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Publicidade
Principais marcos
Sociedade industrializada
Aparecem os produtos
Nasce o consumidor – aquele que vende a sua força de
trabalho por dinheiro e usa esse dinheiro para comprar
produtos
Crise 1929
Desde que haja uma indústria tem de haver uma
grande massa de consumidores.
É preciso produzir no sentido de satisfazer as
necessidades dos consumidores.
Consumer Oriented
Revolução Industrial
Passa a haver:
Produtos
Concorrência
Consumidor
A publicidade é essencialmente
informativa e pedagógica.
O objectivo é ensinar a usar os novos
produtos que a indústria disponibiliza.
Aparecimento das multinacionais.
Aumento da competitividade.
Publicidade
Portugal - Anos 60
Expansão do mercado e da
concorrência.
O produto A marca
O anunciante
A agência
Produtoras
Empresas de estudos de mercado
Agências de meios e centrais de compra
Os meios
O consumidor
Os principais actores da publicidade
Agências
Produtoras
Empresas de estudos
Agências de meios de mercado
e centrais de compra
Agências – Evolução histórica
Correctora de espaço – Durante muito tempo as agências não foram mais que correctoras de
espaço, seguindo o modelo da primeira agência, criada em França no século XIX, por Charles Havas
e Charles Duveyrier. Nesta altura quem fazia o trabalho criativo eram as próprias empresas,
limitando-se as agências a comprar espaço aos meios que depois revendiam às empresas. Por este
serviço cobravam uma comissão, que é uma forma de pagamento que ainda hoje subsiste. Ainda
neste século, James Walter Thompson fundou uma agência com o seu nome que, pela primeira vez,
se propõe a fazer o design dos anúncios. No entanto, só no início do século XX é que as agências se
focalizam na criação de anúncios.
Serviço completo – A publicidade moderna teve o seu grande desenvolvimento nos Estados
Unidos, principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Nesta fase, as agências tomam a seu cargo
todo o processo da concepção e a realização das campanhas. Têm cinco funções principais: realizar
aconselhamento estratégico; conceber mensagens; elaborar planos de meios; comprar espaço e
produzir as campanhas. Este modelo seria depois abandonado, dado que tornava as empresas muito
pesadas.
Agências de comunicação global – Com as mudanças verificadas na sociedade, que por exemplo
levam ao maior investimento no below the line, as agências reorientaram-se comprando ou criando
agências mais pequenas especializadas em determinadas funções: promoções, relações públicas,
marketing directo, etc. Podem assim propor aos anunciantes uma intervenção global para os
problemas de comunicação.
Mundialização e concentração – O fim dos anos 80 marca a criação de grandes grupos de
comunicação, quer através da compra, quer da fusão. No caso português e devido à sua reduzida
dimensão, as principais empresas têm sido compradas por grandes agências internacionais ou têm-
se associado a redes internacionais de agências independentes. É ainda na década de 80 que
nascem as centrais de compra e agências de meios, que provocam grandes alterações na estrutura
e no modelo de financiamento das agências.
Agências – Funcionamento
No modelo tradicional, a agência presta serviços que se podem dividir em três
áreas distintas. Aconselhamento/planeamento estratégico e acompanhamento
(feito pelo departamento executivo), criação (departamento criativo) e
planeamento de meios e compra de espaço.
Outro serviço prestado pelas agências é a produção do que foi criado,
normalmente em outsourcing.
O planeamento de meios é cada vez menos usual, dado que a década de 90
acentuou a transferência dos serviços prestados pelo departamento de media
para as centrais de compra (um negócio financeiro). Esta mudança fez com que
as agências se focalizassem mais na criatividade e levou inclusive à
necessidade de procurar novas formas de remuneração.
Não existe uma agência ideal. Cada cliente, cada marca tem problemas
e necessidades específicas que podem pedir características distintas.
Fonte: Publicitor
Mudar de agência
Nenhuma agência é perfeita e, por isso, a mudança pode ser natural.
No entanto, é preciso não esquecer que não é a mudança de agência
que resolve os problemas internos do anunciante!
O insucesso de um produto pode ter origem em muitas coisas
diferentes (uma má distribuição, um mau briefing dado à agência, má
gestão do produto, alterações do próprio mercado, etc.)
De qualquer modo há sinais que devem servir de alerta para o
anunciante. Exemplos:
– A agência cresceu demasiado depressa – corre-se o risco de ter uma baixa
de qualidade.
– A agência envelheceu – a rotina instalou-se e a criatividade tende a
desaparecer.
– A agência entrou em falência administrativa – aqueles que mais
contribuíram para o êxito foram promovidos e não há quem os substitua.
Anunciantes
São o cliente e o começo do processo para a agência.
