de incenso, as vasilhas sagradas usadas no serviço e o véu. (Núm. 3:31; 4:4-15)
Dado o carácter dos objectos à sua responsabilidade, eram os mesmos transportados aos ombros, motivo
pelo qual aos Coatitas não foram atribuídos carros ou bois. (Núm. 7:9)
Moisés e o seu irmão Arão pertenciam à tribo de Levi, o terceiro filho de Jacob.
Levi teve três filhos:
GERSON – COATE - MERARI.
Moisés e o seu irmão provinham da família de Coate.
Tendo escolhido Moisés para ser o líder do Seu povo e escolhendo Arão para ser o primeiro Sumo-sacerdote,
Deus deu uma maior honra à família de Coate.
Acresce ainda que futuramente apenas os descendentes de Arão poderiam servir como Sacerdotes e
representar o povo perante Deus.
Analisemos então mais em pormenor estes dois Coatitas.

2.1. ‫ – משה‬MOISÉS – O HOMEM


Do Hebraico Tiberiano “Moshe” – “Tirado das águas”.
O mais destacado dos Coatitas foi um dos bisnetos de Levi, Moisés. (Êxo. 6:20)
Moisés escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia.
Foi criado nas cortes do Egipto como um príncipe egípcio até aos 40 anos.
Depois disso passou outros 40 anos no deserto de Midiã, como um homem de
família, pastoreando os rebanhos do seu sogro, até que finalmente foi chamado por Deus para conduzir o
Seu povo, Israel, para fora da escravidão egípcia.
A Moisés foram por Deus entregues as Tábuas da Lei. (Deut. 9:10)
Dada a sua peculiar responsabilidade acampava no lado oriental do Tabernáculo, em
frente à porta do pátio. (Num. 3:38)

15
2.2. ֹ ‫ – ַאהֲר‬ARÃO – O HOMEM
Que significa: “PROGENITOR DE MÁRTIRES" OU "O ELEVADO”.
Arão, o irmão de Moisés, foi o primeiro Sumo-sacerdote em Israel.
Sucedeu-lhe nas funções, o seu filho, Eleazar. (Deut. 10:6)
O Sumo-sacerdote (do Hebraico Hakkohen) tinha a posição mais alta na hierarquia
Israelita. (Êxodo 29)

Como um rei na sua coroação, o Sumo-sacerdote também era ungido. (Lev. 8:12)
Usava vestes especiais das quais faziam parte uma coroa e um peitoral que
continha o Urim e o Tumim.
Entrava pessoalmente no Santo dos Santos (Yom Kippur), para fazer expiação
pelos pecados da sua própria casa, e também pelos pecados da nação.
Arão como Sumo-sacerdote era um tipo de Cristo.
Os seus deveres, as suas vestes e o seu ministério, eram todos, um tipo do Messias.
Heb. 9:11-12: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu
próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efectuado uma eterna redenção.”

3. OS MERARITAS
CENSO:
Eram 6.200 homens com mais de 1 mês de idade dos quais 3.200 qualificados para o serviço activo dado
terem entre 30 e 50 anos. (Núm. 3:34; 4:44)
LOCALIZAÇÃO:
Os Meraritas acampavam do lado norte do Tabernáculo. (Núm. 3:35)
EM VIAGEM:
Atendendo á necessidade de o Tabernáculo estar montado aquando da chegada dos Coatitas, os Meraritas e
os seus irmãos Gersonitas marchavam imediatamente após o arraial de Judá. (Núm. 10:17)
REPRESENTANTES:
Zuriel, filho de Abiaíl, era o príncipe dos meraritas. (Núm. 3:35)
TERRITÓRIO:
Os filhos de Merari ocuparam 12 cidades das tribos de Rubén, Gade e Zebulom. (Josué 21:7)
NOTAS INTERESSANTES:
O seu dever era carregar as armações, as varas, os pilares e as bases do Tabernáculo bem como os pilares do
átrio, as suas bases, as estacas, as cordas, e as ferramentas que lhes pertenciam. (Núm.3:36-37; 4:29-32)
Devido à natureza pesada dos materiais que tinham que carregar, foram-lhes atribuídos 4 carros e 8 bois.
(Núm. 7:8)
Na marcha, eles e os Gersonitas seguiam imediatamente depois do estandarte de Judá, e antes do de Rúben,
dado deverem montar o Tabernáculo antes da chegada dos Coatitas. (Núm. 7:8)

O ARRAIAL DE JUDÁ
A TRIBO DE JUDÁ

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, quando José ainda governava, Judá tinha três filhos: Er, Onã, Selá, Perez
e Zerá.(Gén. 46:12)

16
Ainda assim, esta tribo teve um crescimento tão grande, que já no primeiro censo contava 74.600 homens,
sendo a mais populosa de todas as tribos.
No segundo censo foram contados 76.500 homens continuando como a maior tribo.
LOCALIZAÇÃO:
O lugar de Judá era no lado oriental do Tabernáculo, do lado do nascer do sol, imediatamente atrás de
Moisés e Arão, juntamente com os seus parentes, Issacar e Zebulom. (Núm. 2:3-9; 10:14)
ESTANDARTE DO ARRAIAL:
Os rabis dizem que o “ESTANDARTE DE GUERRA” de Judá era de 3 cores, sárdio, topázio e carbúnculo,
nele estavam inscritos os nomes das 3 tribos e tinha a figura de uma cria de leão. (Targum de
Jónatas)

ESTANDARTE DE TRIBO:
De acordo com outra autoridade rabínica, o estandarte de Judá era verde, e tinha como símbolo
um leão.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados do exército de Judá, cento e oitenta e seis mil e quatro centos,
segundo os seus esquadrões, estes marcharão primeiro.”
REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo de Judá era Naassom, filho de Aminadabe. (Núm. 2:3)
O seu representante entre os espias, e o que dentre eles foi designado para dividir a terra, era Calebe o filho
de Jefoné (Núm. 13:6) um dos dois únicos homens desta geração que entraram em Canaã.
TERRITÓRIO:
O território atribuído a Judá situava-se no extremo sul de Israel.
A fronteira oriental de Judá era o Mar Morto, e a sua fronteira ocidental era a já
referida “faixa” paralela ao Mar Mediterrâneo controlada pelos Filisteus.
A norte confrontava com Dã e Benjamim.
Originalmente, o limite a norte de Judá era o sul de Jerusalém, para o noroeste
situavam-se Quiriate-Jearim e Jabneel.
A sul, a fronteira de Judá era na Subida de Acrabim, para o Deserto de Zin, confinando também com Cades-
Barnéia para o Mediterrâneo.
No seu comprimento a distância mais longa deste território era de aproximadamente 153 quilómetros de
extensão.
Na largura a distância maior era de aproximadamente 72 quilómetros, exceptuando a referida faixa paralela
ao Mar Mediterrâneo controlada pelos Filisteus.
Dentro deste território estava contido o da tribo de Simeão.
NOTAS INTERESSANTES:
A tribo de Judá, juntamente com a de Benjamim, permaneceu fiel à linhagem de David quando as tribos se
dividiram depois da morte de Salomão.
Juntas, estas tribos formaram o reino do sul, também chamado de Judá e que incluía Edom a sudeste.
O carácter de Judá pode ser avaliado na sua postura face a seu irmão Benjamim de uma forma clara;
vejamos:
No episódio de José, Judá recomendou aos seus irmãos que vendessem José aos Ismaelitas em vez de o
matarem:
Gén. 37:26-27: “Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e
escondamos o seu sangue? Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque
ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram.”
Também no episódio de José, já como regente do Egipto, e havia escassez, foi necessário voltar uma segunda
vez ao Egipto para buscar comida.
Nesta ocasião Judá argumentou com Jacob por este não permitir que Benjamim fosse com eles, e concordou
em ficar responsável pela sua segurança. (Gén. 43:3-10)
17
De igual forma quando o cálice foi encontrado no saco de Benjamim e o castigo do governador do Egipto
parecia iminente, a explanação de Judá sobre o seu pai e seus irmãos, e a sua oferta para ser escravo no
lugar de Benjamim, comoveu José, a ponto de este já não conseguir manter por mais tempo o seu segredo, e
ter começado a chorar. (Gén. 44:16-34)
Também foi Judá que foi enviado por Jacob para preparar o seu caminho até à terra de Gósen. (Gén. 46:28)
Nada mais é citado sobre Judá até à bênção final de seu pai. (Gén. 49:8-12)
No relato da selagem dos 144.000 é a primeira tribo a ser mencionada. (Apo. 7:5)

JUDÁ – O HOMEM
Do Hebraico “Yehuda” – "O SENHOR SEJA LOUVADO".
A palavra vem de uma raiz que pode significar "lançar uma pedra" ou "estender as mãos" (em adoração?).
Gén. 29:35: “E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao SENHOR. Por isso
chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”
Judá foi o quarto filho de Jacob e Lia, (Gén. 29:32-35) e irmão legítimo de Rúben, Simeão, e Levi (os irmãos
mais velhos), Issacar e Zebulom (os irmãos mais novos), todos filhos de Lia, e tinha ainda uma irmã cujo nome era
Diná. (Gén.30:21)
Depois, Judá mudou-se para Adulão, e casou-se com a filha de um cananeu, com quem teve três filhos: Er,
Onã, e Selá.
Er casou-se com uma mulher cujo nome era Tamar, mas morreu sem filhos.
Judá deu Tamar ao seu segundo filho, Onã que também morreu sem filhos.
Nesta altura Judá teve bastante relutância em dar o seu único filho sobrevivente a esta mulher e disse-lhe
que esperasse até que o menino tivesse idade para casar. (Gén. 38:1-11)
Então algo interessante aconteceu nas vidas de Judá e Tamar.
Quando ela soube que Judá ia para Timna, vestiu-se como prostituta e, sentou-se na berma da estrada, fez-se
encontrar com Judá, e ficou grávida dele.
O resultado foi o nascimento dos gémeos, Zerá e Perez. (Gén. 38:12-30)
Perez está na linhagem do Messias. (Luc.3:33)

A TRIBO DE ISSACAR

CENSO:

18
Na época da migração para o Egipto, estando José ainda a governar, são citados 4 filhos de Issacar, Tola,
Puva, Job e Sinram; estes filhos fundaram as quatro principais famílias da tribo. (Gén. 46:13; Núm. 26:23-25; I
Cró. 7:1)
O número de homens de guerra, quando o censo foi realizado no Sinai, era de 54.400, sendo assim a quinta
tribo. (Núm. 1:28-29)
Já no segundo censo este número tinha aumentado para 64.300 o que a colocou nesta ocasião em terceiro.
(Núm. 26:25)
No tempo de David foram contados 87.000. (I Cró. 7:5)
LOCALIZAÇÃO:
Issacar montava o seu arraial no lado oriental do Tabernáculo, sob o estandarte de Judá com os seus irmãos
da tribo de Zebulom. (Núm. 2:3-8)
ESTANDARTE DE TRIBO:
Este estandarte é, actualmente, atribuído à tribo.
Coloco-o neste estudo com muitas reservas, mesmo relativas à “Tradição Judaica”.

EM VIAGEM:
Núm. 2:9: “Todos os que foram contados do exército de Judá (Issacar e Zebulom), cento e oitenta e seis mil e
quatrocentos, segundo os seus esquadrões, estes marcharão primeiro.”
REPRESENTANTES:
À época o príncipe da tribo era Natanael filho de Zuar (Núm. 1:8) o qual veio a ter como sucessor Jigeal o filho
de José que foi um dos espias. (Núm. 13:7)
TERRITÓRIO:
O território atribuído a esta tribo confrontava a norte com Zebulom e Naftali, a sul e
a ocidente com Manassés e a leste com o Rio Jordão. (Josué 19:17-23)
Grande parte do Vale fértil de Jezreel ou Esdraelom situava-se no território de Issacar.
As suas planícies férteis e planas eram excelentes para a criação de gado.

NOTAS INTERESSANTES:
Apesar da reputação, a tribo lutou corajosamente contra Sísera. (Juí. 5:15)
Moisés profetizou uma vida calma e feliz para Issacar. (Deut. 33:18)
Paltiel (Núm. 34:26), o juiz Tola (Juí. 10:1), o Rei Baasa (I Reis 15:27), e Onri (I Cró. 27:18) eram todos desta
tribo.
Fazendo jus à bênção de Jacob, a tribo de Issacar veio a demonstrar uma perspicácia incomum para situações
políticas. (Gén.49:14 e 15)
Esta tribo participou, com o envio de 200 “meteorologistas”, na peleja da passagem do trono de Saul para
David em Hebrom. (I Cró. 12:32)
Embora a tribo estivesse integrada no Reino do norte, os seus integrantes participaram na Páscoa celebrada
por Ezequias em Judá. (II Cró. 30:18)
Esta tribo aparece citada em nono lugar na selagem dos 144.000. (Apo. 7: 7)

ISSACAR – O HOMEM
Do Hebraico “Issachar ou Yis’achar” – "ELE DARÁ UMA RECOMPENSA".
Este foi o nono filho de Jacob e quinto de Lia:
Gén. 30:17-18: “E ouviu Deus a Lia, e concebeu, e deu à luz um quinto filho. Então disse Lia: Deus me tem
dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou-lhe Issacar.”
Issacar nasceu em Padã-Arã, e nada mais se encontra registado sobre a sua vida. (Gén. 46:15)

A TRIBO DE ZEBULOM

19
CENSO:
De acordo com a lista genealógica, na época da migração para o Egipto, sendo José ainda governador, são
nomeados três filhos a Zebulom: Serede, Elom e Jaleel. (Gén. 46:14)
Durante a jornada no deserto, Zebulom, com Judá e Issacar, fazia parte do primeiro acampamento.
A tribo recenseou 57.400 homens em idade militar (Núm. 1:31) o que a colocava em quarto lugar na ordem
sendo que no segundo censo esse número tinha já aumentado para 60.500. (Núm. 26:27)
LOCALIZAÇÃO:
O lugar de Zebulom era no lado oriental do Tabernáculo, sob o estandarte de Judá com os seus irmãos da
tribo de Issacar. (Núm. 2:7 e 8)
ESTANDARTE DE TRIBO:
De acordo com a Tradição Judaica este era o estandarte da tribo de Zebulom.

EM VIAGEM:
Núm. 2:9: “Todos os que foram contados do exército de Judá (Issacar e Zebulom), cento e oitenta e seis mil e
quatrocentos, segundo os seus esquadrões, estes marcharão primeiro.”
REPRESENTANTES:
No Sinai, o príncipe da tribo era Eliabe, filho de Helom. (Núm. 2:7)
Em Siló, o lugar era ocupado por Elizafã, filho de Parnaque. (Núm. 34:25)
O seu representante entre os espias foi Gadiel, filho de Sodi. (Núm. 13:10)
TERRITÓRIO:
Na divisão de território, o quinhão de Zebulom foi o terceiro, e coube-lhes uma área
generosamente diversificada no Norte do país.
A área de possessão desta tribo é bastante clara de uma maneira geral, mas é impossível
definir com exactidão os seus limites. (Josué 19:10-16)
A linha de fronteira ocidental era com Naftali e dirigia-se a norte partindo do Monte
Tabor.
A ocidente, com Aser desde o Mar de Galileia para Kerr’Anan (Hanaton) virando para
oeste ao longo da base da montanha, até aos limites de Aser, provavelmente pelo vale de Abilm.
Daí então para sul no lado oposto de Quisiom, para Jocneã.
Como a planície pertencia a Issacar, a sua fronteira sul seria portanto com esta tribo e a linha terminaria
novamente no Tabor, talvez perto de Daberate que pertencia a Issacar. (Josué 21:28)
NOTAS INTERESSANTES:
Zebulom representou um papel importante na história de Israel durante o período dos Juízes.
Os seus homens de guerra foram uma parte importante da força de Baraque contra Sísera (Juí. 4:6-10; 5:14 e
18) e do exército de Gideão contra os Midianitas. (Juí. 6:35)
Elom o Zebulomita julgou em Israel durante dez anos. (Juí. 12:12)
Em Hebrom, 50.000 Zebulomitas uniram-se às outras tribos na proclamação de David como rei. (I Cró. 12:33 e
40)
Embora Zebulom tivesse sofrido durante as guerras assírias, quando Tiglate-Pileser levou Israel cativo para a
Assíria (II Reis 15:29), Isaías profetizou que no futuro, Zebulom seria grandemente abençoado:
Isa. 9:1 e 2: “A terra de Zebulom e a terra de Naftali... a Galileia dos gentios. O povo que andava em trevas
viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.”
De acordo com o Evangelho de Mateus esta profecia foi cumprida quando Jesus começou o seu ministério na
Galileia. (Mat. 4:12-17)
Nazaré, cidade onde Jesus cresceu e foi educado, e Caná onde Ele realizou o seu primeiro milagre,
encontravam-se ambas no território de Zebulom.
Zebulom é a décima tribo mencionada na selagem dos 144.000. (Apo. 7: 8)

20
ZEBULOM – O HOMEM
Do Hebraico “Tzeb'oo-loon” – “MORANDO, HABITAÇÃO”.
Ou do Hebraico Tiberiano “Zəḇūlūn ou Zəvulun” – “DÁDIVA”
Zebulom era o décimo filho de Jacob, e o sexto e último de Lia.
Gén. 30:19 e 20: “E Lia concebeu outra vez, e deu a Jacob um sexto filho. E disse Lia: Deus me deu uma boa
dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom.”
É conhecido a respeito de Zebulom, o facto de que Serede, Elom e Jaleel foram seus filhos e chefes de três
famílias tribais.
Gén. 46:14: “E os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel”.
Não há nada mais de pessoal registado sobre Zebulom.

A TRADIÇÃO JUDAICA, CITANDO O TARGUM DE JÓNATAS AFIRMA TER SIDO ZEBULOM O PRIMEIRO DOS CINCO IRMÃOS
APRESENTADOS AO FARAÓ POR JOSÉ, QUANDO ISRAEL E A SUA CASA CHEGARAM AO EGIPTO.
(Citando Gén. 47:2)

21
O ARRAIAL DE RÚBEN
A TRIBO DE RÚBEN

CENSO:
De acordo com a lista genealógica na época da migração para o Egipto, em 1746 A.C., Rúben teve 4 filhos:
Enoque, Palu, Hezrom, e Carmi (Gén. 46:9), e deles se formaram todas as famílias da tribo.
O censo do Monte Sinai registado em Números 1:20-21; 2:11 mostra que o número da tribo de Rúben no Êxodo
tinha 46.500 homens acima de vinte anos de idade e aptos para o serviço militar.
A tribo de Rúben era a sétima em população.
No último censo, feito trinta e oito anos depois, pouco antes da entrada em Canaã, o seu número tinha
diminuído para 43.730, o que a colocou nessa altura em nono lugar. (Núm. 26:7)

LOCALIZAÇÃO:
A posição de Rúben era no lado sul do Tabernáculo.
O "acampamento" que estava sob o domínio do seu nome complementado com as tribos de Simeão, e Gade.
O número total de guerreiros desta divisão (3 tribos) era de 151.450 homens.

ESTANDARTE DO ARRAIAL:
O Targum de Jónatas diz que o “ESTANDARTE DE GUERRA” do Arraial de Rúben tinha um veado, com a legenda:
"Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor".

ESTANDARTE DE TRIBO:
O estandarte aqui reproduzido é o que a Tradição judaica atribui à tribo de Rúben.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados no exército de Rúben (Simeão e Gade) foram cento e cinquenta e
um mil e quatrocentos e cinquenta, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em segundo lugar.”

REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo de Rúben era Elizur filho de Sedeur. (Núm. 7:30)
O rubenita entre os espias foi Samua, filho de Zacur. (Núm. 13:4)

TERRITÓRIO:
Os Rubenitas pediram antecipadamente a sua herança a oriente do Rio Jordão, onde a terra era
própria para gado (Núm. 32:1-33) estendendo-se a sul até ao rio Arnon, a leste para o deserto da
Arábia.
A oeste faziam fronteira com o Mar Morto e o Jordão, do lado norte estava Gade, a sul o
território dos moabitas.
Ajudaram as outras tribos a reivindicar as suas terras, sendo este acto citado por Josué. (Josué
22:9-10)

NOTAS INTERESSANTES:
A tribo também construiu um altar (juntamente com a tribo de Gade e a meia tribo de Manassés) no Vale do
Jordão, como testemunho da sua união com as tribos a ocidente do Jordão. (Josué 22:11-34)
É possível que a conspiração contra Moisés, organizada por Datã e Abirão, que eram rubenitas, e também
Coré que era um levita (Números 16), tenha sido uma tentativa por parte da tribo de Rúben de reivindicar o
seu direito de representar a primogenitura.
É interessante que os filhos de Coré (Levitas, note-se) não morreram. (Núm. 26:11)
Mais tarde, membros da tribo de Rúben recusaram-se a auxiliar Débora e Baraque para combater o cananeu
Sísera (Juí. 5:16), embora aparentemente a tribo tenha ajudado as outras tribos na guerra contra Benjamim.
(Juí. 20:11)
22
Durante o reinado de Saul, Rúben uniu-se a Gade e a Manassés para combater os hagarenos. (I Cró. 5:18-22)
Quando o reino se dividiu durante o reinado de Roboão, Rúben juntou-se ao Reino do Norte, que era
domínio de Jeroboão.
Ezequiel cita Rúben na sua descrição de Israel. (Eze. 48:6)
A tribo também é representada nos 144.000 selados, 12.000 de cada uma das doze tribos de Israel
curiosamente em segundo lugar imediatamente após Judá, apesar de ser o primogénito. (Apo. 7:5)

RÚBEN – O HOMEM
Do Hebraico “Rəʾuven” – “EIS UM FILHO.”
Ou do Hebraico Tiberiano “Rəʾûḇēn” – “ELE ATENDEU (VIU) A MINHA AFLIÇÃO”.
Rúben era o filho primogénito de Jacob e Lia. (Gén. 29:32)
Gén. 29:32: “E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o SENHOR atendeu à
minha aflição, por isso agora me amará o meu marido.”
Muito pouco é mencionado sobre a vida de Rúben.
O incidente que aconteceu quando Jacob morava em Migdal-Eder foi uma ofensa tal, que levou Jacob a falar
disso de forma bastante amarga, mesmo no seu leito de morte.
Gén. 35:22: “E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de
seu pai; e Israel o soube.”
Rúben é usualmente lembrado como aquele que defendeu José quando os seus ciumentos irmãos quiseram
matá-lo em Dotã.
Rúben, como filho primogénito, proferiu o seu conselho, e a vida de José foi nessa altura poupada.
Gén. 37:20-22: “Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma besta-
fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. E ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe
tiremos a vida. Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não
lanceis mãos nele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai.”
Em vez de o matar, eles lançaram-no numa cova.
Na ausência de Rúben, José acabou por ser vendido aos ismaelitas pelos outros irmãos.
Apesar da sua intervenção quando Rúben voltou com a intenção de salvar o seu irmão, tomou então
conhecimento de que José tinha sido levado.
Mais tarde quando José era governador do Egipto, pela providência de Deus houve uma escassez terrível que
obrigou a que Rúben fosse com os seus irmãos ao Egipto à procura de comida. (Gén. 42:2 e 3)
Quando eles se encontraram com José, Rúben aceitou que o governante do Egipto os tratasse severamente a
ele e a seus irmãos, por causa do seu anterior pecado:
Gén. 42:21-22: “Então disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois
vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.
E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui,
o seu sangue também é requerido.”
Foi Rúben também que entregou a Jacob a mensagem de José, que exigia que Benjamim viesse ao Egipto, e
ofereceu os seus próprios dois filhos como penhor para o retorno seguro de Benjamim. (Gén.42:37)

23
A TRIBO DE SIMEÃO

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, quando José ainda aí governava, Simeão teve seis filhos, Jemuel, Jamim,
Oade, Jaquim e Zoar, alem destes teve ainda Saul, filho de uma mulher cananeia. (Gén.46:10)
No Êxodo a tribo recenseou 59.300 guerreiros (Núm. 1:23), sendo a terceira na ordem, já quando o segundo
censo foi realizado, os números tinham diminuído para 22.200, e Simeão passou a ser a menor entre todas as
tribos. (Núm. 26:14).
Alguns teólogos relacionam este facto com o pecado de Zimri, filho de Salu. (Núm. 25:14).
LOCALIZAÇÃO:
Os simeonitas acampavam ao lado dos rubenitas (Núm. 2:12; 10:19) no lado sul do acampamento.
ESTANDARTE DE TRIBO:
Este é o estandarte que a Tradição Judaica atribui à Tribo de Simeão.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados no exército de Rúben foram cento e cinquenta e um mil e
quatrocentos e cinquenta, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em segundo lugar.”
REPRESENTANTES:
Zimri, membro de uma das principais famílias desta tribo, que foi morto por Fineias na união apóstata de
Israel com Baal-peor (Núm. 25:14), era o representante desta tribo.
Nos espias, Safate, filho de Hori representou a sua tribo. (Núm. 13:5)
TERRITÓRIO:
Quando a terra de Canaã foi dividida, a segunda sorte calhou a Simeão.
A tribo recebeu terra na parte meridional extrema de Canaã, no meio do território de Judá. (Josué
19:1-9)
Simeão uniu-se com Judá lutando contra os cananeus. (Juí. 1:1,3 e 17)
Entre as cidades dos Simeonitas estavam Beerseba, Hormá, e Ziclague. (Josué 19:1-9)
NOTAS INTERESSANTES:
Vários especialistas referem que esta tribo não terá sido especificamente mencionada por Moisés na bênção
da nação de Israel ainda que o versículo 6 pareça contrariar esta opinião. (Deut. 33:6-24 e 29)
Contudo Simeão foi mencionado em primeiro lugar entre as tribos designadas para ficar em pé no monte
Gerizim. (Deut. 27:11 e 12)
I Crónicas 4:28-33 dá a entender que a tribo de Simeão tenha sido absorvida pela tribo de Judá, cumprindo-
se assim a profecia de Jacob. (Gén. 49:5-7)

24
Embora os descendentes de Simeão tenham desaparecido como tribo, Ezequiel menciona-os nas suas
profecias sobre a futura terra de Canaã. (Eze. 48:24,25 e 33)
De igual forma João menciona em sétimo lugar os 12.000 selados da tribo de Simeão. (Apo. 7:7)

SIMEÃO – O HOMEM
Do Hebraico “Shimohn” – "OUVINDO ".
O segundo filho de Jacob com Lia:
Gén. 29:33: “E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR ouviu que eu era
desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão.”
Simeão era irmão legítimo de Rúben, Levi, Judá, Issacar e Zebulom, filhos de Lia, e tinha uma irmã que era
Diná.
Uma situação que se destaca pela negativa na vida de Simeão foi quando ele e Levi vingaram a sedução da
sua irmã Diná. (Gén. 34:25-31)
Alguns estudiosos relacionam a ida repentina de Jacob para Betel com o medo que ele teria da reacção dos
povos circunvizinhos em virtude deste acto dos seus filhos, ainda que seja claro que essa partida tenha sido
determinada por uma ordem directa de Deus a Jacob. (Gén. 35:1)
Em obediência à decisão de seu pai, Simeão mudou-se então, para o sul, para Betel. (Gén. 34; 35:1-4)
Posteriormente, na ida com seus irmãos ao Egipto, Simeão foi seleccionado por José como refém para
garantir a comparência de Benjamim (Gén. 42:24 e 36) acabando depois por ser solto. (Gén. 43:23)
A TRIBO DE GADE

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, são atribuídos a Gade 7 filhos: Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e
Areli. (Gén. 46:16)
No primeiro censo, Gade tinha 45.650 homens de guerra recenseados o que colocava esta tribo em oitava
em quantidade de guerreiros.
Já no segundo censo foram contados apenas 40.500,o que relegou a tribo para o décimo posto.

LOCALIZAÇÃO:
Acampavam no lado sul do Tabernáculo.

ESTANDARTE DE TRIBO:
Este é o estandarte atribuído pela Tradição Judaica à tribo de Gade.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados no exército de Rúben (Simeão e Gade) foram cento e cinquenta e
um mil e quatrocentos e cinquenta, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em segundo lugar.”

REPRESENTANTES:
O seu principal representante era Eliasafe filho de Reuel. (Núm. 1:14; 2:10-16)
Geuel, filho de Máqui foi o espia que representou a tribo de Gade. (Núm. 13: 15)

TERRITÓRIO:
O território de Gade ou Gileade era limitado a ocidente pelo Rio Jordão, a norte pela “meia” tribo de
Manassés (Manassés ocidental) e a sul pela tribo de Rúben.
A leste fazia fronteira com o território dos Amonitas.
Os filhos de Gade edificaram Dibom, Atarote, Aroer, Atarote-Sofã, Jazer, Jogbeá, Bete-Ninra e
Bete-Harã. (Núm. 32:34-36)
NOTAS INTERESSANTES:
Quando Moisés atribuiu um território na margem oriental do Rio Jordão aos Gaditas, determinou-lhes que
teriam que ajudar as tribos da outra margem na conquista de Canaã. (Núm. 32:20-32)

25
Existe algo sobre o que devemos meditar, e prende-se com o facto de não ser “por acaso” que esta tribo bem
como a de Rúben e meia tribo de Manassés terem tido os seus territórios fora de Canaã para alem do Jordão.
(Núm. 33:50-56)
Tudo indica que a avidez dos seus povos terá estado na origem desta situação. (Núm. 32:1-5)
Durante o seu ministério Cristo atravessou o mar da Galileia e foi para a terra dos gadarenos onde curou um
endemoninhado, segundo o relato de Mateus 8:28, ou dois fazendo fé nos relatos de Marcos e Lucas. (Mar.
5:2, Luc. 8:27)
Numa coisa os três evangelistas estão de acordo:
Os gadarenos criavam porcos, e rogaram ao Senhor que se retirasse de sua terra.
Ainda assim esta tribo é a terceira a ser mencionada na selagem dos 144.000. (Apo. 7: 5)

GADE – O HOMEM
Do Hebraico “Gahd” – "UMA TROPA" pretende dizer "ATACAR E SUPERAR ".
Gén. 30:10 e 11: “E deu Zilpa, serva de Lia, um filho a Jacob. Então disse Lia: Afortunada! E chamou-lhe
Gade.”
Gade é o nome do sétimo filho de Jacob, o primeiro nascido de Zilpa, serva de Lia, e irmão legítimo de Aser.
Sobre a vida de Gade, filho de Jacob, nada está registado.

O ARRAIAL DE EFRAIM
A TRIBO DE EFRAIM

PROVENIENTE DA TRIBO DE JOSÉ:

CENSO:
De acordo com a lista genealógica (Gén. 46:20) no censo no deserto de Sinai (Núm. 1:32-33; 2:19) a tribo
contava com 40.500 homens de vinte e mais anos de idade e aptos para o serviço militar colocando-a, este
número em décimo lugar.
No segundo censo, o número dos homens de guerra tinha diminuído para 32.500 o que a fazia baixar para
décima primeira.

LOCALIZAÇÃO:
A posição ocupada pela tribo de Efraim, albergando sob o seu estandarte as de Manassés e Benjamim
situava-se no lado ocidental do Tabernáculo. (Núm. 2:18-24)

ESTANDARTE DO ARRAIAL:
De acordo com a tradição rabínica, o estandarte das tropas sob o comando de Efraim era uma
bandeira dourada na qual a cabeça de um bezerro se encontrava representada.

ESTANDARTE DE TRIBO:
A insígnia reproduzida é atribuída não só a esta tribo, como também à de manassés.
Não foi encontrada nenhuma descrição escrita que possa contribuir para um maior esclarecimento.

EM VIAGEM:
Núm. 2:24: “Todos os que foram contados no exército de Efraim (Benjamim e Manassés) foram cento e oito
mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em terceiro lugar.”

26
REPRESENTANTES:
No Sinai, o príncipe de Efraim era Elisama, filho de Amiúde. (Núm. 1:10)
O representante de Efraim entre os espias foi o grande herói "Oseias, filho de Num" cujo nome foi mudado
por Moisés para uma forma mais distinta Josué, (Núm. 13: 16) o qual juntamente com Calebe foram os únicos
dois homens desta geração que tiveram o privilégio de entrar em Canaã. (Núm. 14: 30)

TERRITÓRIO:
Esta tribo povoou um território ladeado a norte pelo território de Manassés, a leste o
Rio Jordão e no sul pelos territórios de Benjamim e Dã sendo que a oeste fazia fronteira
também com o território desta última tribo. (Josué 16: 5-10)
NOTAS INTERESSANTES:
Josué era da tribo de Efraim.
Nos primeiros anos, a tribo de Efraim era uma força influente em Israel, sendo altamente recomendada por
Gideão (Juí. 8:2), e incluindo centros religiosos e políticos importantíssimos como Betel e Siquém.
Integrando a revolta das dez tribos depois do governo de Solomão, Efraim tornou-se cabeça no reino do
norte de Israel. (I Reis 12:25-33)
Frequentemente o nome Efraim era usado para designar o todo de Israel por causa dos muitos membros
desta tribo e do seu papel de liderança.
Os profetas hebreus, especialmente Oseias, condenavam a tribo pela sua idolatria (Ose. 4:17), deslealdade
espiritual (Ose. 8:9-10), e relações com nações pagãs. (Ose. 12:1)
Efraim esteve envolvido numa aliança com a Síria contra Judá e o Rei Acaz. (II Cró. 28:5-8; Isa. 7:3-9)
Em 722 A. C., o reino do norte de Israel foi levado em cativeiro para a Assíria.
Poderia parecer que o fim da tribo de Efraim tinha chegado, mas o Senhor não os esqueceria.
Através do profeta Jeremias, Deus declarou que este povo ainda era o Seu “filho querido” e que Ele usaria de
clemência para com eles. (Jer. 31:19 e 20)
Imediatamente após o longo período de cativeiro na Babilónia, “alguns dos filhos de Efraim” habitaram em
Jerusalém. (I Cró. 9:3)
Curiosamente na selagem dos 144.000 a tribo de Efraím não é nomeada, contráriamente à de Manassés.
Em contrapartida é citado o nome da “Tribo de José” em 11º lugar tendo da sua descendência 12.000
selados tudo apontando, desta forma, para que tenha sido este verdadeiramente o herdeiro da
primogenitura. (Apo. 7:8)

EFRAIM – O HOMEM
Do Hebraico “Ep̄rāyim” – "FRUTÍFERO".
Foi o segundo filho de José com Asenate, a filha do sacerdote Potífera e nasceu durante os sete anos de
fartura.
Gén. 46:20: “E nasceram a José na terra do Egipto, Manassés e Efraim, que lhe deu Azenate, filha de Potífera,
sacerdote de Om.”
Um incidente teve lugar por ocasião da bênção de seu avô, Jacob.
Ao contrário da intenção de José, Efraim foi preferido a Manassés (o primogénito) por Jacob, e a si foi
conferida a bênção com o direito de primogenitura:
Gén. 48:17-19: “Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos
seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés. E José
disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogénito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça. Mas
seu pai recusou, e disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; também ele será um povo, e também ele será grande;
contudo o seu irmão menor será maior que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações.”

27
A TRIBO DE MANASSÉS

PROVENIENTE DA TRIBO DE JOSÉ:


CENSO:
A tribo de Manassés desenvolveu-se através do filho de Manassés, Maquir; do filho de Maquir, Gileade, e
dos seis filhos de Gileade: Jezer, Heleque, Asriel, Siquém, Semida e Hefer. (Núm. 26:28-34)
No início da marcha pelo deserto, o número dos homens de guerra recenseados era de 32.200. (Núm. 1:34)
No segundo censo esse número tinha aumentado para 52.700. (Núm. 26:34)
No censo nas planícies de Moabe, Manassés é nomeado antes de Efraim, e aparece muitas vezes como uma
tribo poderosa. (Núm. 26:28)
LOCALIZAÇÃO:
No arraial a tribo de Manassés, juntamente com a tribo de Benjamim, acampavam sob o estandarte da tribo
de Efraim, no lado ocidental do Tabernáculo.
ESTANDARTE DE TRIBO:
A fazer fé no Targum de Jónatas, o estandarte de Manassés seria composto pela figura de um menino,
com a inscrição: “A nuvem de Yahweh repousou sobre eles até que saíram do acampamento.”
Contudo a imagem encontrada, a qual não corresponde à descrição é a que se reproduz, sendo
ainda que esta insígnia é de igual modo conotada com a tribo de Efraim.
EM VIAGEM:
Núm. 2:24: “Todos os que foram contados no exército de Efraim (Benjamim e Manassés) foram cento e oito
mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em terceiro lugar.”
REPRESENTANTES:
No Sinai o príncipe da tribo era Gamaliel, filho de Pedazur. (Núm. 2:20)
A tribo foi representada entre os espias por Gadi, filho de Susi (Núm. 13:11), onde a citação "Da tribo de José"
foi associado a esta tribo.
TERRITÓRIO:
Na divisão da Terra de Canaã foram atribuídas a esta tribo áreas em ambos os lados do
Rio Jordão.
Contudo o território oriental só poderia ser ocupado depois de os seus habitantes
terem ajudado as outras tribos a conquistar os seus territórios. (Núm. 32:1-33)
28
NOTAS INTERESSANTES:
A tribo de Manassés era conhecida pela sua coragem, bem como por dois juízes famosos: Gideão (Juí. 6:11 até
8:35) e Jefté. (Juí. 11:1 até 12:7)
Durante o reinado de Saul, homens de Manassés uniram-se a David em Ziclague. (I Cró. 12:19 e 20)
Depois grande parte do povo de Manassés reuniu-se para elevar David a rei em Hebrom. (I Cró. 12:31 e 37)
Por causa das fortalezas dos cananeus e das cidades fortes nas suas terras (por exemplo, Megido, En-Dor,
Tanaque, Dor, Ibleão, e Bete-Seão), Manassés ocidental teve dificuldades com os cananeus no seu território.
Quando se tornou suficientemente forte, porém, não expulsou os cananeus, em vez disso sujeitou-os ao
pagamento de tributo. (Josué 17:13)
Na selagem dos 144.000 a tribo de Manassés é referida em sexto lugar. (Apo. 7:6)

MANASSÉS – O HOMEM
Do Hebraico “Mənašše” – "FAZENDO ESQUECER".
Manassés foi o primeiro dos dois filhos de José com Azenate:
Gén. 41:50-51: “E nasceram a José dois filhos (antes que viesse um ano de fome), que lhe deu Azenate, filha
de Potífera, sacerdote de Om. E chamou José ao primogénito Manassés, porque disse: Deus me fez esquecer de
todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.”
O nascimento de um filho realmente foi o clímax da felicidade de José após a amargura da sua longa
experiência.
Quando estava próxima a morte de Jacob, José trouxe os seus dois filhos para que o seu pai os abençoasse.
Jacob preferiu Efraim, o segundo filho de José, em vez de Manassés o irmão mais velho, indicando assim as
posições relativas dos seus descendentes. (Gén. 48:17-19)
José antes de morrer ainda pôde ver os filhos de Maquir, seu neto, filho de Manassés. (Gén. 50:23)
Maquir nasceu a Manassés através da sua concubina, uma síria. (I Cró. 7:14)
Se Maquir se casou com Maaca antes ou depois de deixar o Egipto não nos é dito.
Maaca era irmã de Hupim e Shupim. (I Cró. 7:15)
CONTUDO E DE ACORDO COM A TRADIÇÃO JUDAICA, MANASSÉS TORNOU-SE MORDOMO DA CASA DE SEU PAI, E TERÁ AGIDO COMO INTERMEDIÁRIO
ENTRE JOSÉ E OS SEUS IRMÃOS.
A TRIBO DE BENJAMIM

CENSO:
Durante o êxodo o número de homens de guerra na tribo está determinado em 35.400 e no segundo censo
em 45.600.
(Núm. 1:37; 26:41)
LOCALIZAÇÃO:
O seu lugar no acampamento era sob o estandarte de Efraim, juntamente com a tribo de Manassés a oeste
do tabernáculo.
ESTANDARTE DE TRIBO:
Segundo o Targum de Jónatas, o estandarte de Manassés tinha a figura de um menino, com a
inscrição: “A nuvem de Yahweh repousou sobre eles até que saíram do acampamento.”

