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ESCOLA TÉCNICA DAMA

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

PETÁIA SUCHARA

ESTUDO DE CASO: EPILEPSIA

CANOINHAS
2010

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ESCOLA TÉCNICA DAMA
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

PETÁIA SUCHARA

ESTUDO DE CASO: EPILEPSIA

Trabalho de Estudo de Caso que será


apresentado à Profª Enfª Jomara de Lemos C,
como requisito parcial para a obtenção de
pontos nos Estágios Supervisionados
Escola Técnica Dama – Canoinhas SC.

CANOINHAS
2010

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RESUMO

O presente trabalho buscou a elaboração de um estudo de caso referente uma


cliente portadora de Epilepsia. Neste sentido, o estudo emergiu de uma
experiência vivenciada durante o estágio de Fundamentos de Enfermagem. O
início da coleta de dados ocorreu no Posto I do Hospital Santa Cruz de Canoinhas
no dia 04 de agosto de 2010. Através do consentimento livre e esclarecido da
cliente, inicio-se o estudo com uma análise documental (prontuário), e em seguida
realizou-se anamnese e exame físico.
Este trabalho teve como principal objetivo aprimorar conhecimentos sobre a
patologia. Através deste estudo pode-se conhecer mais sobre a patologia,
perceber que a enfermagem contribui de forma relevante para o levantamento
diagnóstico, bem como, prestar uma assistência qualificada. Apesar da pouca
permanência da cliente nas dependências do hospital, conseguiu-se alcançar o
objetivo principal, aprimorar conhecimentos no assunto.
Após toda a teoria revisada pode-se perceber que a enfermagem tem um grande
papel no que diz respeito à assistência a cliente com epilepsia.

Palavras chaves: Epilepsia, Convulsão, Assistência de Enfermagem.

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LISTA DE SIGLAS

CCs: Crises convulsivas;


CPM: Conforme Prescrição Médica;
EEG: Eletroencefalograma;
EME: Estado de mal epiléptico;
EMENC:Estado de mal epiléptico não convulsivo;
EV: Via Endovenosa;
HSCC: Hospital Santa Cruz de Canoinhas;
IM: Intra-muscular;
LCR: Líquido cefalorraquidiano;
MMII: Membros Inferiores;
MSD: Membro Superior Direito;
PA: Pressão Arterial;
SIC: Segundo Informações Colhidas;
SSVV: Sinais Vitais;
TC: Tomografia computadorizada;
TCE:Traumatismo crânio encefálico;
VO: Via Oral;

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................
......................................................................................... 6
2 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO................................................. 7
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................. 7
2.1.1 Definição da Epilepsia....................................................................... 7
2.1.2 Causas, Manifestações e Fatores de risco........................................ 7
2.1.3 Fisiopatologia..................................................................................... 7
2.1.4 Diagnóstico........................................................................................ 8
2.1.5 Sinais e Sintomas............................................................................ 9
2.1.6 Tratamento....................................................................................... 10
2.1.6.1 Condutas terapêuticas................................................................. 11
2.1.6.2 Terapia medicamentosa................................................................. 11
2.2 METODOLOGIA................................................................................... 13
2.2.1 Questões Éticas............................................................................... 14
2.2.2 Coleta de Dados................................................................................ 14
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................... 15
2.3.1 Relatório das Atividades Desenvolvidas............................................ 15
2.3.2 Histórico............................................................................................. 16
2.3.3 Identificação....................................................................................... 17
2.3.4 Exame Físico..................................................................................... 17
2.3.5 Sinais Vitais....................................................................................... 17
2.3.6 Medicamentos.................................................................................... 18
2.3.7 Evoluções......................................................................................... 18
2.3.10 Assistência de Enfermagem........................................................... 19
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 21
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................... 22

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1. INTRODUÇÃO

A Epilepsia constitui um grave problema de saúde que atinge todo o mundo. A


incidência da epilepsia varia de acordo com a localização geográfica. Ela ocorre
com maior freqüência nos países em desenvolvimento, onde há mais desnutrição,
doenças infecciosas e deficiência no atendimento médico. Em países mais
desenvolvidos, a incidência é de aproximadamente 1%, subindo para 2% em
nações menos desenvolvidas. A epilepsia é mais comum na infância, quando
aumenta a vulnerabilidade a infecções do sistema nervoso central (meningite),
acidentes (traumatismos do crânio) e doenças como sarampo, varicela e
caxumba, cujas complicações podem causar crises epilépticas.

