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Entrevista com
Bill Kendrick,
criador do Tux Paint
ENTREVISTA
Entrevista com
http://revista.espiritolivre.org | #007 | Outubro 2009 Bruno Coudoin,
criador do GCompris
Software
Livre na
Educação
PROMOÇÕES WARNING ZONE VIRTUALBOX
Sorteios de kits, cds A nova coluna de Virtualização em favor da
e inscrições para eventos Cárlisson Galdino educação
COM LICENÇA
SUMÁRIO
CAPA
37 Quebrem as algemas!
A liberdade do Ser colaborativo na Entrevista com
educação
Bill Kendrick,
40 Universidades e Software
Livre criador do Tux
Um dilema?!
Paint
43 Projeto Paraná Digital
Um exemplo a ser seguido...
PÁG. 27
46 Edubuntu em laboratórios
educacionais
Case de sucesso!
COLUNAS
11 Software privativo é falta de
educação
Tenha educação, por favor...
16 Warning Zone
Cuidado!!! Cuidado!!!
99 AGENDA 06 NOTÍCIAS
21 Educação, Software Livre e
Open Source
Formando futuros profissionais...
25 Sempre aprendendo
Temos que aprender, ora...
FORUM
SYSADMIN
65 A xenofobia nos tempos do
software livre
Ai que medo... 78 Instalando programas no
NetBSD
Assim fica fácil...
46 O Desenvolvimento da
Computação e das Redes -
Parte 2
Copyright, Propriedade Intelectual...
GRÁFICOS
81 Computação Gráfica e SL
TECNOLOGIA Terceira parte deste excelente material
EVENTOS
90 II GNUGRAF 2009 - Rio de
Janeiro/RJ
Relato do evento
NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior
Quer contribuir?
Então participe entrando em contato através do email
revista@espiritolivre.org
EMAILS,
SUGESTÕES E
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ - sxc.hu
Vai dizer que seu comentário ainda não apare- Realmente vem se destacado das demais revis-
ceu por aqui? Então o que está esperando?! En- tas que surgem com o propósito de informar so-
vie seu comentário e ajude a revista a ficar bre tecnologia sem tentar "pregar" esse ou
ainda melhor! Contribua, enviando suas suges- aquele Sistema Operacional... mas claro, dei-
tões e críticas. Abaixo listamos mais alguns co- xando sempre bem claro desde a matéria de ca-
mentários que recebemos: pa até àquelas colunas que sempre
aguardamos que o objetivo da revista é populari-
Sem palavras... definitivamente eu vislumbro a zar o Software Livre, e apenas o Software Livre,
cada mês excelentes matérias, feitas por um pes- sem demagogias e parcialidades (na medida do
soal totalmente comprometido na causa Open possível, é claro).
Source... A minha maior felicidade, foi que não Raphael Silva Souza - Macarani/BA
sabia por onde começar para entrar no mundo
do Software Livre e vi na Revista Espírito Livre Achei ótima, tanto no que diz respeito ao conteú-
uma ótima oportunidade para iniciar e construir do quanto a qualidade da revista como um todo.
meu caminho... Toda equipe merece um para- Pretendo divulgá-la aos meu amigos e colegas
béns. de profissão. Estão de parabéns, acabaram de
Filipe Nonato Souza - Belo Horizonte/MG ganhar mais um leitor, e quem sabe no futuro
um contribuinte, que bom que a conheci pratica-
Comecei a ler a revista a menos de um mês. mente nascendo. Mais uma vez parabéns.
Confesso que era muito desligado quando o as- Rogério Tomassoni Júnior - Campinas/SP
sunto era software livre e o linux. Mas agora
sempre procuro me atualizar sobre os assuntos É um novo marco na história do Software Livre
que rolam pela internet e através da revista fico no Brasil. Seu conteúdo é elaborado de forma
sabendo o que de mais interessante aconteceu competente e de fácil entendimento. É justamen-
e vai acontecer no mundo dos softwares livres. te o que nós (brasileiros) estávamos precisan-
Jonnathan Weber - Patos/PB do.
Nathaniel Simch de Morais - Brasília/DF
Uma ótima revista, com material técnico de óti-
mo nível, mas, ainda assim, amigável aos no- O que estava faltando para iniciantes e
vos usuários, proporcionando uma leitura avançadinhos. Não sei como vocês conseguem
prazerosa e curiosidade pelo tema software li- colocar tanto assunto, variado e com qualidade
vre. Realmente, toda a equipe está de para- a cada mês. Queria ter competência para poder
béns. ajudar. Só posso agradecer.
André Vitor de Lima Matos - Campos/SP Alexander Xavier Moreira - Recife/PE
Estou tendo o primeiro contato apenas na revis- Esta é A revista! Instrutiva, colaborativa e ideal
ta de nº 5. Achei uma excelente iniciativa. Ótimo para quem deseja, como eu, conhecimentos.
nível. Vou acompanhar as próximas versões. Parabéns por esta iniciativa! Vocês já fazem par-
Alvaro Diaz Marques - Vitória/ES te de minhas leituras preferidas!
Tacia de Lima Ximenes - Fortaleza/CE
É uma das melhores opções de leitura, para pes-
soas que se voltam a tecnologias e o mundo de Gosto muito da forma como diversos assuntos,
distribuições livres, e para iniciantes em novos das mais variadas modalidades, são abordados
rumos de desenvolvimento. no âmbito do software livre e de todos os seus
Erlandson Bezerra - Campina Grande/PB ramos. Gosto também da forma como os colu-
nistas abordam seus temas, acho bem inteligen-
Uma revista livremente interessante, com bastan- tes todos no geral. Enfim, estou satisfeito em
te conteúdo útil e interessante aos leitores, que 90% de tudo que nela está contida, deixando os
além de informar estimula o uso de sotware live. 10% restantes como motivação para a procura
Lianna Mara Castro Duarte - Teresina/PI incessante da perfeição e o bom ato da divulga-
ção das iniciativas livres em nosso país.
A Revista Espírito Livre é algo fantástico. Uma Heverton Santos Costa - Timon/MA
revista que trás de maneira clara diversos conhe-
cimentos na área de informática e conhecimen- Como funcionário do Governo Federal estava
to livre. Essencial para quem trabalha ou estuda sentindo falta de uma revista no qual vinha
linux e/ou Softwares Livres como também para aprensentar conteudos relevantes para o plano
aqueles que ainda não tiveram o prazer de usar de migração para software livre do Governo, es-
essa filosofia. ta revista veio como uma ferramenta que está
Carlos Alberto B. Júnior - Areia Branca/RN servindo para eu tomar minhas decisões no am-
biente tecnologico e como ferramenta de traba-
Conheci a revista quando estava desenvolven- lho, nunca deixo ela longe de mim.
do meu TCC, que era sobre o projeto TCOS, a José Mário de Mendonça Lemos - Ipojuca/PE
matéria sobre o projeto na revista, foi de grande
ajuda para a conclusão da monografia. Desde Era o que faltava para nos mantermos informa-
então tenho sido leitor da revista, os desenvolve- dos a atualizados com o incrível mundo do
dores estão de parabéns pela divulgação do software livre! Parabéns pelos artigos e pelo vi-
software livre, essa empreitada que também se sual!!!
fez minha. Meu muito obrigado a todos, por es- Lisandro Luis de Paula - Americana/SP
se projeto de tão grande relevância para os se-
guidores do código aberto. Viva a liberdade de Descobri por "acaso". Hoje, leio, recomendo, dis-
licença! tribuo. Diversidade, bom gosto, criatividade, ex-
Denis Ferreira - Espírito Santo do Doura- celência... Parabéns aos que fazem a Espírito
do/MG Livre. Parabéns aos que lêem a revista. E muito
obrigado.
Muito interessante, oferece aos leitores uma Pedro Paulo Guimarães - Recife/PE
grande diversidade cultural, oferecendo conteú-
do de alta qualidade e o mais importante de tu- Achei a revista fazendo pesquisas para minha
do, sem nenhum custo aos leitores. A equipe monografia na internet. De "cara" gostei, os arti-
toda está de parabéns! gos são ótimos e estão dentro da nossa realida-
Nailson Oliveira - Vitória da Conquista/BA de e do nosso dia a dia. Parabéns!!!
Max Adelino Alves da Silva - Paulista/PE
PROMOÇÕES
Na edição #006 da Revista Espírito Livre tivemos diversas promoções, onde sorteamos diversos
brindes, entre eles associações, kits, cds, inscrições a eventos e camisetas. Abaixo, segue a lista de
ganhadores de cada uma das promoções. Este mês tem ainda sorteio de inscrições para outros
eventos. Fique ligado!
