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Mestrado em Direito
Disciplina: Arbitragem Internacional de Conflitos Negociais
Professor: Augusto Jaeger Junior
Este mecanismo previne o abuso de poder entre os órgãos dos poderes internos. A
celebração dos tratados nesta concepção geram força jurídica obrigatória e
vinculante, atribuindo responsabilidade internacional do Estado signatário
violador.
Desta forma a CF/88 inclui no extensivo rol de direitos do art. 5º. os tratados
internacionais que o Brasil é signatário. Desta forma, até a EC nº. 45:
Estas considerações reforçam a desnecessária edição de atos com força de lei para
fazer valer os tratados internacionais de direitos humanos, pelo menos até a
edição da EC nº. 45.
Em sede de direito comparado, se nota a presença das regras constantes no
parágrafo segundo do art. 5º. em outras constituições:
Como exemplo, a Constituição Portuguesa de 1976 (art. 16, n.º 1) traz que os
direitos fundamentais consagrados na Constituição não excluem
quaisquer outros constantes das leis e das regras aplicáveis de direito
internacional, e que os preceitos constitucionais e legais relativos aos
direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados em harmonia
com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (art. 16, n.º 2).
A leitura do art. 5º além de extensiva quanto ao rol das garantias, como invocado no
Caso Ximenes Lopes, que, no entendimento da CIDH restou violado consagra a
aplicabilidade direta da Convenção Americana sobre Direitos Humanos ao
direito interno.
O duelo entre o direito interno e o externo, foi provocado a partir da Emenda de nº.
45 à Constituição Federal de 1988, que acrescentou ao art. 5º o parágrafo
terceiro com a seguinte redação:
Esta modificação, uma vez que acrescenta um novo parágrafo ao art. 5º, passa a
provocar uma antinomia constitucional.
Assim, o país foi signatário da Convenção Americana sobre Direitos Humanos sob
o manto da Constituição de 1967. No entanto, sua ratificação se deu na nova
Carta Política brasileira de 1988.
Entretanto, antes mesmo, com a Lei 8.080/90, havia a previsão no art. 2º: A
saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover
as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
Estes exemplos de leis aprovadas em território nacional tendo como aporte a
legislação internacional de proteção aos direitos humanos – pois as leis internas
sobre proteção aos deficientes assim como aos direitos e garantias individuais
são baseadas em normas da ONU - demonstram toda a dificuldade e o conflito
normativo da legislação brasileira.