Apresenta-se como justificativa da elaboração deste trabalho, a identificação


pessoal com afecções do SNC, bem como o interesse pelo assunto despertado no
decorrer dos estágios, onde se percebe a necessidade em aprofundar-se sobre o
tema, pois embora seja um assunto pouco discutido, é uma doença muito
preocupante que merece destaque.

Portanto deseja-se com este trabalho, aprofundar conhecimentos sobre a


patologia, despertar o interesse de profissionais de saúde quanto à importância de
uma assistência qualificada e uma visão ampla, afinal trata-se de vidas. Para
tanto, o trabalho lista as principais complicações da patologia e esclarece sobre o
plano de tratamento e condutas a serem tomadas perante a cliente com epilepsia.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS

2.1.1 Definição da Epilepsia

Epilepsia (palavra de origem grega que quer dizer atacar de surpresa) é uma
afecção crônica do Sistema Nervoso Central, na qual o paciente é predisposto a
apresentar episódios agudos de descarga excessiva, anormal e transitória de células
nervosas (crises epilépticas). Este quadro pode ou não ser acompanhado de
Distúrbios do Comportamento ou Déficit das Funções. Para que se caracterize a
epilepsia, é fundamental a repetição das crises, ou seja, uma crise isolada não
constitui elemento para defini-la.

2.1.2 Causas, Manifestações e Fatores de risco.

Fortes golpes na cabeça, infecções cerebrais, malformações congênitas, abuso de


drogas e álcool são acontecimentos relevantes na manifestação da epilepsia, ainda
que possam se passar dias, semanas ou anos entre a ocorrência da lesão e a
primeira convulsão. Em alguns pacientes, as crises são desencadeadas por luzes
piscantes, certos tipos de ruídos, leitura prolongada, privação de sono, fadiga, uso
de álcool, hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) etc.
Na maioria dos casos, porém, desconhecem-se as causas que levam ao seu
surgimento

2.1.3 Fisiopatologia

A epilepsia caracteriza-se por crises epilépticas repetidas e não é contagiosa. Às


vezes, a pessoa com epilepsia perde a consciência, mas às vezes experimenta
apenas pequenos movimentos corporais ou sentimentos estranhos. Porém, sintomas
menores não significam que a crise seja de menor importância. Se as alterações
epilépticas ficam restritas a uma parte do cérebro, a crise chama-se parcial; se o

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cérebro inteiro está envolvido, chama-se generalizada. Crises parciais simples não
ocasionam a perda da consciência e caracteriza-se por distorções na percepção
auditiva ou visual, desconforto estomacal, sensação súbita de medo e/ou
movimentos estranhos de uma parte do corpo. Se uma crise parcial complexa ocorre
a seguir, essas sensações são denominadas "aura". Crises parciais complexas são
crises que, como as parciais simples, iniciam-se em um foco determinado no
cérebro, mas espalham-se para outras áreas, causando perturbação da consciência.
A pessoa aparenta estar confusa e pode caminhar sem rumo, falar sem coerência,
salivar em excesso, morder a língua. . Crises de ausência constituem-se por lapsos
de consciência que, em geral, duram de cinco a 15 segundos. O paciente fica
olhando para o nada e pode virar os olhos, embora seja capaz de retomar
normalmente sua atividade depois do episódio. Essas crises não são tipicamente
precedidas por aura e costumam ocorrer na infância, desaparecendo por volta da
adolescência. Crises tônico-clônicas são convulsões generalizadas, com perda de
consciência, que envolvem duas fases: na fase tônica, o corpo da pessoa torna-se
rígido e ela cai. Na fase clônica, as extremidades do corpo podem contrair-se e
tremer. A consciência é recuperada aos poucos.

