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Publicagao do Grande Oriente do Brasil N® 001 Poder Central Brasflia - DF - Brasil Ill “Ee OS PRIMEIROS TEMPOS E A LUTA PELA INDEPENDENCIA ‘A independéncia do Brasil era a meta especifica dos fundadores do Grande Oriente logo todos eles dedicaram-sea consegui-la, embora o processoemancipador, nos meios magénicos jé tivesse sido iniciado antes de 17 de junho de 1822. ‘Na realidade, o primeiro passo oficial dos magons, nesse sentido, foi o Fico, de 9 de janeiro, o qual representou uma desobediéncia aos decretos 124 © 125, emanados das Cortes Gerais portuguesas € que exigiam o imediato retorno do principe a Portugal e, praticamente, a reversio do Brasil & sua condigo colonial, ‘coma dissolugdo daunio brasitico-Iusa, complementando lei de 24 deabrilde 1821, emitida apés o retorno de D. Jodo VI ao seu pais. ( episédio do “Fico” foi feito sob a lideranga dos magons José Joaquim da Rocha e José Clemente Pereira ‘ ¢ com a representacdo de diversas provincias 20 principe, no sentido de que desobedecesse aos decretos, permanecendo no pais, Na representaciodos paulistas, de 24 de dezemro de 1821, redigida por José Bonifacio, com a virilidade que sempre o caracterizou, pode-se ler 0 seguinte: “-Eimpossivel que os habitantes do Brasil, que forem honradose se prezarem de ser homens — e mormente os paulistas — possam consentir em tais absurdos e despotismos... V. Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, ndo s6 para 0 nosso bem geral, mas até para a independéncia e prosperidade futura do mesmo. Se V. A. Real estiver (0 que ndo é crivel) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de principe, tornando-se escravo de um ‘pequeno grupo de desorganizadores, terd que responder, perante o céu, pelo rio de ‘Sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua auséncia...” A reptesentagio dos fluminenses foi redigida pelo frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, orador da Loja “Comércio ¢ Artes” ¢ em cuja cela, no convento de Santo Anténio, reuniam-se os principais lideres do movimento, Os trechos principais desse manifesto de 29 de dezembro de 1821,diziam: 38 Histéria do Grande Oriente do Brasil (.) Nacrise atual, oregresso de S.A. Real deve ser considerado como uma providéncia inteiramente funesia aos interesses nacionais de ambos oshemisférios. (.) Se os motivas que as Cortes apontam para fazer regressar SA. Real é a necessidade de instrugao de economia politica, que 0 mesma Senhor deve adquirir nais necessério, para a futura gloria do Brasil, que S.A, Real visite 0 interior deste vastissimo continente desconhecido na Europa Portuguesae, por desgraganossa, examinado, conhecido, descrito, despojado pelas nacdes estrangeiras... ./..j Sencio, portanto, de esperar que todas as Provincias do Brasil se reunam nesse centro de idsias e que se espalhe 4 lisongeira noticia de que nao se verificou o regressv de SA. Real, 0 povo encarrega VS. de fazer ver ao mesmo Senhor a absolutanecessidade de ficarem por agora suspensos os dois decretos 124 e 125. das Cortes, porque ndo se pode viajando pelas Cortes da Europa, o povo julga que se fa presumir das piblicas intengtes do soberano congresso que deive de aceder a Imotivos tao justos ¢ de tao grandes relagdes com o bem geral das nagdes”. A9 de janeiro de 1822, na sala do trono e interpretando o pensamento geral, cristalizado nos manifestos dos fluminenses ¢ dos paulistas € no trabalho de aliciamento dos minciros, o macom José Clemente Pereira, presidente do Senado da (Camara, antes delerarepresentacdo, pronunciou inflamado econtundente discurso. conde, ao lado do pedido formal para que o principe-regente permanecesse no Brasil, havia uma adverténcia e uma sutil ameaca’ " (.) Ah, Senhor! E serd possivel que estas verdades. sendo tao pitblicas. estejam foradoconhecimento de Vussa.slteza Real? Seré possivelque \'assaAlteza Real ignore que um partido republicano, mais oumenos forte, existe, semeado aqui e ali, em muitas das provincias do Brasil, por nao dizer em todas elas? Acaso os cabegas que intervieram na explostio de 1817 expiraram jé? E se existem e se so espiritos fortes e poderosos, como se cré que tenham mudado de opiniao”? ‘A alusio as hostes magdnicas era explicita e D,Pedro conheceu-Ihe a forgae a influéncia, entendendo 0 recado e permanecendo no Brasil. Comesava, ai, 0 processo de aliciamento do principe. 0 qual continuaria, logo depois. quando os ‘magons fluminenses, soba lideranca de Ledo, resolviam, a 13 de maio de 1822, por proposta do brigadeiro Domingos AlvesBranco Muniz Barreto, outorgar-Iheo titulo de Defensor Perpétuo do Brasil, numa cartada politica 4 qual nao faltavam, porém. Interesses das liderangas, que pretendiam methoraro seu prestigio politico junto a0 regente ¢ até suplantar o prestigio de que José Bonificio, j, entdo, o ministro todo- poderoso das pastas do Reino ¢ de Estrangeiros. destrutava junto a ele. As escaramusas entre 0s grupos de Ledo € de Bonificio ja comesavam ai, ‘Com o grande niimero de adesdes a loja lider do movimento emancipador, a Os primeiros tempos e a luta pela independénc 39 “Comércio e Artes”, foi entdo fundado 0 GRANDE ORIENTE, a 17 de junho de 1822, diaque, no calendario magénico, correspondia ao 28° dia do 3° més magénico do Ano da Verdadeira Luz de 5822". E continuoualluta pela emancipagdo politica do pais, a qual pode ser acompanhada pelas atas das sess6es anteriores — além da de fundagao, jé abordada — a proclamagdo da independéncia ¢ das posteriores, até suspensio dos trabalhos do Grande Oriente, em outubro de 1822 SEGUNDA SESSAO - ASSEMBLEIA GERAL Da ata da sessdo do I° dia do 4° més do ano de $822 (21 de junho), dirigida pelo 1° Grande Vigilante, consta que este, considerando ja estar estabelecido 0 Grande Oriente Brasileiro, propds que se cumprisse o requisito de mandar erigir ués Lojas Metropolitanas, as quais deveriam ser compostas pelos macons atuais, escolhidos por sorteio. E, assim que foram sorteados os Veneraiveis, procedeu-se a0 sorteio dos demais Irmaos, ficando estabelecidos os quadros das tr8s Lojas (Ver a relagio dos obreiros, no capitulo 1). TERCEIRA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sessiio do §° dia do 4° més (29 de junho), dirigida pelo 1° Grande Vigilante, consta que o Presidente, ja que 0 objetivo da sesso cra a nomeagio das Urs Lojas eo juramento de suas Dignidades e Oficiais, propds que a Grande Loja escolhesse o titulo ¢ 0 timbre de cada uma, Foi decidido que a Loja N° 1, diante dos relevantes servigos prestados & Ordem, conservasse 0 mesmo titulo e timbre — Comércio e Artes da [dade de Ouro — que a Loja N° 2 tomasse o titulo de Unido ¢ Tranquilidade, com o timbre 9 de janciro e que a N° 3 fosse denominada Esperanca de Niteréi, com 0 3 de junho, Depois o presidente participou que 0 zclo do Grao- Mestre tinha descoberto um Clube Magénico, cujos membros, pelo seu Comportamento, mereciamatengées, ficando, os