EM VIAGEM:
Núm. 2:24: “Todos os que foram contados no exército de Efraim (Benjamim e Manassés) foram cento e oito
mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em terceiro lugar.”
REPRESENTANTES:
No Sinai, o príncipe da tribo era Abidã, filho de Gideoni. (Núm. 2:22)
Entre os espias a tribo era representada por Palti o filho de Rafu. (Núm. 13:9)
TERRITÓRIO:
O limite a norte ia para oeste desde Rio Jordão por Betel e mais abaixo a Sul por
Bete-Horon.
O limite ocidental neste ponto era Quiriate-Jearim.
A fronteira meridional corria para leste até um ponto norte do Mar Morto e o limite
leste era o Rio Jordão. (Josué 18:11-20)

29
As principais cidades nesta região montanhosa, mas fértil eram: Jerusalém, Jericó, Betel, Gibeão, Gibeá, e
Mispa. (Josué 18:21-28)
NOTAS INTERESSANTES:
Saul, o primeiro rei de Israel, era Benjamita, e os Benjamitas apoiaram Saul contra David. (II Sam. 2:9 e 15; I
Cró. 12:29)
Embora os Benjamitas continuassem a demonstrar alguma intranquilidade ao longo do reinado de David (II
Sam. 20:1; Sal. 7), a maioria da tribo permaneceu leal para com a casa de David e veio a fazer parte do reino
sul, de Judá, quando Israel foi dividido em duas nações. (I Reis 12:21; Esdras 4:1)
Saulo de Tarso que depois da conversão na estrada de Damasco se tornou no apóstolo Paulo era Benjamita.
(Fil. 3:5)
Assim como Benjamim foi o último filho de Jacob, também a sua tribo é a ultima a ser nomeada por João no
relato da selagem dos 144.000. (Apo. 7:8)

BENJAMIM – O HOMEM
Do Hebraico “Binyāmîn” – "FILHO DA MINHA MÃO DIREITA".
Ou Benoni – "FILHO DA MINHA DOR", nome que o pai mudou.
O seu parto teve lugar na estrada a pequena distância de (Efrata) Belém.
Gén. 35:16-19: “E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, e deu à
luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a
parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu),
chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim. Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de
Efrata; que é Belém.”
O filho mais novo de Jacob, terá sido o único nascido na Palestina.
Nada mais se encontra escrito acerca de Benjamim até à ocasião em que os seus irmãos foram ao Egipto para
comprar comida.
Jacob manteve-o em casa, pois disse:
Gén. 42:4: “Para que lhe não suceda, porventura, algum desastre.”
A forma como foi para o Egipto, o caso da taça de prata, etc., revelam um forte afecto para com ele, da parte
do seu pai bem como dos seus irmãos.

O ARRAIAL DE DÃ
A TRIBO DE DÃ

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, enquanto José ainda governava o Egipto, somente um filho, Hussim, é
atribuído a Dã. (Gén. 46:23)
No Êxodo, a tribo de Dã recenseou 62.700 homens de guerra (Núm. 1:39) e no segundo censo haviam 64.400,
ocupando por isso em ambos os censos o lugar de segunda maior tribo.

LOCALIZAÇÃO:
A posição de Dã, era do lado norte do Tabernáculo, com Aser e Naftali.
ESTANDARTE DO ARRAIAL:
O “ESTANDARTE DE GUERRA” era branco e vermelho e a insígnia era a da águia, o grande inimigo das serpentes.
Certamente e a ser verdade, dever-se-á sem dúvida ao facto de Jacob ter comparado Dã a uma serpente.
(Gén. 49:17)
ESTANDARTE DE TRIBO:
A insígnia que a Tradição Judaica atribui a esta tribo é a representada ao lado.

EM VIAGEM:
30
Núm. 2:31: “Todos os que foram contados no exército de Dã foram cento e cinquenta e sete mil e seiscentos;
estes marcharão em último lugar (quarto), segundo as suas bandeiras.”

REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo era Aiezer. (Núm. 1:12)
Entre os espias Dã foi representado por Amiel o filho de Gemali. (Núm. 13:12)

TERRITÓRIO:
A área reservada a Dã incluía as cidades de Aijalom, Ecrom, Elteque, e Zorá na parte
central ocidental de Canaã (Josué 19:40-46; 21:5, 23 e 24) e estendendo-se até Jope no
Mar Mediterrâneo.
Os Danitas, estavam impossibilitados de conquistar muito do território que lhes tinha
sido designado.
Os habitantes originais, os Amonitas, mantiveram os Danitas limitados na colina entre Efraim e Benjamim.
Impossibilitados de conquistar o território a si destinado, alguns membros da tribo de Dã migraram para
longe, até ao extremo norte da Terra Prometida e conquistaram a cidade isolada de Lésem, (dentro do
território destinado a Naftali) a que chamaram Dã.

NOTAS INTERESSANTES:
Da tribo de Dã, Aoliabe era um dos sábios trabalhadores, inspirados para se ocupar da construção do
tabernáculo. (Êxo. 31:6)
Um filho de uma danita foi apedrejado por ter blasfemado. (Lev. 24:10)
Na cerimónia de bênção, Dã e Naftali estiveram no Monte Ebal, enquanto as tribos que descendiam de
Raquel estavam no Monte Gerizim. (Deut. 27:13)
Sansão era desta tribo. (Juí. 13:2)
Aparentemente, Dã estava entre as tribos que eram menos corajosas entre as tribos israelitas.
A Canção de Débora que celebra a vitória Israelita sobre o rei cananeu Jabim e o poderoso general Sísera
reprova as tribos de Gileade, Dã, e Aser.
De Dã, indagou Débora: "por que se deteve nos navios?" (Juí. 5:17)
A aparente falta de interesse por parte de Dã em ajudar as outras tribos, pensa-se que seria por Dã estar
situada no extremo norte de Israel, (aqueles que tinham emigrado e se tinham estabelecido em Lésem)
tendo maior relacionamento com os seus vizinhos estrangeiros ao norte do que com as outras tribos de
Israel.
Dã não é mencionada na selagem dos 144.000.

DÃ – O HOMEM
Do Hebraico “Dahn” – "O JUIZ".
Ou do Hebraico Tiberiano “Dān”
Quinto filho de Jacob e primeiro de Bila, a serva de Raquel.
Na ocasião do seu nascimento, Raquel, sendo estéril proclamou:
Gén. 30:6: “Então disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso
chamou-lhe Dã.”
Dã era irmão legítimo de Naftali.
Sobre vida de Dã nada se encontra registado.
Na bênção de Jacob no seu leito de morte este deu instruções que indicam claramente que Dã e os outros
filhos das servas manteriam a sua posição familiar juntamente com os outros filhos, tendo direito legal a uma
porção da herança familiar.
De Dã foi dito: “Dã julgará o seu povo.” (Gén. 49:16)

31
A TRIBO DE ASER

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, enquanto José ainda estava na regência do Egipto a sua família
prosperou e no Êxodo a tribo da Aser contava com 41.500 homens com mais de 20 anos de idade. (Núm. 1:41)
No segundo censo o número sobe para 53.400. (Núm. 26:47)

LOCALIZAÇÃO:
Aser acampava a norte do Tabernáculo com as tribos de Dã e Naftali.

ESTANDARTE DE TRIBO:
O estandarte indicado pela Tradição Judaica como sendo o pertencente à tribo de Aser
encontra-se aqui reproduzido.

EM VIAGEM:

32
Núm. 2:31: “Todos os que foram contados no exército de Dã (Naftali e Aser) foram cento e cinquenta e sete
mil e seiscentos; estes marcharão em último lugar (quarto), segundo as suas bandeiras.”

REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo era Pagiel filho de Ocrã. (Núm. 2:27)

TERRITÓRIO:
O território de Aser estendia-se até ao limite do norte da Palestina; o limite meridional era
a tribo de Manassés e as montanhas do Monte Carmelo.
Como limite a Oeste, o Mar Mediterrâneo e a Este Naftali.

NOTAS INTERESSANTES:
Os Aseritas nunca conseguiram expulsar os habitantes dos lugares altos fenícios, como Tiro, Sidom, e Aco
(Juí. 1:31-32), que faziam parte do seu território.
Ana, a profetisa, viúva há 84 anos ou de 84 anos de idade (os teólogos dividem-se) e que estava presente
aquando da apresentação de Jesus no Templo, era da tribo de Aser. (Luc. 2:36)
A quarta tribo a ser nomeada por João na sua visão dos 144.000 é a de Aser.

ASER – O HOMEM
Do Hebraico “Ash'air” – "FELICIDADE".
Aser foi o oitavo filho de Jacob e segundo de Zilpa, serva de Lia.
Gén 30:12-13: “Depois deu Zilpa, serva de Lia, um segundo filho a Jacob. Então disse Lia: Para minha ventura;
porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou-lhe Aser.”
O irmão legítimo de Aser era Gade. (Gén. 35:26)
Sobre si nada mais é mencionado.

A TRIBO DE NAFTALI

CENSO:
Quando foram para o Egipto, Naftali tinha quatro filhos, Jazeel, Guni, Jezer e Silém. (Gén. 46:24; I Cró. 7:13)
No primeiro censo tinha 53.400 (Núm. 1:43), sendo a sexta maior tribo.
O número diminuiu durante a jornada pelo deserto, e no segundo censo haviam 45.400 homens adultos
sendo agora oitavo na ordem das tribos. (Núm. 26:50)

LOCALIZAÇÃO:
Naftali acampava do lado norte do Tabernáculo juntamente com Dã e Aser. (Núm. 2:25-31)

ESTANDARTE DE TRIBO:
O estandarte, de acordo com tradição judaica, (Targum de Jónatas) era uma serpente, ou
basilisco, com a inscrição: "Retorna ó Yahweh para os muitos milhares de Israel."
Contudo é apresentada a imagem aqui reproduzida como sendo a insígnia da tribo.

33
EM VIAGEM:
Núm. 2:31: “Todos os que foram contados no exército de Dã foram cento e cinquenta e sete mil e seiscentos;
estes marcharão em último lugar (quarto), segundo as suas bandeiras.”

REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo era Aira filho de Enã. (Núm. 2:29)
Entre os espias a tribo foi representada por Nabi, filho de Vofsi. (Núm. 13:14)

TERRITÓRIO:
Junto com Aser, Naftali era a tribo mais a norte de Israel e ocupava uma tira longa e estreita
de terra, aproximadamente 74 quilómetros de norte a sul e 15 de leste a oeste.
Naftali era uma zona montanhosa (Josué 20:7) e muito fértil.
Entre as cidades fortificadas dentro dos limites da tribo incluíam-se: Ramá, Hazor, Quedes,
Irom, e Bete-Anate. (Josué 19:36-38)
As três cidades dadas aos Levitas por Naftali eram Quedes, (uma cidade de refúgio), Hamote Dor e Cartã.
(Josué 21:32)

NOTAS INTERESSANTES:
Na cerimónia de bênção e maldição, Dã e Naftali estavam no Monte Ebal, enquanto as outras tribos dos
descendentes de Raquel estavam no Monte Gerizim. (Deut. 27:13)
A tribo de Naftali não expulsou de todo os cananeus, mas recebeu deles tributo.
Baraque, de Quedes (Naftali) foi um grande herói desta tribo. (Juí. 4:6)
Naftali respondeu à chamada de Gideão. (Juí. 6:35; 7:23)
Quando Is-Bosete, filho de Saul ainda reinava, (II Sam. 2:10) vieram 37.000 guerreiros de Naftali, conduzidos
por 1000 capitães, para depor Saul e entregar os destinos do reino a David. (I Cró. 12:34)
Depois da divisão de Israel, Naftali, que fazia parte do Reino do Norte, foi saqueada pelo rei sírio Ben-
Hadade. (I Reis 15:20)
Foi também a primeira tribo a ser capturada pelos assírios, sob o comando de Tiglate-Pileser III. (II Reis 15:29)
Isaías profetizou que, um dia, a terra de Naftali, “A Galileia dos gentios”, veria uma grande luz. (Isa. 9:1-7)
Na terra de Naftali Jesus passou uma grande parte da Sua vida pública, as localidades de Genesaré, Betsaida,
Cafarnaum e Corazim estavam todas dentro dos seus limites. (Mat. 4:15)
Segundo o relato de João a tribo de Naftali é a 5ª a ser citada na selagem dos 144.000. (Apo. 7:6)

A TRADIÇÃO JUDAICA, AFIRMA QUE NAFTALI ERA UM RÁPIDO CORREDOR.


SEGUNDO AS MESMAS FONTES ELE SERIA UM DOS 5 IRMÃOS A QUEM JOSÉ ESCOLHEU PARA REPRESENTAR A FAMÍLIA DE JACOB NA
PRESENÇA DE FARAÓ.
É INDICADO QUE MORREU COM 132 ANOS.
(TESTAMENTO DOS DOZE PATRIARCAS, VIII. 1,1)

NAFTALI – O HOMEM
Do Hebraico “Naf'tali” – "TENHO LUTADO".
Ou do Hebraico Tiberiano “Nap̄tālî” – “MINHA LUTA”
Gén. 30:7 e 8: “E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez, e deu a Jacob o segundo filho. Então disse Raquel:
Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e chamou-lhe Naftali.”
Sexto filho de Jacob, Naftali foi o segundo filho de Bila, a serva de Raquel, sendo portanto irmão legítimo de
Dã.
A fertilidade de Lia era uma dura prova para a sua irmã estéril, Raquel.
Esta tinha obtido as crianças através da sua serva segundo os costumes da época que consideravam os filhos
das servas como sendo das patroas destas.
O nome Naftali, dado a este filho, foi uma homenagem à sua vitória.
Ela declarava desta forma ter obtido o favor e a bênção de Deus.
Da história pessoal de Naftali, não sabemos nada, até à altura em que Jacob está a abençoar os doze
patriarcas.
O seu nome só é mencionado nas duas listas. (Gén. 35:25; 46:24)

34
SINAIS DA PRESENÇA ORIENTADORA DE DEUS

Uma das certezas mais maravilhosas que Israel tinha no deserto era o sinal visível da presença de Deus,
manifestado de forma notável:
A nuvem de dia e A Coluna de Fogo à noite.
Composto, como já vimos por cerca de dois milhões de pessoas que viviam num deserto estéril e perigoso, o
acampamento israelita devia estender-se por vários quilómetros na direcção dos quatro pontos cardeais.
Sem meios de comunicação instantânea e directa, com excepção do “shofar” e das duas trombetas de prata,
era necessária uma forma que permitisse que todos soubessem quando deveriam partir, e para onde, bem como,
também quando deveriam parar.

A NUVEM

35
Núm. 9:15-23:   “No dia em que foi erigido o tabernáculo, a nuvem o cobriu, a saber, a tenda do Testemunho;
e, à tarde, estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à manhã. Assim era de contínuo: a nuvem o
cobria, e, de noite, havia aparência de fogo. Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se
punham em marcha; e, no lugar onde a nuvem parava, aí os filhos de Israel se acampavam. Segundo o mandado
do SENHOR, os filhos de Israel partiam e, segundo o mandado do SENHOR, se acampavam; por todo o tempo em
que a nuvem pairava sobre o tabernáculo, permaneciam acampados. Quando a nuvem se detinha muitos dias
sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel cumpriam a ordem do SENHOR e não partiam. Às vezes, a nuvem
ficava poucos dias sobre o tabernáculo; então, segundo o mandado do SENHOR, permaneciam e, segundo a ordem
do SENHOR, partiam. Às vezes, a nuvem ficava desde a tarde até à manhã; quando, pela manhã, a nuvem se
erguia, punham-se em marcha; quer de dia, quer de noite, erguendo-se a nuvem, partiam. Se a nuvem se detinha
sobre o tabernáculo por dois dias, ou um mês, ou por mais tempo, enquanto pairava sobre ele, os filhos de Israel
permaneciam acampados e não se punham em marcha; mas, erguendo-se ela, partiam. Segundo o mandado do
SENHOR, se acampavam e, segundo o mandado do SENHOR, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para
com o SENHOR, segundo a ordem do SENHOR por intermédio de Moisés”.  
Nem sempre a direcção indicada pelo Senhor a Israel por meio da nuvem visível ia pelos melhores caminhos.

Também Jeremias regista que o povo foi guiado por Deus:


Jer. 2:6: “através do deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de sequidão e sombra de
morte, por uma terra em que ninguém transitava e na qual não morava homem algum”.

A NUVEM = MOVIMENTO, PROTEÇÃO E DIREÇÃO


Êxodo 40.34-38: “Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo.
Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem repousavam sobre ela, e a glória do Senhor
enchia o tabernáculo. Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam
avante em todas as suas jornadas, mas se a nuvem não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se
levantava. Assim, a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele,
perante os olhos de toda a casa de Israel, em todos as suas jornadas”.
Sal. 78:14: “De dia os guiou como uma nuvem, e toda a noite, com um clarão de fogo.”
Sal. 99:7a: “Na coluna de nuvem lhes falava, eles guardavam os seus testemunhos e os estatutos que lhes
dera.”
Deus é dinâmico e é fundamental que os cristãos se movam, progredindo.
Para Moisés:
Êxo. 33:14 e 15: “Então Moisés lhe disse: Se a tua presença não for connosco, não nos faça subir deste lugar”.
Para Rute, Noemi representava a direcção de Deus, a fonte de revelação de Deus:
Rute 1:16 e 17: “Porém Rute respondeu: não me instes para que te deixe, e me obrigues a não seguir-te.
Aonde quer que fores irei, e onde quer que pousares, ali pousarei. O teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o
meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver,
se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.”
Para Eliseu, Elias representava o mover de Deus:
II Reis 2:2, 4 e 6: “Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui; o Senhor me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: tão certo
como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te deixarei. … Então Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, o Senhor me
enviou a Jericó. Porém ele disse: Tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te deixarei. … Então Elias lhe
disse: Fica-te aqui; o Senhor me enviou ao Jordão. Mas ele disse: tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma,
não te deixarei. Assim ambos foram juntos."

36
A nuvem representa a Glória de Deus que é vista no meio do Seu povo, quer seja no deserto, quer seja no
Tabernáculo de Moisés, ou mesmo ainda no Templo de Salomão, na visão do profeta Ezequiel e também no
Apocalipse de João.
A palavra glória no grego do Novo Testamento é “doxa” que significa reputação, integridade, peso de
carácter, quando fala de Deus, diz do que Ele é.
No Velho Testamento a palavra em hebraico é “kãbhôdh” que significa peso e dignidade.
Mas existe aqui uma questão mais profunda do que o aonde e o quando ir.
A presença da nuvem durante o dia, protegendo do calor tórrido do deserto, e da coluna de fogo à noite
minimizando o frio que é natural nestas regiões de grande amplitude térmica, era, também por isto, um constante
e poderoso aviso da presença permanente de Deus.
Núm. 9:16: “assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo”.
Não importava onde estivessem, que provas enfrentassem, com que inimigos se defrontassem, lá, pairando
no céu, estava um marcador visível da presença de Deus entre eles.

O SHOFAR

‫ שופר‬- Originalmente em hebraico "shofar"


É considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos.
Apenas a flauta de pastor, chamada “Ugav” na Bíblia, tem menções pela mesma época.

37
O “shofar” não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outros instrumentos de sopro,
mas para os Judeus, o “shofar” era um instrumento sagrado.
Na altura da travessia do deserto o “shofar” era usado em ocasiões solenes.
A palavra “shofar” é mencionada pela primeira vez na Bíblia aquando da revelação Divina no Monte Sinai:
Êxo. 19:16: “E aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e
uma espessa nuvem, e um sonido de buzina “shofar” mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que
estava no arraial."
O “shofar” era também tocado durante as batalhas contra os inimigos.
O “shofar” era feito do chifre de um animal, “casher”, considerado limpo mas qualquer chifre poderia ser
usado exceptuando os de vaca ou touro pois estes chifres em hebraico são “keren” e não “shofar”.
De uma forma geral e de preferência o “shofar” seria feito de chifre de carneiro talvez lembrando aquele que
Deus providenciou para tomar o lugar de Isac (Yitschac em hebraico).
O shofar emitia três sons característicos:
1) “Tekiá” – Um som continuo como um suspiro longo.
2) “Shevarim” – Três sons interrompidos como soluços.
3) “Teruá” – Nove, ou mais, sons curtíssimos como
suspiros entrecortados, como prantos.
Existia ainda um último toque após as diversas sequências e que os estudiosos são unânimes em aceitar
como “Tekiá Guedolá” – “O GRANDE TOQUE”.
Este toque seria não um soluço, suspiro ou lamento, antes sim um grito de triunfo e alegria.
TRADIÇÃO JUDAICA
DE ACORDO COM MAIMÓNIDES A MENSAGEM DO SHOFAR É:
“ACORDAI DO VOSSO SONO E LEMBRAI-VOS DO CRIADOR TORNANDO A ELE.
NÃO SEJAIS DAQUELES QUE PERDEM A REALIDADE DE VISTA PERSEGUINDO SOMBRAS OU ESBANJAM ANOS E ANOS BUSCANDO COISAS VÃS. OLHAI
PARA VÓS E CONSIDERAI OS VOSSOS ACTOS. DEIXAI OS CAMINHOS DO ERRO E OS MAUS PENSAMENTOS ANTES VOLTANDO A DEUS PARA QUE ELE
TENHA MISERICÓRDIA DE VÓS”.

AS TROMBETAS DE PRATA
Há muita matéria sobre as trombetas na Bíblia.
Na verdade a palavra aparece cerca de uma centena de vezes.
Isto sugere que Deus tem algo a dizer-nos sobre este assunto.
Notemos que o material utilizado para estas trombetas era a prata cujo simbolismo, no Antigo Testamento
era redenção.
Isto aponta para que a mensagem de Deus para o homem é sobre redenção, mas também significa que
ninguém pode ser arauto de Deus a menos que seja redimido por Ele.
As trombetas eram duas.
Na Bíblia a palavra de uma pessoa sozinha não era suficiente.
Deveria ser confirmada e corroborada por uma segunda testemunha confiável para poder ser válida. (II Cor.
13:1)
Dois é o aceitável para Deus.
Foi assim com as tábuas da Lei. (Deut. 9:10)
De igual modo, as bases de prata para as tábuas do tabernáculo, tinham que ser duas para cada placa. (Êxo.
26:19)
Também os querubins eram dois. (Êxo. 25:18)
Igualmente o peitoral e o éfode se encontram recheados de pares na sua confecção . (Êxo. 28: 7, 9, 11, 12, 14,
24, 25, 26 e 27)
No novo testamento duas serão também as “testemunhas que profetizarão por mil duzentos e sessenta
dias”, (Apo. 11:3) bem como duas são as oliveiras e dois os castiçais vistos por João. (Apo. 11:4)
Esta matéria é retomada pelo apóstolo Paulo na passagem sobre trombetas onde ele escreve:
I Cor. 14:8: “Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a guerra?”

38
Voltando às trombetas de prata, eram feitas de “obra batida”, cada uma forjada a partir de um pedaço de
metal. (Núm. 10:2)
Eram semelhantes a longos tubos, alargando-se numa das pontas.

A UTILIZAÇÃO DAS TROMBETAS DE PRATA


1) CONVOCAR (Núm. 10:3)
Em primeiro lugar, elas eram usadas para chamar a assembleia no seu todo.
Neste contexto eram utilizadas como instrumentos para estabelecer a ligação do povo de Deus.
Deveríamos, nós hoje ter um efeito unificador junto dos nossos irmãos, evitando-se tudo o que possa
provocar a dispersão ou dividir o povo de Deus.
2) A ORDEM DE MARCHA (Núm. 10:5)
É interessante notar que as trombetas de prata estavam junto à nuvem de glória (Shekinah), que repousava
sobre o tabernáculo.
Trabalhavam juntos.
A coluna de nuvem e fogo servia de orientação para o povo de Deus.
Assim, quando era hora de o povo a avançar, as trombetas soavam para dar ordem à marcha, trazendo-os
cada vez mais e mais perto da riqueza espiritual e da plenitude que eram os objectivos de Deus para o povo.
Desta forma, vemos que as trombetas proclamavam o grande propósito de Deus para o Seu povo redimido.
3) PARA CHAMAR PARA A GUERRA (Núm. 10:9)
Elas também eram utilizadas como convocação para a guerra.
O texto parece sugerir que o próprio Senhor tinha que ouvir o alarme da trombeta, e quando Ele ouvia,
prestava uma redobrada atenção ao Seu amado povo enviando-lhes a salvação nos confrontos com os seus
inimigos.
As trombetas de prata, tal como então, chamam-nos hoje a ser bons soldados de Jesus Cristo.
Temos de aprender a reagir ao toque de reunião da trombeta de resgate.
4) PARA LOUVAR (Núm. 10:10)
O quarto objectivo era simplesmente a convocação do povo para o louvor a Deus nos dias de festa e ocasiões
especiais de regozijo.
A salvação é muitas vezes descrita nos Evangelhos como uma festa.
Para nós, então, todos os dias deveriam ser dias de festa, dias de alegria.
Não existe um momento em que não devam soar para nós as trombetas de prata para nos lembramos de
Cristo e nos alegrarmos na Sua graça salvadora.
Significativamente as últimas palavras desta passagem são:
Núm. 10:10 Excerto: “Eu sou o Senhor vosso Deus”.
O som de trombeta que devemos querer realmente ouvir, e o porquê encontram-se aqui:
I Cor. 15:52: Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e
os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

O LUGAR DA MORADA DE DEUS

39
PLANTA DO TABERNÁCULO
OBS.: 1 FEET = 33,3 CENTÍMETROS; PORTANTO O TABERNÁCULO TINHA 25 METROS DE FRENTE E 50 METROS DE FUNDO, SENDO QUE O
LUGAR SANTO TINHA 5 METROS DE FRENTE E 10 METROS DE FUNDOS E O LUGAR SANTÍSSIMO TINHA 5 METROS DE CADA LADO.

A importância dos capítulos do Êxodo que tratam do Tabernáculo é bem expressa por Witsius, teólogo
alemão do Séc. XVII, quando escreveu:
"Deus criou o mundo inteiro em seis dias, mas usou 40 dias para instruir Moisés sobre o Tabernáculo.
Pouco mais do que um capítulo da Bíblia foi necessário para descrever a estrutura do mundo, mas para o
Tabernáculo foram usados seis."
Embora a maioria dos evangélicos reconheça a importância do Tabernáculo, ao longo da história da igreja há
pouca concordância a respeito da sua interpretação.
Ao longo dos séculos muitas pessoas têm procurado encontrar o significado do tabernáculo de seu ponto de
vista simbólico.
Já no período helénico eram feitas tentativas para entender a função do tabernáculo do Velho Testamento
como algo basicamente simbólico.
Pela linguagem bíblica torna-se evidente a razão pela qual esta interpretação parecia uma coisa tão natural.
Logo à partida, a dimensão do tabernáculo e todas as suas partes reflectem um projecto cuidadosamente
planeado e um conjunto harmonioso.
As diversas partes, o Lugar Santo, a tenda, o átrio todos têm numa relação exacta.
O uso dos metais (o ouro, a prata e o cobre Êxo. 35:5) é cuidadosamente seleccionado de acordo com a
proximidade do Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo.
Da mesma forma, cores específicas mostram ter uma relação íntima com a sua finalidade, quer o branco, o
azul, púrpura ou carmesim. (Êxo. 35:6)
Há igualmente um refinamento na qualidade dos tecidos usados, proporcional à referida proximidade.
Finalmente, uma ênfase especial é colocada na posição e na orientação adequadas, com o lado oriental
ocupando o lugar de honra.
Os primeiros intérpretes não tinham dúvida de que a importância do tabernáculo se encontrava no seu
simbolismo oculto, e o que estava em jogo era justamente decifrar o seu significado.
Para Philo (filósofo grego contemporâneo de Jesus Cristo que viveu entre 20 a.C. e 50 d.C. e que tentou
articular a filosofia com os rituais judaicos), nada de novo debaixo do sol, declarando por exemplo que o
tabernáculo era uma representação do universo, a tenda significava o mundo espiritual, e o átrio o reino material.
Além disso, as quatro cores significavam os quatro elementos, o candelabro com as suas sete lâmpadas, os
sete planetas, e os doze pães da proposição os doze signos do Zodíaco e/ou os doze meses do ano.
Orígenes, (em grego ριγένης, (185 — 253 d.C.) foi um teólogo e prolixo escritor cristão.
Nasceu em Alexandria, Egipto, e faleceu, segundo alguns dados em Cesareia, na actual Palestina ou, mais
provavelmente, segundo outras fontes, em Tiro) na sua nona “Homilia de Êxodo”, faz referência à abordagem de
Philo, mas depois toma outro rumo.
Ele via o tabernáculo como indicação do mistério de Cristo e da sua igreja.
As suas analogias morais em termos das virtudes da vida cristã, a fé comparada ao ouro, a pregação da
palavra à prata, a paciência ao bronze, foram estudadas e aperfeiçoadas ao longo dos anos da Idade Média.

40
O problema com as tentativas de se interpretar o tabernáculo simbolicamente é que não há linhas de
direcção cuja aceitação seja universal ou padrões que determinem qualquer tipo de correspondência espiritual
entre as partes do tabernáculo e qualquer outra coisa.
Por isso os “significados espirituais” nunca tiveram consenso entre os diversos intérpretes.
Ao iniciar o estudo do tabernáculo, a intenção era interpretar e aplicar de forma directa os textos que se lhe
referem.
Uma vez que ambos, o edifício do tabernáculo e o edifício da igreja, podem ser pensados como lugares de
reunião dos santos, acho que poderíamos aprender muito sobre os edifícios das igrejas do Novo Testamento
através do estudo do edifício do tabernáculo do Velho Testamento.
Creio que o tabernáculo nos dá alguns princípios que poderiam e deveriam nortear o nosso entendimento
sobre a finalidade da igreja.
Mas também esta abordagem tem sérios problemas.
Quererá isto dizer que todo este material no livro Sagrado, acerca do tabernáculo, não tem nenhuma
aplicação clara para nós?
Acho que não.
Deus teve sempre um lugar para morar no meio do Seu povo.
Primeiro foi no tabernáculo, e mais tarde, ainda no período de Velho Testamento, no templo.
No período relatado nos evangelhos, Deus habitava (literalmente “tabernaculava”) entre o Seu povo na
pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.
Actualmente, Deus habita na IGREJA.
Penso ser, portanto, fundamentado dizer que existem certos elementos comuns a todas as maneiras pelas
quais Deus habitou (ou habita) entre os homens.
Assim, a descrição do tabernáculo dá-nos a primeira revelação bíblica de como Deus habitou entre os
homens, e o que isto requer ou sugere à Igreja de hoje, na qual Deus habita.
Inicialmente iremos recapitular algumas das características do tabernáculo, tal como descritas na Bíblia.

A TENDA

UM TIPO DE CRISTO
Deus acampa com o seu povo.
O plano de Deus sempre foi o de morar em nós e ser o nosso Deus.
Ele conduz-nos e fala-nos com a voz suave de um noivo que está apaixonado pela sua noiva.
As bandeiras de cada tribo apontavam para a real bandeira de Deus, Jesus Cristo.
Ele é o nosso estandarte.
O Senhor é chamado: - “Jeová Nissi / O Senhor é a nossa bandeira”. (Êxo. 17:15)
Como o Levitas se levantavam entre o homem e Deus, assim Jesus Cristo se levanta entre o homem e um
Deus Santo, para ser um Mediador, e ser “Justiça nossa”.
Ele é nosso Pai, nosso Esposo e nosso Amigo.
João 17:22 e 23: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu
neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a
mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.”
João 6:28 e 29: “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e
disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.”
Heb. 7:22-25: “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes
em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece
eternamente, tem um sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam
a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”
Ao fazer esta singela pesquisa deparei-me com dois factos incontestáveis:
A. Tudo o que é Bíblico é conciso claro objectivo e imutável.

41
B. Tudo o que vem da Tradição ou do apócrifo Targum de Jónatas, como podemos constatar, é cheio de
imprecisões quando não mesmo contradições.
Cada vez mais me orgulho de ser um filho do “Pai das luzes onde não há mudança nem sombra de variação.”
(Tiago 1: 17)
Depois de concluído este estudo questionei-me:
Se Deus e a Sua presença eram o centro de tudo porque não debruçarmo-nos um pouco sobre a sua
morada natural, a qual foi feita segundo as Suas ordens directas?
Animado com este espírito proponho-vos uma visita aos pormenores do Tabernáculo que foi feito figura
daquele que existe nos Céus para servir de habitação de Deus no meio do seu povo durante a peregrinação deste.

A TIPOLOGIA
A Tipologia é a parte da teologia que estuda as conexões históricas entre determinados factos, pessoas ou
objectos do Antigo Testamento e sua aplicação profética no Novo Testamento.
A palavra “tipologia” é de origem grega.
Deriva do substantivo “typos”, termo usado no mundo antigo para indicar:
A. A marca de um golpe.
B. Uma impressão, a marca feita por um cunho - daí o sentido de figura ou imagem.
C. Modelo ou padrão, que é o sentido mais comum na Bíblia.

Na Bíblia o modelo é usado com dois sentidos distintos:


1. A correspondência entre duas situações históricas, tais como Adão e Cristo. (Rom. 5:12-21)
2. A correspondência entre o padrão celestial e seu equivalente terrestre.

EXEMPLO:
O original divino representado pelo tabernáculo terrestre. (Actos 7:44; Heb. 8:5 e 9:24)
Há várias categorias de tipos:
a) pessoas - Adão, Melquisedeque, etc.
b) eventos – Dilúvio, Serpente de Bronze, etc.
c) instituições – Festas
d) locais - Jerusalém, Sião, etc.
e) objectos - Altar de holocaustos, incenso, etc.
f) Ocupações - Profeta, Sacerdote, Rei, etc.

“A tipologia bíblica, portanto, envolve uma correspondência análoga em que eventos, pessoas e lugares
anteriores na história da salvação tornam-se padrões por meio dos quais eventos posteriores, pessoas, etc. são
interpretados.” (G. R. Osborne)
Além dos conceitos acima mencionados, também existe o uso paralelo de figuras de estilo (expressões),
juntamente com os tipos, para indicar um exemplo moral a ser seguido.
Todos os crentes, enquanto tal, devem como modelo ou padrão de vida tudo o que se assemelhe à de Cristo.
É relevante fazer uma distinção entre tipo e símbolo.
Embora ambos indiquem alguma coisa, diferem em pontos importantes.

 Símbolo é um sinal.
 Tipo é um modelo ou imagem de alguma coisa.

o O símbolo refere-se a alguma coisa do passado, presente ou futuro.


o O tipo prefigura sempre uma realidade futura.

Podemos resumir estes dois paralelos dizendo:


“O tipo é um facto que ensina uma verdade moral e prediz a realidade da mesma verdade”. (Davidson)
É preciso dizer ainda que os tipos do Antigo Testamento eram ao mesmo tempo símbolos porque
comunicavam verdades espirituais aos seus contemporâneos, ou seja, o seu significado simbólico podia ser
entendido antes do seu significado tipológico ter acontecido.
Os Tipos tem origem histórica, mas são proféticos em natureza e assim sendo apontam para alguma pessoa
ou evento que estão por vir.
Todos eles apontam para o “Mashiach” = Messias.
Os judeus sabiam que o seu Messias era o “Haba” ou “O que vem” e todos os seus profetas falaram d'Ele.
Agora nós, porém, podemos ver claramente como cada um dos tipos figurativos apontavam para o Messias.
O Tipo é a pré-figuração do verdadeiro, que é chamado anti-tipo.

42
Por outras palavras, o tipo é uma sombra/figura que antecede o que virá a acontecer, ou seja, aquilo para
que apontava, o real (o anti-tipo).
Por isso o tipo acontece sempre no Antigo Testamento, apontando aí para o anti-tipo que acontecerá, então
no Novo Testamento, confirmando-o.