Software
Privativo é
Falta de Educação
Por Alexandre Oliva
to resolve quebra-cabeças, jo- disponíveis para rodar a partir ção utilizam versões privativas
ga memória, decifra códigos, de CD e de pen-drive. O estu- do Linux, ao invés de Linux-li-
faz desenhos, animações e con- dante pode levar o sistema intei- bre. Será que têm planos para
tas, aprende letras e palavras, rinho para casa: programas, consertar isso, como fez o gale-
a criança é motivada pelos mas- preferências pessoais e até os go Trisquel, que também fala
cotes do Software Livre, presen- trabalhos que fez, sem preci- português, traz GCompris, Tux-
tes em várias atividades. Para sar carregar um computador. Math, KDE Edu e muito mais,
os mais velhos, há até experiên- Voltei de Santo Domingo e prepara uma versão educaci-
cias de ciências, como monta- com uma cópia do gaúcho Pan- onal com Sugar? Enquanto es-
gem de circuitos elétricos e dorga GNU/Linux, gentileza da pero essa novidade, também
programação de navios e sub- Tatiana, principal autora do In- anseio pelo momento de trazer
marinos. Imperdível! Vesalius (Software Livre de vi- pra casa o painel programável
Outro Software Livre que sualização de imagens de leds que Danilo César, líder
faz sucesso em casa é o Su- médicas tridimensionais) e do projeto pedagógico Robóti-
gar, mais conhecido por sua uma das maiores divulgadoras ca Livre, disse que faria para
adoção, pelo projeto One Lap- e promotoras do Software Li- minha filha. Ela vai adorar!
top per Child, OLPC, como pa- vre no Brasil e na América Lati-
drão de interface em seus na. A novidade mais apreciada Na Escola
portáteis educacionais. Nesse foi o TuxMath, um jogo que trei- Enquanto escolas públi-
sistema há desde os progra- na operações aritméticas num cas se preparam para oferecer
mas mais óbvios e de propósi- cenário de defesa anti-aérea: di- Um Computador por Aluno,
to geral, como navegador e versão e agilidade matemática com Software Livre, às popula-
editor de textos, até os mais vol- garantidas. ções que em sua maioria não
tados à educação, como jogos Infelizmente, o Sugar on possuem computadores de pro-
e atividades de programação, a Stick (a versão para CD e pósito geral, escolas particula-
até com a linguagem Logo. pen drive do Sugar), o Pandor- res desperdiçam seus
Além de ser instalável em diver- ga GNU/Linux e a distribuição orçamentos menos apertados
sas distribuições de GNU+Li- GNU/Linux educacional manti- em software privativo, incompa-
nux, há versões bootáveis da pelo Ministério da Educa- tível com a missão de educar.
Não é que o software pri-
vativo escolhido pelas escolas
não cumpra o propósito para o
qual foi projetado. Às vezes
Não é que o até cumpre. O problema é que
o propósito educacional, quan-
software privativo escolhido pelas do o software é privativo, vem
sempre acompanhado de ou-
escolas não cumpra o propósito tros propósitos indesejáveis. E
são esses outros propósitos
para o qual foi projetado. Às que criam hábitos prejudiciais
vezes até cumpre... e limitam as possibilidades de
aprendizado.
O objetivo da educação
Alexandre Oliva não deve se limitar a transmitir
que os alunos poderão almejar são, mas por multiplicação. atenta contar esse valor. Cer-
descobrir ou aprender são a an- Mas, ao contrário do brinque- cear o impulso criativo das cri-
títese da educação, e a esco- do, quando se trata de softwa- anças e adolescentes,
lha de modelos de negócio de re, várias escolas ensinam que aceitando o impedimento de
software baseados numa supos- compartilhar é feio, errado, com- melhoria ao software, prejudi-
ta necessidade de privação e parável a atacar barcos. Ensi- ca não só o desenvolvimento
controle desse conhecimento nam que não se deve dos alunos, que logo se acostu-
não deve ser incentivada por compartilhar um brinquedo de mam a aceitar a posição de
ninguém, muito menos pelo se- software levado à escola, e consumidores passivos, como
tor educacional. dão o mau exemplo elas mes- também a sociedade, já que li-
O compartilhar é um valor mas, negando-se a comparti- mita as contribuições que es-
essencial para o funcionamen- lhar o software que oferecem ses alunos poderiam vir a
to da sociedade. Não é à toa aos alunos. Isso porque esco- fazer, se não estivessem proibi-
que, como parte da missão da lheram mal o software: decidi- dos de construir sobre ombros
educação, está a compreen- ram apoiar modelos de de gigantes. Ao invés de acei-
são e a prática desse valor. negócios mesquinhos, basea- tar software enlatado, sobre o
Quem leva um brinquedo à es- dos em privação, escassez arti- qual pouco ou nenhum contro-
cola é ensinado a compartilhá- ficial e desrespeito ao próximo, le pode ter, a própria escola de-
lo com os colegas. Por que ao invés de formarem cida- veria dar o exemplo e
com software seria diferente? dãos conscientes e livres, ensi- influenciar ativamente o desen-
De fato, com software essa prá- nando a adotar e apoiar volvimento do software educa-
tica deveria ser ainda mais in- práticas que respeitam valores cional que adota, para que as
centivada, pois não há sequer essenciais da sociedade. motivações educacionais e su-
o risco de o amigo quebrar o O cooperar é outro valor as decisões pedagógicas ve-
software. Sendo um bem não-ri- essencial para o funcionamen- nham ao primeiro plano, sem
val, pode ser usado por vários to da sociedade. A aquisição que considerações mercadoló-
ao mesmo tempo: o comparti- de software educativo ou de gicas do fornecedor prevale-
lhamento se dá não por divi- propósito geral como enlatado çam. Não quer dizer que a
escola tenha de ter sua própria
equipe de programadores,
mas que o Software seja Livre,
de modo que, se um dia o for-
necedor se recusar a fazer
O compartilhar é um valor uma modificação desejada pe-
essencial para o funcionamento la escola, ela possa contratar
outro fornecedor para desen-
da sociedade. Não é à toa que, volver a melhoria, cooperando
ou não com suas semelhantes.
como parte da missão da
educação, está a compreensão e Arapuca
Não é à toa que fornece-
a prática desse valor. dores de software privativo
com frequência oferecem o
software que controlam gratui-
Alexandre Oliva
tamente, ou a preço menor, pa-
Valdid: Então, véi? Alguma novidade no Pandora: Ah, então amanhã a gente vê o
ationvir? resultado, né? Eu e Darrell tamos saindo pra
balada. Qrem vem com a gente?
Arsen: Mais tarde farei um novo teste. Estou
projetando uma inversão na cadeia genética, Louise: Opa! Tou dentro! Vão pra onde?
acrescentando alguns genes novos. Esse lance
de induzir mutações e esperar que uma Darrel: Vai ter Pastor João.
funcione realmente não está surtindo efeito.
Valdid: Ah, vão se #@#$ vocês! Pregação?
Louise: kkkkkkkkk. Eu disse! Eu falei! Isso
parece uma versão “bozosort” aplicada à Darrel: É só uma banda que faz cover do Raul,
genética! ué!
Arsen: Cala a boca, fía! Mulher não entende de Valdid: Piorou! Preferia a pregação.
tecnologia não.
Arsen: Chegou o casalzinho! Arsen: E aí, chefe, está indo... Falta só colocar
em prática. Amanhã cedinho a gente...
Darrel: Oliver quer falar com você, Arsen. O
projeto está demorando muito pra sair do canto. Oliver: Hoje. Quanto tempo leva isso?
Pandora: Ó, mas vai dar tudo certo... Arsen: Não leva menos que meia hora.
Arsen: É, para o nosso bem, sinceramente Oliver: Tudo bem, vamos ver se dá certo. Conta
espero que sim. uma hora extra e manda ver aí.
Valdid: E aí, cara... Conseguiu compilar? Darrel: Por mim tudo bem.
Arsen: Manipulação genética não é Valdid: Então vou ficar por aqui também! Tou
programação... curioso com esse troço aí.
Valdid: Sim, pra mim é a mesma coisa. Oliver: Então aproveitem. Este acontecimento
pode nos colocar no topo do mundo! Que
Arsen: Tá, desisto. A adição do novo gene não comece o show!
foi tão simples quanto pensei. Só terminei
agora. Os testes só vai dar pra fazer amanhã.
Uma mulher em cima de destroços do outro Valdid: Acertou. Que história é essa de “o
lado olha o estrago provocado pelo acidente. mundo é nosso”?
Pandora: Que cara de pau? E ainda me Valdid: Bem-vindo ao meu mundo. Quando eu
pergunta por outra mulher!? digo que os bugs que aparecem nos meus
programas às vezes não têm o menor sentido
Darrel: Ô Pandora, o momento não é pra ninguém acredita...
drama... É sério, não a vi por lá.
Oliver: Quietos os dois. Então temos que
Pandora: E eu com isso? Devia ser um começar testando. Valdid, sequestre alguém
daqueles postes ou uma poça de lama. Dá pra para cá. Temos que estudar se o ationvir vai
me ouvir agora? continuar o contágio e as formas de contágio. Já
pensou? Um mundo onde todos têm
Darrel: Fala. superpoderes... Ia ser um tanto problemático.
Pandora: Ah, sei mais não o que ia dizer, ó! Valdid: Com certeza! Vou lá buscar alguém.
Que é que vou dizer pra mainha...
