Com a separação entre a propriedade e a administração, ocorrida na
idade média, surgindo assim à função do administrador, começou-se a ter maior preocupação com o tema, aparecendo os primeiros estudos sistematizados sobre o assunto. O aspecto humano passa a ter maior relevância, a força de trabalho em função dos altos índices de desemprego, das pressões dos trabalhadores, da igreja, do governo, da sociedade como um todo, são pontos consideráveis para a administração. No fim do século XIX e início do século XX é que houveram estudos aprofundados relativos a administração, esse avanço acontece com a administração científica, onde se destacaram Taylor, Fayol, Ford e Mayo.
I) Frederick Wilson Taylor (1854-1915):
Engenheiro americano que elaborou um conjunto de princípios e técnicas inovadoras de administração. Isto resultou no movimento denominado Administração Cientifica. As idéias de Taylor tiveram origem nas observações que fez sobre o trabalho realizado nas indústrias americanas em anos de experiência, como chefe de produção. Os motivos da insuficiência das indústrias americanas ressaltadas por Taylor são: a) Identidade de interesses: defendia que uma indústria deveria dar ao trabalhador o que ele mais desejava, ou seja, altos salários. Por conseqüência os trabalhadores executariam suas atividades com mais agilidade e precisão, reduzindo os custos aumentando os lucros. Aumentando sua produção, a empresa torna-se mais competitiva e aumenta seu lucro, podendo pagar melhores salários, desta forma todos saem ganhando. b) Treinamento dos Trabalhadores: Para conseguir a identidade de interesses, era necessário treinar e promover o aperfeiçoamento do pessoal, evitando assim a colocação de trabalhadores em locais ou tarefas do qual não possuíam aptidão. Essa preocupação surge porque até então as empresas não ofereciam qualquer auxilio ou orientação sobre a execução das tarefas, deixando a cargo do trabalhador realizar a sua maneira. Havia na época um pensamento equivocado por parte dos trabalhadores que se trabalhassem com máximo de rapidez e maior produtividade, provocariam desemprego. Aumentaria o estoque dos produtos e por conseqüência não haveria mais trabalho. Tal pensamento era equivocado, pois o aperfeiçoamento tanto em máquinas como em métodos de trabalho, resulta em aumento da capacidade produtiva e na redução do custo de fabricação dos produtos, o que por óbvio torna possível mais contratações. c) Conhecimento do processo de produção: Para Taylor outro fator da ineficiência das indústrias americanas, era que a alta gerência não conhecia o processo de produção. O não conhecimento em relação ao tempo da realização dos trabalhos era um estimulo ao operário a diminuir a eficiência na produção. Se a gerência conseguisse compreender um dia de trabalho comum, poderia haver um registro do rendimento obtido pelo trabalhador, bem como sua eficiência na execução das tarefas. Neste caso poderiam subir os salários na medida em que os trabalhadores se aperfeiçoassem ou dispensar quando o trabalhador não atingisse as metas. Determinando critérios de seleção para escolha e definição da nova pessoa a ocupar o cargo disponível. Por fim, Taylor pregava a utilização dos métodos científicos, onde se analisaria a melhor maneira de realização de determinada tarefa no que diz respeito à forma de execução, aos instrumentos utilizados e ao tempo necessário para sua consecução. A aplicação disso se daria com a melhor divisão de responsabilidades entre direção e o trabalhador. O trabalho de cada operário deveria ser planejado pela direção, e cada pessoa teria de receber instruções escritas, completas e pormenorizadas das tarefas a realizar. Além disso, era necessário um estudo prévio das ações e do tempo necessário para realização das tarefas.
II) Henri Fayol (1891-1925):
Engenheiro Francês, também preocupado com o estudo da administração, pregava que era necessário maior organização de pessoal de chefia das grandes empresas. Diferente de Taylor que dirigiu seu estudo para operações industriais, Fayol direcionou seus estudos para administração da empresa como um todo. Desta forma, elaborou sua teoria dizendo que qualquer empresa, independentemente de seu porte ou tipo de atividade deveria possui seis funções básicas: a) Função técnica: representada pelos setores de produção, transformação ou elaboração de produtos. b) Função comercial: reunindo as atividades de compra e venda. c) Função financeira: gerência dos recursos financeiros, em relação a sua captação e correta aplicação. d) Função de segurança: referindo-se à proteção dos bens materiais da empresa (máquinas e equipamentos, etc.), como trabalhadores. e) Função de contabilidade: órgão de visão das empresas responsável por revelar, através de seus instrumentos (inventário, balanços, preços de custo), a posição atual e o rumo das atividades do negócio. f) Função administrativa: encarregada de formular o programa geral de ação da empresa, coordenando esforços e harmonizando as ações. A função Administrativa compreendia prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
# Prever: seria antecipar o futuro e traçar um plano de ação.
# Organizar: Estruturar a empresa com recursos (materiais e humanos) para localizar as atividades. # Comandar: dirigir o pessoal fornecendo as informações necessárias. # Coordenar: seria a reunião e harmonização das ações e dos esforços. # Controlar: manter tudo de acordo com o que tinha sido estipulado e estabelecido.
Organizada a empresa era necessário a criação de ordens para os
trabalhadores saberem o que fazer. As ações tinham que ser coordenadas e as tarefas precisavam de controle gerencial. A teoria da Fayol ainda defendia que para uma administração ser eficaz deveriam ser obedecidos 14 princípios: 1) DIVISÃO DO TRABALHO: Visa produzir mais e melhor com o mesmo esforço. Define de forma clara as tarefas de cada trabalhador e separa os poderes entre os chefes.