POR EXEMPLO:
José é tipo de Cristo, e Cristo é anti-tipo de José.
Vejamos o seguinte quadro comparativo:
ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
JOSÉ JESUS
(TIPO) (ANTÍTIPO – HEB. 9:24)  
A. Rejeitado pelos irmãos – (Gén. 37:4) A. Rejeitado pelos irmãos – (João 1:11)
B. Deixou a casa do pai – (Gén. 37:28) B. Deixou a casa do Pai –
C. Foi vendido – (Gén. 37:27-28) (João 17:3, 5)
D. Foi tentado – (Gén. 39:7-12) C. Foi vendido – (Mat. 27:9)
E. Esteve preso – (Gén. 39:20) D. Foi tentado – (Mat. 4:1-11)
F. Governou – (Gén. 41:39-44) E. Esteve preso – (Mat. 26:47-56)
G. Salvou o povo – (Gén. 41:57) F. Governou – (Isa. 9:6)
G. Salvou o povo – (Mat. 1:21)

“...FIGURA E SOMBRA... DAS COISAS CELESTES”.


HEBREUS 8.5

VISÃO TIPOLÓGICA
ANTIGA ALIANÇA
i. Altar de Bronze
ii. Pia de Bronze
iii. Candelabro
iv. Mesa dos Pães
v. Altar do Incenso
vi. Véu
vii. Propiciatório (arca)

NOVA ALIANÇA
i. Cruz de Cristo – (Tito 2:14)
ii. Baptismo em Cristo – (Mat. 28:19)
iii. Cristo a Luz do Mundo – (João 9:5)
iv. Cristo o Pão da Vida – (João 6:48)
v. Orar em nome de Cristo – (João 15:16)
vi. Morte de Cristo – (Lucas 23:45)
vii. Cristo nossa propiciação – (I João 2:2)

Quem olha para o tabernáculo deve ver aí representados:

CRISTO
A IGREJA
O CRISTÃO
Cristo e o seu sacrifício expiatório são o centro de toda a obra redentora.

“PORQUE DECIDI NADA SABER ENTRE VÓS, SENÃO A JESUS CRISTO, E ESTE CRUCIFICADO”.
I COR. 2:2

43
O TABERNÁCULO
“E ME FARÃO UM SANTUÁRIO, E HABITAREI NO MEIO DELES”.
ÊXODO 25:8

O tabernáculo foi erigido sob a liderança de Moisés, no deserto.


E isto em conformidade com o modelo que lhe foi mostrado em visão, no monte Sinai.
O tabernáculo era o lugar permanente da presença de Deus entre o seu povo.
“E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. (Eze. 37:27)
Por que estudar o tabernáculo?
Há quem duvide da necessidade de se estudar com maior profundidade os temas bíblicos mais ligados ao
povo de Israel.
Para alguns pode parecer  ‘uma perda de tempo’ o debruçar-se sobre um assunto permeado de
particularidades tão complexas como o tabernáculo.
O argumento mais forte usado por estes baseia-se no facto de que o Antigo Testamento teria uma ligação
unilateral com a nação israelita, sendo a sua aplicação restrita ao período da história de Israel.
Tal afirmação, no entanto, é absolutamente infundada, uma vez que a própria Bíblia declara que “todas
estas coisas sucederam como exemplo para nós” (I Cor. 10:6) e “estão escritas para nossa admoestação”. (I Cor.
10:11)
O escritor aos Hebreus é ainda mais enfático quando declara que todos os detalhes do tabernáculo são
“figura e sombra das coisas celestiais”.   (Heb. 3:5)
Há que ressaltar ainda que o tabernáculo está mencionado em 50 capítulos da Bíblia, no Antigo Testamento
e no Novo Testamento.
A expressão ‘a Tenda da Congregação’ que se refere ao tabernáculo aparece 144 vezes na Bíblia.
Isto leva-nos a deduzir que, sendo a Bíblia um livro inspirado por Deus, não se deve pôr a hipótese de que
um tema tão abundantemente mencionado possa ser considerado irrelevante para a vida cristã.
Menosprezar o estudo do tabernáculo é desprezar a Bíblia, a palavra escrita, e o próprio Cristo, a Palavra
Viva.
João 5:39: “Examinai as Escrituras porque são elas que de mim testificam”.
Não há, em todo o Antigo Testamento, outro tema mais rico em figuras e símbolos a respeito de Cristo do
que o tabernáculo.
44
É simplesmente fascinante descobrir quanta riqueza espiritual se esconde por trás daquela tenda no
deserto e a sua relação com a vida de Cristo e da Igreja.
O objectivo do nosso estudo é justamente procurar evidenciar esta relação.

A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR O TABERNÁCULO

Muitas pessoas costumam perguntar:


“Por que estudar sobre o Tabernáculo de Moisés”?
“Por que devemos estudar o Antigo Testamento”?
O Novo Testamento apresenta várias evidências sobre a importância de se estudar o Antigo Testamento.
Precisamos ter em mente que a igreja primitiva (Actos 2) não tinha nas mãos o Novo Testamento.
O “novo testamento” deles estava implícito no Antigo Testamento.
Assim, pelo facto do cânon do N.T. não ter ficado completo na época da igreja primitiva, os apóstolos
recorriam continuamente aos escritos do Antigo Testamento para compreender tudo o que Deus estava a operar
entre eles.
Um estudioso desenvolveu uma relação bastante apropriada entre o Antigo e o Novo Testamentos:

O NOVO ESTÁ CONTIDO NO ANTIGO – O ANTIGO É EXPLICADO NO NOVO.


O NOVO ESTÁ ESCONDIDO NO ANTIGO – O ANTIGO É REVELADO NO NOVO.
O NOVO ESTÁ IMPLÍCITO NO ANTIGO – O ANTIGO É ESCLARECIDO PELO NOVO.

Apresentarei a seguir algumas razões que justificam o estudo do Tabernáculo:


1. Porque todas “essas coisas ocorreram como exemplos (no grego, “tipos”) para nós e foram escritas como
advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos”. (I Cor. 10:6 e 11)
2. Porque o próprio Cristo deu aos discípulos uma tríplice divisão das Escrituras quando disse:
Luc. 24:44: “Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos
Profetas, e nos Salmos”.
A palavra “Tanakh” no hebraico, é a totalização dos livros do Antigo Testamento, e dessa palavra temos o
acróstico das três referências de Jesus (Lei, Profetas, Salmos), de Lucas 24:44.

T DE TORÁH = Lei, Pentateuco


45
N DE NEVI’IM = Profetas
K DE KETUVI’IM = Escritos

3. Porque a revelação do Tabernáculo de Moisés é parte integrante das Escrituras:


II Tim. 3:16: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correcção e
para a instrução na justiça”.
4. Porque Jesus disse:
Mat. 5:17 e 18: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a
verdade: Enquanto existirem céus e a terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor
traço, até que tudo se cumpra”.
5. Porque:
“A lei era uma “sombra” (no grego “figura”) dos benefícios que hão de vir”. (Heb. 10:1)
O propósito da sombra é trazer-nos para a realidade, assim como o propósito da profecia é levar-nos ao seu
cumprimento.
É função do tipo revelar o antítipo.
A Lei corresponde à época da “sombra”, indicando-nos o que é real.
A sombra de um objecto não é algo real, apresenta apenas as formas do objecto que dá origem à sombra.
6. Porque:
Heb. 8:5: “Eles (os sacerdotes) servem num santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus”.
Heb. 9:23: “Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses
sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores”.
O santuário terreno era simplesmente uma cópia do santuário celestial.
7. Porque o Tabernáculo era também uma parábola.
Heb. 9:9: “Isso (o primeiro tabernáculo) é uma ilustração (no grego “parábola”) para os nossos dias”.
Parábola é uma história ou narrativa usada como ilustração de uma verdade.
8. Porque todas as coisas no Tabernáculo eram tipos daquilo que estava por vir, até mesmo o próprio Cristo.
Como Deus disse a Moisés:
Actos 7:44: “De acordo com o modelo (“tipo”) que ele tinha visto”.
9. Porque Jesus disse:
“No livro está escrito a meu respeito”. (Heb. 10:7 e Sal. 40:6-8)
Portanto o Tabernáculo, tendo o livro, é também uma profecia de Cristo.
10. Porque o princípio de Deus é:
I Cor. 15:46 e 47: “Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual”.
II Cor. 4:18: “Nós olhamos para o natural, para o material, para o que é temporal, para as coisas que se vêem,
com o objectivo de descobrir, pelo Espírito, a verdade, que é espiritual e eterna; coisas que não são
compreendidas pela mente natural do homem”.

Para esclarecer melhor o que disse, veremos alguns exemplos de como Deus, na sua sabedoria, usou coisas
naturais do Antigo Testamento para revelar Cristo à Sua Igreja:
1) A rocha ferida, da qual Israel bebeu, apontava para Cristo. (I Cor. 10:1-4)
2) O maná que veio do céu apontava para Cristo. (João 6.55-58)
Não é difícil ver o maná como uma imagem do Senhor Jesus Cristo.
a) O maná era algo misterioso para Israel; a prová-lo está o facto de a palavra maná no hebraico
significar: “O QUE É?”. (Êxo. 16:15)
b) O maná descia do céu durante a noite, e Jesus veio ao mundo quando os pecadores se
encontravam em trevas morais e espirituais.
c) O maná era pequeno apontando para a humildade de Cristo.
d) O maná era redondo simbolizando a Sua eternidade.
e) O maná era branco indicando a Sua pureza.
f) O maná era adocicado (Sal. 34:8) e supria devidamente as necessidades do povo.
g) O maná foi enviado a um povo rebelde sendo por isso uma dádiva da graça de Deus.
Tudo o que precisavam fazer era humilhar-se (baixar-se) e aceitarem a dádiva oferecida por Deus.
3) O cordeiro sacrificial da Páscoa tipificava o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. (João 1:29)
RESUMO
Embora o Tabernáculo e os seus utensílios tenham deixado de existir, as verdades espirituais e as realidades
eternas tipificadas na habitação de Deus ainda permanecem, pois a verdade é eterna.
Essa é uma das razões porque devemos estudar a revelação de Deus através do Tabernáculo de Moisés.

46
Desta forma, o Tabernáculo apresenta-se como “o código secreto de Deus” para revelar verdades a todos
que o buscam de modo sincero e dedicado.
O Senhor Jesus Cristo é a chave hermenêutica para compreendermos o Tabernáculo de Moisés.
Que o Espírito Santo permita que ao estudar o Tabernáculo de Moisés possamos tirar ilações para a vida
espiritual da “IGREJA” que somos todos nós.

“A GLÓRIA DE DEUS ESTÁ NAS COISAS ENCOBERTAS;


MAS A HONRA DOS REIS, ESTÁ EM DESCOBRI-LAS”.
PROVÉRBIOS 25:2

CAPÍTULOS  DA BÍBLIA QUE FALAM DO TABERNÁCULO


VELHO TESTAMENTO
LIVRO CAPÍTULOS DESCRIMINAÇÃO DOS CAPÍTULOS
ÊXODO 15 25-31 E 33-40
LEVÍTICO 18 1-10, 12, 15, 16, 17, 21, 23, 24 E 26
NÚMEROS 13 1-5, 7-10, 16, 17, 19 E 31
DEUTERONÓMIO 02 16 E 31

NOVO TESTAMENTO
LIVRO CAPÍTULOS DESCRIMINAÇÃO DOS CAPÍTULOS
HEBREUS 04 7-10

TODA A BÍBLIA
LIVROS CAPÍTULOS A. T. N. T.
05 52 48 04

Quem olha para um desenho ou para uma maqueta do tabernáculo ou se defronta com a descrição bíblica
da “Tenda da Congregação”, não pode ver simplesmente uma tenda com quase 5 metros de altura protegida por
uma cortina de linho com 50 metros de fundo por 25 de frente.

O tabernáculo deve ser analisado sob 2 pontos de vista:


1. PASSADO – Visão Histórica
Analisado desta vertente, visava o fortalecimento da nação de Israel.
2. PRESENTE – Visão Tipológica
O Tabernáculo do ponto de vista do Cristão.
A sua aplicação à Igreja.
O apontar para Cristo.

Foi apresentada ao povo de Israel uma nova realidade:

NO EGITO ISRAEL TINHA:


a) Casas de tijolos. NO DESERTO ISRAEL TERIA:
b) Panelas de carne. a) Tenda de pêlos de cabra.
c) Melões, pepinos e cebolas. b) Codornizes.
d) Água canalizada. c) Maná do céu.
e) Escravidão. d) Água da rocha.
f) Idolatria. e) Peregrinação.
g) Templos pagãos. f) Monoteísmo.

47
g) Tabernáculo.

O CENTRO DAS ATIVIDADES DOS ISRAELITAS


NÚMEROS 2:2-8 E APOCALIPSE 4:5-9 

O tabernáculo seria o centro de todas as actividades dos israelitas.


Como já vimos, as tribos ficavam acampadas ao seu redor, assim distribuídas:

1º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UM LEÃO


TRIBO HOMENS
JUDÁ 74.600
ISSACAR 54.400
ZEBULOM 57.400
TOTAL 186.400

2º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UM HOMEM


TRIBO HOMENS
RÚBEN 46.500
SIMEÃO 59.300
GADE 45.650
TOTAL 151.450

3º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UM BOI


TRIBO HOMENS
EFRAIM 40.500
MANASSÉS 32.200
BENJAMIM 35.400
TOTAL 108.100

4º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UMA ÁGUIA


TRIBO HOMENS
DÃ 62.700
ASER 41.500
NAFTALI 53.400
TOTAL 157.600

48
CARACTERÍSTICAS DO TABERNÁCULO
1. O TABERNÁCULO FOI IDEALIZADO PARA SER FUNCIONAL.
Servia como lugar de encontro entre Deus e os homens, e desta forma ficou conhecido como a “TENDA DA
CONGREGAÇÃO”. (Êxo. 35:21)
Ter Deus tão próximo era uma coisa muito perigosa.
Quando Moisés suplicou a Deus para habitar no meio do Seu povo, Ele avisou-o de que isto poderia ser fatal
para um povo pecaminoso porquanto o Senhor tinha dito a Moisés:
Êxo. 33:5: “Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento eu subir no meio de ti, te
consumirei”.
Ora o tabernáculo resolveu o problema de haver um Deus santo a habitar no meio de um povo pecaminoso
através de duas medidas:
1.1. Uma das formas pelas quais o tabernáculo contribuiu para a resolução desse problema foi pelo
facto de ser portátil.
Deus tinha-Se revelado ao povo do cimo do Monte Sinai.
Quando o povo partisse do Sinai em direcção à terra prometida de Canaã, precisariam de um local onde a
presença de Deus pudesse ser manifestada.
Como o tabernáculo era uma tenda, este problema ficou solucionado.
1.2. O tabernáculo também foi por si só uma solução para o problema da coabitação de um Deus
santo com um povo pecador.
As cortinas da tenda, e, de forma particular o espesso véu que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo,
serviam como separadores, digamos, como uma barreira divisória entre Deus e o povo. (Heb.10:20)
Além disso o tabernáculo era santificado e separado como um lugar Santo.
O tabernáculo era de igual modo um lugar de sacrifício, para que os pecados dos israelitas pudessem ser
expiados.
Ainda que a solução fosse provisória facilitava a comunhão entre Deus e o Seu povo.
2. O TABERNÁCULO REVELAVA UMA FABULOSA RIQUEZA E BELEZA.
Mesmo uma leitura superficial do texto é suficiente para se perceber que o tabernáculo foi um projecto muito
caro.
Os estudos das medidas hebraicas feitos por Robert Balgarnie Young Scott (Old Testament scholar 1899-1987)
equiparam o talento a cerca de 64 libras, ou seja 29 kg e o siclo do santuário equivale a sensivelmente 1/3 de
uma onça, ou 9,7 gramas.
De acordo com estes cálculos estamos perante 862 kg de ouro, 2.923 kg de prata e 2.053 kg de bronze. (Êxo. 38:
24, 25 e 29)
O projecto envolveu não apenas materiais muito caros, mas esses mesmos materiais foram ainda trabalhados
de forma a criar grandes obras de arte pois Deus ordenou a Moisés que construísse um tabernáculo de uma
forma que envolvesse quase todas as formas de arte representativa que os homens conheciam.
O tabernáculo e os seus utensílios foram concedidos aos israelitas tanto para “glória” quanto para “beleza”.
(Êxo. 28:2 e 40)
3. A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO ENVOLVEU TODO O POVO.
Todo o povo viria a beneficiar do tabernáculo, portanto foi permitido a todos participar na sua construção,
fosse através da doação de materiais, fosse pela habilidade no trabalho, ou por ambos.
4. O TABERNÁCULO TESTEMUNHAVA O CARÁCTER DE DEUS.
A excelência do tabernáculo, tanto nos materiais como na mão-de-obra nele empregues, era um reflexo da
excelência de Deus. O tabernáculo também foi um lugar santo, porque nele habitava um Deus santo. (Êxo. 30:37
e 38)
O tabernáculo, através da sua estrutura e finalidade, testificava a santidade de Deus.
Arão usava, numa placa de ouro maciço batido, a gravação: “SANTIDADE AO SENHOR”. (Êxo. 28:36)
Os sacerdotes foram alertados quanto aos cuidados a ter na própria execução do seu ofício: “para que não
morram”. (Êxo. 30:21)
As mortes de Nadabe e Abiú (Lev. 10:1) deixaram bem claro o quão severamente punida era uma ofensa que
fosse considerada ultrajante por Deus.
5. O TABERNÁCULO ERA COMPOSTO DE VÁRIOS ELEMENTOS.
Mas em tudo foi ressaltada a unidade:
No projecto, na função e no propósito.
Êxo. 36:13: “Fizeram cinquenta colchetes de ouro, com os quais prenderam as cortinas, uma à outra; e o
tabernáculo passou a ser um todo”.
Êxo. 36:18: “Fizeram também cinquenta colchetes de bronze para ajuntar a tenda, para que viesse a ser um
todo”.
49
O que Francis August Schaeffer (teólogo e filósofo presbiteriano 1912-1984) escreveu acerca do templo pode
ser aplicado ao tabernáculo:
“Devemos reparar que, com relação ao templo, toda a arte foi trabalhada para formar uma unidade. O
templo inteiro foi um trabalho singular de arquitectura, um todo unificado com colunas livres, estátuas,
baixos-relevos, música e poesia, pedras gigantescas e belas madeiras trazidas de muito longe. Tudo está lá.
Um trabalho de arte completamente unificado para o louvor de Deus”.
Não havia apenas unidade na arquitectura e na estrutura, mas também na finalidade do tabernáculo.
O propósito do tabernáculo foi providenciar um lugar onde Deus pudesse habitar no meio dos homens. (Êxo.
25:8 e 29:45 e 46)
Todos os seus utensílios facilitavam o ministrar das cerimónias o que contribuía para que este lugar único fosse
chamado, com propriedade, a “tenda da congregação”. (Êxo. 29:43 e 44)
6. O TABERNÁCULO FOI PROJECTADO COMO “ALGO” PERMANENTE.
Apesar de o Tabernáculo de Moisés, aquele sobre o qual agora nos debruçamos, ser transitório, era intenção
de Deus que ele fosse apenas o princípio de um local onde Ele pudesse habitar com características menos
transitórias.
Repetidamente encontramos, associadas ao Tabernáculo, expressões tais como: “perpétuo” e “pelas
gerações”. (Êxo. 30:8, 21 e 31)
A tenda foi usada diariamente por muito mais de 40 anos.
7. O TABERNÁCULO FOI IDEIA, INICIATIVA E PROJECTO DE DEUS.
De onde veio o modelo?
Veio de Deus...
Deus foi o arquitecto, não o homem.
No relato de como o tabernáculo foi feito aparece repetidamente esta frase:
"E farás..."
Isto é, Deus disse a Moisés o que fazer, em detalhes.
Foi construído segundo as ordens do mesmo Deus que nos deu os 10 Mandamentos.
O tabernáculo foi feito depois do modelo divino ter sido mostrado a Moisés. (Êxo. 25:9)
As instruções enfatizavam que cada detalhe do projecto deveria ser feito de acordo com a explícita ordem de
Deus. (Êxo. 35:1, 4, 10, etc.)
Bezalel e Aoliabe foram dotados com o espírito de Deus e com o conhecimento da habilidade para executar a
tarefa. (Êxo. 31:2 e 6)
Para o escritor do Deuteronómio a forma concreta do tabernáculo é inseparável do seu significado espiritual.
Cada detalhe da estrutura reflecte a vontade divina e nada foi decidido "ad-hoc" pelos construtores humanos.
Além do mais, como já referido, o tabernáculo não foi concebido como medida temporária para um tempo
limitado, mas algo no qual o sacerdócio permanente de Arão servisse ao longo de todas as gerações. (Êxo.
30:21)

CONSTRUINDO O TABERNÁCULO

PLANTA DO TABERNÁCULO

O tabernáculo tinha 100 côvados de comprimento por 50 de largura e subdividia-se em:


 PÁTIO:
a. Altar de Bronze
b. Pia de Bronze

 LUGAR SANTO:
a. Altar de Incenso
b. Mesa dos Pães
50
c. Candelabro

 LUGAR SANTíSSIMO:
a. Arca da Aliança
b. Propiciatório

A Construção do tabernáculo partiu de uma decisão de Deus, que se serviu de homens, os quais por sua vez,
através das suas atitudes, viabilizaram a sua realização.
Ou seja, expondo em três etapas distintas vemos:

DEUS – ACÇÃO DIVINA INSTRUMENTO HUMANO AÇÃO DESENVOLVIDA


I. Visão e Autoridade I. Moisés I. Motivou todo o povo
II. Chamada e capacitação II. Bezaliel e Aoliabe II. Partilharam os dons
III. Disposição e Habilidade III. Artífices III. Cumpriram o seu labor
IV. Posses e Liberalidade IV. Príncipes IV. Deram o Exemplo
V. Abnegação e Fidelidade V. Filhos de Israel V. Edificaram de graça

AS PORTAS DO TABERNÁCULO
“EU SOU O CAMINHO E A VERDADE E A VIDA, NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM”.
(JOÃO 14:6)

CAMINHO – ÁTRIO
“Vinde a mim” – (Mat. 11:28)
Chamada à Salvação

VERDADE – LUGAR SANTO


“Vinde após mim” – (Mat. 4:19)
Chamada para a Vocação

VIDA – SANTO DOS SANTOS


“Nele estava a vida” – (João 1:4)
Chamada à Comunhão

OS MATERIAIS DO TABERNÁCULO
 OURO
QUANTIDADE: 862 kg (+/- 930.000,00 €)
REPRESENTA: O divino que se fez menor do que os anjos – (Heb. 2:9-11)
PROPÓSITO: A nossa santificação

 PRATA
QUANTIDADE: 2.923 kg (+/- 130.000,00 €)
REPRESENTA: O Senhor que se fez servo – (Fil. 2:7)
PROPÓSITO: A nossa redenção

 BRONZE
QUANTIDADE: 2.053kg (+/- 9.500,00 €)
51
REPRESENTA: O justo que se fez pecado – (II Cor. 5:21)
PROPÓSITO: A nossa justificação

A MADEIRA DO TABERNÁCULO
Na Septuaginta a palavra utilizada, “sitim” significa “madeira de acácia” o que quer dizer literalmente,
incorruptível.

 ACÁCIA
QUANTIDADE: 308,00 m³
REPRESENTA: O verbo que se fez carne – (João 1:1 e 2)
PROPÓSITO: A nossa salvação

AS COBERTAS DO TABERNÁCULO
o PELES DE ANIMAIS MARINHOS – A ENCARNAÇÃO DE CRISTO
“A si mesmo se esvaziou” (Fil. 2:7)

o PELES DE CARNEIRO – O SACRIFÍCIO DE CRISTO


“A si mesmo se entregou” (Gál. 2:20)
(“Obediente até a morte”)

o PÊLOS DE CABRA – A HUMILHAÇÃO DE CRISTO


“A si mesmo se humilhou” (Fil. 2:8)

o LINHO FINO – A GLORIFICAÇÃO DE CRISTO


“Pelo que Deus o exaltou”  (Fil. 2:9)

AS CORES
 PÚRPURA – Aponta para a realeza de Cristo
MATEUS – O evangelho do Rei

 CARMESIN – Aponta para o sacrifício de Cristo


MARCOS – O evangelho do Servo

 BRANCO – Aponta para a humanidade de Cristo


LUCAS – O evangelho do Filho do Homem

 AZUL – Aponta para a divindade de Cristo


JOÃO – O evangelho do Filho de Deus

OS MÓVEIS DO SANTUÁRIO
O ALTAR DE BRONZE – Cristo “o Cordeiro de Deus”. (João
1:29)

A PIA DE BRONZE – Cristo “o Purificador da Igreja”. (Efé. 5:26 e 27)

52
O ALTAR DE OURO – Cristo “o Intercessor dos Salvos”.
(Rom. 8:34)

O CANDELABRO – Cristo “a Luz do Mundo”. (João 8:12)

A MESA DOS PÃES – Cristo “o Pão da Vida”. (João 6:35)

O VÉU – Cristo “o Novo Caminho”. (Heb. 10:20)

A ARCA E PROPICIATÓRIO – Cristo “a Esperança da Glória”. (Col. 1:27)  

O TABERNÁCULO DE MOISÉS
Esta secção do estudo tem a intenção de esclarecer como a estrutura do Tabernáculo é interessante e
bastante significativa para os nossos dias, não tanto como um lugar físico, mas sim espiritual.
E como veremos no decorrer do estudo, no Tabernáculo estão contidas verdades, implícitas e explícitas, a
respeito de Cristo e da Igreja, as quais se encontram em perfeita harmonia com toda a Palavra de Deus.
No decorrer deste estudo algumas citações serão repetidas, o que se impõe para uma melhor compreensão
da situação a cada momento analisada.
Êxo. 25:8: “E me farão um santuário, para que habite no meio deles”.
Heb. 8:5: “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado,
estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te
mostrou.”.
Heb. 9:11, 12, 23 e 24: “Mas Cristo, tendo vindo como Sumo-sacerdote dos bens já realizados, por meio de
um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, e não por meio de sangue de
bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, havendo obtido
uma eterna redenção … Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu se purificassem com
tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores a estes. Pois Cristo não entrou em
santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, perante a
face de Deus”.
João 1:14: “O Verbo se fez carne, e habitou (tabernaculou) entre nós. Vimos a sua glória, a glória como do
unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
II Tim. 3:16 e17: “Toda a escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda
boa obra”.
O Tabernáculo destinava-se a assegurar um lugar para que Deus pudesse habitar no meio do Seu povo.
O termo “Tabernáculo” é utilizado algumas vezes para designar apenas o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo,
os quais eram cobertos com várias cortinas.

53
Outras vezes refere-se a todo o complexo, incluindo portanto o pátio onde estava a tenda referida bem como
o altar dos holocaustos e a bacia.
Com as nossas mentes guiadas por estes textos examinemos (ou reexaminemos) alguns pormenores do
Tabernáculo.

A CONSTRUÇÃO
O Santuário foi construído com as ofertas voluntárias (Êxo. 25:2 – Êxo. 35:21), daqueles cujos corações foram
tocados.
Sabemos que é Deus quem capacita e providencia todas as coisas, pois quando tirou o povo do Egipto,
saíram ricos e com abundância de recursos. (Êxo. 12:35 e 36)
Acresce ainda que os construtores foram ungidos e habilitados pelo Espírito Santo.
Êxo. 35:31: “E o Espírito de Deus o encheu de habilidade, inteligência e conhecimento, em todo artifício”.
Como já visto o Tabernáculo era composto de três partes:
Átrio, Lugar Santo e Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo.

COMPOSIÇÃO DO ÁTRIO

CORTINAS
As cortinas ficavam na parte exterior do tabernáculo.
Colocaram as colunas no átrio e cortinas de cem côvados para o sul, cem côvados
para o norte, cinquenta côvados para o ocidente e cinquenta côvados para o oriente.
E as cortinas que estão ao redor do átrio eram brancas, limpas e de linho fino
retorcido.
Isto é, foi feito com linho fino retorcido, representando assim a natureza de Jesus Cristo, que é branca, limpa
e perfeita.
I Pedro 2:22 e 23: “O qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando
ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças”.
Isto é, quando Jesus Cristo estava no mundo, não cometeu nenhum pecado, levando
uma vida santa e justa.

COLUNAS
O “muro” do tabernáculo não era de cimento, nem de ferro, mas sim uma cortina.
Quando o lado sul foi coberto pela cortina de cem côvados, foram colocadas vinte
colunas, sendo que o lado norte também foi coberto com uma cortina de cem côvados e
vinte colunas, do lado ocidental foi colocada uma cortina de cinquenta côvados e dez
colunas.
Resta o lado oriental, o que na parte central continha a entrada.
No lado direito da porta, colocou-se uma cortina de quinze côvados, três colunas no lado esquerdo da porta,
também, uma cortina de quinze côvados e três colunas, e na porta foram colocadas quatro colunas e uma cortina
de vinte côvados.
E assim foi feito o “muro” de fora.
O tamanho total da cortina que cercava o tabernáculo era de trezentos côvados.
Foi colocada uma coluna a cada cinco côvados o que dá sessenta colunas.
Deus não mostrou somente o modelo dos utensílios do tabernáculo, mas disse também, claramente quais os
materiais a serem utilizados.
Se fosse ouro, dizia que era ouro, mas se fosse prata, dizia que era prata.
Embora os materiais de todos os outros utensílios do tabernáculo tivessem sido indicados, o material das
colunas não foi explicitado.

54
BASES
Êxo. 27:9 e 10: “Farás também o átrio do tabernáculo; ao lado meridional (que dá
para o sul), o átrio terá cortinas de linho fino retorcido; o comprimento de cada lado será
de cem côvados. Também as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de bronze....”
Para as sessenta colunas foram feitas sessenta bases sobre as quais eram colocadas
as colunas.
Está escrito que as colunas que foram utilizadas no tabernáculo deviam ser colocadas em cima das bases de
bronze.
Ora se a base não estiver firme, por mais que uma coluna seja muito boa, balançará, tornando-se instável.
A base de bronze significa a Jesus Cristo que recebeu o julgamento na cruz por nós.
Mesmo que sejamos pessoas que cometam erros ou pecados, não iremos balançar ao ficar com o Senhor,
que foi julgado por nós.

OS GANCHOS E AS VERGAS
Êxo. 27:11: “as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de bronze; os ganchos
das colunas e as suas vergas serão de prata.”
Ou seja, foi indicado que os ganchos e as vergas deveriam ser de prata.
Significa isto que para que as colunas fiquem firmes não basta estarem
estabelecidas em cima de bases de bronze.
É claro que as bases eram suficientes para conservar as colunas, mas se fizesse muito vento, as bases por si
só não conseguiriam segurar as colunas cobertas pela cortina.
A única coisa que dá segurança às colunas é o não balançar na vida de fé.
Então, como podemos ficar firmes, sendo humanos cheios de necessidades e fraquezas?
Olhando para o tabernáculo, os ganchos e as vergas ligavam coluna a coluna fazendo-as manter-se firmes.
E eram feitos de prata que como já vimos representa salvação.
Isso é graça.
Não é uma pessoa perfeita que recebe a graça, mas sim, uma pessoa que tenha necessidade, que seja fraca,
essa sim, poderá receber a graça.
Heb. 4:16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.

PORTA
A meio do lado oriental do tabernáculo existia a porta de vinte côvados.
A porta de vinte côvados, com quatro cores, era um bordado com
estofo azul, púrpura e carmesim a fim de que a pudessem distinguir
claramente da cortina branca, (a do muro), para que qualquer pessoa
identificasse facilmente onde ficava.
A altura do tabernáculo era de cinco côvados.
Se convertermos cinco côvados em metros, dá mais ou menos 2m e 25cm.
Isto é, para entrar no lugar Santo dos Santos, teriam forçosamente que passar pela porta.
E essa porta é hoje representada por Jesus Cristo.
João 10:9: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo”.

A PORTA DO ÁTRIO E AS SUAS CORES


Êxodo 27:16-17: “A porta do átrio haverá um reposteiro de vinte
côvados, de estofo azul, púrpura, carmesim e de linho fino (branco) retorcido,
obra de bordador, as suas colunas serão quatro, e as suas bases quatro. Todas
as colunas do átrio ao redor serão cingidas de faixas de prata; os seus
colchetes serão de prata, mas as suas bases de bronze”.
As quatro cores juntas formavam a porta completa, sendo que cada uma das cores possui um significado,
uma revelação de Cristo, que também vemos contida nos quatro evangelhos.

O MOBILIÁRIO DO TABERNÁCULO
DO PÁTIO
ALTAR DO HOLOCAUSTO = CALVÁRIO
Êxo. 27:1 e 2: “Farás também o altar de madeira de acácia, de cinco côvados
será o comprimento, de cinco côvados a largura (será quadrado o altar), e de três

55
côvados a altura. Farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas formarão uma só peça, e o cobrirás
de bronze.”
O altar de bronze era um lugar de morte, de holocausto.
Bronze fala do julgamento divino.
No altar eram feitos os sacrifícios de animais para expiar o pecado dos homens, de forma alegórica, na
expectativa do verdadeiro sacrifício de Cristo.
Heb. 10:3 e 4: “Nesses sacrifícios, porém, cada ano, se faz comemoração dos pecados, porque é impossível
que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados.”
Heb. 9:13 e 14: “Porque, se o sangue de bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os
santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a
si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”
Lev. 17:11: “Pois a vida da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado para fazer expiação pelas vossas
vidas sobre o altar; é o sangue que faz expiação pela vida.”
Heb. 9:22: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue
não há remissão”.
Êxo. 27:1 e 2: “Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu comprimento, e de
cinco, a largura, (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. Dos quatro cantos farás levantar-se quatro
chifres, os quais formarão uma só peça com o altar”.
Vendo essas palavras, está dizendo para levantar quatro chifres, os quais formarão uma só peça.
Muitas pessoas não dão valor para os chifres do altar, mas na Bíblia fala mais profundamente dos chifres do
que qualquer outra coisa.
Vendo no Antigo Testamento, quando as pessoas temiam por ter cometido pecado, eles pegavam os chifres
para receberem o perdão.
Vendo em Levítico 4, está escrito para pegar o sangue com o dedo e passar nos chifres do altar do incenso
quando os sacerdotes e todo o povo de Israel pecasse.  
E quando os patriarcas, e as pessoas comuns pecassem, disse para passar o sangue nos chifres do altar do
holocausto.
Está escrito que gravou os nossos pecados nas pontas dos altares
Jer. 17:1: “O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com diamante pontiagudo, gravado na
tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares”.
Em Jesus Cristo temos o sacrifício perfeito:
Isa. 53:7: “Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro e, como a
ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”.
João 1:29: “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo”.
I Pedro 2:22 e 25: “Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. Ele mesmo levou em seu
corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a Justiça;
pelas suas feridas fostes sarados”.
João 19:17 e 18: “Então os soldados tomaram a Jesus. Ele próprio, levando a sua cruz, saiu para o lugar
chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada
lado, e Jesus no meio”.
II Cor. 5:21: “Aquele que não conheceu pecado, ele se fez pecado por nós, para que nele fossemos feitos
justiça de Deus”.
Rom. 5:8 e 9: “Mas Deus prova o seu amor para connosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.
Quem passava pela porta a primeira coisa que via era o altar, um lugar de morte e sacrifício.
E da mesma forma, muitas pessoas olham para o cristianismo, como algo feio e de sacrifícios, porque não
entendem e andam pela razão e por seus sentidos, não conseguem enxergar a salvação em Cristo.
I Cor. 1:18: “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos,
poder de Deus”.
Heb. 10:17: “E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades. Ora, onde há remissão destes não
há mais oblação pelo pecado”.
Rom. 6:6-8: “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado
seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado.
Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos”.
Rom. 6:11: “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus, nosso Senhor”.
Rom. 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo
Jesus, nosso Senhor”.
56
Heb. 9:27 e 28: “E, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo, assim
também Cristo, oferecendo-se um só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado,
aos que o esperam para a salvação”.
O que precisamos entender é que em Cristo temos o perdão de tudo.
“Cristo justiça nossa”.
Somos santificados.
Deus passa a ver-nos através de Cristo.
O problema é que muitas vezes a mentalidade humana ou mesmo o próprio ego, não aceita tão grande
salvação de “graça”, sem que se tenha que pagar um preço, uma penitência, um sacrifício.
Então praticam as boas obras, fazem votos, pagam promessas, andam de joelhos, acendem velas, etc. com a
intenção de “merecer” o benefício ou a bênção.
Mas, é impossível, porque não há nenhum que não tenha pecado.
Mais, o enorme amor de Deus nunca aceitaria esse tipo de sacrifícios ainda que os mesmos tivessem
qualquer tipo de valor ou utilidade.
I Sam. 15:22: “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios
como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que obedecer é melhor do que sacrificar, e o atender melhor é
do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e
idolatria. Por quanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei”.
Sal. 51:17: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado, a um coração quebrantado e contrito não
desprezarás, ó Deus”.
Oseias 6:6: “Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que
holocaustos”.
Mat. 9:13: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim
para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.
Também a Igreja é chamada hoje ao conhecimento de Deus bem como ao exercício da misericórdia dado que
Cristo por nós já morreu.
I Cor. 15:3: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras”.
Jesus derramou o Seu sangue para nos salvar.
Esse sangue está espalhado nos quatro cantos do altar, e vendo esse sangue passado nos chifres do altar,
podemos obter a coragem de irmos confiantemente diante de Deus.