Mulher-com-voz-fraca-estranha: O que
pretende fazer se nós formos os únicos?
Mas o que eles não sabem é que Oliver reuniu
todo o grupo, ou melhor, os outros funcionários
da empresa. E como Darrell conseguiu levar Louise parece feita de gelatina, sentada numa
Pandora até a praça sem serem vistos? Calma, mesa quebrada.
tudo a seu tempo... Na sede, Oliver e
companhia discutem os últimos acontecimentos.
Oliver: Simples, Louise. Esconderemos o
processo que nos transformou e traçaremos
Valdid: Ei, soube que o Google vai lançar um uma estratégia para dominar o mundo.
Sistema Operacional ano que vem?
Louise: E o que se ganha com isso?
Arsen: E o Kiko?
Oliver: O que está fazendo aqui! Mandei Arsen: E por que não medusa?
sequestrar alguém!
Louise: Medusa é muito balofa...
Valdid: Tá, chefe, esquenta não que tou indo
agora! Pô, posso nem participar da parte mais Oliver: Tá, tá... Se prefere ser uma macaca do
divertida da discussão? mar, Seamonkey então. Agora alguém viu
Darrell e Pandora? Onde aqueles dois se
Oliver: Vai logo, chifrudo! meteram?
EDUCAÇÃO,
SOFTWARE LIVRE E
OPEN SOURCE
Por Cezar Taurion
Carl Dwyer - sxc.hu
absoluta falta de gestão. Portan- ses da África. E não temos nos- nhamos uma ineficiência muito
to, sistemas de gestão hospita- sa África, localizada no grande, que não será resolvida
lar, desenvolvidos em software nordeste e regiões da Amazô- apenas com construção de
livre, por estudantes de compu- nia? Porque não começarmos mais escolas. A maioria da fa-
tação trariam como resultado um trabalho de traduzi-lo para culdades, sejam públicas ou
um melhoria significativa nes- português e adaptá-lo para nos- privadas, não usam softwares
tes processos. Além disso, ia fi- sas peculiaridades? modernos de gestão. Usam sis-
car claro que os estudantes de temas desenvolvidos interna-
Outros setores importan-
computação teriam que apren- mente, com muitas limitações
tes da nossa sociedade poderi-
der o que são sistemas de saú- e ineficiências. Imaginemos en-
am ser beneficiados. Por
de, conversar com usuários, tão as escolas públicas espa-
exemplo, o Brasil perde cerca
como seus pares e professo- lhadas pelo país!
de 1/3 de sua produção de so-
res da área médica, enfim, en- E que tal pensar em adici-
ja por falta de tecnologia ade-
tenderem que programação é onar recursos de acessibilida-
quada. Cerca de 40% dos
muito mais que simplesmente de aos softwares livres já
alimentos produzidos aqui são
escrever linhas de código. existentes? Ou criar novos? E
perdidos por problemas de ar-
Aliás, já existe um proje- mazenamento, manuseio e porque não usar plataformas
to open source chamado transporte, que poderiam ser como Android para desenvol-
OpenMRS (Open Medical Re- minorados com softwares ade- ver soluções para celulares?
cord System), que pode ser vis- quados. No próprio sistema Afinal no Brasil já temos mais
to em www.openmrs.org que educacional, a falta de siste- de 160 milhões de celulares e
está em uso em diversos paí- mas de gestão faz com que te- muitos deles permitem acesso
à Internet. Um exemplo interes-
sante é um sistema de gestão
de desastres chamado Posit
(http://code.google.com/p/posit-
android/).
O modelo open source
Como avançar nesta dire-
cria uma disrupção no modelo ção? Depois de minha primeira
coluna sobre este assunto (pu-
tradicional de desenvolvimento de bliquei também o mesmo tema
no meu blog) recebi diversos
software. Mas esse modelo não é comentários, metade a favor e
debatido ou ensinado nos cursos. metade contra. Interessante
que, sem fazer juízo de valor,
Em muitas faculdades, aprende-se a maioria dos comentários a fa-
vor vieram de estudantes e a
os mesmos modelos de desen- maioria dos contra foram posta-
dos por professores...Os estu-
volvimento que os professores dantes (a geração digital!) já
estão acostumados com open
aprenderam. source (usam naturalmente Li-
nux, OpenOffice.org e Firefox,
Cézar Taurion entre outros) e com trabalhos
colaborativos. No seu dia a dia
pesquisam o Wikipedia, e com- contra hábitos e métodos arrai- vés de wiki e blogs e quem sa-
partilham idéias e informações gados. Precisa vencer impeci- be, até coordenando no futuro
em blogs, wikis, redes sociais lhos burocráticos... Os um amplo seminário sobre o te-
e no Twitter. Para eles, este professores e os alunos deve- ma.
mundo lhes é natural. rão conhecer e ter experiência As opiniões expressas nesta coluna
E por que não explorar es- prática com linguagens como são fruto de estudos, análises e experiências
te contexto no ensino da com- PHP, Python e Ruby (além, é pessoais, não devendo em absoluto serem con-
putação? Pesquisei vários claro de Java) e deverão se sideradas como opiniões, visões e idéias de
cursos de computação e a mai- sentir confortáveis no uso de meu empregador, a IBM, nem de seus funcio-
oria aborda open source de for- blogs e wikis. Usarão Facebo- nários. Em nenhum momento falo em nome da
ma tangencial, apenas ok, Orkut e Twitter como usam IBM, mas apenas e exclusivamente em meu
“aprendendo Linux”. E, pior, al- o celular. Aprenderão a traba- nome.
guns cursos que se dizem de lhar de foma colaborativa...en-
pós-graduação em software li- fim, estamos falando de uma
vre somente ensinam a usar disrupção no modelo de ensi-
softwares como Linux e Fire- no.
fox, e nem de perto passam pe- Porque não quebrar ou- Maiores informações:
la experiência de envolver tros paradigmas? Por exem-
seus alunos nas comunidades plo, como o desenvolvimento Site do Projeto HFOSS
open source. do modelo open source é cola- http://www.hfoss.org
SEMPRE APRENDENDO
Por Roberto Salomon
ta?
REL: Como é seu trabalho no projeto
BC: Eu comecei usando GNU/Linux em GCompris?
1993, mas comecei a contribuir somente em
2000 quando comecei o projeto do GCompris. BC: É muito trabalho, eu trabalhei em qua-
Eu usei Mandriva por muitos anos mas mudei pa- se todas as noites e finais de semana desde
ra o Ubuntu. No trabalho, uso RedHat/CentOS. 2000. Nos últimos anos isso mudou um pouco
em termos de tipo de trabalho. Na verdade, eu
comecei a comercializar a versão do GCompris
REL: O que é GCompris? Como o proje- para Windows, mantendo-o sob a licença GPL.
to GCompris se iniciou e quem é o "pai" do Isso cria uma nova carga de trabalho e, infeliz-
GCompris? mente, eu tenho um tempo dificil focando codifi-
BC: Bem, como costumamos dizer, na nos- cação.
sa página inicial, que o GCompris [1]é uma suite
de aplicações educacionais de elevada qualida-
de que compreende numerosas atividades para
crianças de 2 a 10. Algumas das atividades são
de orientação lúdica, mas no entanto, ainda de
ensino educacional.
Para aqueles de vocês que não falam fran-
cês, o trocadilho é bonito: GCompris soa como
a expressão "J'ai compris", que se traduz como
"I've Got IT", que traduzido para o português fica-
ria "eu entendi". Um ponto bônus vai para o no-
me começando com a letra 'g', se dá a uma
homenagem ao projeto GNU e open-source Filo-
sofia [2]. Segundo bônus, IT - é também de Tec-
nologia da Informação.
Eu comecei esse projeto em 2000. Naque- Figura 2 - Respendendo questões de álgebra
REL: Como é o uso do software livre na que se adapte a necessidade dos nossos usuári-
França, no que diz respeito à educação? Exis- os. Também é importante manter o espírito do
te alguma resistência? projeto e ficar focados em nosso objetivo. Claro,
BC: É como em qualquer outro lugar. As eu sou feliz com o GCompris atendendendo seu
pessoas estão acostumadas a alguns softwares público.
e é difícil mudar costumes. Assim como os própri-
os usuários, a Educação Nacional na França REL: GCompris tem muitas tarefas e jo-
tem bastante relutante. As pessoas que estão gos, é certo dizer que o GCompris é um
no topo da organização deveriam compreender software para crianças?
o valor do software livre e dar dar apoio a isso es-
tão em uma organização chamada Sce- BC: Sim, ele é feito definitivamente para as
ren/CNDP que também é um editor proprietário crianças, mas não só. GCompris é também utili-
de livros e software. Infelizmente, ao fazê-lo, pro- zado em hospital para treinar adultos re-educa-
tegem os seus próprios interesses e não os pro- ção funcional. Ele também é usado com os
fessores, pais e filhos. É lógico, portanto, para adultos que nunca tiveram contato com um com-
vê-los promovendo o Software Livre, somente putador. Eles podem aprender a usar o mouse,
se fossem amarrados. o teclado, o arrastar e soltar, sem medo de que-
brar alguma coisa.