Em Portugal, os investimentos são muito concentrados.
É normal que duas ou três dezenas de empresas sejam
responsáveis pela maioria do investimento publicitário.
Regra geral, os anunciantes são grandes empresas,
multinacionais, o Estado ou PMEs em ambientes muito
competitivos.
A APAN (Associação Portuguesa de Anunciantes),
criada em 1988, é a associação do sector e congrega os
responsáveis pela grande maioria do investimento
publicitário em Portugal.
Principais anunciantes
Principais anunciantes - Sectores
Centrais de compras e agências de
meios
Aparecem nos anos 50 em França (através da Carat).
Em Portugal são parceiros recentes, tendo surgido na década
de 80.
As centrais de compras nascem apoiadas pelos grandes
anunciantes que, ao comprarem directamente o espaço a
estas, visavam reduzir os custos – quer pelo acesso ao rappel,
quer pelas melhores condições conseguidas pelo grande
volume envolvido. Estamos numa fase de negócio
essencialmente financeira.
Em Portugal, a primeira central foi criada pela agência Lintas
(Iniciative Media). Na altura a contestação foi grande e só com
o aparecimento de centrais independentes, nos anos 90 (após
a entrada da Media Planning), o negócio começou a vingar.
Centrais de compras e agências de
meios
É possível distinguir três fases principais na evolução
das centrais de compras:
– Perspectiva financeira – As centrais concentravam volumes de
compras de diversos anunciantes, conseguindo melhores
condições.
– Perspectiva de serviço – As centrais de compra entram na área da
decisão de compra. Ou seja, passam a fazer também o
planeamento de meios. É a passagem da lógica exclusiva do
volume para uma orientação baseada no serviço. É com esta
mudança que aparece a denominação de agências de meios, para
diferenciar das empresas que apenas compravam espaço.
– Perspectiva de diferenciação – As agências de meios procuram
diferenciar-se oferecendo serviços complementares aos clientes
(estudos de mercado, controle de audiências, avaliação de
campanhas, etc.).
Centrais de compras e agências de
meios
Esta evolução não foi uniforme de país para país.
– Em França e Espanha, por exemplo, prevalece a lógica
financeira.
– No Reino Unido só existem agências de meios.
O mercado ganhou ainda nova dinâmica com a
entrada das grandes agências americanas no
negócio das agências de meios.
– Aparecem os concursos pan-europeus e mesmo mundiais
para compra de espaço nos media e o alinhamento
internacional, a exemplo do que já tinha sucedido com as
agências.
Outros parceiros
Notoriedade
Imagem de marca Identidade de
marca
Classificação da notoriedade
V= B/P
V – Valor
B – Benefício. É uma soma dos benefícios
operativos e dos benefícios simbólicos.
P – Preço
Publicidade e abordagem
do consumidor
Homo economicus
A primeira escola que se preocupou com o
estudo do comportamento do consumidor foi a
corrente do pensamento económico (A. Smith,
fim do século XVIII).
O modelo dos economistas faz da preferência a
variável explicativa essencial: o que eu
consumo exprime a prioridade das minhas
escolhas.
Temos um consumidor dotado essencialmente
de razão. O acto de compra é apenas pensado.
Homo economicus
A teoria tem 3 axiomas:
– O consumidor no acto de compra conhece as
suas preferências por todos os produtos ou
combinações de produtos susceptíveis de
satisfazer as suas necessidades.
– A estrutura de preferência é transitiva. Ou seja, se
eu prefiro A a B e B a C, então prefiro A a C.
– Prefere-se mais a menos. Assim, o consumidor
preferirá sempre 2 quilos a 1 quilo, pois está a
maximizar a utilidade do produto – a satisfação
induzida pelo consumo.
Homo economicus
Lancaster:
– Os problemas estiveram na origem dos trabalhos
de Lancaster, cuja hipótese central é simples: não
é o produto em si que gera a satisfação, mas os
atributos que o compõem.
– A teoria de Lancaster representa um progresso
em relação à abordagem clássica, na medida em
que toma em consideração a noção de atributo de
produto e explica a divisão do mercado em várias
marcas (cada uma com um atributo diferente).
O anúncio da sineta
Nos anos 30/40, nos
Estados Unidos da
América, um grupo de
psicólogos, dos quais o
mais importante é
Watson, pegam nas
teorias de Pavlov sobre
os reflexos
condicionados e
elaboram um modelo
de comportamento do
consumidor.
Modelo comportamentalista
O consumidor é visto como um ser passivo;
aprendendo através da experiência e do hábito a ter
reflexos. Ou seja, a ter respostas automáticas a
estímulos.
