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O conhecimento em redes interempresariais: dimensões para

análise

Davi Noboru Nakano


Escola Politécnica, Universidade de São Paulo - Departamento de Engenharia de Produção
dnnakano@usp.br

VERSÃO PRELIMINAR PARA DISCUSSÃO NO ÂMBITO DO PROJETO


"REDES DE COOPERAÇÃO E GESTÃO DO CONHECIMENTO"
FAVOR NÃO CITAR

Introdução

Uma das características da sociedade pós-industrial ou pós-capitalista é o crescente valor e


impacto do conhecimento na atividade econômica (Huber, 1984, Drucker, 1993). É grande
o interesse nos chamados ativos intangíveis (Sveiby, 1997) ou capital intelectual
(Edvinsson e Malone, 1997; Stewart, 1997) das organizações, e a gestão do conhecimento
tornou-se assunto importante para a administração das empresas (Hansen et al.,
1999). Como conseqüência desse interesse, diversos temas relativos ao conhecimento
organizacional têm sido abordados, como a criação e transformação do conhecimento
(Nonaka e Takeuchi, 1995), a avaliação dos ativos intangíveis (Stewart, 1997) e o
acompanhamento e prospecção do ambiente (Kahaner, 1996).

Dentro desse novo panorama, as redes inter-empresariais emergem como locais onde o
conhecimento pode ser gerado de forma mais eficiente e rápida (Powell, Koput e Smith-
Doerr, 1996). Elas são um fenômeno recente, cujo adoção cresceu explosivamente a partir
do início dos anos 80 (Gulati, 1999). Podem ser definidas amplamente como formas de
organização da atividade econômica através de ações de coordenação e cooperação entre
empresas, baseadas ou não em contratos formais, e se posicionam, do ponto de vista
econômico, entre as empresas (hierarquias) e os mercados (Grandori e Soda, 1995). As
redes podem ser formadas por diversos motivos, Oliver (1990), por exemplo, aponta para
seis fatores para explicar o estabelecimento de relações inter-empresariais:

1. a imposição legal ou de uma instância superior, como no caso de certos


financiamentos, onde o acesso é permitido somente a consórcios entre empresas e
instituições de pesquisa,

1
2. a busca por controle (assimetria), quando uma organização procura exercer controle
sobre outra ou sobre os seus recursos de outra organização,
3. a reciprocidade, quando relações são estabelecidas por organizações que
compartilham objetivos comuns, iniciando relações de cooperação e coordenação,
4. a necessidade de maior eficiência interna, quando uma organização, preocupada em
melhorar sua própria eficiência busca estabelecer relações com outras empresas
para reduzir seus custos de transação,
5. a busca por estabilidade, em face às incertezas do ambiente competitivo. Nessas
condições, organizações podem buscar o estabelecimento de relações para diminuir
a sua vulnerabilidade,
6. a procura de legitimidade, onde uma organização busca melhora sua reputação,
visibilidade, imagem e prestígio através de interconexões com organizações aceitas
e respeitadas seu meio.

Recentemente as redes de cooperação inter-empresarial foram apontadas como o novo


locus da inovação, especialmente nos setores de rápido desenvolvimento tecnológico
(Powell, Koput e Smith-Doerr, 1996). Nesse setores, a rapidez d da evolução técnica
associada à sua própria complexidade, impedem que uma única organização domine todo o
conhecimento necessário para a inovação, exigindo a contribuição e cooperação de
diversas organizações. Porém para uma rede inter-empresarial importa não somente o
conhecimento técnico ou tecnológico: o estabelecimento de relações com outras empresas
requer que uma organização esteja a par por exemplo das necessidades e competências de
seu potencial parceiro. Além dessas informações, necessita também de outras referentes à
postura do potencial parceiro, de forma a se proteger de eventuais comportamentos
oportunistas (Gulati e Gargiulo, 1999). Portanto para a formação e operação de uma rede
inter-empresarial importa tanto o conhecimento tecnológico, que é transmitido e gerado
após o seu estabelecimento, quanto aquele que é anterior à sua formação, e que possibilita
o seu surgimento.

