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Sistemas termodinâmicos, eléctricos e magnéticos

Elaborado por : Rui Ribeiro


“Na natureza nada se perde nem se cria, tudo se transforma ”
Lavoisier

 Formas fundamentais de energia

 Sistemas termodinâmicos

 Corrente eléctrica como forma de transferência de energia

 Indução electromagnética
Conforme o modo como a energia se manifesta, pode designar-se de
diferentes maneiras: térmica, luminosa, química, eólica, etc. Contudo, as
duas formas fundamentais de energia são:

Energia Cinética (EC) e Energia Potencial (EP)


A energia cinética EC encontra-se associada ao movimento dos corpos –
um homem em movimento possui energia cinética que depende da sua
massa e da sua velocidade.
A energia potencial EP é energia que depende da posição de um corpo
relativamente a outros sistemas com os quais interactua.
- Um corpo elástico deformado possui energia potencial elástica.
- Um corpo á superfície da Terra possui energia potencial gravítica.

Energia Mecânica = Energia Cinética + Energia Potencial


Energia Cinética (EC)
Quando um corpo está em movimento, apresenta uma determinada
velocidade. Para que o corpo passe do estado de repouso ao de movimento,
é preciso aplicar uma força que, multiplicada pelo deslocamento do corpo,
seja igual ao trabalho realizado.
A energia armazenada por um corpo em movimento (EC) é:

EC = W = m . v2 m – massa (kg)
v – velocidade (m/s)
Energia Potencial (EP)
A capacidade de um corpo para produzir trabalho pelo facto de estar a uma
dada altura é designado por energia potencial gravítica (EP).
A energia armazenada por um corpo que se encontra a uma altura h, (EP) é:
EP = m . g . h m – massa (kg)
g – aceleração gravítica (m/s2)
h – altura (m)
Unidades de Energia
A unidade de energia do Sistema Internacional de Unidades (SI) é o joule (J).
Outras unidades de energia vulgarmente utilizadas são a caloria (cal) e o
quilowatt – hora (kWh).
1 cal = 4,186 J
1 kWh = 3,6 x 106 J

Energia útil. Energia dissipada. Rendimento


Uma máquina é um dispositivo que extrai energia de uma fonte,
transformando-a noutra forma de energia que nos pode ser útil. Contudo,
nenhuma máquina pode converter toda a energia recebida.

energia motora = energia útil + energia dissipada


Uma máquina será tanto mais “eficaz” quanto menor for a fracção de energia
dissipada. Define-se rendimento de uma máquina () como:

 x 100

É importante salientar que a energia não é perdida independentemente de o


rendimento ser grande ou pequeno. A energia nunca desaparece,
transforma-se em diversas formas e transfere-se entre sistemas.

A energia é sempre conservada.


Potência de uma máquina é uma grandeza que informa sobre a rapidez com
que uma máquina transfere energia de um sistema para outro:

Onde, t – intervalo de tempo (segundo)


E – energia transferida pela máquina
no intervalo de tempo t (Joule)
P – potência da máquina (Watt)

Pode agora confirmar que a unidade quilowatt-hora (kWh) é uma unidade de


energia:
E = P x t
Dt = 1h = 60 x 60s = 3600 s
P = 1 kW = 1000 W
1 kWh = 1000 x 3600 = 3,6 x 106
A Termodinâmica é o ramo da Física que estuda os efeitos da mudança
de temperatura, pressão e volume em sistemas físicos na escala
macroscópica. De outra forma, calor significa "energia" em trânsito, e
dinâmica relaciona-se com "movimento". Por isso, em essência, a
Termodinâmica estuda o movimento da energia e como a energia cria
movimento.
Sistemas termodinâmicos são
sistemas físicos constituídos por um
grande número de partículas (átomos,
moléculas ou iões), em agitação
térmica desordenada, interagindo e
trocando energia com o exterior.
Típico sistema termodinâmico, mostrando
entrada de uma fonte de calor (caldeira) na
esquerda e saída para um redutor de calor
(condensador) na direita. Trabalho é extraído,
neste caso, por uma série de pistões.
Um sistema é uma porção do universo
que queremos estudar. Poderá ser o
Sol, o mar ou uma bola.
Os limites do sistema designam-se por
fronteira do sistema. Chama-se
vizinhança de um sistema á porção do
universo que o rodeia.

