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Bandeira Brasão
Lema nacional
Independência ou Morte!
O Império do Brasil foi o Estado brasileiro existente entre 1822 e 1889, que precedeu a
atual República Federativa do Brasil e teve a monarquia parlamentar constitucional
como seu sistema político. O Império do Brasil foi governado por um dos ramos da
Casa de Bragança, conhecido como família imperial brasileira e constituiu o 11º maior
império da história da humanidade[3] Teve seu início após a declaração da
Independência em relação ao reino de Portugal, em 7 de setembro de 1822, e seu fim
após o golpe de Estado militar que instaurou a forma republicana presidencialista, em
15 de novembro de 1889. Foi dividido em dois períodos: o Primeiro Reinado, que se
iniciou em 7 de setembro de 1822 e teve por fim quando D. Pedro I abdicou em 7 de
abril de 1831, e o Segundo Reinado, que foi iniciado na mesma data com a aclamação
de D. Pedro II e perdurado até a proclamação da República. Este período da História do
Brasil é denominado, tradicionalmente pela historiografia, como "Brasil Império",
"Brasil Imperial" e "Brasil Monárquico".
Índice
[esconder]
• 1 História
o 1.1 Proclamação da independência
o 1.2 Elevação a império
o 1.3 Primeiro Reinado (1822-1831)
1.3.1 De Reino a Império
1.3.2 Constituição de 1823
1.3.3 Confederação do Equador
1.3.4 Reconhecimento da Independência
1.3.5 Guerra da Cisplatina
1.3.6 Crise política e econômica
1.3.7 Sucessão em Portugal
1.3.8 Abdicação de Dom Pedro I
o 1.4 Segundo Reinado (1831-1889)
1.4.1 Período Regencial (1831-1840)
1.4.2 Correntes políticas
1.4.3 Regência Trina Permanente
1.4.4 Ato Adicional de 1834
1.4.5 Regência Una
1.4.6 Maioridade
1.4.7 Parlamentarismo
1.4.8 Lavoura do café
1.4.9 Predomínio paulista
1.4.10 Tráfico negreiro
1.4.10.1 Extinção do tráfico negreiro
1.4.11 Atividades urbanas
1.4.12 Guerras externas
1.4.12.1 Guerra do Prata
1.4.12.2 Guerra do Paraguai
1.4.13 Abolicionismo e republicanismo
1.4.13.1 Campanha abolicionista
1.4.14 Lei Áurea
o 1.5 Fim
• 2 Governo e política
o 2.1 Imperadores
2.1.1 Imperador titular
o 2.2 Forma de Governo
2.2.1 Legitimidade do imperador
o 2.3 Sistema de Governo
o 2.4 Forma de Estado
o 2.5 Poder moderador
o 2.6 Representatividade
o 2.7 Forças armadas
2.7.1 Armada
2.7.2 Exército
• 3 Economia
• 4 Infraestrutura
• 5 Referências
• 6 Ver também
• 7 Ligações externas
[editar] História
Ver artigos principais: História do Império do Brasil.
Ver página anexa: Cronologia do Brasil Império
Grito do Ipiranga.
Após a abdicação de Pedro I ao trono, inicia-se o período regencial, que vigorou até que
Pedro II ascendesse ao trono por meio do Golpe da Maioridade.
Era uma questão crucial para o Império brasileiro. As monarquias absolutistas europeias
eram hostis à independência do Brasil. Os E.U.A. foram o primeiro país a reconhecer o
governo brasileiro, em maio de 1824. Alguns meses antes fora divulgada a Doutrina
Monroe, pela qual o presidente James Monroe declarava que os E.U.A. não aceitariam
qualquer intervenção recolonizadora da Europa no continente americano. Graças à
mediação da Inglaterra, em agosto de 1825, a coroa portuguesa reconheceu a
independência do Brasil. Em troca, obtinha a condição de "nação mais favorecida" nas
transações comerciais e uma indenização no valor de 2 milhões de libras. A Inglaterra
também reconheceu a independência do Brasil em 1825. Somente a partir de 1826 a
soberania brasileira foi reconhecida pela França, pelo Vaticano e pelas demais nações
europeias, concluindo-se a formalização da independência. As repúblicas Latino-
americanos, por sua vez, encaravam o Império brasileiro como instrumento dos
interesses recolonizadores europeus e condenavam a anexação da Cisplatina (em 1821,
o Reino Unido luso-brasileiro anexara a Banda Oriental, atual Uruguai, a qual passou a
chamar-se Província Cisplatina).
Para agravar a situação, o governo imperial precisou contrair grandes empréstimos com
bancos estrangeiros, sobretudo ingleses, a fim de financiar a guerra da Cisplatina e
pagar as indenizações que devia a Portugal e à França. Em 1828, o Banco do Brasil foi à
falência.
Com a morte de Dom João VI em 1826, Dom Pedro I foi aclamado rei de Portugal com
o título de Dom Pedro IV. Pressionado pelos políticos brasileiros, que viam ressurgir a
ameaça da recolonização, Dom Pedro abdicou do trono de Portugal em favor de sua
filha de sete anos, a princesa Maria da Glória, permitindo que se casasse com o seu
irmão Dom Miguel, representante das forças absolutistas portuguesas.