O consumidor é visto como uma caixa preta. Não há
qualquer interesse em espreitar lá para dentro. Ou
seja, a teoria comportamentalista não olhava para o
passado. Apenas lhe interessava perceber como
condicionar os estímulos de modo a obter as
respostas que queria.
A abordagem psicanalítica
Os limites destas abordagens, obrigaram a descer dentro da
caixa preta.
Sigmund Freud foi provavelmente dos primeiros a realçar o
papel desempenhado pelas motivações inconscientes (segundo
ele, essencialmente ligadas às necessidades sexuais).
Segundo Freud, uma criança vem ao mundo com necessidades
instintivas que se esforça por satisfazer através de gritos ou
mímica. Verifica rápida e dolorosamente que não pode ter
satisfação imediata e passa a utilizar mecanismos mais subtis.
É este processo do crescimento que vai dar origem a:
• Superego
• Ego
• Id
Motivacionistas
Henry Murray propôs uma lista com onze necessidades:
Abraham Maslow prolonga os trabalhos precedentes ao
propor não só uma listagem, mas uma hierarquização das
necessidades.
A teoria é fundada em três hipóteses:
1. Um indivíduo experimenta numerosas necessidades que não
têm todas a mesma importância – logo podem ser
hierarquizadas.
2. Um indivíduo procura satisfazer em primeiro lugar a
necessidade que lhe parece mais importante.
3. Uma necessidade cessa de existir quando é satisfeita (pelo
menos, temporariamente) e, nesse caso, o indivíduo procura
satisfazer a necessidade seguinte.
Posicionamento
O posicionamento passa por duas etapas:
Físico Personalidade
Relação Cultura
Reflexo Mentalização
Identidade da marca
Físico – A marca tem um conjunto de
características objectivas salientes.
Personalidade – A marca adquire um
carácter. A sua maneira de existir deixa
antever que tipo de pessoa seria.
Cultura – A marca é um universo cultural.
Durante muito tempo, a publicidade teve
tendência a focalizar-se na faceta da
personalidade, esquecendo-se da cultura.
Mas a faceta cultural da marca é essencial.
Identidade da marca
Relação – A marca é um clima de relação.
As marcas enquadram e direccionam uma
transacção entre pessoas.
Reflexo – A marca é um reflexo. Se formos
interrogados sobre determinada marca,
conseguimos atribuir-lhe um utilizador-tipo.
Esse é o reflexo.
Mentalização – Se o reflexo é o espelho
exterior do alvo da marca, a mentalização é o
espelho interior.
Fontes de identidade
Os produtos
O nome
As personagens
Símbolos visuais
Geografia e história
Publicidade
Criar uma marca
Criar uma marca é comportar-se, desde o
início, como uma marca estabelecida, rica de
significados; em vez de um produto com
nome de que a publicidade fala. Ou seja, não
esperar que com o tempo e a longo prazo o
nome do produto se torne uma marca, dotada
de um sentido que vai muito além dos
produtos.
Influência social
O consumidor
A perícia percebida
Empatia
Parecer desinteressado
Grupos e líderes de opinião
Psicográficos
Critérios de segmentação
Grande cobertura.
Baixo custo por mil (cpm).
Grande impacto.
Elevado nível de penetração.
Permite a escolha de períodos horários.
Televisão - Desvantagens
Implica um orçamento de media
elevado.
Implica um orçamento de produção
elevado.
Há dificuldade em atingir um alvo
específico.
Saturação.
Zapping.
Televisão – Outras formas de
publicidade
Patrocínio – Associação de uma anunciante a um programa,
beneficiando da notoriedade e audiência desse programa.
Bartering – Oferta de um programa já feito, em troca de espaço
publicitário. Nova em muitos países da Europa, apareceu nos
Estados Unidos em 1933 pelas mãos da Procter&Gamble, com
as novelas. O sucesso nos Estados Unidos explica-se pela
multiplicidade de canais, que origina uma maior necessidade de
programas.
Product placement – Colocação dos produtos em uso pelos
intervenientes do programa. Usual actualmente nas novelas
portuguesas e no cinema. Neste último é um modo de muitas
vezes reduzir os custos de produção.
Imprensa - Vantagens
Extrema facilidade em atingir alvos específicos.
Permite maior tempo de exposição da mensagem.
Permite veicular uma grande quantidade de
informação.
Não implica orçamentos elevados de produção.
Não há zapping.
Os suportes são facilmente transportáveis.
A atenção dedicada aos anúncios é maior, dado que
ler é um acto solitário.
Imprensa - Desvantagens
Baixa cobertura.
Implica um investimento de media elevado.
Tem um custo por mil elevado.
A fidelidade de audiência obriga a diversificar
o investimento.
Não permite escolher horários.
Em Portugal, uma boa parte dos jornais
nacionais são mais lisboetas e portuenses
que nacionais.