Irmios da Grande Loja, encarregados de sondaros fins politicos do Clube. A seguir, prestaram juramento, sucessivamente, as Dignidades e Oficiais das Lojas Comércio e Artes, Unido e Tranquilidade e Esperanca de Niter6i. Depoisde se retirarem as Dignidades ¢ Oficiais das trés Lojas, rosseguiram os trabalhos da Grande Loja, ficando estabelecido que cada Loja teria ‘20 menos uma sesstio dentro de quinze dias € que, por isso, fariam, por turno, sessoes de cinco em cinco dias. Determinou-se, também,,a palavra sagrada do Grande Oriente ea de seu passe. Escolheu-se, também, a de passe das Lojas do circulo ea de passe geral 40 Histéria do Grande Oriente do Bra: QUARTA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sesso do 18° dia do 4° més (8 de julho), consta, inicialmente, que foi lida a relagdo dos filiandos José Caetano Gomes, Francisco José Fernandes Barbosa, Joaquim José de Carvalho e José Henriques Pessoa, os quais, propostos ¢ aprovados pela Comércio e Artes, foram também aprovados pela Grande Loj ‘Tambem foram lidas as propostas de diversos profanos, aprovados na mesma Lo} Depois, decidiu-se que, provisériamente, aia a ser paga pelos novos filiandos seria de 6$000 no ato da filiagdo. Resolveu-se, também, que 0s trabalhos de cada uma das Oficinas seriam iniciados com os obreiros dela e que 0s das outras entrariam depois, ‘em turos. E porque era necessérrio que 0s obreiros fossem conhecidos dentro das Lojas, para que niio The fossem apresentados Sacos de Proposiges ¢ nem que Votassem assuntos inerentes a cada Loja, mas apenas os gerais, resolveu-se que os da Loja N° | usariam uma roseta de fita branca no antebraco direito, osda N° 2, uma de fita azul ¢ os da N° 3, uma de fita vermetha °"?, Para evitar irregularidades ¢ imperfeigdes nas informagées de adogio, estabeleceu-se que elas devem tocar em quatro objetivos, em relago ao candidato: 1. Estado civil: se ¢ casado, que ‘tratamento dé a esposa c a familia, se €solteiro, que decéncia observa de costumes — 2. Emprego: que crédito tem, no desempenho de seus deveres civis e morais — 3. Politica: quais os seus sentimentos pela causa do Brasil ¢ de sua Independéncia — 4. Costumes, em geral: que amor & beneficéncia ¢ adesto a amizade. QUINTA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sesstio do 22° dia do 4° més (12 de julho), dirigida pelo 1° Grande Vigilante, consta a discussio de propostas de elevagiio ao grau de Eleito Secreto e filiagées. A Loja N° 1 propunha, para elevacao ao grau de Mestre Secreto os Irmiios Zimmerman, Quaker, Sertério, icaro, Castor ¢ Vasco da Gama. Foram aprovados Sertério ¢ Vasco da Gama, o primeiro por suas atitudes em relago aos projetos de Independéncia ¢ 0 segundo, porque jé era Mestre ha doze anos. Foi reprovada a concessio a fcaro, por ser pensiondrio da Loja, ficando, os demais, na espera, por serem Mestres hé muito pouco tempo. Também foram discutidas as propostas dos Inmfos Apolonio Molon, Curius, Phocion, Celso, Lycurgo, Baudelocquee Dimichelis. Foi aprovado Apolonio Moton, por ser fundador da Loja e ter dado provas de zelo € patriotismo. Ficaram na espera Curius, Phocion, Celso, Lycurgo e Baudelocque, mandando recomendar a Grande Loja, a esses Irmfos, que se lembrem de que, adotada a Magonaria dos sete graus"”,0 grau de Mestre tomna-se muito respeitavel que, se eles tém verdadeiro amor pela Ordem, devem querer que va mais lenta essa ‘concessio de graus, para tornd-los mais valiosos. Dimichelis foi reprovado, por no frequentar os trabalhos. A Loja N° 2 propunha a filiagdo dos Irmaos padre Narciso Os primeiros tempos ea luta pela independéncia 41 Nepomuceno, capitdo Guilherme José Lisboa, José Caetano da Silveira ¢ Francisco Gomes da Silva‘""~". O capitao Guilherme foiaprovado, aproposta do padre Narciso foi suspensa, até se averiguar se ele era magom, enquanto que a dos dois titimos foram reprovadas, um por impossibilidade fisica de comparecer aos trabalhos © 0 ‘outro, por indiferenga a causa do pais ¢ mesmo de imoralidade. Ficou decidido, também, que, dai em diante, as propostas de iniciagdo ¢ filiagdo deveriam ser assinadas pelo proponente, que 0s pedidos de elevagao nifo mais poderiam ser feitos pelo proprio interessado, mas, sim, pela Loja. Mandou, também, a Grande Loja que, ‘em todas as Lojas do circulo do Or.'. Brasilico haja um Livro chamado dos Juramentos, no qual assinem os atuais operarios ¢ todos os filiandos e iniciados, fazendo-se expressa mencao da Defesa do Brasil e da sua Independéncia, sob os auspicios de seu Augusto Defensor. Constando, a Grande Loja, as indignidades magénicas e morais praticadas por José Sanches de Brito, pretendendo levantar um ccisma entre os macons do Grande Oriente etalvez trabalhando com fins opostos aos que os magons do Brasil se propdem sustentar, ficou encarregado 0 Gr. Promotor de o admestar € punir, dando ciéncia do resultado & Grande Loja. SEXTA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata do 29° dia do 4° més magSnico (19 de julho de 1822), presidida pelo 1° Grande Vigilante, consta a participagio, do presidente, de que oobjetivo da sesso era a apresentago do Grdo-Mestre, que vinha prestar 0 juramento de seu cargo € tomar posse do lugar que © Povo Magonico, legalmente congregado, the havia conferido. Recebida a noticia, com geral aplauso, nomeou, o 1° Grande Vigilante, uma deputagdo das trés Lojas Metropolitanas, cujos dignitarios, igualmente ‘convocados pela Grande Loja, achavam-se na Sala dos Passos Perdidos, para receber 0 Grdo-Mestre a entrada do templo. E logo dando parte a Grande Loja o Grande Cobridor, que aquela deputago conduzira 4 Sala dos Passos Perdidos 0 Grio- ‘Mestre, que vinha acompanhado do mag.'. Martim Francisco de Andrada, que pedia a entrada no templo como visitante, propés o presidente a Grande Loja “se anuia ¢ aprovava aquela siplica ¢ se querendo o Ir, Martim Francisco filiar-se a Grande Loja, dispensava as formalidades exigidas nas filiagdes”. Aprovada a primeira parte, o Venerdvel da Comércio ¢ Artes foi encarregado de fazer constar, na sesso que ia abrir, que a Grande Loja dispensava as formalidades exigidas nas filiagdes, se a qualquer das trés Lojas conviesse receber no seu grémio aquele magom. Franqueado 0 ingresso aos dignitirios das Lojas, despachou-se, ao Grdo-Mesire, outra deputagdo, composta de sete dos seus Grandes Dignitarios, dirigindo-the a palavra 0 Grande Orador. Introduzido em Loja 0 Grdo-Mestre, porbaixo da abobada de aco estrelada e bateria incessante, prestou o juramento do Gr.’ Or. Bras. £01 triplicemente aplaudido, agradeceu os aplausos etomou assento no trono, seguindo- a2 Historia do Grande Oriente do Brasil se 0 discurso do Grande Orador ¢ 0 discurso final do Grao-Mestre SETIMA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sesso do 3° dia do 5° més magOnico (23 de julho), presidida pelo 1° Grande Vigilante, constaa leitura de oficios das és Lojas Metropolitanas. A Loja ‘Comércio e Antes pede aprovagdio para serem filiados osmagons José Ramos, Amaro Velho da Silva, Antonio de Miranda Marques, Manoel Antonio Farina, padre Manoel Joaquim Nunes e Bento de Oliveira Braga, tendo, a Grande Loja, aprovado a filiagao. A Loja Esperanga de Niterdi submete a confirmagao da Grande Loja os magons, por ela aprovados, Bernardo José Serrdo, José Pereira da Silva, Manoel Bernardo, José de Figueiredo, José Cactano Rocha, Joaquim José de Siqueira ¢ Joaquim Francisco Leal. Pede, também, a iniciago dos profanos Jodo Pedro de Almeida, Patricio Antonio de Sepulveda, Francisco de Assis Cabral Teivee Candido Fernandes Lima, A Grande Loja aprova todos os pedidos, reprovando. somente, a filiagdo de Bernardo José Serrdo, por inexato no desempento de seus deveres civis © por abusos praticados na administragdo do cofre da pélvora, de que esta encarregado. A Loja Unido e Tranqiilidade pede 0 grau de Mestre para Manoel Pinto Ribeiro e Samuel Wood ¢ 0 grau de Eleito Secreto para os Irmios Adclaid, Telémaco, Catio 1°, Viriato, Demétrio, Arcidio e Cabral, Foi concedido o grau de Mestre aos obreiros citados € 0 grau de Eleito Secreto aos Irmdos Adelaid Telémaco, ficando, os demais, 8 espera, por serem ha muito pouco tempo filiados sem a exibi¢do de Diplomas regulares. O Inmiio Grande Promotor participou que admestara 0 mag.". Sanches de Brito. que. pretextando razées frivolas para 0 seu procedimento, prometeucorrigir-se. Resolveu, ainda, aGrande Loja, porunanimidade. conceder ogra de Rosa Cruz ao Grdo-Mestre da Mag.’ Brasileira, parao que e para conferiros altos graus aos Irmos aprovados nessa e nas sessdes anteriores, nomeou uma comisstiocomposta pelos Irmdios Diderot, lo. Gr.’ Vig.', Turenne. Gr :Promot Kant, Gr.: Orad., Gracco, 2° Gr. Vig" ¢ Socrates, membro da Comércio e Artes OITAVA SESSAO - GRANDE ORIENTE Daata do 11° dia do° més (3 | dejulho), presidida pelo Grao-Mestre, constam quatro oficios, dirigidos a Grande Loja. O primeiro, da Loja Esperangat de Niterdi, Propde a aprovagao dos filiandos Jodo Roiz Vareiro, Luiz Ven‘incio Ottoni, Francisco Barbosa e padre Fidelis Paradella e, igualmente, dos iniciandos Januario Matheus Ferreira, José de Sa Carvalho, Jodo Jacques da Silva Lisboa, Francisco de Salles Pereira e José de Mattos Costa € Carvalho. Desejando seguir uma marcha regular em seus trabalhos ¢ dar. ao mundo magénico, decididas provas de seu zelo € justica, a Grande Loja resolveu que os Veneraveis, junto com a aprovagdo dos Os primeiros tempos ¢ a luta pel: independéncia 43 profanos propostos nos seus quadros, enviassem as respectivas informagdes, Contentando-se, so por esta vez, com aexposigiiodo Venerivel daLojaN°3, aprovou as filiacdes ¢ as iniciagdes solicitadas. O segundo oficio prova que. em um dos supramencionados oficios, o Ir’ Epaminondas, Comp. da Loja Unido ¢ Tranqlilidade, fazia umaacusagdocontra o proposto Vareiro, denunciando inimizades entre este ofr’. Quacker, da LojaN° 1, os motivosdelas, Nao julgandotaismotivos suficientes para rejeitar o filiando, 0 Grdo-Mestre encarregou 0 Gr.’, Promot.’. de promover a prévia reconciliagdo entre eles. No terceiro oficio, a Loja Mineiros Reunidos. do Or. de Vila Rica, dirigia, aos mma... protestos de Fraternidade e Respeito ao Gr. Or’. Brasilico pedia a faculdade de progredir em seus augustos trabalhos, sob 0s auspicios deste Grande Oriente"""". A Grande Loja. por lunanimidade, concordou em reconhecer ¢ filiar a Loja, passando carta de seu Delegado na Provincia de Minas Gerais, ao Ir". Guido Maliere. atul Venerivel da Loja, a quem manda enviar a primeira parte da Constituigdo Magdnica Brasilica, ja sancionada ¢ jurada, Resolveu, também, a Grande Loja, dar carta de seu Delegado para Provincia de Pernambuco ao Ir.’ Felippe Nery Ferreira e, para a Provincia do ‘Ceara, 20 Ir, José Raimundo Barbosa, presidente do governo da mesma provincia, No quarto oficio, a Loja Bouclier d” Honneur, que trabalhava nesta cidade, sob os auspicios doG.'. Or. de Franca, pedia, a Grande Loja, que houvesse de receber uma deputagdo sua, para tratar de ncgécios mais interessantes a bem da Ordem, Existindo, porém, em contraposigao desse pedido, assinado por cinco membros do sobredito quadro, uma representagao firmada por por membros do mesmo quadro, resolveu, aGr. Loj..,queo{r’ Gr.’ Promotorexigisse da Loja Bouclierd” Honneur © Livro de Alas, de cujo exame julgou depender a terminante decisto de to complicado negocio. NONA SESSAO - ASSEMBLEIA GERAL Da ata da sessio do 130. dia do So. més do ano de 1822 (2 de agosto), consta lero Grdio-Mestre da Ordem, entdo, o consetheiro José Bonifacio de Andradae Silva. proposto para ser iniciado nos mistérios da Ordem S.A. D, Pedro de Alcdntara, Principe Regente do Brasil e scu Defensor Perpétuo. E que, sendo aceitaa proposta, com undnime aplauso. ¢ aprovada por aclamagdo geral, foi imediata convenientemente comunicada ao mesmo proposto. que, dignando-se aceita-la, ‘compareceu logo na mesma sesso esendo também logo iniciado no primeiro grau, na forma regular e prescrita na liturgia, prestou 0 juramento da Ordem e adotou 0 nome herdico de Guatimozin “"""?, Consta também que antes da iniciago do principe, foram recebidos no Grande Oriente, como visitantes, para assistirem aesse alo, os macons Felipe Nery Ferreira. membro do governo provisorio de Pernambuco, ¢ Lucas José Obes, procurador da provincia Cisplatina, os quais. na sessiio 44 istéria do Grande Oriente do Brasil antecedente, em 11 do mesmo més, haviam sido nomeados delegados do Grande Oriente nas ditas provincias (""" DECIMA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sesso do 160. dia do mesmo més (5 de agosto), presidida, interinamente, pelo 1o. Grande Vigilante do Grande Oriente, Joaquim Gongalves Ledo, consta ter side proposto e aprovado, para o grau de Mestre Macom, o sobredito Ilustre Aprendiz Guatimozin, ficando encarregado de conferir-Ihe o grau o Ir. Manoel dos Santos Portugal, Venerdvel da Loja Comércio e Artes, a cujo quadro Pertence aquele Irmo, Antes dessa resolugdo, constou oficio da Loja Unido ¢ ‘Tranquilidade, pedindo aprovacao do profano Manoel Antonio Henrique Tota, que foi confirmada, ¢ grau de Mestre, para os obreiros Catdo Il e Epaminondas, 0 que também foi concedido, Por parte da comissdo nomeada para conceder os altos graus, © presidente ponderou que, havendo a Grande Loja acordado dar o grau de Eleito Seer.: aos Irma filiados aos quadros do Grande Oriente, constituidos nos graus de MMestr.: PPerf.:, 10., 20. € 30. Eleitos pela Maconaria dos 13 e, também, aqueles Mestres, que, pelo seu zelo ¢ amor pelo bem da Patria e da nossa Ordem se tinham tornado dignos de serem adiantados na Arte Real, era, por ora, impossivel satisfazer a essas resolugées, porque tendo a Maconaria dos 7 reduzido os graus desde Mestr.:Perf.: até Eleito dos Quinze ao de Eleito Secr.:, ndohavia os necessérios reguladores para a iniciagdo nesse grau, Resolvew-se, entdo, mandar carta de delegado ao Ir.: Hippolito de Mendonga, em Londres, encarregando-o de fazer com que 0 Gr.: Or.: Brasilico se fizesse reconhecer pelo Gr.; Or.: Britdnico e da remessa de todas as instrugSes ¢ papéis concernentes ao sistema magGnico dos 7 graus. DECIMA-PRIMEIRA SESSAO - GRANDE ORIENTE Daata da sesso do 240, dia do So. més magénico (13 de agosto), dirigida pelo lo. Gr.: Vig.:, consta a leitura de trés oficios das Lojas Metropolitanas. O primeiro, da Comércio ¢ Artes, submetia & confirmagio da Grande Loja a aprovagio dos rofanos Antonio Gomes Barroso, Manoel Fernandes Correa Pinto, Domingos ‘Vianna e Francisco Gaudéncio da Costa. Foram aprovados os dois primeiros, adiada a confirmacdo do ultimo, por nada constar sobre 0s seus sentimentos politicos, e reprovado Domingos Vianna, por ser de dnimo timido e espirito fraco, qualidades improprias do verdadeiro Magom. O segundo oficio, da Unido Tranquilidade, continha pedido de aprovacdo para os filiandos José Antonio dos Santos Xavier, Francisco Carlos de Moraes ¢ Joaquim José Pereira do Faro. Foram todos aprovados, com excecdo de Pereira do Faro, ndo devendo entrar no Templo da Virtude uma testemunha falsa ¢ caluniadora. No mesmo oficio, era pedida a aprovacto dos Os primeiros tempos e a luta pela dependéncia 45 profanos Jodo Bandeira de Gouvéa, Antonio José de Lega, Antonio José Faldo da Frota, José Antonio de Seixas, Luis Joaquim de Gouveiae Manoel Pereira. A Grande Loja reprovou Frota, pela falta de boas qualidades, mandou que Luis Joaquim de Gouveia ficasse na espera, por sua pouca idade, e aprovou os demais, No oficio da Esperanga de Niter6i era solicitada a aprovacdo dos profanos Antonio José Lopes de Araujo, José Antonio Pinheiro, Manoel Peixoto de Azevedo, Luiz Bandeira de Gouvéa e Antonio Lopes de Oliveira Bello, tendo a Grande Loja, pelas informagées contidas no oficio, confirmado a iniciagéo dos ts primeiros e reprovado os dois lltimos. Também reformou, a Gr.: Lo}. @ resolugdo, da sesso de 11 do So. més, referentea Luiz Vendncio Ottoni, reprovandosua iliagdo, porter tido conhecimento de que o mesmo ¢ traidor a amizade, sobre objeto que a decéncia obriga calar. Ao final, foram nomeados Arqu.: decoradores os Ii: Vasco da Gama ¢ Catto II, os quais ficaram encarregados também de pagar, mensalmente, a quantia de 208000 ao Ir.: icaro, principiada a vencer a lo. de julho de 1822, pelo seu pontual desempenho das obrigagées de seu cargo de Andador DECIMA-SEGUNDA SESSAO - GRANDE LOJA Da ata da sesso do 280. dia do So. més (17 de agosto), presidida pelo Grdo- Mestre, consta 0 comparecimento dos membros da Loja Bouclier d’” Honneur, convocadas pelo Gr.: Promotor, tanto os que formaram a acusago, quanto 0s que tinham pedido audiéncia 4 Gr.: Loja.:, para se defenderem. Perguntados sobre os motivos da acusagdo, os acusadores falaram de negligéncia do Venerdvel no cumprimento de seus deveres, malversagio dos metais da Loja ¢ profanagéo do templo. Chamado a se defender, o Venerdvel fugia a letra do interrogatério, apresentando, também, como testemunhas, magons irregulares, processados © climinados do quadro da Loja. Diante disso, a Grande Loja recolheu o Livro de Atas, da Loja, aacusagto, contase demais documentos, nomeando uma comissioformada pelos Ilr.: Diderot, Gracco ¢ Brutus, para que os examinasse e desse seu parecer & assembléia. A seguir, aGr.: Loj.: mandou suspender a iniciagao do prof : José Pedro Femandes até ter provas de sua adesdo a causa do Brasil, aprovando a filiago, que estava suspensa desdea 6a. sesso, dopadre Nepomuceno, por haversido comprovado queo mesmo émagom. Finalmente, no exercicio desuas atribuigdes, o Grdo-Mestre, diante do impedimento do Gr.: Delegado, nomeia, para ocargo, olr.: Gr.: Promat.:, que, porsua vez é substituide pelo 20. Gr. Vig.:, ficando, este cargo, deser exercido, alternadamente, pelos Veneriveis das Lojas Metropolitanas. DECIMA-TERCEIRA SESSAO - GRANDE ORIENTE ‘Naata da sessio do 150. diado 60, més (4 de setembro), presidida pelo lo. Gr. 46 Historia do Grande Oriente do Brasil Vig.:.constaa eitura decincooficios Oda Loja No. | pedea aprovagiodos profanos Jodo Henriques Pessoa ¢ Jodo Fernandes Lopes e a filiagao dos llr: Augusto Pinto de Moraes Sarmento ¢ Agostinho Nunes, tendo a Grande Loja aprovado os dois primeiros, adiando a filiagdo do terceiro, até obter mais informagoes. e reprovado o iltimo, pela pouca regularidade de sua conduta, No mesmo oficio é solicitado 0 salirio de Mestre para os Ilr: Francisco Xavier Ferreira e Manoel da Fonseca Lima € 0 de Companheiro para Joaquim Francisco de Souto Maior, Manoel Joaquim Mendes de Vasconcelos, Jotio Rodrigues Ribas, Bento de Oliveira Braga ¢ José Maria Pinto Peixoto, sendo todos concedidos. Os outros oficios eram dos AArqu. ‘Vasco da Gama ¢ Catio II, do Ir Idomeneo ¢ do Ir.: Camées. O primeiro era a minuta de despesas feitas para a decoragdo das Lojas, © segundo, do Tesour. ‘mostrava o recebimento de 38$000 do Ir: Cam@ese, noterceiro. olr,: Cam@es pedia ser ouvido pela Gr.: Loj; antes de ser por ela julgado. DECIMA-QUARTA SESSAO - ASSEMBLEIA GERAL Da ata da sessto do 20° dia do 6° més (9 de setembro) “""""""!, consta que tendo sido convocados os magons membros das trés Lojas Metropolitanas para esta sesso extraordiniria, com 0 especificado fimn adiante declarado, sendo também presidida pelo sobredito 10, Grande Vigilante Joaquim Gongalves Ledo, no impedimento do Grdo-Mestre José Bonificio, dirigindo, do Solio. enérgico fundado discurso, demonstrando, com as mais sélidas raz6es. queas atuais politicas circunstanciais de nossa patria, 0 rico, fértil ¢ poderoso Brasil, demandavam c exigiam, imperiosamente, que a sia categoria fosse inabalivelmente formada, com: proclamagio da nossa independéncia e da Realeza Constitucional, na pessoa do augusto principe, perpétuo defensor do reino do Brasil. Consta. também, que ests ‘mogdo fora aprovada por undinime e simultnea aclamagao expressada com o ardor do mais puroecordial entusiasmo patridtico, Que sossegado. mts nfioextintooardor da primeira alegria dos dnimos, por verem prestes a realizarem-se 0s votos da vontade geral pela independéncia e engrandecimento da patria, propusera, ainda, ‘o mesmo Lo, Grande Vigilante, a necessidade de ser esta sua miogdo discutida, para queaqueles que pudessem ter receio de que fosse precipitada a medida da seguranga € engrandecimento da pitria, que se propunha, a perdessem, convencidos pelos debates, de que a proclamagao da independéncia do Brasil era a dncora da salvagdo da mesma patria. Em consequéncia do que, dando a palavra a quem quisesse especificar seus sentimentos. falaram varios membros ¢, posto que todos aprovavam @ mogao, reconhecendo a’necessidade imperiosa de se fazer a independéncia do Brasil e de ser aclamado rei dele o principe D.Pedro de Alcantara. seu defensor perpétuo¢ constitucional, contudo, como alguns dos mesmos opinantes mostrassem desejos de que fossem convidadas as outras provincias coligadas, para