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Dom Casmurro

Ao longo dos anos, Capitu tem desafiado a crítica com seu enigma, sutilmente criado por Machado de
Assis. Até hoje, ainda devora quantos tentam decifrá-la, pairando a dúvida: Capita traiu ou não traiu
Bentinho? A pergunta continua sem resposta, pois a versão que temos para julgá-la nos é dada por um
narrador suspeito - um marido envenenado pelo ciúme e de imaginação bastante fértil, como revelam
muitas passagens do livro. Por outro lado, revelando um dos traços mais marcantes da psicologia
feminina - a capacidade de dissimu1ação de que é dotada a mulher, Capitu, com seus “olhos de
ressaca” e de “cigana oblíqua e dissimulada”, contribui ainda mais para fortalecer a dúvida: ela sabe
sair-se bem de situações difíceis - ela sabe dissimular, como no episódio do penteado e da inscrição no
muro.

Introdução

Nunca podemos esquecer a verdade: Dom Casmurro não conta a história de Capitu - sequer de Dom
Casmurro - mas a versão de Bento Santiago - o Bentinho. Portanto, nem sequer a história de Bentinho, aquilo
que poderíamos chamar de a verdadeira história de Bentinho - o que também não é necessário - mas uma
versão dessa história. Trazendo, por sutileza, por dissimulação, por sedução, uma versão de Otelo, de
Shakespeare. Não é por acaso que o drama do mouro veneziano é também apresentado através da figura de
José Dias - este um personagem criado e preparado para enganar o leitor.
É através de Bento Santiago - também não é por acaso que ele traz Iago no nome, aquele intrigante
shakespeariano - que se monta todo o romance, com a ajuda estratégica dos narradores oculto e onisciente e,
como já dissemos, com missões específicas.
Todos contribuem para que a narrativa sustente a acusação, sempre considerando o ponto de vista
deste personagem, mas com um único foco. Além de uma variação do Otelo, Machado desloca a atenção sobre
os nomes: Bento Santiago é o verdadeiro Iago, e não apenas Otelo - ou seja, é mais Iago e menos Otelo - e José
Dias, que seria o Iago machadiano, exerce função dupla: de intrigante e de conselheiro. Não é sem motivo que o
seu nome é formado por quatro letras duplicadas. Tudo para dificultar a opinião do leitor.
E ainda mais: Machado de Assis elabora Dom Casmurro através dos múltiplos narradores sob a tutela de
Bentinho, de propósito, para dar a ideia de que o drama de Otelo é contado segundo a visão de Iago. Se a
história do mouro fosse contada por Otelo, teríamos a mesma certeza de que não houve o adultério de
Desdêmona? Não é esquisito, portanto, que na obra de Machado, as posições estejam invertidas. Digamos,
Bentinho conta a história mas na posição do intrigante, embora exerça a posição do marido traído. Assim como
já salientamos: é a versão de Bentinho Santiago/Iago, sob a perspectiva de Iago/Bentinho Santiago.
Não havendo, feito já se disse, a defesa de Capitu, a carga emocional está sobre ela, vítima também da
estratégica ficcional de Machado de Assis. A história não é contada na sua totalidade, está cheia de silêncios e
elipses, sendo a ausência de Capitu o principal abismo.
Ela nunca aflora sozinha no texto. Nunca está inteira. Não tem personalidade narrativa própria - pelo
menos do ponto de vista convencional. Muitas vezes parece a ilustração da história de Bentinho. Uma sombra,
escondida. Falta-lhe perspectiva, na maioria das vezes, uma ação ficcional mais coerente. Está submetida ao
olhar de Bentinho.
Ele é, estrategicamente, para o leitor, o único que vê, observa e analisa, porque todos os outros lhe
obedecem.
Na circulação das vozes narrativas de Dom Casmurro é fundamental destacar o que se pode chamar de
estilo de Bentinho. Ele tem o perfil de alguém que precisa acusar, e acusando se defende, dentro de um plano
rigorosamente literário. É, sobretudo, estratégico e malicioso. Afrânio Coutinho acha que se trata de um "fraco"
e, na qualidade de "fraco"- opinião disseminada entre os estudiosos de Machado de Assis - escuda-se para traçar
o esquema estratégico: oferecer informações que apontam para o adultério de Capitu.
Escreve Afrânio Coutinho:
É, pois, um fraco, um dirigido, um incapaz de mover-se por si, pela própria iniciativa e comando. Com tal
psicologia passiva, não é de estranhar a sua inclinação ao ensimesmamento, passo prévio ao temperamento suspicaz.
Em Dom Casmurro (Machado de Assis), o professor Teothônio Marques Filho oferece a trajetória de
