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Índice

I. Introdução............................................................................................2

II. Conceitos..............................................................................................4

III. Exclusão e Inclusão com origem no “Olhar”.......................................6

IV. Integração e Acessibilidades..............................................................10

V. Conclusão...........................................................................................12

VI. Referências.........................................................................................13

VII. Referências Electrónicas....................................................................14


UC Sociologia da Deficiência e Reabilitação – « Exclusão e Deficiência Visual »

I. Introdução

Em todas as sociedades e em todos os tempos, a deficiência visual


representou sempre uma realidade de certo modo perturbadora.
As representações colectivas que alimentaram preconceitos e mitos acerca da
deficiência e das limitações que lhe estão associadas, constituíram barreiras quase
intransponíveis para o deficiente que pretendia um papel mais activo na sociedade,
sendo tratados muitas vezes de forma agressiva, discriminados, excluídos e até
mortos, “ as percepções dominantes da cegueira estão marcadas pelas ideias de
incapacidade e infortúnio. Tal como outras deficiências físicas, mas talvez mais
dramaticamente, a cegueira seduz o nosso imaginário para uma certa «narrativa da
tragédia pessoal», uma lógica fatalista, árdua de desafiar. No entanto, tais
representações e mundos simbólicos pouco têm a ver com as experiências,
continuadamente silenciadas, de quem conhece a cegueira na carne: as pessoas
cegas” (Martins, 2006).
Não obstante, houve uma evolução positiva no conceito e tratamento das
pessoas com deficiência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)1, “…deficiência
representa qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatómica”. Dizer que um individuo “tem uma deficiência”, não
implica que o mesmo tenha que ser encarado como um “doente”.
Nas sociedades actuais, embora se continue a lutar contra a individualização
e que se acolha os deficientes como parceiros indispensáveis na construção de um
mundo para todos, se não houver incentivos e estímulos, os deficientes sentem-se
excluídos. A exclusão social ainda existe em relação aos indivíduos portadores de
deficiências, e constitui uma das principais causas de isolamento e passividade a que
está votada a sua existência.
A sociedade deve ser para todos e, longe de representar os deficientes como
doentes e incapacitados, deve considerá-los como agentes e beneficiários do
desenvolvimento.

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Organização Mundial da Saúde: disponível em
http://www.geamangualde.net/Principal/NucleosProjectos/NucleosProjectos.asp?CodNP=1&CodItem=1
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Neste contexto, no nosso trabalho iremos focar a exclusão a que estão


sujeitas as pessoas com deficiência visual, bem como as políticas sociais e os
compromissos adoptados para o reconhecimento das suas capacidades e
potencialidades, o respeito pelos seus direitos de cidadania e as consequentes
implicações nas obrigações colectivas (Estado e sociedade civil), devem constituir
uma preocupação fundamental dos diversos sistemas sociais.

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II. Conceitos

O termo deficiência visual é um termo que engloba todo o sistema visual, e


que pode ser total ou parcial, variando quanto às suas causas (traumatismos, doença,
malformação, deficiente nutrição), e/ou natureza (congénita, adquirida, hereditária)
e traduz-se numa perda de capacidade para realizar tarefas visuais (ler, reconhecer
rostos)2.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a deficiência visual engloba duas
grandes categorias: a cegueira e a amblíopia, diferenças em função de critérios
“acuidade visual” e “campo visual”.
A cegueira é definida pela Acapo da seguinte forma: “Podemos considerar
uma pessoa cega como sendo aquela que não possui potencial visual mas que pode,
por vezes, ter uma percepção da luminosidade.
De um ponto de vista do desenvolvimento da pessoa com deficiência visual, a
Cegueira pode ser de três tipos, embora a congénita e a adquirida sejam as
situações mais extremas:
- Congénita (se surge dos 0 ao 1 ano de idade) - dada a ausência ou pouco
referencial visual (imagem mental), a pessoa possui uma representação
intelectualizada do ambiente (cores, perspectivas, volumes, relevos); existe, pois,
ausência do conceito visual.
- Precoce (se surge entre o 1º e o 3º ano de idade)
- Adquirida (se surge após os 3 anos de idade) - também designada cegueira
tardia ou recente. A pessoa possui toda a riqueza do património visual anterior à
cegueira; existe representação de um objecto ou de um ambiente por analogia”.
A ambliopia é considerada uma deficiência visual, embora com outras
características: “…também conhecida por baixa-visão, significa uma reduzida
capacidade visual - qualquer que seja a origem - e que não melhora através de
correcção óptica. No caso de a amblíopia se traduzir numa redução acuidade visual
abaixo de 1/10, é costume classificá-la de "amblíopia profunda".
Podemos distinguir dois tipos de amblíopia:
- A amblíopia orgânica (com lesão do globo ocular ou das vias ópticas