aderirem a Os primeiros tempos ¢ aluta pela independéncia 47 nossos votos, ¢ efetuar-se em todas, simultaneamente, a desejada aclamagio, ficou reservada a discussdo para outra assembléia geral, sendo todos os magons presentes. encarregados de disseminar e propagar a persuasio de (do necessiria medida politica, Em seguida, sendo proposto por um dos presentes, que a doutrina politica, proclamada no periddico intitulado O Regulador, “""""""? era subversiva dos principios constitucionais ¢jurados nesta augusta Ordem, enquanto pretendia fazer persuadir. aos povos do Brasil, principios aristocraticos, que ndo se compadeciam coma liberdade constitucional que os brasileiros anelavam e que s6 pode fazer a sua felicidade politica, e muito mais quando tal doutrina é diametralmente oposta 20 sistema constitucional abragado, proclamada, jurado eseguido peloaugusto principe € perpétuo defensor do reino do Brasil, ¢, portanto, s6 propria para ofender seus interesses, provando assergdes insidiosas do Congresso de Lisboa, que os éulicos do Riode Janeiro pretendem restabetecer 0 despotismo, o que ¢ falso.¢, por isso, deveria ser chamado ante 0 Grande Oriente, em Assembléia geral, 0 redator daquele periddico, para ser repreendido. por procurar propagar tais principios desorganizadores, em contravengio aos juramentos que prestara nesta augusta Ordem, quando foi empossado no lugar que ocupa, de Orador da Loja No, 1. Esta proposta foi aprovada sob a cominag:io de penas magonicas, no casodedesobediéncia agchamamiento, ficando logo resolvidoque deveriaefetuar-seocomparecimentoem assemblcia geral, que foi marcads para o dia 23 do mesmo més, ¢ que aqueles membros que fossem assinantes do Regulador, enviassem, imediatamente, 20 redator, os nlimeros quettivessem detal periddico, com cartaem que Ihe significassem que 0 dispensavam da continuagdo da remessa dos nimeros ulteriores, bem como de restituigdo da assinatura recebida, por se contentarem conhiecer um homem por lo pouca despesa, Finalmente, foi proposta acolocagdo de uma Caixade Beneficéncia nna Sala dos Passos Perdidos, paraqueos Ilr. :ficassem obrigados, em todasas sessbes fa que estivessem presentes. a langar alguns metais, em sinal de sua caridade. fazendo-se uma receita em separado, do produto dessa caixa, para socorro de vitivas necessitadas e educagao de orfaos carentes de recursos para frequentar as escolas de primeiras letras. A proposta foi geralmente aprovada com entusiasmo. DECIMA-QUINTA SESSAO - ASSEMBLEIA GERAL, Da ata do 230. dia do :aesmo Go. més (12 de setembro), consta que, achando- se reunido 0 povo magSnico das trés Lojas Metropolitanas, que por deliberagiio da sesso antecedente, foraconvocado paraesta Assembléia Geral. tomaraa presidéncia osupradito Lo, Grande Vigilant no impedimento do Grdo-Mestre, eabriraa sesso, nna qual, depois da leitura ¢ aprovagao da ata, anterior, propos se o macom frei Francisco de Sampaio, redator do periddico O Regulador, que se achava na sala de ‘espera, deveria ser acusado pelo Promotor, ou se bastaria a leitura da ata da sesso 48 Histéria do Grande Oriente do Brasil passada, no artigo respectivo. E sendo decidido, por undnime voto da assembléia, ue se lesse ao acusado o artigo que continha os pontos da acusagoe depois the fosse esta feita sobre esses pontos pelo Promotor, verbalmente, teve ingresso ¢ assento competente na assemblia oreferido acusado, Depoisdo que, praticadaa deliberagao, acima, pretendeu ele acusado justificar-se, afirmando, debaixo de sua palavra de honra, que as opiniges transcritas no periédico de que era redator, nao foram jamais as de sua intima conviegio, chamando, em testemunho da verdade desta sua assergdo, as doutrinas liberais, que apesar deameagascontraasuamesma existéncia, ‘do duvidava propalar publicamente no pilpito, ¢ em particular perante todos os ‘membros, com quem tivera frequentes palestras sobre a nossa regeneracdo politica © a santa causa do Brasil. Que as perniciosas doutrinas de cuja propagacdo 0 acusavam, eram escritos de uma correspondéncia que Ihe fora transmitida por pessoa aquem devendo ele, acusado, respeitoe consideragdo, no pide recusar a inseréncia no seu periédico, Que era verdade haver se omitido declaragao de que tais escritos provinham de correspondéncia, porém que ele, acusado, jé se havia abstido dela e que, no préximo nimero do mesmo periddico, que seachava redigido, mostrava qual cera.a sua opinido intima. E que protestava a respeitivel Assembléia, queo ouvia, de Jamais dar lugar, em seu periédico, a escritos desorganizadores e subversivos da liberdade constitucional que a opinidio piblica tem abracado que se acha jurado por esta augusta Ordem. Esta pretendida justificagdo foi décil, mas energicamente refutada, fazendo-se sentir, 20 acusado, o quanto ele se deslisava dos deveres de um bom magom e de um brasileiro amante da verdade, enquanto, por consideragdes € respeitos humanos, marchava de encontro dqueles mesmos deveres, abrigando debaixo do seu bom renome alheias opinides, contrérias aos verdadeiros interesses da Nagao Brasileira, e que por isso, nfo podendo, nem devendo uma tal desculpa de atengio a respeites ¢ consideragdes para com poderosos ser admitida a nenhum homem de bem, menos podia servir de justificacao ale, acusado, que como magom tem contraido a obrigagdo de defender por todos os meios ao sew alcance a causa do Brasil, ¢ a sua Independéncia, debaixo dos auspicios do seu augusto defensor perpétuo, a cuja liberalidade constitucional se irroga a mais atroz injiria, ¢ até se atraigoa, quando se procura dar & opinido piiblica outra diregdo, que ndo seja conforme a que tio sébia ¢ adequadamente se tem desenvolvido e abracado. E que, portanto, a assembléia, nao admitindo a desculpa dele, acusado, como justificago, a recebia como uma satisfagdo, ¢ de tanto melhor grado, quanto era atendivel a docilidade e reveréncia com que se comportava, bem como 0 protesto que fizera de abandonar aquela pérfida correspondéncia ede escrever segundo os seus verdadeiros sentimentos em defesa da causa do Brasil. — Consultada a assembléia a tal respeito, ‘bem como se 0 acusado se tornava digno de receber o abrago ¢ 0 ésculo fraternal, ficando assim em perpétuo esquecimento todo 0 ocortido a seu respeito, foi geralmente apoiada e aprovada esta agradivel, desejada ¢ estimavel proposta, Os primeiros tempos e 2 luta pela independénci 49 ¢fetuando-sea conciliagdo do sobredito macom frei Francisco de Sampaio com todos os membros presentes pelo abrago ¢ ésculo fraternal. Emseguida propos mais, osobredito presidente, Aassembléia, queatentaaboa disposicao dos Animos de todos 0s brasileiros, conformes em aclamar 0 nosso augusto defensor perpétuo, Rei Constitucional do Brasil, edevendo os macons, que foram os primeiros a dar esse necessério impulso & opinio piblica, adiantar e por ‘em execugao os meios precisos para que nenhuma corporacao civil os precedesse na sléria desta honrosa empresa, acertado