PIA = SANTIFICAÇÃO PELA PALAVRA/VERBO/JESUS


Êxo. 38:8: “Fez a pia de bronze com a sua base de bronze, dos espelhos das
mulheres que se reuniam e ministravam à porta da tenda da congregação”.
Êxo. 30:18-20a: “Farás também a pia de bronze com a sua base de bronze, para
lavar. E a porás entre a tenda da congregação e o altar, e deitarás água nela. Nela Arão e
seus filhos lavarão as mãos e os pés. Sempre que entrarem na tenda da congregação,
lavar-se-ão com água, para que não morram”.
A Bíblia não menciona o seu tamanho ou dimensão.
Foi feita de bronze polido (dos espelhos das mulheres).
Ao olhar para dentro da pia viam a sua própria imagem reflectida.
A passagem pela pia não era nem é opcional, a lavagem de todo tipo de contaminação mundana era e é
obrigatória antes de entrar no Lugar Santo.
A pia era cheia de água para os sacerdotes lavarem as mãos e os pés, para tirarem a terra, que simboliza a
imundície, as paixões do mundo, o contacto com o mundo.
João 13:10: “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés, quanto ao mais está todo limpo. Ora,
vós estais limpos, mas não todos”.
João 15:3: “Vós já estais limpos, pela Palavra que vos tenho falado”.
A Palavra de Deus revela quem e como somos, como que um espelho que nos torna conscientes da nossa
real situação, é a nossa imagem reflectida.
Tiago 1:23-25: “Porque, se alguém é ouvinte da Palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que
contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla e se retira, e logo se esquece de como
era a sua aparência. Mas aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei de liberdade, e nela persevera, não
sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”.
II Cor. 3: 18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, reflectindo como um espelho a glória do Senhor, somos
transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
I Cor. 13:12: “Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora
conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido”.
57
Portanto, a renovação é pela lavagem da Palavra, e esta lavagem deve ser feita constantemente, porque é
um processo de redenção da alma.
Rom. 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para
que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Efé. 5:26: “Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela Palavra”.
Uma pessoa que foi justificada dos pecados no altar terá que dar os passos para o lugar Santíssimo, e
passando pelo altar, encontra o bronze à entrada do lugar Santíssimo.
Eis o actual baptismo.
Algumas pessoas perguntam:
"O que acontece se pecar depois de receber o perdão dos pecados?
Será que pode se pecar à vontade?"
Mas quando recebemos o perdão dos pecados através do sangue de Jesus Cristo, não foram somente alguns
pecados que foram lavados e outros não, mas todos os pecados foram lavados perfeitamente.
I João 1:7: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.
Por outras palavras, o sangue de Jesus Cristo nos purifica de 'todo pecado'.
A Palavra recebida passa a ser acolhida, tornando-se os princípios que determinarão as nossas decisões, em
lugar dos valores anteriores, expurgados.
Rom. 6:16: “Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos
desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”
II Cor. 10:5: “derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando
cativo todo pensamento à obediência a Cristo;”
I Ped. 1:22: “Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva ao amor fraternal
não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros;” 

A TENDA DA CONGREGAÇÃO
A TENDA = A IGREJA
Êxo. 26:1-7: “E O TABERNÁCULO farás de dez cortinas de linho fino torcido, e
azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada. O
comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma
cortina de quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida. Cinco
cortinas se enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com
a outra. E farás laçadas de azul na orla de uma cortina, na extremidade, e na
juntura; assim também farás na orla da extremidade da outra cortina, na segunda
juntura. Cinqüenta laçadas farás numa cortina, e outras cinquenta laçadas farás na extremidade da cortina que
está na segunda juntura; as laçadas estarão presas uma com a outra. Farás também cinquenta colchetes de ouro,
e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um tabernáculo. Farás também cortinas de
pêlos de cabras para servirem de tenda sobre o tabernáculo; onze cortinas farás.”
Feita de madeira de acácia, que era uma madeira difícil de lidar, cheia de nós e imperfeita, coberta de ouro
puro, simbolizando o homem cheio de defeito, que precisa ser lixado e aplainado para depois receber a cobertura
de ouro, que é a implantação do carácter de Cristo.

58
As tábuas eram fixadas ao solo numa base feita de prata (salvação), portanto, a Igreja é estabelecida pela
redenção e não pelas obras.
Neste lugar não entrava carne, era queimada lá fora.
Era um lugar para procurar o Senhor.

A COBERTURA DA TENDA (Êxodo 26)


Era constituída em quatro coberturas distintas como segue:
A primeira coberta, que podia ser vista somente de dentro da tenda, era
constituída de QUATRO CORES COM DESENHOS DE QUERUBINS.
Muito bela e combinava com as paredes revestidas de ouro.
O interior da tenda era lindo!
Assim também deve ser nosso interior, tenda do Espírito Santo.
Por cima desta estava a segunda cortina, que era feita de PELOS DE CABRA, também chamada
Êxo. 26:14: ”a tenda sobre o tabernáculo”.
A terceira cortina de baixo para cima era a de PELES DE CARNEIROS TINTAS DE VERMELHO.
Por fim vinha a quarta cobertura, a de PELES DE TEXUGO (animal marinho). Começando pelo lado de fora, o
Santuário possuía um pátio ao redor e era feito de cortinas suspensas tendo as bases de madeira e de cobre.
Quem olhasse pelo lado de fora via uma cobertura que não era bonita, as peles de Teixugo, representando
Cristo sem formosura para aqueles que não crêem n’Ele e não O aceitam como seu Salvador.
Por baixo dessa cobertura havia uma outra, de peles de carneiro, pintadas de vermelho, representando o
sangue de Cristo para a remissão dos pecados.
Logo em seguida vinha outra cobertura, de brancas peles de cabra.
Representavam as brancas vestes da Justiça de Cristo, pura, oferecida ao pecador que devia ter confiança e
fé na Sua intercessão.
Logo em seguida vinha outra cobertura, de brancas peles de cabra.
Representavam as brancas vestes da Justiça de Cristo, pura, oferecida ao pecador que devia ter confiança e
fé na Sua intercessão.

O LUGAR SANTO

O Santo Lugar é o lugar da obediência, quando já tendo experimentado a transposição do império das trevas
para entrar no Reino do Filho, pela fé na obra acabada da cruz (morte e ressurreição), passamos a relacionar-nos
com Deus pela observância da Sua expressa vontade.
O Lugar Santo media vinte côvados de comprimento por dez de largura.
59
Continha a mesa dos pães da proposição, o candelabro e o altar de incenso.
Ficava no meio do átrio e a sua entrada também tinha uma porta. (Como já vimos, a porta “verdade”).
Somente o sacerdote podia lá entrar.
Êxo. 26.36: “Farás também para a porta da tenda um reposteiro de estofo azul, púrpura e carmesim, e de
linho fino retorcido, obra de bordador.”
Este reposteiro tinha as mesmas características do da porta do átrio, apenas com diferentes dimensões pois
esta porta media 10 côvados o que representa a totalidade da largura da tenda).

MESA DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO = COMUNHÃO


Êxo. 25:23-30: “Também farás uma mesa de madeira de acácia, o seu
comprimento será de dois côvados, a sua largura de um côvado e a sua altura de
um côvado e meio. De ouro puro a cobrirás, e lhe farás uma moldura de ouro ao
redor. Também lhe farás ao redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao
redor da guarnição farás uma moldura de ouro. Também lhe farás quatro argolas
de ouro, e porás as argolas nos quatro cantos, que estarão sobre os quatro pés.
Junto da guarnição estarão as argolas, como lugares para os varais, para se levar a mesa … Também farás os seus
pratos, e os seus recipientes para incenso, e as suas tigelas em que se hão de oferecer libações; de ouro puro as
farás. Sobre a mesa porás os pães da proposição perante mim perpetuamente.”
Foi indicado fazer a mesa dos pães com madeira de acácia coberta de ouro puro.
Todas as coisas que estão do lugar Santo representam Jesus Cristo.
Tanto a mesa quanto os pães que estão sobre ela, representam Jesus.
Por outras palavras, o que foi escrito sobre a mesa dos pães foi escrito apontando Cristo que é o pão.
A mesa dos pães citada em Levítico 25 representa Jesus Cristo que é a nossa vida.
Assim como os sacerdotes colocavam os pães novos e comiam a primeira fileira, depois de aceitarmos a Jesus
Cristo que é o pão da vida em nossos corações, voltarmos a mastigar o trabalho que Cristo realizou em nós.
Isso é comer o pão da vida que é Jesus Cristo.
Jesus Cristo não somente nos salvou do pecado morrendo na cruz, mas também, deseja entrar em nossos
corações e nos dar a vida eterna.
Lev. 24:5 e 6: “Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos quais será de duas
dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa de ouro puro, perante o Senhor”.
Esse pão, independente de ser redondo ou quadrado, tinha que ser de flor de farinha.
Flor de farinha é um trigo bem moído.
Um trigo nunca poderá se tornar flor de farinha mantendo a sua própria casca e formato.
Nós comemos a massa sem nenhum pensamento, mas para fazer esse alimento, primeiro teve que tirar a
casca, e moer perfeitamente até ao ponto de não poder achar a sua forma.
Esse pão que é feito com flor de farinha representa Jesus Cristo.
A casca da carne de Jesus Cristo foi tirada perfeitamente,  e negando a sua forma, mantendo somente a
forma que Deus se alegrou, e se tornou o pão que traz a vida para as pessoas.
Enquanto Jesus vivia no mundo, nenhuma vez Ele violou a palavra de Deus, ou partiu da vontade de Deus por
causa do desejo da sua carne.
Assim como diz a escritura, por Jesus Cristo ser a flor de farinha, foi feito pelas mãos de Deus se
tornando num agradável pão da vida.
Da mesma forma, para podermos ser utilizados como pães preciosos, todos os desejos da nossa carne terão
que ser quebrados seguindo a vontade de Deus.
Nós conseguiremos quebrar os desejos da carne quando matamos os comportamentos da carne pelo espírito
conforme a palavra de Deus.
Quando o Espírito de Jesus Cristo habitar dentro de nossos corações, então nos tornaremos flor de farinha
junto com Cristo, nos tornando pães preciosos o qual Deus se alegra.
Rom. 3:14: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são
filhos de Deus.”
Êxo. 25:23 e 24: “Farás a mesa de madeira de acácia de ouro puro cobrirás."
Os doze pães alinhados na mesa representam a comunhão e também o alinhamento do homem com a
Palavra de Deus.
A mesa com os pães alinhados representa o Corpo de Cristo colocado numa posição ordenada e preparada
para consumo dos povos e nações.
I Cor. 12:27: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros.”.

60
I Cor. 10: 16 e 17: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo?
O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Pois nós, embora muitos, somos um só pão,
um só corpo; porque todos participamos de um mesmo pão.”
O Pão, Corpo de Cristo, é a matéria-prima de Deus que há de ser cortada e distribuída entre as nações, é a
vida de Deus...
Mat. 26:26: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo:
Tomai, comei; isto é o meu corpo.”.
I Cor. 11:29: “Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo
do Senhor.”.
Efé. 1: 22 e 23: “e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas as coisas o deu
à igreja, que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em todas as coisas.”
Todos os utensílios do tabernáculo, isto é, o altar, a mesa dos pães, o altar do incenso, a arca, o muro que
estabiliza o tabernáculo, etc., são feitos de acácia.
Essa madeira de acácia representa a Jesus Cristo.
Isa. 53:2: ” Porque foi subindo como renovo perante ele e como  raiz de uma terra seca; não tinha aparência
nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza  havia que nos agradasse.”
Essa 'raiz' é acácia, isto é, madeira de acácia.
Deus deu ordem para cobrirem a acácia com bronze quando fizessem o altar.
'Bronze' significa 'julgamento', e Jesus Cristo recebeu todo o juízo e a ira de Deus na sua carne, conforme a
vontade de Deus, em nosso lugar.
Para alem do altar e da bacia, tem a mesa dos pães, o altar do incenso, e a arca.
Embora foram feitos com a mesma madeira de acácia, mas está escrito para cobrir de ouro puro e não
bronze.
Heb. 2:9: “Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa
do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por
todo homem.”

MOLDURA = CRISTO JUSTIÇA NOSSA


Êxo. 25:25: “Também lhe farás moldura ao redor, da largura de quatro
dedos, e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor da moldura.”
O motivo de Deus ter feito a moldura com a largura de quatro dedos, foi
para que os pães não escorregassem e viessem a cair no chão.
Isto significa que os pães não caem por serem capazes de se auto proteger,
mas é a moldura que os sustêm.
Os doze pães representavam as doze tribos de Israel de quem Deus sempre cuidou e protegeu.
Isto significa que Deus está hoje a proteger os filhos que Dele receberam a salvação.
Não é pelo esforço do pão que ele não cairá da mesa.  
Mas, assim como a moldura protege o pão, aqueles que receberam a salvação, poderão ter uma vida de fé
pela protecção de Deus e não pelos seus esforços.
Assim como os pães que estavam em cima da mesa eram protegidos, Deus protege todos os que nasceram
de novo.
Quanto mais tentarmos não cair, mais cairemos.
Uma pessoa que se deixa ficar presa ao pecado, é porque não quer depender de Deus,  pretendendo fazer as
coisas pelo seu próprio esforço.
Quando Pedro disse que não negaria a Jesus mesmo que morresse, imediatamente após negou o Senhor.
Depois disso, quando Pedro negou a sua própria pessoa, e se deixou controlar pelo poder de Deus, foi
utilizado como um Seu precioso servo.
Para podermos ter uma vida perfeita dentro desta nossa carne tão fraca e com poucas condições, isso não
vai depender de fazermos bem, mas sim, da protecção divina.
Hoje em dia, muitas pessoas enganadas por Satanás, esforçam-se para serem justos e santificados.
Não pela minha justiça, mas pela justiça de Jesus, não pela minha santificação, mas pela santificação de
Jesus, não pelas minhas obras, mas Deus aceita-nos pelo sangue de Jesus.
Percebamos esse amor de Deus e possamos ir corajosamente diante do trono de Deus.

1. O CANDELABRO = ESPIRITO SANTO


Êxo. 25:31-40: “Farás também um candelabro de ouro puro; de ouro batido se
fará este candelabro; o seu pedestal, a sua haste, os seus cálices, as suas
maçanetas e as suas flores formarão com ele uma só peça. Seis hastes sairão dos
seus lados; três de um lado e três do outro. Numa haste haverá três haverá três
61
cálices, com formato de amêndoas na outra haste, uma maçaneta e uma flor; assim serão as seis hastes que saem
do candelabro. Mas no candelabro mesmo haverá quatro cálices com formato de amêndoas, com suas
maçanetas e com suas flores. Haverá uma maçaneta sob duas hastes que saem dele; e ainda uma maçaneta sob
duas outras hastes que saem dele; e ainda mais uma maçaneta sob duas outras hastes que saem dele; assim se
fará com as seis hastes que saem do candelabro. As suas maçanetas e as suas hastes serão do mesmo; tudo será
de uma só peça, obra batida de ouro puro. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar
defronte dele. As suas espevitadeiras e os seus apagadores serão de ouro puro. De um  talento de ouro se fará o
candelabro com todos com todos estes utensílios. Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado
no monte.”
Para o candelabro não foram discriminadas dimensões, talvez simbolizando que o Espírito Santo não é
limitado, apenas o material foi descrito como ouro batido e peça única.
No átrio a luz era natural proveniente do sol, já a tenda dependia da luz do candelabro.
O candelabro representa a luz do Espírito Santo iluminando o nosso entendimento, trazendo-nos sabedoria e
revelação.
Efé. 1.17 e 18: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o
espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminado os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a
esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.”
Tiago 3:17: “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacifica, moderada, tratável,
cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia”.
Sal. 119:130: “A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos simples”.
Êxo. 25:31, 37 e 40: “Também farás um castiçal de ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé,
as suas canas, as suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo … também lhe farás sete lâmpadas,
as quais se acenderão para alumiar defronte dele. Atenta, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi
mostrado no monte.”
Ao entrar no Lugar Santo, do lado direito estava a mesa dos pães da proposição, no lado esquerdo o
candelabro e em frente o altar do incenso.
Em Êxodo 25:31, está escrito como deveria ser feito o candelabro.
Deus orientou para que se fizesse o candelabro com ouro puro, “de ouro batido se fará”.
O candelabro foi feito pelas mãos de Aoliabe e Bezalel, e para fazer o candelabro, foi necessário um talento
de ouro puro.
Aoliabe e Bezalel batendo esse talento de ouro, fizeram uma forma de candelabro.
E continuando a bater fizeram seis hastes, e por fim as sete lâmpadas em que acendiam as luzes.
Assim, fizeram um candelabro lindo e resplandecente.
Este candelabro não representa somente a Jesus Cristo, mas também pode de alguma forma, representar as
pessoas, (a Igreja), que receberam a redenção.
Para se tornar num candelabro brilhante, qual mudança será necessária?
No começo, a Igreja era um talento de ouro puro.
Embora fosse ouro, não se fala no formato do ouro.
Então, esse ouro que ia ser transformado em candelabro, estando nas mãos dos servos de Deus, (Aoliabe e
Bezalel), a partir desse momento começou a ser batido continuamente.
E enquanto estava a ser batido, algum ouro ficava, outro saía.
Sendo batido continuamente, pouco a pouco foi se formando num candelabro, tornando-se num candelabro
brilhante, o qual é agradável e glorioso aos olhos de Deus.
Antes de Deus fazer o candelabro, Ele jamais se referiu do formato.
Mas depois de trabalhado e moldado, a partir desse momento, podemos ver que através do Senhor, o
formato muda e se transforma.
Continuamente Deus “martela” as pessoas que aceitaram a redenção, para que, sendo despidos das suas
próprias pessoas, possa aparecer a forma de Cristo.
Assim como o ouro perde o seu formato transformando-se em candelabro do qual Deus se alegra, o Senhor
mostra-nos que pouco a pouco as nossas pessoas vão mudando para a forma em que Jesus Cristo deseja, e no
final, estaremos transformados num candelabro que deve iluminar este mundo escuro.  
Lendo Êxodo 25:31-32, o candelabro tem o pedestal, a haste central, as seis hastes, e na ponta das hastes, os
sete cálices com formato de amêndoas, e sete maçanetas.
Quando se fez este candelabro, não se fez tudo separado colocando uma haste no pedestal, as hastes na
haste, cálice, as maçanetas em separado.
Mas com um talento de ouro puro, isto é, batendo o ouro de uma só peça se fez o pedestal, hastes, cálice e a
maçaneta.
Por isso que todas essas coisas foram feitas de uma só peça.

62
A Bíblia diz que antes de termos recebido a salvação, éramos gentios na carne, estranhos às alianças da
promessa (Efésios 2:11-12), éramos inimigos de Deus (Romanos 5:10) e filhos da ira (Efésios 2:3).
Mais, todos nós andávamos desgarrados como ovelhas. (Isaías 53:6)
Também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne.
E nós que éramos assim, estando em Jesus Cristo, formamos a igreja que é um só corpo.
Por outras palavras, o mosaico é formado juntando pedaços diferentes.
A igreja não foi formada de pessoas com personalidades “adequadas”.
Antes de nascermos de novo, tínhamos as nossas próprias naturezas, mas quando voltamos com a fé de
Jesus, transformamo-nos em pessoas novas que receberam o Espírito Santo.
Assim como o candelabro foi feito por uma só peça, a Bíblia mostra-nos que todas as pessoas pertencentes a
Jesus Cristo são uma só peça dentro da Igreja de Cristo.

1.1. – O PEDESTAL DO CANDELABRO


Vendo o versículo 31, tem uma parte em que diz:
“De ouro batido se fará este candelabro; o seu pedestal”.
Para acender a luz do candelabro, as seis hastes que saíam da haste, apoiavam os sete cálices.
Mas se levantar dessa forma, cairá não conseguindo se estabilizar.
Se o candelabro cair, derramará o azeite que está dentro da lâmpada e assim, a luz se apagará.
Embora a construção de cada parte tenha o papel muito importante, mas o papel mais importante é o
pedestal.
O pedestal está estabilizado firmemente, e começando pelo pedestal, é formado a haste, as hastes, a flor, e
as lâmpadas.
Assim, é formado um candelabro.
Esse pedestal representa exactamente Jesus Cristo que é a rocha.
Por mais que façamos muitos trabalhos agradáveis do evangelho, se o pedestal não estiver firme, cairá
facilmente.
Mas o candelabro que tem um pedestal firme, jamais cairá.
Até aqueles que receberam a redenção, de vez em quando acabam entrando em desespero por causa das
tentações e balançam um pouco.
Mas Cristo é o nosso firme pedestal na vida pela fé.
Portanto, se a nossa fé não estiver firme e cair, então terá que examinar a nossa relação com Jesus Cristo.
Pro. 24:16: “porque sete vezes cairá o justo e se levantará.”
Não significa que uma pessoa justa não peca, mas através de Jesus Cristo, o pecado dessa pessoa é lavado
sem deixar nenhum rasto.
Porque o justo está firme em Jesus Cristo.
Um dia, nós estaremos na rocha junto com Jesus Cristo e sentarnos-emos no glorioso trono juntamente com
Cristo.
As Igrejas, (grupos de pessoas), não são estabelecidas pelos seus próprios métodos, habilidade ou esforços.
Não somos nós que seguramos o Senhor firmemente, mas o Senhor é o nosso pedestal e segura-nos para
que possamos estar firmes em qualquer situação.

1.2. - AS SETE LÂMPADAS DO CANDELABRO / OS 7 ESPÍRITOS DE DEUS:


Êxo. 37:23: “E fez-lhe sete lâmpadas; os seus espevitadores e os seus apagadores
eram de ouro puro”.
Apo. 4:5: “E do Trono saíam relâmpagos, e trovões e vozes; e diante do trono
ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus”.
Isa. 11:2: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de
sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do
Senhor”.
Apo. 5:6: “E olhei, e eis que estava no meio do Trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um
Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a
toda terra”.
Era a única luz, não podia faltar óleo pois jamais se poderia apagar.
Êxo. 27:20: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido para o candeeiro,
para manter a lâmpada acesa continuamente”.
O nosso espírito, renovado, precisa iluminar permanentemente a nossa alma.
Luc. 11:35: “Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas”
João 1:1, 4 e 5: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus … Nele, estava a
vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.”

63
João 3:20: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a
luz, porque as suas obras eram más.”
João 8:12: “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em
trevas, mas terá a luz da vida.”
I João 1:7: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue
de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
II Cor. 4:6: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos
corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.”
A função do espevitador era puxar o pavio para não deixar apagar a chama, (sinal de disciplina).
Então da mesma forma é preciso estar sempre atento cuidando para que a chama que existe no nosso
espírito não se venha a apagar.
Luc. 12:35 e 37: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias. Bem-aventurados aqueles
servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os farás assentar à
mesa, e, chegando-se, os servirá”.
II Ped. 1:19: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz
que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”.
Sal. 119:105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho”.
Por outro lado, foram feitos também os apagadores, cuja função obviamente era a de apagar a chama.
Mas se Êxodo 27:20 diz para manter a lâmpada acesa continuamente, por que foram feitos os apagadores?
Para nos recordar que o pecado pode apagar a chama que existe no nosso espírito.
Isa. 59:2: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o
seu rosto de vós, para que não vos ouça”
Prov. 13:9: “A luz dos justos alegra, mas, a candeia dos ímpios se apagará”.
Apo. 2:5: “Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te arrependeres,
brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres”.
Prov. 24:20: “Porque o maligno não terá galardão algum, e, a lâmpada dos ímpios se apagará”.
Heb. 10:26: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno
conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados”.
Rom. 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte …”
Jesus Cristo fala-nos que somos a "...luz do mundo..." (Mateus 5: 14) e lemos expressamente:
Apocalipse 1: 12, 13 e 20: “E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de
ouro, e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do
peito com um cinto de ouro...Eis o mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de
ouro: as estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.”
A presença da Igreja, sendo o candeeiro de Deus, dentro de seu ambiente, deve trazer a dissipação das trevas
e iluminar o caminho tortuoso do ser humano.
Finalmente, com base nesta visão pode-se notar a magnitude e a profundidade da parábola das 10 virgens.
Mat. 25:1-13: “Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas,
saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas. As loucas, tomando as suas
lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.
E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Ai vem o
esposo! Saí-lhe ao encontro! Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. E as
loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes
responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós. E, tendo elas ido compra-lo, chegou o esposo, e
as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E, depois, chegaram também as
outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos a porta! E Ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos
não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir”.
Sendo que as virgens, tanto as prudentes quanto as loucas, representam os cristãos que aguardam a vinda do
noivo, Jesus Cristo, mas que acabam todas por adormecer.
Contudo no Grande Dia, aquelas que tinham azeite para acender as suas lâmpadas entraram para as Bodas
do Cordeiro, já aquelas que não tinham aprovisionado uma reserva do mesmo não puderam entrar.
Sendo assim, notamos mais uma vez que, é responsabilidade de todo o cristão não só manter a lâmpada
acesa, bem como ter uma reserva de azeite.
1.3. - FORMATO DE AMÊNDOAS
Êxo. 25:33: “Numa haste haverá três copos a modo de amêndoas,
um botão e uma flor; e três copos a modo de amêndoas na outra
haste, um botão e uma flor; assim serão as seis hastes que saem do
candelabro”.
Embora a Bíblia não fale muito sobre a palavra “amêndoa”, Provérbios 12, cita que floresce flor na amendoeira.
64
Em Hebraico a palavra “amêndoa” = ‫ השקדייה‬é “shacad”, mas tem um significado parecido com “proteger”.
Isso significa que, assim como o pastor protege as suas ovelhas com a vara, Deus nos protege.
Qual o significado que a amêndoa tem no tabernáculo?
O candelabro que está no tabernáculo, como vimos representa Jesus Cristo que é a luz do mundo.
Deus ter mandado fazer o 'cálice com formato de amêndoa' na haste do candelabro, pode significar que,
assim como através da iluminação o candelabro ilumina na escuridão, Jesus Cristo é a luz nos protege.
A igreja que deve iluminar este mundo, tem o dever de fazer com que as pessoas que estão na escuridão
vejam e venham para diante de Deus.

ALTAR DE INCENSO = ORAÇÃO E LOUVOR


Êxo. 30:1-7: “e Farás também um altar para queimares nele o incenso; de
madeira de acácia o farás. Terá um côvado de comprimento, e um de largura (será
quadrado), e dois de altura; os chifres formarão uma só peça com ele. De ouro puro
o cobrirás, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma
bordadura de ouro  ao redor. Também lhe farás duas argolas de ouro debaixo da
bordadura; de ambos os lados as farás; nelas, se meterão os varais para se levar o
altar. De madeira de acácia  farás os varais e os cobrirás de ouro.  Porás o altar
defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho,
onde me avistarei contigo. Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã, quando preparar as
lâmpadas, o queimará."
Êxo. 37:25-29: “Fez o altar de incenso de madeira de acácia. Era quadrado, e tinha um côvado de
comprimento, um de largura e dois de altura; os seus chifres formavam uma só peça com ele. Cobriu-o de ouro
puro, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres, e lhe fez uma moldura de outro ao redor. Fez-lhe duas
argolas de ouro debaixo da sua moldura, nos dois cantos de ambos os lados, para os varais, para com eles se levar
o altar. Os varais fizeram de madeira de acácia, e os cobriu de ouro. Fez também o óleo sagrado da unção, e o
incenso aromático, puro, de obra de perfumista.”
É de notar que o Altar de incenso tinha a mesma altura da Arca da Aliança, equiparando a oração com a
adoração.
Do Altar exalava um aroma suave, que simboliza as orações dos santos.
Apo. 5:8: “E havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do
Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.”
Apo. 8:3 e 4: “E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro e foi-lhe dado muito
incenso, para o por com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E a fumaça
do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.”
Sal. 141:2: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como
o sacrifício da tarde.”
Êxo. 30:37 e 38: “Porém o incenso que farás conforme a composição deste, não o fareis para vós mesmos,
santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar será extirpado do seu povo.”
Em Êxodo 30:7, está escrito:  "Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã".
Todas as manhãs, Arão queimava o incenso aromático em cima do altar.
Tal como o incenso que era “queimado” diariamente para que subisse ao Senhor devemos nós atentar à
conclamação de Paulo:
I Tes. 5:17: “orai sem cessar”.
Jesus intercede ininterruptamente:
Rom. 8:34: “Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, que ressuscitou dentre os mortos, o
qual está à direita de Deus e também intercede por nós”.
João 17:1-26: Jesus intercedendo junto ao Pai.
Heb. 7:25: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles.”
A Igreja, Corpo de Cristo, como intercessora deve ser aquele agente do Reino de Deus que se posiciona na
brecha, nos pontos fracos da existência humana, e intercede diante de Deus, como fizeram Neemias e Josafá:
Neemias 1:4 e 5: “Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei
a jejuar e orar perante o Deus do céu, e disse: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e
usas de misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos:”
II Cró. 19:3, 6 e 12: “Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor...e disse: Ó Senhor, Deus de nossos
pais, não és tu Deus no céu? E não és tu que governas sobre todos os reinos das nações? E na tua mão há poder e
força, de modo que não há quem te possa resistir...Ó nosso Deus, não os julgarás? Porque nós não temos força
para resistirmos a esta grande multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os
nossos olhos estão postos em ti.”
65
Também temos exortações nas escrituras, para que a Igreja se alinhe em oração a Deus, para trazer salvação
e ordenação:
Eze. 22:30: “E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim
por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.”
I Tim. 2:1-3: “Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e acções de graças por
todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e
sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,”
Assim, podemos discernir a visão profética do Apóstolo João, quando discerniu, pelo Espírito, que o
incensário representa as orações dos santos diante de Deus:
Apo. 5:8: “Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante
do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.” 
Pensando na posição do altar do incenso, podemos ver uma coisa interessante.
Êxo. 30:6: “Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que
está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo.”
Vendo aqui, Deus disse que o lugar onde Se avistará connosco é a parte de cima do propiciatório.
E disse para colocar o altar do incenso defronte do propiciatório
Quanto mais nos aproximamos do lugar Santíssimo, mais percebemos as nossas fraquezas.
O altar feito de acácia ter sido coberto pelo ouro, significa que a nossa fraca pessoa é o ouro.
Isto é, sendo cobertos pela glória de Deus, estamos indo diante Dele independentemente das nossas pessoas
e fraquezas.
Porque o mediador entre Deus e nós, por ser humano, tem que saber perfeitamente das nossas condições e
das nossas fraquezas.
I Tim. 2:5: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.”
Assim como está escrito, com certeza Jesus Cristo era homem.
Por Jesus ter vindo na forma humana igual a nós, depois de jejuar 40 dias no deserto, teve fome, e quando
cansado dormiu na popa do barco, e quando exausto no caminho, sentou-se.
Quando estava a morrer na cruz, foi chicoteado, espetado pela coroa de espinhos, e por fim, não
conseguindo superar o sofrimento, sucumbiu.
Através dessas coisas, podemos saber que Jesus tinha o mesmo corpo que o nosso.
Jesus, o nosso perfeito Mediador, por ter vivido nessa terra com forma humana, conhece muito bem as
nossas fraquezas, necessidades e incapacidades.
Deus não mandou fazer o altar do incenso de ouro ou prata, mas mandou fazê-lo de acácia, para mostrar que
Jesus Cristo é homem.
E a acácia ao ser coberta de ouro, significou que Jesus iria ser completamente coberto pela glória de Deus.
Em Êxodo 30, Deus deu ordem para fazerem o altar do incenso e o colocarem diante do propiciatório.
Embora o sacerdote pudesse entrar somente uma vez por ano no lugar Santíssimo, Deus disse para colocar o
incenso diante do propiciatório para que todas as manhãs pudessem acender o incenso fazendo com que a fumaça
chegasse ao templo de Deus.
Embora nós não possamos ir todos os dias diante de Deus na nossa carne, através da oração porem, o nosso
coração pode relacionar-se com Deus no Seu trono.
Também, através da oração podemos consultar os problemas difíceis, e quando deixamos esses problemas
nas mãos de Deus, com certeza Ele os resolverá.
E assim, esse altar do incenso foi colocado diante do propiciatório fora do véu, frente ao lugar Santíssimo.
Mesmo que a nossa carne não possa ficar continuamente a passar pelo véu a fim de entrar no lugar
Santíssimo, o nosso coração pode alegrar Deus glorificando-O no Seu trono.

TRANSIÇÃO DO LUGAR SANTO PARA O LUGAR SANTÍSSIMO

66
AS QUATRO COLUNAS DE SUSTENTAÇÃO = JESUS CRISTO
I Cor. 1:30: “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, justiça,
santificação e redenção.”
Eis aqui as colunas que nos conduzem à vida eterna.

VÉU = SEPARAÇÃO ENTRE O PECADO E DEUS


Êxo. 26:31-33: “Farás também um véu de estofo azul, púrpura e
carmesim, e de linho fino retorcido; com querubins, obra de artífice se
fará. Suspendê-lo-ás sobre quatro colunas de madeira de acácia,
cobertas de ouro; os seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de
prata. Pendurarás, o véu debaixo dos colchetes, e levarás a arca do
testemunho para dentro do véu. Este véu vos fará separação entre o
Lugar Santo e o Santo dos Santos”.
O véu tira a visão:
Êxo. 34:29 e 35: “E aconteceu que, descendo Moisés do Monte Sinai (e Moisés trazia as duas tábuas do
Testemunho em sua mão, quando desceu do monte), Moisés não sabia que a pele de seu rosto resplandecia,
depois que o Senhor falara com ele. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés e que resplandecia a pele
do rosto de Moisés; e tornava Moisés a por o véu sobre o seu rosto, até que entrava para falar com Ele.”
II Cor. 3:15-18: “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando um
deles se converte ao Senhor então o véu é-lhe retirado. Ora, o Senhor é espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí
há liberdade. Mas todos nós, com o rosto descoberto, reflectindo a glória do Senhor, somos transformados de
glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
O véu, no Novo Testamento, é uma mentalidade que nos impede de ver Cristo como meta e obra de Deus
nas nossas vidas.
II Cor. 4:3 e 4: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se perdem que está
encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a
luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.”

A CARNE DE JESUS QUE FOI RASGADA POR NÓS


Mat. 27:50 e 51: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o
espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo, e tremeu a
terra, e fenderam-se as pedras”.
Heb. 6:19 e 20: “Temos essa consolação como âncora da alma, segura e
firme, e que penetra até o interior do véu, aonde Jesus, como precursor entrou
por nós, feito sumo-sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque.”
Heb. 10:19 e 20: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e
vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

O LUGAR SANTÍSSIMO
67
Era quadrado, media dez côvados de cada lado, e nele estava a Arca da Aliança.
Apenas o sumo-sacerdote lá poderia entrar uma vez por ano, no dia da expiação.
Heb. 9:6-8: “Ora, estando essas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro
tabernáculo, cumprindo os serviços, mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez por ano, não sem sangue, que
oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo, dando nisso a entender o Espírito Santo, que ainda o caminho do
Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo”.
Êxo. 28:34 e 35: “Uma campainha de ouro e uma romã, outra campainha de ouro e outra romã haverá nas
bordas do manto ao redor, e estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu som, quando entrar no
Santuário diante do Senhor e quando sair, para que não morra”.

ARCA DA ALIANÇA = PRESENÇA DE DEUS


Êxo. 37:1-9: “Fez Bezalel a Arca de madeira de acácia; o seu comprimento
era de dois côvados e meio, a sua largura de um côvado e meio, e a sua altura
de um côvado e meio. Cobriu-a de ouro puro por dentro e por fora, e fez-lhe uma
moldura de ouro ao redor. Fundiu-lhe quatro argolas de ouro nos seus quatro
cantos, duas argolas num lado e duas no outro. Também fez varais de madeira
de acácia, os cobriu de ouro. E meteu os varais pelas argolas nos lados da arca,
para se levar a arca. Fez de ouro puro o propiciatório, o seu comprimento era de
dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio. Então fez dois querubins de ouro, de ouro batido os fez
nas duas extremidades do propiciatório. Um querubim numa extremidade, e o outro querubim na outra; de uma só
peça com o propiciatório fez os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estendiam as asas por cima,
cobrindo com elas o propiciatório. Tinham eles as faces voltadas um para o outro, para o propiciatório estavam
voltadas as faces dos querubins”.
Representava a presença, a glória e o poder de Deus.
O foco do tabernáculo está na arca.
Quando o povo de Israel tinha dificuldade, eles levavam a arca para as guerras, quando deram as sete voltas
no muro de Jericó, também carregaram a arca, e quando atravessavam o rio Jordão, a água parou no momento em
que os pés do sacerdote que carregavam a arca encostou na água.
Vendo todas estas coisas, podemos saber que o foco do tabernáculo estava na arca.
Hoje, mediante o sangue de Cristo, temos a presença do Deus vivo em nós, nos nossos espíritos recriados.
Heb. 9:11-15: “Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio de um maior e
mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, e não por meio de sangue de bodes e
bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, havendo obtido uma
eterna redenção. Se a aspersão de sangue de bodes e de touros, e das cinzas de uma novilha santifica os
contaminados, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu
a si mesmo imaculado a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo? Por
isso ele é o mediador de uma nova aliança para que, intervindo a morte para remissão dos pecados que havia sob
a primeira aliança, os chamados recebam a promessa da herança eterna”.
Quando Deus tirou o povo de Israel do Egipto, desejou tornar-Se o seu Deus para os proteger e abençoar
habitando no meio deles.
Mas, por causa do pecado, Deus não podia habitar no meio deles, por isso disse-lhes para Lhe construirem
um lugar santificado onde não houvesse pecado.
Êxo. 25:8-9: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te
mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis”.
Mesmo com o pecado multiplicando-se entre o povo, Deus tinha conforto suficiente para habitar no
tabernáculo.
A primeira coisa que Deus mandou fazer entre os utensílios foi a arca.

