Professional Documents
Culture Documents
1. Sequência histórica
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 1
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
1.1 Do Direito Comercial
2 Conceito de sociedades
O art.44 do Código Civil diz que são pessoas jurídicas de direito privado as
associações, as fundações e as sociedades.
3. Tipos de Sociedades
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 9
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
Já as sociedades empresárias onde os sócios tem responsabilidade ilimitada pelas
obrigações sociais são a Sociedade em Nome Coletivo e a Sociedade em
Comum(Soc.irregular ou de fato).
E aquelas sociedades onde um grupo de sócios podem responder limitadamente e
outro grupo responder ilimitadamente, ou seja, responsabilidade mistas, temos as
sociedades em Nome Coletivo, Comandita Simples, Comandita por Ações e a sociedade em
conta de participação.
A responsabilidade ilimitada dos sócios para com as obrigações sociais da
sociedade não pressupõe que o credor pode executar diretamente o patrimônio dos sócios,
esquecendo de observar o princípio da responsabilidade subsidiária, isto é, enquanto não
exaurido o patrimônio social, não se pode cogitar do comprometimento do patrimônio dos
sócios para a satisfação de dívida da sociedade, conforme previsto no art.1024 CC.
“Art.1.024.Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas as sociedade, senão depois de executados os bens sociais”
Não existe no direito pátrio nenhuma regra geral de solidariedade entre sócios e
sociedade (simples ou empresária), podendo os primeiros sempre se valerem do benefício
de ordem, ou seja, pela indicação dos bens da sociedade, livres e desembaraçados, sobre os
quais vão recair a execução de obrigação societária. Contudo, a relação entre os sócios é
solidária, não podendo um invocar o benefício de ordem, devendo arcar com o total da
dívida perante ao credor e, posteriormente, demandar, via ação regressiva, a outra parte
pela quota parte da obrigação.
Ou seja, a solidariedade, no direito societário brasileiro, quando existe, verifica-se
entre os sócios, pela formação do capital social, e nunca entre sócio e sociedade. A única
exceção à regra está na sociedade irregular ou de fato, respondendo o sócio que atue como
representante legal daquela sociedade. Para este caso, a lei prevê responsabilização direta,
conforme preceitua o art.990 do CC.
“Art.990.Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas
obrigações sociais, excluído o benefício de ordem, previsto no art.1.024, aquele que
contratou pela sociedade.”
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 10
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
4.2 Quanto à personificação
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 12
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
O próprio Código Civil de 2002 dá a este tipo societário, a Sociedade Limitada,
características de sociedade de pessoas. Este fato por ser visto por diversos artigos que
assim a caracteriza, por exemplo o art.1.057 do CC.
“Art.1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou
parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a
estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social.
Parágrafo único.........”
5. Ato Constitutivo
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 13
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
exemplo a sociedade anônima de um sócio apenas como é o caso da Subsidiária Integral,
constituída mediante escritura pública, conforme prevê o artigo 251 da lei 6.404/76.
Estas sociedades UNIPESSOAIS, sejam elas temporárias ou definitivas
(subsidiária), causam certa incompreensão, tendo em vista que a tradição de que a
sociedade se forma apenas pelo contrato, sendo somente possível sua criação entre duas ou
mais pessoas.
Sobre as teorias que buscam uma explicação para o ato constitutivo, podemos
nomeá-las:
• Teoria Anticontratualista;
• Teoria Contratualista;
• Teoria da Fundação, Corporação ou União;e
• Teoria da Instituição.
Diante de todas estas teorias, as quais possuem forte fundamentação, podemos destacar
a Teoria Contratualista, o qual o Código Civil de 2002 adotou, conforme os arts. 981 e 997
do CC, ou seja, há entendimento que o ato constitutivo é um contrato.
“Art.981.Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e
a partilha, entre si, dos resultados.”