era que desta augusta Ordem se enviassem as provincias do Brasil emissdrios encarregados de propagar a opinifio abracada dispor os fnimos dos povos a esta grande e gloriosa obra, fazendo-se a despesa aos empregados nesta importante comissto com fundes que se achavam em caixa, Porque, posto que destinados para os ornatos ¢ decoragées do Grande Oriente, parecia ficarem melhor empregados na causa piblica. Aprovada e apoiada esta roposta, com o entusiasmo ¢ o patriotismo que nossa augusta Ordem tem sempre desenvolvido a respeito da causa do Brasil para com 0 seu augusto defensor constitucional, ¢ ndo querendo nenhum dos membros presentes que se fizesse dos fundos em caixa aplicacéo diferente da do seu destino, se apressaram a oferecer generosas contribuigdes, prestando-se os membros J. Fernandes Lopes e J.M. Lourengo Vianna a fazer aos emissérios as precisas assisténcias. E os membros Francisco Xavier com a quantia de cem mil réis, Amaro Velho com a de trezentos mil, ¢ Ruy com a de cinquenta mil réis. E todos os mais conforme as suas possibilidades, oferecendo-se mais para a comissio provincia de Minas, o padre Janudrio da Cunha Barbosa, a de Pemambuco, Jodo Mendes Vianna, a de Santa Catarina, Alexandrino José Tinoco, & do Espirito Santo, M.P. Ribeiro Pereira de Sampaio, a do Rio Grande do Sul, osobredito Francisco Xavier, que ndlo podendo partircoma precisa brevidade, adiantava por contasentregues a seus sobrinhos Jodo Domingos Ribas, pertencentes também. nossa Ordem, as convenientes insinuagbes, za qualidade de membro que era do governo provisério daquela provincia, & de Montevidéu “"""""", Lucas Obbes, ¢ a Cabo Frio, a sua custa, Ruy G. Possollo, ficando o presidente da assembléia encarregado de nomear para as mais provincias as pessoas habilitadas: 0 que tudo foi aceito, Sendo mais propostoe aprovado, que em consequéncia de haver, o Irmo Guatimozin, dirigido, da provincia de S.Paulo, nossa Augusta Ordem, suas fraternais felicitagdes, era um dever do nosso Grande Oriente fazer-Ihe, por meio de uma deputaco, as respeitosas expressbes de agradecimento pela sua benéfica recordacio, ¢ pelo seu feliz regresso: foram nomeados para irem a esta missio na manhd do dia seguinte os magons Jofo Femandes, Amaro Velho da Silva ¢ Jodo Martins Lourengo Vianna, 50 Histéria do Grande Oriente do Brasil DECIMA-SEXTA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sesso do 8o, dia do 70, més (28 de setembro), dirigida pelo Grao- Mestre, consta oficioda Loja Esperanga de Niterdi, pedindoa aprovagdoda iniciacao dos profanos Henrique Riedy. Luiz Francisco Leal, Antonio Pimentel, Antonio Raphael Possollo, Thomaz Joaquim Valente, José Bernardo de Figueiredo. Vasco Henrique de Amorime Antonio Joséde Sousa Guimardes. De acordo com os motivos presentes nas informagdes, a Grande Loja reprovou Antonio Pimentel, Raphael Possolloe Sousa Guimaries, aprovando os demais. Aprovou, também, a filiagdo dos Ir.: José Francisco de Paula, Pedro Gantreau, ‘Thomaz José Fernandes, Andreas Hackel, Jodo Pedro Maynard, Floréncio Antonio Barreto ¢ Wilhelm Leistener, adiando a do Ir.: Manoel da Assumpedo Pereira, até conhecer as sindicdincias a que mandara proceder. Nao julgando, a Grande Loja, que 0 fato de ser magom seria motivo suficiente paraassistir aos rabalhos, poistambém, pordesgraga, virama Luz homens indignos de gozé-la e considerando que, muitas vezes, o filiando é apenas conhecido ¢ mal conhecido pelo proponente, determina que, de ora em diante, procedam-se.a informagées acerca dos filiados, as quais deverdo constar dos mesmos artigos 4 ordenados para admissdio de profanose, além destes. da condfa magSnicas do filiado, Resolveu-se, também, que 05 Tesoureiros das trés Lojas se apresentem, na sesso do dia 15 com a conta corrente da receita e despesa c o saldo em espécie para ser recolhido ao cofre geral, por estar findo 0 segundo trimestre. © Sapmo. Gr-:Mestr.:, usando de suas atribuigdes, nomeou para servir interinamente na Gr. Loj.: 0s Ir: Leonidas e Sécrates, 0 primeiro no lugar do Cobridor eo segundo no de Grande Experto, Nessa mesma sesso, 0 Gr.: Mestr.: recebeu o gr.: de Cav.: do Or, devendo receber o de Ros.: Cr.: na sessiio seguinte. E. ainda, a Grande Loja, em remunerago dos distintos servicos prestados pelo Ir.: José Fernandes Lopes 4 sagrada causa do Brasil, mandou conferir-the o gr.: de Mestre. DECIMA-SETIMA SESSAO - ASSEMBLEIA GERAL, Da ata da sessdo do 140. dia do 70, més (4 de outubro), presidida pelo to. Grande Vigilante, consta que ele expusera ter a convocagao da presente assembléia por fim, a prestagio do juramento do nosso muito amado membro Guatimozin, na qualidade de Griio-Mestre eleito da Maconaria Brasileira em plena reunitio do Povo Magénico E sendo logo 0 novo Grao-Mestre conduzido.ao sélio por uma depulacdo, prestou o juramento da Ordem e imediatamente tomou a presidéncia, Que depois de varias providéncias dadas a respeito de negécios de Pernambuco. obtendo a palavra o mesmo Jo. Grande Vigilante e aproveitando o entusiasmio geral da assembléia fez sentir, em um enérgico discurso, as boas disposigdes em que se achava 0 povo brasileiro, manifestadas por seus atos de adcsio a augusta pessoa do Os primeiros tempos e a luta pela independén 51 seu defensor perpétuo e que sendo o Grande Oriente a primeira corporagdo que tomou a iniciativa da Independéncia do Brasil, dando todas as providéncias ao seu alcance por meio de seus membros para ser levada a efeito em todas as provincias, cumpria que também a tomasse na aclamagao de seu monarca, aclamando rei ao seu defensor perpétuo, firmandoa realeza na sua augustadinastia, Recebida com a maior satisfagdo e entusiamo uma tal mogdo e orando no mesmo sentido varios membros, firmando-se em razdes mui convincentes, entio 0 magom brigadeiro Domingos Alves Branco tomandoa palavra declarou que o augusto defensor perpétuo devia ser aclamado Imperador do Brasil endo Rei, ¢ subindo sobre uma mesa aclamou por trés vezes € cont voz forte = Viva 0 Senhor D. Pedro d’Alcintara, 10. imperador ¢ defensor perpétuo do Brasil: 0 que foi undnime e entusiasticamente repetido pela assembléia, A seguir, resolveu a assembléia que a 12 de outubro, dia marcado para a aclamagio civil © , todos os magons se espalhassem pelos lugares de ‘maior concurso, principalmente no campo de Sant” Anna, onde devia efetuar-se 0 mesmo solene ato, a fim de procurarem conservar a necessiria tranquilidade € conveniente decoro. —Por esta ocasiio, propos 0 magom José Clemente Pereira, os vivas que, comio presidente do Senado da Cémara, tencionava dar =a Religi Sr. D. Pedro, lo, Imperador Constitucional do Brasil = a sua augusta Esposa Independéncia do Brasil. E logo o Gréo-Mestre da Ordem, Guatimozin, lembrou ‘mais um viva =a assembléia Constituinte e Legistativa: e assim se acordou no que se deveria praticar no futuro dia da aclamagdo civil. Continuando com a palavra, © sobredito magom Clemente Pereira, participou e ficou