Rádio - Vantagens
Baixo investimento de produção.
Baixo investimento de media.
Permite grande número de repetições.
É um bom reminder dos outros meios.
Tem alguma facilidade em atingir alvos
específicos.
Permite escolher horários específicos.
Tem um zapping baixo.
Tem som Facilita memorização.
Rádio - Desvantagens
Baixa cobertura
Não mostra o produto.
Saturação rápida.
O anúncio nem sempre chega com a
melhor qualidade.
Publicidade exterior - Vantagens
Grande visibilidade.
Grande impacto.
Fácil de entender.
Permanece 24 horas em exposição.
Tem elevados índices de repetição.
Permite uma boa penetração em diferentes áreas
geográficas.
Permite compra avulsa.
É um bom reminder da comunicação dos outros meios –
Funciona bem em conjugação com outros meios, até
porque tem repetição elevada.
Publicidade exterior -
Desvantagens
É um meio fraco para a veiculação de mensagens
sofisticadas – As características do meio obrigam a
que a mensagem seja obrigatoriamente simples.
Tem custos de produção elevados.
Está sujeito à meteorologia e outras agressões
exteriores.
A medição das audiências é mais difícil.
Publicidade exterior – Mobiliário
urbano
Especificidades:
– Têm maior eficácia à noite, dado que possuem
iluminação própria.
– Não estão tão sujeitos a agressões exteriores –
da meteorologia, por exemplo.
mas...
– Possuem menos impacto.
– Não permitem compra avulso, o que aumenta o
custo de veiculação.
Cinema
Vantagens
– Não há zapping.
– Possui condições de exposição à mensagem óptimas
(dimensão e disponibilidade da audiência).
Desvantagens
– Tem um custo por contacto elevado.
– É difícil determinar o público-alvo.
– Não há estudos sistematizados de audiência.
– É mais difícil controlar a qualidade de divulgação da
mensagem.
– Baixo índice de repetição.
Internet – Promessa adiada
É responsável por inúmeras mudanças sociais.
É usada e consultada por cada vez mais pessoas.
O tempo dispendido com ela ultrapassa muitas vezes o
tempo dispendido com o “meio maior” (a TV).
Apresenta taxas de crescimento elevadas.
É interactiva.
Exige orçamentos de produção e de media muito baixos.
A publicidade é controlável como em mais nenhum outro
meio.
A publicidade é paga de acordo com a visualização.
Internet – Promessa adiada
Ainda não foi encontrado um modelo de negócio. Se a
publicidade é a voz das empresas e estas ainda não se
entenderam com a Internet...
A especulação absurda da “nova economia” que rebentou com
estrondo lançou um clima de desconfiança que tarda em
desaparecer passou-se de um extremo absurdo de confiança
a um extremo absurdo de desconfiança.
A Internet implica uma mudança, por ser um meio novo. E as
mudanças geram sempre barreiras e desconfianças de quem se
encontra instalado.
As próprias características do meio não possibilitam muito o
desenvolvimento de campanhas criativas a publicidade torna-
se chata e a publicidade é o discurso do sonho e da sedução.
Internet – WOM
A Internet, principalmente através do correio
electrónico, abriu espaço a um novo desenvolvimento
daquele que é considerado por alguns o meio de
comunicação mais antigo do mundo: o boato.
Assim, o e-mail – com permissão ou não – tem-se
revelado um meio de comunicação em crescimento e
muito importante.
Tal como no boato tradicional, o e-mail permite que
circulem pelos consumidores informações negativas
para a marca, muitas vezes sem qualquer tipo de
fundamentação.
Os “novos” meios
Alguns exemplos dos “novos meios”:
– Terminais Multibanco
• Apresentam como vantagens o crescimento do número de terminais, o crescimento do número
de utilizadores e da frequência de utilização e a quase obrigatoriedade de olhar para o ecrã.
Têm ainda um custo por contacto efectivo reduzido
– Publicidade móvel
• Podendo nalguns casos ser incluída no meio Outdoor, consideram-se aqui a pintura de carros,
eléctricos, frotas da empresa, etc. A característica distintiva é a mobilidade, o que permite
incidir sobre diversos públicos em diferentes situações. Esta característica torna, no entanto,
mais difícil avaliar o impacto da campanha.
– Pistolas das bombas de gasolina
• O sistema é similar ao Multibanco, aproveitando uma situação em que o consumidor tem
poucos elementos que o distraiam.
– Casas de banho
• Também neste caso se tenta aproveitar o facto de o consumidor estar quase obrigado a olhar
para o anúncio. É ainda um meio com algo de “marginal”, o que pode acrescentar valor à
comunicação, mas também se pode revelar incoerente com a identidade da marca.