Bentinho: "O perfil do protagonista masculino pode ser acompanhado em três fases distintas: Bento, dr. Bento
Fernandes Santiago e Dom Casmurro". Adolescente, jovem e maduro. Continua o professor: "Bentinho revela-se
uma criança/adolescente marcada pela timidez, sem muita iniciativa e bastante dependente da mãe. Tinha uma
imaginação fortíssima".
Concordamos quanto à timidez e à imaginação, mas discordamos quanto à falta de iniciativa. Não lhe
faltava iniciativa. É dissimulado, imaginativo e estratégico.
Essa é, sem dúvida, a principal característica de Bentinho: fazer passar-se por fraco. Sempre assim:
invertendo os papéis.
No decorrer do romance, todavia, percebe-se - com a maior clareza - que, ao invés de fraco, ele próprio,
Bentinho, vai se revelando um calculista, alguém que conhece cada passo que vai dar, principalmente em
direção ao leitor. Confessa sua habilidade em conduzir sentimentos, em torcê-los e retorcê-los, de tal maneira
que seduz o leitor por completo, vendo-o um manipulado, um romântico que não sabe sair dos pés da amada,
submetido à astúcia de José Dias e da mãe, dona Glória, com alguma coisa também de prima Justina, outro tipo
sinuoso de dissimulado. Seduz o leitor e procura convencê-lo. Está no capítulo quarenta e dois aquele momento
definitivo em que se conhece o caráter desse personagem dissimulado - ele, Bentinho, sabe que é dissimulado.
Vejamos como ele próprio procura se definir:
Não me chame dissimulado, chama-me compassivo.
Para usar um verso de Caetano Veloso, "é preciso estar atento e forte". A linguagem de Bentinho avança
no sentido de enredar o leitor. Ele funciona para nós, leitores, semelhante a uma espécie de Iago - é sua versão
dos fatos. Paciência e cuidado. E na sua versão ele é "compassivo". O que será compassivo? Diz o Houaiss:
Que se compadece, piedoso.
Colocado junto de "compasso", que é:
Instrumento que mede e traça círculos.
Teríamos, então, o homem que se compadece, medindo e traçando círculos. Portanto, mais uma vez,
calculista. Calculista e frio. E pela inversão dos termos: dissimulado, e não compassivo. Estratégia do narrador
Bentinho: afirmar pela negativa. Pela inversão dos termos. E, claro, pela inversão do caráter. Isso acontece várias
vezes. No capítulo anterior, verificamos que finge durante toda a conversa com a mãe. Dissimulado. Depois do
começo de conversa com a mãe, e pretendendo enganá-la, para desviar a atenção, diz que "eu só gosto de
mamãe". E volta a afirmar pela negativa:
Não houve cálculo nesta palavra, mas estimei dizê -la, por fazer crer que ela era a minha única atenção: desviava
as suspeitas de Capitu.
Portanto, negava o cálculo para afirmá-lo em seguida. Antes da conjunção mas, deixa muito claro que,
se ali não havia cálculo, precisava usá-lo em outras circunstâncias.
A estrutura do capítulo quarenta e um - "A audiência secreta" - é exemplar. No princípio, a conversa
com a mãe transcorre de forma rápida, aberta, franca, visível. O autor iniciante deve ver isso com muito
cuidado: o diálogo aberto leva em conta o olho do leitor, a distribuição na página, palavras rápidas, muitos
claros, espaços em branco.
O narrador oculto - cuja função é organizar e harmonizar o texto - oferece conforto visual ao leitor. Usa
muitos travessões. O movimento dos personagens torna-se solto, aberto, sem dificuldades. Respiração plena.
Visão clara. Céu de brigadeiro.
Começa a acontecer aí o "diálogo por gradação". Com a clássica divisão de apresentação,
desenvolvimento e resolução. Na apresentação, três comentários e duas rápidas marcações, uma delas dentro
do comentário - marcação interna:
Agora, movimento por movimento, na cena de apresentação:
O resto fez-me ficar mais algum tempo, no corredor, pensando.
No desenvolvimento:
Vi entrar o Doutor João da Costa, e preparou-se logo o voltarete do costume.
Na resolução:
Minha mãe saiu da sala, e, dando comigo, perguntou se acompanhara Capitu.
- Não, senhora, ela foi só.
Abertura clássica com leveza, cuja função é apenas reunir os dois personagens, provocar o encontro,
algo como se diz no costume: sem pretensão. É claro que tem pretensão: de reunir os personagens, quase por
descuido, mas o narrador parece desinteressado. Talvez um acaso qualquer; talvez Bentinho estivesse ali
mesmo de propósito, esperando a mãe.
Não comentar, não entrar na intimidade da cena, é uma estratégia perfeita do narrador oculto. E aí,