a asscmbléia inteirada, as boas novas recebidasdos emissérios, que jé haviam partido, eo resultado satisfat6rio da correspondéncia com as Camaras circunvizinhas. Em seguida apresentando a comissdo encarregada dos festejos para a aclamagdo, o respectivo programa ‘consistindo em cinco Arcos ¢ sua colocagio, resolveu-se que niio sé esta despesa, ‘como a mais que fosse necessaria, se fizesse por meio de subscrigdo entre os magons, ‘95 quais poderiam igualmente promove-la entre seus amigos, nomeando-se, entZo, ‘quem deveria receber 0 produto respectivo. Finalmente, 0 10, Gr.: Vig. propés a consideragio da assembléia as queixas. que ouvira, do Ir.: Francisco Pedro Limpo, relativas a Ponaria que regutava o modo de guarnecer a Esquadra Brasileira, que se estava aparethando Concluidos os trabathos desta sesso, 0 Grao- Mestre, recebendo as despedidas de varios outros emissarios para as provincias, 0s felicitou e abragou fraternalmente. DECIMA-OITAVA SESSAO - ASSEMBLEIA GERAL Da ata da sessio do 150. dia do mesmo To, més (5 de outubro), consta que, aberta a assembléia geral sob a presidéncia do Grdo-Mestre Guatimozin, tratou-se ‘da ocorréncia havida com o Ir.: Francisco Pereira Limpo, relativamente as queixas 52. Histéria do Grande Oriente do Brasil que fizera da ordem do governo, que regulava o modo de guamecer a Esquadra Brasileira, queseestava aparethando, concluindo-se que fora temerdriac precipitada sua intervengio, Coberto o templo a Pereira Limpo, 0 Ir.: Esdras diz que 0 caso niio era magbnico ¢ sé poderia ser tratado na assembléia se a Loja assim o decidisse. O Ir: Diderot, todavia, sustentou que o crime era magSnico, jé que aquela opinio fora propalada dentro do templo. Assim, o seu parecer era de que'0 Ir.: fosse colocado entrecolunas erepreendido. Aprovadoo parecer, foi chamado oobreiroe repreendido, Emseguida, propunha, ols. Gracco, que o titulo de defensor perpétuo do Brasil fosse hereditério na familia do imperador, em reconhecimento dos incomensuraveis servigos prestados ao Brasil, E que sendo geralmente aprovada esta proposta, observara, o r.: Pitégoras, que, conquanto fosse esse 0 desejo dos magons, contudo cra necessério o consentimento de todo opovo. Reconhecida a legalidade da medida, encarregou-se o presidente da Camara de a propor na préxima vereacdo, para que fosse adotada, se assim conviesse. DECIMA-NONA SESSAO - GRANDE ORIENTE Da ata da sess4o do 210, dia do mesmo 7o. més (11 de outubro), que fora igualmente presidida pelo Grdo-Mestre, consta, inicialmente, um oficio de Joao da Costa de Brito Sanches, que, alegando sua qualidade de correspondente e agente plenipotencidrio das Lojas a0 Or. de Cabo da Boa Esperanca, poderia visitar 0 Gr. Or.: Brasilico, tendo lhe sido negadaa visita, porqueas GGr.: LLoj.: as nfo recebem ¢ nem a Gr.: Loj.: Brasilica podia conceder-Iha, como agente ¢ correspondente, j& que aquelas fungdes, pelo seu diploma, the eram cometidas junto as Lojas lusitanas. Os Cobridores das Lojas Nos. 2 ¢ 3 solicitam que se torne amovivel 0 lugar de Cobridor, para ser exercido mensalmente pelos obreiros das Lojas, nfo ficando, assim, qualquer Ir.: privado de assistir aos trabalhos por espago de um ano, tendo, Gr.: Loj.:, excusado 0 pedido, mandando fazer sentir, Aqueles Ir.:, a importncia do cargo. Um oficio da Loja No. 2 comunica a expulséo, em sesso do 160. dia do corrente més, do profano Joao Francisco de Campos Lisboa, em cuja recepgdo se trabalhava, por julg-Io indigno de ver aLLuz. Diante disso, a Gr. : Loj.: resolveu que, além dos proponentes, fossem também responsaveis, por profanos e filiandos, os seus informantes. Determinou, também, que as sessies econdmicas de cada uma das Lojas sé assistam os seus obreiros ¢ nunca visitantes. Foram, ainda, aprovados os profanos Jogo Vicente Gomes, Bento Barroso Pereira, Thomé Joaquim de Almeida, Joo Carlota Ferreira, Jodo Carneiro de Campos, José Dias da Silva ¢ Fortunato Rafael Brando, tendo ficado na espera Joaquim Silverio dos Reys Montenegro ¢ sido reprovados Joaquim José da SilvaeMenezes, por sua ma conduta, e Luiz Pereira da Rosa, por suspeito de contra a independéncia do Brasil. Ficou marcado, para a sesso seguinte, tratar dos ger. mmagén.: ¢ honordrios ou aplausos, com que se Os primeiros tempos e a luta pela independénci ‘etribuam 0s servigos dos Ilr: que, nesta crise, mais se tém distinguido. Essas foram, juntamente com a de fundacdo, as dezenove atas das dezenove sessdes realizadas pelo Grande Oriente. No So. dia do 80, més (25 de outubro), conformeo“Termode Encerramento” lavrado no Livro de Ouro do Grande Oriente, a Obediéncia suspendia, oficialmente, os seus trabalhos, em atengao a ordem do Grdo-Mestre, datada de 21 de outubro (*#¥####4#4944444) © dirigida ao lo, Grande Vigilante, nos seguintes termos: "Meu Ledo: Convindo fazer certas averiguacdes tanto piblicas como particularesnaM.:, ‘mando primo como Imperador, secundo como G.: M.:, que os trabalhos se suspendam até segunda ordem Minha, Eo que tenho a participar-vos agora. Resta- ‘me reiterar os meus protestos como |.: Pedro Guatimozin G.: M.:~S. Cristovao, 21 Obro, 1822. P.S.— Hoje mesmo deve ter execugao e espero que dure pouco tempo @ suspensdo porque em breve conseguiremos o fim que deve resultar das averiguagdes”. Ledo, todavia, ndo cumpriu imediatamente a ordem, preferindo manter ‘entendimentos como Grdo- Mestree Imperador, o qual, logo depois, reconhecendo, talvez, que havia tomado uma atitude precipitada, enviou, a 25 de outubro, ao seu Jo, Grande Vigilante, a seguinte carta: “Meu L: Tendo sido outro dia suspendidos nossos augustos trabalhos, pelos motivos que vos participei, e achando-se hoje concluidas as averiguagdes, vos fago saber que 2a, feira que vem os nosso trabalhos devem recobrar 0 seu antigo vigor, comegando a abertura pela G.: L.: em assembléia geral. E 0 que por ora tenho a articipar-vos, para que passando as ordens necessérias assim o executeis. Queira 0S.:A.: do U.: dar-vos fortunas imensas como vos deseja o vosso I: P.: M.: R.: + fe (eoreneen ‘Os acontecimentos politicos, todavia, iriam se precipitar, com 0 processo ¢ a priso dos membros do grupo de Ledo, 0 que acabou impedindo a reinstalagao do Grande Oriente (Ver o capitulo “O Grande Oriente e 0 Apostolado”). D. Pedro, ento, convocou, & sua presenga, os Irmaos icaro (José de Almeida Saldanha), Celso (Francisco Jilio Xavier) ¢ Idomento (Jodo da Silva Lomba). Ao primeiro, que era zelador do Grande Oriente, mandou que providenciasse a remogo de todos os 54 do Grande Oriente do Brasil méveise utensiliosdo Grande Oriente paraa quintado Cajue que, depois, entregasse ao senhorio as chaves do prédio da rua do Conde, Do segundo. exigiu a entrega de todos 0s livros uilizados pelas trés Lojas metropolitanas, Ao terceiro, tesoureiro da Esperanga de Niteréi, mandou que entregasse, ao Intendente de Policia, todas as importncias em dinheiro que tivesse em seu poder e que pertencessem as trés Lojas ea0 Grande Oriente, Comoeste tinha gasto muitocomaornamentago das ruas, para a aclamagao do imperador, os cofres s6 continham 304$040, conforme comprova recibo apresentado pelo Ir.: Idomenéo, a 16 de dezembro de 1831, o qual consta no Livro de Ouro da Loja No. 3 Isso foi feito, pelo Griio-Mestre, no sentido de preservar o patriménio do Grande Oriente e para que ele ndo caisse em maos profanas ou nas de obreiros em. particular. Todavia, todo o material arrecadado desapareceu, desconhecendo-se 0 seu paradeiro, Talvez.tenha acabado sendo destruido, ou pilhado, nos agitados dias que precederam a abdicagio de 7 de abril de 183 |, pois, se tivesse permanecido com a familia imperial, certamente jé teria aparecido. E os trabalhos do Grande Oriente s6 iriam readquirir forca e vigor quase dez anos depois. 