No Rio de Janeiro, violentas lutas de rua entre brasileiros e portugueses - as Noite das
garrafadas, em 13 e 14 de março de 1831 - colocaram em evidência a impopularidade
do imperador. Novo ministério de tendências liberais foi substituído em seguida pelo
Ministério dos Marqueses, de tendências absolutistas. A crise culminou em 6 de abril de
1831 com uma grande manifestação popular no Rio de Janeiro, à qual aderiu a
guarnição da cidade, comandada pelo brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Na
madrugada do dia seguinte, 7 de abril, Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em
nome de seu filho de cinco anos, Pedro de Alcântara.
Eleita pela Assembleia Geral em junho de 1831, era formada pelos deputados
moderados José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz e pelo brigadeiro Francisco de
Lima e Silva. Em 1831 e 1837, os liberais exaltados e os restauradores promoveram
vários motins populares e levantes de tropas no Rio de Janeiro. Para neutralizar a
influência do exército regular, onde exaltados e restauradores tinham grande influência,
o ministro da Justiça, padre Diogo Antônio Feijó, criou a Guarda Nacional. Tratava-se
de uma força de elite fiel ao governo e composta de 6 mil cidadãos recrutados entre os
mais ricos do país.
Em 1835, tiveram início as duas mais importantes revoluções federalistas: a Guerra dos
Farrapos (1835-1845), no Rio Grande do Sul, e a Cabanagem (1835-1840), no Pará.
Também em 1835 ocorreu um dos mais importantes levantes urbanos de escravos na
história do Brasil, a chamada Revolta dos Malês, promovida por escravos nagôs e
hauçás, na cidade de Salvador.
Incapaz de conter militarmente a agitação que lavrava em todo o país, o governo central
procurou atender a algumas reivindicações autonomistas das oligarquias provinciais. A
lei aprovada em agosto de 1834 e conhecida como Ato Adicional introduziu
modificações fundamentais na Constituição de 1824. Criou Assembleias Legislativas
provinciais, extinguiu o Conselho de Estado (reduto de políticos de tendências
restauradoras do Primeiro Reinado), transformou a cidade do Rio de Janeiro em
município neutro da corte e instituiu a regência una, eleita por votação nacional e
fortalecedora dos setores aristocráticos regionalistas e federativos. Concorreram ao
cargo, entre outros, o político paulista padre Diogo Antônio Feijó e um membro de
importante família pernambucana de senhores de engenho, Antônio Francisco de Paula
e Holanda Cavalcanti. A vitória de Feijó confirmou, uma vez mais, a supremacia
política do Sudeste.
[editar] Maioridade
Imperador Dom Pedro II do Brasil, 1873.
[editar] Parlamentarismo
Por volta de 1875, começou a delinear-se uma nítida separação, no Sudeste, entre duas
zonas cafeeiras distintas. De um lado, o Vale do Paraíba e adjacências, onde dominavam
as relações de trabalho escravistas e um sistema de exploração descuidado que foi
responsável pelo esgotamento dos solos, a queda da produtividade e a decadência dos
cafezais após algumas décadas de prosperidade. Do outro lado, o chamado Oeste
Paulista, a área de terra roxa em torno de Campinas e Ribeirão Preto, cujos fazendeiros,
além de introduzirem máquinas agrícolas e melhorias no processo de cultivo e
beneficiamento do café, foram os primeiros a substituir a mão-de-obra escrava, que se
tornava escassa e caríssima, pelo trabalho assalariado livre, quer de brasileiros quer de
imigrantes. Em 1860, 80% da produção cafeeira provinha ainda da província do Rio de
Janeiro. Por volta de 1885, a produção paulista ultrapassou a fluminense e, nos últimos
anos do séc. XIX, correspondia a quase metade da produção global do país.
Os navios ingleses perseguiam os navios negreiros até dentro das águas e dos portos
brasileiros, o que deu origem a vários atritos diplomáticos entre o governo imperial e o
britânico. Finalmente, em 4 de setembro de 1850, foi promulgada a Lei da Extinção do
Tráfico Negreiro, mais conhecida como Lei Eusébio de Queirós. Em 1851, entraram
3.827 escravos no Brasil, e apenas 700 no ano seguinte. O fim da importação de
escravos estimulou o tráfico interprovincial: para saldar suas dívidas com especuladores
e traficantes, os senhores dos decadentes engenhos do Nordeste e do Recôncavo Baiano
passaram a vender, a preços elevados, suas peças (escravos) para as prósperas lavouras
do vale do Paraíba e outras zonas cafeeiras. Forçados pela escassez e encarecimento do
trabalhador escravo, vários cafeicultores paulistas começaram a trazer colonos europeus
para suas fazendas, como fizera o senador Nicolau de Campos Vergueiro, em 1847,
numa primeira experiência mal sucedida. A mão-de-obra assalariada, porém, só se
tornaria importante na economia brasileira depois de 1870, quando o governo imperial
passou a subvencionar e a regularizar a imigração, e os proprietários rurais se adaptaram
ao sistema de contrato de colonos livres. Mais de 1 milhão de europeus (dos quais cerca
de 600 mil italianos) imigraram para o Brasil em fins do século XIX.