Apesar disso, existem algumas histórias
de sucesso na França, por exemplo o Sesamath
[4] que é uma organização Francesa de professo- REL: Muitas pessoas reclamam dizendo
res de matemática. Eles escrevem livros os que não existe software livre para educação.
quais não estão no currículo oficial, mas estão O que você tem a dizer para essas pessoas?
sob a licensa GFDL. Eles publicam esses livros
BC: Isso é um pouco verdade, isso depen-
como livros de educação regular e elevou mais
de do que o usuário espera. Há muitos softwa-
de 10% da quota de mercado na França em li-
res proprietários, mas muitos alvos da casa
vros de matemática para as escolas.
mais lucrativo usuários de Windows. Em geral,
estes são de baixa qualidade em termos de va-
REL: Na sua opinião, quais são as vanta- lor educativo e não são adequados para uma uti-
gens do uso do software livre na educação? lização em sala de aula. Ensino de Tecnologia
da Informação é ainda um assunto recente e ain-
BC: Educação é sobre compartilhar. O mo-
delo de desenvolvimento do software livre parti-
lha o compartilhamento de tudo. Professores
podem colaborar com os desenvolvedores e
com a minha experiência com o GCompris eu
posso dizer que isso não é uma utopia, isso real-
mente funciona.
da não sei como os professores vão usar o que mento de software, mas eu gosto de comparti-
temos para oferecer em termos de software e lhar a minha paixão pelo Software Livre.
hardware. De fato, para muitas escolas tendem Toulibre é um "local LUG" - um grupo local de
a ensinar habilidades básicas em torno da infor- usuários linux, em Toulouse. Eu gostaria de en-
mática, utilizando um processador de texto, im- contrar outros grupos de usuários locais de
pressão, pesquisa na Internet, ... Meu ponto de Software Livre. Ajudaríamos outras pessoas a
vista é que o GNU/Linux já é muito mais podero- instalar GNU/Linux em seus computadores e fa-
so do que a necessidade dos professores regula- zer apresentações, a formação em torno de
res. Temos que lembrar que muitos professores uma tecnologia diferente, cada vez que nos en-
não têm o conhecimento básico para ensinar a contrássemos. April é uma organização nacional
tecnologia da informação. Assim, temos que de promoção e defesa do software livre. Isso é
manter a nossa solução simples de usar e im- importante para levantar os problemas de
plantar. software a nível nacional e April faz isso muito
Para os professores mais exigentes que po- bem na França.
dem ser treinados por uma organização adequa-
da, temos também solução como, por exemplo, REL: Você pode dizer alguma pequena
a OLPC e a interface de usuário Sugar. mensagem para nossos leitores?
BC: Gostaria de dizer a vocês para serem
REL: Várias escolas e projetos estão pacientes. O software livre feito para durar, mas
usando o GCompris. O que você acha disso? leva tempo para construir um software de quali-
BC: Estou muito orgulhoso que o GCom- dade. Se você quer liberdade de forma mais rá-
pris está sendo usado para ensinar as crianças pida, o melhor que você pode fazer é contribuir
utilizando um computador para aplicar os seus para um projeto. Há muitas maneiras de contri-
conhecimentos. Para dizer a verdade, eu nunca buir, relatando erros, escrevendo howtos ou do-
acreditei que ele iria tão longe, ele realmente vai cumentar, falando sobre Software Livre, sempre
muito além das minhas expectativas. Eu não pos- que possível, participando de um LUG, fazer a
so dizer com certeza mas acredito que o GCom- manutenção do computador do seu vizinho insta-
pris permitiu muitas escolas e organizações lando o GNU/Linux.
migrarem para GNU/Linux.
Maiores informações:
[1] Site oficial GCompris
REL: Como se pode contribuir? http://www.gcompris.net
BC: Há muitas coisas a fazer em torno do
GCompris e temos uma lista de idéias [5] que fal- [2] Artigo Five Cleverly Named Ubuntu Applications
ta de atividades. Mas o mais importante é a moti- http://ur1.ca/dibm
vação para que eu não distribua tarefas, cabe a
você a vir para o nossa lista de emails e nos pro- [3] Site Goocanvas
por a sua ajuda. http://live.gnome.org/GooCanvas
foxumon - sxc.hu
Software livre:
Quebrem as algemas!
A liberdade do Ser colaborativo na Educação
Por Karla Capucho
UNIVERSIDADES E
SOFTWARE LIVRE
PROJETO PARANÁ
DIGITAL
Por Jonsue Trapp Martins
A IMPORTÂNCIA
DO EDUBUNTU EM
LABORATÓRIOS
EDUCACIONAIS
Por Marcos Vinícius Campez
Introdução
Antes da versão 8.04 o Edubuntu era distri-
buído pela Canonical como uma distribuição
completa. Atualmente o Edubuntu é tratado co-
mo um complemento (patch) ao Ubuntu. Pode-
mos definir o Edubuntu como sendo um
complemento ao Ubuntu, o qual traz vários
softwares educativos incluindo as suítes KDEe-
du e Gcompris. Sendo o último o qual iremos fo-
car nesta matéria. Vale lembrar que explicarei
tecnicamente alguns detalhes do Gcompris, mas
o intuito principal é levar vocês leitores, a uma
reflexão a respeito das vantagens de se adotar
o software livre em laboratórios educacionais e
mostrar algumas experiências reais que obtive
na migração de dois destes laboratórios.
Práticas Pedagógicas
para uma Cultura Livre
Por Vanessa dos Santos Nogueira
mos e estamos passando adiante somente um educar as crianças. 3 Conjunto das idéias de
discurso? Será que você faltou àquela aula quan- um educador prático ou teorista em educação”.
do falaram que as grandes mudanças devem co- O trabalho desenvolvido na escola trans-
meçar por nós, que são as pequenas coisas que cende as leis e normas impostas pelo Estado, o
fazem a diferença... fazer pedagógico está além da busca e constru-
Como seria nossa vida hoje se as pessoas ção de uma cultura livre dentro da instituição es-
que inventaram as fórmulas matemáticas tives- colar, essa construção é efetivada por sujeitos
sem guardado tudo pra elas, ou se tivéssemos com uma história, que trazem presente consigo
apenas as calculadoras... Será que teriam inven- sua ideologia.
tado calculadoras sem saber as fórmulas mate- Se a escola ainda trabalha com ideologias
máticas? marcadas pelo ensino tradicional e o capitalis-
Ainda temos aqueles super interessados mo, e nossos educadores vem dessa formação,
com os problemas sociais e deles escutamos fra- como podemos modificar nossas práticas?
ses como: "com tanta gente passando fome" vo- Muitas são as dúvidas e diversas os cami-
cê vem me falar em software, daria até para nhos que podemos seguir, uma alternativa para,
ficar com a consciência pesada se não soubésse- aos poucos, reverter essa antiga ideologia, é o
mos a grande quantia investida pelo governo incentivo e divulgação das ações que envolvem
com licenças de software proprietário, verba es- as tecnologias livres, principalmente no ambien-
sa que poderia estar sendo aplicada na melho- te escolar e isso deve ser trabalhado com todos,
ria da qualidade de vida ou em algum programa inclusive as crianças.
social para reduzir a fome e a miséria do nosso
país. Os recursos tecnológicos livres, além de
darem conta das nossas tarefas diárias, nos re-
A utilização de tecnologias livres precisa metem a uma colaboração social, todos saem
também ser desenvolvida no contexto educacio- beneficiados quando multiplicamos informações
nal, a cultura livre deve fazer parte da cultura e elas se materializam em conhecimento.
acadêmica. A escola como meio de transforma-
ção social é fundamental na disseminação de
uma cultura livre, onde a prática da liberdade de-
corre de uma ação pedagógica que considera e
abarca o planejamento e desenvolvimento de si- Maiores informações:
tuações-problema, onde toda a comunidade edu-
Site Oficial FSF:
cativa desenvolva competências para criar,
http://www.fsf.org
manter e difundir uma cultura livre.
As práticas pedagógicas são as ações guia- Site SoftwareLivre.gov.br:
das pela pedagogia, considerando a prática co- http://www.softwarelivre.gov.br
mo aplicação das regras ou dos princípios de
uma arte ou ciência na sociedade em que se vi-
ve. As práticas pedagógicas são realizadas com VANESSA DOS SANTOS NOGUEIRA é
Pedagoga, Pesquisadora na área de
base nos conhecimentos pedagógicos dos sujei- Software Livre e Educação a Distância.
tos envolvidos no contexto escolar. Lembramos Integrante do Grupo de Pesquisa
KÓSMOS/UFSM/CNPq. Tutora a
que pedagógico é considerado relativo a pedago- distância do curso de Pedagogia/USFM.
gia. Pedagogia segundo o Dicionário Michaelis Colaboradora do Projeto Software Livre
Educacional.