55 Os primeiros tempos ¢ a luta pela independénci: —— NoTAs — © JOSE CLEMENTE PEREIRA (1787-1854), portuguée de nasciment, foi senador do impric, rmnisvo de Estado figura exponencial da ndependéncia, Bacharelado em Ditto, por Coimbra, velo para © Brasil, onde foi nomeado juiz de Fora na Praia Grande (Nite) e, depois, evembargador da Rela Major dos mis ativos,patcipou do mowienta do “Fico” de todo movinntoemanvipador, tan na Magonaria quanto na Ciara, que presiiu Funda doe do Grande Oriente, fx prt da"Unido «Tranquil Apés a independncia, tambim atingide pis proveso de 30 de outubro de 1822, fei pres «depot, Retomando ao pais, depois da queda dos Andradas, fo elito deptado, Foi ministry do lmpicio(1828-29), tendo chancelado odecrto que rio Supeenso Tribunal ds Justis. Em 141, fi ministre da Guerra c, partir de 1842, senador pelo Park JOSE JOAQUIM DA ROCHA fei a yrande figura do movimento do “Fico, embora ouzos, como José Clemente Pereira tenhar partcipado dels. © proprio Clemente Pereira, em discurso na Cima, afirmou,tefrindo-e aomovimento, que“ Riode Janeiro, foi esse negSciotrtado com muita antecedincia convem darossuaseudono; devo docarar que o primeiros que se lembraramn dessa msdida ou pelo menos s fizeram sentir evar aefeito, foram Jost Mariano e Jat Joaguimda Rocha" referéaciainluida Ga Jone Mariano de Azevedo Couto) Foi fundador, vom Aatoniy Carlos, NSbregac outros, ds porate Loja “Distintiva" eeriou o Clube da Resistnvia, que stia 0 idsaizador do “Fico O Clube foi fundado por Rocha, Jouuim José de Almeida, lnossnvioeJusSncio Macs da Rocha (sus ilhos), Nénega, Pedro Dias Barbosa da Silvae Vasconcelos Drumsond, Aste, juntaranvn,posteriormente, ‘irtos membros da “Comérsio ¢ Artes” — js irabalhos sham side suspension ~ como Ledo,Januirio, acs Lem Jose Maria fei Sampaio, Alves Branco fei Arabida ) Gragas fsa interpreta do Dario do Rio Branco —em notas 4 “Histria da Indapendéncia do Brasil”, de Vamhagen — copiando Manvel Joaquim de Menezes, num erro largamente divulgado, posceriormene, através de diversoscompiladores;acabaram surpindo consovérsias emtome no #8 da data ‘e fundaso do Grande Oricnt, mas, taney, em tomo da data de ining odo principe repent, Fase ero \decorte do fata data de undag oda Obedinsia consgnaro 280 dia do 3o. mis magéniso, qual, para Rio Branco eseusseguidoresseria 28 de malo,pois, segundo ces ano magSnicoinisiava-senodia Lo, dsmarg ‘Ocorrequeo caleniviousado peo Grande Oriente, época de sua fundasio, craito similar anvalendio teligiosohxbraico,iniciando © ano NO DIA 21 DE MARGO. Para gue so sea compecendido, hi a nevessidade de anaisr exe calenri. seman cbraica desets das, trina “haba” que ositimodi , ambi, nome utilizads para dsignar a propria semana. Os meses slo lunates, de 29 ou 30 dias, dependendo da visible oa lus nova, Apés oil na Babin, os hebreuscontinuaram usando, para os meses, oF omnes i sprendidos € ue sie: NISSAN — mmargo-abrit IWAN abil SIVAN io junho TAMUZ jo ul 56 Histéria do Grande Oriente do Brasil N av jutho-agosto ELUL ‘agosto-setembro TIsHREL sxtembro-outsbeo MARHESHWAN ——— outubro-novembro KISLEV = novembro-dezembro TEBETH — dezembro janeiro SHEBAT jane fevers ADAR — fevereizomargo © ano civil comega no més Tishre, enquanto que o ano religious inicia-se em Nissan. O “Roch ‘Hashand” (em hebeaico, teralmente = cabeza do ano) simboliza «feta obemica da cringho do mundo e4 0 ‘Primeiro da de Tshrei,ocorendo pr ocasito da ua nova que se segue aequinScio de setembro,O primeira ia do ano rligioso, Nissan, coorre por ocaito da lus nova que se segue 20 equndcio de maryo, O ano hebraico tem dove meses nares, para compensar a dferenca etre o ano lunar ¢ solar, fo introduzidoum smésinteralar(Veadar), etre Adare Nissan, o qual corre no anos detreze meee, chamados de intercalares. (© uno reigioeo inicindo em Nissan, rogla as Fextaseligioeat: Psel (Pdaco), Shavuot, Sukot, Purim, ee ‘Quanto & era ebraic,¢ fil calcul: sabendo-se que o ano civil comeps em Tishre, soma-se © apo da era criss a0 mero 3.760, se for antes de Tite, e 20 nimero 3.761, x for depois de Tishrei (ou, sais precisamente, do Rosh Hashand) ‘Todos ot alendirion magni, de manera eral. eguem mito de pero ease calendiro, niciando © ano em maryo ¢ screscentande © nie 4.000 a0 ano a ea crsth, para obter © Ano Lusi, ou Ano da \Verdadeira Luz. Algun to, na ealidade — como 0 caso do Rito Fran, ou Moderno — comegam oan0 no din Io. de margo, enquanto que cuos, mais semelhanes 20 hebesic, iniciamno NO DIA 21 DE MARGO. Em 1822, 0 Grande Oriene at Lojas existent utlizavam exe iki calendario, 0 que faz com «que oto. DIA DO 30. MES MACONICO DO ANO DA VERDADEIRA LUZ DE 5822 SEIA O DIA 17 DE JUNHO DE 1822, POIS 0 TERCEIRO MES COMECANO DIA21 DE MAIO. Da mesma maneira, 0 dia da inicio do principe D. Pedro, 130. din do So, més mapinico, ca 0 DIA 2 DE AGOSTO, POIS O So, MES INICIA-SE NO DIA 21 DE JULHO. E existe comprovagto documenta dessa assertiva, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, 20 volume de DOCUMENTOS PARA A HISTORIADA INDEPENDENCIA", onde, no cepituloreferenie ‘a Magonara e a IndependEnca, consi a certdo da as dat sealer do Grande Oriente, rm 1822, fit a requerimento de Alexandre Joeé de Mello Moraes, Grande Orador do Grande Oriente, a0 Grto-Meste, rmarquts de Abrantes ¢ dada de 1861, APENAS 39 ANOS APOS OS FATOS. Exsacetio, alm de ‘exarada por ordem do marqués de Abrantes (Miguel Calmon du Pin e Almeida, que, nacido em 1794, fos ‘contemporineo dos acontecimentos, ¢asinada por Ruy Germack Poetolo, com o seguinte fee: “Bis o que consta do sobredito Livro ao qual me report, em f do que passe a presente ceri. ‘Secretaria Geral da Order Mapaicas no Brasil, xo Vale do Rio de Janeiro, ans 29 dias do ms de agosto 4 1861". —- RUY GERMACK POSSOLLO - Chefe- 33 (Ver facsimile nos Aptodices desta obra). Ray Germack Poasllo, que asina como chefe da Secretaria Geral, ERA MEMBRO DO GRANDE ‘ORIENTE EM 1822, coo ve pode ver nos texot dat alas, e devia, como participants stivo dos fat, aber ‘muitobem qual era calendiriousado, so contri decertae pésteros, que scabaram embarathando 0 dade.

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