Com isso, podemos dizer que as sociedades são constituídas por um contrato entre os
sócios, isto é, o vínculo estabelecido entre os membros da sociedade tem natureza
contratual, e, em decorrência, os princípios que norteiam o direito dos contratos explicam
parte das relações entre os sócios.
Dentre os tipos societários, são contratuais as sociedades em Nome Coletivo,
Comandita Simples e Limitada. Sendo assim, a disciplina jurídica aplicável é o Código
Civil e o instrumento disciplinador das relações sociais entre seus membros é o contrato
social.
6. Personalidade Jurídica
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 14
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
Antes de entrarmos neste assunto, em especial das sociedades, entendo ser
importante lermos o comentário do Prof.Caio Mário sobre personalidade.
“Como o homem é o sujeito das relações jurídicas, e a personalidade a faculdade
a ele reconhecida, diz-se que todo homem é dotado de personalidade. Mas não se diz que
somente o homem, individualmente considerado, tem essa aptidão. O direito reconhece
igualmente personalidade a entes morais, sejam os que se constituem de agrupamentos de
indivíduos que se associam para a realização de um finalidade econômica ou
social(sociedades e associações), sejam os que se formam mediante a destinação de um
patrimônio para um fim determinado (fundações), aos uais é atribuída com autonomia e
independência relativamente às pessoas físicas de seus componentes ou dirigentes.”
As sociedade que arquivam seus atos constitutivos ou contratos no registro
competente, adquirem personalidade jurídica, tornando-se sociedades regulares. Aquelas
que não o fazem são chamadas de sociedades irregulares, de fato ou Sociedade em Comum,
esta última nomenclatura foi adotada pelo Código Civil, conforme o art.986.
“Art.986.Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade,
exceto por ações em organização, pelo disposto neste capítulo, observadas,
subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade
simples.”
São dois os artigos do Código Civil que tratam da aquisição de personalidade
jurídica pelas sociedades. Primeiramente o art.45 trata da aquisição de personalidade
jurídica, de forma genérica, pelas pessoas jurídicas de direito privado, dizendo que a sua
existência legal começa com a inscrição de seu ato constitutivo do respectivo registro.
Quando necessário, deve ser obtida autorização do Poder Executivo. Em continuidade, o
art.985 do mesmo Código trata especificamente da aquisição de personalidade jurídica
pelas sociedades, e diz que a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição do
seus atos constitutivos no registro próprio e na forma da lei. Com isso, desde a constituição
da sociedade ocorrem a separação e a independência do patrimônio da pessoa jurídica em
relação ao patrimônio dos sócios. È o princípio da autonomia patrimonial, que é um dos
elementos fundamentais do direito societário. Segundo este princípio, os sócios não
respondem, em regra, pelas obrigações da sociedade.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 15
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
A personalidade jurídica das sociedades termina com o procedimento dissolutório,
que pode ser judicial ou extrajudicial. Esse procedimento compreende três fases: a
dissolução, a liquidação e a partilha.
7.1 Conceito
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 18
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
“Art.50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares doa administradores ou sócios da pessoa jurídica.”
A inserção da teoria da desconsideração da personalidade jurídica no novo Código
Civil significou grande avanço, posto se tratar da lei que regra a constituição, a formação e
o encerramento da personalidade jurídica. Ao interpretar a funcionalidade do instituto nos
ensina o professor Fábio Konder Comparato:
“Toda pessoa jurídica é criada para o desempenho de funções determinadas,
gerais e especiais. A função geral da personalização de coletividades consiste na criação
de um centro de interesses autônomos, relativamente às vicissitudes que afetam a
existência das pessoas físicas que lhe deram origem, ou que atuam em sua área:
fundadores, sócios, administradores.”