(On-line) é: “1 Estudo teórico ou prático das ques- Blog: vanessanogueira.wordpress.com
tões da educação. 2 Arte de instruir, ensinar ou
Virtualização
em favor da
educação
Experiência bem sucedida
no ensino do GNU/Linux no ensino técnico
Por Antônio Augusto Mazzi
A grande dificuldade no ensinamento do ria que ser mantido e não existi a possibilidade
GNU/Linux dentro das escolas não está na rejei- de ter um laboratório dedicado ao ensino de
ção do SO em si, mas sim em preparar um ambi- software livre.
ente adequado para os alunos, demonstrando Os principais problemas encontrados fo-
todas as características e funcionalidades desse ram relacionadas a manutenção desse laborató-
sistema. rio, pois ficava inviável, já que toda vez que
Uma experiência bem sucedida no ensino ocorria um problema no Windows era necessá-
do software livre está em uso atualmente na Es- rio reinstalar o Windows e por sua vez recuperar
cola técnica Deputado Salim Sedeh, localizado o Grub.
no interior de São Paulo, onde após várias tenta- Não era possível ensinar a instalação do
tivas e experiências se chegou a um ambiente GNU/Linux, já que se ocorresse algum proble-
de fácil manutenção e utilização. ma teria dois trabalhos e a máquina ficaria sem
Antes de expor tal experiência é interessan- uso.
te passar um pouco da evolução desse projeto, Não era possível ensinar configurações
a fim de ilustrar o esforço da equipe responsável avanças que necessitasse da senha do Root, já
pelos laboratórios dessa unidade de ensino na que o aluno poderia alterá-la impossibilitando
qual faço parte. seu uso posterior.
A evolução do projeto
O próximo estudo será utilizar o SO
GNU/Linux como SO principal, encontrando so-
luções livres para substituir os softwares proprie-
tário utilizados atualmente. Com certeza essa
seria a opção mais adequada, ampliando o uso
Figura 1: O VirtualBox possibilita rodar um sistema operacional do software livres.
sob outro
K-Eduque
Uma distribuição Linux direcionada à educação
Por Alessandro Silva
Implantar computadores na escola é um de- não estiverem prontas para ingressar nesse uni-
safio que está diretamente ligado a alguns ingre- verso tecnológico. O conceito de tecnologia apli-
dientes básicos: o computador, o software cada à educação implica que o aluno poderá
educacional, o professor e o aluno. O software adquirir a princípio qualquer nível de conheci-
educacional é tão importante quanto o hardware mento utilizando as mais diversas TICs (Tecno-
e os recursos humanos empregados pois, sem logias da Informação, e comunicação) e o
uma ferramenta educativa, a máquina jamais se- professor terá um papel importantíssimo nesse
ria utilizada como mecanismo de construção de cenário
aprendizado. O professor nesse caso tem um pa- Visando atender as necessidades da comu-
pel fundamental, pois será responsável por utili- nidade escolar (alunos e professores), em agos-
zar essas ferramentas de maneira adequada e to de 2007, iniciei um projeto de uma
eficiente no ambiente escolar. Portanto, capaci- distribuição Linux direcionada à educação. A pri-
tar o professor passa a ser um fator crítico de su- meira versão estável foi lançada e disponibiliza-
cesso na implementação de tecnologias da na Web em fevereiro de 2008. O principal
direcionadas à educação. objetivo do projeto era oferecer um sistema ope-
Esforços como equipar laboratório com racional livre, baseado em padrões abertos ,
equipamentos modernos e distribuir computado- com diversos softwares educativos (jogos e apli-
res portáteis de última geração a seus professo- cativos), como uma alternativa viável, de quali-
res, tornam-se totalmente inúteis se as pessoas dade, acessível a todos e que atenda a
responsáveis por multiplicar o conhecimento cobertura curricular da pré-escola ao ensino mé-
Figura 6: Kbrunch
Figura 4: TuxPaint
Kletters (Treinamento de vocabulário)
de estudar a velha e tediante tabuada. Já imagi- É um aplicativo simples que ajuda crianças
nou aprender tabuada e ainda se divertir? Essa e até mesmo adultos em fase alfabetização no
é uma das proposta do TuxMath. aprendizado e memorização das letras do alfa-
beto.
Kalzium (Química)
O Kalzium oferece vários tipos de informa-
ções sobre os elementos da tabela periódica. Vo-
cê poderá visualizar os elementos por grupos,
blocos, famílias, estruturas, estados da matéria,
densidade, calcular número atômico, número de
massa, entre outras funcionalidades.
Figura 7: Kletters
Figura 5: Kalzium
KIG (Geometria interativa)
É uma aplicação para geometria interativa
que permite que modelos matemáticos sejam
Kbrunch (Exercitador de frações) concebidos e usados no computador.
Oferece quatro exercícios básicos para trei-
namento de operações com números fracionári-
Figura 9: Kpercentage
UM DIAMANTE
CHAMADO
GCOMPRIS -
Parte 1
Por Sinara Duarte
te são muito caros, visto que as empresas têm pre com um caráter educacional.
que reaver os custos de desenvolvimento a par- De origem francesa, GCompris (significa
tir de um mercado muito reduzido. eu compreendi), já foi traduzido para 66 línguas
Neste cenário, o software livre representa (outubro/2009) inclusive o português do Brasil.
um alternativa aceitável, visto que está livremen- Recentemente, este software ganhou um prê-
te a disposição a qualquer um, na Web gratuita- mio internacional, o Free Software Awards que
mente, aliado ao fato de que, por ser livre, pode ocorreu na França (2003), na cidade de Sois-
ser utilizado, copiado, alterado e redistribuído as son. É reconhecido pela Friends of the Worlds
comunidades educativas, sem restrições, diferen- Treasure e pode ser encontrado na lista de
temente das alternativas proprietárias que apre- softwares recomendados pela Unesco, orgão da
sentam restrições orçamentárias e legais. ONU que promove ações de proteção a infân-
A filosofia do software livre vai ao encontro cia.
da criação e disseminação do conhecimento. De Distribuído sob a licença GNU/GPL é um
fato, os avanços em todas as áreas das artes às software multiplataforma, pois funciona em ambi-
ciências, na verdade, o somatório de todo o co- entes GNU/Linux, MacOSX, Windows e outras
nhecimento humano, são resultado do livre com- versões do Unix. Apesar da quantidade elevada
partilhamento de idéias, teorias, estudos e de aplicativos, não necessita hardwares poten-
pesquisas. Todavia, quando analisamos a reali- tes, pois funciona bem em um PC com processa-
dade educacional brasileira, no que tange a as dor de 233MHz e 64MB de memória, utilizando
tecnologias digitais, percebemos que muitas insti- aproximadamente 100MB de espaço de disco.
tuições educativas, ainda privilegiam os softwa- As versões para Linux e Mac OS X são gra-
res proprietários, de cunho fechado e trancado, tuitas. A versão para Windows existe em duas
transformando os educadores em cúmplices da modalidades, uma gratuita em crippleware a
censura que incide sobre a produção de conheci- qual permite utilizar apenas algumas das ativida-
mento nesta nova era. des, e outra que custa 20€ com todas as ativida-
A adoção do software livre no contexto edu- des disponíveis. Segundo o autor, as restrições
cativo contribui para promoção e o desenvolvi- da versão gratuita para Windows e a versão pa-
mento científico, ampliando a colaboração entre ga visam incentivar a utilização do GNU/Linux.
universidades, escolas e comunidades de progra- De forma geral, o GCompris é considerado
madores. As experiências internacionais de im- como “a jóia da coroa” no meio a tantos softwa-
plantação de software livre na educação res educativos, pois apresenta desde jogos de
mostram que muitas comunidades de programa- entretenimento até atividades de raciocínio lógi-
dores e organizações estão preocupadas em de- co. Lançado em 2000, atualmente este software
senvolver projetos de Informática Educativa, possui cerca de 107 aplicativos (outubro/2009)
promovendo o ensino e a aprendizagem em insti- que estão divididos em categorias, como desco-
tuições educacionais. Um dos projetos de maior berta do computador, álgebra, ciências, geogra-
destaque é o GCompris. fia, jogos lúdicos, leitura, dentre outros. Além do
Segundo o sitio oficial, GCompris é uma aspecto lúdico, este software é bastante interati-
suíte de aplicações educacionais livre que com- vo e multimídia, apresenta som e animações
preende numerosas atividades para crianças de em diversos níveis. Neste cenário, o jogo deixa
idade entre 2 e 10 anos, portanto abrange a edu- de ser visto como jogo improdutivo e passa a
cação infantil e as séries iniciais do ensino funda- ser utilizado como estratégia de aprendizagem.
mental. Algumas das atividades são de As possibilidades pedagógicas do GCom-
orientação lúdica, de entretenimento, mas sem- pris são tantas que é impossível descrevê-las
Figura 4: Jogo de memória na plataforma livre GCompris Figura 6: GCompris - Balança interativa
O Desenvolvimento da
Computação e das
Redes como uma Série
de Apropriações – Parte II:
Copyright, Propriedade Intelectual e as
Apropriações de Bens Culturais
Por Filipe Saraiva
A REVOLUÇÃO DOS
INTANGÍVEIS E A MORDAÇA
DIGITAL
Por Jomar Silva
ça de software).