68
Êxo. 25:10: “Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será o seu comprimento,
de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura”.
A arca era um cesto coberto de ouro puro feito com a madeira de acácia.
A tampa da arca era o propiciatório.
Deus disse para colocarem as duas tábuas de pedra com a lei escrita, a vara florescente de Arão, e a urna de
ouro contendo o maná.
A arca do testemunho é um dos utensílios mais importantes do tabernáculo, e se observarmos o significado
espiritual da arca, na Bíblia em Inglês o termo utilizado para designar a arca é 'Ark'.
E no Antigo Testamento aparece apenas três vezes a mesma palavra 'Ark'.
A arca de Noé que é citada em Génesis 6:14 também é chamada 'Ark', e em Êxodo 2:3, o cesto de junco onde
Moisés foi colocado é também designado por 'Ark'.
Na época de Noé, o único lugar que não passava pelo julgamento de Deus, era na arca forrada a betume por
dentro e por fora.
E quando Faraó mandou matar todos os meninos Hebreus recém nascidos, os pais de Moisés o criaram
escondido e não podendo escondê-lo por mais tempo, largaram-no no rio Nilo.
E o cesto de junco onde o menino foi colocado era também ele betumado.
(O nome 'Moisés', significa 'resgate', isto é, significa 'salvação'.)
Não sei porque se designa, em inglês, a arca por 'Ark', mas uma coisa em comum existe nestas três 'Ark', é
que todas elas tiveram uma profunda relação com a salvação.
Embora a arca construída em acácia não servisse para nada, tinha contudo, todas as condições para que Deus
pudesse habitar no meio do povo de Israel.
Por outras palavras, embora a arca seja um cesto sem forma, tal como a arca de Noé ou o cesto de junco de
Moisés, representa o Senhor da 'salvação', isto é, Jesus Cristo.

DENTRO DA ARCA
É importante notar que a arca continha as duas tábuas do Decálogo
como memorial de que Deus tinha feito uma aliança com Israel, mas a qual
o Seu povo tinha quebrado.
Foram ainda colocados dois outros artigos dentro da arca.
Um deles era um pote contendo um Ômer = 3,6 litros de maná (Heb.
9:4) como um memorial da provisão de Deus:
Êxo: 16:32 e 33: “E disse Moisés: Esta é a palavra que o SENHOR tem mandado: Encherás um ômer dele e
guardá-lo-ás para as vossas gerações, para que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu
vos tirei da terra do Egipto. Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, e põe nele um ômer cheio de maná, e
coloca-o diante do SENHOR, para guardá-lo para as vossas gerações.”
O terceiro artigo colocado foi a vara de Arão da qual saíram brotos, floresceu e frutificou dando amêndoas
maduras numa única noite, como sinal da escolha de Deus por Arão para o sacerdócio. (Heb. 9:4)
Núm. 17:7 e 8: “E Moisés pôs estas varas perante o SENHOR na tenda do testemunho. Sucedeu, pois, que no
dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque
produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas.”

 AS TÁBUAS DA LEI
Mas os 10 Mandamentos foram armazenados dentro da própria arca.
Êxo. 25:16: “ Depois porás na arca o testemunho, que eu te darei.”
As tábuas de pedra da lei, recebidas por Moisés no Monte Sinai, foram colocadas na
Arca que recebeu então o nome de "Arca da Aliança".
Isto aponta para Cristo como Aquele que não somente guardou a lei, mas também a
tinha no Seu coração. (Sal. 40:7 e 8, Gál. 4:4)
Em Cristo a lei foi completamente honrada e ao mesmo tempo a misericórdia
tornou-se possível. (Sal. 85:10)
Segundo o livro de Gál. 3:24 e 25 a lei do Senhor nos serve como “Aio”.
Na época de Cristo “Aio” nada mais era do que um guardião, guia de meninos.
Entre os gregos e os romanos o nome foi aplicado a escravos fiéis que supervisionavam e guiavam a vida de
meninos que pertenciam aos ricos.
Da mesma forma a Lei conduz-nos a Cristo pois esse é seu objectivo.
Ela é o único “coisa” que não foi inspirada, pois Deus mesmo a escreveu, pelo Seu santo dedo. (Êxo. 31:18)
É eterna e ainda é válida para os nossos dias. (Sal. 19:7)
Tudo passará porém ela subsistirá. (Mat. 5:18)

69
 A VARA DE ARÃO
Deus orientou Moisés para seleccionar um representante de cada tribo para que
trouxessem uma vara de amendoeira com o nome da respectiva tribo inscrito por forma a
que se fizesse prova do direito de Arão a ser o Sumo-sacerdote.
A vara do homem que Deus tinha escolhido floresceu.
As doze varas foram postas no Tabernáculo antes do testemunho.
Na manhã seguinte, a vara de Arão tinha brotado, tinha florescido, e tinha dado
amêndoas.
A vara de Arão foi colocada na arca como sinal, provando que ele era o escolhido por Deus para ser Sumo-
sacerdote.
O cajado de Arão floresceu, portanto, como uma confirmação de que Deus tinha escolhido a Tribo de Levi
para o sacerdócio e Arão, representante desta tribo, como líder religioso da nação.
Foi colocado na arca como um símbolo da Liderança Divina. (Núm. 17:8)

 A TAÇA COM MANÁ


O maná foi o alimento enviado por Deus para alimentar o povo de Israel quando
estavam a atravessar o deserto a caminho da terra prometida.
Era uma massa que pela manhã estava ao alcance das pessoas enquanto o sol não o
derretesse.
Esse milagre aconteceu durante 40 anos, até terem entrado em Canaã.
Havia uma porção no maná na arca como símbolo da Protecção e Cuidado Divinos.
(Êxo. 16:4)
Outra lição que podemos tirar é que Deus não alimenta preguiçosos.
O Senhor enviava o maná que caía no deserto, e quem quisesse, deveria ir buscá-lo.
Se não fossem passariam fome.
Ninguém poderia trazer o do outro, cada um deveria apanhar o seu, se trouxessem mais do que o devido
apodreceria.
Apenas na sexta-feira por causa do Sábado era permitido trazer o dobro.
Assim, a “ração” que cada um de nós precisa para se alimentar espiritualmente, temos nós próprios de a ir
buscar.
Todos os dias caía o maná, cedinho estava lá.
Todos os dias precisamos de alimento espiritual.
Se não formos “apanhar” o “maná espiritual” morreremos de fome.
Quando não nos alimentamos do “maná espiritual” que é a busca diária de Deus, então os dardos inflamados
do maligno poderão colocar-nos numa posição tão delicada a ponto de sermos afectados pelos problemas.
A palavra maná em Êxo. 16:15 é uma transliteração de duas palavras hebraicas que como já visto significam:
o que é?
O maná é também conhecido na Bíblia através de três outros nomes:
 “Pão do céu”. (Êxo. 16:4)
 “Pão dos anjos”. (Sal. 78:25)
 “Pão”. (Núm. 21:5)

O PROPICIATÓRIO
Êxo. 25:17-22: ”Farás também um propiciatório de ouro puro; de dois
côvados e meio será o seu comprimento, e a largura, de um côvado e meio.
Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades
do propiciatório; um querubim, na extremidade de uma parte, e o outro, na
extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os
querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as asas por
cima, cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles de faces voltadas uma
para a outra, olhando para o propiciatório. Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o
Testemunho que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório do meio dos dois querubins que estão sobre a
arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel.”
Quando Deus falou sobre a arca em Êxodo 25:10-22, usou sete vezes a palavra “propiciatório”.
"Farás o propiciatório, farás dois querubins de ouro batido nas duas extremidades do propiciatório."
"De uma só peça com o propiciatório fareis os querubins e os querubins estenderão as asas por cima,
cobrindo com elas o propiciatório." 

70
"Estarão eles de faces voltadas uma para a outra, olhando para o propiciatório. Porás o propiciatório em
cima da arca."
"Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório." 
Ao analisar este facto quase podemos concluir que o coração de Deus está no propiciatório.
O mais importante para que o povo de Israel pudesse ir diante de Deus, era o propiciatório.
Este propiciatório era a tampa da arca.
Êxo. 25: 18-20: “Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do
propiciatório. Farás um querubim na extremidade de uma parte, e o outro querubim na extremidade da outra
parte; de uma só peça com o propiciatório, fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins
estenderão as suas asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; as faces deles uma defronte da outra; as
faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório”.
Os nossos pecados são lavados através do sangue aspergido no propiciatório.
Êxo. 25:21 e 22: “Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o Testemunho, que eu te darei.
Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei
contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel”.
Como já citado Deus disse que viria encontrar-Se com o povo de Israel no propiciatório.
As pessoas que estão presas no pecado, não podem encontrar-se com Deus.
Hoje em dia, embora algumas pessoas embora tendo pecado nos seus corações, pensam que se orarem
esforçadamente, Deus os ouvirá.
Aquele que está em pecado, primeiro terá que ir diante do propiciatório e confessar os pecados para poder
encontrar-se com Deus.
Porque jamais poderá se encontrar com Deus tendo pecado no coração.
Porque Deus abomina o pecado, não o pecador apenas poderemos encontrar-nos com Deus quando
recebermos o perdão dos pecados.
Em Êxodo 25, está escrito que Deus nos verá “por cima” do propiciatório.
Se não houver propiciatório, não podemos ouvir a voz de Deus.
E se não houver propiciatório não conseguiremos receber o perdão dos pecados, não podendo assim,  por
isso encontrar-nos com Deus.
Este é o profundo segredo que Deus nos quer ensinar.
O Sangue do cordeiro que era aspergido em cima do propiciatório tipificava o sangue de Jesus Cristo que foi
derramado por nós na cruz.
Dado o sangue de Jesus Cristo ter sido derramado por nós, esse sangue fez com que pudéssemos ir a Deus
tão logo recebamos o perdão dos nossos pecados confessados no propiciatório os quais se tornam então alvos
como a neve.
Assim, se não tivermos o propiciatório nos nossos corações, não temos forma de receber o perdão dos
pecados, ou mesmo ouvir a voz de Deus.

"SH'CHEEKNAH"
Núm. 16:42: “E tendo-se sublevado a congregação contra Moisés e Arão,
dirigiu-se para a tenda da revelação, e eis que a nuvem a cobriu, e a glória do Senhor
apareceu”.
“A GLÓRIA DO SENHOR” É “SHEKINÁ”, do Heb. - ‫ שכינה‬que representa a presença
do Senhor, habitando entre o Seu povo.
A nuvem do “shekiná” que ocorria no Tabernáculo de Moisés é Deus em
pessoa, é Ele enchendo o Templo, trazendo a Sua revelação.
II Cró. 5:13 e 14: “quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz,
louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros
instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para
sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor, de modo que os sacerdotes não podiam
ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus”.
Eze. 10:3 e 4: “E os querubins estavam de pé ao lado direito da casa, quando entrou o homem; e uma nuvem
encheu o átrio interior. Então se levantou a glória do Senhor de sobre o querubim, e passou para a entrada da
casa; e encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da glória do Senhor”.
Apo. 14:14: “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem,
que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada”.

71
AS VESTES SACERDOTAIS
AS VESTES DO SUMO-SACERDOTE

VESTUÁRIO DO SUMO-SACERDOTE (Êxodo Cap. 28)


Procuraremos aqui fazer uma descrição das vestes cerimoniais do Sumo-sacerdote conhecidas
como os ornamentos de glória e beleza.
Nas cores e estilos, as vestes dos sacerdotes eram ricas em significados porque elas
descreviam as belezas maravilhosas de Cristo, o Sumo Sacerdote e também os privilégios e deveres
de todos os sacerdotes de Deus, sejam os do Antigo Testamento ou todos os crentes do Novo
Testamento.
Nas suas vestes de glória e beleza, Arão se tornou tipicamente aquilo que Jesus Cristo era de
modo intrínseco em todo o seu ser, em pureza e santidade.

O ÉFODE (Êxo. 28:6-14, 39:2-7)


As roupas dele tiveram que ser feitas especialmente por aqueles que tinham sido dotados
de habilidade particular para a tarefa.
Por cima de um manto de trabalho, o Sumo-sacerdote usava uma vestimenta chamada
de 'éfode', feito de linho com ouro, azul, púrpura e escarlata.
Estendia-se para a frente e para atrás do corpo, em duas partes que foram apertadas
junto ao ombro através de duas pedras de ónix fixadas em ouro.
Em cada uma destas foram gravadas os nomes das doze tribos de Israel.
Foram colocados seis nomes, em ordem de nascimento, em um ombro e seis no outro. Isto significa que
todas as vezes que o Sumo-sacerdote entrava no Lugar Santo, levava os nomes das tribos diante do Senhor, e de
acordo com o carácter de sacerdote, ele representava estas diante de Deus.
Êxo. 28:6-14: E farão o éfode de ouro, e de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, de obra
esmerada. Terá duas ombreiras, que se unam às suas duas pontas, e assim se unirá. E o cinto de obra esmerada do
seu éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma obra, igualmente, de ouro, de azul, e de púrpura, e de
carmesim, e de linho fino torcido. E tomarás duas pedras de ónix, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel,
seis dos seus nomes numa pedra, e os outros seis nomes na outra pedra, segundo as suas gerações; Conforme à
obra do lapidário, como o lavor de selos lavrarás estas duas pedras, com os nomes dos filhos de Israel; engastadas
ao redor em ouro as farás. E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos
de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do SENHOR. FARÁS

72
também engastes de ouro, e duas cadeiazinhas de ouro puro; de igual medida, de obra de fieira as farás; e as
cadeiazinhas de fieira porás nos engastes. "
De modo geral, um éfode era um manto ou xaile, mas para o Sumo-sacerdote era um artigo de vestuário
exterior particular, no estilo de uma túnica ou avental.
Foi feito de linho azul, púrpura e escarlata e tinha linhas douradas tecidas.
Foi feito em dois pedaços unidos junto aos ombros com ganchos dourados.
Cada gancho era fixo com uma pedra de ónix gravada.

TRADIÇÃO JUDAICA
DE ACORDO COM JOSEFO, AS PEDRAS DE ÓNIX GRAVADAS FORAM PROJECTADAS NOS OMBROS DE FORMA QUE OS NOMES DOS
SEIS FILHOS PRIMOGÉNITOS FORAM GRAVADOS NA PEDRA À DIREITA DO OMBRO, E OS SEIS FILHOS MAIS JOVENS NA PEDRA NO OMBRO
ESQUERDO.

O MANTO DO ÉFODE (Êxo.28:31-35, 39:22-26)


Debaixo do éfode do Sumo-sacerdote havia um manto azul.
Foram presos sinos (campainhas) dourados à orla e romãs do mesmo material penduradas
entre os sinos.
Êxo. 28:31-35: “Também farás o manto do éfode, todo de azul. E a abertura da cabeça
estará no meio dele; esta abertura terá uma borda de obra tecida ao redor; como abertura de
cota de malha será, para que não se rompa. E nas suas bordas farás romãs de azul, e de púrpura,
e de carmesim, ao redor das suas bordas; e campainhas de ouro no meio delas ao redor. Uma campainha de ouro,
e uma romã, outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas bordas do manto ao redor, e estará sobre Arão
quando ministrar, para que se ouça o seu som, quando entrar no santuário diante do SENHOR, e quando sair, para
que não morra”.
O manto do éfode era um vestuário feito de tecido azul sem manga azul usado directamente em baixo do
éfode e estendendo-se algumas polegadas, provavelmente debaixo dele.

ROMÃS E CAMPAINHAS
Êxo. 39: 24-26:E nas bordas do manto fizeram romãs de azul, e de púrpura, e
de carmesim, de fio torcido. Fizeram também as campainhas de ouro puro, pondo
as campainhas no meio das romãs nas bordas do manto, ao redor, entre as romãs;
uma campainha e uma romã, outra campainha e outra romã, nas bordas do manto
ao redor; para ministrar, como o SENHOR ordenara a Moisés.
Havia uma fila de romãs bordada na orla intercaladas com de sinos dourados
que soavam quando o sacerdote se movia.
Os sinos apontam-nos a necessidade de escutar Deus quando se está ao seu serviço.
As romãs falam de frutificação (sementes abundantes) e são um símbolo da Palavra de Deus, alimento
espiritual doce e agradável.
O som dos sinos poderia ser ouvido quando Arão entrava no Lugar Santíssimo diante do Senhor, e o povo ao
escutar sabia que ele não tinha morrido na presença de Deus, mas que a sua oferta por eles tinha sido aceite por
Deus.
Êxo: 28:35: “E estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu som, quando entrar no santuário
diante do SENHOR, e quando sair, para que não morra”.
Hoje há um sacerdócio operante na terra, que já não é restrito a um grupo de indivíduos ou tribo específica,
mas é um “ofício” da Igreja.
A Igreja é o Sacerdócio Real, a nação santa:
I Pedro 2:9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
Hoje o caminho para o Lugar Santíssimo não é através do sacrifício de animais, mas pelo sangue de Jesus.
Hebreus 10:12: “mas Jesus, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à
direita de Deus”.
Hebreus 10: 19-21: “Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus,
pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne, e tendo um grande
sacerdote sobre a casa de Deus.”
O éfode como um todo, com as suas cores diferentes e materiais, simbolizava Cristo no seu ministério como
Sumo-sacerdote.
Cristo, o Sumo-sacerdote leva o seu povo sobre os seus ombros, o lugar de força e assento de poder.
Os ombros apontam para o transporte de um fardo, Cristo, o Sumo-sacerdote leva Ele o fardo.

73
A FAIXA OU CINTO
Êxo. 28:8: E o cinto de obra esmerada do seu éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma
obra, igualmente, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido.
Rodeando o éfode foi feito como as vestes, uma faixa ou cinto que foi colocado sobre a cintura
do sacerdote.
Êxo. 28:39: … mas o cinto farás de obra de bordador.
Era de linho azul, púrpura e escarlate entrelaçado com linhas douradas.
O sacerdote devia ser 'cingido' com este cinto, para que se apresentasse, completamente
vestido, preparado e pronto para servir.

O PEITORAL (Êxo. 28:15-29, 39:8-21)


Por cima do éfode, o Sumo-sacerdote usava um peitoral que era uma bolsa de
aproximadamente 22 cm2 feito de material formosamente tecido.
Na frente do peitoral foram firmadas as doze pedras preciosas em quatro filas
de três.
Em cada uma destas pedras foi gravado o nome de uma das tribos de Israel:
Êxo. 28:15-29: “Farás também o peitoral do juízo de obra esmerada, conforme
à obra do éfode o farás; de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho
fino torcido o farás. Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura. E o
encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras; a ordem de um sárdio, de um topázio, e de uma
esmeralda; esta será a primeira ordem; e a segunda ordem será de uma turquesa, de uma safira, e de um
diamante; e a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; e a quarta ordem será de um
berilo, e de um ónix, e de um jaspe; engastadas em ouro serão nos seus engastes. E serão aquelas pedras segundo
os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão esculpidas como selos, cada uma com o seu
nome, para as doze tribos. Também farás para o peitoral cadeiazinhas de igual medida, obra trançada de ouro
puro. Também farás para o peitoral dois anéis de ouro, e porás os dois anéis nas extremidades do peitoral. Então
porás as duas cadeiazinhas de fieira de ouro nos dois anéis, nas extremidades do peitoral; E as duas pontas das
duas cadeiazinhas de fieira colocarás nos dois engastes, e as porás nas ombreiras do éfode, na frente dele. Farás
também dois anéis de ouro, e os porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver junto ao éfode
por dentro. Farás também dois anéis de ouro, que porás nas duas ombreiras do éfode, abaixo, na frente dele, perto
da sua juntura, sobre o cinto de obra esmerada do éfode. E ligarão o peitoral, com os seus anéis, aos anéis do
éfode por cima, com um cordão de azul, para que esteja sobre o cinto de obra esmerada do éfode; e nunca se
separará o peitoral do éfode. Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu
coração, quando entrar no santuário, para memória diante do SENHOR continuamente”.
O peitoral era de feito um pedaço de tecido do mesmo material que o éfode.
Eram duas tiras dobradas, para formar uma bolsa quadrada na qual foram colocados o Urim e Tumim.
O peitoral estava fixo em seu lugar por cadeias douradas presas aos ganchos do ombro, de ónix e também
por tiras azuis que prenderam o peitoral ao éfode.
Evidentemente, havia um anel dourado pequeno preso a cada canto do peitoral para qual em troca foram
conectadas as cadeias douradas e as tiras.
As pedras no peitoral representaram as doze tribos de Israel, e eles foram levados continuamente diante do
Senhor como um memorial.
Já que as doze pedras estavam em um peitoral, eles falam da unidade do povo de Deus; enquanto a posição
deles no peito de Arão fala do afecto de Deus para com o seu povo.
Os nomes no peitoral sempre estavam perto do coração de Arão da mesma maneira que com Cristo e os seus
queridos.

URIM E TUMIM (Êxo. 28:30, cf. Num. 27:21 e I Sam.28:6)


Êxo. 28:30: “Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim, para que estejam
sobre o coração de Arão, quando entrar diante do SENHOR: assim Arão levará o juízo dos
filhos de Israel sobre o seu coração diante do SENHOR continuamente”.
Não se sabe com certeza o que o Urim e Tumim realmente eram, mas
provavelmente eles podem ter sido duas pedras preciosas, possivelmente pedras
preciosas que eram idênticas na sua forma.
Um ou o outro poderia ser tirado da bolsa para prover um sim ou não, em resposta
ao buscar o Senhor para direcção.

74
Núm. 27:21: “E apresentar-se-á perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de
Urim, perante o SENHOR; conforme a sua palavra sairão, e conforme a sua palavra entrarão, ele e todos os filhos
de Israel com ele, e toda a congregação”.
Na Escritura foi citado explicitamente que o Urim e Tumim estavam no peitoral, parecendo que eles estavam
separados das doze pedras montadas no lado de fora.
O nome Urim quer dizer "luzes", enquanto Tumim quer dizer "perfeições"; e estes significados conduziram
alguns para colocá-las como sendo talvez pedras flamejadas de um modo particular para indicar "sim" ou "não".
"Nós não podemos tirar nenhuma outra conclusão senão a de que o Urim e Tumim sejam considerados como
um meio, dado pelo Senhor ao seu povo, através do qual, sempre que a congregação necessitasse da iluminação
divina para guiar suas acções, esta iluminação estaria garantida.
Quando Deus estava descontente com o seu povo em uma história uma pouco mais recente, Ele recusou
permitir o Urim e Tumim funcionar como meio de direcção.
Aparentemente quando faltou ao homem a maioria da revelação da Palavra de Deus, este requereu alguma
outra fonte de informação da vontade divina. " (KEIL E DELITZSCH - COMENTÁRIO DO ANTIGO TESTAMENTO)
I Sam. 28:6: “E perguntou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por
Urim, nem por profetas”.
Não há nenhum registo deste método usado para descobrir a direcção de Deus depois do tempo de David e
do ministério dos profetas.
A MITRA E A COROA (Êxo.28:36-38, 39:30, 31)
Êxo. 39:28: E a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino…
Na sua cabeça, o Sumo-sacerdote usava um turbante ou mitra de linho fino que era
ligado ao redor da cabeça em rolos, como um turbante ou tiara.
Êxo. 28:36: “Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como as gravuras
de selos: SANTIDADE AO SENHOR. E atá-la-ás com um cordão de azul, de modo que esteja na
mitra, na frente da mitra estará;
Na frente da mitra na testa de Arão, presa por uma tira azul, havia a lâmina dourada gravada “SANTIDADE
AO SENHOR”.
Esta era uma lembrança constante da aliança de santidade para o povo de Israel e para o Sumo-sacerdote em
seu chamado.
Em Levítico 19:2 o Senhor disse a Moisés: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos
sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo”.
Estando marcado no seu interior, o Sumo-sacerdote simbolizava a verdadeira santidade na terra, na qual só
Israel poderia ser aceito diante de Deus.
Ele verdadeiramente era o homem mais importante na Terra.
A posição distinta da lâmina dourada na testa de Arão deu significado especial e carácter a todos os artigos
de vestuário e para o seu ofício.
Se praticando a santidade, Arão poderia ser assegurado de que ele estava qualificado para o serviço divino e
foi aceito por Deus como um mediador entre Deus e o povo de Israel.

TRADIÇÃO JUDAICA
ACTUALMENTE OS ROLOS DA TORAH DA SINAGOGA SÃO EMBRULHADOS EM VELUDO AZUL OU PURPÚREO. UMA LÂMINA ADORNA O
ROLO, E SÃO COLOCADAS UMA COROA OU COROAS DE PRATA E OURO COM SINOS A TINIR NOS SEUS ROLOS RECORDANDO ALGUNS DOS
ARTIGOS DO VESTUÁRIO DO SUMO-SACERDOTE.

75
AS VESTES DOS SACERDOTES
VESTES DO SACERDOTE (Êxo. 28:39-43, 39:27-29)
Êxo. 28:39-43: “Também farás túnica de linho fino; também farás uma mitra de linho fino; mas o
cinto farás de obra de bordador. Também farás túnicas aos filhos de Arão, e far-lhes-ás cintos; também
lhes farás tiaras, para glória e ornamento. E vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também seus filhos;
e os ungirás e consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o sacerdócio. Faze-lhes também
calções de linho, para cobrirem a carne nua; irão dos lombos até as coxas. E estarão sobre Arão e sobre
seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação, ou quando chegarem ao altar para ministrar
no santuário, para que não levem iniquidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a
sua descendência depois dele”.
Os sacerdotes que ministravam no Santo Lugar usavam as seguintes vestes:
1. Uma túnica longa com mangas de linho branco, tecido ao longo, sem costura e comprida.
2. Calções brancos do quadril até a coxa.
3. Uma touca de linho branco ou mitra, como um turbante, mas de forma cónica.
4. Uma faixa ou cinto tecidos do mesmo material que o véu.
Como sacerdotes ordenados, embora em vestes simples e de status secundário, os filhos de Arão apontavam
para a generalidade dos crentes de hoje; de igual forma Arão, o Sumo-sacerdote, nas suas vestimentas de beleza e
glória, apontava para Cristo O nosso grande Sumo-sacerdote.

TRADIÇÃO JUDAICA
DE ACORDO COM FONTES JUDAICAS, AMBAS AS EXTREMIDADES DO CINTO COBRIAM O SOLO, EXCEPTO QUANDO O SACERDOTE ESTAVA
MINISTRANDO, QUANDO ELES ERAM LANÇADOS POR CIMA DO SEU OMBRO ESQUERDO.
A FAIXA OU CINTO ERAM DE VÁRIAS METROS DE COMPRIMENTO E ERAM PASSADOS MUITAS VEZES AO REDOR DO CORPO ENTRE AS AXILAS
E OS QUADRIS.
UMA TRADIÇÃO INTERESSANTE DECLARA QUE AS VESTES VELHAS DOS SACERDOTES ERAM DESFIADAS E COM OS FIOS ERAM FEITOS OS
PAVIOS PARA AS LUMINÁRIAS DO TABERNÁCULO E DO TEMPLO.

O TABERNÁCULO E O HOMEM
ÁTRIO SIMBOLIZA O CORPO
76
LUGAR SANTO SIMBOLIZA A ALMA (MENTE, EMOÇÕES).
LUGAR SANTÍSSIMO SIMBOLIZA O ESPÍRITO (ONDE DEUS HABITA)

Após apresentarmos uma visão panorâmica do Tabernáculo gostaríamos de fazer a comparação do mesmo
com o próprio homem.

I Cor. 6:15: “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de
Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo”.

I Cor. 6:19: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de
Deus, e que não sois de vós mesmos”?

Rom. 12:1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

II Cor. 5:1-5: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus
um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois também nós, os que estamos neste tabernáculo,
gememos angustiados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela
vida”.

Rom. 8:11: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que
dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós
habita”.

O RITUAL DO SANTUÁRIO
Apesar de toda a riqueza temática encontrada na Bíblia acerca dos sacrifícios, podemos perguntar, por que
Deus instituiu um sistema ritual aparentemente tão cruel e sangrento?
Se analisarmos o caso do sacrifício pelo pecado conseguiremos entender.
No sistema de sacrifícios podemos identificar 3 ensinamentos básicos, são eles:

1) A CONSEQUÊNCIA DO PECADO É A MORTE.


Como veremos com mais detalhes posteriormente, quando uma pessoa comum pecava devia sacrificar uma
vida animal. (Lev. 4:27-29)
Cada vez que havia um pecado alguém tinha que morrer por causa desse pecado.
Heb. 9:22: “Sem derramamento de sangue não há remissão”.

2) O PECADOR PRECISA DE UM SUBSTITUTO.


Já sabemos que a consequência do pecado é a morte (Gén. 2:17) e (Rom. 6:23), mas também sabemos que
todos nós somos pecadores e portanto estamos todos condenados a morte.
Mas o ritual de sacrifício mostra que há um substituto, alguém que toma o lugar do pecador e recebe a
penalidade no seu lugar permitindo que o pecador seja perdoado e viva.

3) SEM DÚVIDA O RITUAL DO SACRIFÍCIO ERA UMA EXPERIÊNCIA AMARGA E DRAMÁTICA.


O próprio pecador devia matar o animal sacrificado (Lev. 4:27-29), mostrando dessa forma que a vítima
inocente morria por sua causa.
Assim, Deus queria mostrar toda a malignidade do pecado.
Ao vermos hoje os símbolos dos sacrifícios que se realizaram na vida de Jesus não podemos escapar ao vívido
pensamento de que foram os nossos pecados que levaram o Filho de Deus a morrer numa cruz.
Deus ordenou a Moisés que construísse um santuário onde através de rituais e cerimónias pudessem ser
ensinadas as eternas verdades do evangelho.

77
Hoje temos em Jesus o nosso grande Sumo-sacerdote, ministro do verdadeiro SANTUÁRIO (Heb. 8:1 e 2),
cumprindo tudo aquilo que os velhos rituais anunciavam acerca d’Ele.
É hora, portanto, de conhecer alguns detalhes deste sistema de adoração.
Os dois serviços no santuário:

O SERVIÇO DIÁRIO
1. SERVIÇO DIÁRIO
a) SERVIÇO NO LUGAR SANTO
Cada dia o sacerdote devia cumprir as cerimónias realizadas no
Lugar Santo.
Todas as manhãs o sacerdote devia queimar incenso no altar de
ouro e por "em ordem as lâmpadas". (Êxo. 30:7)
Todas as tardinhas o sacerdote voltava a queimar incenso e ascendia
as lâmpadas do candelabro.
Já foi dito que o incenso representava as orações dos santos e que a
luz nas lâmpadas representavam a acção do Espírito Santo na igreja de
todos os tempos.
O acender inicial das lâmpadas foi cumprido por Jesus ao enviar sobre a igreja apostólica o Consolador (o
Espírito Santo) no dia de Pentecostes. (Actos 2)

b) OS HOLOCAUSTOS DIÁRIOS = CONTÍNUO


Cada dia eram oferecidos em holocausto dois cordeiros de um ano.
O primeiro cordeiro era sacrificado pela manhã e era queimado no Altar dos
Holocaustos até a tardinha quando era sacrificado o segundo que era queimado ate a
manhã. (Êxo. 29:38-46, Num. 28:1-8)
Este era o chamado holocausto contínuo e, como os demais serviços diários
representavam a contínua intercessão de Cristo em nosso favor.

c) SACRIFÍCIO PELO PECADO


Como já mencionamos anteriormente, o sacrifício pelo pecado fazia parte
importante do ritual do Santuário e portanto passaremos a descrevê-lo com
detalhes.
Perceberemos também como são ilustrados os princípios de substituição e
transferência presentes em todo este sistema de adoração e, mais importante
ainda, em todo o plano de salvação.
Ao estudar este assunto vemos a existência de quatro casos a ser
considerados:

1.1. QUANDO O SUMO-SACERDOTE PECAVA, QUANDO A NAÇÃO PECAVA, QUANDO UM PRÍNCIPE PECAVA E QUANDO
UMA PESSOA COMUM PECAVA.

a. QUANDO O SUMO-SACERDOTE PECAVA (Lev. 4:1-12):


O Sumo-sacerdote representava o povo de Israel perante Deus, portanto se ele pecava todo
o povo se tornava culpado (Lev. 4:3) e ficava sem intercessor.
Neste caso, o Sumo-sacerdote devia tomar um novilho sem defeito e colocar a mão sobre a
cabeça do novilho.
Com este acto, o sacerdote confessava o pecado, demonstrava confiança no substituto
inocente (o novilho, representando a Cristo) e transferia o pecado para o substituto.
Em seguida, o sacerdote imolava o novilho e parte do sangue era levado ao lugar Santo e
espargido sete vezes no véu que separava o Lugar Santo do Santíssimo.
Assim mesmo, o sacerdote colocava parte do sangue nas pontas do Altar de Incenso.
Desta forma o pecado era transferido ao Santuário.

78
O restante do sangue era derramado aos pés do Altar dos Holocaustos representando assim o sangue de
Jesus derramado no Calvário.
A gordura e os rins do novilho eram finalmente queimados no altar.

b. QUANDO A NAÇÃO PECAVA (Lev. 4:13-21):


Neste caso, o procedimento era igual ao caso anterior com a única diferença que eram os anciãos do povo
quem colocavam as mãos sobre o novilho.

c. QUANDO UM PRÍNCIPE PECAVA (Lev. 4:22-26):


Quando era um príncipe quem pecava, devia levar um bode sem defeito, colocar a mão
sobre a cabeça do bode (com o mesmo significado que nos casos anteriores) e imolá-lo.
Então o sacerdote tomava o sangue e parte dele era colocado nas pontas do Altar dos
Holocaustos e o resto era derramado aos pés do mesmo altar.
Notemos para a diferença dos casos anteriores, o sangue não foi levado dentro do Lugar
Santo, portanto o sacerdote devia comer da carne do animal para que então o pecado fosse
cerimonialmente transferido para o sacerdote (Lev. 10:17-18).
Mais uma vez, a gordura era queimada no altar.

d. QUANDO UMA PESSOA COMUM PECAVA (Lev. 4:27-35):


Neste caso o pecador devia levar, dependendo de sua condição social, uma
cabra ou uma cordeirinha sem defeito.
O restante do ritual era semelhante ao caso anterior.

 EM TODOS OS CASOS O PECADOR DEVIA MANIFESTAR CONFIANÇA NUM SUBSTITUTO.


 EM TODOS OS CASOS OS PECADOS ERAM TRANSFERIDOS À VÍTIMA E AO SANTUÁRIO OU AO SACERDÓCIO.
 OS CARGOS DE MAIOR RESPONSABILIDADE EXIGIAM UMA OFERTA MAIOR.
O PECADO DUM LÍDER SUPÕE UMA GRAVIDADE MAIOR POIS AFECTA A TODA A NAÇÃO.
 OS MAIS HUMILDES NÃO ESTAVAM EXCLUÍDOS.
TODOS PODIAM OFERECER PELO MENOS UMA CORDEIRINHA.
 JESUS É O CORDEIRO DE DEUS, A OFERTA QUE ESTÁ AO ALCANCE DE TODOS.

AS FESTAS ANUAIS E O SEU SIGNIFICADO


ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
“PESSACH” = PÁSCOA REDENÇÃO
FESTA DA PÁSCOA I Cor. 5:7
Lev. 23:5

“MATZOT” = ASMOS SANTIFICAÇÃO


FESTA DOS PÃES ASMOS I Cor.5:8
Lev. 23:6

“HABICURIM” = PRIMÍCIAS RESSURREIÇÃO


FESTA DAS PRIMÍCIAS I Cor.15:20
Lev. 23:9

“SHAVUOT” = SEMANAS PENTECOSTES


FESTA DAS SEMANAS Actos 2:1; 20:16; I Cor.16:8
Lev.23:15 e16

“SHOFAROT” = TROMBETAS ARREBATAMENTO


FESTA DAS TROMBETAS REAGRUPAMENTO DE ISRAEL
Lev. 23:24 I Cor.15:51,52; I Tes.4:16,17

“YOM HAKIPURIM” = DIA DA EXPIAÇÃO REDENÇÃO DE ISRAEL


DIA DA EXPIAÇÃO Dan.9:24; Zac.12:10-14; Rom.11:26 e 27

79
Lev.23:27

SUCOT = TABERNÁCULOS MILÊNIO


FESTA DOS TABERNÁCULOS OU FESTA DA COLHEITA Zac.13:1 e 2; 14:17 e18; Apo.20:1-6 e 21:3;
Lev.23:34 Êxo.23:16 e17; Mat.13:30

OS SERVIÇOS ANUAIS

CALENDÁRIO COMPARATIVO

O DIA DA EXPIAÇÃO

LEV. 23:26-32 OU LEV. 16

Entre a festa das trombetas e a dos tabernáculos tinha lugar o:

DIA DA EXPIAÇÃO – YOM KIPUR OU KIPPUR – ˈjɔm kiˈpur.


Do hebraico ‫יום כיפור‬
Em Hebraico, o termo expiação – “kippurim” – ‫ּבְיֹום ַה ִּכּפ ִֻרים‬, significa “remissão
da culpa através do pagamento ou cumprimento da pena” e pode também ser
traduzido como “cobertura” ou “harmonia”.

80
Durante o ano todo, os israelitas iam ao santuário oferecer sacrifícios pelos pecados e, como já vimos,
segundo o princípio da transferência, o pecado era cerimonialmente transferido para o santuário ou para o
sacerdócio.
Portanto, tornava-se necessário efectuar uma “purificação” que eliminasse definitivamente o pecado.
Ora isso tinha lugar no décimo dia do sétimo mês, “Tisri”, no chamado “Dia da Expiação” o “Yom Kippur”.
(Levítico 23:27 e 25:9)
A par da Páscoa este era o dia mais importante no calendário religioso judaico.
Nenhum trabalho devia ser feito nesse dia, por ser um “Sábado cerimonial”, o povo devia afligir as suas
almas (Lev. 23:27) e quem não o fizesse seria cortado de entre o povo (Lev. 23:29).
TALVEZ POR ESTE MOTIVO, O “YOM KIPPUR” TEM SIDO, TRADICIONALMENTE, VISTO PELA TRADIÇÃO JUDAICA COMO O “DIA DO JUÍZO”.