mais uma vez, se estabelece a diferença entre narrador oculto e narrador onisciente.
Narrador oculto:
O resto fez-me ficar mais algum tempo no corredor, pensando.
Narrador onisciente:
O resto fez-me ficar mais algum tempo no corredor pensando - ("no que diria à minha mãe que permanecia na sala
enquanto o Doutor João da Costa entrava para o valterete de costume. Depois ela saiu perguntando se acompanhara
Capitu.")
Pura invasão de privacidade. Por ser onisciente e, portanto, onipresente, o narrador se sente no direito
de invadir o pensamento do personagem. Avança de maneira inadequada e antecipa a cena seguinte. Antecipa.
Corta a sedução do leitor, evita que ele descubra os movimentos interiores da narrativa.
No princípio de gradação, no segundo momento - o Desenvolvimento - o Doutor João da Costa e o
valterete apenas ilustram o cenário e dão movimento. E, de certa forma, projetam os pensamentos de Bentinho.
A habilidade de Machado de Assis é, mais uma vez, exemplar. Preciso. Estando no corredor, Bentinho não o
pode ver a sala, claro. Então, fica pensando e "vê" entrar o Doutor João da Costa e informa sobre o valterete.
Somente quando a mãe sai da sala é que conversam. Nada que ele não possa ser testemunhado. Afinal, é o
narrador testemunha.
O narrador prepara, então, a segunda cena do capítulo, onde aparece a marcação interna:
E quase investindo para ela:
- Mamãe, eu queria dizer-lhe uma coisa.
- Que é?
Toda assustada, quis saber o que é que me doía, se a cabeça, se o peito, se o estômago, e apalpava-me a testa para
ver se tinha febre.
Apenas um diálogo cercado de rápida marcação - "e quase investindo para nela" - e de um comentário
com marcação interna - "toda assustada, quis saber
o que é que me doía, se a cabeça, se o peito, se o estômago, e
apalpava-me para ver se tinha febre". O comentário substitui um possível diálogo, que se arrastaria
muito se fosse contado com travessões, e como não há jogo de resposta, nem nada para esconder, transforma-se
em comentário. O diálogo externo expõe o problema diante dos olhos do leitor.
Seria assim:
Toda assustada, quis saber:
- Dói a cabeça?
- Não.
- Dói o peito?
- Não.
- Dói o estômago, meu filho?
- Não.
E me apalpava para ver se tinha febre.
Diálogo externo com duas marcações: "toda assustada, quis saber" e "e me apalpava para ver se tinha
febre". Aí a monotonia tomaria conta do diálogo, com sinais de mediocridade. O autor iniciante pode usá-lo
somente no caso de querer mesmo provocar a monotonia e a mediocridade.
A última frase tem marcação interna, jogada dentro do comentário: "e apalpava-me a testa para ver se
tinha febre". Importantíssimo acompanhar a condução do personagem pelo narrador. Tudo isso precisa ter
função e efeito. Ao mesmo tempo em que a narrativa está solta, precisa passar a ideia de uma certa tensão, do
nervosismo de Bentinho adolescente. Daí os cortes para comentários e marcações.
Observando-se, ainda, a gradação, que começa assim:
Apresentação: Toda assustada quis saber.
Desenvolvimento: - Mamãe, eu queria dizer-lhe uma coisa.
- Que é?
Resolução: Toda assustada quis saber o que é que me doía, se a cabeça, se o peito, se o estômago, e apalpava-me a
testa para ver se tinha febre.
Observando-se a gradação entre as duas cenas- ou microcenas, vamos verificar que a oscilação do
personagem se dá de forma muito sutil, com Bentinho conduzido a mãe para o que ele deseja -
estrategicamente. Parecendo tímido. Ou verificando o costume: filho se comporta com delicadeza na frente da
mãe. Vejam a correta aplicação do futuro do pretérito: "queria". Mas assim: no primeiro momento a presença
para que a mãe o interpele. Houve cálculo, então, do personagem. Houve cálculo do narrador oculto. Houve
cálculo de Machado de Assis.
A terceira cena libera completamente o diálogo externo, sem interpretações do narrador, fechado num
único comentário com marcações:
- Não tenho nada, não, senhora.
- Mas então que é?
- É uma coisa, mamãe...Mas, escute, olhe, é melhor depois do chá; logo...Não é nada mau; mamãe assusta-se por
tudo; não é coisa de cuidado...
- Não é moléstia?
- Não, senhora.
- É, isso é a volta de constipação. Disfarças para não tomar suadouro, mas tu estás constipado; conhece-se pela voz.
Tentei rir, para mostrar que não tinha nada. Nem por isso permitiu adiar a confidência, pegou em mim, levou-me
ao quarto dela, acendeu vela, e ordenou-me que lhe dissesse tudo. Então eu perguntei-lhe, para principiar, quando é que ia