A administração e operação de uma rede envolve também assuntos como a definição de


autoridade para a tomada de decisões e o estabelecimento dos limites de cooperação e de
responsabilidades e direitos legais, além de exigir, de cada organização participante,
normas e procedimentos para lidar com seus parceiros. Além dessas definições, outras
fatores influenciam a administração de uma rede de cooperação, como o possível

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comportamento oportunista de um parceiro, assim como os próprios custos de coordenação
(Gulati e Singh, 1998). A participação em uma rede envolve assim o desenvolvimento de
capacidades administrativas por parte de cada organização envolvida (Gulati, 1999). Ela
deve desenvolver o conhecimento e a competência sobre como ser um parceiro, como
portar-se e administar suas relações, para que ela participe de forma eficaz em uma rede
inter-empresarial. São portanto três os níveis ou dimensões de conhecimento relativos às
redes inter-empresariais:

1. o conhecimento anterior: informações sobre as necessidades, competências e


comportamentos de potenciais parceiros,
2. o conhecimento administrativo: capacidade organizacional para trabalhar em
parceria,
3. o conhecimento tecnológico: informações, serviços e produtos que circulam através
da rede após o seu estabelecimento, e que são o motivo de sua formação.

A gestão do conhecimento em redes inter-empresariais envolve portanto três diferentes


dimensões, que possuem características e peculiaridades próprias. Para que uma empresa
seja bem sucedida em uma rede, ela deve ser competente na administração do
conhecimento nessas três dimensões.

A gestão do conhecimento em redes inter-empresariais

O conhecimento organizacional é complexo e muilti-facetado. Uma das formas com que a


literatura contorna o problema da complexidade em definir o conhecimento é pelo
estabelecimento de classificações que reflitam parte de seus atributos. Grande parte dessas
classificações utiliza estabelece contraste entre dois extremos. Assim, o conhecimento é
classificado por exemplo como: tácito ou explícito (Nonaka e Takeuchi, 1995), tácito e
articulado, (Hedlund, 1994), informacão ou know how (Kogut e Zander, 1992), declarativo
e procedural (Grant, 1996). De forma geral essas classificações duas facetas do
conhecimento: parte dele pode ser traduzido em desenhos, linguagens ou símbolos,
enquanto outra parte é de difícil representação, estando incorporado nos modos de pensar e
agir. Hedlund (1994) propõe que ambos os tipos de conhecimento podem ser expressos
em três dimensões: a dimensão cognitiva, os modos de pensar, princípios lógicos e de
raciocínio que podem ser expressos me documentos, fórmulas e expressões; a dimensão

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das habilidades, e a dimensão objetiva, o conhecimento incorporado a produtos e
serviços. O conhecimento possui portanto diferentes vetores, que podem levá-lo de uma
organização para outra, com diferentes características e capacidades de armazenamento e
transmissão.

Quanto aos processos de gestão do conhecimento, existem atualmente uma grande


variedade de proposições na literatura. Utilizando-se de conceitos elaborados em outras
trabalhos (Nakano, 2001), entende-se gestão do conhecimento como formada por quatro
processos básicos:

• Criação: a geração de conhecimento com atividade interna à organização,


• Aquisição: absorção de conhecimento de fontes externas à organização,
• Interpretação: a capacidade de transformar e modificar o conhecimento, adaptando o
seu uso a cada situação particular,
• Armazenamento: os processo de alimentação, manutenção e recuperação de
informações dos aparatos de memória organizacional1.

Pode-se desenhar uma matriz, relacionando as dimensões do conhecimento em redes inter-


empresariais, seus vetores e os processos de gestão do conhecimento propostos (tabela
1). Obtém-se uma matriz, onde cada célula representa um processo de gestão do
conhecimento referente a uma particular dimensão do conhecimento. Cada uma dessas
células será analisada em detalhe a seguir.