A entrada do Sumo-sacerdote no Lugar mais sagrado do Santuário tinha um objectivo especial:


Purificá-lo de todos os pecados dos filhos de Israel.
Durante todo o ano, os israelitas, com o fim de terem os seus pecados perdoados, traziam as suas ofertas ao
Santuário.
Era a chamada “oferta pelo pecado”, na qual o pecador arrependido colocava as mãos sobre a cabeça da
vítima, transferindo para ela as suas iniquidades, e depois sacrificava-a.
Após isto, consoante os casos, o sacerdote comia a carne ou levava um pouco do sangue do sacrifício para
dentro do Santuário.
Ou seja, os pecados eram transferidos para o sacerdote, e por meio dele ou através do sangue, para aquele
lugar sagrado.
Assim, o Santuário ficava poluído com os pecados do povo israelita.
No Dia da Expiação, a função do Sumo-sacerdote era limpar o Santuário da sua contaminação.
Por isso, depois de efectuar a escolha de 2 bodes, um para o Senhor e outro para Azazel, sacrificava o
primeiro e entrava com o seu sangue para o interior do Lugar Santíssimo, onde depositava um pouco do sangue
sobre a arca da aliança.
Com isto, simbolicamente, tomava sobre si os pecados, saía do Santuário e colocava-os sobre a cabeça do
bode por Azazel.
Esse bode não era sacrificado, mas era enviado para o deserto, onde era solto e aí ficava até morrer.
Por meio deste ritual, o Santuário era purificado de todos os pecados que para ele tinham sido transferidos.
Este dia era impressionante, Santo e de grande importância porque os pecados de Israel eram expiados por
meio de sangue.
Já que “é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hebreus 10:4), esse ritual devia
repetir-se todos os anos (Levítico 16:34) até àquele dia grandioso em que Cristo seria “oferecido uma vez para
sempre para tirar os pecados de muitos”. (Hebreus 9:28)
Os detalhes acerca destas cerimónias podem ser encontrados em Levítico Capítulos 4 e 16.
Procuraremos agora fazer um resumo daquilo que ocorria nesta ocasião.
O Sumo-sacerdote imolava o novilho, tomava um pouco do sangue e entrava no Lugar Santíssimo levando
também um incensário que era preciso para que ele não ficasse directamente exposto à glória de Deus.
Deixava então o incensário no chão frente à arca para que a nuvem de incenso ficasse entre ele e arca.
Nessa altura com o seu dedo aspergia o sangue do novilho sete vezes sobre o propiciatório.
Desta forma tinha feito expiação por si e pela sua casa.
De seguida imolava o bode “para o Senhor” (que representa Cristo), tomava do
seu sangue, entrava novamente no Lugar Santíssimo e procedia da mesma forma
como tinha feito com o novilho.
Fazia assim expiação pelo Lugar Santíssimo (Lev. 16:16).
Depois, repetia a cerimónia para fazer expiação pela “Tenda da Reunião”
ou Lugar Santo.

Uma vez feito isto, a expiação estava acabada (Lev. 16:20) e só então o
Sumo-sacerdote tomava o bode vivo “para Azazel”, colocando as mãos sobre a
cabeça desse bode, confessava sobre ele todos os pecados do povo e o bode era
enviado ao deserto.
O bode por Azazel representava Satanás e todos os ímpios que, por não terem
aceite o sacrifício expiatório de Cristo deviam carregar o peso e a consequência
dos seus próprios pecados, sofrendo assim a eterna separação de Deus e do Seu
povo o que significa, em última instância, a destruição eterna.
81
No caso de Satanás, deve ele carregar a sua parte de culpa nos pecados dos santos por ter sido ele o
originador da rebelião e do pecado, razão pela qual os pecados do povo são confessados sobre o bode para Azazel.
O ministério dos Sacerdotes no primeiro compartimento representava o ofício intercessório que Jesus, Sumo-
Sacerdote no Céu, cumpriria no Lugar Santo do Santuário Celestial.
De igual forma, assim como, no Dia da Expiação o Sumo-sacerdote judeu entrava no Lugar Santíssimo, no fim
dos 2.300 dias/anos de Daniel 8:14, isto é, em 1.844 A.D., Jesus entrou no Lugar Santíssimo do Santuário Celestial,
para proceder à sua purificação.

POR QUE HÁ A NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO?


Deus fez o homem à sua imagem e, como Criador, tem todo o direito de estipular o procedimento correcto
para as suas criaturas, e isso foi determinado na forma de leis que devem ser obedecidas para o nosso próprio
bem.
Deut. 10:13: “Que guardes os mandamentos do SENHOR, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu
bem”.  
O pior que podemos fazer é violar a lei de Deus.  
A isso chama-se pecado ou iniquidade.
I João 3:4:  “Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade”.
Os primeiros seres humanos transgrediram e a culpa deles tornou-se evidente pela tentativa de se
esconderem de Deus.  
A “JUSTIÇA” exigia uma pena pelo pecado.
Rom. 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte…”
A pena era a morte, a separação de Deus, manifestada pelo seu afastamento do jardim do Éden.
Gén. 3: 24: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada
inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” 
Paulo resumiu desta forma extraordinária a história e as consequências do pecado.
Rom. 5:12:  “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim
também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. 
Torna-se clara a necessidade suprema de todo homem ter os seus pecados confessados e expiados, para
poder obter o perdão.
Dessa forma, do ano 31 A.D., quando da ascensão, até 1.844 A.D., Jesus Cristo esteve intercedendo pela raça
pecadora no primeiro compartimento do Santuário.
Depois disso, houve uma alteração no Seu ministério e, hoje, Ele está no Lugar Santíssimo do Céu,
empenhado na última parte da Sua obra em prol dos seres humanos.
Findando esse trabalho, Ele virá pela segunda vez para resgatar os escolhidos e levá-los para as mansões
celestiais.

A EXPIAÇÃO E O SANGUE DE CRISTO


De acordo com Paulo, Cristo o nosso Sumo-sacerdote, é:
Heb. 7:26 e 27:   “Santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores . . . que não tem
necessidade, como os Sumo-sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus
próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo
se ofereceu”.
Cristo, por meio de seu sangue, entrou no Lugar Santo do céu, tendo obtido para nós a
redenção eterna e agora apresenta-se a nosso favor diante da face de Deus. (Hebreus 9:12, 24)  
O resultado da expiação é a nossa: “redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados”. (Efésios 1:7)
Na verdade, Ele: “nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados”. (Apocalipse 1:5)
Onde há remissão de pecados, “já não há oferta pelo pecado” (Hebreus 10:18), porque Cristo é a
propiciação pelos nossos pecados, o meio pelo qual Deus se reconcilia com o homem pecador. (I João 2:2; II Cró.
29:24 e Efé. 2:16)
Assim o Dia da Expiação ilustra a destruição total do pecado e dos ímpios.
O Dia da Expiação anti-típico começou em 1844 com o surgimento da pregação do “Movimento Adventista”,
como anunciado pelo profeta. (Dan. 8:14)
Sombra de quê?

82
Purificação do santuário.
Dan. 8:14: “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”.

OS RESTANTES SERVIÇOS ANUAIS


Além do serviço diário, existia na economia israelita uma série de festas e convocações solenes que
constituíam o calendário eclesiástico e que chamaremos o serviço anual do Santuário.
Este serviço anual acha-se descrito mais sistematicamente em Levítico 23.
Col. 2:17: “...Tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir, porém o corpo é de Cristo”.

a. A PÁSCOA – Pesakh – ‫( פסח‬Lev. 23:4-5, Ex 12):


Traduzida no N.T. pelo termo Grego Πάσχα
A primeira destas festas era a Páscoa: “Pesakh” – Abril.
Era realizada no dia 14 do primeiro mês: “Nisã” ou “Abib”.
A primeira Páscoa foi realizada por ocasião da saída do povo israelita do Egipto, evento
que passou a ser comemorado.
No décimo dia do mês, era escolhido um cordeiro de um ano e sem defeito.
Pela tarde do décimo quarto dia o cordeiro era morto e assado.
A carne devia ser comida pela família naquela mesma noite com pães sem fermento e
ervas amargas.
Na primeira Páscoa, as portas deviam ser ungidas com sangue do cordeiro para que a família fosse libertada
da praga da morte do primogénito.
A palavra-chave desta cerimónia é “libertação”.
Por esta razão se torna um tipo do sacrifício de Cristo.
Jesus liberta-nos da escravidão do pecado e da sentença de morte.
Mas para isso o Seu sangue precisava ser derramado e os Seus méritos aplicados a nós pela fé.
Sombra de quê?
Da Justificação.
I Cor. 5:7: “...Cristo nosso cordeiro pascal (nossa Páscoa) foi imolado.” ´

b. PÃES ÁZIMOS – Hag HaMatzah - ‫( מַ צָּה‬Lev. 23:6-8):


No dia seguinte à Pascoa, 15 de “Nisã”, começava a festa dos pães ázimos
“Hag Hamatzot”.
Durante sete dias não poderia haver fermento dentro das casas dos
israelitas.
Originalmente os pães ázimos representavam a saída rápida do Egipto.
Mas vemos também na ausência de fermento o símbolo de ausência de
pecado em Cristo.
E somos convidados a ingeri-lo, a fazê-lo parte de nosso próprio organismo
como alimento, dando-nos, desta forma, vida.
O primeiro e o último dia desta festa deviam ser dias de “santa convocação” e nenhum trabalho servil devia
ser feito (eram portanto sábados cerimoniais).
Sombra de quê?
Da Santificação.
I Cor. 5:8: “Por isso celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da
malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”.
c. FESTA DAS PRIMÍCIAS – Bikkurim – ‫( ביכורים‬Lev. 23:9-14)
No “dia seguinte ao sábado” (v. 11), isto é, no dia 16 de “Nisã”, era celebrada a festa das
primícias “Bikkurim”.
Neste dia os israelitas deviam apresentar no templo o primeiro produto da colheita.
O sacerdote pegava no molho e mexia-o perante o Senhor.
Esta cerimónia era um tipo da ressurreição de Cristo.
Cristo é a primícia e a garantia da ressurreição dos justos no dia da volta de Jesus.
Notavelmente, Mat. 27:52 e 53 informa-nos que muitos santos ressurgiram junto com Cristo,
tornando a analogia com a festa das primícias mais completa e interessante.
Notemos como Jesus cumpriu estas festas morrendo no dia de Páscoa (14 de “Nisã”) e ressuscitando no dia
16 do mesmo mês, ou seja, no dia das primícias.
Sombra de quê?
Da Ressurreição.

83
I Cor. 15:20 e 23: “Mas de facto Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem...
Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda”.

d. FESTA DAS SEMANAS OU PENTECOSTES – Shavuot – ‫( שבועות‬Lev. 23:15-21)


Cinquenta dias após a festa das primícias, celebrava-se a festa das semanas que em
grego é Pentecostes e em hebraico “Shavuot”.
Este dia era, na verdade uma santa convocação.
Os israelitas deviam apresentar dois pães como “oferta mexida”.
Simultaneamente, eram oferecidos cordeiros e bodes como sacrifício (na maior parte
dos serviços e festas do santuário estão presentes os sacrifícios pois a aproximação do
homem a Deus faz-se sempre na base dos méritos do substituto, isto é, de Cristo).
Antes de qualquer outra coisa esta festa simbolizava o agradecimento a Deus pela
colheita.
No Novo Testamento aparece associada ao derramamento do Espírito Santo. (Actos 2)
Esta relação torna-se mais interessante quando percebemos que Actos 2:1 pode ser traduzido como:
"Quando o dia de Pentecostes foi cumprido" “symplerousthai” que pode ser entendido como a realização
anti-típica daquilo que era anunciado pela festa.
Foi também nesse dia que a igreja cristã teve a sua “primeira colheita” pois do discurso de Pedro teve lugar a
conversão de três mil pessoas.
Sombra de quê?
Do Crescimento do Reino de Deus pelo poder do Espírito Santo.
Actos 2:1,4 e 41: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar, de repente,
veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados...Todos
ficaram cheios do Espírito santo....

e. FESTA DAS TROMBETAS – Yom Teruah - ‫( ראש השנה‬Lev. 23:23-25)


No primeiro dia do sétimo mês “Tisri”, realizava-se a Festa das Trombetas.
Neste dia, que era uma santa convocação, nenhum trabalho servil devia ser
feito.
No templo eram tocadas as trombetas “shofar”.
Este dia anunciava a proximidade do Juízo, o “Dia da Expiação”.
Esta festa cumpriu-se anti-tipicamente com a pregação do Movimento
Adventista entre os anos 1840 e 1844, de acordo com a profecia de Daniel.
Sombra de quê?
Do Anúncio do dia da expiação.
Apo. 14:7: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo...”.

F. O DIA DA EXPIAÇÃO
Dada a sua relevância, este assunto foi tratado com destaque especial na pág. 127.

g. FESTA DOS TABERNÁCULOS – sukkōt – ‫ סוכות‬ou ‫( סֻּכֹות‬Lev. 23:33-44


No dia quinze do sétimo mês, começava a chamada “Festa dos Tabernáculos”, “Sukkot”, e
durava sete dias.
No primeiro dia havia uma santa convocação.
Os israelitas deviam construir tabernáculos com folhas de palmeiras e ramos de árvores para
morar neles durante os sete dias da festa.
No oitavo dia havia novamente uma santa convocação.
A festa lembrava o tempo em que os israelitas habitaram em tendas no deserto durante
a viagem até à Terra Prometida logo após terem sido libertados da opressão do Egipto.
Por esta razão a festa torna-se num tipo da nossa libertação e da nossa transladação para a verdadeira “Terra
Prometida”, a “Canaã Celestial” onde finalmente habitaremos nas moradas que Jesus foi preparar para nós.
Sombra de quê?
Da Nossa Redenção.
Acontecia após o dia do Juízo ter acabado quando todos os frutos estavam já no celeiro.
Dava-se então uma grande festa.
Era o fim e a realização de tudo o que o povo desejava.
Patriarcas e Profetas pág. 340 : “A festa dos tabernáculos não era apenas comemorativa, mas também típica. Não
somente apontava para a peregrinação no deserto, mas, como festa da ceifa, celebrava a colheita dos frutos da
terra, e indicava, no futuro, o grande dia da colheita final, em que o Senhor da seara enviará os Seus ceifeiros para
ajuntar o joio em feixes para o fogo, e colher o trigo para o Seu celeiro”.
84
CONCLUSÃO:
 O sacrifício da manhã e da tarde provia uma expiação provisória.
 O pecado era perdoado, mas não apagado.
 O cancelamento total só ocorria no Dia da Expiação.
 Tem que haver profundo arrependimento.
 Só os pecados confessados se achavam no santuário.
 Devemos achegar-nos ao trono da graça de Deus em sincera confissão afim de podermos alcançar
perdão.
 A santificação tem que ser diária.
 Estamos nós a preparar-nos para o dia no qual os nossos nomes irão ser investigados?
 Sendo fieis até à morte Cristo nos defenderá no "Juízo Investigativo".
 No Dia da Expiação, o registo do pecado era apagado e Israel estava limpo.

Não existem pães asmos sem Páscoa.


Não existe Pentecostes sem primícias.
Não existe soar de trombetas sem Pentecostes.
Não existe festa dos tabernáculos sem o dia da expiação.

RESUMINDO:

NÃO EXISTE SALVAÇÃO SEM JESUS

85
AS OFERTAS

OS ANIMAIS USADOS NAS OFERTAS

CORDEIRO
Animal pertencente à classe dos ovinos.
Quando adulto, recebe o nome de carneiro.
Era usado:

 Como resgate de outros animais. (Êxo. 13:13)


 Como holocausto contínuo. (Êxo. 29:39)
 Como oferta pacífica. (Lev. 3:6 e 7)
 Como holocaustos. (Lev. 9:3 e 23:12)
 Na purificação pós-parto. (Lev. 12:6)
 Como oferta pela culpa (purificação do leproso). (Lev. 14:12)
E também como oferta pela culpa do nazireu. (Núm. 6:12)
Os cordeiros NUNCA eram usados como oferta pelo pecado.

CARNEIRO
Animal pertencente à classe dos ovinos.
É o macho adulto da ovelha, podendo ser selvagem ou domesticado.
Era usado:

 Na consagração dos sacerdotes. (Êxo. 29:15-22 até Lev. 8:22)


 Como oferta pela culpa (pecado por ignorância). (Lev. 5:15; 19:21; Esd. 10:19)
 Como holocausto. (Gén. 22:13; Lev. 9:2; Núm. 7:15 e 28:11)
 Como oferta pacífica. (Lev. 9:4; Núm. 6:4)
Os carneiros nunca eram usados como oferta pelo pecado.

BODE
Animal pertencente à classe dos caprinos.
Este animal era usado exclusivamente como Oferta pelo Pecado. (Lev. 9:23; Núm. 7:16-82)
Um clássico exemplo desse animal usado para fazer expiação pelos pecados ocorre em
Levítico 16, onde o ritual do “Yom Kippur” (Dia da Expiação) é descrito em detalhes.

NOVILHO
Animal pertencente à classe dos bovinos, cria da vaca.
Era usado:

 Como Oferta pelo Pecado, na consagração dos sacerdotes. (Lev. 29:14)


 Como holocausto. (Lev. 1:3-5)
 Como Oferta pelo Pecado do sacerdote. (Lev. 4:3)
 Como Oferta pelo Pecado da assembleia. (Lev. 4:14)
 Como Oferta pelo Pecado dos sacerdotes no Dia da Expiação. (Lev. 16:6)
 Como holocausto da Páscoa. (Lev. 23:18-19)

86
Antes de nos aprofundarmos no ritual levítico, será importante esclarecer algo fundamental sobre o termo
“expiação”.
O termo deriva do verbo hebraico “lekhaper” – ‫ לְ כָּפֵ ר‬que significa entre outras coisas, santificar, purificar e
(re) consagrar.
Não podemos limitar o sentido do termo ao que normalmente se pensa pois aqueles que entendem
“expiação” como o apagamento de pecados terão certamente dificuldades em explicar como se fazia expiação
pelo altar e o santuário. (Êxo. 29:36 e 37)
Teriam por acaso o altar e o santuário algum tipo de pecado para que se fizesse “expiação” por eles?
Claro que não!
Logo, o termo deve ter outro sentido do que normalmente se propõe.
Nesse caso, o termo “expiação” refere-se à consagração e santificação dos objectos e locais do culto israelita,
não havendo contexto aqui para defendermos que expiação significa “perdão de pecados”.
Sempre que o termo “expiação” está relacionado ao apagamento de pecados, notamos a ocorrência da
expressão, “e será perdoado”:
Assim o sacerdote fará por ele expiação do seu pecado, que houver cometido em alguma destas coisas, e ele
será perdoado; e o restante pertencerá ao sacerdote, como a oferta de cereais. (Lev. 5:13)
Veja ainda: Levítico 4:26-35; 5:10,13,16 e 18; 6:7 e 19:22

AS OFERTAS DO RITUAL LEVÍTICO


As ofertas do ritual levítico dividem-se em:
I. Ofertas de Adoração. (Lev. 1-3)
II. Ofertas de Restauração. (Lev. 4-7)
III. Ofertas de Purificação. (Lev 12-15)

I. OFERTAS DE ADORAÇÃO

 OFERTA DE CEREAIS – ‫ִמנְ חָ ה‬


As ofertas de cereais (do hebraico, "minchah") eram constituídas basicamente de sêmola de trigo, farinha
bem fina, chamada na Torah de “flor de farinha” (do hebraico, "soleth chitim"), azeite (óleo de azeitonas) e
incenso.
Essas ofertas de cereais não podiam levar fermento nem mel (Lev. 2:11), sendo todas elas temperadas com
sal. (Lev. 2:13)
Parte da oferta era queimada sobre o altar como oferta de cheiro suave (Lev. 2:2) e o restante era do
sacerdote. (Lev. 2:3 e 10)
As ofertas que envolviam a farinha de trigo poderiam ser assadas em forma de pães no forno, untadas com
azeite (Lev. 2:4) ou ainda assados numa assadeira (Lev. 2:5) ou então cozidas. (Lev. 2:4)
Um outro tipo de oferta de cereais era aquela apresentada como primícias, a qual constituía-se de espigas
(grãos verdes trilhados) tostadas ao fogo, à qual adicionava-se azeite e incenso. (Lev. 2:16)
O propósito geral das ofertas de cereais era devotar a Deus os frutos do trabalho do homem, visto que os
componentes das ofertas (farinha, azeite e incenso) não eram produtos naturais, mas sim, resultados da acção
humana sobre as coisas criadas por Deus.

 HOLOCAUSTO – ‫ֹעלָה‬
Os holocaustos constituíam-se de novilhos (bovinos) ou de machos de ovelhas (carneiros) ou cabras (gado
miúdo) ou ainda de aves (rolas ou pombos); os animais eram sacrificados e totalmente queimados sobre o altar de
holocaustos (ninguém comia a carne, nem mesmo os sacerdotes) e seu sangue derramado em volta do mesmo.
(Lev. 1:5 e 11)
Os holocaustos representavam a completa submissão à vontade de Deus, e por esta exacta razão, a oferta
era completamente devotada à Ele, sendo consumida pelo fogo do altar.
Tais ofertas evidenciam o desejo de comunhão com o Criador, daí a razão de serem chamadas em hebraico,
"olah", palavra que expressa “subida ou ascensão,” tal como o fumo que sobe da oferta queimada, assim também
sobem as preces e desejos do ofertante para junto de Deus.
Essas ofertas não tinham eficácia em si mesmas para a expiação de pecados; a expiação só se dava quando o
holocausto era associado à uma oferta pelo pecado.

 OFERTAS PACÍFICAS – ‫ְׁשל ִָמים‬


As Ofertas Pacíficas expressavam acção de graças e adoração a Deus por suas bênçãos e misericórdias.

87
O nome hebraico desse tipo de oferta "shelamim" vem da raiz de "shalom" que significa “paz integral, no
todo”.
Uma parte significativa da oferta era queimada no altar de holocaustos, outra parte era dada ao sacerdote e
o restante era comido pelo ofertante e sua família.
Assim, os "shelamim" – ofertas pacíficas, deveriam ser comidos pelos ofertantes, ao contrário do que ocorria
com os holocaustos.
Os animais aceitos para tais ofertas eram novilhos, cordeiros ou cabras.
O animal poderia ser macho ou fêmea sem defeito. (Lev. 3:1,7,12)
O ritual constituía-se em abater o animal e aspergir seu sangue sobre o altar (de holocaustos) em redor.
Queimava-se então a gordura das entranhas, os dois rins e sua gordura, e a gordura que se encontra junto ao
lombo e o redenho sobre o fígado como uma oferta queimada ao Senhor. (Lev. 3:1-15)
Quando uma oferta pacífica era apresentada ao Senhor como ato de acção de graças (agradecimento por
alguma bênção recebida), a mesma deveria vir acompanhada de bolos ázimos amassados com azeite, e coscorões
ázimos untados com azeite, e bolos amassados com azeite, de flor de farinha, bem embebidos. (Lev. 7:12)
As ofertas pacíficas subdividiam-se em três categorias:
a) Ofertas de acção de graças (do hebraico, "todah", cujo plural é "todot").
Oferecidas em agradecimento por ter sido salvo de alguma situação perigosa ou por alguma bênção
particular.
b) Ofertas votivas (do hebraico, "neder", cujo plural é "nedarim").
Oferecidas após o cumprimento de algum voto, por exemplo o nazirado.
c) Ofertas voluntárias (do hebraico, "nedavah", cujo plural é "nedavot").
Oferecidas livremente sem prescrição da Lei, por motivos particulares.
A carne do sacrifício das ofertas pacificas quando ofertadas como acção de graças "todah" deveria ser
comida toda ela imediatamente, sem que se deixasse nada para o outro dia.
Se fosse uma oferta pacífica de voto "neder" ou de oferta voluntária "nedavah", a carne poderia ser comida
no máximo em dois dias; entretanto, se parte dela ficasse para o terceiro dia, ninguém poderia mais comê-la,
devendo a mesma ser queimada totalmente no fogo; caso essa regra fosse transgredida, o sacrifício perderia sua
eficácia, e o pecado seria atribuído ao transgressor. (Lev. 7:15-18)
O propósito desse tipo de oferta pode ser inferido do nome hebraico da mesma.
Os "shelamim" ou "ofertas pacíficas" propunham-se a fazer paz, apaziguar, reintegrar, reconciliar o
ofertante com seu Deus.
Era uma espécie de “banquete comunal” onde se celebrava uma festa da qual participavam o ofertante, o
sacerdote e o próprio Deus, a todos cabendo uma parte da oferta.

II. OFERTAS DE RESTAURAÇÃO


 OFERTAS PELO PECADO – ‫ּטאת‬
ָ ַ‫ח‬
As Ofertas pelo Pecado classificam-se em:

a) Ofertas pelo Pecado do sacerdote e de toda a assembleia


O animal (novilho) era morto, colocado no altar de holocaustos.
Parte do sangue era levado para santuário e aspergido sobre o véu que dividia a tenda e também sobre as
pontas do altar de incenso.
O restante do sangue era derramado sobre o altar ao redor; a gordura que cobre as entranhas e o redenho
que recobre o fígado eram queimadas sobre o altar de holocaustos e a carcaça junto com o couro e o excremento
era depois queimado num local limpo fora do acampamento. (Lev. 4:3-21)

b) Ofertas pelo Pecado de um príncipe


O animal (bode) era sacrificado e o sangue era aspergido sobre as pontas do altar de holocaustos e o resto
era derramado na base do mesmo.
A gordura era queimada também. (Lev. 4:22-26)

c) Ofertas pelo Pecado de um indivíduo


No caso de uma Oferta pelo Pecado do indivíduo, o procedimento era o mesmo como no caso acima (do
príncipe) mas o animal era uma cabra ou cordeirinha. (Lev. 4:27-35)
As Ofertas pelo Pecado faziam-se pelos pecados cujos efeitos terminavam primariamente no pecador, ou
seja, os efeitos do pecado recaíam directa e primeiramente sobre o que havia transgredido.
Sua função era expiar os pecados cometidos inadvertidamente, por ignorância.
Sabe-se que os pecados cometidos intencionalmente eram punidos com a morte, não existindo expiação em
tais casos. Núm. 15:28-31

88
As Ofertas pelo Pecado não podiam ser comidas pelo ofertante, mas somente pelo sacerdote. (Lev. 6:25,26 e
30)

O RABINO MOSHE GRYLAK COMENTA QUE O PECADO É UM ACTO QUE NÃO ESTÁ DE ACORDO COM A CONSCIÊNCIA HUMANA.
É A EFERVESCÊNCIA DE INSTINTOS E IMPULSOS E A RENDIÇÃO DO SER HUMANO AOS MEMOS.
A PESSOA QUE BUSCA A ELEVAÇÃO, A UNIDADE E A SANTIDADE É GOLPEADA AO PECAR; PERCEBE QUE SUAS ATITUDES SÓ FAZEM
POR AFASTÁ-LA DE SEU CRIADOR.
Desta forma, pelas funções que desempenhavam, os sacrifícios deixavam de ser “sacrifícios” e passavam a
ser, “aproximações” que é o verdadeiro sentido da palavra hebraica “korbanot”, pois através deles, o homem
podia alcançar uma “aproximação” renovada em relação ao Criador.

 OFERTAS PELA CULPA – ‫אָ ָׁשם‬


Estas ofertas eram apresentadas em conexão com a Oferta pelo Pecado quando alguém pecava por perjúrio,
por não denunciar o que testemunhou, por jurar temerariamente ou por entrar em contacto com algo impuro.
(Lev. 5:1-6)
Nesses casos, o animal ofertado como “asham” ou “Oferta pela Culpa”, deveria ser uma fêmea do gado
miúdo (cabra ou ovelha).
Em alguns casos, entretanto, apenas a Oferta pela Culpa era apresentada, sem conexão com uma Oferta pelo
Pecado; isto ocorria quando alguém pecava contra as “coisas sagradas” por ignorância, inadvertidamente.
Casos desse tipo devem ter sido raros, mas envolviam acções pecaminosas como: tirar algo do altar, ou
comer do que era reservado apenas aos sacerdotes, etc.
O transgressor devia além de apresentar a oferta (um carneiro) acrescentar uma multa de 20% do valor do
que foi perdido “um quinto” como pena pelo prejuízo. (Lev. 5:15-18 e 6:1-7)
As Ofertas pela Culpa faziam-se por aqueles pecados cujos efeitos afectavam outras pessoas, como no casos
descritos em (Lev. 6:1-5), quando causavam prejuízos e perdas.
O prejuízo devia ser pago por completo, exigindo-se do culpado uma restituição, também de 20%, a qual era
colocada nas mãos do sacerdote que a passava ao ofendido no dia em que a oferta fosse apresentada.
No caso de falecimento do ofendido, a restituição passava aos seus herdeiros e se não houvessem herdeiros,
a mesma ficava na posse do sacerdote. (Lev. 5:16 e 6:5; Núm. 5:7-8)
As restituições eram calculadas de acordo com o valor do siclo "shekel" do santuário.
A “Oferta pela Culpa” não podia ser comida pelo ofertante. (Lev. 6:30)
De igual forma no caso da Oferta pelo Pecado, somente o sacerdote ungido podia comer dela. (Lev. 6:25-26;
Lev. 7:7)
Quando as posses do transgressor não eram suficientes para oferecer uma fêmea de gado miúdo, deveria
então apresentar duas rolas ou pombinhos, mas apenas nos casos de Levítico 5:1-6.
Nos outros casos, nenhuma concessão era feita.
A “Oferta pela Culpa” além de ser considerada uma oferta de restauração era também de purificação, como
nos caso do indivíduo que se recupera da “tsaraat” = lepra.
As leis referentes à apresentação das Ofertas pela Culpa eram as mesmas aplicadas às Ofertas pelo Pecado.
(Lev. 7:1-7)
Como dito acima, caso suas posses não permitissem, o transgressor poderia apresentar duas rolas ou
pombinhos como oferta – mas nesse caso a oferta passava a ser “pelo Pecado”.
Um dos animais expiava o pecado, e o outro, servia como holocausto. (Lev. 5:7-10)
Caso ainda não tivesse condições para tal oferta, o transgressor podia apresentar uma oferta de cereais =
1/10 de um efa de flor de farinha sem azeite ou incenso.
Nesse caso, tal como descrito, não se tratava de um “asham” ou “Oferta pela Culpa”, a oferta agora passava
a funcionar como uma “Oferta pelo Pecado”, parte da qual era queimada, e o restante ficava como posse do
sacerdote, como normalmente acontecia com as Ofertas de Cereais e manjares. (Lev. 5:11-13)

III. OFERTAS DE PURIFICAÇÃO


Essas ofertas deviam ser apresentadas basicamente pelo purificado da lepra e pela mulher após seu período
menstrual ou então como purificação pós-parto.
Por extensão, a mesma deveria ser ofertada por todos aqueles que tivessem contacto com impurezas, isto é,
com tudo aquilo que a Lei considerasse “tamê” = “impuro”.
Elas constituíam-se, segundo esta tabela, no caso do purificado da lepra de:

(1) Uma oferta pela culpa,


(2) Uma oferta pelo pecado
(3) Um holocausto.

89
A razão da oferta pela culpa e da oferta pelo pecado nesse caso é que a doença chamada “tsaraat”
traduzida normalmente como “lepra” era causada pelo que em hebraico se chama de “lashon ha-rá” =
maledicência.
O facto é que tal enfermidade não se assemelha à hanseníase dos dias actuais, visto que não atingia apenas o
ser humano, mas infestava também as roupas e as habitações. (Lev. 14:54-57)
É uma doença misteriosa, sobre a qual não dispomos de muitas informações; entretanto, inferimos do texto
bíblico que a praga era causada por maledicência ou rebeldia e oposição directa a Deus e seus representantes.
Assim foi no caso de Moisés, que se opôs primeiramente à ordem divina de libertar o Seu povo. (Êxo. 4:1-6)
Miriam, que se opôs a Deus indirectamente usando de maledicência contra Moisés, servo de Deus (Núm.
12:2 e 10) e também no caso de Uzias, rei de Judá (II Cró. 26:14-21), que se insurgiu contra os sacerdotes e
queimou ele mesmo o incenso sagrado no santuário.
Assim, o que for a afligido pela doença devia oferecer uma Oferta pela Culpa e uma Oferta pelo Pecado, pois
prejudicou a terceiros e pecou contra Deus.
Já no caso da purificação pós parto e pós menstrual, oferecia-se um holocausto e uma oferta pelo pecado;
Da mesma forma que no caso acima, a presença de uma oferta pelo pecado parece estar em conflito com
uma possível ausência do próprio pecado nos casos de impureza menstrual e pós-parto.
O que poderia ser imputado à mulher como pecado nesses casos visto tratar-se de algo natural?
É aí que entra a interpretação hermenêutica sustentada pelos “Sábios do Talmude”.
No caso da purificação pós-menstrual o pecado estava no contacto físico da mulher com o sangue
ritualmente “tamê” = impuro.
Nos dias que antecedem o seu período, a mulher segundo a Lei está num estado de “kedushá” = santidade,
pronta para receber uma nova vida, uma das mais gloriosas e honradas funções do sexo feminino.
Se no entanto a fecundação não acontece, a “kedushá” = santidade afasta-se da mulher, e a ausência de
santidade equivale, por definição, a impureza ritual.
O resultado dessa saída da santidade do corpo feminino é o fluxo menstrual, que tornava assim, a mulher,
“cultualmente impura” também pelo contacto com o mesmo.
A impureza derivada do termo hebraico “niddá” era tratada como pecado contra Deus, mas mesmo sendo
isso uma forma de “pecado”, não se oferecia nesses casos uma oferta pela culpa visto que se trata de algo natural,
sem interferência do “transgressor”, nesse caso a própria mulher.
A “transgressão” estava no facto de que a fecundação não ocorrera e assim, a mesma deveria ser expiada
pela “Oferta pelo Pecado”.
Noutro caso, a mulher tornava-se “t'meah” = impura pelo contacto com o sangue, mas agora resultante do
parto.
Para o nazireu que se contaminava durante o seu voto, oferecia-se um holocausto e uma oferta pelo pecado.
Também, nesta situação, o pecado parece ausente mas só porque o nosso entendimento do termo nem
sempre é o correcto.
No exemplo fornecido pela Torah, isto é, do contacto de um nazireu com algum morto (uma pessoa que por
acaso morresse junto dele) não podemos ver no nazireu culpa alguma pois não passa de um mero incidente, sem
nenhuma interferência externa do votante.
Mesmo assim, o pecado estava configurado pelo contacto do votante com algo impuro (neste caso, o
cadáver) e a oferta deveria ser apresentada;
Aqui também era apresentada uma oferta pela culpa (Lev. 6:12), pois admitia-se a imprudência do nazireu
em relação às coisas sagradas.
Julga-se que o tipo de contaminação provocada pelo caso descrito em Núm. 6:9 poderia ter sido evitado.
Quando o nazireu cumpria o seu voto sem nenhum incidente como o descrito acima ele deveria apresentar
quatro tipos diferentes de ofertas:

(1) Um holocausto.
(2) Uma oferta pelo pecado.
(3) Uma oferta de cereais.
(4) Uma oferta pacífica.
Entendemos o porquê da ausência de uma oferta pela culpa nesse caso, mas temos aqui uma oferta pelo
pecado, e isto parece estranho.
Não parece se entendermos que, ao deixar de participar das coisas autorizadas pela Lei o nazireu estava
incorrendo também em “pecado”.
Pecar não é apenas fazer o que a Lei proíbe, mas também deixar de fazer o que ela permite e a Lei diz:
Deut. 14:26: “E aquele dinheiro darás por tudo o que desejares, por bois, por ovelhas, por vinho, por bebida
forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; comerás ali perante o Senhor teu Deus, e te regozijarás, tu e a tua
casa”.
90
O que temos acima é um mandamento e ao privar-se voluntariamente do que o mandamento ordenava, o
nazireu incorria em transgressão.
A ordem dada ao nazireu incluía a abstinência de vinho, de bebida forte e do fruto da videira. (Núm. 6:3 e 4)
Sendo assim o nazireu devia apresentar a Oferta pelo Pecado para fazer expiação por ele.

O TABERNÁCULO DE DAVID
"NAQUELE DIA TORNAREI A LEVANTAR O TABERNÁCULO CAÍDO DE DAVI,…”
AMÓS 9:11

Qual foi o tabernáculo de David?


Existiram o tabernáculo de Moisés, o templo de Salomão, o templo de Zorobabel, e o templo de Herodes.
Então, qual é o tabernáculo de David?
Há um episódio que gostaria que víssemos para entender uma revelação anterior à reedificação do templo
por intermédio de Neemias e Esdras.
Tiago diz:
Actos 15:16: “Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de David, que está caído, Levantá-lo-ei das
suas ruínas, E tornarei a edificá-lo”.
Ele não diz:
“Reedificarei o tabernáculo de Moisés, ou o templo de Salomão”.
Diz: “Reedificarei o tabernáculo de David que está caído”. (Amós 9:11)
Neste ponto proponho que leiam I Crónicas Capítulos 15 e 16.
Esdras ao escrever Crónicas fala de um episódio anterior à reedificação do templo.
Quando Josué se estabeleceu na terra prometida, lentamente os israelitas foram perdendo o interesse no
significado da arca do pacto e do tabernáculo de Moisés.

Nos tempos de Samuel, a lâmpada do Senhor apagava-se; já não havia profecia, não havia fé.

I Sam. 3:3: “E estando também Samuel já deitado, antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do
SENHOR, onde estava a arca de Deus,”.
Havia só rituais.
O povo afastou-se da glória do tabernáculo de Moisés.
A arca chegou a ser usada como um amuleto.

I Sam. 4:3: “…Tragamos de Siló a arca da aliança do SENHOR, e venha no meio de nós, para que nos livre da
mão de nossos inimigos”.
91
A decadência era enorme.
A arca foi capturada pelos filisteus.