para o seminário.
Estrategicamente, Bentinho começa com um comentário curto, fechado entre um ponto e um ponto.
Tentei rir, para mostrar que não tinha nada.
Seguido de outra frase curta, terminada numa vírgula, o que concede leveza à voz do narrador oculto:
Nem por isso permitiu adiar a confidência,
É claro que ele podia fechar a frase com um ponto:
Nem por isso permitiu adiar a confidência.
Para valorizar a frase seguinte, transformada em ação. Uma pausa pesada e uma ação rápida. E segue
com a marcação no pretérito, quase uma frase de arrastão, conforme a terminologia de Othon M. Garcia:
Pegou em mim, levou-me ao quarto dela, acendeu vela, e ordenou-me para que lhe dissesse tudo.
Nesse andamento, percebemos uma ação nervosa, inquieta, sofrida. Há, na verdade, um arrastão. Sem
dúvida. Essa sensação fica no leitor atento, que acabou de aprender o que é mesmo uma gradação - seja no
diálogo, seja na narrativa.
Preparada a ansiedade da mãe, completa a sedução com uma frase de personagem dentro do texto, em
diálogo interno - ou fechado - sem necessidade de travessão, para não expor muito. Corte básico, com surpresa,
mas sem intensidade. Uma frase fundamental, um momento decisivo da história, mas escondida dos olhos do
leitor. Sem exposição. É como ouvir uma frase musical que se distende com sutileza no ouvido, fechada por um
acorde forte.
Então eu perguntei-lhe, para principiar, quando é que ia para o seminário.
Bentinho revela que somente nesse momento o diálogo começa: "para principiar". Aí há cálculo, e
cálculo muito bem elaborado. Com a pergunta decisiva transformada em afirmação:
Quando é que ia para o seminário.
Sempre, sempre, sempre. a) Apresentação: "Tentei rir, para mostrar que não tinha nada"; b)
Desenvolvimento: "Nem por isso permitiu adiar a confidência, pegou em mim, levou-me ao quarto dela,
acendeu vela, e ordenou-me que lhe dissesse tudo"; c) Resolução: "Então eu perguntei-lhe, para principiar,
quando é que ia para o seminário". O que se altera aí, já dissemos, é a pontuação no Desenvolvimento. Vírgula
depois de "confidência", quando poderia haver um ponto, para abrir a seqüência da frase. O narrador oculto
pretende, no entanto, alcançar um andamento que dê ao parágrafo um ritmo de densidade por leveza. Há
densidade, mas é preciso não interromper o leitor.
No diálogo por gradação, três momentos importantes, considerando a distribuição de cenas. No
primeiro, Bentinho sugere a necessidade de uma conversa; no segundo, a conversa transcorre por acúmulo de
equívocos; no terceiro, a revelação do verdadeiro motivo da conversa por revelação interna, passando para a
conversa ampla, franca, sincera, em diálogo externo.
Demonstra, também, que planejou a conversa, nessas palavras: "Para principiar". Palavras de Bentinho e
organização - ou harmonia do texto - do narrador oculto. Assim é possível observar o "diálogo por gradação",
em quatro cenas. E como acontece essa gradação? Em primeiro lugar, resposta simples a uma pergunta da mãe -
"não, senhora, ela foi só". No corte da marcação, dona Glória é informada de que ele precisa lhe dizer alguma
coisa, vaga. O diálogo sai do ponto zero para o primeiro momento com uma curiosidade primária: "Que é?"
Nesse caso o leitor está informado, mas a mãe ainda desconhece. De logo, então, o narrador desloca o plano do
diálogo, que provoca desconforto na mãe e interesse no leitor. Na quarta cena do capítulo, enfim, ou na
conclusão desta parte, um diálogo direto incisivo, rápido, mesmo com interrogativas. Isso concede também o
caráter de ambiguidade que é a base de Dom Casmurro.
Vamos a ela:
- Agora só para o ano, depois das férias.
- Vou...para ficar?
- Como ficar?
- Não volto para casa?
- Voltas aos sábados e pelas férias; é melhor. Quando te ordenares padre, vens morar comigo.
Na Apresentação e na Resolução, duas afirmativas; no Desenvolvimento, três interrogativas: Bentinho
simula não revelar o que quer - "Vou...para ficar?" - e dona. Glória simula não responder ao que ele pergunta -
"Como ficar?". Pura técnica. Ou seja, nesse estágio da narrativa, as quatro cenas são assim distribuídas: a)
Apresentação - Primeira cena; b) Desenvolvimento - Segunda e terceira cena; c) Resolução: Quarta cena.
Na exemplar gradação do diálogo, o narrador consegue conduzir o leitor - e dona Glória - num
envolvimento que se ressalta pelos recuos e avanços, em simulação e ambiguidade.

