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Controle Interno: “É todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela
atividade controlada, no âmbito da própria Administração. Assim, qualquer controle
efetivado pelo Executivo sobre seus servidores ou agentes é considerado interno,
como interno será também o controle do Legislativo ou do Judiciário, por seus órgãos
de administração, sobre seu pessoal e os atos administrativos que pratique. A
Constituição de 1988 determina que os três Poderes de Estado mantenham sistema
de controle interno de forma integrada. E, mais, que os responsáveis pelo controle
interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade, dela deverão dar
ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária (art. 74 § 1º).
Controle Administrativo
a) Direito de petição
Este instituto está no art. 5º, XXXIV, a, da CF/**, para a defesa de direitos ou contra a
ilegalidade ou abuso de poder, sendo indissociável do conceito de Estado
Democrático de Direito. A utilização desse instrumento, para provocar o reexame de
matéria administrativa,está franqueada a todos, ou seja, a qualquer pessoa, natural ou
jurídica, nacional ou estrangeira, e não exige que o requerente possua algum tipo de
interesse pessoal para dele valer-se, como tampouco, está sujeito à prescrição.
Mais restrita que o direito de petição destaca-se também com assento constitucional,
no art. 37, § 3º, I, a reclamação administrativa relativa à prestação dos serviços
públicos, como modalidade de provocação do controle administrativo, que exige
pertinência subjetiva entre o usuário reclamante e o serviço público objeto de
reclamação.
No art. 5º, LV, da CF/88, os recursos são garantidos aos litigantes em processo
administrativo. Recursos administrativos são os pedidos formais de reexame de atos,
geralmente fundados no princípio hierárquico ou especialmente instituídos por lei.
Podem ser provocados de forma voluntária ou de oficio, segundo exijam ou não a
iniciativa do administrado.
Meios específicos de controle judiciário de provocação do administrado
HABEAS CORPUS
O processo do habeas corpus está inserido no Código de Processo Penal (arts. 647 a
667).
O habeas corpus admite dois tipos de recursos ordinários constitucionais: um, perante
o Supremo Tribunal Federal, sempre que denegado, em única ou ultima instância,
pelos Tribunais Superiores (art. 102, II, a< CF) e outro tipo, perante o Superior
Tribunal de Justiça, sempre que denegado em única ou ultima instância pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados ou do Distrito Federal
(art. 105, II, a, CF).
MANDADO DE SEGURANÇA
Esta nova ação constitucional, introduzida pela CF de 1988 9art. 5º, LXX), se destina
à proteção de direito coletivo de que seja titular partido político, com representação no
Congresso Nacional (art. 5º, LXX,a) ou organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados (art. 5º, LXX,b). Importante
observar certos cuidados: não poderá ser impetrado para a proteção de direitos que
sejam estranhos ao escopo institucional das entidades impetrantes; não poderá ser
impetrado por entidades associativas sem expressa autorização de seus filiados (art.
5º, XXI,CF) e nem prejudicará a sua eventual denegação a dedução judicial do direito
individual coincidente.
AÇÃO POPULAR
Nela o cidadão age como substituto processual de todo o povo, e, salvo comprovada
má-fé, fica isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
A sentença que concluir pela improcedência ou pela carência da ação está sujeita ao
duplo grau de jurisdição; da que julgar procedente, caberá a apelação voluntária com
efeito suspensivo. Se a parte vencida foi o autor popular e couber recurso, qualquer
cidadão será legitimado para recorrer, bem como o representante do Ministério
Público.
(**) Erga omnes = contra todos
HABEAS DATA
Ao Poder Judiciário não se pede, portanto, que edite norma alguma, uma vez que,
logicamente, já se presume suficiente a norma constitucional, para constituir o direito
deduzido e produzir a eficácia pretendida.
Ação civil pública
Seu objeto poderá ser tanto a condenação em dinheiro como a cominação judiciária
de obrigação de fazer ou não fazer, admitindo-se o ajuizamento de ação cautelar,
para prevenir a ocorrência do dano ou, como o mesmo efeito, a concessão de
mandado liminar contra o responsável pelo dano, para que o cesse ou, ante uma
ameaça, para não consuma-la.
Essa ação, cuja normatividade infraconstitucional se encontra na Lei nº 7.347, de 24
de julho de 1985, inova substancialmente em termos de legitimação ativa, admitindo
como autores, além do Ministério Público, as pessoas jurídicas de direito público,
empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista e associações civis em
geral, sendo que as autarquias e as pessoas de direito privado deverão estar
constituídas há pelo menos um ano e incluam, entre suas finalidades institucionais, a
proteção dos valores mencionados.
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. Rio
de Janeiro: FORENSE, 2006.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 31ª ed. São Paulo:
MALHEIROS, 2005.