2 e 3) AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE: A autoridade era o direito de
mandar e se fazer obedecer. E a responsabilidade é a conseqüência garantindo efetividade do exercício de poder.
4) DISCIPLINA: Consiste no respeito e obediência aos acordos previamente
estabelecidos. O exemplo tem que vir da chefia.
5) UNIDADE DE COMANDO: Cada trabalhador deve receber ordens de um
único superior. Um só chefe e um só programa para realização das tarefas.
6) SUBORDINAÇÃO: O interesse individual de cada um não deve prevalecer
sobre o interesse da coletividade. Pensando no melhor para a organização.
7) REMUNERAÇÃO DE PESSOAL: Defende a remuneração dos trabalhadores
de forma mais eqüitativa possível, dando satisfação a empresa e aos empregados.
8) CENTRALIZAÇÃO: Encontrar a medida correta de centralizar ou
descentralizar as decisões, objetivando o melhor rendimento.
9) HIERARQUIA: A série de chefes de uma organização, mesmo sendo uma
via segura de comunicação, se longa prejudicaria a agilidade da empresa.
10) ORDEM: Previsão de um lugar para cada pessoa, evitando assim a perda de tempo, dando eficiência e não prejuízo.
11) EQÜIDADE: Tratamento cordial e justo com todos, sendo fundamental
para o estímulo a execução dos trabalhos.
12) ESTABILIDADE DO PESSOAL: A rotatividade prejudica o andamento do
serviço, é necessário a manutenção das equipes para possibilitar o ganho de experiência na função. 13) INICIATIVA: O chefe deve usa-lá corretamente e induzir os outros a também usa-lá, é a força da empresa.
14) UNIÃO DO PESSOAL: Isto seriam o espírito de equipe, existindo ajuda
mútua e constante, onde todos pensam em todos.
III) Henry Ford (1863-1947):
Mecânico americano que se tornou um pioneiro na automobilística
mundial. Depois de trabalhar em várias oficinas construiu um automóvel montando-o peça por peça. Deu seqüência a seu empreendimento e criou a FORD MOTOR COMPANY uma das maiores produtoras de veículos de todos os tempos. Foi a primeira empresa a tornar o automóvel um produto de massa, até esse momento a atividade industrial era artesanal, pois o mesmo trabalhador fabricava o produto do inicio ao fim. Ford criou dois princípios para a racionalização da produção: 1) DIVISÃO DO TRABALHO: Estabelecimento de tarefas fixas para cada pessoa ou grupo.
2) FABRICAÇÃO DAS PEÇAS PADRONIZADAS: As peças deveriam ser iguais e
intercambiáveis, para que cada peça ou componente pudesse ser retirado de um automóvel e colocado em outro. O objetivo era produzir peças exatamente iguais para que pudesse ser utilizadas em qualquer unidade.
A linha de montagem funcionava com os trabalhadores colocados de
forma seqüencial, permanecendo nos lugares determinados e o produto ia sendo elaborado à medida que passava de trabalhador a trabalhador. As tarefas eram fixas, repetitivas e tinham tempo de execução. O seu objetivo era o aumento da produtividade industrial e a redução dos custos de produção. Com a implantação deste sistema o tempo de produção de um automóvel que era de 12 horas e 28 minutos, passou para 1 hora e 33 minutos representando benefícios comerciais e financeiros para a empresa. Ford também estabeleceu procedimentos como a redução da jornada para oito horas diárias de trabalho e duplicou o valor do salário-dia dos funcionários. Fez isso, pois acreditava que para Ter boa produtividade e crescimento constante de produção, era necessário pagar salários bons e não proporcionar uma jornada muito longa. Defendia a idéia de que uma empresa teria que ater-se a fabricação de um produto, participando de todos os estágios de fabricação e dominando as fontes de matéria prima.
Estes autores mesmo com diferenças em suas teorias tiveram como
objetivo elaborar e aperfeiçoar a produção em massa, buscando a eficiência produtiva e a diminuição dos custos de produto. A partir das décadas de 20 e 30 surgiram novas teorias, onde a ênfase não estava no material, mas no aspecto humano.
IV) Elton Mayo (1880-1949):
Psicólogo australiano que se fixou nos Estados Unidos, fez uma
análise profunda, com pesquisas e entrevistas no intuito de tentar esclarecer os fatores de aumento e diminuição da produtividade. Através desses estudos surgiu a nova teoria da administração, que consistia na afirmação de que o desempenho dos trabalhadores não dependia apenas de um correto método de trabalho, mas também da motivação deles para realização das tarefas. Para Mayo a empresa que quisesse aumentar o desempenho de seus trabalhadores precisaria:
a) Demonstrar interesse pelo empregado e não só por máquinas ou
produtividade. Uma das sugestões era consultar os funcionários sobre as modificações no processo de trabalho. Assim se sentiriam importantes e produziriam mais.
b) Criar um novo estilo de supervisão com mais participação dos
trabalhadores. c) Fortalecer as relações com o grupo de trabalho e não apenas com o indivíduo isolado. Mayo ao fazer um experimento numa fábrica da empresa GENERAL ELECTRICA, denominada HAWTHORNE, apontou que não havia uma relação direta entre os fatores estudados (iluminação) e a produtividade. Assim, constatou que o aumento da produtividade não resultava das modificações físicas e nem da concessão de materiais, mas sim no fato de os empregados se sentirem parte da organização em razão da atenção recebida de seus supervisores. Isto trouxe a necessidade de a Administração estudar e compreender as relações entre as pessoas, restando o trabalho em equipe e a cooperação de todos, determinado a continuação dos estudos até hoje.