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Associação dos Cegos e Ambliopes de Portugal (ACAPO) – http://www.acapo.pt

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- A amblíopia funcional (sem danos orgânicos).


Esta distinção é importante porque, contrariamente à amblíopia orgânica, a
amblíopia funcional unilateral é susceptível a um tratamento reeducativo (através
de exercícios de reabilitação adequados).
Com frequência, a amblíopia atinge apenas um olho, deixando o outro
intacto. Um exemplo de amblíopia funcional é o estrabismo.
Pode dizer-se que uma pessoa é amblíope a partir do momento em que se
sinta incomodada em realizar visualmente uma tarefa, numa das 4 situações
seguintes:
- apreensão do espaço e deslocações
- realização das tarefas do dia-a-dia
- comunicação escrita
- necessite de esforço para efectuar as tarefas inerentes a uma das 3
primeiras situações”.

Feita esta abordagem contextual da deficiência visual, é de reter as diferenças


entre os vários tipos de deficiência visual, para entendemos o ponto seguinte: a exclusão
e a inclusão de um portador de deficiência visual.

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III. Exclusão e Inclusão com origem no “olhar”

Não é exagero afirmar que o deficiente visual, foi e continua a ser um grupo
excluído na sociedade.
Desde a Antiguidade, a questão da exclusão, discriminação e preconceito,
eram diferentes mediante a cultura de cada população. Estes três conceitos começam
a perder sentido, quando as sociedades tentam integrar os portadores de deficiência
visual, na vida social.
Através dos tempos as fases de exclusão foram sofrendo transformações e a
integração e a inclusão destes indivíduos na sociedade foi aumentando.
Falar de deficientes visuais, significa falar de um grupo de pessoas
socialmente, cujos direitos e dignidade raramente são evidenciados. Nesse âmbito
convém referir que possuem os mesmos direitos que os demais cidadãos. O Artigo
1º3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos refere que “Todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
É evidente que os portadores de deficiência visual têm direitos específicos,
mediante a sua condição de portador de deficiência, conforme refere a União
Europeia (UE)4 “…os objectivos da luta conta a pobreza e exclusão social
aprovados pelo Conselho Europeu de Nice de 7 a 9 Dezembro de 2000 é o de
explorar plenamente o potencial da sociedade do conhecimento e das novas
tecnologias da informação e da comunicação e assegurar que ninguém seja delas
excluído, dando, nomeadamente, uma atenção especial às necessidades das pessoas
com deficiências”.
A deficiência visual não deveria ser considerada “perversa” para a sociedade,
no entanto, a forma como ela tem sido avaliada ao longo dos tempos (dependência,
improdutividade, pressão sobre os sistemas de apoio formal e informal e diminuição
dos recursos económicos disponíveis para a integração e reabilitação dos invisuais),
contribui para causar um mal estar social que conduz a graves fenómenos de
exclusão e marginalização. “…que a invisibilidade social das pessoas com

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Declaração Universal dos Direitos Humanos (Artigo 1º): consultado em
http://www.dre.pt/comum/html/dudh.html
4
Jornal Oficial da União Europeia, Resolução do Conselho de 06 de Fevereiro de 2003, relativa à
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«Acessibilidade» - Melhorar o acesso das pessoas com deficiência à sociedade do conhecimento (2003)C
39/03)
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deficiência em Portugal resulta da sua exclusão da arena pública e não da