Em outros termos, a teoria tem intuito de preservar a pessoa jurídica e a sua
autonomia com instrumentos jurídicos indispensáveis à organização da atividade
econômica, sem deixar, no entanto, que as vítimas de fraude fiquem sem proteção alguma.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 19
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
7.2.2 Desconsideração Inversa ou Invertida
8. Empresário
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 20
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
Segundo o art. 966 do Código Civil Brasileiro, considera-se empresário todas as
pessoas, naturais e jurídicas, que exercem profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços para o mercado. O
empresário organiza e dirige a empresa, reunindo e coordenando os seus fatores de
produção.
Com base no art.966, parágrafo único do Código Civil, não é empresário quem
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício
da profissão constituir elemento de empresa.
O agricultor será empresário somente na hipótese de se registrar no Registro
Público de Empresas Mercantis. Não o será se não se registrar, conforme preceitua o
art.971 do CC.
9.1.1 Consenso
O contrato é fruto da vontade. A pessoa para se obrigar precisa manifestar-se
livremente. Além disso, deve ser capaz para tal ato.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 21
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
9.1.2. Objeto lícito
O objeto social da sociedade deve ser lícito. Todas as atividades que não violam a
lei e os bons costumes pode ser objeto da sociedade. Caso algum venha contrair este
princípio as juntas comerciais não arquivam seus contratos, conforme prevê o art.35, inciso
I da Lei 8934 de 1994.
1. Pluralidades de sócios,
2. Constituição do Capital,
3. Affectio Societatis
4. Participação nos lucros e nas perdas
Como dito, sabemos que o contrato é uma relação na qual são envolvidas duas ou
mais pessoas. Seguindo esta premissa a pluralidade de partes constitui um elemento
essencial nos contratos societários.
O artigo 997 do CC, entre os elementos contratuais, exige a presença de sócios, ou
seja, no plural.
Indo contra este princípio, e tratando-se como exceção, existem as chamadas
sociedades unipessoais.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 22
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
Para exemplificarmos a possibilidade da existência de sociedade unipessoal,
podemos citar a permissão que dá o art.251 da Lei 6.404/76, das Sociedades por Ações,
para a constituição de Subsidiária Integral.
Outra situação idêntica está prevista no art.1033 do Código Civil, o qual diz que a
reconstituição do quadro societário deve ocorrer no prazo máximo de 180 dias, sob pena da
sociedade ser dissolvida.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 25
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
Esse elemento característico do contrato societário é altamente útil na prática da
vida comercial, para distinguir a sociedade de outros tipos de contrato, que tendem a se
confundir, aparentemente, com a sociedade de fato ou presumida. O conceito é subjetivo, o
elemento é intencional, e se deve perquirir dos reflexos aparentes e exteriores, se a intenção
do agente foi de unir seus esforços para obter resultados comuns, que isoladamente não
seriam tão plenamente conseguidos.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 28
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
simples deve estar amarrada umbilicalmente à especialidade dos sócios, ao conhecimento
prático ou técnico que estes ostentam, ou simplesmente à atuação direta destes.”1
Constata-se, porém, com relação à sociedade empresária, uma maior
impessoalidade, tornando-se mais latente aquele conceito abstrato de pessoa jurídica, como
um ente que adquire vida própria e distinta da seus sócios.
Por isso mesmo, o Código Civil, de forma coerente, manteve apartadas as
sociedades por ações, classificando-as necessariamente como sociedades empresárias. Não
poderia ser de forma diversa, na media em que é da essência dessas sociedades a ausência
do liame entre os sócios anônimos e seu objeto social.