Analisando o caso da mú-
sica, vemos que desde que as Quem ganha dinheiro
técnicas de gravação foram de-
senvolvidas, sempre foi neces-
mesmo com a venda de discos é a
sário um meio de transporte e indústria da intermediação, que aliás
armazenamento físico para
elas. Este meio de transporte consegue abocanhar ainda uma fatia
foi evoluindo dos meios comple-
tamente mecânicos (discos de das receita que os músicos tem com
vinil), passando pelo magnéti-
co (fitas K7), ótico (Cds) e final- suas apresentações...
mente chegamos ao transporte
eletrônico, os arquivos MP3 ou Jomar Silva
OGG aí tudo se complicou: o in-
tangível voltou a ser intangível !
Se olharmos o caso do Analisando o caso da mú- do está mesmo com seus dias
software, vemos algo bem pare- sica, notem que um músico contados.
cido. Software sempre foi o não é nada mais do que um No mundo do software,
mal necessário para um prestador de serviços (claro, não vemos nada muito diferen-
hardware funcionar e nos pri- com um talento mais do que es- te disso. Os desenvolvedores
mórdios da computação, ele pecial para isto). Sendo assim, de software, hackers e nerds
era fornecido gratuitamente. a indústria da música é natural- espalhados pelo mundo todo,
Quando as margens de lucro mente uma indústria de presta- fazem como os músicos e ao
da indústria de hardware come- ção de serviços e é fácil invés de ter talento para notas
çaram a diminuir, para se man- observar que a maioria dos mú- musicais ou poesias, têm talen-
ter o nível de lucratividade foi sicos do mundo todo sobrevive to para o código fonte. Nova-
necessário então a comerciali- com a receita obtida em suas mente é uma indústria
zação de software, que é um apresentações. Quem ganha di- baseada na prestação de servi-
bem intangível. Para que isso nheiro mesmo com a venda de ços e quando se remove o
fosse possível, se criou o licen- discos é a indústria da interme- olhar da prestação de serviços
ciamento de software, tangibili- diação, que aliás consegue abo- propriamente dita, vemos nova-
zando assim o software e canhar ainda uma fatia das mente o bando de atravessado-
criando mercado para ele. Não receitas que os músicos tem res fazendo o que fazem na
preciso aqui dizer que o softwa- com suas apresentações, além indústria de software e aí, licen-
re livre, além de ter inovado no de ter normalmente direito de ças, extensos e inúteis manu-
modelo de desenvolvimento, imagem dos artistas (e pen- ais e caixinhas enfeitadas são
inovou também permitindo que sem no absurdo que é o direito espalhadas para todos os la-
o software voltasse a se intangí- de imagem, novamente um in- dos.
vel. tangível tangibilizado). Graças
a Deus, malucos como Ferna- No centro dos dois
É interessante ainda no- exemplos que apresentei exis-
do Anitelli e a trupe do Teatro
tar as semelhanças entre as te uma coisa que conecta e
Mágico (www.oteatromagico.
pessoas que estão por trás des- que está conectando cada vez
mus.br) estão provando para to-
tes dois exemplos. mais os intangíveis que foram
do mundo que este modelo fali-
artificialmente tangibilizados se tivesse que ser publicado não precisamos ir tão longe pa-
em nossa sociedade... e essa por alguma grande editora naci- ra ver que a a revolução dos in-
coisa é novamente intangível onal ? tangíveis está incomodando
(ou quase intangível): A Inter- A Internet é o meio de co- muita gente que quer colocar
net. municação que conectou as um fim nela. A forma mais sim-
Hoje eu posso utilizar pessoas que estão por trás da ples que encontraram para fa-
software livre para fazer uma produção de bens intangíveis zer isso é através do controle
música aqui em casa, comparti- e ao aproxima-los, acabou fa- da Internet (aliás, isso me lem-
lha-la com alguém que vai com- zendo com que a maioria de- bou de um ditado que diz “To-
plementa-la em outro canto do les pudesse observar as do problema complexo tem
mundo e publica-la onde em coisas por outro ângulo. Lhes sempre uma solução rápida, fá-
bem entender dentro da rede deu ainda um excelente meio cil e errada”).
(aliás, o Fernando Anitelli fez de comunicação direta, eficien- Os últimos atentados á
praticamente isso outro dia, te e simples de utilizar. A Inter- nossa liberdade no Brasil tem
quando compôs uma música net é a grande praça na qual a saído do Senado federal, infe-
em parceria com milhares de revolução dos intangíveis acon- lizmente das mãos de um úni-
fãs via Twitter...). Sou meu pro- tece e nos últimos anos, temos co senador que faço questão
dutor, agente, distribuidor e visto a Internet cumprir um pa- de não citar o nome aqui, pois
marqueteiro. pel muito desejado, e nunca ele não precisa de mais publici-
Este texto que você está conquistado, por nenhum país dade.
lendo, foi feito assim: editado no mundo: levar a liberdade Não bastasse os proble-
com software livre de ponta a aonde toca. mas que este senador tenta
ponta, e compartilhado na rede Basta olhar para o contro- nos causar com o projeto de
através de uma licença não res- le que existe hoje na Internet lei, já aprovado no senado, de
tritiva... será que eu poderia es- na China para entender o que controle da Internet, o nobre
crever tudo isso que escrevo estou falando, e infelizmente parlamentar agora resolveu co-
locar sua caneta ditatorial no
novo projeto que regulamenta
a utilização da Internet nas elei-
ções brasileiras.
A internet é o meio de Considero que este sena-
comunicação que conectou as dor seja hoje o maior represen-
tante da indústria da
pessoas que estão por trás da intermediação e do retrocesso
no Brasil e como brasileiro, fico
produção de bens intangíveis e ao envergonhado em saber que al-
guém com tal conduta e ideias
aproximá-los, acabou fazendo com a ocupe uma cadeira em nosso
senado.
maioria deles pudesse observar as
O mundo ideal vislumbra-
coisas por outro ângulo. do por ele, e pelos seus supor-
tadores, é o mundo onde as
Jomar Silva redes de compartilhamento
não existem, onde a informa-
ção seja privilégio de poucos e faça você mesmo sua reflexão, lutar em defesa da liberdade
possa ser manipulada antes olhando ao seu redor e buscan- na rede, um bom ponto de par-
de ser divulgada e onde os do por outros intangíveis que fo- tida é o Mega Não (http://mega-
atravessadores controlem toda ram tangibilizados de forma nao.wordpress.com).
a economia, direcionando os artificial. Olhem também para Nossas palavras são nos-
bens e fluxos financeiros de as pessoas por trás da produ- sa melhor arma, e nossa força
acordo com suas próprias con- ção destes bens, e notem que é a nossa união...
veniências. É o mundo onde a a indústria dos atravessadores
sua liberdade de expressão es- está ali também, normalmente
teja restrita aos seus próprios ficando com a maior parte dos
Maiores informações:
ouvidos... moro em um estado lucros.
governado pelo mesmo partido Site Oficial de O Teatro Mágico:
Você vai se surpreender http://www.oteatromagico.mus.br
do senador, e como bem escre- quando descobrir que a revolu-
veu meu amigo Sérgio Ama- ção dos intangíveis está ape-
deu outro dia, “saio no Site do Movimento Música Para
nas no início e que ataques á Baixar:
corredor do meu prédio e vejo nossa liberdade, como os ata-
uma placa do Governo do Esta- http://musicaparabaixar.org.br
ques que nossa Internet está
do me dizendo como devo me sofrendo, estão apenas come-
comportar”... isso não é um Site Mega Não:
çando. http://meganao.wordpress.com
bom sinal.
Nossa geração está desa-
O controle que querem co- tando muitos dos nós que atra- Blog do Jomar:
locar na Internet no Brasil, vancaram o desenvolvimento http://homembit.com
uma verdadeira mordaça digi- da humanidade, e o comparti-
tal, no fundo pretende mesmo lhamento e a liberdade estão
é eternizar a indústria dos ati- no centro de tudo isso. Por JOMAR SILVA é
vos intangíveis artificiais e dos ação ou omissão somos parte engenheiro
eletrônico e Diretor
atravessadores. A Internet tem disso. Geral da ODF
permitido ás pessoas se organi- Alliance Latin
zarem, trocar informações e ex- Para quem quiser mais in- America. É também
coordenador do
periências e principalmente formações sobre a revolução grupo de trabalho na
criar se senso crítico e passar que está ocorrendo na produ- ABNT responsável
ção musical no Brasil, recomen- pela adoção do ODF
a questionar... a Internet está como norma
formando uma geração de do o site do movimento Música brasileira e membro
para Baixar (http://musicapara- do OASIS ODF TC,
questionadores natos, e isso o comitê
evidentemente atrapalha muita baixar.org.br), carinhosamente internacional que
gente. apelidado de “A Nova MPB”. desenvolve o padrão
ODF (Open
Depois de ler este texto, Quem quiser nos ajudar a Document Format).