I Sam. 4:11: “E foi tomada a arca de Deus: e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, morreram”.
Então, aparece David, que é um tipo de Jesus Cristo. (Eze. 37:24 e 25)
Recupera a arca e leva-a para Jerusalém. (II Sam. 6:3 e 16)
Reúne o povo, toma a arca e coloca-a numa tenda.
Devolve dignidade aos levitas, recupera e restaura os instrumentos sagrados. (I Cró. 15:11-14 e 17-24)
O povo com címbalos e trombetas começa a cantar.
No relato de I Crónicas 15, não encontramos átrio nem Lugar Santo.
Existia apenas o Lugar Santíssimo, e havia um só móvel.
Ali estava a presença de Deus.
David invoca a presença de Deus e estende-a ao povo, todo o povo participa e faz-se um sacrifício no qual
todos participam.

I Cró. 16:1-3 “Trouxeram, pois, a arca de Deus, e a puseram no meio da tenda que David lhe tinha armado; e
ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos perante Deus. E, acabando David de oferecer os holocaustos e
sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome do Senhor. E repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a
mulheres, a cada um, um pão, e um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho”.
Sem lugar para dúvidas, a arca representava a presença de Deus, o lugar de revelação, a morada de Deus.
David representa Cristo, que toma, estabelece e põe a arca coberta com cortinas.
A arca é a morada de Deus, é a presença de Deus.
Uma tenda, sem nenhum outro cubículo, sem nenhum outro móvel.
Somente as cortinas, e no meio, a glória de Deus.

O HOLOCAUSTO E OS SACRIFÍCIOS DE PAZ


I Cró. 16:2: “E, acabando David de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome
do SENHOR”.
David ofereceu holocaustos e sacrifícios de paz.
As Ofertas Pacificas eram um sacrifício no qual se procurava agradar a Deus.
Este é o holocausto que apresenta David ali neste tabernáculo que, segundo Tiago, estava caído, e agora
Deus levantou.
Sacrifícios de paz.
Uma parte era para o Senhor, outra parte para o sacerdócio e outra parte para a família que oferecia o
sacrifício de paz.
Todo este ritual aponta para a participação.
Não apenas uma oferta a Deus, mas também, e principalmente, a nossa participação nessa oferta.

I Cró. 15: 3, 25 e 28: “E David convocou a todo o Israel em Jerusalém, para fazer subir a arca do SENHOR ao
seu lugar, que lhe tinha preparado… Sucedeu, pois, que David e os anciãos de Israel, e os capitães dos milhares,
foram, com alegria, para fazer subir a arca da aliança do SENHOR, da casa de Obede-Edom...E todo o Israel fez
subir a arca da aliança do SENHOR, com júbilo, e ao som de buzinas, e de trombetas, e de címbalos, fazendo
ressoar alaúdes e harpas.
Leiamos outros versículos.

I Cró. 15:26 e 27 “E sucedeu que, ajudando Deus os levitas que levavam a arca da aliança do SENHOR,
sacrificaram sete novilhos e sete carneiros. E David ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os
levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias, mestre dos cantores; também David levava sobre si um
éfode de linho,”.
É notória a preocupação de David em restituir toda a dignidade e solenidade devida ao Cerimonial que tinha
caído no esquecimento do povo.
E neste sentido preocupou-se com pormenores de ordem.
A ordem no serviço.
I Cró. 16:4: “E pôs alguns dos levitas por ministros perante a arca do Senhor; isto para recordarem, e
louvarem, e celebrarem ao Senhor Deus de Israel”.
Vemos nesta passagem que David ordenou, cantores que ministravam diferentes dos que levavam a arca da
aliança.

92
E aqui há um ministério de todos os santos que é colectivo, onde todos participam, onde está a arca, há umas
cortinas ao redor, e todos tocam trombetas.
Mas há ordem, porque Deus é Deus de ordem.
Mas todos participam.
A igreja pode ser comparada ao tabernáculo de David que estava caído, o qual Deus quer levantar.
Cristo, representado em David.
A tenda é a igreja, e a arca da aliança, a presença de Deus.
Todo o povo, alegrando-se louvando a Deus.
Cada um ordenadamente mas todos a glorificar o Senhor.

OS TEMPLOS

Tudo que Deus fez com Israel é uma figura, um plano em sombras ou miniaturas, daquilo que fará.

A história de Israel é uma chave para entender o plano de Deus para a humanidade.
A relação de adoração “HOMEM/DEUS” que teve a sua génese em Abel foi retomada no altar de Abraão.

Esta relação cresceu com Moisés, que construiu um tabernáculo para Deus morar com o seu povo e viajar
com eles.
93
David, homem segundo o coração de Deus, compreendendo o desejo do Senhor de amplificar ainda mais seu
plano, quis edificar-Lhe uma casa permanente, o que não lhe foi permitido por Deus, por ser um homem de
guerra. (II Sam. 7:1-16; I Reis 5:3-5 e 8:17; I Cró. 17:1-14 e 22:6-10)

David fez todos os preparativos para a construção do templo:

A. ESCOLHEU E ADQUIRIU O LOCAL:

Podemos extrair uma conclusão, pelo menos em parte, porque foi que Deus disse a David que ele era
um homem segundo o Seu coração.

I Sam. 13:14: “Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para Si um homem
segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o SENHOR, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto
não guardaste o que o SENHOR te ordenou”.

Quando David se estava a preparar para construir o Templo, comprou o que é agora o Monte do Templo
a um homem chamado Araúna.

II Samuel 24:22-25: “Então disse Araúna a David: Tome, e ofereça o rei meu senhor o que bem parecer
aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha. Tudo isto
deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei: O SENHOR teu Deus tome prazer em ti. Porém o rei disse a
Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus
holocaustos que não me custem nada. Assim David comprou a eira e os bois por cinquenta siclos de
prata. E edificou ali David ao SENHOR um altar, e ofereceu holocaustos, e ofertas pacíficas. Assim o
SENHOR se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel”.

Este homem sabia quem era David.

Quando o rei negociou para comprar a sua terra, Araúna queria dá-la, assim como os animais para fazer
ofertas a Deus, mas David rejeitou a oferta.

I Crónicas 21:24 e 25: “E disse o rei David a Ornã: Não, antes, pelo seu valor, a quero comprar; porque
não tomarei o que é teu, para o SENHOR, para que não ofereça holocausto sem custo. E David deu a
Ornã, por aquele lugar, o peso de seiscentos siclos de ouro.

Daí vem um princípio.

David disse:

“Eu não farei oferta a Deus que não me custe nada.”

Não há sacrifício sem que, demos algo de nós próprios.

B. RECEBEU O MODELO DE DEUS.

I Cró. 28:11- 19: “E deu David a Salomão, seu filho, a planta do alpendre com as suas casas, e as suas
tesourarias, e os seus cenáculos, e as suas recâmaras interiores, como também da casa do
propiciatório. E também a planta de tudo quanto tinha em mente, a saber: dos átrios da casa do
SENHOR, e de todas as câmaras ao redor, para os tesouros da casa de Deus, e para os tesouros das
coisas sagradas; E para as turmas dos sacerdotes, e para os levitas, e para toda a obra do ministério da
casa do SENHOR, e para todos os utensílios do ministério da casa do SENHOR. E deu ouro, segundo o
peso do ouro, para todos os utensílios de cada ministério; também a prata, por peso, para todos os
utensílios de prata, para todos os utensílios de cada ministério. E o peso para os castiçais de ouro, e
suas candeias de ouro segundo o peso de cada castiçal e as suas candeias; também para os castiçais de
prata, segundo o peso do castiçal e as suas candeias, segundo o uso de cada castiçal. Também deu o
ouro por peso para as mesas da proposição, para cada mesa; como também a prata para as mesas de

94
prata. E ouro puro para os garfos, e para as bacias, e para os jarros, e para as taças de ouro, para cada
taça seu peso; como também para as taças de prata, para cada taça seu peso. E para o altar do
incenso, ouro purificado, por seu peso; como também o ouro para o modelo do carro, a saber, dos
querubins, que haviam de estender as asas, e cobrir a arca da aliança do SENHOR. Tudo isto, disse
David, fez-me entender o SENHOR, por escrito da sua mão, a saber, todas as obras desta planta”.

C. REUNIU OS MATERIAIS E DEU O PROJECTO AO SEU FILHO SALOMÃO.

Ele juntou 100.000 talentos de ouro, 1.000.000 de talentos de prata, e cobre e ferro em grande
quantidade, além de contribuir com 3.000 talentos de ouro e 7.000 talentos de prata, da sua fortuna
pessoal.

Recebeu também como contribuições dos príncipes, ouro no valor de 5.000 talentos, 10.000 dracmas e
prata no valor de 10.000 talentos, bem como muito ferro e cobre.

I Cró. 22:14: “Eis que na minha aflição preparei para a casa do SENHOR cem mil talentos de ouro, e um
milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro que não se pesou, porque era em abundância;
também madeira e pedras preparei, e tu suprirás o que faltar”.

I Cró. 29:3-7: “E ainda, porque tenho afecto à casa de meu Deus, o ouro e prata particular que tenho eu
dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário: Três mil
talentos de ouro de Ofir; e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas. Ouro
para os objectos de ouro, e prata para os de prata; e para toda a obra de mão dos artífices. Quem, pois,
está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao SENHOR? Então os chefes dos
pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães de mil e de cem, até os chefes da obra do rei,
voluntariamente contribuíram. E deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez
mil dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro”.

Salomão não chegou a gastar a totalidade desta quantia na construção do templo, depositanto o excedente
no tesouro do templo.

I Reis 7:51: “Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a casa do Senhor; então trouxe Salomão
as coisas que seu pai David havia consagrado; a prata, e o ouro, e os objectos pôs entre os tesouros da casa do
Senhor”.

II Cró. 5:1: “Assim se acabou toda a obra que Salomão fez para a casa do SENHOR; então trouxe Salomão as
coisas que seu pai David havia consagrado, a prata, o ouro e todos os objectos, e pô-los entre os tesouros da casa
de Deus”.

O templo significa a casa onde Deus vai habitar definitivamente no fim dos tempos, mas também representa
o lugar onde o Senhor já habita, o templo que não foi feito por mãos humanas, que somos nós.

II Cor. 6:16-7:1: “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus
vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo . Por
isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E Eu vos receberei; E eu serei para
vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso. ORA, amados, pois que temos tais
promessas, purifiquemo-nos de toda a imundície da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de
Deus”.

I Cor. 3:16 e 17: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém
destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.

95
O TEMPLO DE SALOMÃO

Logo que Israel tomou posse da terra de Canaã, deixou de fazer sentido que tudo o que atrás vimos, e de
uma forma particular a arca da aliança permanecessem numa tenda.

A arca, tinha sido usada pelos israelitas como uma espécie de “amuleto”, que levaram consigo quando
lutaram contra os filisteus, sob a liderança do rei Saul, e do seu filho Jónatas.

Os israelitas perderam esta batalha e a arca foi capturada pelos filisteus.

I Sam. 4:10 e 11Então pelejaram os filisteus, e Israel foi ferido, fugindo cada um para a sua tenda; e foi tão
grande o estrago, que caíram de Israel trinta mil homens de pé. E foi tomada a arca de Deus: e os dois filhos de Eli,
Hofni e Fineias, morreram.

Depois de repetidas dificuldades directamente relacionadas com a arca, os filisteus devolveram-na a Israel.

96
I Sam. 5:11: “E enviaram, e congregaram a todos os príncipes dos filisteus, e disseram: Enviai a arca do Deus
de Israel, e torne para o seu lugar, para que não mate nem a nós nem ao nosso povo. Porque havia mortal vexame
em toda a cidade, e a mão de Deus muito se agravara ali”.

O retorno da arca e o facto de David residir numa casa sumptuosa parecem ter posto no seu coração o
propósito de construir um lugar diferente para guardar a arca:

I Cró. 17:1: “Sucedeu que, habitando David em sua própria casa, disse ao profeta Natã: Eis que moro em casa
de cedro, mas a arca da aliança do Senhor se acha numa tenda”.

Natã, aparentemente sem consultar Deus, encorajou David a construir um templo.

No entanto, Deus tinha planos diferentes, pois David era um homem de guerra e derramara muito sangue.

Deus de facto permitiria a construção de um templo, mas seria construído por Salomão, filho de David, um
homem de paz.

I Sam. 7:12 e 13: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar
depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este
edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o trono do seu reino para sempre”.

Enquanto David queria construir uma casa para Deus, Deus prometeu dar-lhe a ele uma casa. (I Cró. 17:10)

Portanto, é neste contexto do pedido de David para a construção do templo que Deus proclama o que se
tornou conhecido como a “Aliança Davídica”, a promessa de que o descendente de David governaria para sempre,
sendo desta forma óbvia a referência ao Messias de Israel como “Filho de David”.

Luc. 1:32: “Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de David,
seu pai”.

Tal como a vitória de Deus sobre os egípcios, as vitórias militares de David contra as nações hostis ao redor
forneceram muitos dos materiais necessários à construção do templo. (I Cró. Cap. 18-21)

Apesar de não ter sido permitido a David construir o templo, ele fez extensos preparativos para isso.

No capítulo 22 de I Crónicas David começou a reunir os materiais necessários para o templo.

As instruções referentes à construção do templo foram dadas a Salomão.

O povo foi encorajado a ajudar neste projecto.

Também foi designado quem ministraria no templo. (Capítulos 24-26)

Os planos que David deu a Salomão foram inspirados por Deus e desta forma divinamente providenciados,
como o foram os planos para o tabernáculo.

I Cró. 28:11,12 e 19: “E deu David a Salomão, seu filho, a planta do alpendre com as suas casas, e as suas
tesourarias, e os seus cenáculos, e as suas recâmaras interiores, como também da casa do propiciatório . E também
a planta de tudo quanto tinha em mente, a saber: dos átrios da casa do SENHOR, e de todas as câmaras ao redor,
para os tesouros da casa de Deus, e para os tesouros das coisas sagradas; Tudo isto, disse David, fez-me entender
o SENHOR, por escrito da sua mão, a saber, todas as obras desta planta”.

David generosamente cedeu os materiais necessários à construção do templo, como o povo o fez quando foi
solicitado. (I Cró. 29:1-9)

97
Para celebrar, foram oferecidos sacrifícios e todo o povo comeu e bebeu na presença de Deus (I Cró. 29:21 e
22) de modo a recordar a ratificação da aliança Mosaica. (Êxo. 24:5-11)

Salomão reinou sobre Israel (II Cró. 1) após a morte de David (I Cró. 29:28) e construiu o templo. (II Cró. 2-4)

Era elegante em material e mão-de-obra, exactamente como o foi o tabernáculo. (II Cró. 2:7; 3:8-17, etc.)

Quando ficou pronto a nação foi congregada e a arca trazida para dentro do templo. (II Cró. 5:2-10)

Como no tabernáculo (Êxo. 40:34 e ss), uma nuvem desceu sobre o templo e a glória de Deus encheu o lugar.

II Cró. 5:11-14: “E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário (porque todos os sacerdotes, que ali se acharam,
se santificaram, sem respeitarem as suas turmas, e os levitas, que eram cantores, todos eles, de Asafe, de Hemã,
de Jedutum, de seus filhos e de seus irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, com saltérios e com harpas,
estavam em pé para o oriente do altar; e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas). E
aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir uma só voz,
bendizendo e louvando ao SENHOR; e levantando eles a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos
musicais, e louvando ao SENHOR, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre, então a
casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do SENHOR; E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para
ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus.

O templo foi dedicado, e Israel foi instruído sobre o propósito do lugar, superior entre todos aqueles que
deviam ser um lugar de oração. (II Crónicas Cap.6)

Assim que Salomão acabou de falar, Deus falou ao povo, prometendo bênçãos e maldições, dependendo da
fidelidade de Israel à aliança que Deus fizera com eles.

Se Israel não fosse fiel à aliança, o templo seria destruído, e o povo disperso.

No entanto, se o povo se arrependesse e orasse, Deus os ouviria e os restauraria.

II Cró. 7:12-22: “E o SENHOR apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e escolhi para mim
este lugar para casa de sacrifício. Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que
consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à
oração deste lugar. Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente;
e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. E, quanto a ti, se andares diante de mim, como
andou David teu pai, e fizeres conforme a tudo o que te ordenei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos,
também confirmarei o trono do teu reino, conforme a aliança que fiz com David, teu pai, dizendo: Não te faltará
sucessor que domine em Israel. Porém se vós vos desviardes, e deixardes os meus estatutos, e os meus
mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e vos prostrardes a eles, então os
arrancarei da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha presença esta casa que consagrei ao meu nome, e farei
com que seja por provérbio e motejo entre todos os povos. E desta casa, que é tão exaltada, qualquer que passar
por ela se espantará e dirá: Por que fez o SENHOR assim com esta terra e com esta casa? E dirão: Porque deixaram
ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirou da terra do Egipto, e se deram a outros deuses, e se prostraram a eles, e
os serviram; por isso ele trouxe sobre eles todo este mal.

A história de Israel confirma a veracidade das palavras de Deus.

O povo não foi fiel a Deus e eles foram levados cativos para Babilónia e o Templo deixado em ruínas.

98
MAPA DO SUL DO LEVANTE EM 830 A.C.

LEGENDA

██ REINO DE JUDÁ
██ REINO DE ISRAEL
██ CIDADES ESTADO FILISTEIAS
██ FENÍCIA
██ REINO DE AMÓN
██ REINO DE EDOM
██ REINO DE DAMASCO
██ TRIBOS ARAMEIAS
██ IMPÉRIO ASSÍRIO
██ REINO DE MOABE
██ TRIBOS ARUBU
██ TRIBOS NABUTU

O REINO DIVIDIDO

Neste ponto do estudo, tendo em vista perceber a evolução dos locais de adoração do povo de Israel,
permito-me chamar a atenção do leitor para os mapas abaixo.

99
No mapa da esquerda encontramos de uma forma simples a disposição das tribos, após a sua instalação em
Canaã.

Neste mapa é claramente visível uma faixa de terreno entre o Mediterrâneo e a tribo de Judá que escapava
ao controle desta tribo.

Uma tira semelhante em dimensão existe hoje no mesmo local, ligeiramente mais a Sul, que é nem mais nem
menos do que a “Faixa de Gaza” infelizmente famosa pelos conflitos permanentes em que se encontra.

MAPA A MAPA B

OBS.:

O REINO DO NORTE ENCONTRA-SE DEBRUADO A CASTANHO MEL E O REINO DO SUL ESTÁ LIMITADO A VERDE. O PONTEADO PRETO REPRESENTA OS
LIMITES ACTUAIS DE ISRAEL.

A DIVISÃO

Até a morte do rei Salomão, existia um só Reino, O Reino de Israel Unido.

Após a sua morte, houve contenda entre o seu filho Roboão, (I Reis 11:43) e Jeroboão filho de Nebate (I Reis
11:26) e o Reino dividiu-se.

Jeroboão e todo o povo de Israel vieram até Roboão, pedindo-lhe que aliviasse o jugo da dura servidão à qual
o Salomão submetia o povo. (I Reis 12:4)

Roboão pediu conselho aos anciãos, que o aconselharam:

I Reis 12:7: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe falares boas palavras, todos os
dias serão teus servos.

Roboão recusou este conselho e foi em busca do conselho dos jovens com quem tinha crescido. (I Reis 12:8)

Os jovens aconselharam-no a responder ao povo:

100
I Reis 12:11: Se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo; meu pai vos
castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.

A ameaça de Roboão no referente ao trabalho dobrado causou uma rebelião em 10 tribos causando assim a
divisão do Reino.

Assim se desligaram os israelitas da casa de David até ao dia de hoje. (I Reis 12:19)

A Sul, tendo como rei Roboão, formou-se o reino de Judá, do qual Jerusalém era o centro político e religioso.

Este reino era formado pelas tribos de Judá e Benjamim a quem se juntaram todos os levitas e sacerdotes,
bem assim como todos aqueles que sendo de outras tribos “de coração resolveram buscar ao Senhor”. (II Cró.
11:16)

A Norte, o reino que manteve o nome de Israel e que tinha como cidade principal Samaria era formado pelas
restantes dez tribos e aí reinava Jeroboão.

Observando o Mapa B podemos apreciar não só a disposição das tribos após a entrada em Canaã, cada uma
numa cor diferente, bem como os limites do que viriam a ser os reinos do Norte e do Sul, respectivamente, Israel e
Judá, dado o cisma ocorrido após a morte de Salomão. (I Reis 12: 1-24; II Cró. 10. 1-15)

O Reino Dividido prolongou-se entre 933-587 A.C.

O EXÍLIO

EXÍLIO EM BABILÓNIA, CATIVEIRO EM BABILÓNIA ou EXÍLIO BABILÓNICO são os nomes geralmente usados para
designar a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo Reino de Judá para a Babilónia por Nabucodonosor
II.

Este período histórico foi marcado pela actividade dos profetas Jeremias, Ezequiel e Daniel.

A primeira deportação teve início em 598 a.C..

Jerusalém foi sitiada e o jovem Joaquim, Rei de Judá, rendeu-se voluntariamente.

O Templo de Jerusalém foi parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais, militares e
artífices, inclusive o Rei, foram levados para o Exílio na Babilónia.

101
Zedequias, tio do Rei Jeoaquim, foi nomeado por Nabucodonosor II como “rei vassalo”.

Precisamente 11 anos depois, como resultado de uma nova revolta no Reino de Judá, ocorreu a segunda
deportação em 587 a.C. e a consequente:

Destruição de Jerusalém e do seu Templo.

Governando os poucos judeus remanescentes na terra de Judá, os mais pobres, ficou Gedalias nomeado por
Nabucodonosor II.

Dois meses depois, Gedalias foi assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem para o Egipto com
medo de represálias, deixando o ex-Reino de Judá efectivamente sem habitantes e as suas cidades em ruínas.

É certo que o período de cativeiro “na Babilónia"” terminou no primeiro ano de reinado de Ciro II (538-537
a.C.) após a conquista pelos persas de Babilónia (539 a.C.).

Em consequência do Decreto de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à terra de Judá, em
particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo.

Quando o povo judeu, os israelitas, regressaram à terra de Judá, encontraram uma mescla de povos, os
samaritanos, que praticavam uma religião com alguns pontos comuns com a religião do Antigo Israel.

As hostilidades cresceram entre os judeus que regressavam e os samaritanos, uma divisão religiosa que ainda
hoje permanece.

O “Cativeiro Babilónico” e o regresso do povo judeu à terra de Judá foram entendidos como um dos grandes
actos centrais no drama da relação entre o Deus de Israel e o Seu povo arrependido.

O caso do Reino de Judá foi muito diferente do destino das 10 Tribos que formavam o Reino de Israel
Setentrional.

Tal como o Antigo Israel tinha sido liberto da escravatura no Antigo Egipto, agora os judeus estavam a ser
punidos por Deus usando o Império Neo-babilónico mas, mais uma vez, libertos.

Esta experiência colectiva teve efeitos muito importantes na sua religião e cultura.

Marca o surgimento da leitura e estudo da Torah nas sinagogas locais na vida religiosa dos judeus dispersos
pelo mundo.

A. C HISTÓRICO
587 A 586 HABITANTES DE JUDÁ LEVADOS PARA A BABILÓNIA
539 INÍCIO DO DOMÍNIO PERSA
538 CIRO, IMPERADOR DA PÉRSIA, ORDENA A VOLTA DOS JUDEUS
520 INÍCIO DA RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
445 A 443 RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS DE JERUSALÉM

OS MEUS OLHOS PROCURARÃO OS FIÉIS DA TERRA, PARA QUE ESTEJAM COMIGO; O QUE ANDA NUM CAMINHO RETO, ESSE ME
SERVIRÁ.
SALMO 101.6

102
A DIÁSPORA

O Cativeiro da Babilónia acabou em 539 a.C., quando Ciro, imperador persa conquistou a Babilónia libertou
os judeus, que retornaram à Palestina e reconstruíram o templo de Jerusalém, anteriormente destruído por
Nabucodonosor.

Em 332 a.C. os persas foram derrotados por Alexandre, o Grande, e os macedónios e gregos passaram a
dominar a Palestina, seguindo-se o domínio romano, a partir de 63 a.C..

Após a contenção da revolta judaica iniciada em meados da década de 60 d.C., e a destruição de Jerusalém
em 70 d.C., os judeus dispersaram-se pelo mundo tendo assim início a Diáspora Judaica.

Deus usou o profeta Ezequiel, para falar ao “VALE DE OSSOS SECOS”, pois Ele Deus, ia restaurar Israel e Judá e
uni-los novamente, após o cativeiro.

Eze. 37:19-23: “Tu lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei a vara de José, que esteve na mão
de Efraim, e as das tribos de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e
elas se farão uma só na minha mão. E os pedaços de madeira sobre que houveres escrito estarão na tua mão,
perante os olhos deles. Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as
nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação
na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o
futuro se dividirão em dois reinos. E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas
abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e
os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus”.

O período da desolação tinha começado em 605 a.C., quando os vasos foram tomados do Templo, mas os
sábados foram religiosamente guardados durante os 70 anos do cativeiro. (II Cró. 36:21)

Não é irónico que um povo que foi constantemente dado à idolatria enquanto esteve no cativeiro guardasse
os sábados apesar da região se encontrar desolada e Judá a viver em escravidão?

Em 538 a.C., Deus moveu-se sobre o coração de Ciro, rei da Pérsia, que redigiu um decreto que restabeleceu
o sacerdócio dando assim início a um movimento para reconstruir o Templo.

Em 536 a.C., a reconstrução do Templo foi de facto iniciada tendo Zorobabel liderado a obra e Jesuá actuado
como Sumo-sacerdote.

Em Esdras 3:3-8, encontramos o relato do início da reconstrução do Templo.

Pouco tempo depois Ciro morreu e os adversários de Judá na região escreveram ao rei Artaxerxes e
conseguiram fazer parar a reconstrução do templo.

103
Sem dúvida, pensavam que haviam conquistado uma grande vitória, mas Deus tinha um propósito e os Seus
propósitos não podem ser frustrados pelas Suas criaturas.

Por volta de 520 a.C., Deus enviou Ageu e Zacarias para profetizar contra Judá por permitir que tivesse
parado a construção.

Leia com atenção Ageu 1:1-15.

Nesse momento, eles escreveram uma carta ao rei da Pérsia, relembrando-lhe o decreto de Ciro.

Assim, o trabalho não apenas foi retomado, mas mais dinheiro foi fornecido e mais homens foram enviados
para ajudar. (Esdras 5:1-6:22)

Foi por volta de 458 a.C., que Esdras, o escriba, partiu para Jerusalém (Esdras 7:1-6) e, muitos outros foram
com ele.

Quando Esdras chegou a Jerusalém, encontrou casamentos da “Linhagem Santa com o povo dessas terras”.
(Esdras 9:2)

Tinham-se passado menos de 60 anos desde que os primeiros homens de Judá tinham retornado para
reconstruir Jerusalém, com seu templo e muralhas, e através de casamentos mistos, até dos príncipes e sacerdotes
estando desta forma em marcha, mais uma tentativa do Diabo contra a aliança de Deus e a Linhagem Santa.

Esdras tornou-se no instrumento de Deus para a reforma espiritual.

Os livros de Esdras e Neemias descrevem o retorno do cativeiro do remanescente fiel à terra de Canaã, onde
reconstruíram o templo e a cidade de Jerusalém, guiados e encorajados pelos profetas menores Ageu, Zacarias e
Malaquias.

O TEMPLO DE ZOROBABEL

Não há muita informação sobre este templo, se compararmos com a informação minuciosa e detalhada
disponível sobre o de Salomão.

O povo tornara-se idólatra e totalmente iníquo, e o Senhor rejeitara-os.

O reino de Israel, formado por 10 das 12 tribos, fora subjugado pela Assíria por volta de 721 a. C. e, cem anos
depois, a Babilónia conquistou o reino de Judá.

104
Durante 70 anos, o povo de Judá, que passou a ser chamado “POVO JUDEU”, permaneceu na servidão,
exactamente como fora predito. (Jer. 25:11 e 12 e 29:10)

Com o regresso da primeira leva de cativos, de Babilónia, os JUDEUS começaram então a reconstrução do que
era o templo de Salomão.

Na época o “governador” era Zorobabel e Josué, Sumo-sacerdote, um “líder” extremamente importantes


neste contexto específico.

Durante o reinado favorável de Ciro (Esdras 1 e 2) e de Dario (Esdras 6) os judeus receberam permissão para
voltarem a Jerusalém e tornar a edificar um templo de acordo com as suas crenças.

Em homenagem ao director da obra, o templo restaurado ficou históricamente conhecido como o Templo de
Zorobabel.

Os alicerces foram colocados numa cerimónia solene e, as pessoas mais velhas que sobreviveram e que se
lembravam do antigo templo choraram de tristeza, enquanto que os mais novos que nunca tinham tido um templo
para adorar o faziam de alegria.

Esdras 3:12 e 13: “Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já idosos, que viram a primeira
casa, choraram em altas vozes quando à sua vista foram lançados os fundamentos desta casa; mas muitos
levantaram as vozes com júbilo e com alegria. De maneira que não discernia o povo as vozes do júbilo de alegria
das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com tão altas vozes, que o som se ouvia de muito longe”.

Já tinham restaurado o altar, porém a obra no templo estava a tornar-se lenta.

Os profetas suscitados por Deus foram Ageu e Zacarias, que incentivaram o povo à reconstrução do templo,
lembrando-os inclusivamente da existência de cartas do Rei Ciro que autorizavam a reconstrução.

Embora tivessem começado com carinho e presteza, acomodaram-se por causa das dificuldades e o trabalho
ficou paralisado.

Os samaritanos, que já tinham conseguido “embargar” a obra fazendo-a ficar parada mais de 15 anos
conseguiram que os judeus ficassem acomodados e desanimados.

Outro motivo de desânimo deve-se ao facto de este templo ser inferior ao de Salomão.

Ageu encorajou-os com a mensagem de Deus, de que a glória deste templo ultrapassaria a do anterior.

Ageu 2:9: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste
lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos”.

A parte mais importante do Santuário é a presença de Deus.

Aproximadamente 500 anos mais tarde, Jesus Cristo caminharia pelos átrios deste Templo.

Deus questionou o povo como podiam viver com tanto luxo, enquanto a sua casa estava em ruínas. (Ageu 1:4)

O templo era o símbolo do relacionamento entre Judá e o Senhor, mas ainda não passava de ruínas.

Em vez de terminarem a obra, o povo empregava o seu tempo a embelezar as suas próprias casas, porém,
quanto mais trabalhavam para si mesmos, menos tinham, porque ignoravam a sua vida espiritual.

O seu trabalho não era produtivo, não era frutífero e suas posses materiais não eram satisfatórias.

105
Ageu 1:9-11: “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa,
eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o SENHOR dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está
deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa. Por isso retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra
detém os seus frutos. E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre
o azeite, e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, e sobre o gado, e sobre todo o trabalho das
mãos.

O problema de Judá era as suas prioridades.

O povo só começou a reconstrução 23 dias após Ageu ter anunciado a mensagem divina.

Ageu 1:1, 14 e 15: “No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do
SENHOR, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e a Josué, filho de
Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:… E o SENHOR suscitou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador
de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito de todo o restante do povo, e eles
vieram, e fizeram a obra na casa do SENHOR dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês, no
segundo ano do rei Dario”.

Não constam nenhumas informações sobre as suas medidas, contudo, tudo indica ser inferior ao templo de
Salomão, pois que cidadãos diziam ao terminar a construção que seria como “nada” pois foi a expressão usada na
época.

Ageu 2:3 e 4: “Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que
estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos? Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-
te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai;
porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos”.

Recolocaram os fundamentos do templo e imediatamente Deus voltou a abençoá-los.

Ele não esperou que o projecto ficasse totalmente concluído.

O Senhor frequentemente envia o seu encorajamento e aprovação assim que damos os primeiros passos no
caminho da obediência.

Deus concluiu sua mensagem a Zorobabel com a tremenda afirmação:

“Porque te escolhi”.

Ageu 2:23: “Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel,
diz o SENHOR, e far-te-ei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o SENHOR dos Exércitos”.

A mensagem tinha o objectivo de ensinar ao povo as suas verdadeiras prioridades.

Deus sempre quis estar com seu povo.

A despeito das formalidades legais (Esdras 4:4–24) e outros obstáculos, o trabalho continuou e depois de
voltarem do cativeiro, os judeus tinham o templo pronto para a dedicação.

O Templo de Zorobabel foi terminado, exactamente no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado
de Dario.

A cerimónia dedicatória foi realizada em seguida. (Esdras 6:15–22)

É verdade que, no que se refere à riqueza do acabamento e da mobília, este templo era bem inferior ao
Templo de Salomão, mas era o melhor que o povo podia construir e o Senhor aceitou-o como a oferta que
simbolizava o amor e devoção de Seus filhos.

106
O facto de que profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias ministraram entre as paredes deste templo é prova
da aceitação divina.

O TEMPLO DE HERODES

O profeta Ezequiel falou do templo no tempo futuro, da promessa do retorno da nação de Israel à terra de
Canaã e da sua restauração espiritual.

Todos estes aspectos são enfatizados com a descrição de um templo milenar que é considerado e descrito
em detalhes por Ezequiel, cuja leitura se recomenda vivamente. (Capítulos 40 a 48)

Em 168 a.C. Antíoco Epifanes IV saqueia e profana o Templo de Jerusalém, manda suspender os sacrifícios
quotidianos, oferece carne de porco sobre o Altar e proíbe o culto a Jeová.
Em 165 a.C. Judas Macabeu – ‫ הודה המכבי‬ou Yehudah HaMakabi, terceiro filho do Sacerdote Judeu Matatias,
judeu ortodoxo, intenta restaurar e purificar o Templo de Jerusalém, em defesa do nacionalismo judaico, por
oposição aos costumes helenizantes trazidos da Grécia.
Um Édito tinha sido publicado impondo os rituais religiosos helénicos aos Judeus em Jerusalém, sob pena de
morte.
Então Matatias recusou publicamente e deu início a uma revolta.
Fugiu para o deserto levando consigo outros combatentes, que acabariam por conseguir expelir os invasores
helenistas.

Cerca de 16 anos antes do nascimento de Cristo, Herodes I, o rei da Judeia, começou a reconstrução do
Templo de Zorobabel, que estava deteriorado e, de modo geral, em ruínas.

Ele estava de pé há cinco séculos e, sem dúvida, grande parte dele tinha sido destruída pelo tempo.

Herodes o grande assume o projecto de restauração na metade do seu reinado, tornando o templo o seu
maior projecto arquitectónico.

Os dois compartimentos foram concluídos em 18 meses, e mais oito anos foram necessários para a restante
construção, embora o processo de acabamento tenha durado na sua totalidade 48 anos. (João 2:20)

107
A TRADIÇÃO JUDAICA DIZ QUE ELA FOI ESCONDIDA POR HOMENS SANTOS ANTES DE A CIDADE SER SAQUEADA.

Herodes mandou construir um hipódromo, duas torres em homenagem à sua esposa e a dois filhos que
mandara matar, um teatro, muralhas, o seu palácio e várias outras grandes obras.

O interesse de Herodes por arquitectura era, na verdade, apenas para conquistar a simpatia dos judeus,
através da reedificação do Templo.

Nos dias de Jesus Cristo este Templo tinha a seguinte distribuição:

Havia um pátio dos gentios de onde os mesmos não podiam passar.

De seguida chegava-se ao pátio das mulheres por uma porta chamada “FORMOSA”.

Logo após estava uma porta imensa e muito pesada, que requeria muitos homens para abri-la, chamada
porta “NICANOR” a qual dava acesso ao pátio dos israelitas, lugar para reunião dos judeus que participavam no
culto.

Existia ainda, outro pátio exclusivo para sacerdotes, e era neste lugar que se encontravam a pia de bronze,
que era uma imensa vasilha de água e o altar de sacrifícios.

Cruzando-o estava a “CASA DE DEUS”, o que para nós seria o templo propriamente dito, dividido em dois
compartimentos:

O “LUGAR SANTO”, era onde estavam os sacerdotes que ministravam o ofício do culto diário, o candelabro de
sete braços, a mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.

Finalmente chegava-se ao lugar mais santo, o “LUGAR SANTÍSSIMO”, lugar da “ARCA DA ALIANÇA”.

Um detalhe importante é que nem o Templo de Zorobabel nem o Templo de Herodes continham a arca da
aliança, onde estavam as “TÁBUAS DA LEI” em pedra.

A arca desapareceu da face da terra logo após a destruição do Templo de Salomão pelos babilónicos em 586
a.C.

Muitos acontecimentos da vida terrena do Salvador estão ligados ao Templo de Herodes.

As escrituras deixam claro que ainda que Ele Se opusesse aos fins vis e comerciais a que o templo tinha sido
votado, ainda assim, Cristo reconhecia a santidade dos recintos do templo.

O Templo de Herodes era um prédio sagrado, fosse qual fosse o nome que lhe dessem, para O Salvador, era
a casa do Senhor.

Depois, com o epílogo tristonho da grande tragédia do Calvário, quando, da cruz suou o agonizante brado de:

“está consumado”, o véu do Templo rasgou-se exactamente nesse momento e, no lugar mais santo, o que antes
era o “Santo dos Santos” apenas acessível ao Sumo-sacerdote, ficou a descoberto.

O Templo de Herodes foi o último Templo edificado no hemisfério oriental na antiguidade.

108
A DESTRUIÇÃO DO TEMPLO DE HERODES

O INÍCIO DO CERCO DE CÉSTIO:

“Céstio, querendo aproveitar a confusão, marchou contra os revoltosos, pô-los em fuga e perseguiu-os até
Jerusalém.

Acampou-se a sete estádios da cidade, num lugar chamado Escopo.

Lá ficou três dias sem atacar, na esperança de que, durante esse tempo, eles voltassem ao dever e
contentou-se em mandar os seus soldados buscar trigo às aldeias vizinhas.