2.1.4 Diagnóstico

O diagnóstico da epilepsia é clínico, ou seja, não se confia exclusivamente em


exames físicos. O neurologista baseia-se na descrição do que acontece com o
paciente antes, durante e depois de uma crise. Se o paciente não lembra, as
pessoas que acompanharam o episódio são testemunhas úteis. Além dos exames
neurológicos de rotina, um eletrencefalograma (EEG) pode reforçar o diagnóstico,
ajudar na classificação da epilepsia e investigar a existência de uma lesão
cerebral. No EEG, eletrodos fixados no couro cabeludo registram e amplificam a
atividade cerebral. Não há passagem de corrente elétrica. Hiperpnéia e
fotoestimulação podem mostrar anomalias nas ondas cerebrais e, por isso,
costumam integrar o exame. Na primeira, o paciente respira fundo e simula estar
cansado; na segunda, é estimulado por algumas freqüências de luz. O

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neurologista poderá solicitar, ainda, o exame durante o sono, com privação de
sono ou com monitoramento 24h. Entretanto, um resultado normal no EEG não
descarta a epilepsia. As alterações ocorrem, por vezes, tão no interior do cérebro,
que não são captadas; é possível também que nenhuma alteração tenha ocorrido
no momento do exame. Outros exames comumente solicitados na investigação da
epilepsia são tomografia computadorizada e ressonância magnética,
principalmente para verificar se a epilepsia está ligada a um tumor ou a outra
lesão cerebral.
E também a determinação do diagnóstico de epilepsia requer investigação
clínica criteriosa:

• História clínica com descrição da crise;


• Antecedentes pessoais (neurológicos e psiquiátricos);
• Antecedentes familiares;
• Exame clínico;
• Exame neurológico;
• Exames complementares, como:
• EEG;
• TC;
• RM;
• Exame do LCR; etc.

21.1.5 Sinais e Sintomas

Em crises de ausência, a pessoa apenas apresenta-se "desligada" por alguns


instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais
simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções de
percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode sentir

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um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira
diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial
complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se
confusa e ter déficits de memória. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro
perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do
corpo tremem e contraem-se. Existem, ainda, vários outros tipos de crises.
Quando elas duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a
consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.

2.1.6 Tratamento

Quando se fala em epilepsia, é impossível falar em dados ou probabilidades sem


associá-los ao tipo de crise em questão. Algumas crises desaparecem com o
tempo e a medicação pode ser suspensa; outros pacientes precisam de
tratamento a vida inteira para controlar as crises, e outros não respondem bem
aos medicamentos. Da mesma forma, a eficácia do tratamento medicamentoso
depende de pessoa para pessoa e do tipo de crises que ela tem. Em geral, cerca
de 50% terão seus ataques totalmente controlados, 30% terão seus ataques
reduzidos em freqüência e intensidade a ponto de poderem levar vidas normais, e
os outros 20% ou serão resistentes à medicação, ou precisarão de uma dose tão
alta de remédio que será melhor aceitar um controle parcial. Às vezes, é
necessário experimentar mais de um medicamento para obter o efeito desejado,
ou mesmo combinar mais de uma medicação. A maneira como os
anticonvulsivantes alteram o limiar convulsivo ou previnem a ocorrência de
descargas elétricas anormais não é totalmente conhecida. . Uma dieta rica em
lipídios e calorias, a dieta cetogênica, tem sido utilizada em especial nas crianças,
mas deve ser muito bem acompanhada pelo médico e estritamente seguida. O
metabolismo criado pela preparação cuidadosa dessa dieta pode aumentar o
limiar convulsivo em alguns indivíduos. A cirurgia torna-se uma solução quando a

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medicação falha e quando apenas uma parte do cérebro é afetada, de forma que
ela possa ser removida com a segurança de não causar prejuízo à personalidade
ou a outras funções. Paralelamente ao tratamento médico, uma vida saudável tem
efeitos benéficos sobre a epilepsia. Isso inclui dieta balanceada, exercícios,
descanso, redução de stress e de depressão e a não utilização de álcool e drogas
ilegais.

2.1.6.1 Condutas terapêuticas

Tendo-se decidido que o paciente requer tratamento medicamentoso,


depara-se a necessidade de escolher a medicação adequada.
Muito importante é ter em conta que a medicação, após instituída, deverá ser
mantida durante muitos anos, por vezes até o final da vida. O tratamento deve,
portanto, não apenas visar o controle de suas crises, mas a melhora da qualidade
de vida do paciente, garantindo uma melhor integração social.
A escolha da medicação antiepiléptica a ser utilizada é feita com base no
tipo de crise apresentada pelo paciente.
A conseqüência imediata da escolha adequada da medicação, associada à
eficácia contra as crises, melhora a adaptabilidade social do paciente epiléptico,
que poderá atender melhor e mais facilmente às exigências de seu meio,
dentro de uma vida de qualidade.