Com relação à sociedade simples, é importante trazer ao estudo as três diferentes
funções cumpridas na sistemática do atual regime jurídico das sociedades:
1. Tipo societário- A sociedade simples é um dos vários tipos societários que a lei põe à
disposição dos que pretendem explorar atividade econômica conjuntamente. É o tipo
societário adequado, por exemplo, aos pequenos negócios, comércios ou prestadores de
serviços não-empresários, aos profissionais liberais (excetuando-se os Advogados,
cfe.prevê a lei 8.906/94), aos artesãos, artistas, etc;
2. Direito Supletivo- A sociedade simples serve de modelo genérico para os demais
tipos societários contratuais. As normas da sociedade simples (arts.997 a 1.038 do CC)
aplicam-se supletivamente à sociedade em nome coletivo(art.1.040 CC), e comandita
simples( art.1040 e 1.046 do CC), sociedade (art.1.096 do CC) e, em regra, à sociedade
limitada (art.1.053, caput do CC); e
3. Natureza de jurídica (ou categoria de sociedades)- Trata-se da função aqui vista. Assim,
as sociedades se consideram simples, segundo o art.982, se não tiverem “por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro”. As sociedade dessa
categoria podem adotar, como autoriza o art.983 do CC, qualquer um dos tipos das
sociedades empresariais (exceto as Sociedades por Ações)e, se não o fizerem,
subordinar-se-ão às regras que lhes são próprias.
1
Artigo disponível no website do Registro Civil de Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 29
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
1. Sociedade em Nome Coletivo;
2. Sociedade Comandita Simples;
3. Sociedade Limitada;
4. Sociedade Anônima;e
5. Sociedade Comandita por Ações.
10.1.1.3.Sistema de Registro
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 32
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
empresária, o Registro Civil de Pessoas Jurídicas deverá obedecer às normas
fixadas para o Registro Público de Empresas Mercantis.
Como demonstrado ao longo do presente, a definição da natureza jurídica da
sociedade poderá dirigir-se para uma zona cinzenta de difícil precisão; nesses
casos, as próprias sociedades ou seus sócios, segundo a avaliação, indicarão a sua
opção, inscrevendo a sociedade no Registro Civil ou no Registro de Empresas.
Justamente em função da imprecisão e subjetividade dos conceitos envolvidos,
discute-se em doutrina quais as consequências jurídicas do registro de uma
sociedade por órgão incompetente.
Alguns já manifestaram entendimento no sentido de que a irregularidade estaria
tão somente na falta de inscrição, não na inscrição inadequada, uma vez que a
finalidade do registro, que é a publicidade e a fiscalização do cumprimento dos
preceitos legais aplicáveis, estaria, de qualquer sorte, assegurada. Ademais, o
Código Civil, ao disciplinar a sociedade em comum (sociedade irregular ou
sociedade de fato), assim considera aquela que não se inscreveu (Art.986).
Outros, por sua vez, consideram que a sociedade registrada em órgão
incompetente encontra-se na mesma situação de um sociedade sem registro. Trata-
se-ia, portanto, portanto, de “sociedade em comum”.
Ainda há quem entenda que a irregularidade se configuraria apenas quando a
inadequação do registro fosse manifesta, ou quando houvesse evidente intuito de
fraudar a lei. Nesses casos, o registro poderia ser desconstituído, ou ter os seus
efeitos afastados, por decisão judicial.
Desse modo, o Registro Civil e a Junta Comercial, afora as hipóteses de
enquadramento evidente, deverão aceitar, nas situações imprevistas, as declarações
dos próprios sócios e a manifestação de vontade dos requerentes.
Por fim, vale lembrar que, no momento da constituição da sociedade, a estrutura
que se lhe pretende conferir nem sempre estará claramente evidenciada. Por outro
lado, essa estrutura poderá compor-se, progressivamente, com o passar do tempo,
quando a sociedade deveria se converter em sociedade empresária, mediante o
registro na junta Comercial e a consequente baixa no Registro Civil-tudo
precedido, quando necessário, da competente transformação(ajuste do tipo). A
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 33
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
hipótese inversa também poderá acontecer, com a conversão da sociedade
empresária em sociedade simples.
A Sociedade em Nome Coletivo é regida pelo Código Civil entre os seus artigos
1.039 a 1.044, e no que for omisso, aplicar-se-lhe-á, no que couber, a regulamentação
pertinente às Sociedade Simples, compreendida nos arts.997 a 1.038 do Código Civil.