No quarto dia, que era o dia treze de Outubro, marchou, em boa ordem contra a cidade, com todo o seu
exército, e os judeus ficaram tão surpreendidos e tão atónitos com a disciplina dos romanos, que abandonaram a
cidade e se refugiaram no templo.

Céstio, depois de ter atravessado Beseta, Scenópolis e o mercado, a que chamam o mercado dos materiais, e
tê-lo incendiado, aquartelou na parte alta da cidade, perto do palácio real; se tivesse então feito o assalto ter-se-ia
apoderado de Jerusalém e teria posto fim à guerra. ...”

“... No sexto dia, Céstio, com um grande número de tropas escolhidas e de soldados que atiravam flechas,
atacou o templo do lado do norte.

Os judeus lançaram-lhes dardos do alto dos pórticos e obrigaram-nos diversas vezes a recuar. ...”

(FLÁVIO JOSEFO: HISTÓRIA DOS HEBREUS – 2ª PARTE - GUERRA DOS JUDEUS CONTRA OS ROMANOS. LIVRO SEGUNDO, CAPÍTULO 39, PÁG. 220)

O FINAL DO CERCO DE CÉSTIO:

“...aconteceu no oitavo dia de Novembro do décimo segundo ano do reinado de Nero”

(IDEM: CAPÍTULO 40, 221, PÁG. 579)

O CERCO DE TITO À CIDADE DE JERUSALÉM E AO TEMPLO:

“... Começaram por incendiar aquela parte da galeria que unia a fortaleza Antónia ...”

(IDEM: LIVRO SEXTO, CAPÍTULO 16, 452, PÁG. 674)

“Dois dias depois de, vinte e quatro de Julho, os romanos incendiaram a mesma galeria. ...”

(IBIDEM: 453, PÁG. 674)

109
“Quando Tito se retirou para a torre Antónia, resolveu atacar no dia seguinte pela manhã, dez de Agosto, o
templo, com todo o seu exército...”

(IDEM: LIVRO SEXTO, CAPÍTULO 26, 465, PÁG. 678)  

“... Não poderíamos porém deixar de ficar assaz admirados de que a destruição desse incomparável templo,
tivesse acontecido no mesmo mês e no mesmo dia em que os babilónicos outrora o haviam também incendiado.

Esse segundo incêndio aconteceu no segundo ano do reinado de Vespasiano, mil cento e trinta e sete anos,
sete meses e quinze dias depois que o rei Salomão o tinha construído pela primeira vez; seiscentos e trinta e nove
anos, quarenta e cinco dias depois que Ageu o tinha feito restaurar, no segundo ano do reinado de Ciro.”

(IBIDEM: LIVRO SEXTO, CAPÍTULO 27, PÁG.470) – (IBIDEM: PÁG. 679)

Segundo o profeta Jeremias, a data é a seguinte:

Jer. 52:12 e 13: “No décimo dia do quinto mês, do ano décimo nono de Nabucodonosor, rei da Babilónia,
Nebuzaradã, o chefe da guarda e servidor do rei da Babilónia, veio a Jerusalém. E queimou a Casa do SENHOR e a
casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém; também entregou às chamas todos os edifícios
importantes”.

Esse quinto mês, de acordo com o Calendário Religioso, porque diz respeito ao Santuário, corresponde aos
meses de Julho/Agosto, o mês de Abe, que tem 30 dias.

Portanto, desde o dia treze de Outubro, quando Céstio, “governador da Síria”, e todo o seu exército,
marcharam contra Jerusalém, no ano 66 A.D., o décimo segundo ano de Nero, até ao incêndio do Templo de
Jerusalém, no décimo dia do quinto mês, que corresponde ao dia 10 do mês de Agosto, no ano 70 A.D., no
segundo ano do reinado de Vespasiano, temos exactamente três anos nove meses e vinte e sete dias (1.377
dias).

Se contarmos a partir do dia oito de Novembro do ano 66 A.D., o final do cerco de Céstio, até o décimo dia
do quinto mês do ano 70 A.D., teremos três anos nove meses e dois dias (1.352 dias).

No ano 70 foi quebrada a existência político-nacional do povo judaico.

A terra de Israel ficou deserta.

Jerusalém em ruínas e o templo um monte de cinzas.

A luz desaparecera da Cidade Santa.


110
Roma tinha decidido alcançar a vitória completa.

Os poucos judeus que restaram do terrível holocausto deviam ser privados de qualquer possibilidade de se
reunirem novamente.

O povo judeu devia ser exterminado.

Nenhuma força da terra teria conseguido salvar qualquer outro povo do extermínio, se tivesse tido a sorte do
povo judeu: sem território, sem um centro nacional, sem um ideal a alimentar, sem um fim a conseguir, o que
ficou para impedir aos poucos sobreviventes de se misturarem com os dominadores, os romanos, como fizeram
todos os outros povos daquela época.

Temos, porém, uma máxima profética, cuja verdade está demonstrada pela experiência de muitas gerações:

“Porque a casa de Israel não é como a de outros povos”.

Todas as leis, físicas e psicológicas, estabelecidas no estudo da História Universal nem sempre resistem à
crítica, quando aplicadas à História de Israel.

O organismo político judeu jazia em prostração; o sangue vital escorria, porém, de suas feridas.

A alma, no entanto, o espírito judeu, salvou-se antes que o corpo tivesse expirado.

A vida e a prosperidade ulterior salvaram-se e conservaram-se antes que o golpe fatal o tivesse prostrado
para sempre.

O que se deu, todos sabem.

Em Jerusalém, na cidade sitiada, havia um pequeno grupo de homens de sangue frio e presença de espírito
que compreenderam claramente a situação amarga do seu povo infeliz.

Viram que não havia nenhuma esperança de domar as poderosas legiões romanas; a queda da Judeia foi
inevitável.

Mas não pensaram no presente.

A sua dor aumentou muito, quando pensaram no futuro.

O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO

No Evangelho de João o Senhor Jesus Cristo é apresentado como o Filho de Deus que habitou entre os
homens. (João 1:14)

O Senhor Jesus foi desta forma o lugar da morada de Deus entre os homens durante a Sua jornada na terra.

Baseado nisto disse Ele à mulher samaritana que se aproximava o tempo em que a preocupação principal
não seria o lugar de adoração. (João 4:20-21)

111
Desde a época da vinda de Cristo até ao presente o lugar da morada de Deus entre os homens não é
restringido a edifícios.

Num ligeiro aparte:

O edifício físico (o templo) tornara-se uma espécie de ídolo para muitos legalistas, judeus descrentes, da
época de Jesus.

Para eles a presença do templo era a prova de que Deus estava com eles e de que eles Lhe eram agradáveis.

Os próprios discípulos ficaram impressionados com a beleza da estrutura do templo, ainda que Jesus os prevenisse
sobre tal entusiasmo, sabendo que o templo seria brevemente destruído.

Mat. 24:1 e 2: E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe
mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não
ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.

Percebe-se muito bem como os escribas e fariseus ficaram transtornados quando Cristo falou sobre a
destruição do templo (não entendendo, é claro, que Ele era esse templo).

João 2:19: “Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os
judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo
do seu corpo”.

A destruição do templo em 70 d.C. foi o cumprimento dos avisos das Escrituras do Velho Testamento, prova
da desobediência de Israel e do peso da mão de Deus sobre a nação, mais uma vez.

Após a crucificação, sepultamento e ressurreição de Nosso Senhor, Estêvão foi levado a julgamento por
aqueles que colocaram o Senhor na cruz.

Uma das acusações contra ele era de que falara contra o templo.

Actos 6:13 e 14: “ E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir
palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de
destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu”.

A resposta de Estêvão, em sua defesa, deixou claro, como as Escrituras do Velho Testamento já tinham feito,
que Deus não habita em lugares feitos por mãos humanas.

Actos 7:48-50: “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O
céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? Diz o Senhor, Ou qual é o lugar do
meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?” (ver Isa. 66:1 e 2)

As epístolas do Novo Testamento continuam a ensinar-nos que o lugar da morada de Deus agora é na igreja,
não no edifício igreja, mas em cada um de nós que compomos o “CORPO DE CRISTO” / “SUA IGREJA”.

Efé. 2:19-22: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de
Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no
qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais
sendo edificados para habitação de Deus no Espírito”.

I Pedro 2:4,5 e 9: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus
eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes
sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. ...
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”.

112
O TABERNÁCULO CELESTIAL

APOCALIPSE 21:3

“E OUVI UMA GRANDE VOZ DO CÉU, QUE DIZIA: EIS AQUI O TABERNÁCULO DE DEUS COM OS HOMENS, POIS COM ELES
HABITARÁ, E ELES SERÃO O SEU POVO, E O MESMO DEUS ESTARÁ COM ELES, E SERÁ O SEU DEUS”.

CONFRONTO DO TIPO COM O ANTÍTIPO

O santuário da Terra foi construído de acordo com um modelo do que havia no Céu.

Êxo. 25:8, 9 e 40: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o que eu te mostrar
para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis. Atenta, pois, que o
faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte”.

Heb. 8:5: “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado,
estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te
mostrou”.

113
Fora feito por mãos humanas e destinava-se aos sacrifícios diários e à expiação anual.

Esse santuário terrestre era exemplar e sombra do celestial, como bem como os sacerdotes. (Hebreus 8:5)

Era uma alegoria.

Hebreus 9:9: “Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto
à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;”

Era figura do verdadeiro santuário ou como diz a tradução de Rohden:

"PROTÓTIPO DO VERDADEIRO". (Hebreus 9:24)

Portanto, era um tipo.

O verdadeiro viria depois, no devido tempo.

Este tabernáculo é seguido do qualificativo "TERRESTRE" em Hebreus 9:1, em contraposição com o "MAIOR E
MAIS PERFEITO TABERNÁCULO, NÃO FEITO POR MÃOS", ou seja, do Céu. (Hebreus 9:11)

O Novo Testamento declara expressamente que Cristo está ministrando no:

Heb. 8:2: "santuário, verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem".

E, como diz o versículo um do mesmo capítulo, localiza-se "nos Céus à destra do trono da Majestade".

Não na Terra.

Nem feito por mãos humanas. (Hebreus 9:24; 6:19 e 20)

Não poderia ser Mais clara a distinção entre os santuários; um na Terra, já desactivado porque era tipo,
sombra, figura ou alegoria.

Outro no Céu, em plena actividade por ser verdadeiro, maior, perfeito, portanto antítipo.

A expressão "NO MESMO CÉU" apenas indica a localização do Santuário vigente, em contraste com o que era
terreno, figurativo e caduco bem como o sacerdócio levítico.

Dizer que todo o Céu é o santuário, contradiz flagrantemente as claras afirmações da Bíblia.

O escritor da epístola aos Hebreus fala do segundo como sendo um Santuário celestial, mas isto não significa
que seja o próprio Céu.

Isto é definitivamente clarificado em:

Apo. 11:19: "... abriu-se no Céu o templo de Deus... a arca do concerto foi vista no Seu templo..."

João não diz "abriu-se o Céu", mas sim que “o templo de Deus” foi aberto no Céu.

Este templo é, sem dúvida o Santuário, pois no seu interior ele viu a arca do concerto.

Ainda em Hebreus 9:23 afirma-se taxativamente que o santuário terrestre era figura "das coisas que estão no
Céu" e não uma figura do Céu, antes porém das coisas que nele estão.

114
O Santuário celestial, portanto, está localizado no Céu, e é chamado "um maior e mais perfeito tabernáculo"
quando comparado com o que existia na Terra. (Hebreus 9:11)

Num estudo cuidadoso do Santuário celestial fica cabalmente demonstrado que o seu mobiliário era idêntico
ao terrestre.

Em Apocalipse 1:12 João fala dos "SETE CASTIÇAIS DE OURO" no santuário celestial, lugar onde Cristo estava.
(compare com Apocalipse 4:5)

Ainda em Apocalipse 11:9 ele viu a "ARCA DO CONCERTO", e no capítulo 8:3 ele viu o "ALTAR DO INCENSO" eo
"INCENSÁRIO DE OURO".

Reiteramos que em Hebreus 8:4 e 5 nos é dito que o santuário terrestre foi construído segundo um modelo e
que este era portanto "SOMBRA DAS COISAS CELESTIAIS".

Ora, se isto é verdade, então a sombra que estava na Terra deveria revelar inequivocamente o que estava no
Céu.

Nas partes essenciais, ambos deveriam ser semelhantes.

Também o serviço típico realizado no santuário terrestre devia logicamente encontrar o seu antítipo no
celestial.

Apenas assim se pode entender que o terrestre seja uma sombra do celestial.

Poder-se-á então perguntar:

Se o céu é um lugar em que não há pecado porquê um tabernáculo no céu?

É claro que no céu não existe pecado, mas o plano da redenção requeria um tabernáculo.

Heb. 9:11 e 12: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e
mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e
de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna
redenção."

É comummente admitido que as funções atribuídas a Cristo são as de Sacerdote, Intercessor e Mediador.

Funções estas inerentemente devidas e posteriores ao Seu sacrifício na cruz.

São estas as funções actualmente exercidas por Ele no Céu.

Ele é o nosso “ADVOGADO”:

I João 2:1: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.”

De igual modo nos é declarado que “FAZ INTERCESSÃO POR NÓS”.

Rom. 8:34: “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o
qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

Estêvão viu “JESUS À DIREITA DE DEUS”, no Céu.

Actos 7:56: “E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.”

115
Logicamente este serviço, dada a sua vertente de Ministrar o Sacerdócio só pode ser exercida num único
lugar, a saber, o Santuário.

Ora se sabemos que o santuário terrestre caducou com a morte de Cristo, impõe-se a conclusão de que Ele é
Sacerdote no Santuário celestial, único em actividade, e em cujo primeiro compartimento entrou logo ao ascender
ao Céu.

É um erro em que muitos incorrem ensinar que Jesus tenha entrado no Santuário celestial em 1844,
porquanto, nessa data, Ele passou ao segundo compartimento, o lugar Santíssimo, iniciando-se aí e então o juízo
investigativo, antítipo do que se fazia no “Dia da Expiação” no tabernáculo levítico.

O MINISTÉRIO NO SANTUÁRIO CELESTIAL

A mensagem do santuário era uma mensagem de salvação.

Deus utilizou os seus serviços para proclamar o evangelho. (Heb. 4:2)

Os serviços do santuário terrestre eram "uma parábola para a época presente" até o tempo da primeira
vinda de Cristo. (Heb. 9:9 e 10)

Através dos símbolos e rituais Deus propôs, servindo-se deste “evangelho-parábola”, focar a fé de Israel no
sacrifício e ministério sacerdotal do Redentor do mundo, o “Cordeiro de Deus” que haveria de remover todo o
pecado do mundo. (Gál. 3:23 e João 1:29)

CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPIAÇÃO

Tenhamos em mente que, no santuário terreno o bode “para Azazel” nunca era morto.
116
Somente Jesus arca com a pena do pecado (morte).

O bode vivo somente entra em cena quando o serviço do santuário estava completo, ou seja o serviço de
expiação estava acabado!

Esta remoção do pecado do santuário é o acto final do serviço do santuário.

A cerimónia mostrava simplesmente que satanás é o agente responsável final do pecado.

A fim de que Jesus removesse o pecado do santuário, um serviço de julgamento era necessário.

É ponto fundamental da nossa doutrina que Cristo fez no Calvário uma expiação completa, recaindo sobre
Ele os nossos pecados.

Hoje, como ministro oficiante no santuário celestial, como nosso Sumo-sacerdote, Ele ministra, aplica e
distribui os benefícios da expiação que fez.

A quem?

A todo o pecador penitente que se rende a Ele, implorando o perdão dos pecados, aceitando-O como
Salvador pessoal.

Jer. 3: 13: "Somente reconhece a tua iniquidade, que transgrediste contra o SENHOR teu Deus; e estendeste
os teus caminhos aos estranhos, debaixo de toda a árvore verde, e não deste ouvidos à minha voz, diz o SENHOR."

A provisão está feita, e agora é oferecida livremente ao necessitado.

Mas, como o plano divino prevê, na restauração é necessária a completa erradicação do mal, de sorte a não
restar "nem raiz nem ramo" (Malaquias 4:1) e com essa carga finalmente será aniquilado, também Satanás terá
sobre os seus ombros a tremenda responsabilidade final da queda da raça humana, sentirá sobre si a sobrecarga
dos pecados com que seduziu os povos e será aniquilado para sempre, sim para sempre. (Eze. 28:19)

Reiteramos: no Calvário foi decisiva a vitória de Cristo.

Depois, rompendo as cadeias da morte, ascendeu ao Céu como "REI DA GLÓRIA" (Salmo 24) para apresentar-Se
perante o Pai em nosso favor.

Heb. 7:25: "para salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por
nós."

Outro facto interessante é que a Sua consagração como Sumo-sacerdote coincidiu com a Sua entronização
celestial.

Deus exaltou-O soberanamente, tornando-O "Senhor e Cristo [Ungido]." (Actos 2:33)

Heb. 1:9: "Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu com o óleo de alegria
como a nenhum dos Teus companheiros."

Heb. 5:7-9: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e
súplicas a quem o podia livrar da morte...embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e,
tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que Lhe obedecem, tendo sido
nomeado por Deus Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque."

No Céu, no Seu santuário, Cristo aplica ao pecador arrependido, os benefícios da expiação feita.

O insuspeito T. C. Edwards, colaborador do The Expositor's Bible, observa com muita propriedade:
117
"O sacrifício foi realizado e completado na cruz, em paralelo com as vítimas que eram mortas no pátio do
santuário.

Era, porém, através do sangue dessas vítimas que o sumo-sacerdote tinha autoridade de entrar no lugar
santíssimo; e tendo entrado, tinha que aspergir o sangue ainda quente, e assim apresentar o sacrifício a Deus.

Do mesmo modo, Cristo devia entrar num santuário a fim de apresentar o sacrifício realizado pela Sua morte
no Calvário." (DR. THOMAS CHARLES EDWARDS, (THE EPISTLE TO THE HEBREWS) THE EXPOSITOR'S BIBLE, PÁG. 135)

Outro teólogo evangélico confirma:

"Um evangelho que terminasse na história da cruz teria, sem dúvida, o elevado poder de ternura e amor
infinitos.

No entanto, estaria faltando o poder de uma vida eterna.

É a vida permanente do nosso Sumo-sacerdote que torna eficaz e actuante Seu sacrifício expiatório, e o
incessante aspergir da vida de justificação e graça em todos os Seus fiéis membros na Terra." (DR. H. B. SWETE, (PROFESSOR
DE TEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE), THE ASCENDED CHRIST , PÁG. 51)

E ainda duas citações autorizadas:

“O grande Sacrifício fora oferecido e aceite, e o Espírito Santo que descera no dia do Pentecostes, transferiu a
mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus entrara pelo Seu próprio sangue, a fim de
espargir sobre Seus discípulos os benefícios de Sua expiação.” ( Ellen G. White, Primeiros Escritos, pág. 260)

Como no serviço típico o sumo-sacerdote despia as suas vestes pontificais e oficiava vestido de linho branco
dos sacerdotes comuns, assim Cristo abandonou as Suas vestes reais e vestiu-se de humanidade, oferecendo-Se em
sacrifício, sendo Ele mesmo o sacerdote.

Ele mesmo a vítima." (Ellen G. White, Actos dos Apóstolos, pág. 33)

O MEDIADOR SACERDOTAL

Se o sacrifício expiou os pecados, por que era necessário um sacerdote?

O papel do sacerdote chamava atenção para a necessidade de mediação entre os pecadores e um Deus
santo.

MEDIADOR E EXPIAÇÃO – A aplicação do sangue expiatório durante o ministério de mediação dos sacerdotes era
também vista como uma forma de expiação. (Lev. 4:35)

118
Em inglês, o termo “ATONEMENT”, traduzido normalmente por “expiação” nas Bíblias de expressão
portuguesa implica uma reconciliação entre duas partes que se encontram incompatibilizadas.

De igual modo a morte expiatória de Cristo reconciliou o mundo com Deus e a Sua mediação, ou seja, a
aplicação dos méritos da Sua vida sem pecado e morte substitutiva, fazem da “expiação” ou “reconciliação” com
Deus uma realidade pessoal para cada crente.

O sacerdócio levítico representava o ministério redentor que Cristo tem desempenhado desde a Sua morte.

O nosso Sumo-sacerdote, que serve "à destra do trono da Majestade nos Céus", trabalha como "ministro do
santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem." (Heb. 8:1 e 2)

O Santuário celestial é o grande centro de comando, de onde Cristo dirige o Seu ministério sacerdotal em
favor de nossa salvação.

Ele é capaz de "salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles."
(Heb. 7:25)

Portanto, somos estimulados a aproximarmo-nos "confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de


recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em, ocasião oportuna." (Hebreus 4:16)

No santuário terrestre, os sacerdotes desempenhavam dois ministérios distintos:

 O ministério diário no lugar santo, ou primeiro compartimento, e

 O ministério anual no lugar santíssimo, ou segundo compartimento.

Estes serviços ilustravam o ministério sacerdotal de Cristo.

O MINISTÉRIO NO LUGAR SANTO

O profeta João viu Jesus frente aos candeeiros celestiais, os quais eram representados pelo candelabro do
santuário que Moisés fizera, após ver o modelo celestial, e estavam localizados no lugar denominado "Santo" (Heb.
9:2).

Quando o profeta viu Jesus, Ele estava portanto no compartimento "Santo" do santuário celestial.

Apo. 1:13: "Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos
candeeiros, um semelhante a Filho de Homem, com veste talares e cingido, a altura do peito, com uma cinta de
ouro." (Obs.: Jesus é chamado de o Filho do Homem dezenas de vezes no livro de Mateus. Como exemplo pode usar-se Mateus
13:38 e 41)  

119
Estando Jesus portanto no lugar Santo, dá a João a revelação das sete igrejas, a saber, os sete períodos
proféticos que se estendem até o fim do tempo.

Apo. 1:17 e 19; 2:1 e 8 e 3:14: "Ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: ...Escreve, pois, as coisas que viste,
e as que são, e as que hão de acontecer depois destas...Ao anjo da igreja de Éfeso escreve...Ao anjo da igreja em
Esmirna escreve...Ao anjo da igreja em Laodicéia, escreve..."

O ministério sacerdotal no lugar santo do santuário poderia ser caracterizado como um ministério de
intercessão, perdão, reconciliação e restauração.

Sendo contínuo provia contínuo acesso a Deus, através do sacerdote.

Simbolizava a realidade de que o pecador arrependido dispõe de imediato e contínuo acesso a Deus através
do ministério Sacerdotal de Cristo como intercessor e mediador. (Efé. 2:18; Heb. 4:14 a 16; 6:20; 9:24; e 10:19 a 22)

O santuário ilustra três fases do ministério de Cristo:

1) Sacrifício substitutivo.
2) Mediação sacerdotal.
3) Julgamento final.

O SACRIFÍCIO SUBSTITUTIVO

Todos os sacrifícios do santuário simbolizavam a morte de Jesus para o perdão dos pecados, revelando a
verdade de que "sem derramamento de sangue não há remissão". (Heb. 9:22)

Esses sacrifícios ilustravam as seguintes verdades:

 DEUS JULGA O MUNDO

Pelo facto do pecado constituir uma profunda rebelião contra tudo o que é bom, puro e verdadeiro, ele não
pode ser ignorado. "O salário do pecado é a morte..." (Rom. 6:23)

 A MORTE SUBSTITUTIVA DE CRISTO

Isa. 53:6: "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas... mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de
todos nós."

I Cor. 15:3 "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras."

 DEUS PROVÊ O SACRIFÍCIO EXPIATÓRIO

Esse sacrifício é:

Rom. 3:24 e 25: "Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação, mediante a fé."

II Cor. 5:21: "Àquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; para que n'Ele fôssemos feitos
justiça de Deus."

Cristo, o Redentor, assumiu sobre Si o julgamento do pecado.

Portanto, Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele
tinha direito.

120
Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por
Sua justiça, na qual não tínhamos parte.

Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia.

Isa. 53:5: “... pela Suas pisaduras fomos sarados.”

Os sacrifícios do santuário terrestre eram repetitivos.

Tal qual uma história, esse ritual, a “parábola da redenção”, era contado e recontado ano após ano.

Em contraste, o Antítipo, o verdadeiro sacrifício expiatório, a morte do Senhor, ocorreu no calvário de uma
vez por todas. (Heb. 9:26 a 28 e 10:10 a 14)

Na cruz, a penalidade pelo pecado humano foi plenamente paga.

A justiça divina foi satisfeita.

Sob a perspectiva legal, o mundo havia sido restaurado ao favor divino.

Rom. 5:18: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim
também por um só acto de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.”

A expiação, ou reconciliação, foi completada na cruz, da mesma forma em que antes era antecipada pelos
sacrifícios, e o pecador penitente pode confiar plenamente nessa obra do Senhor, concluída.

Jesus obteve a eterna redenção aspergindo o seu próprio sangue no tabernáculo que está no céu.

Não é pelo nosso esforço que podemos ter a vida eterna.

Não é por não cometermos pecado e por fazermos boas obras que poderemos ir diante de Deus, pelo
contrário, iremos diante de Deus para receber a graça arcando com as nossas necessidades e fraquezas.

O MINISTÉRIO NO LUGAR SANTÍSSIMO

121
Recordemos, antes de mais, que no santuário terreno o sumo-sacerdote estava no Lugar Santíssimo, para
fazer expiação pelo Lugar Santo.

A razão pela qual o sumo-sacerdote entrava no Lugar Santíssimo era para purificar o Lugar Santo de todos os
pecados dos filhos de Israel que tinham sido transferidos para lá durante todo o ano através do serviço do Lugar
Santo.

Após avançar no tempo pelo período das sete igrejas, Jesus, com voz de trombeta (Apo. 1:10, 12 e 13),
convida João a subir para outro compartimento, pois vão passar por uma porta, e ver o que terá lugar no tempo do
fim:

Apo. 4:1: "Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira
voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer
depois destas coisas."  

Relata então João, que ao seguir a ordem de Jesus, portanto avançar, encontra, no outro compartimento do
Santuário o trono de Deus, onde ele vê a glória do Pai, que está assentado.

Apo. 4:3: "Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém
sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardónio, e, ao redor do
trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda."

Ora, o Santuário só possui dois compartimentos, e Jesus, quando estava ao lado dos sete candeeiros,
portanto no lugar santo, deu a João a visão das sete igrejas.

Depois disso, e só depois, convidou-o para avançar para outro compartimento, onde estava o trono de Deus.

Dado que o Santuário, como vimos, possui apenas dois compartimentos, o “lugar Santo” e o “lugar
Santíssimo"”, e uma vez que Jesus já estava no compartimento denominado “lugar Santo” quando deu a
mensagem das sete igrejas, só se pode ter dirigido ao “lugar Santíssimo” quando convidou João a passar pela porta
e avançar.

A prova de que foi para o “lugar Santíssimo” que eles avançaram, se alguma dúvida houvesse, desvanecia-se
totalmente pelo facto de neste compartimento eles terem encontrado o trono de Deus.

No dia 10 do mês sete, o dia da remissão, o Sumo-sacerdote Arão entrava no lugar Santíssimo e remia todos
os pecados do povo.

O sumo sacerdote Arão, entrava no lugar Santíssimo e primeiro remia o seu próprio pecado e depois levava o
sangue do sacrifício pelo pecado do povo, ia até ao propiciatório e aspergia o sangue.

Heb. 8:1 e 2: “Ora, a suma do que temos dito é que temos um Sumo sacerdote tal, que está assentado nos
céus à destra do trono da majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou,
e não o homem.

Através desse sangue aspergido, todo o pecado do povo de Israel era remido.

De igual forma, não é pelo nosso esforço que podemos arrepender-nos, mas temos que receber o perdão dos
pecados através do sangue de Jesus Cristo.  

Chegando ao “lugar Santíssimo” do Santuário celestial, João vê não apenas Deus, o Pai, sentado no seu trono;
vê também mais 24 tronos, nos quais estão assentados 24 anciãos.

Apo. 4:4: "Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e, assentados neles, vinte e quatro anciãos
vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro."

122
Nesta mesma visão ele vê também que há um livro na mão de Deus escrito por fora e por dentro, mas selado
com sete selos:

Apo. 5:1: "Vi, na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de
todo selado com sete selos."

Que livro é este que estava selado?

A Bíblia claramente revela ser o livro de Daniel:

Dan. 12:4: "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até o tempo do fim, muitos o
esquadrinharão e o saber se multiplicará."

João, em Apocalipse 5:1, relata que o livro de Daniel, que havia sido selado,  aparece na mão do Pai.

Está escrito por dentro o por fora, o que mostra que partes do livro poderiam ser entendidas (apenas as que
estavam escritas por fora).

O próprio profeta Daniel entendeu várias partes de seu livro. (Dan 2:27-45; 4:19 e 24-27 e 5:17 e 26-31)

Mas houve partes que ele não entendeu, pois estavam seladas, e referiam-se a dias mui distantes, (Dan. 8:26
e 27; 10:14 e 12:4, 8 e 9), ao tempo do fim.

As partes seladas apenas poderiam ser entendidas no tempo do fim.

Mas, em visão, João está neste tempo do fim, tanto que vê alguém como Cordeiro (Jesus), chegando-se ao
lado do trono do Pai (no lugar Santíssimo), para abrir o livro:

Apoc. 5:2-7 e 6:1: "Vi também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e
de lhe desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro,
nem mesmo olhar para ele; e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de
olhar para ele. Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi,
venceu para abrir o livro e seus selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatros seres viventes e entre os anciãos,
de pé, um Cordeiro como tendo sido morto.... Veio, pois, e tomou o livro da mão direita d'Aquele que estava
sentado no trono... Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos...”

Apo. 5:8: “quando tomou o livro, ...os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro.”

O Apocalipse narra o momento a partir do qual irá ser revelada a parte selada do livro de Daniel.

Mostra um encontro do Filho do Homem (Jesus), o Cordeiro, com o Pai, que se encontra assentado no trono,
no momento em que os 24 anciãos também se encontram sentados.

Esta passagem bíblica é paralela com a narração do livro de Daniel, que está sendo revelado aqui.

Vejamos:

Dan. 7:9, 10 e 13: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; Sua
veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o Seu trono eram chamas de fogo, e suas
rodas eram fogo ardente. Um rio manava e saía de diante dele...assentou-se o tribunal e se abriram os livros...

Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do
Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele.”

123
O altar do incenso, símbolo das nossas orações, no Santuário celestial encontra-se situado “diante do trono
de Deus” (Apocalipse 8:3 e 9:13), o qual por sua vez se localiza no templo ou Santuário celestial de Deus. (Apo. 4:2;
7:15; e 16:17)

Quão reconfortante deve ser para cada um de nós o facto de sabermos que as nossas orações vão
directamente ao trono de Deus.

Portanto, a cena do trono celestial de Deus (Daniel 7:9 e 10) sem dúvida alguma tem também ela lugar no
“TEMPLO OU SANTUÁRIO CELESTIAL”.

É por essa razão que os juízos finais de Deus partem do Seu templo. (Apo. 15:5 a 8)

CONCLUSÃO

Em toda a sua extensão, a Escritura revela a existência de um templo ou santuário no Céu. (por exemplo, Sal.
11:4 e 102:19; Miq. 1:2 e 3)

Em visão, o apóstolo João contemplou o Santuário de Deus, que se acha no Céu.

Ele chegou a contemplar os itens originais que serviram de modelo para as peças que mobilavam o espaço do
lugar santo do santuário terrestre.

Viu também a Arca da Aliança, que no santuário terrestre ocupava o Santo dos Santos.

Torna-se claro, portanto, que as Escrituras apresentam o Santuário Celestial como um lugar efectivamente
existente e não como uma metáfora ou abstracção.

O Santuário Celestial é o lugar primário de habitação de Deus.

Embora o lugar Santíssimo que é o ponto fulcral do tabernáculo seja um lugar brilhante feito de ouro, a sua
aparência visto de fora é a de uma cortina sem decoração.

Da mesma forma, Jesus Cristo também não se reveste de atrativos externos, mas quando o conhecemos mais
profundamente, percebemos que Ele é um tesouro de valor inestimável.

Podemos conhecer Jesus através da Bíblia e aí perceberemos a Sua verdadeira aparência.

Deus não deseja que fiquemos a olhar para as nossas pessoas sujas e más.
124
Se percebermos e experimentarmos o poder de Jesus Cristo, podemos libertar-nos do pecado e obter
liberdade.

Há diversas maneiras pelas quais o tabernáculo é aplicável às nossas vidas, mesmo que estejamos separados
dos israelitas da época de Moisés por muitos séculos e por uma dispensação.

Creio que se pode legitimamente aprender o valor da arte como expressão do que de melhor se deve dar a
Deus pelas tremendas contribuições artísticas destas estruturas.

A arte, nos seus mais diversos aspectos, tem um valor claro na expressão das nossas, adoração e devoção a
Deus.

No entanto, não é este o objectivo principal deste estudo.

Devemos aprender a não pensar em Deus como habitando em edifícios feitos por mãos humanas, mas sim
habitando dentro da igreja, ou seja, dentro do corpo daqueles que verdadeiramente crêem em DEUS e em “CRISTO
NOSSA JUSTIÇA”.

Se Deus ocupa a igreja como corpo, como as Escrituras ensinam, então a maneira como nos conduzimos
como membros da igreja é extremamente importante.

I Pedro 1:16: “ Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”.

Isto sugere-nos razões muito fortes para sermos zelosos, metódicos e organizados na presença de Deus.
(Mat. 18, I Co. 5, 11), pois a igreja deve ser santa se Deus habita nela.

I Cor.14:40: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.

Mais ainda, se Deus habita na igreja como corpo e Se manifesta dentro e através da igreja, então a maneira
pela qual conduzimos a igreja é extremamente importante para uma representação adequada de Deus.

É por essa razão que o apóstolo Paulo escreveu:

I Tim. 3:14 e 15: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente
de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”.

É nesta primeira epístola a Timóteo que Paulo fala sobre a pureza doutrinária na igreja (Cap. 1), sobre o
ministério público (Cap. 2), sobre os líderes da igreja (Cap. 3), sobre a falsa e a verdadeira santidade (Cap. 4), sobre
a responsabilidade da igreja pelas viúvas e outros (Cap. 5), e sobre a busca pela prosperidade à guisa de procurar
maior piedade (Cap. 6).

Como nos conduzimos na igreja é extremamente importante pois o próprio Deus habita na igreja hoje.

Necessitamos de ser tão cautelosos hoje, na maneira de edificar a igreja, como o foram os antigos israelitas
na construção do tabernáculo, para que dessa forma a glória de Deus possa manifestar-se hoje entre nós como
então.

125
Adventista do Sétimo Dia de terceira pôs no meu caminho agentes seus para me ampararem, o
geração, meu avô desde 1920 Pr. Paulo Cordeiro, o Paulo Mendes (“meu” Pastor e amigo
frequentava a sala da Calçada do Cascão, de infância que me rebaptizou e casou), o Pr. Mário Brito,
desde muito cedo comecei a sentir-me o Pr. Ernesto Ferreira, o Pr. Manuel Cordeiro, o Ir. Adelino
atraído para saber mais dos temas de Brito, meu primo o Pr. Eduardo Graça, o Enoque Pinto,
bíblicos. a Lina Costa, o Jorge e a Cesaltina Pires, o Paulo Rascão,
Sem dúvida que para isso muito contribuiu minha mãe o Joaquim Infante, o Amado, (e quantos mais que, por
que constantemente ilustrava as mais simples coisas do certo, involuntariamente creiam, omiti), graças a todos
dia a dia com exemplos da bíblia. eles, inspirados pelo Espírito Santo de Deus, apesar de
Não posso deixar de citar a Irª. Alda Raposo ao colo de tudo mantenho firme em mim o gosto por tudo o que à
quem passei muitos cultos de Sábado colorindo desenhos Escritura diz respeito, de uma forma particular ao
ilustrativos das histórias da Bíblia. SANTUÁRIO, por muitos considerado a coluna vertebral
De seguida a minha primeira monitora da Escola de toda a teologia Adventista.
Sabatina, Edite Costa que reforçou o rumo da minha Atrevo-me mesmo com alguma frequência a dizer que
formação. entender o Santuário e o seu Ritual é “meio caminho
Pessoas como o meu tio Pr. Samuel José Graça, o andado” para entender a restante teologia Adventista.
mais tarde meu primo Pr. David Vasco e o Pr. Armando Se com este despretensioso trabalho puder
Casaca que me “empurrou” para o Curso de Obreiro Leigo “descomplicar” aquilo que por vezes aparenta ser confuso,
leccionado pelo Pr. Samuel Monnier o qual despertou dou a Deus muitas graças por me ter considerado digno de
desde logo em mim um forte desejo de aprofundar Daniel e ser Seu humilde instrumento.
Apocalipse mas, de uma forma muito particular O Creiam que nem sempre foi fácil perceber o que Deus
SANTUÁRIO. queria que eu passasse para o papel.
Apesar de todo o envolvimento, nas mais diversas Há “alguém” que sabemos que não nos dá tréguas e
actividades da Igreja estive afastado da “organização” que muito, mesmo muito, fez para que eu desistisse.
durante cerca de 20 anos. Nesses momentos apenas me vinha à ideia uma frase
Mas o Espírito Santo decidiu utilizar a Filipa Realinho de um querido amigo colombiano, Colportor de Avançada,
Morais para me fazer voltar ao caminho e novamente Deus Samuel Urbano, com quem tive o privilégio de privar de

126
perto quando esteve responsável pela Igreja de Badajoz
nos anos de 2000/2001:
“ RUI, HACELO TODO SIEMPRE DE RODILLAS”

“Educa a criança no caminho que


deve andar e até quando
envelhecer não se desviará dele.”
Provérbios 22:6

EDIÇÃO DE AUTOR

127

You might also like