sua reduzida relevância populacional”(Martins, 2004).
O problema pode estar na perspectiva que se assume sobre os invisuais,
enquanto grupo desvalorizado, ou não, nas suas capacidades e posição social
“…quando nos debruçamos sobre as condições de vida a que as pessoas com
deficiência vêm sendo sujeitas, logo percebemos que as tendências gerais das
politicas sociais só residualmente captam a sedimentada naturalização da sua
exclusão social” (Martins, 2004).
A alteração das formas e das fontes de conhecimento nas sociedades
ocidentais constitui um outro aspecto associado à imagem da incapacidade de um
invisual, “Reconhecer a diferença das pessoas com deficiência implica, pois,
abandonar o estranho conluio entre politicas de integração social e as concepções
paternalistas e subalternizantes da deficiência. Implica reconhecer as vastas
possibilidades que residem nas pessoas com deficiência…” (Martins, 2004).
A evolução tecnológica e científica contribui assim para aprofundar mais o
fosso entre os diferentes grupos de deficientes. Se alguns são economicamente e
culturalmente mais favorecidos, ainda existem muitos outros que estão isolados do
mundo e o acesso a esta evolução é completamente nula, tendo mais dificuldades em
aceder ao trabalho, ao ensino e até mesmo a actividades de lazer.
Esta rápida evolução do conhecimento reflectiu-se também no mundo do
trabalho, levando muitas vezes a despedimento ou reformas antecipadas, ainda que a
reconversão e adaptação do trabalhador invisual não fosse de todo impossível (isso
implicaria tempo e investimentos acrescidos em formação e material especifico, o
que contraria a lógica dominante do lucro/motor da actividade económica).
Os valores preconizados pela sociedade hodierna actual, ao incentivarem o
ideal de beleza, de produtivo, afastam o deficiente do circuito de produção e do
exercício de cidadania, provocando-lhes, dessa forma, isolamento social e exclusão.
Ser invisual, só por si, não deveria ser um facto negativo e preocupante. Os
seres humanos, só porque nascem ou adquirem uma deficiência, não perdem
necessariamente as suas capacidades, e os seus saberes, podem mesmo ser preciosos
numa sociedade em transformação.
Um dos maiores dramas do invisual e em geral de qualquer deficiente é o
desacordo que existe entre o que o indivíduo sente e a imagem que é construída pela
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sociedade para esse próprio individuo. Um grande número de pessoas


deficientes não se sentem como tal, são os outros que reflectem a imagem da sua
deficiência a partir da sua aparência física e mental.
Segundo Carlos Veiga (2006;222), “…os outros actores sociais tendem, em
geral, à acomodação e a organizarem-se a reforçarem os laços de pertença ao
restrito grupo de modo a aceitarem as pessoas com deficiência percepcionando a
sua condição como puramente negativa. Conduz a um tipo de inserção
excessivamente cauteloso, cujo resultado é o de levar os considerados diferentes a
reforçarem os laços de pertença ao restrito grupo dos seus semelhantes onde,
logicamente, se cultiva a diferença”.
Em épocas de crise a situação do invisual, fica ainda mais delicada. Sempre
que as condições são desfavoráveis ao pleno emprego, emerge uma ideologia que
deixa de considerar o trabalhador portador de deficiência visual como um
trabalhador com experiência, com conhecimentos já adquiridos e com capacidades
para os transmitir, e passa a encará-lo como incapaz, lento na execução, portador de
faculdades diminuídas, ausente dos objectivos de qualidade e produtividade. A partir
desta imagem criam-se ainda outras mais comprometedoras, que atribuem ao
deficiente a maioria dos males da sociedade.
É a própria sociedade e o Estado que, ao libertar o deficiente visual das suas
obrigações, acaba por o privar do estatuto social e económico resultante do exercício
de uma actividade profissional. Ao “marginalizar” este segmento populacional à sua
passividade, o que faz aumentar a sua dependência, falta de motivação e de auto-
promoção. Verifica-se, desta forma, uma produção social da dependência a que
muitos deficientes estão sujeitos, e que não é necessariamente consequência da
própria deficiência, a deficiência reflecte a imagem da debilidade tão recusada pela
sociedade perfeccionista da modernidade. Este espelho provoca nos outros o medo
dessa diferença, acabando por afastar para fora do alcance do olhar e do grupo de
relações, todos aqueles que se incluem nesse segmento. Excluem-se mesmo que seja
inconscientemente.
Não obstante, ainda continuam a ser necessários esforços no sentido de
irradiação das situações de exclusão a que os portadores de deficiência visual estão
sujeitas.