2.1.6.2 Terapia medicamentosa.

Os medicamentos antiepilépticos são escolhidos de acordo com o tipo de crise


que a pessoa apresenta e de acordo com os possíveis efeitos colaterais que cada
medicamento apresenta. Os médicos procuram escolher o medicamento mais
adequado e ao mesmo tempo com menos efeitos colaterais.
Basicamente as crises podem ser divididas em:

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• Parciais ou localizadas - as crises têm origem numa determinada área do
cérebro.
• Generalizadas - as crises têm origem ao mesmo tempo nos 2 hemisférios
do cérebro.

Alguns Medicamentos e seus efeitos:

• CLOBAZAN

Como ansiolítico pode ser usado com a dose de até 60mg por dia, acima disso
apenas sob supervisão médica constante. Como adjuvante no tratamento da
epilepsia a dose empregada costuma ser de 0,5mg por quilograma.Além da
sedação e do efeito calmante pode induzir aos sintomas típicos dos
benzodiazepínicos como tonteiras, vertigens, esquecimentos, descoordenação
motora e em alguns casos especiais reações dermatológicas na pele.

• FENITOÍNA

A fenitoína é um medicamento antiepiléptico, anticonvulsivante, usado para


controlar certos tipos de convulsões, no tratamento da epilepsia. Não é sedativo
nas doses habituais. O principal local de ação parece ser o córtex motor, onde a
extensão da atividade das crises é inibida. A fenitoína reduz a atividade máxima
dos centros tronco-cerebrais responsáveis pela fase tônica das crises tônico-
clônicas no EME. Alterações comportamentais, lentidão ou instabilidade ao andar,
confusão, alterações no estado de ânimo ou mental são alguns efeitos colaterais.

• CARBAMAZEPINA

Foi originalmente usado, e continua sendo, para o tratamento da epilepsia,


mas encontra bons resultados para o controle do Transtorno Afetivo Bipolar.
Além desta indicação pode também ser usado para controlar a agressividade
em pacientes com outros tipos de transtornos mentais, como a demência, o

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retardo mental e com pacientes psicóticos. Também pode ser usado para tratar
a síndrome das pernas inquietas, a abstinência alcoólica e a neuralgia do
trigêmio. Reações alérgicas na pele com pequenas placas avermelhadas são
relativamente comum, mas não há necessidade de se interromper o tratamento
por isso. Sedação, descoordenação motora, tonteiras, cansaço, enjôo e visão
borrada são mais comuns de acontecer.

• FENOBARBITAL

Usado como medicamento anticonvulsivante, hipnótico e sedativo. Os efeitos


colaterais podem ocorrer geralmente após o uso crônico de fenobarbital,
principalmente por via oral: sonolência no início do dia; dificuldade em acordar
e às vezes, dificuldade para falar; problemas de coordenação e equilíbrio;
raramente, vertigem com cefaléia.

2.2 METODOLOGIA

Este trabalho trata-se de um estudo de caso, onde foi acompanhado um caso de

epilepsia, com o propósito de descrever depoimentos. O trabalho realizou-se no

Hospital Santa Cruz de Canoinhas. Como fonte de levantamento bibliográfico

utilizou-se a biblioteca da UNC/Marcílio Dias, Escola Técnica Dama, além de artigos

científicos disponíveis na internet e material didático. O estudo realizado aponta que

um atendimento qualificado possibilita um melhor prognóstico, e conseqüentemente

diminuição no índice de agravos. O grande destaque deste trabalho é voltado à

assistência. Apesar dos dados apresentados, pode-se observar que a tarefa de

qualificar a assistência de enfermagem no atendimento ao portador de epilepsia vem

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sendo realizada por muitos profissionais, registrando-se avanços crescentes e

significativos.

Sendo assim, este estudo sugere um aperfeiçoamento na assistência à patologia,

tendo em vista o bem-estar psicossocial do cliente com epilepsia.

2.2.1 Questões Éticas

Foi garantida à cliente a manutenção do sigilo e anonimato de sua identidade. “O

consentimento livre e esclarecido possibilita o respeito à dignidade humana”

(VÍCTORA, 2000). Para orientá-lo utilizou-se uma linguagem simples e acessível

contendo informações referentes aos objetivos.