Designa-se por sistema aberto aquele cuja fronteira


permite trocas de matéria e/ou energia com a vizinhança.
(Ex: água num copo.)

Sistema fechado é aquele cuja fronteira não permite trocas de matéria com a
vizinhança, mas permite trocas de energia. (Ex: refrigerante numa lata fechada).

Num sistema isolado a fronteira não permite trocas de matéria nem de energia com
a vizinhança. (Ex: garrafa termos).
Dois sistemas estão em equilíbrio térmico quando estão á mesma
temperatura.

Parede diatérmica: uma parede ou fronteira é diatérmica quando permite a


passagem de calor através dela.
Parede adiabática: uma parede ou fronteira é adiabática quando não permite a
passagem de calor através dela.

Processos Durante a transformação


Isotérmico temperatura invariável
Isobárico Pressão invariável
Isovolumétrico volume constante
Adiabático É nula a troca de calor com a vizinhança.
Variáveis de Variáveis de
estado estado
P1 P2
V1 V2
T1 T2
U1 U2

Estado 1 Transformação Estado 2


Para realizar medidas de temperatura é
necessário estabelecer um padrão, e que
se relacione outras escalas com esse
padrão.

As escalas termométricas mais


utilizadas são: Celsius, Fahrenheit
e Kelvin

A escala Celsius é definida, a partir da escala


Kelvin, da seguinte maneira:
TC = TK - 273,15
A transferência de energia de um sistema para o exterior ou do exterior
para o sistema pode ser sob a forma de:

- Calor – energia transferida quando há uma diferença de temperatura


entre dois ou mais sistemas.

- Radiação – a transferência de energia por radiação faz-se através de


ondas electromagnéticas, que se propagam no vácuo á velocidade da luz.

c = 3 x 108 m/s
-Trabalho – energia transferida para o sistema quando sobre ele actua
uma força. Para haver transferência de energia, designada por trabalho, o
ponto de aplicação da força tem de ter um deslocamento igual ao
deslocamento do corpo.
No nosso dia-a-dia deparamo-nos com vários problemas de aquecimento.
Por exemplo, os edifícios são, muitas vezes, ou muito quentes ou muito
frios. A compreensão de como o calor é transferido de um corpo para
outro revela-se assim, muito importante.
Há dois mecanismos de transferência de calor: condução e convecção.

A energia transferida sob a forma de calor para um corpo, quando se


verifica uma variação de temperatura T do corpo, é:

T – variação de temperatura (ºC)


Q = m x c x T m – massa do corpo (kg)
c – capacidade térmica mássica (J/kg.ºC)

Capacidade térmica mássica de uma substância é numericamente igual


á quantidade de calor que é necessário fornecer á unidade de massa da
substância para elevar a sua temperatura de um grau Celsius.
 Condução
Em escala atómica há uma troca de
energia cinética entre moléculas, na qual
as moléculas menos energéticas ganham
energia colidindo com moléculas mais
energéticas.
- Antes de se inserir a barra na chama, os átomos estão vibrando em torno
de suas posições de equilíbrio
- À medida que a chama fornece energia à barra, os átomos próximos à
chama começam a vibrar com amplitudes cada vez maiores
- Colidem com seus vizinhos e transferem um pouco de sua energia nas
colisões
- O aumento da vibração das moléculas representa uma elevação de
temperatura do metal

A taxa de condução depende das propriedades da substância


 Convecção
O ar é um mau condutor térmico. Sabemos porém, que
nele ocorrem fluxos de calor com relativa facilidade.
No caso da convecção, a transferência da energia dá-
se por deslocamentos de partes do fluido de um lugar
para outros devido a diferenças de densidade entre
partes do sistema.
Quando se liga um
aquecedor numa sala, o Se não fosse pelas correntes de convecção, seria
ar aquece depressa.
muito difícil ferver a água.