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Segundo a ACAPO (associação dos Cegos e Ambliopes de Portugal), “…o


direito ao trabalho, à aprendizagem ao longo da vida, à educação, à cultura e ao
lazer, à participação na vida social, em suma, a uma plena inserção na vida em
sociedade, a territorialização das intervenções como forma de aproximação destas
às pessoas e às suas reais necessidades”, é um direito fundamental destas pessoas.
As estatísticas mais recentes referem que 1% da população portuguesa sofre
de deficiência visual, mas a maior parte refugia-se no lar recusando-se mesmo a sair.
Além do isolamento físico destas pessoas só uma minoria dos cegos sabe ler e
escrever braille, o que os isola ainda mais, impedindo que entrem em contacto com
o mundo que os rodeia. Em Portugal existem entre 130 e 140 mil cegos, mas destes
só 10 mil estão reabilitados5. O grande problema da inclusão é que quando os
invisuais se tentam integrar na sociedade, para usufruir dos seus direitos, deparam-
se com imensas dificuldades, ou seja, lugares inacessíveis (cinema, teatro, museus,
restaurantes, etc.).
Neste sentido, a inclusão é um conjunto de atitudes para que toda a
comunidade se consciencialize e aceite as diferenças dos invisuais. É necessário
estimular a sociedade e o portador de deficiência a conhecerem as necessidades
especiais de forma a conviverem e solucionarem as suas necessidades individuais e
colectivas. Todas as iniciativas deverão estar direccionadas para o “convívio social”,
onde a sociedade é estimulada a modificar-se, e ser capaz de viver e compartilhar
com os portadores de deficiência invisual, reconhecendo-os como integrantes e
produto da sociedade em constante mutação.
Os invisuais têm conquistado ao lado dos tempos, uma evolução na conquista
dos seus direitos, igualdade de oportunidades e participação activa na sociedade.
No entanto, esta conquista não tem sido de todo fácil. Hoje, a participação do
Estado e da sociedade sobre os invisuais, ganharam visibilidade, assumindo cada
vez com maior importância com a propósito de atender às crescentes exigências de
uma sociedade mais justa, solidária e acolhedora, para uma maior integração e
sociabilização da humanidade.

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Informação retirada das noticias recolhidas para o portefólio – Jornal Destak de 23-05-2208
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IV. Integração e Acessibilidades

A questão da integração de pessoas com necessidades especiais é ainda um


grande problema, com o qual todas as sociedades se deparam.
Esta questão já não é nova, o que faz com que o poder político tenha o dever de
reverter esta situação por isso, são vários os projectos que têm surgido, quer a nível
nacional, quer também por pressão mundial para a inclusão dos deficiente na sociedade.
É de destacar as mudanças na legislação, que permitiram a igualdade pelo menos no
papel de todos os cidadãos.
Nos últimos anos é de salientar, a importância da inclusão e integração de
pessoas portadoras de qualquer deficiência no acesso a escolarização, ao trabalho e á
vida social.
Destaca-se assim, a Conferencia Mundial de Educação Especial que contou com
a participação de oitenta e oito países e vinte e cinco organizações internacionais na
cidade de Salamanca, em Espanha, em Junho de 1994. Deste evento surgiu a Declaração
de Salamanca6 , de onde surgiram algumas medidas, as quais passamos a citar, sendo
estas as mais relevantes:
- Toda a criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
- Toda a criança possui características, interesses, habilidades e necessidades
de aprendizagem que são únicas.
No caso particular da cegueira, a inclusão de alunos com no ensino regular
requer mudanças de conceituais, de valores, de percepção sobre a capacidade de
aprendizagem dos alunos. A sua integração é mais fácil enquanto são pequenas, porque
têm mais capacidades cognitivas para desenvolver as suas aptidões e aprender braille,
entre outras coisas.
No campo profissional, os portadores de deficiência visual continuam a ter
dificuldade no acesso ao emprego, pois continuam a ser alvo do preconceito, o que as
impede de competir de forma igual com qualquer outra pessoa, o mesmo acontece com
a questão da mobilidade. É sabido que a nossa sociedade não está preparada para
receber deficientes visuais. Todos os dias deparamo-nos com situações que excluem as
pessoas portadores de alguma deficiência, impedindo-as de terem uma vida normal.
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Declaração de Salamanca pode ser consultada em
http://www.pcd.pt/biblioteca/docs.php?id=325&id_doc=169&id_cat=1
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As acessibilidades criadas para os portadores de deficiência visual, não são de