Canivete TCOS
Por Aécio Pires
SP
Ve
re
s-
sx
c.h
u
bém estão acessíveis para o administrador/pro- novas versões do LTSP é usado o pulseaudio,
fessor gerenciá-los, como mostra a figura 11. compatível com a maioria dos hardwares e per-
mite compartilhar o áudio com um pequeno con-
sumo de banda.
No próximo artigo você conhecerá as novi-
dades que virão na próxima versão do TCOS e
as dicas do desenvolvedor para deixar o servi-
dor mais rápido e seguro. Se tiver qualquer dúvi-
da ou sugestão envie um email para o endereço
aecio@tcosproject.org e/ou mariodebian@
gmail.com.
Ah! Neste mês é comemorado o aniversá-
rio de um ano da comunidade TCOS Brasil
(http://br.tcosproject.org). Parabéns a todos os
membros e se você ainda não é um, junte-se a
nós. A sua colaboração será bem vinda. Até
mais!
Figura 11: Gerenciando os canais de áudio com o TcosMonitor
Instalando
programas no
NetBSD
Of Course it runs NetBSD
Agora que já vimos como instalar o me usar no Linux) para baixar o pacote:
NetBSD, como configurar ele para acessar a re-
de e sair para a Internet vamos conhecer a ma-
neira mais comum de instalar programas nele. # ftp ftp://ftp.netbsd.org/pub/pkgsrc/current/
Assim como a instalação e configuração básica, pkgsrc.tar.gz
o processo de instalar um programa no NetBSD
é bem simples. Feito isso, só nos resta esperar o downlo-
Existe um pacote chamado pkgsrc, pacote ad terminar e, o pacote pkgsrc.tar.gz, será salvo
esse responsável por guardar cabeçalhos e loca- no diretório onde você está. Para conferir basta
lizações de todos os programas compatíveis usar o comando ls.
com o NetBSD. Nada de sair procurando na Inter- Vamos agora mover o pacote para um lo-
net por pacotes específicos para baixar e insta- cal mais apropriado com o comando:
lar. Quando você tem o pkgsrc, você já tem a
lista de programas compatíveis com o NetBSD.
E ao mandar instalar qualquer um desses progra- #mv pkgsrc.tar.gz /usr
mas, o gerenciador de instalações vai na Inter-
net, baixa o pacote mais atual disponível para o Pacotes com a extensão “tar.gz” significa
sistema e o instala. Qualquer dependência que que estão comprimidos com o GZ e empacota-
o pacote tenha, é resolvido e você não precisa dos com o TAR, esses são dois programas que
se preocupar, é só mandar instalar e esperar juntos conseguem guardar vários arquivos num
para usar o seu programa. único pacote e compactar esse pacote. Enstão
Vamos então começar baixando o pacote vamos precisar abrir o pacote para ver o seu
“pkgsrc”. O caminho para o pacote é o seguinte: conteúdo.
ftp://ftp.netbsd.org/pub/pkgsrc/current/pkgsrc Vamos fazer isso com os seguintes coman-
.tar.gz. Dentro do console do NetBSD vamos dos:
usar o comando ftp (e não o wget como de costu-
o bash já está instalado, como usá-lo? Bem sim- Bem pessoal, por enquanto ficamos por
ples. Vá no arquivo de configuração do usuário aqui, espero que tenham notado o quanto é sim-
(veremos isso em mais detalhes no futuro), para ples instalar programas no NetBSD. Em breve
acessá-lo a fim de escrever nele, use o coman- voltaremos com mais informações sobre esse
do a seguir: sistema operacional fascinante.
Computação
Gráfica e
Software Livre
Parte 3
Por Luiz Eduardo Borges
Na edição anterior (nº 6), vimos formas de ra e cenas. É comum que vários jogos usem o
representação em 3D. Uma das aplicações mais mesmo engine, reduzindo assim, o esforço de
populares para cenas 3D são os jogos de compu- desenvolvimento.
tador.
Um dos principais recursos fornecidos por
Um game engine é um software que facili- game engines é a capacidade de renderizar ce-
ta a criação de jogos, simulando determinados nas em 2D ou 3D em tempo real, geralmente
aspectos da realidade, de forma a possibilitar a usando uma biblioteca gráfica, como o OpenGL,
interação com objetos em tempo real. Para isso, permitindo animações e efeitos especiais. O
ele deve implementar várias funcionalidades componente especializado para esta função é
que são comuns em jogos, como por exemplo a conhecido como render engine.
capacidade de simulação física. O objetivo princi-
Além disso, a simulação física também é
pal do uso de game engines é centrar o foco da
essencial para um jogo, para representar de for-
criação do jogo no conteúdo, ou seja, mapas (ní-
ma adequada os movimentos dos personagens
veis), personagens, objetos, diálogos, trilha sono-
sendo influenciados pela gravidade, inércia, atri-
Figura 1: O jogo Alien Arena usa o game engine CRX, que é baseado no Figura 2: Dois quadros de uma simulação física feita com o physics
Id Tech 2 (usado pelo Quake II) engine Bullet e renderizados no Blender
Histórico
A popularização dos game engines aconte-
ceu durante a década de 90, graças a Id Softwa-
re, que desenvolveu os jogos que definiram o
Figura 3: OpenArena usa o Id Tech 3 (engine do Quake III Arena)
gênero chamado FPS (First Person Shooter), jo-
gos de ação em primeira pessoa: Wolfstein 3D,
to, detecção de colisões e outros. O componen- DOOM e Quake. Esses títulos tiveram seus engi-
te que realiza esses cálculos é chamado phy- nes licenciados para outras empresas, que cria-
sics engine. ram outros jogos desenvolvendo o conteúdo do
Outra funcionalidade importante é a lógica, jogo. Em paralelo, os processadores de vídeo fo-
que é como o jogo determina o comportamento ram incorporando suporte as funções gráficas
do ambiente e dos personagens. Em muitos ca- cada vez mais sofisticadas, o que facilitou a evo-
sos, o game engine suporta uma ou mais lingua- lução dos engines. A Id também liberou os ga-
gens para descreve-la. me engines da série DOOM e Quake em GPL.
Os game engines podem incluir outros re-
cursos importantes para determinados tipos de Game engines livres
jogos, como conectividade. No caso de MMOG Além dos engines da Id (Id Tech), e deriva-
(Massively Multiplayer Online Games), que são dos (forks) como o DarkPlaces, que são especia-
muito complexos, a infraestrutura de software pa- lizados em FPS, existem várias outras opções
Figura 4: Tremulous mistura os gêneros ação e estratégia, é baseado no Figura 5: Nexuiz é um jogo que usa o engine DarkPlaces, que é um fork
Id Tech 3 e seu conteúdo é licenciado através de Creative Commons do Quake I Engine
Figura 6: Yo Frankie! é um jogo livre criado com o Blender Game Engine Figura 8: Project Darkstar, uma iniciativa da Sun
I-EDUCAR
Um sistema de gestão escolar
Por Pedro Luiz Eyng Simões
Tiffany Szerpicki - sxc.hu
PANDORGA
GNU/LINUX
É divertido educar!
Figura 2: É divertido aprender... Figura 3: Crianças aprendem, desde cedo, a interagir não apenas com o
Pandorga, mas com colegas
RELATO SOBRE O
O GNUGRAF, desde sua idealização por chuva fina, algo atípico na cidade do Rio de Ja-
Carlos Eduardo (Cadunico) no ano passado, foi neiro. Além disso, o risco de pandemia da Gripe
um evento que chamou a minha atenção. Den- A fez com que algumas caravanas fossem can-
tre vários motivos, o mais importante é que ele é celadas. Mesmo assim, o público foi bastante sa-
único! Qual outro evento se pode encontrar tan- tisfatório, contando com um ônibus de Campos
ta variedade de ferramentas livres de computa- dos Goytacazes e o público fiel de Volta Redon-
ção gráfica e multimídia num único lugar? da.
Diferente de outros eventos de software livre, a Com este público, começa o evento com a
tecnologia está em segundo plano, pois o foco abertura feita pelo Cadunico, com agradecimen-
está no desenvolvimento criativo, utilizando ferra- tos a todos que ajudaram no evento, em especi-
mentas que promovam maior liberdade, econo- al à UNIRIO, que cedeu o espaço, e ao
mia e desenvolvimento colaborativo. SERPRO, que cedeu os computadores do mini-
O II GNUGRAF começa como na sua pri- curso (solucionando um ocorrido de última hora
meira edição: com um dia frio, nublado e com e salvando o evento). A sala de palestras ficou
movimentada durante todo dia, mas a grande
procura foi pelos mini-cursos. Suas salas fica-
ram praticamente todas lotadas, com destaque
à grande procura pelas atividades relacionadas
ao Blender (os mini-cursos tiveram mais deman-
da do que espaço!).