2.2.2 Coleta de Dados

A pesquisa realizou-se no período de agosto/2010, no Hospital Santa Cruz de

Canoinhas. A primeira parte da coleta de dados foi realizada no Posto I do HSCC

através de análise documental (prontuário), anamnese, e observação direta da

cliente, sendo observadas manifestações de comportamento, e as particularidades

de cada situação no prontuário. No decorrer da coleta de dados foram esclarecidas

dúvidas sobre a patologia entre outras, bem como, foram observados suas

necessidades, e em cima delas fornecidas as orientações necessárias.

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2.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os portadores da patologia podem apresentar vários sentimentos que variam


conforme o tipo de crise. Antes de uma convulsão iniciar, algumas pessoas
experimentam uma sensação ou advertência chamada "aura". Uma descrição
apurada do tipo de aura ao neurologista poderá fornecer pistas sobre a parte do
cérebro onde se originam as descargas elétricas anormais. A aura pode ocorrer
sem ser seguida de crise, e em alguns casos pode ser considerada um tipo de
crise parcial simples. Durante a crise, incerteza, medo, cansaço físico e mental,
confusão e perda de memória são alguns dos sentimentos mais comuns, embora
a pessoa possa não sentir absolutamente nada, ou não se lembrar do que
aconteceu. Da mesma forma, quando a atividade do cérebro volta ao normal, em
determinados casos o paciente sente-se bem para retomar o que estava fazendo;
em outros, tem dor de cabeça e mal-estar. Com todos os dados captados, pode-se
afirmar que a epilepsia é uma patologia extremamente séria. As soluções devem
estar, na melhoria das condições de educação, orientação e melhoria da
identificação dos pacientes de maior risco para intensificação da assistência
clínica e neurológica. Entende-se que, se a pessoa passa anos sem ter crises e
sem medicação, pode ser considerada curada. O principal, entretanto, é procurar
auxílio o quanto antes, a fim de receber o tratamento adequado. As drogas
antiepilépticas são eficazes na maioria dos casos, e os efeitos colaterais têm sido
diminuídos. Muitas pessoas que têm epilepsia levam vida normal, inclusive
destacando-se na sua carreira profissional.

2.3.1 Relatório das Atividades Desenvolvidas

• Apresentações à cliente e convite para que a mesma fizesse parte do estudo;


• Permissão para realizar a pesquisa documental (prontuário);
• Histórico/anamnese;
• Exame físico;

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• Verificado SSVV;
• Verbalização (orientações) para a cliente e familiares;
• Cuidados gerais;
• Medicação Conforme Prescrição Médica (CPM);
• Evolução de enfermagem;
• Passagem de plantão.

2.3.2 Histórico

Cliente refere que na sua infância entre 6,7 anos de idade começou a apresentar
episódios de cefaléia e tonturas, até ocorrer então à primeira crise convulsiva, que
SIC foi de mais ou menos 3 minutos. Sem conhecimento clinico da doença a
cliente explica que não procurou atendimento médico imediato devido á falta de
recursos. Na semana seguinte após a primeira crise a cliente apresenta outro
quadro de convulsão que se estendeu por um período de 5 minutos, assustados
com os movimentos bruscos das crises resolvem então procurar um médico. Na
consulta o médico a encaminha para um neurologista onde é feito o diagnóstico da
doença, acompanhado por exames sendo eles:

• TC;
• RM;
• Exame do LCR.
• RAIO-X de crânio.

Seguindo também o tratamento medicamentoso. Depois de constatado a


doença refere ter feito o tratamento corretamente até os dias de hoje, porém as
causas do internamento no Posto I do HSCC no dia 30 de agosto de 2010 são
outras. A cliente explica que no dia 29 de julho de 2010 enquanto fazia limpeza de
uma janela de sua residência teve uma queda onde acabou batendo com cabeça,
vindo então a sentir fortes dores. Diz também que no momento da queda estava
sozinha em casa, e após a queda então foi deitar-se e só retornou a chamados de
seus familiares, que por vez não tinham consentimento da queda. Relata que no

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dia 30 de julho ainda com episódios fortes de cefaléia acabou apresentando
convulsão que teve duração de mais ou menos 7 minutos segundo informações de
seus familiares, após a crise diz ser trazida rapidamente para o PAM, onde depois
de avaliada foi encaminhada para internamento nas dependências do HSCC.