Sob a vigência do Código Comercial este tipo societário permitia pessoa jurídica
como sócio, o que na era do novo Código Civil isto não é mais permitido, conforme
preceitua o art.1.039.
“Art.1.039.Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações
sociais.”
Como mencionado acima, neste tipo de sociedade todos os sócios, pessoas físicas,
respondem ilimitadamente e solidariamente pelas obrigações sociais. Cabe ressaltar que
apesar de a responsabilidade ser ilimitada, os sócios sempre respondem de forma
subsidiária, ou seja, primeiro é necessário exaurir o patrimônio da sociedade, para
posteriormente, havendo necessidade de complementação de fundos, adentrar no
patrimônio pessoal dos sócios.
Assim, quanto à possibilidade dos sócios responderem com seu patrimônio pessoal
obrigações sociais, o parágrafo único do art.1.039 CC, institui a possibilidade deles, no ato
constitutivo ou em deliberações posteriores, limitar entre si a responsabilidade de cada um,
“limitando-a” de alguma forma.
“Art.1.039....
Parágrafo único.Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem
os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a
responsabilidade de cada um.”
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 34
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
É importante salientar que está limitação, seja no ato constitutivo ou em
deliberações posteriores não será oponível a terceiros, pois são solidários. Isto é pacto
interno, afetando apenas as relações os sócios entre si.
Sobre a administração da sociedade, diferentemente das demais, esta caberá,
exclusivamente, aos sócios, conforme estipula o art.1.042 do CC.
“Art.1.042.A Administração da sociedade compete exclusivamente a sócios,
sendo o uso da firma, nos limites do contrato, privativos dos que tenham os
necessários poderes.”
Este administrador será designado por contrato, que lhe conferirá os respectivos
poderes. Porém, não havendo no contrato social a indicação do sócio administrador,
presumir-se-á que todos detém os mesmos poderes, isto dito pelo art.1.013 c/c 1.040 do
CC.
“Art.1.013 . A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social,
compete separadamente a cada um dos sócios.
§1O Se a administração da sociedade competir separadamente a vários
administradores, cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a
decisão aos sócios, por maioria de votos.
§2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que
realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a
maioria.”
A dissolução da sociedade em nome coletivo dar-se-á de pleno direito por
qualquer das causas enumeradas no art.1.033 (c/c 1.040) do Código Civil, ou, se empresária
pela falência.
“Art.1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I- O vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que
se prorrogará por tempo indeterminado;
II- O consenso unânime dos sócios;
III- A deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 35
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
IV- A falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e
oitenta dias;
V- A extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.”
Segundo Fábio Ulhoa, “a expressão comandita tem relação mediata com a idéia
de confiança. Segundo relata Ripert, a sociedade em comandita nasceu do contrato de
encomenda, praticado na Idade Média, principalmente nas cidades italianas e no comércio
marítimo, denominado contrat de command. Command deriva da palavra latina
commendare, que significa confiar. Uma pessoa( o comanditário, aquele que confiava)
entregava mercadorias ou soma de dinheiro a um comerciante ou ao capitão ( o
comanditado, aquele que era depositado a confiança) mediante partes dos lucros da
expedição.”
Este tipo sociedade é regida pelos artigos 1.045 ao 1.051 do Código Civil, sendo
aplicada a este tipo de sociedade, de forma subsidiária, as normas pertinentes as sociedades
em Nome Coletivo, cfe.art.1.046 CC.
A sua existência se dá quando duas ou mais pessoas se associam para fins
comerciais, obrigando-se uns como sócios solidários e outros como simples prestadores de
capital, sendo este último com responsabilidade limitada às suas contribuições de capital.