Resumo
Fatos que incriminam Capitu:

  Inteligente, prática, personalidade forte e marcante (ela era muito mais mulher do que Bentinho,
homem), Capitu acaba se tomando a dona do romance: forma, inicialmente, com o narrador, um “duo
terníssimo” e, depois, passa a constituir o centro do drama do protagonista masculino, com a entrada
em cena de Escobar (“trio") e de Ezequiel .No final, acusada pelo marido enciumado, revela-se nobre e
altiva ao não responder as acusações. O seu silêncio confere a ela grandeza e contribui mais ainda para
acentuar a dúvida que paira sobre seu adultério.

-O sofrimento e as lágrimas de Capitu no enterro de Escobar, mas intensos do que os de Sancha


denunciando algo mais que amizade;

-A ida de Escobar à casa de Bentinho sem que este estivesse lá, enquanto Capitu estava em casa;

-As semelhanças de Ezequiel e Escobar, que aumentaram cada vez mais até sua morte;

-O esquecimento de Capitu do juramento de amor que fizeram na infância, de nunca se


esquecerem do "Pregão das Cocadas".

Fatos que incriminam Bentinho:


O perfil do protagonista masculino pode ser acompanhado em três fases distintas: Bentinho, Dr. Bento Fernandes
Santiago e Dom Casmurro. Bentinho revela-se unia criança/adolescente marcado pela timidez, sem muita iniciativa
e bastante dependente da mãe. Tinha uma imaginação fertilíssima, como no capitulo XXIX (O Imperador).

-Possui uma imaginação fértil;

-Mostra que sua memória não é boa se contradizendo; págs. 100 e 101 (memória ruim); Cápt. XXII
- ("...alguns dias do ajuste com o agregado, fui ver a minha amiga; eram dez horas da manhã.")

-É extremamente ciumento (págs. 106, 120, 121, 128, 157 e 165);

-Não é puro (págs. 90 e 151), é vaidoso; seu sangue fervia e era tomado pelos instintos sexuais; "A
vaidade é o princípio da corrupção."

-Valoriza o dinheiro (págs. 45, 63, 91, 130, 133 → a sege como símbolo de status, 155)

Sociedade da época
Capitalismo e religião - Págs 113 e 115 - Moeda fiduciária

Imperialismo - Cápt. XXIX - págs. 57 e 58

Valorização de títulos - Cápt. XXXV - pág. 69 - protonotário apostólico

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