A. Conhecimento anterior
Dada a natureza do conhecimento anterior, i.e., aquele que possibilita a organização a
decidir sobre a formação de uma parceria pela análise das necessidades, competências e
comportamentos de potenciais parceiros, ele só é passível de aquisição, não podendo,
obviamente, ser criado no interior da organização. A literatura destaca que o principal
meio de adquirir conhecimento anterior vem de informações do comportamento anterior de
organizações. Essas informações podem ser obtidas através de relacionamentos que a
organização possua, através de associações de classe, contatos de diretoria, relações
comerciais e projetos e parcerias anteriores (Gulati e Gargiulo, 1999). Essa perspectiva

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enfatiza portanto que a organização está inserida em um contexto social e histórico, e que
quanto maior seja sua exposição ao seu ambiente e quanto maior sua experiência prévia,
maior será sua capacidade de adquirir conhecimento anterior (Gulati e Gargiulo, 1999).

B. Conhecimento administrativo
A ênfase na literatura é sobre o conhecimento através da experiência (learning by doing),
i.e., quanto maior for o número de experiências que uma organização possua (bem
sucedidas, subentende-se), tanto maior o desenvolvimento de práticas administrativas que a
tornam um parceiro efetivo. Isso acaba por ter um efeito recursivo, na medida em que o
desenvolvimento da imagem de “boa parceira” torna a organização mais atrativa para
futuras parcerias (Gulati, 1999).

C. Conhecimento tecnológico
Esta é a dimensão do conhecimento que é, indiscutivelmente, mais abordada na
literatura. Cada processo será examinado em particular a seguir.

Criação: a literatura sugere que em ambientes onde a tecnologia seja complexa, distribuída
e tenha desenvolvimento acelerado, as inovações sejam geradas na cooperação entre
empresas, e não no interior de uma delas (Powell, Koput e Smith-Doerr, 1996). Também
sugere que a participação em diferentes redes, que não sejam inter-relacionadas pode
possibilitar a uma organização transferir e adaptar conhecimento de uma rede para outra,
tornando-se inovadora (Hargardon e Sutton, 1997). Assim, a posição de uma organização
em uma rede, ou mais precisamente, em diversas redes, pode ser um elemento que aumente
sua capacidade de inovação.

Aquisição: Duas características de uma rede inter-empresarial são discutidas na literatura


em relação a este processo: a morfologia e a qualidade de suas relações. Quanto à
morfologia, diferenciam-se três tipos de relações entre organizações: relações diretas,
quando as organizações interagem diretamente; relações indiretas, quando não há interação
direta, mas as organizações interagem com uma terceira em comum; e os buracos
estruturais, quando uma organização possui relações com duas outras, que não interagem
entre si (o buraco se estabelece entre as duas últimas). A influência da morfologia é

1
O conceito de memória organizacional utilizado aqui é o proposto por Walsh e Ungson, 1991, utilizado por
exemplo em Moorman e Miner, 1997; Hargardon e Sutton, 1997.

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discutida por Ahuja (2000), que analisa a influencia da posição de uma organização na
rede, mais precisamente o impacto das relações diretas, indiretas e dos buracos estruturais
em sua capacidade de inovação. Quanto à qualidade das relações, de acordo com a
freqüência e intensidade de transferência de informações, uma relação pode ser classificada
como forte ou fraca. Hansen (1999) e Kraatz (1998) estudam a influência das relações
fortes e fracas na inovação, e em que medida cada uma delas inibe ou facilita o fluxo de
conhecimento. Alguns autores também estudam a influência da posição de uma
organização em uma rede, se central ou periférica, assim como sua atuação como
intermediário entre diferentes redes (e.g. Hargardon e Sutton, 1997).
Darr, Argote e Epple (1995) relacionam três mecanismos pelos quais o conhecimento
técnológico é transferido de uma organização para outra. Estudando redes de franquia,
eles relacionam os seguintes mecanismos: comunicação regular, a troca de informação por
relatórios periódicos, telefonemas e similares; os relacionamentos pessoais, pelos quais
informações são transmitidas informalmente e reuniões periódicas. Uzzi (1997) por sua
vez explora o a estrutura social da rede como facilitador na transmissão de
informações. Relações próximas permitem o estabelecimento de relações de confiança, de
troca de informações detalhadas e resolução conjunta de problemas, aumentando o
potencial para a troca de informações.