Os sócios solidários são chamados de comanditados e os sócios prestadores de
capital recebem a nomenclatura de comanditários. Os primeiros são aqueles que entram
com capital e trabalho, assumindo a direção da empresa e só podem ser pessoas físicas. Já o
segundo, comanditário, são aqueles que prestam somente o capital e não tem qualquer
ingerência na sociedade, conforme art.1.047 CC. Caso este sócio venha infringir esta regra
estará ele sujeito às responsabilidades de sócio comanditado, principalmente aquela
referente a responsabilidade ilimitada
10.4.1 Conceito
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 36
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
O cooperativismo teve origem no século XIX, primeiro na Inglaterra depois na
Suíça, Alemanha e França, a partir da idéias do inglês Robert Owen (1771-1858), a quem a
doutrina autorizava credita a primazia as idealização do movimento e a criação do seus
princípios fundamentais. O princípio fundamental do cooperativismo é ajuda mútua e o
trabalho solidário, sem intuito de lucro. Owen acreditava que o homem é um produto do
meio social. Combateu o lucro e a concorrência, despertando nos trabalhos o interesse pelo
trabalho compartilhado e o uso comum da riquezas naturais.
No Brasil, estas sociedades foram disciplinadas no §2o art.174 da Constituição
Federal de 1988, na Lei 5.764 de 1971(Leis das Cooperativas), pela Lei 8.949, que alterou
o art.442 da CLT, e pelos artigos 1.093 ao 1.096 do Código Civil.
“Art.174....
§2o A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de
associativismo.”
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 38
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
É importante frisar que nada obsta que a sociedade cooperativa venha obter lucro
em suas operações, como no exemplo acima, porém este lucro será revertido a todos os
associados daquela sociedade, ou seja, o bem comum.
10.4.2 Características
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 39
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
a) ao capital, que pode existir ou não, pelo Código Civil e era necessário na
lei especial, embora pudesse variar;
b) aos sócios, em número mínimo necessário para organizar os órgãos
sociais, segundo o Código Civil, e de vinte, no mínimo, pela Lei
5.764/71;
c) ao número ilimitado de sócios, segundo o Código Civil, e limitado à
capacidade de prestação de serviços, de reunião, controle e operações,
pela lei 5.764/71.
Entende-se também que o Código Civil não faz referência ao principal elemento
característico da cooperativa, que é a prestação de assistência aos associados, o que é
acentuado em várias passagens da Lei 5.764/71. Isto se dá no momento que a cooperativa
se forja no esforço comum solidário, objetivando a exploração de uma atividade fundada na
ajuda mútua, visando à melhoria das condições de vida dos associados.
A relação dos cooperados com a sua cooperativa tem característica especial, não
podendo ser confundida com relação de emprego, mesmo no caso de cooperativa de
serviços.
Os atos praticados pelas cooperativas e seus associados, reciprocamente, dizem-se
“atos cooperativos”.
Agora, o regime de trabalho dos empregados da cooperativa é o da Consolidação
das Leis do Trabalho.
Sobre este tema, o magistrado José Geraldo da Fonseca, proferiu o seguinte artigo
de doutrina:
“(..) abstraída a subordinação jurídica, elemento indispensável à configuração do
vínculo de emprego, e obviamente inexistente na relação cooperativa, todos os demais
requisitos configuradores do contrato de trabalho também se acham presentes na relação
entre o cooperativado e sua cooperativa ou entre o cooperativado e o tomador dos serviços
da cooperativa(pessoalidade, onerosidade, habitualidade).Tenho lido e ouvido dizer que
tal e qual cooperativa é irregular ou ilegal mas quase ninguém diz, com precisão, que
elementos devem ser levados em conta no exame de cada caso em concreto para saber se
se está diante de cooperativa autêntica, ou como dizem, “fraudoperativa”. Na prática, é
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 43
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
difícil saber até que ponto uma cooperativa é autêntica e a partir de quando passa a
operar na clandestinidade. O contrato de trabalho é, como depois de Plá Rodriguez se diz
