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Objetivos Práticos:
• Desenvolver a obra entre os meses de setembro a novembro de 2009
• Entrevistar vários “corpos-estátuas” da cidade de São Paulo. Conviver um
tempo
com eles. Entender este universo para posteriormente convidar os que farão
parte
da obra.
• Trabalhar com no mínimo 3 e máximo 5 “corpos-estátuas”.
• Ensaiar entre 20 a 30 horas semanais no Jardim das Esculturas do CCSP.
• Apresentar a obra no Jardim das Esculturas do CCSP em novembro 2009
Justificativa do projeto:
A fascinação que o corpo em repouso pode provocar, concebe-se
também que essa atração liga-se à incrível presença do
movimento na imobilidade. (Henri-Pierre Jeudy).
A dança deve ser percebida em sua complexidade estrutural e social. Gestos,
ações e movimentos, simples ou complexos, atendendo a verticalidade ou
falta dela,
produzem diversas danças em diversas estéticas e épocas. Em uma
permanente atitude
de construção a dança amplia seus domínios estéticos aprendendo com a
inserção de
outras artes, filosofias e manifestações culturais. Quando o interprete dança,
que é
diferente de teorias sobre a dança ou sobre o desejo de dançar ou sobre os
ensaios, mas
quando ele dança tudo já está presente. Segundo a teórica francesa
Laurance Louppe:
“Na dança contemporânea o sujeito é diretamente seu movimento. Ele não
dispõe de um
instrumento que substitui a sua presença. A atitude do sujeito coincide com
ele mesmo”.
Ao nos depararmos com os “homens-estátuas” temos uma camada de tinta e
roupas que
escondem o sujeito, o movimento preso na imobilidade. Interessa a este
projeto discutir a
manifestação cultural, a identidade, a corporeidade vestida de rua, o que está
por trás
das roupas e tintas; não se trata de saber ou discutir se os “homens-estátuas”
devem ou
não ser considerados artistas, mas sim o sentido e os sujeitos que estão ali
presentes.
A dança pode ser sobre qualquer coisa mas é fundamentalmente e
primeiramente
sobre o corpo humano e seus movimentos, sejam eles oriundos de um
bailarino
tecnicamente treinado ou não. A experiência em criar dança com outros
corpos que não os
necessariamente formados por ela não é nada recente, podemos citar o
Judson Church
que experimentava também com leigos na busca pelo movimento
espontâneo. Eles
experimentaram tantos tipos diferentes de estruturas coreográficas que suas
mensagens
ficaram claras: não apenas qualquer movimento ou qualquer corpo mas
também qualquer
método será permitido.