todo suficientes para que estes tenham acesso mais facilitado a uma “vida” sem
barreiras.
No entanto, e a par das grandes evoluções tecnológicas são muitos os softwares
que foram desenvolvidos e que permitem uma maior integração na sociedade. Uma
empresa Italiana prepara actualmente um GPS para cegos ,o software é instalado em
telemóveis com sistema operativo Symbian e permite fornecer a localização precisa do
utilizador a qualquer hora. Também as empresas têm contribuindo para uma melhor
integração dos deficientes invisuais, acabando com as barreiras.
É de destacar a empresa Metro do Porto que lançou recentemente um
equipamento que permite aos deficientes invisuais o acesso à mesma informação que
um cidadão comum facilitando o uso do meio de transporte como qualquer outro
cidadão. Pois é um dever de todos contribuirmos para uma sociedade melhor em que
todos são iguais.
Os portadores de deficiência visual, deverão fazer parte integrante da sociedade
dita “normal”, quer seja através de leis, ou ainda associações. É evidente, que é
necessário que esta mesma sociedade abra espaço para as pessoas portadoras de
deficiências.

Para que isto aconteça, é preciso que haja uma mudança no “olhar” em relação a
estas pessoas. Mudança esta, que deverá acontecer no interior de cada um, no sentido de
ultrapassar preconceitos e bloqueios incutidos e camuflados na maioria de nós.

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V. Conclusão

Apesar de não se poder vincular todas as dificuldades que caracterizam o modo


de vida dos deficientes visuais a factores sociais, uma vez que factores biológicos e
psicológicos são também determinantes na sua capacidade de adaptação às novas
realidades, estes têm um peso significativo em todo o processo de inclusão e integração.
A consciência colectiva marcada por representações negativistas, as condições
sócio-económicas adversas e a limitação de oportunidades fazem com que os invisuais
tenham dificuldades de acesso a exercer os seus direitos de cidadão.

Também o modo como muitos invisuais se vêem “privados” dos seus direitos
mais elementares pode ser entendido como uma forma de violência e de desvalorização
do seu papel social.
Convém referir por ultimo que, apesar de não se poder considerar os deficientes
visuais como uma categoria homogénea, é necessário reter que cada indivíduo invisual
tem uma história, uma personalidade e é condicionado por um conjunto de factores que
tornam a sua existência única, ainda que partilhando experiências sociais com outros.

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Bibliografia

DIAS, Maria (1998), Ver, Não Ver e Conviver, Lisboa, Graforim artes Gráficas,
Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das pessoas com deficiência.

MARTINS, Bruno (2006), A Cegueira e as Narrativas Silenciadas, Lisboa, Edições


Afrontamento.

PACHECO, Elsa (2001), Alteração das acessibilidades e dinâmicas Territoriais na


Região Norte: Expectativas, Intervenções e Resultantes, Porto, Edição do Autor.

RODRIGUES, David (org.), Educação e Diferença: Valores e Práticas para uma


Educação Inclusiva, Porto, Porto Editora.

VEIGA, Carlos (2006), As regras e as Práticas – Factores Organizacionais e


Transformações na Politica de Reabilitação Profissional das pessoas com
deficiência, Lisboa, SNRIPD (Cadernos SNR; 20).

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Referências Electrónicas

Sites Consultados
Centro de recursos da Deficiência visual de
http://www.esec-passos-manuel.rcts.pt/crdv/
Lisboa

Núcleo de Apoio à deficiência visual da DREC http://www.drec.min-edu.pt/nadv/index.html

Portal do cidadão com deficiência http://www.pcd.pt/

Associação dos cegos e Amblíopes de Portugal


http://www.acapo.pt/
(ACAPO)

Portal concebido para cegos e ambliopes. Contém


http://www.lerparaver.com/
notícias, informações úteis, links e software.

Gabinete de Engenharia de reabilitação e


http://www.ataraxia.pt/acessibilidades/
Acessibilidades( GERA)

Centro de Engenharia de reabilitação e


http://www.acessibilidade.net/
Acessibilidade

Links de Amigos, Grupos e


http://www.bengalalegal.com/ender.php
Instituições.Deficiência Visual.

International Council for education of people http://www.icevi.org


with visual impairment

http://www.once.es
Fundación ONCE

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