Dentre os participantes, tivemos alguns
destaques como Ricardo da Ricolândia, que é
praticamente um “estúdio livre” em pessoa, Suri-
an dos Santos, referência no Rio de Janeiro em
produção de áudio com software livre, Luís Re-
tondaro, é organizador do Blender Pro (e partici-
pou do evento de braço quebrado!), Luiz
Eduardo Borges (Ark4n), autor do livre Python
Figura 1: Público na abertura do evento
para Desenvolvedores, Gabriel Duarte, desen-
UMA HISTÓRIA DO
Era uma tarde quente de março de 2003, e o co-responsável pelo desenvolvimento do que
eu conversava com algumas pessoas sobre um hoje chamamos de janelas, como havia capita-
projeto de criação de um centro de tecnologia neado o desenvolvimento de uma linguagem —
na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janei- Smalltalk, que mais tarde daria origem ao Sque-
ro. Conversa vai, conversa vem, sugeri que se ak, um ambiente de autoria multimídia voltado
pensasse em trazer algumas pessoas importan- para a educação. Expliquei que Alan havia feito
tes do cenário científico-educacional para pales- parte do time inicial do PARC (ninguém tinha ou-
tras. Perguntaram se eu já tinha nomes vido falar tampouco), que passara pela Atari, Ap-
escolhidos para uma lista em construção, e sa- ple e Disney Imagineering e atualmente era
quei dois: Howard Rheingold e Alan Kay. fellow da HP.
Ninguém alí conhecia nenhum deles, ou pe- A coisa era por demais politizada, os recur-
lo menos era o que dava a entender pelas interro- sos bastante limitados, e pouca vontade aparen-
gações visíveis nos rostos. Eu resumi a história te de tocar de uma forma moderna e
de ambos, enfatizando que Alan Kay não só foi profissional. Soube, meses depois, que a iniciati-
va dera com os burros n'água. Apesar de ter
conversado nesta ocasião com ambos (Howard
e Alan), sobre a possibilidade de uma vinda ao
Brasil para uma palestra, ficou tudo por isso
mesmo: só na vontade de tê-los aqui, em Pindo-
rama.
Da minha parte, a vontade de saber mais
só aumentou, a ponto de no ano seguinte
(2004), resolver assistir ao SqueakFest em Chi-
cago e conhecer de perto o que se fazia com o
Squeak. Foi apaixonante. De Chicago a Los An-
geles, no mesmo mes de agosto, visitei Alan e
sua equipe do Viewpoints Research Institute e,
dentre outras coisas conversadas na ocasião,
Figura 1: O público prestigiou o evento
me comprometi com Kim Rose e Yoshiki Ohshi-
nos e europeus.
Julho de 2009. O SqueakFest Brasil 2009
é um sucesso. Durante três dias cheios, pales-
trantes de seis países, mais de 300 participan-
tes brasileiros e sul-americanos, apresentações
e painéis no auditório e oficinas “hands-on” em
três salas contíguas, marcaram este que deve
ser o primeiro de muitos outros SqueakFests.
Experiências brasileiras, uruguayas, peruanas e
argentinas demonstraram que Etoys é uma reali-
dade educacional que veio para ficar.
Tenho muito orgulho de ter lançado a se-
Figura 4: Crianças com seus laptops XO em mãos
mente e colaborado, na medida do possível, pa-
do novas propostas pedagógicas... ra que este evento acontecesse. Pra mim, foi
um sonho realizado.
Em julho de 2008, um novo encontro, des-
ta vez em Cambridge. Em intervalos possíveis, Já estou pensando em 2010.
durante o Scratch@MIT, Marta, Kim, Yoshiki e
eu avançamos um pouco mais na idéia do Sque-
akFest Brasil, algo talvez para julho do ano se-
guinte, sempre em Porto Alegre, contando com
os parceiros do Viewpoints, além de possíveis
outros educadores e desenvolvedores america-
Maiores informações:
Site oficial do evento
http://squeakland.org/squeakfest/
www.yapcbrasil.org.br
Relato sobre o
Figura 2: Palestrantes Karla Capucho e João Olavo Figura 4: Palestrante Franzvitor Fiorim falou sobre porque usar
software livre
dou o tema Linux e o mercado de trabalho, no A organização do evento ficou por conta
qual ressaltou a necessidade e absorção de pro- da Iniciativa Espírito Livre (também responsável
fissionais de Software Livre no mercado de traba- pela Revista Espírito Livre) e de profissionais da
lho capixaba. Em outro momento, o palestrante área de TI, que se mobilizam cada vez mais pa-
Saymon Castro enfocou sobre o Gerenciamen- ra contribuir com o movimento do Software Livre
to de Projetos com dotProject, e a apresenta- no mercado capixaba de TI e para realização do
ção de um software de gerenciamento de SFD 2009. O evento também contou com a pre-
projetos similar ao OpenProject, porém na ver- sença de público de caráter diversificado entre
são para WEB e apresentação de conceitos alunos e funcionários do IFES, FAESA, CESAT,
PMI. Finalizando esse interessante circuito de pa- de pesquisadores educacionais da Secretaria
lestras, Lázaro Reinã palestrou sobre Lua e De- de Educação Municipal, profissionais de TI, em-
senvolvimento de Jogos, com a apresentação presários do setor de Transportes e da comuni-
de uma programação Script para jogos, os jogos dade em Geral.
desenvolvidos, seus desenvolvedores e investi-
dores da tecnologia. Contudo, nem só de informação sobre o
Software Livre é feito o SFD 2009, o evento tam-
bém teve um objetivo social, com o recolhimen-
to de alimentos não-perecíveis no ato do
credenciamento. Neste ano foram recolhidos
50k de alimentos não-perecíveis que posterior-
mente serão doados ao Projeto Amor e Vida,
que fica localizado no Bairro Jardim América,
em Cariacica/ES, finalizando todo o projeto SFD
2009 com a satisfação do dever comprido.
RODRIGO MOTTA SOUZA é Analista de
Sistemas, Especialista em Internet,
Multimídias e Web Marketing. Atua como
professor desenvolvendo projetos de
Educação à Distância e Educação Técnica
do Programa Prominp do Governo Federal.
QUADRINHOS
Por Wesley Samp, Wallisson Narciso, José James Figueira Teixeira e Moisés Gonçalves
OS LEVADOS DA BRECA
http://www.OSLEVADOSDABRECA.com
NANQUIM2
MANOELITO
http://josejamesteixeira.blogspot.com
MUTUM
AGENDA
OUTUBRO Evento: Scrum Meeting 2.0 borativo Criado pelo Movimen-
Data: 19/10/2009 to de Software Livre na Internet
Evento: Tchelinux 2009 Ediçao Local: São Paulo/SP Data: 31/10/2009
Erechim Local: Campo Grande/MS
Data: 10/10/2009 Evento: I Forum de Software Li-
Local: Erechim/RS vre de Duque de Caxias Evento: YAPC::Brasil 2009
Data: 20/10/2009 Data: 30, 31/10/2009 e
Evento: 1º Simpósio Norte Nor- Local: Duque de Caxias/RJ 01/11/2009
deste de Segurança e Hackers Local: Niterói/RJ
Data: 10 e 11/10/2009 Evento: Latinoware 2009
Local: Manaus/AM Data: 22 a 24/10/2009 NOVEMBRO
Local: Foz do Iguaçu/PR
Evento: BackTrack Brasil Evento: 3º Install Fest IFES Ser-
Data: 11/10/2009 Evento: 3ª PGCon 2009 ra
Local: Manaus/AM Data: 23 e 24/10/2009 Data: 06/11/2009
Local: Campinas/SP Local: Serra/ES
Evento: 2º Encontro Mineiro de
Software Livre 2009 Evento: Fórum TIC Evento: CESoL-CE
Data: 13 a 17/10/2009 Data: 27 a 30/10/2009 Data: 10 a 13/11/2009
Local: Itajubá/MG Local: Brasília/DF Local: Fortaleza/CE
Evento: Palestra Ataques con- Evento: I Encontro Nacional do Evento: III Fórum de Tecnolo-
tra o SMTP - Como as botnets Software Público gia em Software Livre - Curitiba
enviam spam Data: 27 a 30/10/2009 Data: 11 a 13/11/2009
Data: 15/10/2009 Local: Brasília-DF Local: Curitiba/PR
Local: Campinas/SP
Evento: Encontro Nacional de Evento: GeoLivre 2009
Evento: 4º Circuito CELEPAR Tecnologia da Informação para Data: 17 a 20/11/2009
de Software Livre os Municípios Brasileiros Local: Brasília/DF
Data: 16 e 17/10/2009 Data: 27 a 30/10/2009
Local: Telêmaco Borba/PR Local: Brasília-DF Evento: 1ª Conferência Web
W3C Brasil
Evento: SECCOM - Semana de Evento: Scrum Meeting 2.0 Data: 23 e 24/11/2009
Cursos e Palestras da Computa- Data: 28/10/2009 Local: São Paulo/SP
ção Local: Rio de Janeiro/RJ
Data: 19 a 22/10/2009 Divulgação de eventos:
Local: Florianópolis/SC Evento: Palestra O Modelo Cola- revista@espiritolivre.org