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análise
Introdução
Dentro desse novo panorama, as redes inter-empresariais emergem como locais onde o
conhecimento pode ser gerado de forma mais eficiente e rápida (Powell, Koput e Smith-
Doerr, 1996). Elas são um fenômeno recente, cujo adoção cresceu explosivamente a partir
do início dos anos 80 (Gulati, 1999). Podem ser definidas amplamente como formas de
organização da atividade econômica através de ações de coordenação e cooperação entre
empresas, baseadas ou não em contratos formais, e se posicionam, do ponto de vista
econômico, entre as empresas (hierarquias) e os mercados (Grandori e Soda, 1995). As
redes podem ser formadas por diversos motivos, Oliver (1990), por exemplo, aponta para
seis fatores para explicar o estabelecimento de relações inter-empresariais:
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2. a busca por controle (assimetria), quando uma organização procura exercer controle
sobre outra ou sobre os seus recursos de outra organização,
3. a reciprocidade, quando relações são estabelecidas por organizações que
compartilham objetivos comuns, iniciando relações de cooperação e coordenação,
4. a necessidade de maior eficiência interna, quando uma organização, preocupada em
melhorar sua própria eficiência busca estabelecer relações com outras empresas
para reduzir seus custos de transação,
5. a busca por estabilidade, em face às incertezas do ambiente competitivo. Nessas
condições, organizações podem buscar o estabelecimento de relações para diminuir
a sua vulnerabilidade,
6. a procura de legitimidade, onde uma organização busca melhora sua reputação,
visibilidade, imagem e prestígio através de interconexões com organizações aceitas
e respeitadas seu meio.
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comportamento oportunista de um parceiro, assim como os próprios custos de coordenação
(Gulati e Singh, 1998). A participação em uma rede envolve assim o desenvolvimento de
capacidades administrativas por parte de cada organização envolvida (Gulati, 1999). Ela
deve desenvolver o conhecimento e a competência sobre como ser um parceiro, como
portar-se e administar suas relações, para que ela participe de forma eficaz em uma rede
inter-empresarial. São portanto três os níveis ou dimensões de conhecimento relativos às
redes inter-empresariais:
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das habilidades, e a dimensão objetiva, o conhecimento incorporado a produtos e
serviços. O conhecimento possui portanto diferentes vetores, que podem levá-lo de uma
organização para outra, com diferentes características e capacidades de armazenamento e
transmissão.
A. Conhecimento anterior
Dada a natureza do conhecimento anterior, i.e., aquele que possibilita a organização a
decidir sobre a formação de uma parceria pela análise das necessidades, competências e
comportamentos de potenciais parceiros, ele só é passível de aquisição, não podendo,
obviamente, ser criado no interior da organização. A literatura destaca que o principal
meio de adquirir conhecimento anterior vem de informações do comportamento anterior de
organizações. Essas informações podem ser obtidas através de relacionamentos que a
organização possua, através de associações de classe, contatos de diretoria, relações
comerciais e projetos e parcerias anteriores (Gulati e Gargiulo, 1999). Essa perspectiva
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enfatiza portanto que a organização está inserida em um contexto social e histórico, e que
quanto maior seja sua exposição ao seu ambiente e quanto maior sua experiência prévia,
maior será sua capacidade de adquirir conhecimento anterior (Gulati e Gargiulo, 1999).
B. Conhecimento administrativo
A ênfase na literatura é sobre o conhecimento através da experiência (learning by doing),
i.e., quanto maior for o número de experiências que uma organização possua (bem
sucedidas, subentende-se), tanto maior o desenvolvimento de práticas administrativas que a
tornam um parceiro efetivo. Isso acaba por ter um efeito recursivo, na medida em que o
desenvolvimento da imagem de “boa parceira” torna a organização mais atrativa para
futuras parcerias (Gulati, 1999).
C. Conhecimento tecnológico
Esta é a dimensão do conhecimento que é, indiscutivelmente, mais abordada na
literatura. Cada processo será examinado em particular a seguir.
Criação: a literatura sugere que em ambientes onde a tecnologia seja complexa, distribuída
e tenha desenvolvimento acelerado, as inovações sejam geradas na cooperação entre
empresas, e não no interior de uma delas (Powell, Koput e Smith-Doerr, 1996). Também
sugere que a participação em diferentes redes, que não sejam inter-relacionadas pode
possibilitar a uma organização transferir e adaptar conhecimento de uma rede para outra,
tornando-se inovadora (Hargardon e Sutton, 1997). Assim, a posição de uma organização
em uma rede, ou mais precisamente, em diversas redes, pode ser um elemento que aumente
sua capacidade de inovação.
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O conceito de memória organizacional utilizado aqui é o proposto por Walsh e Ungson, 1991, utilizado por
exemplo em Moorman e Miner, 1997; Hargardon e Sutton, 1997.
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discutida por Ahuja (2000), que analisa a influencia da posição de uma organização na
rede, mais precisamente o impacto das relações diretas, indiretas e dos buracos estruturais
em sua capacidade de inovação. Quanto à qualidade das relações, de acordo com a
freqüência e intensidade de transferência de informações, uma relação pode ser classificada
como forte ou fraca. Hansen (1999) e Kraatz (1998) estudam a influência das relações
fortes e fracas na inovação, e em que medida cada uma delas inibe ou facilita o fluxo de
conhecimento. Alguns autores também estudam a influência da posição de uma
organização em uma rede, se central ou periférica, assim como sua atuação como
intermediário entre diferentes redes (e.g. Hargardon e Sutton, 1997).
Darr, Argote e Epple (1995) relacionam três mecanismos pelos quais o conhecimento
técnológico é transferido de uma organização para outra. Estudando redes de franquia,
eles relacionam os seguintes mecanismos: comunicação regular, a troca de informação por
relatórios periódicos, telefonemas e similares; os relacionamentos pessoais, pelos quais
informações são transmitidas informalmente e reuniões periódicas. Uzzi (1997) por sua
vez explora o a estrutura social da rede como facilitador na transmissão de
informações. Relações próximas permitem o estabelecimento de relações de confiança, de
troca de informações detalhadas e resolução conjunta de problemas, aumentando o
potencial para a troca de informações.
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Conhecimento Conhecimento Conhecimento
anterior administrativo tecnológico
Criação A própria rede é o
local de inovação
Influência da posição
na rede
Aquisição Relacionamentos e Conhecimento Influência da
parcerias anteriores adquirido pela morfologia da rede
experiência
Influência da
qualidade das
relações
Influência da posição
Mecanismos como:
comunicação regular,
relacionamentos
pessoais e reuniões
Influência do grau de
relacionamento entre
parceiros
Interpretação
Armazenamento Nós da rede
(organizações)
Produtos e serviços
Próprios
relacionamentos
Tabela 1: Dimensões do conhecimento e processos de gestão
Fonte: autor
Conclusão
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O segundo aspecto diz respeito aos mecanismos do conhecimento administrativo, mais
especificamente, quais são as capacidades que uma organização precisa desenvolver para
ser uma parceiro efetivo. Que competências organizacionais são necessárias para uma
organização desempenhar adequadamente o papel de parceira? Quais a importância da
assimetria nessas relações? Onde essas competências de localizam, e como devem ser
administradas. O domínio dessa dimensão parece tão fundamental para o adequado
estabelecimento de uma rede quanto o próprio conhecimento tecnológico. Essa é portanto
uma área de estudo emergente, de fundamental importância para o estabelecimento e
gestão de redes inter-empresariais, e que justifica estudo mais aprofundado. As perguntas
que emergem e que permanecem a serem respondidas são :
Referências
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