2.3.3 Identificação

Cliente de iniciais A. R. C. B., sexo feminino, casada, residente do bairro Campo


D’Água Verde, no município de Canoinhas/SC. Nascida no dia oito de maio de um
mil novecentos e sessenta e dois (08-05-1962), na cidade de canoinhas/SC, 48
anos de idade. De cor branca, dona de casa, concluiu o ensino médio.

2.3.4 Exame Físico

Paciente inquieta, responde a os estímulos, sem sujidades, vestimenta adequada.


Couro cabeludo íntegro, cabelos lisos pouco grisalhos, limpos; pavilhão auricular
dentro da normalidade, olhos castanhos, pupilas isocóricas, sobrancelhas e cílios
normais, cavidade oral úmida e corada, lábios esbranquiçados e secos, pulso
carotídeo cheio, pulso radial forte. Tórax sensível ao toque e inspiração e expiração
coordenadas. Abdome hiperestendido. Eliminações vesicais presentes e intestinais
ausentes SIC. Observado edema em MIE.

2.3.5 Sinais Vitais

Dia 06/O8/2010

• PA:130/80 mmHg;
• T:36°C;

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• P:89 bcpm;
• R:14 mrpm.

2.3.6 Medicamentos

Dia 06/O8/2010

• Metoclopramida (PLASIL) de 6/6h EV;


• Carbamazepina (TEGRETOL) de 6/6h EV;
• Clobazan (URBANIL) 1 comp. 60mg de 8/8h VO;
• Fenitoína (HIDANTAL) de 6/6h EV;
• Haloperidol (HALDOL) de 6/6h EV;
• Cimetidina (TAGAMET) de 6/6h EV;
• Tramadol (TRAMAL) de 6/6h EV;
• Cefalotina (KEFLIN) de 8/8h

2.3.7 Evoluções

Dia 05/08/2010

Evolução de enfermagem (período vespertino): Paciente agitada, confusa. Refere


tonturas e dores em MIE.Permanece em repouso no leito. Aceitou parcialmente dieta
oferecida. Realizado medicação CPM. Eliminações vesicais presentes e intestinais
ausentes no período. SIC. Puncionado acesso venoso em Veia Jugular Externa e
Fluidoterapia em curso. Segue cuidados.

Evolução de enfermagem (período vespertino): Paciente confusa, inquieta, com


crises de choro. Refere fortes dores na região ventral do tórax e em toda a extensão
do MIE. Diz ter apetite, porém não consegue alimentar-se devido a náuseas.

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Apresentou episódios de hemetêmese de coloração escura e odor característico.
Realizado banho de leito e massagem de conforto. Eliminações vesicais presentes e
intestinais ausentes. Permanece com acesso venoso em VJE com abocath nº 22 e
fluidoterapia em curso. Medicada CPM.

2.3.10
Assistência de Enfermagem

• Ajudar o paciente a se acomodar no leito;


• Marcar o horário do início da crise;
• Observar e anotar a seqüência dos sintomas apresentados pelo paciente;
• Proporcionar privacidade e proteção da curiosidade alheia;
• Proteger a cabeça, afrouxar as roupas, afastar qualquer objeto que possa
causar lesão no paciente;
• Evitar abrir a boca do paciente durante a crise, evitando fraturas;
• Manter o paciente lateralmente após a crise para evitar aspiração,
certificando-se que as vias aéreas estejam permeáveis;
• Aspirar secreções se necessário;
• Observar período de confusão, sonolência após a crise;
• Escala de glasgow;
• Permanecer ao lado do paciente até o despertar e ajudá-lo a reconhecer o
ambiente e as pessoas;
• Manter acesso venoso salinizado para medicação se a crise for freqüente ou
prolongada (mais que 9 minutos);
• Orientar o paciente sobre os fatores que desencadeiam as crises: distúrbios
emocionais (ansiedade e frustração), dieta (álcool e cafeína), hipertermia, atividade
física exagerada, estimulação fotogênica (televisão, luz intensa).
• Orientar o paciente sobre a patologia, prognóstico e tratamento a longo
prazo;

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• Orientar o paciente e familiares sobre a importância de seguir o esquema
terapêutico rigorosamente;
• Monitorar sinais neurológicos e SSVV após a convulsão;
• Manter oxigênioterapia quando possível;
• Orientar o paciente a usar cartão de identificação com nome, endereço e
telefone de familiar que possa ser avisado caso ocorra uma crise convulsiva em
ambiente estranho.