usualmente em doutrina, um “contrato-realidade””
Por fim, sobre o ponto, pelo ângulo da jurisprudência, prossegue o autor:
“Com raríssimas exceções, a jurisprudência trabalhista entende fraudulenta a
contratação de empregados pode meio de cooperativas. A divergência se limita à forma de
responsabilização dessas cooperativas. Na prática, ao constatar fraude na contratação de
empregados através de cooperativas, o Ministério Público do Trabalho convoca as
empresas tomadoras dos serviços para tentar firmar com elas Termo de Compromisso de
Ajuste de Conduta, com fixação de multas diárias (‘astreintes’) em caso de
descumprimento das obrigações ajustadas. Por meio desses termos, as empresas
tomadoras se comprometem a abster-se de continuar contratando por meio dessas
cooperativas. Se as empresas se recusarem a firmar os Termos de Ajuste de Conduta, o
Ministério Público poderá ajuizar ações civis públicas a fim de obter, por sentença, a
proibição, a proibição de que as empresas tomadoras continuem admitindo através de
cooperativas. Com o ajuizamento da ação civil pública, o juízo da vara do Trabalho
expede ofício ao Ministério Público Estadual para ação de pedido de extinção da
cooperativa fraudulenta. Para certos juízes, tratando-se, a cooperativa, de pessoa jurídica
interposta na relação contratual entre o prestador dos serviços (cooperativado) e o
tomador(cliente), há vínculo de emprego entre o prestador e tomador (aplicação analógica
do E.331/TST), com exclusão da cooperativa. Para outros, o vínculo se forma com a
cooperativa, mas o tomador responde subsidiariamente (para essa corrente de
pensamento, o empregador e responsável pelas indenização trabalhistas é a cooperativa,
mas o tomador, ou o cliente, principal beneficiado com tráfico de mão-de-obra, responde
subsidiariamente pelas indenizações cabíveis).Outros, embora reconheçam a existência da
relação de emprego e não de cooperativismo, atribuem toda a responsabilidade
(contratual e indenizatória) à cooperativa, mas condenam o tomador, solidariamente, para
os efeitos da relação de emprego (aplicação analógica do art.2o §2o , parte final da CLT).”
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 44
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
A perda da condição de sócio pode ser dar nas seguintes situações:
I- Demissão- É o pedido formulado pelo próprio associado;
II- Eliminação-Isto ocorrerá quando houver infração legal ou estatutária,
formalizando-se por termo no livro de matrícula, com a comunicação ao
eliminado em trinta dias, por parte da diretoria. Esta decisão cabe recurso
à assembléia geral;
III- Exclusão- Esta situação ocorrerá quando houver:
a) dissolução da pessoa jurídica;
b) morte da pessoa física;
c) incapacidade civil superveniente não suprida;e
d) perda dos requisitos previstos no estatuto para ingresso
e permanência na cooperativa.
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 45
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.
No segundo caso, a responsabilidade do associado será limitada ao valor do capital por ele
subscrito.
Contudo, não foi definido como fica a responsabilidade de um sócio pela
obrigações de uma sociedade cooperativa de responsabilidade limitada quando não houver
instalação de capital social.
A responsabilidade do cooperado perante terceiros, por compromissos da
sociedade, perdura para aquele que se demitiu, foi eliminado ou foi expulso, até a
aprovação das contas do exercício em que ocorreu o seu desligamento.
No caso de falecimento do sócio, a responsabilidade por obrigações próprias,
contraídas com a cooperativa, e a responsabilidade perante a terceiros, por obrigações da
sociedade, passam aos herdeiros, mas prescrevem no prazo de um ano a contar do dia da
abertura da sucessão.
Caso haja previsão, este será formado por bens ou serviços, prestados pelos sócios.
Além disso, o capital será variável, oscilando de acordo com o ingresso e retirada dos
sócios.
10.4.8. Denominação
O presente material é apenas para auxiliar na condução do estudo sobre o direito societário. Torna-se 46
necessária consulta a doutrinas para um estudo mais detalhado.
Este material não guarda qualquer responsabilidade da Plínio Leite, sendo ele apenas um compilado de
diversos autores relacionados ao Direito Societário.