Armazenamento: Um conceito evidente, e por isso não explicitamente tratado na


literatura específica sobre redes e alianças, é que os nós da redes, i.e., as organizações
participantes, armazenam internamente o conhecimento, através dos seus dispositivos de
memória organizacional, como seus colaboradores (em suas memórias, habilidades e
raciocínios), seus procedimentos e técnicas, cultura, estrutura e ambiente físico (Walsh e
Ungson, 1991). Pode-se ainda acrescentar à essa relação os produtos e serviços criadso
pelas operações de cada organização participante (Hedlund, 1994). Além disso, em um
meta-nível, sugere-se que as próprias relações entre as empresas armazenem conhecimento
(e.g. Powell, Koput e Smith-Doerr, 1996).

A tabela 1 resume os mecanismos propostos na literatura relativos a cada um dos processos


de gestão do conhecimento:

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Conhecimento Conhecimento Conhecimento
anterior administrativo tecnológico
Criação A própria rede é o
local de inovação
Influência da posição
na rede
Aquisição Relacionamentos e Conhecimento Influência da
parcerias anteriores adquirido pela morfologia da rede
experiência
Influência da
qualidade das
relações
Influência da posição
Mecanismos como:
comunicação regular,
relacionamentos
pessoais e reuniões
Influência do grau de
relacionamento entre
parceiros
Interpretação
Armazenamento Nós da rede
(organizações)
Produtos e serviços
Próprios
relacionamentos
Tabela 1: Dimensões do conhecimento e processos de gestão
Fonte: autor

Conclusão

A tabela 1 resume os conceitos levantados, e mostra que duas dimensões do conhecimento


em redes inter-empresariais têm sido negligenciados até o momento: o conhecimento
anterior e o conhecimento administrativo para a operação de uma rede. Mais
especificamente, dois aspectos parecem de especial importância e carecem de discussão: O
primeiro se refere a onde e como as organizações devem armazenar o conhecimento, e
particularmente aqueles aqui denominados anterior e administrativo que desenvolvem. Já
que essas dimensões do conhecimento não fazem parte do núcleo principal de operações da
organização, ele pode ser negligenciado, se a organização não colocar sobre elas a ênfase
apropriada. Como agravante, se ele for pouco utilizado, pode ser facilmente perdido por
falta de uso, pois a literatura sugere que o conhecimento organizacional, quando não
utilizado, se deprecia rapidamente (Darr, Argote e Epple, 1995).

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O segundo aspecto diz respeito aos mecanismos do conhecimento administrativo, mais
especificamente, quais são as capacidades que uma organização precisa desenvolver para
ser uma parceiro efetivo. Que competências organizacionais são necessárias para uma
organização desempenhar adequadamente o papel de parceira? Quais a importância da
assimetria nessas relações? Onde essas competências de localizam, e como devem ser
administradas. O domínio dessa dimensão parece tão fundamental para o adequado
estabelecimento de uma rede quanto o próprio conhecimento tecnológico. Essa é portanto
uma área de estudo emergente, de fundamental importância para o estabelecimento e
gestão de redes inter-empresariais, e que justifica estudo mais aprofundado. As perguntas
que emergem e que permanecem a serem respondidas são :

1. Onde e como as organizações armazenam o conhecimento anterior e o administrativo?


2. Quais são as competências que uma organização precisa desenvolver para participar
em redes inter-empresariais? Como ela deve administrá-las?

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