À medida que a água é aquecida numa panela, as camadas


inferiores são aquecidas primeiro.

Essas regiões expandem-se e sobem porque tem uma


densidade menor que a da água fria. Ao mesmo tempo,
a água mais fria e mais densa vai para o fundo da
panela e aí pode ser aquecida.
O Sol emite energia por radiação (o Sol é uma fonte de ondas
electromagnéticas). Contudo, não é apenas o Sol que emite radiação.
Todo o corpo emite energia por radiação, sendo essa energia tanto maior
quanto maior for a temperatura absoluta do corpo. A temperatura do Sol é
de cerca de 6000 K, sendo por isso que este astro é uma poderosa fonte
de ondas electromagnéticas.

As ondas electromagnéticas são caracterizadas pelo comprimento de


onda () e/ou pela frequência (f).

 – comprimento de onda (metros, m)


 = f – frequência (hertz, Hz)
c – velocidade da luz no vazio = 3 x 108 m/s
Trabalho é a energia que é transferida de um sistema para outro, quando
há uma força de interacção entre sistemas.
Se puxarmos um caixote com uma certa força, transferimos energia para o
caixote que se manifesta no seu movimento. A pessoa perde energia
interna, mas o caixote ganha energia cinética. Ao processo de transferir
energia para um sistema por acção de forças que a vizinhança exerce
sobre ele chama-se trabalho.

O trabalho, W, é, tal como o calor, uma energia em «trânsito» e, tal como


o calor, exprime-se em joules (J).
A energia interna de um sistema pode variar
tanto pela realização de trabalho como pela
ocorrência de um fluxo de calor, como ainda
por efeito da radiação:

Se o sistema estiver isolado termicamente, não há fluxo de calor (Q = 0) e,


não havendo emissão ou absorção de radiação, toda a variação de energia
interna é devida ao trabalho:
Ei = W
Por outro lado, se não se realizar trabalho (W = 0), a variação de energia
interna é apenas devida ao fluxo de calor e radiação:
Ei = Q + R
Num sistema isolado, Q = 0, W = 0, R = 0 e, portanto:
Ei = 0
Das duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação
na construção de máquinas e utilização na indústria, pois trata
directamente do rendimento das máquinas térmicas.

Enunciado de Clausius:
“O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura
menor, para um outro corpo de temperatura mais alta.”
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da
temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo seja inverso é
necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema.

Enunciado de Kelvin-Planck:
“É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo
termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido em trabalho.”
Ou seja, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%,
por maior que seja, há sempre uma quantidade de calor que não se transforma em
trabalho efectivo.
As máquinas térmicas permitem obter trabalho a partir de um fluxo de
calor entre duas fontes a temperatura diferente.
O seu rendimento é:

O rendimento de uma máquina térmica é sempre inferior a 100%.


Os motores de explosão dos automóveis têm um rendimento próximo dos
50%. Metade da energia consumida dissipa-se sob a forma de calor.
As máquina frigoríficas tem como objectivo
absorver a energia sob a forma de calor de
uma região a baixa temperatura mediante a
realização de trabalho.
Trabalham de forma cíclica através de um
fluído refrigerante (fréon) que extrai o calor da
zona a refrigerar e liberta-o noutra parte do
sistema.

O fluido refrigerante na forma de líquido saturado passa pelo dispositivo de


expansão (restrição), onde é submetido a uma queda de pressão brusca.
Então o fluido é conduzido pelo evaporador, que absorverá calor do ar do
ambiente a ser refrigerado, vaporizando-se.
A eficiência da máquina frigorífica é o quociente entre a energia retirada á
máquina, como calor, da fonte fria (Qf), e a energia que a máquina recebe como
trabalho (W).

W + Qf = Qq, ou seja, W = Qq - Qf (lei da conservação da energia)

A eficiência da máquina frigorífica é sempre maior que 1. A eficiência normal de


uma máquina frigorífica é de 5.

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