Atenção: - Nunca introduzir os dedos entre os dentes do doente;

- Não tentar impedir os movimentos ou transportá-lo para outro lado exceto em


situação de perigo;

- Não dar de beber.

ESCALA DE COMA DE GLASGOW

Essa escala possibilita a avaliação da consciência do paciente após uma crise


epiléptica (tônico-clonico)

• Abertura Ocular • Espontânea • 4 pontos


• Por estimulo verbal • 3 pontos
• Por estimulo a dor • 2 pontos

• Sem resposta • 1 ponto


• Resposta Verbal • Orientado • 5 pontos
• Confuso (mais ainda responde) • 4 pontos
• Resposta inapropriada • 3 pontos
• Sons incompreensíveis • 2 pontos

• Sem resposta • 1 ponto


• Resposta • Obedece ordens • 6 pontos
Motora • Localiza a dor • 5 pontos
• Reage a dor (mas não localiza) • 4 pontos
• Flexão anormal – Decorticação • 3 pontos
• Extensão anormal - • 2 pontos
Decerebração

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• Sem resposta • 1 ponto

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos dados anteriormente apresentados, concluí-se que a prevenção


primária da patologia é praticamente inexistente. Entende-se também, que a
prevenção secundária pode ser realizada por meio da saúde pública, onde
equipes de enfermagem devem fazer atendimento ambulatorial e, se possível
domiciliar, através do Programa de Saúde da Família (PSF). Observa-se com este
estudo, a necessidade de um tratamento clínico adequado, dando ênfase ao
conhecimento sobre a patologia. Aprendemos que os epilépticos não devem ter
uma vida diferenciada, que podem trabalhar estudar e ter filhos. Ter epilepsia é ter
uma doença como as demais, a qual permite, na grande maioria dos casos, e
desde que os conselhos do médico sejam cumpridos, levar uma vida
completamente normal. Para muitos, é o preconceito que lhes causa problemas e
não a epilepsia em si; por isso, deve ter esperança no tratamento e confiança nos
médicos e outros profissionais que o tratam e estão prontos para ajudá-lo. Frente
aos resultados obtidos vê-se também a necessidade dos profissionais de saúde
em estarem atentos às manifestações clínicas da doença, promovendo um
atendimento integral e humanizado com oportunidade de promover o cuidado da
doença.

21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• CRUZ, Andréa P. Curso didático de Enfermagem. Editora yendis, SP –


2005.
• BARBIERI, Renato L. S.O.S Cuidados Emergenciais. 1 edição. São Paulo:
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• PAULINO, Wilson R. Biologia. Editora Ática, 1ª Edição, VOL 3. São Paulo.
2007.
• GAGLIAZZI, Maria. URASAKI, Maristela. GONÇALVES, Roselane.
Intervenções de Enfermagem. Editora Pedagógica Universitária. São Paulo. 2000.
• CESAR E SEZAR. Biologia. Edição 7. Editora Saraiva. VOL 3. São Paulo.
2005
• GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências. Edição 3. Editora Ática. São
Paulo. 2009.
• BARROS, Carlos. O Corpo Humano. Editora Ática. Edição 64. São Paulo.
2001
• PAULONO, Wilson R. Biologia. Edição 1.VOL 2.Editora Ática. São Paulo.
2007
• PORTELA, Cristina. CORREA, Gladis T. Manual de Consulta para estágio
em Enfermagem. Editora Difusão. São Paulo 2004.
• LAURENCE, J. Biologia. Editora Nova Geração. Edição 1. VOL Único. São
Paulo. 2009.
• MURTA, Genilda Ferreira. Saberes e Práticas. Editora Difusão Edição 1. Vol.
1 São Paulo 2006.

22
• GALVÃO, José Alves. Emergências Clínicas. 2 edição. Rio de Janeiro:
Rúbio, 2007.
• WWW.drdrauziovarella.com.br
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